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Apesar da aparente estabilidade dos últimos 30 anos do século XIX o início do século XX ficou
marcado por uma agitação social é um tensão internacional crescente que culmina com a 1a
Guerra Mundial.
Musicalmente foi um período onde se manifestaram muitas tentativas de inovação e foi o fim das
convenções nas matérias da tonalidade, concebidas nos séculos XVIII e XIX.
Maximização: Deu-se entre 1890 e 1914 nas terras germânicas, no “fin de siècle”: vem reflectir
os pressentimentos apocalípticos do tempo. É caracterizado extensão da duração da obras,
amplificação do volume, textura complicada e a tolerância da dissonância – representa a tensão
emocional - e o adiamento da sua resolução – maximiza a atenção/participação do ouvinte na tensão
emocional, bem como a intensificação dos temas expressão emocional e/ou sensualidade.
Weltanschauungmusik: termo dado por Rudolf Stephan que tem como representante máximo:
Mahler. Serve para caracterizar a massa de obras germânicas, a música que expressa o olhar
sobre o mundo e a expressividade transcendente, que é o único meio através do qual a “realidade
última” poderia ser contemplada levou os modernistas a avançar na demanda de novos
horizontes.
Compositor alemão conhecido pelos seus 250 lieder (escritos entre 1887 e 1897)
Adapta métodos Wagnerianos ao Lieder.
Escreveu igualmente para piano, música de câmara, orquestra, coro e apenas uma ópera "Der
Corregidor" (1896).
Os seus lieder foram compostos maioritariamente entre 1887 e 1897, e encontram-se publicados
em 6 coletâneas principais em que cada uma é dedicada a um poeta, ou conjunto de poetas.
53 lieder sobre poemas de Edward Mörike (1889)
20 lieder sobre poemas de Eicher Dorff (1889)
51 lieder sobre poemas de Goethe (1890)
Spanisches Liederbuch (1891)
Italianisches Liederbuch (1892-1896)
3 lieder sobre poemas de Miguel Ângelo com tradução alemã (1898)
Ópera : Após a estreia de duas óperas não apreciadas, Strauss compôs “Salomé” em 1905.
3. Impressionismo e simbolismo
Impressionismo – movimento artístico associado à pintura francesa a partir de 1860
Pintores: Monet, Manet, Renoir
Procura captar uma impressão/momento;
Objectos do dia-a-dia ou paisagens: a forma como a luz os transforma é o mais importante;
Pintura pouco precisa, traço largo;
Na música: forma de compor que procura evocar estados de espirito, impressões, atmosferas,
através da harmonia e das cores sonoras;
Títulos sugestivos
Difere da música programática pois não procura exprimir emoções, ou desenvolver um programa
Alusão e expressão moderada dos sentimentos de forma distanciada, opondo-se às efusões
diretas, energéticas e profundas do romântico.
As obras orquestrais: formação instrumental alargada, a qual está na origem de uma grande
variedade de cores tonais e de texturas.
A influência de Debussy
As transformações introduzidas na harmonia e na orquestração aliadas a uma conceção centrada
nas características intrínsecas do som, tornaram-no um dos mais influentes compositores de toda
a História da Música ocidental.
Nocturnos (1899)
3 andamentos que sugerem temas noturnos. Nuages/Fetes/Sirens.
La Mer (1905)
Invoca os movimentos do mar.
Estuda no conservatório de Paris mas as suas obras não são consideradas promissoras
Vivia do seu trabalho como pianista nos Cabarets de Paris
Com 40 anos vai para a Schola Cantorum aprender contraponto com Albert Roussel
Gymnopedies (1888)
Peça para piano – orquestrada mais tarde
Música estática – desafia as convenções do romantismo (expressividade e individualidade)
ao não oferecer variedade.
