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revisão

Keila Martins Mota

capa e diagramação

Resumo Editorial
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SUMÁRIO

PREFÁCIO 5

MAS AFINAL, O QUE É TÉCNICA? 6

TIPOS DE TÉCNICA 7

QUAL GRIP USAR? 8

O PRINCÍPIO DE TUDO - PRESILHA E PINÇA 10

AQUECIMENTO E ALONGAMENTO 13

DESENVOLVIMENTO DE PULSOS E PINÇA 14

EXERCÍCIOS PARA RESISTÊNCIA 24

CONTROLE E PRECISÃO 27

INTENSIDADE / DINÂMICA 34

VELOCIDADE 44

CONCLUSÃO 50
PREFÁCIO
Muitas coisas na vida dependem de técnica para
serem executadas corretamente. Tocar um instru-
mento, praticar esportes, cozinhar, etc...

A técnica apurada te dará mais recursos e pos-


sibilidades de execução, além de dar qualidade ao
resultado final, somada ao bom gosto e criatividade.

Meu objetivo com este e-book é te ajudar a en-


tender e dominar sua técnica, para melhorar sua
sonoridade, desenvolver novas habilidades, e sen-
tir-se mais confortável e confiante no instrumento.

Tudo isso com uma abordagem prática, simples


e com vídeos de apoio exclusivos, para que você
possa aproveitar este método independentemente
do seu nível técnico.

Vamos nessa? 

Força na peruca! Quer dizer, na baqueta!

5
MAS AFINAL, O QUE É TÉCNICA?
Esta é uma pergunta que sempre faço pros meus
alunos. Na maioria das vezes a resposta é: “tocar
com velocidade”.

Em parte a resposta está correta, afinal, ter uma


boa técnica te permitirá tocar em andamentos mais
elevados, mas isso não é tudo.

Técnica é o conjunto de movimentos necessários


para executar os toques e transformá-los em música.

Na minha opinião, ter uma técnica apurada


significa executar os movimentos com precisão,
controle, clareza e sonoridade em qualquer
andamento, dinâmica e instrumento (caixa,
tambores, pratos e bumbo).

Para conquistar tudo isso, precisamos estudar


e praticar (muito!) diversos tipos de exercícios que
envolvam controle, resis-
tência, velocidade e dinâ-
mica, sem esquecer de ter
uma boa postura e tocar de
uma maneira relaxada. Fa-
laremos de tudo isso mais
adiante.

6
TIPOS DE TÉCNICA
Não existe apenas uma maneira de segurar e
posicionar as baquetas em relação aos tambores,
assim como também não existe apenas um tipo
de toque.

Você pode utilizar diferentes “grips”, executar


toques simples, duplos, com rebote, notas orna-
mentais, entre outros. Aqui, sempre gosto de fazer
a comparação de chutar uma bola de futebol: pode
ser de chapa, peito de pé, de trivela, de bico, de
calcanhar... Vale até gol de canela, não é mesmo?

O importante é que a técnica escolhida seja a


melhor para situação necessária.

Eu te aconselho a estudar da maneira mais


confortável e funcional para você. Também te
aconselho a pesquisar e testar diferentes técnicas.
Tudo que somar e te der novas possibilidades
é bem-vindo!

7
QUAL GRIP USAR?
Muito provavelmente você já deve ter ouvido
falar em diversas variações do grip (pegada). Vamos
ver as diferenças entre eles:

German Grip American Grip

French Grip Traditional Grip

E aí, qual deles usar?

8
Te aconselho novamente: use o que for mais
confortável para você no primeiro momento.
Nada impede que você utilize outros grips em si-
tuações diferentes.

Quero te dar o meu exemplo: comecei estudando


o german grip para a bateria inteira, mas, depois
de um tempo, comecei a usar o french grip na mão
direita para tocar o prato de condução e o surdo. 

