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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MURILO COLONETTI BACK


VICTOR GOMES DOS SANTOS MELLO

CONTROLE DA QUALIDADE DO CONCRETO:


APLICAÇÃO DA NBR 12655 NO CONTROLE DE RECEBIMENTO

Tubarão
2013
MURILO COLONETTI BACK
VICTOR GOMES DOS SANTOS MELLO

CONTROLE DA QUALIDADE DO CONCRETO:


APLICAÇÃO DA NBR 12655 NO CONTROLE DE RECEBIMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Profª. Ms. Mara Regina Gomes.

Tubarão
2013
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à minha família, ao meu pai Woimer, minha mãe Rainilde
e minha irmã Sabrina, por toda ajuda, incentivo e exemplo que sempre me deram, pois
certamente foi essencial.
À minha namorada Bruna pela compreensão, apoio, amor e dedicação a mim
dedicados.
Especial agradecimento à Engª. Mara Regina Gomes, orientadora dedicada que,
com sabedoria conseguiu dirigir nossos passos e pensamentos para que alcançássemos nossos
objetivos.
Ao engenheiro Valdir Volpato por disponibilizar o empreendimento que foi uma
das obras estudadas e estimular os estudos e a realização deste projeto.
Ao pessoal da empresa Fecel pelo apoio, em especial ao Comin pela paciência e
dedicação com a causa.
A todos do Laboratório de Engenharia Civil da Unisul (LEC), que deram um pouco
de si para que nosso trabalho fosse concluído.
E por último, mas não menos importante, agradeço ao parceiro Victor Mello pelo
empenho, dedicação e cooperação, pois só assim conseguimos concluir em tempo e de forma
excepcional.

Murilo Back
AGRADECIMENTOS

Primeiro gostaria de agradecer meus pais, Renato e Juacema, que dedicaram grande
parte de suas vidas para que meus objetivos fossem alcançados. À minha irmã, Renata, pelo
apoio. Agradeço também à minha noiva Amanda, pelo amor, compreensão e apoio nas horas
difíceis.
À nossa orientadora, Mara Regina Gomes, que soube mostrar o caminho com
maestria e foi fundamental para a elaboração deste trabalho.
À Construtora Barbosa Moura, por meio de seus engenheiros João Gilberto Barbosa
Moura, Guilherme Dufloth e Diego Fernandes de Souza, que abriram as portas da empresa para
realizarmos o trabalho.
Ao pessoal do Laboratório de Engenharia Civil da Unisul, que dispensou um pouco
de seu tempo para auxiliar na execução dos ensaios, cada qual fazendo a sua parte para que este
trabalho fosse concluído.
E também ao meu colega Murilo Back pela parceria, não só na elaboração deste,
mas durante todos os anos de estudos, pois a dedicação resultou neste trabalho.

Victor Mello
RESUMO

O tema deste trabalho é o controle da qualidade do concreto, mais especificamente o controle


estatístico do seu recebimento. Este tema envolve grande preocupação dos construtores, visto
que a qualidade do concreto interfere diretamente na segurança e durabilidade da estrutura. Para
se verificar a qualidade do concreto podem ser realizados vários tipos de ensaios, sendo o mais
utilizado o estudo da resistência à compressão axial. Construtoras, em geral, realizam o controle
de qualidade do concreto de forma simplificada e equivocada, apenas moldando corpos-de-
prova e recolhendo os resultados da resistência à compressão. Este trabalho teve como objetivo
geral aplicar e avaliar os resultados do controle estatístico da qualidade do concreto preconizado
pela NBR – 12655/06 em duas obras em andamento na região. O estudo buscou verificar a
conformidade do concreto empregado nas obras analisadas com o requisitado em projeto. Os
resultados dos ensaios realizados nas amostras coletadas foram submetidos a tratamento
estatístico. Entre os lotes amostrados no Edifício Ouro Branco foi constatado que dois destes
foram aceitos. Já o terceiro lote precisou ser analisado com maior atenção. No Hospital Santa
Terezinha foram amostrados cinco lotes. Constatatou-se que somente um destes lotes foi aceito
após a análise estatística. Os quatro lotes restantes foram, então, examinados mais
detalhadamente, submetidos à avaliação da dureza superficial através de ensaio com
esclerômetro de reflexão. Com estudos posteriores à análise estatística em todos os lotes dos
dois empreendimentos, todos foram considerados em conformidade com o estabelecido em
projeto.

Palavras-chave: Controle de qualidade. Concreto. NBR 12655.