Sonate Bureaucratique (1917)
Peça para piano
La valse (1920)
ritmos de uma valsa vianense;
peça orquestral;
reflecte a agitação do pós-guerra
Bolero (1928) –
características espanholas
SÉCULO XX
Marcado por 2 grandes guerras mundiais, e pela implantação de regimes ditatoriais na Europa.
Estes regimes ditatoriais vêm a travar as muitas experiências culturais e políticas pelas quais o
mundo atravessava.
A Natureza radical das obras escritas neste período, entre 1910 e 1930 foi apelidada de “Nova
Música”. Consistiu numa rejeição quase total dos princípios consagrados de tonalidade, ritmo,
forma, entre outros.
Entre 1930 e 1950 os compositores começam a trabalhar numa síntese das duas realidade, o
antes e o pós-guerra. Com os regimes ditatoriais da Rússia e Alemanha a censura procurou
resguardar o público da “Nova Música”.
Modernismo:
Conceito que se estendeu a todas as artes. Fim das convenções antigas e surgimento de novas
correntes, tais como o expressionismo, cubismo e abstrato. Não pretendia agradar o público no
primeiro impacto. No início do século XX os novos compositores sentiram a necessidade de
romper de forma radical as convenções do passado de modo a distinguiram-se do que até então
tinha sido composto.
2. Música Atonal
Renúncia do centro tonal – dissonância = consonância
Música não baseada nas relações harmónicas e melódicas à volta de um centro tonal;
Qualquer combinação de notas pode formar um acorde – que não tem de ser preparado nem
resolvido – a dita "Emancipação da dissonância” (habituação gradual do ouvidos à dissonâncias)
1908-1923 – período de escrita atonal por Schoenberg
O abandono do centro tonal veio acompanhado do abandono da estrutura formal – mais liberdade
criativa.
Schoenerg defende que foi a evolução lógica, pois a tonalidade já se estava a esgotar ; a escrita
tonal já estava recheada de dissonâncias (às quais o ouvido já se tinha habituado) e, como já
tinha sido concluído, o sistema tonal é algo “natural” para o mundo ocidental – sistemas mais
antigos e orientais regem-se por outras regras; mesmo o argumento da série de harmónicos (6
primeiros formam uma tríade maior) deixa de ter o mesmo impacto, pois também é defendida a
ideia de que todos os sistemas estão sujeitos a desgaste e à constante renovação.
(valor da harmonia e da tonalidade que era um dado adquirido, foi posto em causa)
Esta técnica foi aplicada em géneros e formas clássicas. No final da carreira (anos 30/40’s)
Schoenberg voltou a escrever música tonal como modernista.
No ensaio “My evolution” Schoenberg agradece a Zemlinsky, dizendo que foi um “brahminism” até
o conhecer e que o considera um excelente compositor
A sua posição no meio da música relacionado com o seu estilo de composição estableceram um
conflito com as tradições clássicas, mudando o curso da música do século XX. A sua música foi o
centro da produção modernista, apesar de não ser do agrado da maioria do público. Criou-se uma
grande divisão entre espectadores e conhecedores. Schoenberg, A.Berg e Webern (todos naturais
de Viena), ficaram conhecidos como a 2a Escola de Viena.
Dodecafonismo - escolhe séries que lembram acordes e progressões tonais; mais preocupada
com o “sentimento” que a técnica quando comparado com os seus contemporâneos
Suite lírica para quarteto de cordas (1906)
Homenagem à Sinfonia Lírica de Zemlisnky
Pós-Guerra
Ressurgir da linguagem dodecafónica. Utilização do serialismo integral: serialismo das notas,
texturas, ataques e dinâmicas. Weber: defesa da pureza do idioma. “Non Gra” (Stande Nell):
Abandonou os paradigmas do passado. Cursos de Darnstadt. Obras como Schoenberg est mort
(Boulez). A referência do Serialismo afixa de ser Schoenberg e passa a ser Webern.
