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Pós-Romantismo

Apesar da aparente estabilidade dos últimos 30 anos do século XIX o início do século XX ficou
marcado por uma agitação social é um tensão internacional crescente que culmina com a 1a
Guerra Mundial.
Musicalmente foi um período onde se manifestaram muitas tentativas de inovação e foi o fim das
convenções nas matérias da tonalidade, concebidas nos séculos XVIII e XIX.

Maximização: Deu-se entre 1890 e 1914 nas terras germânicas, no “fin de siècle”: vem reflectir
os pressentimentos apocalípticos do tempo. É caracterizado extensão da duração da obras,
amplificação do volume, textura complicada e a tolerância da dissonância – representa a tensão
emocional - e o adiamento da sua resolução – maximiza a atenção/participação do ouvinte na tensão
emocional, bem como a intensificação dos temas expressão emocional e/ou sensualidade.

Weltanschauungmusik: termo dado por Rudolf Stephan que tem como representante máximo:
Mahler. Serve para caracterizar a massa de obras germânicas, a música que expressa o olhar
sobre o mundo e a expressividade transcendente, que é o único meio através do qual a “realidade
última” poderia ser contemplada levou os modernistas a avançar na demanda de novos
horizontes.

Hugo Wolf (1860-1903)

Compositor alemão conhecido pelos seus 250 lieder (escritos entre 1887 e 1897)
Adapta métodos Wagnerianos ao Lieder.
Escreveu igualmente para piano, música de câmara, orquestra, coro e apenas uma ópera "Der
Corregidor" (1896).
Os seus lieder foram compostos maioritariamente entre 1887 e 1897, e encontram-se publicados
em 6 coletâneas principais em que cada uma é dedicada a um poeta, ou conjunto de poetas.
53 lieder sobre poemas de Edward Mörike (1889)
20 lieder sobre poemas de Eicher Dorff (1889)
51 lieder sobre poemas de Goethe (1890)
Spanisches Liederbuch (1891)
Italianisches Liederbuch (1892-1896)
3 lieder sobre poemas de Miguel Ângelo com tradução alemã (1898)

Gustav Mahler (1860-1911)

Nasce na Boémia (Austro-Germânico)


Para além de compositor era um reconhecido maestro. Foi diretor da ópera da corte de Viena
entre 1897 e 1907, maestro da Metropolitan Opera em Nova Iorque entre 1907 e 1910, e da New
York Philharmonie entre 1909 e 1911.
Compõe 9 sinfonias, tendo a 10a ficado incompleta, e 5 ciclos de Lieder orquestral.
Importante compositor de sinfonias (após Brahms e Bruckner)
Sinfonias: Longas, formalmente complexas e com grande orquestração; recurso a materiais das
suas canções
Ávido Wagneriano mas respeita Brahms
Sinfonia nº1, «Titã» (1887-88) – 4 andamentos (originalmente 5); estreia em Budapeste.
Sinfonia nº5 (1901-02) – 5 andamentos
Das Lied von Erde (1908) – Canção da Terra - Ciclo de 6 poemas chineses, traduzidos por
Hans Bethge "A flauta chinesa"; Obra para barítono e alto, solistas e orquestra; Intercala a alegria
da vida com a tristeza da morte e o fim da alegria e beleza.

Richard Strauss (1864-1949)


Proeminente figura na produção musical germânica.
Foi maestro e ocupou lugares de chefia de grandes óperas a nível mundial.
É reconhecido pelos seus Lieder, Poemas Sinfónicos (escritas quase todas antes de 1900) e
óperas (escritos principalmente depois de 1900)

Poemas Sinfónicos: 2 tipos de programa (distinção nem sempre é clara)


Programas filosóficos (campo genérico das ideias e das emoções sem narrar episódios
particulares)
- Also sprach Zarathustra (1896): Comentário musical à obra de Friedrich Nietzshe

Programa descritivo (ilustração musical de episódios não musicais)


- Don Juan (1889): 1a Grande obra da sua maturidade - permitiu estabelecer a sua
repetição; Descreve a vida de Don Juan, desde os momentos amorosos à sua morte, no final da
vida;

Ópera : Após a estreia de duas óperas não apreciadas, Strauss compôs “Salomé” em 1905.

Salomé (estreado a 1905)


1 ato, 4 cenas
Libreto adaptado da peça de Oscar Wilde (com base num texto bíblico – mas com
diferenças)
Tanto a peça como a ópera se centram muito na perversidade sexual e imoralidade;
Criou uma harmonia complexa e dissonante que inspirou compositores que o sucederam;
Leva ao máximo as dissonâncias dentro da tonalidade;
Usa os polos estabilidade vs instabilidade, tensão vs resolução
História: 1. Salomé é enteada do rei Herodes (e não sobrinha);
2. É uma jovem de beleza inigualável que leva os pretendentes a matarem-se por
ela, que não se interessa por nenhum;
3. Fica obcecada com S. João Baptista que a repudia quando ela lhe pede um beijo;
4. Dança a “Dança dos Sete Véus” para Herodes que em troca promete oferecer-
lhe o que ela mais desejar.
5. Salomé pede a cabeça de S. João Baptista, não em defesa da honra da sua mãe
Herodias e da sua, mas como forma de consumar e vingar a sua paixão repelida.
6. Dança de forma orgástica com a cabeça cortada de S. João Baptista beijando-lhe
a boca. Herodes, escandalizado e nauseado pela sua necrofilia, ordena que a matem
imediatamente.

Outras óperas: Elektra (1906-08); Das Rosenkavalier (1910)

França – centro de inovação cultural

1871 – Fundação da Sociedade de Música Francesa (por Fauré)


- Estimular a atividade dos compositores nacionais com a apresentação de obras
ao público
- Inspirar-se no folclore tradicional e na música nacional do passado

1864 – Fundação da Schola Cantorum


- Início dos estudos musicais
- Focava-se sobretudo na ópera

2 (3) Linhas de Evolução séc XIX

1.Tradição da música cosmopolita


- Ligada a César Franck e seus discípulos
- Formas básicas e ortodoxas (sinfonias, poemas sinfónicos, sonatas)
- Textura fundamentalmente homofónica, com alguns elementos contrapontísticos.
- Idealismo religioso e crença na sociedade de missão social do artista;

Sinfonia em Ré menor, César Franck..


- Ano de composição: 1886-1888.
- Andamentos: 3.
- Instrumentação: Orquestra sinfónica.