ABSTRACT

The aim of this paper is the quality control of concrete, more specifically the statistical control
of its quality. The theme involves great concernment from the constructors, since the quality of
concrete interferes directly in safety and durability of the structure. Several tests may be done
for the evaluation of the quality of concrete, but the most common is the resistance to axial
compression test. Constructors, in general, perform the quality control of concrete in a
simplified and misguided way, only taking small samples and collecting the results from the
tests. This paper had as main objective apply and evaluate the results of statistical quality
control of concrete recommended by NBR – 12655/06 in two buildings in the region. The study
on this paper searched verifying the conformity of the concrete used in buildings as requested
in project. The results of the tests carried out in the samples collected were analyzed statistically.
Among the samples from the Ouro Branco building, it was defined that two of them were
accepted. The third sample had to be examined through further analysis. In Santa Terezinha
Hospital, there were five samples and only one of them was accepted after statistical analysis.
The other four samples were performed through the escletometer reflection test to measure its
surface hardness. With the verifications performed after statistical analysis, in the samples from
the two buildings all of them were considered in accordance with the project.

Keywords: Quality Control. Concrete. NBR 12655.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – a) Cisterna de concreto na Grécia. Vista de jusante para montante; b) Curva da


composição granulométrica dos agregados, utilizados na cisterna. ....................................... 17
Figura 2 – Obras realizadas em concreto .............................................................................. 18
Figura 3 – Concreto branco bruto com propriedades fotocatalíticas - Igreja da Misericórdia
(Roma)................................................................................................................................. 20
Figura 4 – concreto transmissor de luz - Litracon™ ............................................................. 21
Figura 5 – Concretagem edifício Ouro Branco Tubarão/SC ................................................. 32
Figura 6 – Concretagem Hospital Santa Terezinha, Braço do Norte-SC ............................... 33
Figura 7 – Moldagem dos corpos-de-prova .......................................................................... 34
Figura 8 – Mapeamento por caminhão na estrutura (Lajes e vigas, Ouro Branco)................. 35
Figura 9 – Mapeamento por caminhão na estrutura (Lajes e vigas, Hospital) ........................ 35
Figura 10 – Corpos-de-prova moldados ................................................................................ 36
Figura 11 – Faceando as bases dos corpos-de-prova ............................................................. 37
Figura 12 – Prensa utilizada para os rompimentos dos corpos-de-prova ............................... 37
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de golpes para adensamento do corpo-de-prova. .................................... 25


Tabela 2 – Valores para formação de lotes de concreto ........................................................ 28
Tabela 3 – Valores de ψ6 ..................................................................................................... 30
Tabela 4 – Dados da obra 1 .................................................................................................. 38
Tabela 5 – Valores da Resistência à compressão dos CPs aos 7 dias. (Lajes e vigas G2, Ouro
Branco) ................................................................................................................................ 39
Tabela 6 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias. (Lajes e vigas G2, Ouro
Branco) ................................................................................................................................ 40
Tabela 7 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Pilares Tipo 1, Ouro
Branco) ................................................................................................................................ 42
Tabela 8 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Pilares Tipo 1, Ouro
Branco) ................................................................................................................................ 42
Tabela 9 – Dados da obra 2 .................................................................................................. 43
Tabela 10 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
............................................................................................................................................ 44
Tabela 11 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
............................................................................................................................................ 44
Tabela 12 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
............................................................................................................................................ 46
Tabela 13 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
............................................................................................................................................ 47
Tabela 14 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
............................................................................................................................................ 48
Tabela 15 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
............................................................................................................................................ 49
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 13
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 15
1.2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 15
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 15
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 17
2.1 O MATERIAL CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND ......................................... 17
2.2 DURABILIDADE E CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO .................... 22
2.3 CONTROLE ESTATÍSTICO DO CONCRETO .......................................................... 28
3 ESTUDO DE CASO ..................................................................................................... 32
3.1 METODOLOGIA EMPREGADA NO ESTUDO DE CASO ....................................... 32
3.2 APRESENTAÇÃO DO CONTROLE E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................. 38
3.2.1 Obra 1 ...................................................................................................................... 38
3.2.1.1 Primeira concretagem Ouro Branco........................................................................ 38
3.2.1.1.1 Análise dos resultados da primeira concretagem Ouro Branco ............................ 41
3.2.1.2 Segunda concretagem Ouro Branco........................................................................ 41
3.2.1.2.1 Análise dos resultados da segunda concretagem Ouro Branco............................. 43
3.2.2 Obra 2 ...................................................................................................................... 43
3.2.2.1 Primeira concretagem Hospital ............................................................................... 43
3.2.2.1.1 Análise dos resultados da primeira concretagem Hospital ................................... 45
3.2.2.2 Segunda concretagem Hospital ............................................................................... 46
3.2.2.2.1 Análise dos resultados da segunda concretagem Hospital .................................... 47
3.2.2.3 Terceira concretagem Hospital ............................................................................... 48
3.2.2.3.1 Análise dos resultados da terceira concretagem Hospital .................................... 50
4 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 53
ANEXOS ............................................................................................................................ 55
ANEXO A – GRÁFICO DE CORRELAÇÃO DO ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO COM
A RESISTÊNCIA DO CONCRETO À COMPRESSÃO ................................................. 56
ANEXO B – PLANILHA DE CORRELAÇÃO LINEAR ENTRE OS ÍNDICES
ESCLEROMÉTRICOS OBTIDOS NOS CORPOS-DE-PROVA E OS ÍNDICES
OBTIDOS NA OBRA. ....................................................................................................... 57
13