Quando comecei a estudar Jazz, passei a


utilizar o traditional grip. O curioso é que só o
utilizo para tocar Jazz, não me sinto confortá-
vel tocando outros estilos com essa pegada.
Em contrapartida conheço diversos bateristas que
usam o traditional grip em qualquer situação.

O ponto que quero expor é que tudo isso é


uma questão muito pessoal, de gosto de cada um.
Por isso te aconselho a conhecer e experimentar
diferentes tipos de grip e utilizar o que for melhor
para você.

9
O PRINCÍPIO DE TUDO -
PRESILHA E PINÇA
Ter uma presilha firme é essencial para de-
senvolver uma boa técnica, afinal é ela que se-
gura a baqueta nas mãos, como você pode ver na
figura abaixo:

Desta maneira, a baqueta pode movimentar-se li-


vremente, beneficiando a sonoridade e a execução.
O dedão e o indicador prendem a baqueta em três
pontos de contato e, mesmo assim, permitem que
a mesma tenha movimentação e vibração.

10
A presilha deve ser feita no final do primeiro
terço da baqueta. Os outros dedos apoiam e fazem
o movimento da pinça.

11
Apenas fazer o grip corretamente não é su-
ficiente; é necessário desenvolver firmeza e
habilidade. Fiz um vídeo com exercícios para te
ajudar com isso.

Clique no link abaixo para acessar:

EXERCÍCIOS DE PRESILHA E PINÇA

12
AQUECIMENTO E ALONGAMENTO
Muitas vezes, quando falamos em técnica de
mãos, esquecemos que elas estão ligadas ao resto
do corpo inteiro. Tocar de uma maneira relaxada
contribui demais para ter uma técnica fluída. E para
isso é necessário aquecer e alongar os músculos
do corpo, eliminando qualquer ponto de tensão.

A ordem com que isso é feito é extremamente


importante. Precisamos nos aquecer primeira-
mente para depois nos alongar.

Confira a rotina de aquecimento e


alongamento que preparei:

AQUECIMENTO E ALONGAMENTO

13
DESENVOLVIMENTO DE PULSOS
E PINÇA
Os próximos exercícios irão desenvolver o movi-
mento dos pulsos e da pinça. Eles ajudaram muito
na minha sonoridade e desenvoltura.

Te aconselho a adicioná-los na sua rotina de


estudo por pelo menos três meses, logo após
o aquecimento.

Você não precisa gastar muito tempo com


eles, dois minutos para cada um é suficiente.
Lembre-se também que o objetivo aqui é desen-
volver e gravar os movimentos, são exercícios es-
truturais e, portanto, não é necessário fazer com
velocidade.

- PANELA QUEIMANDO
Este exercício vai desenvolver os diversos mo-
vimentos do pulso.

Antes de mais nada, vamos conhecer os posi-


cionamentos e os tipos de toque:

14
Posição Alta

Posição Média

Posição Baixa

15
Full stroke - parte da posição alta, toca a pele e
volta para posição alta

Downstroke - parte da posição alta, toca a pele


e permanece na posição baixa

16
Tap - parte da posição baixa, toca a pele e per-
manece na posição baixa

Upstroke - parte da posição baixa, toca a pele e


volta para posição alta

17
Nos exercícios do panela queimando o objetivo
será sempre voltar rapidamente para a posição
alta, como se você tivesse encostado a mão
numa panela que está no fogo.

Se isso acontecesse você provavelmente tiraria


seu braço de repente, “no susto”. Aqui só vale me-
xer o pulso, ok?

Estude primeiramente só a direita e depois só a


esquerda, para poder focar em cada uma das mãos.

• Panela queimando um toque - executar o


full stroke, voltando rapidamente para posi-
ção alta

• Panela queimando dois toques - executar


o primeiro toque com o downstroke e imedia-
tamente depois executar o segundo toque
com o upstroke, voltando rapidamente para
posição alta.

• Panela queimando três toques - executar o


primeiro toque com o downstroke, o segundo
toque com o tap e o terceiro com o upstroke,
voltando rapidamente para posição alta.