Stunde Null
Surge do sentimento vivido pela coluna germânica que havia saído e se sentia derrotada. Tinham
que recomeçar e rejeitar o passado monstruoso do holocausto. Na música foi necessário tornar a
escrita em algo abstrato, o levou à adopção do estilo de Webern pois não podia ser influenciada
por visões políticas devido à sua forma.
Apareceram no pós-guerra publicações acerca da segunda escola de viena que revelavam um
fanatismo e devoção imensos. O dodecafonismo e o serialismo acabam por ser o estilo dominante
no pós guerra entre compositores “sérios” da Europa Ocidental e América.
Cada vez mais distinção entre música de entretenimento e a música séria – sendo que a última se
tornou cad vez mais elitista, dispensando o público normal e dando preferência aos conhecedores
de música e à imprensa.
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“Darmstadt”
Em 1946 surgiram os cursos internacionais para a nova música em Darmstadt.
Foram fundados por Wolfgang Steinecke e W.Further e financiado pelo governo Americano
Tinha como princípios o reeducar o povo alemão e disseminar os valores e a cultura americana
reunindo músicos de territórios fascistas e reeducando de acordo com os “novos” estilos e teorias
que tinham sido proibidas. Nos primeiros anos participaram muitos músicos americanos ou que
estavam lá exilados como Copland e P.Hindemith.
O “pai” do curso é Webern – devido à sua técnica serial.
A partir de 1949 passou a ser dirigida por alemães e a partir de 1955 as figura dominantes eram
Pierre Boulez (-2016) e Bruno Maderna (1920-73) e Stockhausen (1928-2008)
Boulez via-se como autoridade suprema; desdenhava tudo o que não era Weberniano; a estética
tournou-se parte da instituição; quase devoção divina
Ironia referida por taruskin – no espaço de liberdade e refúgio onde não deviam haviam restrições
(pois era o contrário da Rússia) tinha imensas.
Manifesto “Schoenberg est mort” de Pierre Boulez, em 1952, adopta que quem não tinha
experienciado a necessidade do dodecafonismo ou serialismo não tinha utilidade.
Trabalhos
Neo-clássico: movimento estilístico batizado entre 1910 e 1950. Compositores revivem e imitam
o estilo, géneros e formas do pré-romântico, em particular do século XVIII. Recusa as
complexidades emocionais do romantismo.
-Puncinella: obra de 1914 é escrita tendo em conta as formas do período barroco. É uma
orquestração das peças de Pergolesi.
-Sinfonia para instrumentos de sopro (1920)
-The Roke's Progress (1951): Stravinsky atingiu o apogeu do Neo-clássico com a escrita desta
ópera.
-Sinfonia dos Salmos: composta em 1930 é constituída por três andamentos. Obra para coro e
orquestra com textos bíblicos presentes nos salmos bíblicos. Omite violinos, violas e clarinetes.
Stravinsky vs Schoenberg: devido à utilização de centros tonais Stravinsky tinha maior preferência
do público.
Período serial: durou cerca de 20 anos, entre 1951 e 1971. Nos anos 50 o Dodecafonismo
estendeu-se para o Serislismo.
- In Memoriam, Dylan Thomas: composto em 1954 é um ciclo de canções
- Thremi (1957): baseado nas lamentações de Jemerias
- Movements (1959): para piano e orquestra
A diversidade de estilos e conceitos entre guerras mundiais continua elevada pois os
compositores procurava, soluções individuais para conseguirem um lugar no já vasto repertório.
Em alguns países a procura musical esteve reprimida pelas ideologias políticas, principalmente na
Alemanha e Rússia em cerca 1930 pelo Partido Nazi e o Comunismo Russo. Apesar da
instabilidade política da época em alguns países havia um apoio às actividades musicais, sendo
assim introduzida a música no curriculum das Escolas públicas. O método de ensino adoptado foi
o de Kodály, estando assim presente nas escolas europeias e norte europeias.