1 INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho é o controle de qualidade do concreto. Especificamente,


decidiu-se acompanhar a execução de parte da estrutura de dois edifícios, um no município de
Tubarão e o segundo em Braço do Norte, com vista a realizar o controle de qualidade do
recebimento do concreto.
Hoje em dia pode-se observar uma preocupação maior, tanto das concreteiras,
quanto das construtoras e projetistas das estruturas com relação à qualidade do concreto. Esta
preocupação ocorre porque a qualidade do concreto interfere diretamente na segurança e
durabilidade da estrutura.
Com as estruturas cada vez maiores e mais solicitadas, cresceu também a
necessidade de regulamentar a orientação, tanto para o preparo do concreto quanto para a
realização do controle e aceitação do mesmo. Para este controle, a NBR 12655 estabelece os
critérios de produção, controle e aceitação do concreto.
Com a importância que o concreto desempenha hoje em dia na construção civil
como um produto que desempenha função diretamente relacionada com a estabilidade das
estruturas, é necessário um intenso controle de sua qualidade. Segundo Bauer (1979, p.277),
“Como existem muitas variáveis relacionadas à qualidade do concreto, é possível dizer que,
além de uma rígida seleção dos materiais e estudo de dosagem, é indispensável, como para
qualquer produto industrial, o controle da execução e das características do produto final”.
Para se verificar a qualidade do concreto podem ser realizados vários tipos de
ensaios, sendo o mais utilizado o estudo da resistência à compressão axial. Em parte, isto ocorre
por ter um custo relativamente baixo, contudo, além disso, porque várias das características
desejáveis do concreto estão diretamente relacionadas com a sua resistência.
Portanto, este trabalho teve como finalidade averiguar se a qualidade do concreto
entregue nas obras está sendo compatível com a qualidade requisitada em projeto. Assim, foi
realizado um estudo de caso em duas obras em municípios diferentes, com fornecedores
diversos que consistiu na moldagem de corpos-de-prova de concreto para verificação da
resistência à compressão aos 7 e aos 28 dias, e posterior tratamento estatístico.

1.1 JUSTIFICATIVA

Diante da importância deste tema no cotidiano do engenheiro civil, os autores


resolveram verificar o modo de se ter um controle adequado da qualidade do concreto. Neste
14

sentido, Neville (1997, p.573) afirma que, “Não obstante, como geralmente são executados para
comparação com uma especificação ou com algum valor, devem ser seguidos nos ensaios
rigorosamente os procedimentos padronizados, para não chegar a litígio ou confusão”.
Tendo o concreto como método construtivo mais utilizado no Brasil, seu controle
de qualidade tem grande valor por comprovar as condições que foram exigidas anteriormente
no projeto.
Da mesma forma, Helene (1992, p.27) também ressalta que:

A aceitação e o entendimento do significado de qualidade têm evoluído nos últimos


tempos, nos anos cinquenta e sessenta era considerado um luxo de sessenta a setenta
uma despesa de setenta a oitenta um argumento de venda de oitenta a noventa uma
fonte de lucro e em noventa mesmo se torna uma questão de sobrevivência.

