- Caixa Clara Orquestral: Diferentes metodologias no estudo do Instrumento.
AUTOR:
- Rubens Celso Lopes Filho.
Seção 1.4
Basicamente resume o conteúdo que será abordado no artigo, sendo esse, um
levantamento bibliográfico de métodos para caixa clara orquestral, tendo mente que nem todos os matérias encontrados que dizem respeito a essa temática, são de fato métodos, podendo ser livros com exercícios ou obras para o instrumento, e até mesmo bibliografia onde a caixa clara está inserida em outro contexto percussivo, propondo uma reflexão sobre o material utilizado na formação de percussionistas e as metodologias aplicadas nesse processo.
Capítulo 2
Explica a maneira como foram feitas as entrevistas com percussionistas de
universidades e orquestras sinfônicas, e os critérios utilizados na construção dos questionários feitos, o autor explica:
Partindo desse ponto, as entrevistas foram organizadas de modo a ter como
tópicos, aspectos gerais da formação do músico, com abordagens estritamente técnicas do instrumento e sua utilização, que permitiram entender a posição do entrevistado em relação ao tema questionado e dar- lhe a opção de discorrer continuamente sobre o assunto. Dessa maneira, o pesquisador pôde questionar posteriormente acerca de aspectos relacionados ao estudo do instrumento e à utilização dos materiais, na busca do que é fundamental para esse trabalho: uma concepção metodológica no estudo da caixa orquestral. (CELSO, 2013, p.15) 2
Depois apresenta os dois questionários, um para músicos percussionistas
atuantes na área, e outro para músicos que lecionam nas universidades, levando em consideração o contexto de cada músico. Em seguida, os músicos são introduzidos com uma breve apresentação sobre suas carreiras.
Seção 3.4
O texto aborda diferentes perspectivas sobre a técnica de tocar caixa-clara em
contextos musicais, com insights e experiências compartilhadas pelos músicos entrevistados. Dentre as principais experiências compartilhadas estão:
A técnica é uma ferramenta para executar trechos musicais dentro de um estilo
específico e é adquirida por meio da experiência e bagagem musical. A adaptação da técnica ao corpo e à situação é importante, considerando fatores como baqueta utilizada, caixa e pele do instrumento, posição (sentado ou em pé) e estilo sonoro desejado. O conhecimento orquestral, que vai além da partitura, é considerado prioritário. A técnica é aplicável em diversos contextos musicais, incluindo orquestra, música de câmara e recitais, e é resultado do estudo de rudimentos e técnica em geral. O estudo da técnica pode ser dividido em duas etapas: o estudo das técnicas isoladas presentes nos trechos musicais e o estudo dos próprios trechos. Alguns desafios técnicos mencionados incluem o espaçamento dos drags, direcionamento para a nota principal nas apojaturas, abertura dos rulos, resolução de toques duplos e dinâmicas piano. A criatividade e inteligência devem ser aplicadas na utilização das tradições e técnicas estabelecidas, permitindo adaptar trechos mal escritos para o instrumento. Alguns músicos destacam a importância do estudo do som, a relação entre técnica e som produzido, e a necessidade de equilíbrio entre as mãos direita e esquerda na execução da caixa. O posicionamento do instrumento, o uso de diferentes timbres de rulos, a utilização de repetições da mesma mão em repertórios étnicos e a busca pelo relaxamento e eliminação de tensões. 3
O estudo constante e o condicionamento da musculatura são fundamentais
para o desenvolvimento técnico. A busca pelo equilíbrio e coerência sonora, a adaptação da técnica ao instrumento utilizado e o estudo constante são aspectos enfatizados pelos músicos entrevistados.
Seção 3.4.1
Esta seção discute o posicionamento da baqueta e as diferentes técnicas
utilizadas pelos músicos entrevistados.
O percussionista José Carlos Silva, menciona que inicialmente utilizava uma
técnica conhecida como traditional grip, mas posteriormente mudou para o matched grip, amplamente utilizado por percussionistas sinfônicos. Ele também menciona a pinça germânica, uma técnica trazida da Europa, que ele considera desnecessária para tocar repertório orquestral de caixa-clara. O texto destaca a importância do pulso, dos dedos e dos diferentes componentes da técnica de segurar a baqueta, como a articulação do ombro, cotovelo, pulso e pinça. Os músicos entrevistados compartilham suas próprias técnicas e preferências. Cada um tem sua abordagem única, levando em consideração fatores anatômicos e sonoridade desejada. Alguns mencionam a redução do movimento dos dedos, enquanto outros enfatizam a utilização dos dedos em trechos rápidos ou na bateria. O posicionamento do pulso também é discutido, com diferentes abordagens sendo utilizadas pelos músicos. O texto também destaca a importância da conscientização corporal e da avaliação física durante o estudo. Os músicos mencionam a necessidade de relaxar os músculos, reavaliar a postura e a respiração, e estar atento à qualidade do som produzido. Enfatiza que cada percussionista deve adaptar a técnica existente de acordo com seu próprio corpo e desenvolvimento muscular, buscando um equilíbrio e uma eficácia na execução. 4
Seção 3.4.2
Nesta seção é discutido discute diferentes tipos de toques utilizados na
percussão e a importância da articulação na execução musical. Os músicos procuram realizar diferentes articulações de acordo com o tipo de toque.
Rafael Alberto menciona o exemplo de um trecho da obra "Scheherazade" de
Rimsky-Korsakov, onde é importante diferenciar os toques realizados mais para baixo, em direção à pele do tambor, dos toques realizados mais para cima, em direção contrária à pele. A movimentação da baqueta é descrita como ocorrendo unicamente por movimentos verticais. Os percussionistas também levam em consideração a sonoridade desejada ao escolher o tipo de toque a ser utilizado. É importante saber o som que se espera atingir, pois isso influencia a maneira de realizá-lo. As dinâmicas piano (suave) são mencionadas como os maiores desafios ao tocar caixa-clara, pois podem se tornar um problema durante uma apresentação devido ao aumento da adrenalina e aos tremores nas mãos. Estudar toques piano com frequência é recomendado para melhorar o desempenho durante um concerto, caso ocorra alguma alteração física indesejada devido a mudanças emocionais. O autor ressalta a importância de estudar as dinâmicas piano, pois acredita que em torno de 80% do tempo o percussionista precisará tocar suave, enquanto os outros 20% serão em níveis de intensidade moderada a forte. A exposição de tocar para as pessoas é mencionada como uma forma de superar a dificuldade dos tremores nas mãos.
Conclusão
O artigo discute a metodologia de estudo da caixa-clara orquestral e investiga
os materiais e técnicas utilizados por músicos profissionais em orquestras. Foi observada uma diversidade de materiais utilizados, desde abordagens físicas até o desenvolvimento de uma bagagem musical mais ampla. Esses materiais contribuem para o desenvolvimento técnico do músico, fornecendo diferentes abordagens na 5
execução de diversos gêneros percussivos, porem os introduz através da prática na
caixa clara.
A especialização na maneira "orquestral" de tocar a caixa-clara requer
conhecimentos específicos, como idiomatismos técnicos e características composicionais, que permitem interpretar o estilo. A técnica da caixa-clara é destacada como um ponto de preocupação, com ênfase em dinâmicas suaves, rulos fechados, toques duplos, articulação, posicionamento da baqueta e qualidade do som do instrumento. Esses fatores contribuem para a formação não só do percussionista orquestral, mas do percussionista no seu sentido mais amplo.