2.Tradição exclusivamente Francesa/conservadora


- Linha seguida por Saint- Saens e Fauré;
- Música assenta na conceção da música como forma sonora, por oposição à
conceção romântica da música como expressão;
- Ordem e contenção são fundamentais – resulta em música lírica e de dança, não
dramática ou épica;

Gabriel Fauré (1845-1924)


Fundador da Sociedade Nacional de Música Francesa,
Estudou com Saint-Saëns.
Foi professor e mais tarde diretor do Conservatório de Paris até 1920, que acabou por deixar
devido à sua surdez.
Não é sua escrita para orquestra não é considerada brilhante, mas foi muito reconhecido pelas
suas canções.

3. Impressionismo e simbolismo
Impressionismo – movimento artístico associado à pintura francesa a partir de 1860
Pintores: Monet, Manet, Renoir
Procura captar uma impressão/momento;
Objectos do dia-a-dia ou paisagens: a forma como a luz os transforma é o mais importante;
Pintura pouco precisa, traço largo;

Simbolismo – movimento literário que surge nos anos 1880/90


Escritores: Baudelaire, Mallarmé, Verlaine
Significado indistinto pela sintaxe irregular, metáforas inesperadas e ênfase na sonoridade
e ritmo das palavras; temas retratados têm muitas vezes carácter sensual.
Apreciam a música por conseguirem sugerir emoções e associações mais livremente que
a palavra, que já tem um significado a si associado.
Apreço por Wagner e a arte total;

Na música: forma de compor que procura evocar estados de espirito, impressões, atmosferas,
através da harmonia e das cores sonoras;
Títulos sugestivos
Difere da música programática pois não procura exprimir emoções, ou desenvolver um programa
Alusão e expressão moderada dos sentimentos de forma distanciada, opondo-se às efusões
diretas, energéticas e profundas do romântico.

Claude Debussy (1862-1918)

Iniciou os seus estudos aos 10 anos no conservatório de Paris.


Veio a ganhar o Prix de Roma, onde trabalhou 2 anos.

Admirava Wagner, contudo não seguiu os seus ideais.


Desejo de reestabelecer um estilo de composição francês livre das influências germânicas;
Inspiração nos compositores russos, música medieval, e asiática - utilização de escalas exóticas,
tais como escalas de tons inteiros, pentatónicas e octatónicas.
Títulos sugestivos.
Calma aparente na resolução da harmonia -
Procura de uma nova cor orquestral utilizando uma grande orquestra, mas contenção no seu uso,
e motivos associados a instrumentos particulares.
Conjugou influências da tradição francesa, da música medieval e asiática.
O idioma resultante é caracteristicamente “seu”.
Muitas vezes, a música de Debussy é designada como impressionista. Contudo, encontra-se mais
próxima dos desígnios do simbolismo.
Temas: regiões exóticas, visões fantásticas, natureza;

Música para piano: algumas de natureza abstracta

As obras orquestrais: formação instrumental alargada, a qual está na origem de uma grande
variedade de cores tonais e de texturas.

Canções para voz e piano e música para palco:


Canções sobre textos de alguns poetas franceses;
Música para projetos dramatúrgicos (ex. bailado e ópera)

A influência de Debussy
As transformações introduzidas na harmonia e na orquestração aliadas a uma conceção centrada
nas características intrínsecas do som, tornaram-no um dos mais influentes compositores de toda
a História da Música ocidental.

Prélude à “L’ après-midi d’un Faune” (1894)


Inspirado pelo poema de Mallarmé. Invoca estados de espíritos ao invés da
expressividade.

Nocturnos (1899)
3 andamentos que sugerem temas noturnos. Nuages/Fetes/Sirens.

La Mer (1905)
Invoca os movimentos do mar.

Images (1905-1912) - dedicado à sua filha


1- Gigues.
2- Ibéria
3- Rondes des Printemps

Erik Satie (1866-1925)

Estuda no conservatório de Paris mas as suas obras não são consideradas promissoras
Vivia do seu trabalho como pianista nos Cabarets de Paris
Com 40 anos vai para a Schola Cantorum aprender contraponto com Albert Roussel

Canções, peças de piano e música dramática (ex.bailados)


Melodioso, simples e não pretensioso
Música repetitiva e livre harmonicamente
Segundo Stravinsky – linguagem firme e precisa (ao contrários dos restantes impressionista)

Gymnopedies (1888)
Peça para piano – orquestrada mais tarde
Música estática – desafia as convenções do romantismo (expressividade e individualidade)
ao não oferecer variedade.
Sonate Bureaucratique (1917)
Peça para piano

Maurice Ravel (1875-1937)

A carreira de Ravel a muito se assemelha com a de Claude Debussy.


Característico pela utilização de formas tradicionais, melodias diatónicas e harmónicas complexas,
na essência da linguagem tonal.
Para além de compor nas formas clássicas e outras com influência de música erudita do passado
(presente em “Pavane pour une infante défunte” e “Tombeau de Couperin”)
Incorpora tradições populares de outros países.

Daphnis et Chloé (1909-12)


Bailado em 1 ato
Encomenda para os Ballets Russes
Baseado num romance pastoral de um poeta grego (séc II)

La valse (1920)
ritmos de uma valsa vianense;
peça orquestral;
reflecte a agitação do pós-guerra

Concerto para a mão esquerda (1929-30)


jazz

Bolero (1928) –
características espanholas

SÉCULO XX
Marcado por 2 grandes guerras mundiais, e pela implantação de regimes ditatoriais na Europa.
Estes regimes ditatoriais vêm a travar as muitas experiências culturais e políticas pelas quais o
mundo atravessava.
A Natureza radical das obras escritas neste período, entre 1910 e 1930 foi apelidada de “Nova
Música”. Consistiu numa rejeição quase total dos princípios consagrados de tonalidade, ritmo,
forma, entre outros.
Entre 1930 e 1950 os compositores começam a trabalhar numa síntese das duas realidade, o
antes e o pós-guerra. Com os regimes ditatoriais da Rússia e Alemanha a censura procurou
resguardar o público da “Nova Música”.

Modernismo:
Conceito que se estendeu a todas as artes. Fim das convenções antigas e surgimento de novas
correntes, tais como o expressionismo, cubismo e abstrato. Não pretendia agradar o público no
primeiro impacto. No início do século XX os novos compositores sentiram a necessidade de
romper de forma radical as convenções do passado de modo a distinguiram-se do que até então
tinha sido composto.