Após a 1a Guerra Mundial (1914-1918), os nacionalistas redefiniram que a justiça francesa em
clássica em oposição com o Romantismo germânico. O Neoclassicismo prevalece em França com
a adopção de géneros e formas, centros tonais e rejeição dos excessos e das emoções do
Romantismo.
- Quarteto para o fim dos tempos (1941): violino, clarinete, violoncelo e piano. Tocado por
presos e o compositor num campo de detenção militar alemão.
- Sinfonia Turangalila: obra com 10 andamentos. Utiliza ondas de martanot.
Flutuação Harmónica consiste num método harmónico baseado num crescente de dissonâncias e
regresso progressivo à consonância.
4. Edgard[Edgar] Varèse
(Paris,1883- Nova Iorque, 1965)
1953 – Varèse recebe um gravador de bobines Ampex de um dador anónimo; pode finalmente
trabalhar na visão que tem há 40 anos; começa a recolher sons para Déserts – cujas partes
instrumentais estavam em progresso desde 1950.
1954 – completa Déserts nos estúdios da Radiodiffusion-Télevision Française, que fazem uma
transmissão em directo pela rádio (em Paris); primeira transmissão em directo feita pela radio
francesa.
1958 – é estreada a peça Poème électronique na Feira Mundial em Bruxelas; a peça para eletrónica
e imagem era uma instalação com mais de 400 colunas no pavilhão Le Courbisier-Xenakis e foi
ouvida e vista por mais de dois milhões de visitantes ao longo dos seis meses da feira.
7. Arvo Part
The new style first appears in a short piece for piano, Für Alina (1976), followed soon by
masterpieces like Cantus in Memory of Benjamin Britten (1977), Fratres (1977), Tabula rasa
(1977) and Spiegel im Spiegel (1978).
A Chacona para violino e orquestra contém ideias presentes na trilha sonora original. O tema
apaixonado de Anna Rudolfi é sobreposto a um conjunto padronizado de acordes repetidos, com
ou sem variações, ao longo da obra. A manutenção de um padrão que se repete é característica
da chacona, gênero de dança que se vale da técnica de variação sobre uma sequência inalterada
de baixos. Devido a esse traço de manutenção e diferença, a chacona mostrou-se perfeita para a
proposta de compor uma música capaz de ligar todas as cenas do filme com uma mesma ideia,
mas modificando-se de acordo com o lugar do mundo e o momento histórico representado.
Também o caráter sério e dramático da dança revelou-se ideal na composição da narrativa em
que um instrumento é assombrado pelo amor e pela desgraça de um homem perdido na história.
Corigliano fez surgir, da combinação do intenso tema romântico com os acordes da chacona, uma
série de estudos virtuosísticos para violino solo.
A escolha de John Corigliano para compor a obra mostrou-se tão acertada que a crítica
especializada reconheceu a música como a maior conquista do filme. Corigliano já havia
composto duas trilhas sonoras: para os filmes Viagens alucinantes, de Ken Russel (1980), e
Revolução, de Hugh Hudson (1985). Versátil, o compositor transita pelas mais diversas formas
musicais. Apropria-se de estilos diversos que trata imaginativamente, combinando-os,
frequentemente, numa mesma obra. Declara que se tornou compositor por não ter recebido em
Columbia o preceito fundamentalista, tão difundido academicamente, de que “há apenas uma
forma de compor”. A variedade de sua poética está marcada em seus três momentos. Entre 1963
e 1976, encontra-se fortemente influenciado pela “clara sonoridade americana de Barber,
Copland, Harris e Schuman”. A partir de 1977, explora as técnicas tonais, microtonais, de timbre,
seriais e aleatórias. Recorre também a textos e imagens visuais para o planejamento de suas
obras. A partir da década de 1990, envolve-se com uma música mais próxima da linguagem
midiática, retorna a linguagens nostálgicas e explora o uso cênico do palco e do seu exterior. O
ecletismo que pratica decorre de sua formação e de sua prática pedagógica. Estudou composição
com Otto Luening em Columbia. Trabalhou como programador musical da rádio do New York
Times. Foi diretor e produtor musical em um projeto de Leonard Bernstein e professor na
Manhattan School, na Juilliard School e no Lehman College, CUNY. John Corigliano fez de sua
própria história um trabalho de composição formal que, assim como a chacona, varia a superfície
da expressão – sua linguagem, sem modificar a mais profunda das estruturas de sua obra – a
permanente comunicação com o público.