18
Você pode executar os movimentos apenas com
o pulso ou com o rebote. Experimente os dois.

Preparei um vídeo demonstrando os exercícios,


com comentários. Assista a seguir:

PANELA QUEIMANDO

19
- EXTENSÃO MÁXIMA E MÍNIMA
Nos próximos exercícios trabalharemos o pulso
e a pinça. No primeiro, iremos preparar a extensão
máxima do nosso pulso e da pinça, e executar um
downstroke, articulando o pulso e fechando a pinça.
Fique atento para não mexer nada do braço.

20
No segundo, utilizaremos a extensão mínima do
pulso, executando o toque apenas com a pinça.
É importante que você coloque a outra baqueta
com a função de limitar o movimento do pulso,
para você não “roubar” no exercício.

21
Veja o vídeo de demonstração do exercício:

EXTENSÃO MÁXIMA E MÍNIMA

- CHICOTE
No nosso último exercício vamos imaginar nos-
so braço como um chicote, onde o pulso fará o
movimento final, a “estalada” do chicote. Outra
maneira de visualizar este exercício é imaginar o
movimento de lançar uma bola de beisebol.

É importante frisar que neste exercício é o pulso


que executa o toque, mesmo movendo o braço inteiro.

Na primeira variação do exercício posicionare-


mos a mão acima da cabeça e a deixaremos cair até
tocar a caixa, executando o movimento do chicote.

Lembre-se de deixar a presilha mais relaxada


nestes exercícios, para não criar nenhuma tensão,
já que são movimentos mais fortes.

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Na segunda variação iremos alternar as mãos,
passando a baqueta por trás da cabeça, num mo-
vimento constante.

E é claro que tem vídeo para te ajudar. Confira:

CHICOTE

23
EXERCÍCIOS PARA RESISTÊNCIA
Desenvolver resistência é essencial para forta-
lecer sua técnica. Sem resistência, você não conse-
guirá fazer muitas coisas, além de comprometer a
qualidade e a sonoridade da execução.

Eu gosto de fazer a seguinte analogia com o


preparo físico: imagine uma pessoa que mora no
décimo quinto andar de um prédio que está com o
elevador quebrado. Se ela não tiver uma boa resis-
tência física, será muito penoso subir as escadas.
Ela vai chegar lá, mas, provavelmente, terá que ir
devagar, parar diversas vezes, se cansar e levar um
bom tempo para se recuperar depois de chegar.

Aposto que você não quer tocar sem resis-


tência, né? Bora praticar!

No nosso primeiro exercício vamos aumentar


o número de notas a cada compasso, até chegar
nos últimos, com 16 semicolcheias cada:

24
Para desenvolver resistência é necessário sair
da sua zona de conforto. Se você não fizer esse
exercício, aumentando a velocidade e forçando
seus limites, você não estará adquirindo resistência.

Para te ajudar com isso, aqui vai um bônus espe-


cial: os vídeos com a execução do exercício, subindo
o andamento em três velocidades diferentes:

EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIA

60 a 80 bpm 70 a 90 bpm 80 a 100 bpm

25
Estes vídeos fazem parte do “Estude junto”, um recur-
so inovador e exclusivo dos meus cursos Toque Bateria
e Força na Baqueta, onde você pode estudar todos os
exercícios junto comigo, em diferentes andamentos.

- EXERCÍCIO COM GRUPOS DE 3 E 7 NOTAS


Este é um exercício mais curto, mas com a mes-
ma proposta do anterior: aumentar o número de
toques. Teremos dois grupos de três e um de 7
notas:

Treine uma mão por vez e lembre-se de fazer


com o metrônomo para ultrapassar seus limites
e monitorar sua evolução.