Realizar este controle corretamente traz aos engenheiros, projetistas e construtores


certa segurança. Mehta (1994, p. 371) salienta que “o objetivo de um programa deste tipo é
garantir que o elemento acabado de concreto seja estruturalmente adequado à finalidade para a
qual foi projetado”.
Construtoras geralmente realizam o controle de qualidade do concreto de forma
simplificada e equivocada, apenas moldando corpos-de-prova e recolhendo os resultados da
resistência à compressão. Porém, acerca da interpretação, Neville (1997, p.573) explica: “Os
ensaios não são um fim em si mesmo, em muitos casos práticos, eles não levam a uma
interpretação clara e concisa, de modo que, para terem um valor efetivo, devem sempre ser
usados com o apoio de boa experiência no assunto”.
Muitas pessoas não dão o valor merecido a este controle de qualidade, entretanto,
como lembra Helene (1992, p.102),

Controle de qualidade de um determinado produto deve ser entendido como uma


técnica que, geralmente apoiada em recursos matemáticos da estatística, tenha por
objetivo fornecer as informações essenciais para a manutenção do produto numa
qualidade especificada, ao mínimo custo possível. Se aplicado a aceitação de um
produto, terá por objetivo simplesmente fornecer a informação da conformidade ou
não do produto a uma determinada qualidade. Consequentemente pode-se manter,
aceitar ou rejeitar qualquer qualidade – baixa, normal, alta – sem que necessariamente
o controle da qualidade acarrete somente produtos de alta qualidade. É simplesmente
uma técnica que ajuda a manter, aceitar ou rejeitar uma qualidade preestabelecida.

Permitir que fornecedores realizem o controle para averiguar a resistência do


concreto fornecido é interessante para que sirva de contra prova ao controle da fiscalização.
Portanto, além do controle da concreteira, também deve ser realizado um controle da
contratante para, assim, verificar se as condições de projeto estão sendo atendidas.
15

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Este trabalho teve como objetivo geral aplicar os requisitos da NBR 12655/06 no que
diz respeito ao recebimento do concreto e avaliação dos resultados do controle estatístico, em
duas obras em andamento na região.

1.2.2 Objetivos específicos

Para atender ao objetivo geral proposto, foram determinados como objetivos


específicos:
- realizar revisão bibliográfica sobre controle estatístico da qualidade do concreto;
- escolher duas obras a serem estudadas;
- planejar e realizar o processo de controle de recebimento do concreto nas obras
escolhidas;
- analisar os resultados à luz da teoria pesquisada.

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto aos objetivos, este foi um trabalho do tipo pesquisa exploratória. Acerca
dos métodos, o procedimento utilizado para fundamentar este trabalho foi o Estudo de Caso.
“Estudo de caso pode ser definido como um estudo exaustivo, profundo e extenso de uma ou
de poucas unidades, empiricamente verificáveis, de maneira que permita seu conhecimento
amplo e detalhado” (HERDT e LEONEL, 2007, p. 84).
O uso desta metodologia vem crescendo com o passar dos anos: o interesse pelos
métodos empíricos vem aumentando devido à necessidade de incorporar dados reais às
pesquisas e, com isto, obter resultados mais efetivos (ELLRAM, 1996 apud BRANSKI et al,
2011).
O estudo realizado neste trabalho buscou verificar a qualidade do concreto entregue
em algumas obras da região e sua conformidade com o requisitado em projeto.
Para isso, foram realizadas coletas de amostras de concreto fresco durante as
concretagens de duas obras, entre 20/08 e 03/10/2013. Dentro deste período conseguiu-se retirar
as amostras de várias concretagens que, somadas, totalizaram um volume de 487m³ de concreto.
16

Após a coleta, as amostras foram transportadas para o Laboratório de Engenharia Civil da


Unisul, campus Tubarão, onde ficaram mantidos em câmara úmida até o dia do ensaio de
compressão.
Os resultados dos ensaios foram submetidos a tratamento estatístico para posterior
análise da qualidade do concreto.
Foi necessária, também, pesquisa bibliográfica, que ajudou a embasar os
argumentos do trabalho que segue.
Todos os procedimentos para coleta, rompimento e análise estatística estão
detalhados no capítulo 3 a seguir, juntamente com as respectivas normas.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está distribuído de maneira lógica e ordenado por capítulos. O


primeiro capítulo aborda o assunto de forma inicial e informativa.
O segundo capítulo trata da revisão bibliográfica, trazendo as principais
informações sobre concreto e seu controle, sua durabilidade e sua utilidade, nas literaturas
disponíveis.
O terceiro capítulo teve como assunto o estudo de caso, todos os passos e maneiras
para se obter um controle de qualidade e análise estatística são informados, juntamente com a
apresentação dos resultados obtidos nas análises do capítulo, fornecendo, desta forma, um
diagnóstico da conformidade do concreto.
Finalizando o estudo, no capítulo quatro é apresentada a conclusão, seguido das
referências utilizadas.
17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O MATERIAL CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND

Os materiais de construção têm uma história paralela ao desenvolvimento humano,


pois o homem sempre se serviu deles para sobreviver e satisfazer duas de suas necessidades:
buscar abrigo e conforto (ISAIA, 2005). “O homem não teria se tornado o Homem Pensador
(Homo Sapiens) se não tivesse sido, ao mesmo tempo, o Homem Realizador (Homo Faber)”
(COHEN, 1988 apud ISAIA, 2005, p.2).
Dentre os materiais de construção destaca-se o concreto, mistura de água, agregados
(areia e brita) e cimento, já conhecido desde a Antiguidade. Um caso, em especial, chama
atenção: na Grécia, por volta de 1000 a.C., foi construído um tanque de concreto para armazenar
água (figura 1) que, submetido a estudos laboratoriais atuais para averiguar seu desempenho
físico e mecânico, constatou-se que o concreto empregado é de boa qualidade. Isso mostra que,
há três milênios, os gregos já possuíam excelente conhecimento empírico sobre tecnologia do
concreto (KOUI E FTIKOS, 1998 apud ISAIA, 2005).

Figura 1 – a) Cisterna de concreto na Grécia. Vista de jusante para montante; b) Curva da


composição granulométrica dos agregados, utilizados na cisterna.

Fonte: KOUI E FTIKOS, 1998 apud ISAIA, 2005.

Na atualidade, o concreto é o material estrutural mais utilizado no mundo e isso se


dá por suas excepcionais características, tais como: trabalhabilidade, durabilidade, baixo custo,
fácil elaboração, entre outras.
18

Na década de 60, dois renomados cientistas na área de cimento e concreto, em


publicação pela Scientific American, Brunauer e Copeland, (1964 apud METHA e
MONTEIRO, 2008) explanaram:

O material mais largamente usado em construção é o concreto, normalmente feito


com a mistura de cimento portland com areia, pedra e água. No ano passado nos
Estados Unidos 63 milhões de toneladas de cimento portland foram convertidos
em 500 milhões de toneladas de concreto, cinco vezes o consumo de aço, em
massa. Em muitos países, o consumo de concreto é 10 vezes maior do que o de
aço. O consumo mundial total de concreto, no ano passado, foi estimado em 3
bilhões de toneladas, ou seja, uma tonelada por ser humano vivo. O homem não
consome nenhum outro material em tal quantidade, a não ser água.

Se o uso do concreto for analisado nos dias atuais, será visivelmente diferente do
consumo de 30 anos atrás. Na atualidade, estima-se que o consumo de concreto mundial é da
ordem de 5,5 bilhões de toneladas por ano (METHA e MONTEIRO, 2008).
Segundo Isaia (2010), os pesquisadores encaram o concreto como um material com
muita importância, vital para a economia e o negócio da construção; um material rico e versátil,
significativo para o desenvolvimento na engenharia aplicada e na qualidade de vida.
O concreto está inserido em nosso cotidiano por meio de pontes, túneis, edifícios,
obras de saneamento, viadutos, etc. Sua versatilidade é imensa, devido às suas características e
durabilidade. Na figura 02, abaixo, estão alguns dos exemplos de sua versatilidade.

Figura 2 –Obras realizadas em concreto

Fonte: Portal do concreto, 2013.