EXTRAS
Guido Adler
Nasceu a 1 de Novembro de 1855 em Moravia e faleceu a 15 de Fevereiro de 1941, Vienna.
Guido era um escritor e musicologista Boémio-Austríaco. Adler foi um dos fundadores da
musicologia como disciplina (Musikwissenschaft). Foi um dos primeiros estudiosos da música a
reconhecer a relevância dos fatores socioculturais para a música (Musiksoziologie),
proporcionando assim um contexto mais amplo para a crítica estética que, com a biografia, foi o
principal foco da bolsa de música do século XIX. O estudo empírico foi para ele a parte mais
importante da disciplina. Sua própria ênfase foi sobre a música da Áustria, especificamente a
música da Primeira Escola Vienense: Haydn, Mozart.
Ciências Musicais Históricas e Sistemáticas, 1885
Prokofiev (1891-1953)
Inicialmente conhecido por Radical Modernista após a revolução russa estabeleceu-se nos EUA e
Europa ocidental onde compôs música para piano, O Amor das 3 Laranjas (1921). Em 1936 volta
à Rússia onde recebe várias encomendas entre as quais o ballet Romeu e Julieta (1936) e a obra
O Pedro e o Lobo (1936), estória narrada para crianças com orquestra.
Cordas: Foi o naipe onde mais se conservou o design e desenvolvimento neste período. Os novos
instrumentos feitos agora seguem os padrões do século XIX ( estabilidade da manufacção e da
satisfação dos utilizadores). A utilização de novos materiais e materiais sintéticos nas cordas:
maior poder musical e durabilidade (substituem quase na totalidade as cordas de tripa, utilizadas
quase só para performances de época).
Madeiras: Desde os desenvolvimentos de Boehm na forma cónica das flautas não houve outros
grandes desenvolvimentos. Certos construtores como Lot, Godefroy e Bonneville deram origem a
marcar ainda em uso hoje em dia. Algumas alterações no design mas poucas no seu carácter
básico. Existe pouca valorização dos instrumentos de época, excepto os saxofones. A altura para
afinação foi mudando e só no último século se chegou a um consenso, em 1939 em Londres, se
estabeleceu o lá=440 Hz como a Altura Standard Internacional. As diferenças de tons nos
instrumentos de palheta levava a que fossem necessários vários instrumentos, sendo que a
escolha de palheta e a construção eram importantes. Por exemplo entre a construção alemã e a
francesa, mais acentuada no fagote. A utilização de materiais sintéticos resultou também numa
maior confiança e rentabilidade na produção. A Ebonite (borracha natural vulcanizada) foi
introduzida como alternativa à madeira com algum sucesso, sendo que num futuro haverá maisor
desenvolvimento dos materiais sintéticos pela escassez de madeira.
Metais: Naipes onde se foi querendo mais poder que resultou nas trompas com válvulas e no
desaparecimento dos trombones ingleses. Novos sistemas como a trompa dupla (a utlizada hoje
em dia), fornece uma melhor afinação e conforto nos registos, e a clareza e projecção que o
instrumentista precisa. Surge o trompete piccolo surgiu (desejo de tocar em registos mais agudos
dentro das novas dinâmicas da orquestra) conseguindo assim tocar notas bastante agudas mas
que para o instrumento eram harmónicos pequenos, melhorando o ataque, a afinação e o
equilíbrio dinâmico. Surge o trompete baixo, no outro lado do espectro sonoro (Tocado por um
trombonista por causa do tamanho do bocal). Desenvolvimentos nas ligas metálicas,
componentes de mola e lubrificantes contribuíram para a facilidade de tocar. Utilização dos
sistemas de válvulas e pistons, que já estão associados a determinados instrumentos.