Arnold Schoenberg (1874-1951)


Nasceu em Viena, filho de um comerciante judeu.
Foi praticamente autodidata.
Em 1903 regressa à Viena, onde começa a dar aulas a Alban Berg e Anton Webern (2º escola de
viena 1903-1925, altura em que Schoenberg se muda para Berlim)
Desenvolveu dois dos mais importantes conceitos da época: Atonalidade (Música que evita
centros tonais) e Pantonal (música que utiliza todos os sons).
Em 1923 apresenta método para a organização sistemática dos 12 tons chamado de
Dodecafonismo
Pode se dividir a sua obra em três períodos:
1. Pós romântico, que engloba música tonal:
Verkläcke Nacht (1899): Sexteto de cordas em estilo cromático seguido o exemplo de
Tristão e Isolda. (influência de Wagner e Brahms)
Pelleas und Melisande (1903) Influência de Mahler e Strauss
Kammersymphonie op.9 (1906) – o expoente da primeira fase (segundo Schoenberg no
texto “My Evolution”)

2. Atonalismo/expressionismo (1908-1923) – ritmo e contraponto mais complexo; composiçºoes


mais compactas

Cinco peças orquestrais op.16 (1909)

Erwartung op. 17 (1909)


ópera com apenas uma personagem (soprano), gostos exagerados e utilização excessiva de
dissonâncias ; não há temas ou referências a formas tradicionais.

Pierrot Lunaire, op.21 (1912)


ciclo de 21 canções do poeta simbolista belga Albert Giraud.
Instrumentação: Voz, flautim, flauta, clarinete, clarinete baixo, violino, viola, violoncelo e
piano

3. Dodecafonismo – sistema de 12 tons relacionados entre si

Variações para orquestra. Op.31 (1928)

2. Música Atonal
Renúncia do centro tonal – dissonância = consonância
Música não baseada nas relações harmónicas e melódicas à volta de um centro tonal;
Qualquer combinação de notas pode formar um acorde – que não tem de ser preparado nem
resolvido – a dita "Emancipação da dissonância” (habituação gradual do ouvidos à dissonâncias)
1908-1923 – período de escrita atonal por Schoenberg
O abandono do centro tonal veio acompanhado do abandono da estrutura formal – mais liberdade
criativa.
Schoenerg defende que foi a evolução lógica, pois a tonalidade já se estava a esgotar ; a escrita
tonal já estava recheada de dissonâncias (às quais o ouvido já se tinha habituado) e, como já
tinha sido concluído, o sistema tonal é algo “natural” para o mundo ocidental – sistemas mais
antigos e orientais regem-se por outras regras; mesmo o argumento da série de harmónicos (6
primeiros formam uma tríade maior) deixa de ter o mesmo impacto, pois também é defendida a
ideia de que todos os sistemas estão sujeitos a desgaste e à constante renovação.

(valor da harmonia e da tonalidade que era um dado adquirido, foi posto em causa)

Expressionismo (1910-1925): corrente de várias artes na região austro-germânica


Representação de experiências introspectivas;
Desenvolveu-se a partir do romantismo mas difere pelo tipo de experiência que escolhe
representar e a forma como a representa
Representação de objectos/pessoas reais de forma distorcida e intensa
Procura explorar um lado mais obscuro da vida urbana, das pessoas que vivem sobre pressão,
ansiedade, isolada, atormentadas, etc.
Música: Schoenberg (Erwartung, Pierrot Lunaire) e Berg (Wozzeck) são os expoentes da corrente
– não tentam criar música agradável ou natural
3.Dodecafonismo
Método de composição apresentado em 1923 por Schoenberg;
É utilizada uma série de 12 tons que estão relacionados entre si (escolhidos pelo compositor)
Os tons podem ser utilizados sucessivamente (melodia) ou simultaneamente
(harmonia/contraponto) em qualquer oitava e com qualquer ritmo;
Com base na série original pode se utilizar variações, sendo elas a inversão (dos intervalos) e os
retrógrados, tanto do original como da inversão, podendo ainda ser transposto para qualquer tom.
O compositor deve usar os doze tons por ordem antes de usar outra das suas variações
novamente. Uma das formas para se criarem as inversões, etc é através da construção de uma
matriz.
Limitada? Forma matemática retira um pouco da liberdade
Crítico acusam a música de ser demasiado intelectual e artificial (acusações a que Schoenberg
era sensível)

Esta técnica foi aplicada em géneros e formas clássicas. No final da carreira (anos 30/40’s)
Schoenberg voltou a escrever música tonal como modernista.

No ensaio “My evolution” Schoenberg agradece a Zemlinsky, dizendo que foi um “brahminism” até
o conhecer e que o considera um excelente compositor

A sua posição no meio da música relacionado com o seu estilo de composição estableceram um
conflito com as tradições clássicas, mudando o curso da música do século XX. A sua música foi o
centro da produção modernista, apesar de não ser do agrado da maioria do público. Criou-se uma
grande divisão entre espectadores e conhecedores. Schoenberg, A.Berg e Webern (todos naturais
de Viena), ficaram conhecidos como a 2a Escola de Viena.

Alban Berg (1885-1935)


Pupilo de Schoenberg.
Adopta s métodos de composição de Schoenberg mas tenta incluir na música gestos mais
expressivos como na tradição de Mahler e Strauss.
União do novo estilo com o passado

Wozzeck (1925): ópera expressionista,


A música é atonal, mas não dodecafónica. Utiliza leitmotives para identificar as
personagens principais.

Dodecafonismo - escolhe séries que lembram acordes e progressões tonais; mais preocupada
com o “sentimento” que a técnica quando comparado com os seus contemporâneos
Suite lírica para quarteto de cordas (1906)
Homenagem à Sinfonia Lírica de Zemlisnky

Anton Webern (1883-1945)


Começou a estudar com Schoenberg na mesma altura que A.Berg ( e quase o oposto deste)
Estudou musicologia na universidade de Viena onde obtém o doutoramento em 1906. Os seus
estudos influenciaram muitos as suas composições, para Webern a evolução da arte era
necessária e a história apenas continua, não revisita eventos ou ideiais do passado
Apesar da controvérsia o seu trabalho influenciou a sua música, principalmente após a 2a Guerra
Mundial.
Escreveu obras tonais, cromáticas, atontais e dodecafónicas.
Instrumentação interessante, colorida, usando recursos como harmónicos, pizz, tremolo.
Contraponto imitativo, canónico, com texturas simples mas padrões rítmicos complexos
Dodecafonismo – Sinfonia Op.21 -
Pequena orquestra
Formas clássicas - forma sonata no 1o andamento e Tema e variações no 2o andamento.
Utiliza uma textura "pontilistica", (pontos espalhados na partitura) criando cores e timbres
diferentes

Pós-Guerra
Ressurgir da linguagem dodecafónica. Utilização do serialismo integral: serialismo das notas,
texturas, ataques e dinâmicas. Weber: defesa da pureza do idioma. “Non Gra” (Stande Nell):
Abandonou os paradigmas do passado. Cursos de Darnstadt. Obras como Schoenberg est mort
(Boulez). A referência do Serialismo afixa de ser Schoenberg e passa a ser Webern.