19

Encontram-se, no mercado mundial atual, muitos tipos de concreto. Atingindo


ampla popularização, os fornecedores de concreto produzidos em central disponibilizam alguns
destes tipos, de acordo com Cruz (2013?):
- Concreto Convencional – utilizado na maioria das obras civis. Apresenta consistência
seca e a sua resistência varia de 5,0 em 5,0 MPa, a partir de 10,0 até 40,0 MPa. É aplicado em
obras civis, industriais e em peças pré-moldadas;
- Concreto de Alto Desempenho – normalmente elaborado com adições minerais tipo
sílica ativa e metacaulim e aditivos super-plastificantes. Os concretos deste tipo possuem
excelentes propriedades, tais como aumento da durabilidade e vida útil das obras, além de
melhor aproveitamento das áreas disponíveis para construção;
- Concreto de Alta Resistência Inicial - como o nome já diz, é aquele que tem a
característica de atingir maior resistência com pouca idade, podendo dar mais velocidade à obra
ou ser utilizado para atendera situações emergenciais. Sua aplicação pode ser necessária em
indústrias de pré-moldados, em estruturas convencionais ou protendidas, na fabricação de
artefatos de concreto, entre outras. Com este tipo de concreto o ganho em produtividade torna-
o muito atraente. A alta resistência inicial é fruto do tipo de cimento utilizado;
- Concreto Autoadensável – trata-se de um concreto de elevada plasticidade. Em alguns
casos, pode ter sua reologia controlada com a utilização de aditivos de última geração. Uma
utilidade muito importante seria para peças densamente armadas, pois dispensa a utilização total
ou parcial de vibradores, tendo um ótimo rendimento.
Neste panorama, o Brasil se destaca como um dos maiores consumidores de
cimento, crescendo uma média de 7% ao ano. No índice mundial dos maiores utilizadores de
concreto, o Brasil ocupa o terceiro lugar, atrás apenas da China e da Índia, ultrapassando,
inclusive, os Estados Unidos (SANTOS, 2012).
Santos (2013) expõe que o uso do concreto vem crescendo, principalmente aquele
dosado em central:

O concreto é hoje o segundo produto mais consumido no mundo. Projeções


otimistas presumem que o material possa ocupar o primeiro lugar a partir de 2025,
superando a geração de água potável. No Brasil, não é diferente. Por isso, a ABCP
(Associação Brasileira de Cimento Portland) encomendou a mais ampla pesquisa
sobre o mercado nacional do concreto. O estudo, (...) coletou dados do período
entre 2005 e 2012 para projetar tendências do setor nos próximos anos. Uma delas
é que o concreto dosado em central definitivamente está incorporado ao dia a dia
da construção civil brasileira. Em sete anos, seu consumo cresceu 180%.
20

Com este uso intenso, tem-se focado pesquisas no entendimento de suas


propriedades e sua durabilidade, que são complexas. Esta complexidade é revelada por
Scrivener (2005, apud ISAIA, 2005, p. 41):

Os materiais cimentícios (concreto, argamassa, graute, etc.) são os produtos mais


utilizados no mundo, entretanto, estão entre os menos compreendidos a nível de
fundamentos [sic]. A reação de dezenas espécies químicas na escala de tempo de
segundos a dias, cria uma estrutura sólida que pode estar em serviço pó muitos
séculos. A falta de compreensão dos fundamentos significa que o desenvolvimento
tem sido incremental e baseado em ensaios empíricos de amostras macroscópicas.

Dentre as novidades na área de concreto, tem-se destacado, segundo Ribeiro (2010,


p.74, grifos do autor):
- Concreto Autolimpante:

O concreto autolimpante é o concreto que, elaborado com cimento composto por


substância catalisadora, sob incidência de raios ultravioleta, atua de acordo com o
fenômeno da fotocatálise, gera a decomposição de compostos biológicos,
promovendo a limpeza de sua superfície aparente e, portanto, conservação de sua
qualidade estética. O cimento Portland com efeitofotocalítico desenvolvido e
patenteado desde 1996 na Itália pela ItalcementiGroup, que tem empresas
subsidiárias em 19 países, vários continentes(Europa, América do Norte, África e
Ásia), é produzido na Itália e na França, tem sido testado e monitorado e, teve sua
primeira aplicação, feita com concreto autolimpante, na construção da igreja Dives in
Misericórdia em Roma, Itália, em 1996 (...).

Figura 3 –Concreto branco bruto com propriedades fotocatalíticas - Igreja da Misericórdia


(Roma)

Fonte: http://alessandro1971.splinder.com/archive/2006-11
21

- Concreto Despoluente:

O concreto despoluente é o concreto que, elaborado com cimento composto por


substância catalisadora, sob incidência de raios ultravioleta, atua conforme o
fenômeno da fotocatálise, gera a eliminação de alguns poluentes como óxidos de azoto
(NOx) e de compostos orgânicos voláteis (COVS), reduzindo a poluição no meio
ambiente. Obras têm sido feitas - geralmente assentando o produto despoluidor em
passeios ou vias urbanas, situação em que a principal fonte poluente (veículos) está
bem próxima da superfície tratada - em caráter experimental na Itália, França e
Bélgica, com a finalidade de observar o desempenho do cimento despoluidor. No
Brasil, não há registro de sua utilização (RIBEIRO, 2010, p. 74).