Confira o vídeo com a execução do exercício:

RESISTÊNCIA COM 3 E 7 NOTAS

26
CONTROLE E PRECISÃO
“Potência não é nada sem controle”, já dizia uma
campanha publicitária da marca de pneus Pirelli.

De nada adianta ter força e velocidade e ser


estabanado, certo?

É preciso tocar as notas com precisão, respeitan-


do o andamento e a correta distribuição rítmica, e
dinâmica das divisões e subdivisões dos tempos.

Quero te sugerir um primeiro exercício para


desenvolver controle e precisão: executar o Rulo
simples, o Papa Mama e o Paradiddle num anda-
mento fixo, confortável para você.

Marque os tempos com o bumbo e o chimbal,


para forçar a coordenação e desenvolver controle.

Preste atenção também na dinâmica dos to-


ques, todos têm que ter a mesma intensidade.
Para ajudar, faça estes exercícios em frente a um
espelho ou filme-se, para se certificar de que uma
mão não está fazendo o movimento maior que a

27
outra, pois elas têm que ser idênticas. Execute com
o metrônomo, prestando muita atenção na divisão
dos toques. Você pode ajustar o metrônomo para
tocar em colcheias ou semicolcheias para te ajudar
na referência.

Depois de executar os exercícios, repita-os, li-


derando com a mão esquerda:

Com isto você trabalhará a coordenação cruzada


(mão direita toca com o pé esquerdo, mão esquerda
toca com o pé direito), fortalecerá seu lado fraco
e, claro, desenvolverá controle e precisão.

Uma nota sobre a importância do estudo correto: eu


recebo muitos alunos que já estudam sozinhos ou já
tiveram professor, mas nunca estudaram invertendo a
manulação, ou sequer marcando os tempos com os pés.
Estes movimentos são essenciais e desenvolvem a
base da sua técnica. Te aconselho a estudar correta-
mente com a orientação de um bom professor. Você
perceberá uma nítida evolução no seu desempenho.

28
- EXERCÍCIO MUDANDO A RÍTMICA
Executar rítmicas diferentes é um ótimo
exercício para desenvolver controle e precisão.
Neste aqui faremos dois tempos de semicolcheia
e dois tempos de sextinas:

Fique atento na divisão e intensidade, principal-


mente na troca da rítmica; lembre-se que estamos
alternando subdivisão binária e ternária neste
exercício.

Execute também mudando a liderança das mãos:

29
DESAFIO 1
Que tal complicar um pouquinho esse exercício
e aumentar seu controle?

Experimente executá-lo com o Papa mama,


liderando com as duas mãos:

Além de ser mais difícil controlar o papa mama


nas sextinas, já temos uma troca de liderança das
mãos nos tempos três e quatro. É só estudar que sai!

30
DESAFIO 2
Bora complicar e melhorar ainda mais?

Faça agora com o Paradiddle. Aqui você será


obrigado a executar o exercício em dois compas-
sos, já liderando com as duas mãos:

Não vale me xingar depois de estudar este da-


qui, tá? Eu juro que sou legal e que quero fazer sua
técnica ficar demais!

Dá uma olhada no vídeo que preparei destes


exercícios:

CONTROLE MUDANDO A RÍTMICA

31
EXERCÍCIO BÔNUS - TOCANDO NOS TAMBORES
Vamos exceder um pouquinho o objetivo do
nosso livro e fazer um exercício de distribuição dos
tambores, que é um ponto importante para adqui-
rir controle e precisão, assim como foi importante
mudar a rítmica no exercício anterior.

Faremos quatro toques em cada tambor, res-


peitando a sequência: caixa, tom 1, tom 2, surdo,
surdo, tom 2, tom 1, caixa.

Tenha a mesma preocupação dos outros exer-


cícios com a rítmica e com a acentuação, e fique
bem atento na hora da troca dos tambores.

32
E para este exercício ser um bônus bem legal,
aqui vai mais um vídeo do “Estude Junto”, subindo
o andamento:

RULO SIMPLES NOS TAMBORES

33
INTENSIDADE / DINÂMICA
A intensidade é uma das quatro propriedades
do som musical (altura, duração, intensidade e
timbre) e é um prato cheio para nós, bateristas!