Stunde Null
Surge do sentimento vivido pela coluna germânica que havia saído e se sentia derrotada. Tinham
que recomeçar e rejeitar o passado monstruoso do holocausto. Na música foi necessário tornar a
escrita em algo abstrato, o levou à adopção do estilo de Webern pois não podia ser influenciada
por visões políticas devido à sua forma.
Apareceram no pós-guerra publicações acerca da segunda escola de viena que revelavam um
fanatismo e devoção imensos. O dodecafonismo e o serialismo acabam por ser o estilo dominante
no pós guerra entre compositores “sérios” da Europa Ocidental e América.
Cada vez mais distinção entre música de entretenimento e a música séria – sendo que a última se
tornou cad vez mais elitista, dispensando o público normal e dando preferência aos conhecedores
de música e à imprensa.
.

“Darmstadt”
Em 1946 surgiram os cursos internacionais para a nova música em Darmstadt.
Foram fundados por Wolfgang Steinecke e W.Further e financiado pelo governo Americano
Tinha como princípios o reeducar o povo alemão e disseminar os valores e a cultura americana
reunindo músicos de territórios fascistas e reeducando de acordo com os “novos” estilos e teorias
que tinham sido proibidas. Nos primeiros anos participaram muitos músicos americanos ou que
estavam lá exilados como Copland e P.Hindemith.
O “pai” do curso é Webern – devido à sua técnica serial.
A partir de 1949 passou a ser dirigida por alemães e a partir de 1955 as figura dominantes eram
Pierre Boulez (-2016) e Bruno Maderna (1920-73) e Stockhausen (1928-2008)

Boulez via-se como autoridade suprema; desdenhava tudo o que não era Weberniano; a estética
tournou-se parte da instituição; quase devoção divina
Ironia referida por taruskin – no espaço de liberdade e refúgio onde não deviam haviam restrições
(pois era o contrário da Rússia) tinha imensas.
Manifesto “Schoenberg est mort” de Pierre Boulez, em 1952, adopta que quem não tinha
experienciado a necessidade do dodecafonismo ou serialismo não tinha utilidade.
Trabalhos

1 . Igor Stravinsky (1882-1971)


Nasceu numa família de músicos perto de São Petersburgo. Teve aulas particulares com Rimsky-
Korsakov. Sergei Dinghilev contrata Stravinsky para compor para o Ballet Russo. Em 1911 muda-
se para Paris onde permanece até a revolução russa. Criou um estilo individual ao desenvolver
diferentes tradições, especialmente a russa, que consiste na instabilidade métrica, com mudanças
rápidas de compassos e acentos inesperados; utilização excessiva de ostinatos e dissonâncias
baseadas nas seguintes técnicas: diatónicas, octatónico, entre outras.
- Firebird: composta em 1910 fez parte do período russo, que durou até 1918.
- Sagração da Primavera (29 de Maio 1913, Champs-Elysees): o ballet passa-se na Rússia
pré-histórica, não conta uma história mas mostra um ritual de fertilidade em que uma
adolescente é escolhida para o sacrifício e dança até morrer. Nikolas Roerich desenvolveu o
cenário e a roupa, e Vaolav Nijinsky a coreografia. O cenário, coreografia e música são
marcados pelo primitivo, não cultural e sentimento de crueza. Na estreia da obra houve
confrontos e muitas pessoas que saíram da sala chocadas com a obra.
-Dança das Adolescentes: construída com base em constantes ostinatos, criando
blocos estáticos de som. Possui acentos imprevisíveis que destroem o sentido de pulsação. O
acorde inicial resulta das 7 notas da escala de Lá b harmónica, que cria uma textura quando junta
2 ou mais linhas de música sobrepostas.
-Dança sacral: última dança do ballet assente em duas estratégias para quebrar o
sentido da pulsação: mudanças rápidas de compassos com métricas diferentes e mudanças
imprevisíveis entre notas e pausas.
- Abertura Secção A: motivo principal é repetido diversas vezes. Outros ideais
emotivos similares intercalam com o motivo principal.
- Secção B: começa com suavidade com uma melodia cromática . A secção é
construída até chegar a um clímax frenético, que rapidamente volta à dinâmica inicial e volta a
construir outra vez.
Em seguida volta à secção A transposta meio tom descendente. Poucos compassos depois inicia-
sejam secção diferente que incorpora instrumentos de percussão e apresenta uma melodia
popular nas trompas em tons inteiros. Por fim a obra é conduzida para o clímax final através de
um ostinato dos baixos que remete para o material apresentado na secção A.
-História do Soldado (1918): Durante o período da primeira guerra mundial Stravinsky foi obrigado
a escrever para ensambles mais pequenos. História do Soldado é um ballet para 6 instrumentos e
percussão. Utiliza momentos de dança com base no tango, Valsa e ragtime.

Neo-clássico: movimento estilístico batizado entre 1910 e 1950. Compositores revivem e imitam
o estilo, géneros e formas do pré-romântico, em particular do século XVIII. Recusa as
complexidades emocionais do romantismo.

-Puncinella: obra de 1914 é escrita tendo em conta as formas do período barroco. É uma
orquestração das peças de Pergolesi.
-Sinfonia para instrumentos de sopro (1920)
-The Roke's Progress (1951): Stravinsky atingiu o apogeu do Neo-clássico com a escrita desta
ópera.
-Sinfonia dos Salmos: composta em 1930 é constituída por três andamentos. Obra para coro e
orquestra com textos bíblicos presentes nos salmos bíblicos. Omite violinos, violas e clarinetes.

Stravinsky vs Schoenberg: devido à utilização de centros tonais Stravinsky tinha maior preferência
do público.
Período serial: durou cerca de 20 anos, entre 1951 e 1971. Nos anos 50 o Dodecafonismo
estendeu-se para o Serislismo.
- In Memoriam, Dylan Thomas: composto em 1954 é um ciclo de canções
- Thremi (1957): baseado nas lamentações de Jemerias
- Movements (1959): para piano e orquestra
A diversidade de estilos e conceitos entre guerras mundiais continua elevada pois os
compositores procurava, soluções individuais para conseguirem um lugar no já vasto repertório.
Em alguns países a procura musical esteve reprimida pelas ideologias políticas, principalmente na
Alemanha e Rússia em cerca 1930 pelo Partido Nazi e o Comunismo Russo. Apesar da
instabilidade política da época em alguns países havia um apoio às actividades musicais, sendo
assim introduzida a música no curriculum das Escolas públicas. O método de ensino adoptado foi
o de Kodály, estando assim presente nas escolas europeias e norte europeias.
Após a 1a Guerra Mundial (1914-1918), os nacionalistas redefiniram que a justiça francesa em
clássica em oposição com o Romantismo germânico. O Neoclassicismo prevalece em França com
a adopção de géneros e formas, centros tonais e rejeição dos excessos e das emoções do
Romantismo.