- Concreto Translúcido:

O concreto translúcido é um concreto aparente que contém fibra óptica, através da


qual se dá a passagem da luz (Figura 09). De acordo com LITRACON, o concreto
translúcido Litracon™ é uma combinação de concreto fino com fibras ópticas que
forma o concreto transmissor de luz. O concreto translúcido, criado em 2001, foi
desenvolvido e patenteado pelo arquiteto Húngaro Aron Losonczi, que incorporou
fibra óptica à matriz cimentícia, sem prejuízo da resistência à compressão
característica do concreto estrutural (RIBEIRO, 2010, p. 74).

Figura 4 –concreto transmissor de luz - Litracon™

Fonte: www.litracon.hu/aboutus.php

Conjuntamente com estes tipos diferenciados de concreto, uma área que vem tendo
cada vez mais espaço é a de utilização de resíduos sólidos como materiais de construção.
Segundo Gonçalves e Moura (2007), a produção de concreto e argamassa com resíduos sólidos
ajuda na redução de impactos ambientais, pois utiliza menos recursos naturais e tem um
consumo menor de energia para sua produção, apresentando-se como ponto positivo para a
conquista de uma construção mais sustentável.
22

No Brasil, as principais normas vigentes ligadas ao concreto são a ABNT/NBR –


6118/07 – Projeto de Estrutura de Concreto; ABNT/NBR – 12655/06 - Concreto – Preparo,
Controle e Recebimento; ABNT/NBR – 5739/07 – Ensaio de Compressão de Corpos-de-prova
Cilíndricos; ABNT/NBR – 5738/03 – Procedimentos para Moldagem e Cura de Corpos-de-
prova; e ABNT/NBR – 7680/07 – Concreto – Extração, Preparo e Ensaio de Testemunho de
Concreto (ISAIA, 2005).

2.2 DURABILIDADE E CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO

É imprescindível que as estruturas de concreto realizem as funções para as quais


foram projetadas, e que conservem a resistência e a utilidade que se é esperada durante um
determinado período de tempo. Assim, o concreto deve ser capaz de suportar os efeitos de sua
deterioração aos quais se subentende que ele venha a ser submetido. Se ele é capaz de tolerar
essa deterioração, considera-se que o concreto é, então, durável (NEVILLE, 1997).
Com o aparecimento de problemas de degradação precoce nas estruturas, de novas
necessidades competitivas e de exigências de sustentabilidade no setor da Construção Civil,
passou-se a observar, nas últimas décadas, uma tendência mundial no sentido de privilegiar os
aspectos de projeto voltados à durabilidade e à extensão da vida útil das estruturas de concreto
armado e protendido (CLIFTON, 1993 apud ISAIA, 2011).
Uma consequência desta preocupação com a durabilidade foi a viabilização da
análise da vida útil expressa em anos, e não mais baseada somente em critérios qualitativos de
adequação da estrutura (ISAIA, 2011).
No que diz respeito à definição da durabilidade do concreto, Mehta e Monteiro
(2008, p. 122) asseveram:

Durabilidade do concreto de cimento Portland é definida como sua capacidade de


resistir à ação de intempéries, ataque químico, abrasão, ou qualquer outro processo de
deterioração. Em outras palavras, um concreto durável preservará sua forma,
qualidade e capacidade de uso originais quando exposto ao ambiente de uso para o
qual foi projetado.

Neville (1997) cita as causas pelas quais uma durabilidade inadequada pode se
apresentar, informando diferentes ações que podem ser mecânicas, químicas ou físicas. Entre
os agentes mecânicos estão impacto, abrasão, erosão e cavitação. Os agentes químicos podem
ser cloretos, sulfatos, dióxido de carbono, líquidos e gases naturais ou industriais. Já os agentes
23

físicos são altas temperaturas e diferença de coeficientes de dilatação térmica do agregado e da