Nosso instrumento nos permite tocar intensida-


des extremamente leves até extremamente fortes,
e tudo isso depende da nossa capacidade técnica.
Digo isso porque não é nada fácil tocar com di-
nâmicas muito fracas, o popular “segurar a mão”.

Tocar com diferentes intensidades é um ótimo


exercício técnico que também te dará muito mais
controle de interpretação no instrumento.

Nosso primeiro exercício aqui será tocar os


rudimentos na intensidade mais baixa que con-
seguir, executando o menor movimento possível
e mantendo a regularidade dos toques.

Lembre-se de executar com o Rulo simples,


o Papa mama e o Paradiddle, um de cada vez.

34
No próximo exercício trabalharemos o crescen-
do e o decrescendo, mudando de dinâmica a cada
compasso. Estude com o metrônomo, pois muitas
vezes aceleramos o beat na hora de aumentar a
dinâmica.

Quando estiver crescendo, fique atento para não


acentuar a primeira nota na troca das dinâmicas,
todas têm que ter o mesmo som.

Eu sugeri quatro dinâmicas nesse exercício:

35
Mas, como disse anteriormente, nosso instru-
mento nos permite tocar em diversas dinâmicas.
Depois de dominar esse exercício, tente aumentar
essa escala, dessa maneira:

E nos últimos exercícios vamos manter o con-


ceito de crescendo e decrescendo, mas agora com
intervalos menores:

36
Para o objetivo desse exercício ficar mais claro
na cabeça, você pode imaginar um glissando do
piano, do grave pro agudo.

Dica bônus: Experimente também tocar


grooves e viradas em diversas dinâmicas
diferentes, explore diferentes possibilidades.

Algumas coisas não irão soar tão bem, pois alguns


estilos musicais pedem dinâmicas mais fortes e ficarão
um pouco fora de contexto em dinâmicas mais fracas.
Não se preocupe, a intenção é apenas exercitar.

- ACENTUAÇÕES
Nos últimos exercícios trabalhamos a intensidade
em blocos. Vou explicar; executamos as diferentes
dinâmicas a cada compasso ou grupo de quatro
notas, todas por igual.

Nosso próximo passo é acentuar apenas uma


nota de um grupo, dando destaque a ela.

As acentuações dão novo colorido ao seu som


e costumo dizer que dominar esse assunto é fazer
um grande progresso, subir para um nível bem
mais alto na sua técnica e musicalidade.

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Eu gosto de preparar meus alunos em relação
às acentuações em três níveis:

• 1º - Executando rimshot e notas fantasmas


na caixa.

• 2º - Acentuando a condução.

• 3º - Aplicando as acentuações no fraseado.

Eu acho esse assunto tão, mas tão importante


para sua evolução e desenvolvimento na bateria
que até fiz um vídeo para te explicar mais. Te acon-
selho a assistir antes de começar os exercícios:

DINÂMICA NA BATERIA

38
- EXERCÍCIOS DE ACENTUAÇÃO COM UMA NOTA
Nos próximos exercícios iremos acentuar cada
uma das quatro notas do grupo de semicolcheias.
É extremamente importante que você tenha o
seguinte conceito na cabeça para executá-los: só
existem duas dinâmicas aqui, a nota forte e as
notas fracas. Portanto, preste muita atenção para
não acentuar um pouco as nossas vizinhas da nota
acentuada. Veja os exemplos:

Execute as notas não acentuadas com o menor


movimento e dinâmica que conseguir, e toque as
notas acentuadas com vontade, utilizando a ex-
tensão máxima do seu pulso.

Vamos começar acentuando sempre a mesma


nota. Veja os quatro primeiros exercícios:

39
Estude com metrônomo e comece num anda-
mento baixo (sugestão - 60 bpm), sem se preocu-
par com velocidade, já que a ideia aqui é gravar o
movimento. Quando se sentir à vontade, suba o
andamento aos poucos.