2.Olivier Messiaen (1908-1992)


Nasceu em Avignon. Estudou órgão e composição em Paris e tornou-se professor no
conservatório em 1942. Foi professor de Pierre Boulez e Karlheinz Stockhausen. Tinha vontade
interrupta de descobrir novos sons, ritmos e harmonias. Criou o conceito de Modo de Valores e
Intensidades em 1950 que consiste em 36 notas em que cada uma é caracterizada por uma
combinação específica e uma de altura, duração, dinâmica e ataque. A partitura é notado numa
tabela anexa à obra que consiste em 3 divisões de grupos melódicos, 3 divisões de durações
passivas, 12 ataques possíveis e 7 dinâmicas. Cada nota aparece 3 vezes mas nunca na mesma
altura, dinâmica, duração ou ataque. Funciona comiam incessante "contraponto "dos diferentes
elementos. Não soa completamente aleatória pois existência consistência métrica e secções onde
há ligação. No fim

- Quarteto para o fim dos tempos (1941): violino, clarinete, violoncelo e piano. Tocado por
presos e o compositor num campo de detenção militar alemão.
- Sinfonia Turangalila: obra com 10 andamentos. Utiliza ondas de martanot.

3. Paul Hindemith (1900-1950)


Importante professor, violetista e compositor. Foi autodidata iniciando as suas composições no
estilo Pós-Romântico, compondo mais tarde também obras neo-clássicas. Desenvolveu o conceito
Gebranchmusik, "música para viver", com a intenção de o mesmo ser utilizado por jovens e
músicos. Consiste num estilo de composição inovador musicalmente desafiante. Um dos poucos
compositores que compôs uma sonata para praticamente todos os instrumento. Anos mais tarde
estabelece-se nos EUA onde compôs " Ludos tonalis " em 1942. Esta obra está assente no ideal
do Cravo bem temperado, 12 fugas centradas numa nota diferente da escala cromática.
-Mathis der Mahler (1935): ópera que questiona da política nas artes. Esta obra tem também
uma adaptação para uma Sinfonia. Baseada na história de vida do pintor Matthias Grünew. A obra
foi banida pelo partido Nazi.

Flutuação Harmónica consiste num método harmónico baseado num crescente de dissonâncias e
regresso progressivo à consonância.
4. Edgard[Edgar] Varèse
(Paris,1883- Nova Iorque, 1965)

Offrandres (1922), Hyperprism (1923), Octandre (1924) e Intégrales (1925);

Densite 21.5 em 1936

1953 – Varèse recebe um gravador de bobines Ampex de um dador anónimo; pode finalmente
trabalhar na visão que tem há 40 anos; começa a recolher sons para Déserts – cujas partes
instrumentais estavam em progresso desde 1950.

1954 – completa Déserts nos estúdios da Radiodiffusion-Télevision Française, que fazem uma
transmissão em directo pela rádio (em Paris); primeira transmissão em directo feita pela radio
francesa.

1958 – é estreada a peça Poème électronique na Feira Mundial em Bruxelas; a peça para eletrónica
e imagem era uma instalação com mais de 400 colunas no pavilhão Le Courbisier-Xenakis e foi
ouvida e vista por mais de dois milhões de visitantes ao longo dos seis meses da feira.

A Libertação do som – excertos de palestras, 1939 – preocupação com o futuro da música;


exploração dos sons sem associação às tradições formais e as expressividades a si associadas;
objectos sonoros podem ser moldados, combinados e fundidos pelo compositor como um escultor
usa o seus materiais; procura de novos instrumentos (eletrónicos) que oferecessem a libertação do
sistema temperado, a extensão dos registos altos e baixos, novas harmonias obtidas através de
combinações sub harmónicas agora impossíveis, mais diferença de timbre, aumento do espectro de
dinâmicas, cruzamento de ritmos independentes e não relacionados e a possibilidade de diferentes
tipos de projecção sonora no espaço; fala de “art-science” como uma disciplina equiparada à
matemática, como já foi para o teórico medieval e o filósofo grego; reconhece também a
necessidade de colaborar com cientistas e engenheiros na criação de novos instrumentos.

5. John Milton Cage Jr. (1912-1992)


Para além de compositor foi teórico musical, escritor e artista dos Estados Unidos. Cage foi um
pioneiro da música aleatória, da música eletroacústica, do uso de instrumentos não
convencionais, bem como do uso não convencional de instrumentos convencionais, sendo
considerado uma das figuras chave nas vanguardas artísticas do pós-guerra.

6.György Sándor Ligeti (1923-2006)


Compositor judeu húngaro, amplamente considerado como um dos mais notáveis compositores
de música erudita do século XX. Sua obra mais famosa é a ópera Le Grand Macabre, mas
também peças para grande orquestra como Lontano e Atmosphéres. As primeiras obras de Ligeti
são uma extensão da linguagem musical de seu compatriota Béla Bartók. Por exemplo, suas
peças para piano Musica Ricercata (1951 - 53), foram comparadas com as do Mikrokosmos de
Bartók. Ligeti foi afetado pelo regime comunista da Hungria daquele tempo, que impunha a
estética do realismo socialista. Uma vez estabelecido em Colônia, começou a compor música
electrónica junto a Karlheinz Stockhausen. Entretanto as suas obras para essa linguagem se
resumem em três:, dentre as quais Glissandi (1957) e Artikulation (1958), antes de voltar à música
instrumental e à vocal.

Micropolifonia - Ligeti cunhou o termo "micropolifonia" à técnica composicional que usou


em Atmosphères, Apparitions e outras obras daquela época. Assim a definiu: "a complexa polifonia das
partes individuais está fundida num fluxo harmônico-musical, no qual as harmonias não mudam
subitamente; em vez disso, mesclam-se umas com as outras. É uma combinação de intervalos
claramente reconhecível e que vai se tornando nebulosa. Nesta nebulosidade, pode-se distingüir uma
nova combinação de intervalos se formando".