Percussão: Introdução de novos instrumentos como wood blocks, pratos, tubular bells, vários
gongos, e nas lâminas o xilofone e glockenspiel. Muitos destes instrumentos aparecem como
consequência do estudo de outros instrumentos de outras culturas colonizadas no mundo.
Teclado: Algumas mudanças a nível mecânico nos pianos, mas gradualmente e de menor
relevância. Foi uma fase de crescimento internacional na construção de pianos (Steinway,
Yamaha, Bosendorf). A celesta foi introduzida em 1886 por August Mustel, que aplicou a
mecânica do teclado e martelos do piano ao glockenspiel, aliada a uma caixa de ressonânca de
madeira, que produz um som de frequências altas mas com as fundamentais mais ressonantes de
qualidade macia. Foi utilizado pela primeira vez por Tchaikovsky no “quebra Nozes” (1892). O
ondas martenot apareceu em 1928, que combinava o princípio electrónico do theremin ao teclado,
resultando no mesmo som etéreo mas com uma afinação mais certa. Uma utilização particula
deste instrumento foi em Turangalila, de Messiaen em 1948.
Paul Dukas
Entre os contemporâneos de Ravel em França, Paul Dukas (1865-1935) e Albert Roussel (1869-
1937) são especialmente notáveis. Dukas dedicou-se ao ensino, tendo sido professor no
Conservatório de Paris. Este deixou um pequeno espólio das suas composições, entre as quais o
poema Sorcerer's Apprentice é mais conhecido. A sua ópera Ariane et Barbe-bleue (1907) foi
altamente apreciada tanto em França como em Áustria, onde foi realizada em 1908. É marcada
por sonoridades de tons inteiros e um estilo brilhante de orquestração
Albert Roussel
Estudante de Vincent d'Indy. Entre os seus alunos estavam Erik Satie e Edgard Varese. Este
destacou-se nas suas composições para orquestra, para a qual ele escreveu de uma maneira
poderosamente direta. As suas sinfonias utilizam a técnica do retorno cíclico de temas como as de
seu professor d'Indy, e contêm um vigor rítmico e uma cor orquestral brilhante que lembra Ravel e
Prokofiev.
Luciano Berio
Nasceu a 24 de Outubro de 1925 em Itália. Iniciou os seus estudos musicais muito cedo, com o
seu avô e com o seu pai, que eram ambos pianistas.
Em 1945 ingressa no conservatório “Giuseppe Verdi” em Milão onde estuda Composição e
Direção. Desde o início dos anos cinquenta que é reconhecido como um dos compositores de
vanguarda. Neste período compõe obras como Cinque Variazioni (1953) para piano, Chamber
Music (1953) para voz feminina, clarinete, violoncelo e harpa, Nones (1954) para orquestra e
Serenata (1957) para flauta e catorze instrumentos.
Em 1954, Berio e Bruno Maderna criam o primeiro estúdio italiano de música eletrónica na sede
da RAI Milan, que ficou conhecido como Studio di Fonologia Musicale. Foi neste estúdio que Berio
fez as suas primeiras experimentações com misturas de sons artificiais e acústicos e explorou
relações entre as palavras e o som. Estas experimentações mantêm-se nos anos 60 e resultam
em obras como Tempi Concertati (1959) para quatro solistas e quatro orquestras. A sua mulher,
Cathy Berberian, contribuiu para o interesse do compositor na voz feminina, que por sua vez
gerou imensas obras vocais como Epifanie (1960), Circles (1960) e Sequenza III (1965).