Agora vamos juntar os exercícios, executando


um compasso de cada. Repare que na junção do
quarto com o primeiro compasso acentuaremos
duas notas na sequência:

40
E aqui vai mais um bônus para você praticar
melhor: o “Estude Junto” deste exercício em três
andamentos diferentes:

ACENTUAÇÕES

60 bpm 85 bpm 100 bpm

Muito bem, os nossos primeiros exercícios foram


totalmente mecânicos, assim como muitos exercí-
cios técnicos. Eles quase não têm aplicação musical,
mas são fundamentais para desenvolver nossa
memória muscular e nos dar liberdade para tocar
“sem pensar”. No caso, sem pensar na mecânica

41
e focar nossa concentração na aplicação musical.

Agora vamos criar algumas melodias, distribuin-


do as acentuações pelo compasso:

42
DESAFIO 1
Que tal dar aquela complicada básica? Depois
de dominar os exercícios e conseguir subir o anda-
mento, estude novamente, só que agora utilizando
o papa mama.

DESAFIO 2
Bora fritar o cérebro? Como se já não bastasse
complicar sua vida fazendo os exercícios com o
papa mama, agora a proposta é fazer com o Pa-
radiddle!

43
VELOCIDADE
E chegamos no último assunto do nosso livro:
a velocidade!

E eu não deixei pro final por acaso, não! A ve-


locidade é o último ponto que você tem que se
preocupar nos seus estudos, sejam eles de técnica,
grooves, viradas ou qualquer outro assunto, pois
é necessário entender e gravar os movimentos
antes de acelerar.

Vou compartilhar aqui um trecho do meu li-


vro “Estude música melhor!” que fala sobre isso.
Você pode conhecer mais sobre o meu livro
clicando aqui.

- SAIBA ESTUDAR DEVAGAR!


Sabe aquela frase “devagar se vai ao longe”?
Ela faz todo sentido no estudo musical. Para con-
seguir tocar com velocidade, precisão e controle,
é necessário criar memória muscular e deixar os
movimentos automáticos. O caminho para isso é
estudar devagar e subir o andamento gradualmen-
te, dia após dia. Sempre lembrando que muitas
vezes você vai demorar semanas para conseguir
executar os movimentos com perfeição.

44
Quero deixar uma reflexão aqui: quanto
tempo leva para um bebê conseguir ficar em
pé sem se apoiar em nada? Quantas vezes ele
vai cair até conseguir? Quanto tempo após fi-
car em pé ele vai levar para conseguir andar?
Quantas vezes ele vai tropeçar neste processo?
Tudo isso demora porque ele está aprenden-
do novos movimentos e desenvolvendo me-
mória muscular, exatamente como quando es-
tamos aprendendo algo novo no instrumento.
E só para fechar, você nunca viu um bebê correr
antes de andar, certo? Portanto, estude devagar!

O recado está dado. Tente incorporar essa filo-


sofia nos seus estudos e verá como sua evolução
será diferente. Vamos treinar!

Uma das maneiras de ganhar velocidade é es-


tudar subindo o andamento, sem parar de tocar.

A maneira que você irá subir a velocidade é muito


importante. Não adianta fazer apenas dois com-
passos em um andamento e já subir para outro.
Te aconselho a permanecer no andamento por, no
mínimo, oito compassos antes de acelerar.

45
O quanto você irá acelerar também é muito
importante. Procure subir de 5 em 5 pontos do
metrônomo.

Para entender tudo isso melhor, te convido a


estudar junto comigo no vídeo a seguir:

PARADIDDLE 90 A 120 BPM

Legal, estudando junto comigo você já consegue


entender muito melhor esta filosofia. Mas você
pode se perguntar: “Qual o melhor andamento
para mim?”