7. Arvo Part

1976 He named it tintinnabuli – from Latin tintinnabulum meaning ’little bell’.

The new style first appears in a short piece for piano, Für Alina (1976), followed soon by
masterpieces like Cantus in Memory of Benjamin Britten (1977), Fratres (1977), Tabula rasa
(1977) and Spiegel im Spiegel (1978).

Tintinnabuli music can be defined as a distinct technique, which in essence unitesduas


linhas monódicas –melodia e tríade–num emsmeble inseparável. Dualidade de vozes
definidas por formulas matemáticas . Material Musical é extremamente concentrado,
reduzido ao essencial. Ritmo simples, repetitivo.

8. John Corigliano (1938-…)


Compositore dos estados unidos. Venceu o Oscar de melhor trilha sonora na edição de 2000 por
Le violon rouge. Filme de François Girard “O Violino Vermelho”, de 1998, rendeu a John
Corigliano cinco obras musicais autônomas batizadas de O violino vermelho: a trilha sonora, a
chacona para violino e piano, a suíte, o concerto e a chacona para violino e orquestra. Embora
dotadas de inúmeras semelhanças e decorrentes de um mesmo material musical, cada uma
revela um processo próprio de elaboração, preservando suas particularidades. A trilha sonora
original compõe-se de cinco suítes, referentes a cada espaço geográfico e temporal do filme.

O filme narra a lenda de um violino de 1681 considerado perfeito: o violino vermelho. O


instrumento, como protagonista, percorre mais de 300 anos de história e cinco cidades ao redor
do mundo. Na Cremona do século XVII, o luthier Nicolò Bussotti era casado com Anna Rudolfi,
que morre com o primeiro filho, no parto. O luthier, desesperado, mistura o sangue da esposa ao
verniz de sua última obra, um violino. O instrumento é doado a um orfanato austríaco e, anos
depois, passa ao órfão Kaspar Weiss. Em 1793, Weiss, um prodígio, é adotado por Poussin,
professor de violino, que leva o menino e seu instrumento para Viena. Vindo o Príncipe Mannsfeld
a Viena, à caça de talentos, Poussin lhe apresenta Weiss. Pressionado, o jovem, cardíaco, sofre
um ataque e morre diante de Mannsfeld. Levado de volta ao orfanato, é enterrado com seu violino.
Violadores de túmulos roubam o instrumento. Chegando às mãos de ciganos que o levam para
Oxford, no final da década de 1890, passa às mãos do violinista Frederick Pope. Este caíra em
desgraça com a afastamento de sua amante Victoria Byrd, pois inspirava-se em sua relação para
manter-se músico produtivo. Porém, Victoria retorna, enciumada, atira no violino e foge. Frederick
suicida-se, e o violino, levemente avariado, é levado por seu empregado chinês para Xangai. Na
China, no final dos anos 1960, a jovem Xiang Pei recebe o violino como presente de sua mãe. Ao
sair em defesa de um professor de música clássica perseguido, vê seu instrumento ameaçado. O
Partido Comunista Chinês obriga Xiang a queimar o violino. Ela, porém, consegue escondê-lo com
o professor. Com a morte do professor, anos depois, o violino, apreendido pelo governo chinês e
enviado para Montreal, é leiloado. No Canadá, em 1997, descobre-se que aquele é o lendário
violino vermelho, alvo secular de disputas.

A Chacona para violino e orquestra contém ideias presentes na trilha sonora original. O tema
apaixonado de Anna Rudolfi é sobreposto a um conjunto padronizado de acordes repetidos, com
ou sem variações, ao longo da obra. A manutenção de um padrão que se repete é característica
da chacona, gênero de dança que se vale da técnica de variação sobre uma sequência inalterada
de baixos. Devido a esse traço de manutenção e diferença, a chacona mostrou-se perfeita para a
proposta de compor uma música capaz de ligar todas as cenas do filme com uma mesma ideia,
mas modificando-se de acordo com o lugar do mundo e o momento histórico representado.
Também o caráter sério e dramático da dança revelou-se ideal na composição da narrativa em
que um instrumento é assombrado pelo amor e pela desgraça de um homem perdido na história.
Corigliano fez surgir, da combinação do intenso tema romântico com os acordes da chacona, uma
série de estudos virtuosísticos para violino solo.

A escolha de John Corigliano para compor a obra mostrou-se tão acertada que a crítica
especializada reconheceu a música como a maior conquista do filme. Corigliano já havia
composto duas trilhas sonoras: para os filmes Viagens alucinantes, de Ken Russel (1980), e
Revolução, de Hugh Hudson (1985). Versátil, o compositor transita pelas mais diversas formas
musicais. Apropria-se de estilos diversos que trata imaginativamente, combinando-os,
frequentemente, numa mesma obra. Declara que se tornou compositor por não ter recebido em
Columbia o preceito fundamentalista, tão difundido academicamente, de que “há apenas uma
forma de compor”. A variedade de sua poética está marcada em seus três momentos. Entre 1963
e 1976, encontra-se fortemente influenciado pela “clara sonoridade americana de Barber,
Copland, Harris e Schuman”. A partir de 1977, explora as técnicas tonais, microtonais, de timbre,
seriais e aleatórias. Recorre também a textos e imagens visuais para o planejamento de suas
obras. A partir da década de 1990, envolve-se com uma música mais próxima da linguagem
midiática, retorna a linguagens nostálgicas e explora o uso cênico do palco e do seu exterior. O
ecletismo que pratica decorre de sua formação e de sua prática pedagógica. Estudou composição
com Otto Luening em Columbia. Trabalhou como programador musical da rádio do New York
Times. Foi diretor e produtor musical em um projeto de Leonard Bernstein e professor na
Manhattan School, na Juilliard School e no Lehman College, CUNY. John Corigliano fez de sua
própria história um trabalho de composição formal que, assim como a chacona, varia a superfície
da expressão – sua linguagem, sem modificar a mais profunda das estruturas de sua obra – a
permanente comunicação com o público.
EXTRAS
Guido Adler
Nasceu a 1 de Novembro de 1855 em Moravia e faleceu a 15 de Fevereiro de 1941, Vienna.
Guido era um escritor e musicologista Boémio-Austríaco. Adler foi um dos fundadores da
musicologia como disciplina (Musikwissenschaft). Foi um dos primeiros estudiosos da música a
reconhecer a relevância dos fatores socioculturais para a música (Musiksoziologie),
proporcionando assim um contexto mais amplo para a crítica estética que, com a biografia, foi o
principal foco da bolsa de música do século XIX. O estudo empírico foi para ele a parte mais
importante da disciplina. Sua própria ênfase foi sobre a música da Áustria, especificamente a
música da Primeira Escola Vienense: Haydn, Mozart.
Ciências Musicais Históricas e Sistemáticas, 1885

Camille Saint-Saëns (1835-1921)


Foi um compositor francês, organista, maestro e pianista da Era Romântica. Destacou-se na
infância como um menino-prodígio, revelando-se um excelente organista e pianista. Depois da sua
formação musical, desempenhou o cargo de organista em várias igrejas e granjeou o respeito e
admiração no meio musical francês. Em 1852 conheceu Franz Liszt, compositor que seria uma
grande influência na sua obra. Foi nos anos 50 e 60 que compôs alguns dos primeiros trabalhos
de grande envergadura, como as Sinfonias nos 1 e 2, e a ópera Sansão e Dalila. Em 1871, já
como renomado compositor, co-fundou a Société Nationale de Musique, num período marcado
pela composição de poemas sinfónicos e por uma actividade concertística intensa, como pianista
e organista. Os seus trabalhos mais conhecidos incluem Introdução e Rondo Capriccioso (1863),
o Concerto Segundo Piano (1868), o Primeiro Concerto para Violoncelo (1872), Danse Macabre
(1874), o Terceiro Concerto para Violino (1880), a Terceira Sinfonia (órgão) (1886) e o Carnaval
dos Animais (1887).

Alexander von Zemlinsky (1871-1942)

Compositor, maestro e professor austríaco.O trabalho mais conhecido de Zemlinsky é a Sinfonia L


írica (1923), uma peça em sete movimentos para orquestra, soprano e barítono. O trabalho
influenciou a Suite Lírica de Alban Berg, que dedicou a obra para Alexandre. Outros trabalhos
orquestrais incluem o poema sinfônico Die Seejungfrau, que estreou em 1905.
O trabalho mais conhecido de Zemlinsky é a Sinfonia Lírica (1923), uma peça em sete
movimentos para orquestra, soprano e barítono. O trabalho influenciou a Suite Lírica de Alban
Berg, que dedicou a obra para Alexandre. Outros trabalhos orquestrais incluem o poema sinfônico
Die Seejungfrau, que estreou em 1905.

Pierre Boulez (1925-2016)


Foi um maestro, pedagogo musical, ensaísta e compositor francês de música erudita. Foi uma
personalidade influente no cenário musical e intelectual francês contemporâneo.
John Corigliano (16 de fevereiro de 1938) é um compositor dos estados unidos. Venceu o Oscar
de melhor trilha sonora na edição de 2000 por Le violon rouge.
Karlheinz Stockhausen (Mödrath, 22 de Agosto de 1928 — Kürten, 5 de Dezembro de 2007[1]) foi
um compositor alemão de música contemporânea. Foi colega de Pierre Boulez e ambos
estudaram com o compositor e organista Olivier Messiaen.
Strauss Maximalizing The Opera

fig. 1-6 Aubrey Beardsley (1872–1898), The Climax,


illustration for Oscar Wilde’s Salome (1893).

União Soviética (URSS)


Grande controlo das Artes pelo Governo. Criação de centros, conservatórios, salas de concertos
nacionalizadas com programação estritamente verificada. Durante os anos 20 nascem duas
organizações, a Associação para a Música Contemporânea – que segue as tendências
modernistas estabelecidas; e a Associação Russa de Músicos Prolens (trabalhadores) – oposição
à musica modernista com o objetivo de apelar às massas.
Em 1934 existiu um congresso de escritores para convencer os mesmos que as influências
soviéticas deveriam começar a ser representadas nos textos. As obras deveriam então retratar o
socialismo de forma positiva e a música deveria ser simples, de linguagem censural, dando ênfase
à melodia, geralmente de origem popular e com carácter patriótico.

Prokofiev (1891-1953)
Inicialmente conhecido por Radical Modernista após a revolução russa estabeleceu-se nos EUA e
Europa ocidental onde compôs música para piano, O Amor das 3 Laranjas (1921). Em 1936 volta
à Rússia onde recebe várias encomendas entre as quais o ballet Romeu e Julieta (1936) e a obra
O Pedro e o Lobo (1936), estória narrada para crianças com orquestra.

Dimitri Shostakovich (1906-1975)


Estou segundo o sistema soviético. Na década de 20 aliou-se aos compositores modernistas.
Obteve reconhecimento internacional com a sua 1ª Sinfonia (1926) e Lady Macbeth de Mtsensk
District em 1934. Esta ópera recebe crítica pelo jornal Prauda pelas suas dissonâncias e falta de
melodia. Compôs a sua 5ª Sinfonia em 1937 com uma resposta à crítica da sua ópera. A sua
sinfonia recebeu uma grande aclamação.

Desenvolvimento da Orquestra: A primeira parte do século XIX viu o máximo desenvolvimento e


proliferação da instrumentação da orquestra. Desde 1860 que a disposição se mantém a mesma -
orquestra "moderna". Tecnicamente não houve grandes alterações fundamentais feitas aos
instrumentos por quase um século e meio. Depois da segunda metade do sec.XIX, muito poucos
instrumentos tiveram um lugar permanente na orquestra. No sec. XX a música electrónica trouxe
novos instrumentos: themerin, ondas martenot, celesta, teclados electrónicos. Houve
diversificação dos ensembles musicais e isto garantiu a viabilidade e desenvolvimentos destes
novos instrumentos, apesar dos seus papéis na orquestra serem pequenos. A produção de
instrumentos deixa de ser exclusiva da Europa. Ex: Steinway, Elkhart, Yamaha.

Cordas: Foi o naipe onde mais se conservou o design e desenvolvimento neste período. Os novos
instrumentos feitos agora seguem os padrões do século XIX ( estabilidade da manufacção e da
satisfação dos utilizadores). A utilização de novos materiais e materiais sintéticos nas cordas:
maior poder musical e durabilidade (substituem quase na totalidade as cordas de tripa, utilizadas
quase só para performances de época).
Madeiras: Desde os desenvolvimentos de Boehm na forma cónica das flautas não houve outros
grandes desenvolvimentos. Certos construtores como Lot, Godefroy e Bonneville deram origem a
marcar ainda em uso hoje em dia. Algumas alterações no design mas poucas no seu carácter
básico. Existe pouca valorização dos instrumentos de época, excepto os saxofones. A altura para
afinação foi mudando e só no último século se chegou a um consenso, em 1939 em Londres, se
estabeleceu o lá=440 Hz como a Altura Standard Internacional. As diferenças de tons nos
instrumentos de palheta levava a que fossem necessários vários instrumentos, sendo que a
escolha de palheta e a construção eram importantes. Por exemplo entre a construção alemã e a
francesa, mais acentuada no fagote. A utilização de materiais sintéticos resultou também numa
maior confiança e rentabilidade na produção. A Ebonite (borracha natural vulcanizada) foi
introduzida como alternativa à madeira com algum sucesso, sendo que num futuro haverá maisor
desenvolvimento dos materiais sintéticos pela escassez de madeira.