Aí vai muito de cada um. O primeiro ponto é


achar o seu limite e planejar seu estudo para um
andamento acima dele.

Vou dar um exemplo: imagine que no exercício


que você está estudando seu limite seja 110 BPM.
Tente estudá-lo de 80 a 120.

46
É claro que, quando você chegar no seu limi-
te e ultrapassá-lo, o exercício vai perder con-
trole e qualidade de execução, mas a repetição
deste desafio é o que fará seu limite aumentar.
Aqui é muito importante ressaltar a questão do
seu limite físico; pare imediatamente de tocar
caso sinta alguma dor. Você se lembra do começo
do livro, onde falei sobre o aquecimento? Ele é
essencial aqui!

- SPRINTS
Outra maneira muito eficaz de ganhar velocida-
de é treinar com sprints, exatamente como num
treino de corrida, o chamado “tiro”.

No nosso primeiro exercício vamos sempre do-


brar um tempo, trocando as semicolcheia por fusas
nos tempos dois e quatro. A sequência será caixa,
tom 1, tom 2 e surdo, utilizando o Rulo simples.

47
E, como sempre, aí vai um vídeo bônus do “Estu-
de Junto” dos meus cursos Toque Bateria e Força
na Baqueta:

SPRINT NOS TAMBORES

Nos últimos exercícios do nosso método faremos


dobras de meio, um e dois tempos, utilizando o
Rulo simples, o Papa mama e o Paradiddle:

48
E é claro que vai ter um último vídeo para te
ajudar com isso! Confira:

SPRINTS COM RUDIMENTOS

49
CONCLUSÃO

O que vem depois?

Parabéns por chegar até aqui. Tenho certeza que


se você estudar corretamente os conceitos e exer-
cícios deste método, sua técnica vai evoluir demais!

Mas só ter técnica não é suficiente para um ba-


terista. É preciso saber aplicá-la de uma maneira
musical em grooves, frases e solos.

É mais ou menos assim: ter técnica é como ter


uma grande caixa de ferramentas, com todos os
tipos de chave, alicates, etc. Possuir a caixa de fer-
ramentas não quer dizer que você saiba usá-las e
que vai sair consertando um monte de coisas por aí.

Na música também é assim; para aplicar a téc-


nica é necessário dominar outros conceitos como
percepção, criatividade, pergunta e resposta, mu-
sicalidade, entre outros.

Eu te convido a estudar junto comigo, tudo isso


e outros conceitos que te tornarão um baterista
completo, no curso Toque Bateria.

Neste curso você irá aprender grooves (rock, pop,


funk, samba, reggae, etc.), viradas, músicas, técnicas

50
de mãos e pés, rudimentos, aplicações e distribui-
ções das técnicas e dos rudimentos, e também
aprender um instrumento melódico complementar,
teoria, leitura e escrita musical.

Além de ter o conteúdo mais completo de to-


dos, esse curso oferece outros dois grandes di-
ferenciais: o primeiro você já conferiu em alguns
vídeos deste método, que é o Estude Junto, onde
eu estudo junto com você todos os exercícios em
três andamentos diferentes.

O segundo é que você ganha a Mentoria Estude


Música Melhor, onde você aprenderá a organizar
seus estudos, fazendo seu próprio planejamento e
cronograma de treino.

Também vai descobrir como arranjar mais tempo


para estudar, criar o hábito de praticar sempre e
evoluir constantemente.

Eu serei seu guia e te ajudarei a controlar suas


expectativas e frustrações, dar exemplos de como
outros alunos evoluíram com estes ensinamentos e
compartilhar inúmeras dicas de estudo.

Com esta mentoria você vai aprender a estudar de


uma maneira mais eficiente, consistente e objetiva,
otimizando seus resultados!

51
Espero poder te ajudar a ser um
baterista melhor!

Um abraço, força na baqueta e


Toque Bateria!

CONHEÇA O TOQUE BATERIA

CONHEÇA O TOQUE BATERIA!

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