Metais: Naipes onde se foi querendo mais poder que resultou nas trompas com válvulas e no
desaparecimento dos trombones ingleses. Novos sistemas como a trompa dupla (a utlizada hoje
em dia), fornece uma melhor afinação e conforto nos registos, e a clareza e projecção que o
instrumentista precisa. Surge o trompete piccolo surgiu (desejo de tocar em registos mais agudos
dentro das novas dinâmicas da orquestra) conseguindo assim tocar notas bastante agudas mas
que para o instrumento eram harmónicos pequenos, melhorando o ataque, a afinação e o
equilíbrio dinâmico. Surge o trompete baixo, no outro lado do espectro sonoro (Tocado por um
trombonista por causa do tamanho do bocal). Desenvolvimentos nas ligas metálicas,
componentes de mola e lubrificantes contribuíram para a facilidade de tocar. Utilização dos
sistemas de válvulas e pistons, que já estão associados a determinados instrumentos.

Percussão: Introdução de novos instrumentos como wood blocks, pratos, tubular bells, vários
gongos, e nas lâminas o xilofone e glockenspiel. Muitos destes instrumentos aparecem como
consequência do estudo de outros instrumentos de outras culturas colonizadas no mundo.

Teclado: Algumas mudanças a nível mecânico nos pianos, mas gradualmente e de menor
relevância. Foi uma fase de crescimento internacional na construção de pianos (Steinway,
Yamaha, Bosendorf). A celesta foi introduzida em 1886 por August Mustel, que aplicou a
mecânica do teclado e martelos do piano ao glockenspiel, aliada a uma caixa de ressonânca de
madeira, que produz um som de frequências altas mas com as fundamentais mais ressonantes de
qualidade macia. Foi utilizado pela primeira vez por Tchaikovsky no “quebra Nozes” (1892). O
ondas martenot apareceu em 1928, que combinava o princípio electrónico do theremin ao teclado,
resultando no mesmo som etéreo mas com uma afinação mais certa. Uma utilização particula
deste instrumento foi em Turangalila, de Messiaen em 1948.

A orquestra não se desenvolveu de forma uniforme, quer geograficamente quer historicamente.


Os desenvolvimentos avançavam em paragens e recomeços. Aquelas que tinham sucesso eram
divulgadas e assentes na cultura, as que falhavam rapidamente morriam e eram substituidas por
novas invenções.

Paul Dukas
Entre os contemporâneos de Ravel em França, Paul Dukas (1865-1935) e Albert Roussel (1869-
1937) são especialmente notáveis. Dukas dedicou-se ao ensino, tendo sido professor no
Conservatório de Paris. Este deixou um pequeno espólio das suas composições, entre as quais o
poema Sorcerer's Apprentice é mais conhecido. A sua ópera Ariane et Barbe-bleue (1907) foi
altamente apreciada tanto em França como em Áustria, onde foi realizada em 1908. É marcada
por sonoridades de tons inteiros e um estilo brilhante de orquestração

Albert Roussel
Estudante de Vincent d'Indy. Entre os seus alunos estavam Erik Satie e Edgard Varese. Este
destacou-se nas suas composições para orquestra, para a qual ele escreveu de uma maneira
poderosamente direta. As suas sinfonias utilizam a técnica do retorno cíclico de temas como as de
seu professor d'Indy, e contêm um vigor rítmico e uma cor orquestral brilhante que lembra Ravel e
Prokofiev.

Luciano Berio
Nasceu a 24 de Outubro de 1925 em Itália. Iniciou os seus estudos musicais muito cedo, com o
seu avô e com o seu pai, que eram ambos pianistas.
Em 1945 ingressa no conservatório “Giuseppe Verdi” em Milão onde estuda Composição e
Direção. Desde o início dos anos cinquenta que é reconhecido como um dos compositores de
vanguarda. Neste período compõe obras como Cinque Variazioni (1953) para piano, Chamber
Music (1953) para voz feminina, clarinete, violoncelo e harpa, Nones (1954) para orquestra e
Serenata (1957) para flauta e catorze instrumentos.
Em 1954, Berio e Bruno Maderna criam o primeiro estúdio italiano de música eletrónica na sede
da RAI Milan, que ficou conhecido como Studio di Fonologia Musicale. Foi neste estúdio que Berio
fez as suas primeiras experimentações com misturas de sons artificiais e acústicos e explorou
relações entre as palavras e o som. Estas experimentações mantêm-se nos anos 60 e resultam
em obras como Tempi Concertati (1959) para quatro solistas e quatro orquestras. A sua mulher,
Cathy Berberian, contribuiu para o interesse do compositor na voz feminina, que por sua vez
gerou imensas obras vocais como Epifanie (1960), Circles (1960) e Sequenza III (1965).

Edward Benjamin Britten (1913-1976)


Compositor, maestro, violista e pianista britânico . As suas óperas são conhecidas como as mais
requintadas, desde as de Henry Purcell, no século XVII. Começou a compor com doze anos e, alg
uns anos depois, estudou no RoyalCollege of Music , em Londres, com John Ireland e com Arthur
Benjamin.Nessa altura escreveu a série de variações corais A Boy Was Born (1933).Depois comp
ôs várias peças para a rádio, para o teatro e para o cinema.Em 1927, foi aclamado internacionalm
ente com a peça Variations on aTheme of Frank Bridge, para orquestra de cordas. A prontidão qu
e Britten sempre revelou em experimentar novos estilos,
formas e sonoridades, mostrou ser bastante fértil. No entanto, dentro dos
vários trabalhos que criou, destacou-se pelas óperas, que são admiradas
pela forma hábil e engenhosa de utilizar as palavras no fundo musical. Asmais conhecidas são: Th
e Rape of Lucretia (1946), Albert Herring (1947),Billy Budd (1951), Gloriana (1953), The Turn of th
e Screw (1954), Midsummer Night's Dream (1960), Owen Wingrave (1971) e Death in Venice(197
3). Também compôs várias peças corais, entre as quais se destaca War
Requiem (1962), baseada nos poemas de Wilfred Owen, e parábolas
religiosas, como The Burning Fiery Furnace (1966) e The Prodigal Son(1968).

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