pasta de cimento.
Ainda a respeito da durabilidade, Neville (1997) assegura que é importante, hoje
em dia que, para várias condições de exposição do concreto, tanto a resistência quanto a
durabilidade sejam levadas em conta desde a fase de projeto.
Mehta e Monteiro (2008) salientam que, por inúmeras razões, os projetistas devem
avaliar as características da durabilidade dos materiais com tanta atenção quanto outros
aspectos. Deve-se ter melhor compreensão das consequências geradas por uma estrutura não
durável. Entre elas estão o custo de reparos e a substituição de estrutura por falhas nos materiais.
Os mesmos autores declaram que existe uma estimativa de que, em países industrialmente
desenvolvidos, 40% do total de recursos da construção estão sendo utilizados em reparo e
manutenção de estruturas existentes.
Para um melhor controle da durabilidade e vida útil da estrutura é importante que
se faça um controle da qualidade do concreto. Para Helene (1992), a finalidade do controle de
um produto é garantir um padrão de qualidade estabelecido anteriormente em projeto. Este
padrão não deverá modificar-se, majorar ou minorar, mas somente manter o nível de qualidade
que foi predeterminado em projeto.
Uma forma de fazer este controle é através do ensaio de resistência à compressão
do concreto. Sobre sua importância, Helene (2013) escreve que o controle da resistência à
compressão do concreto das estruturas faz parte da segurança no projeto estrutural, sendo
indispensável a sua constante comprovação, sendo também conhecido por controle de
recebimento ou de aceitação do concreto. Avaliar se o concreto que está sendo entregue
corresponde ao que foi adotado na fase de dimensionamento da estrutura faz parte da própria
concepção do processo construtivo como um todo.
Ressalta-se, aqui, a diferença que existe entre o controle da produção do concreto e
o controle da aceitação do mesmo. A NBR 12655/06 traz que o controle da produção ou preparo
do concreto consiste na verificação das

operações de execução do concreto, desde o armazenamento dos materiais, sua


medida e mistura, bem como na verificação das quantidades utilizadas desses
matérias. Esta verificação tem por finalidade comprovar que a proporção da mistura
atende ao traço especificado e deve ser feita uma vez ao dia, ou quando houver
alteração do traço.

Sobre o controle da produção, Helene (1992) informa que este engloba o conjunto
de métodos que auxiliam o produtor de concreto a cumprir com o especificado da forma mais
24

econômica. Ou seja, controlando todas as etapas do processo de produção, sendo o produtor


também responsável pela qualidade da produção.
Já o controle da recepção ou aceitação do concreto consiste simplesmente na
comprovação da conformidade ou não de certa quantidade de concreto em relação ao
estabelecido em projeto. Não importa, portanto, analisar as variações do processo de produção
(HELENE, 1992).
Segundo a NBR 12655/06, o controle da aceitação consiste em duas etapas:
aceitação do concreto fresco e aceitação definitiva do concreto. As duas são efetuadas através
de ensaios. O ensaio para o concreto fresco é a medição do abatimento do tronco de cone,
conhecido também como Slump; porém, esta aceitação é provisória. Este ensaio é
regulamentado pela NBR NM 67/96. Nela estão descritos todos os procedimentos necessários
para realizar o ensaio, entre eles estão:
 as medidas do molde;
 deve-se umedecer o molde e a placa de base;
 deve-se preencher o molde com 3 camadas de concreto;
 compactar cada camada com 25 golpes com haste de compactação;
 retirar o molde e imediatamente após medir o abatimento do concreto,
determinando a diferença entre a altura do molde e a altura do eixo do corpo-de-
prova.

A aceitação final é feita através da verificação do atendimento da resistência à


compressão a todos os requisitos de projeto, o que consiste no rompimento de corpos-de-prova
em certa idade. Os ensaios da resistência à compressão devem, então, servir para a aceitação ou
rejeição dos lotes de concreto.
Os procedimentos para moldagem dos corpos-de-prova devem seguir as diretrizes
da NBR 5738/03, que vão desde a preparação dos moldes até a retificação para rompimento na
prensa. Entre os principais itens que a norma regulamenta estão:
 os moldes devem ser revestidos internamente com uma fina camada de óleo
mineral;
 a superfície de apoio dos moldes deve ser plana, rígida, livre de vibrações;
O adensamento manual com haste deve seguir os critérios da tabela 1, apresentada
na página seguinte.
25

Tabela 1 – Número de golpes para adensamento do corpo-de-prova.

NUMERO DE CAMADAS EM
NUMERO DE GOLPES
TIPOS DE DIMENSÃO FUNÇÃO DO TIPO DE
PARA
CORPO DE BÁSICA (d) ADENSAMENTO
ADENSAMENTO
PROVA mm
MECÂNICO MANUAL MANUAL
100 1 2 12
150 2 3 25
200 2 4 25
CILÍNDRICO
250 3 5 75
300 3 6 100
450 5 9 225
100 1 1 75
150 1 2 75
PRISMÁTICO
250 2 3 200
450 3 -- --

Fonte: NBR 5738/03

 após o adensamento da última camada deve ser realizado o rasamento da


superfície com a borda do molde;
 após a desforma os corpos-de-prova destinados ao laboratório devem ser
transportados em caixas rígidas, contendo serragem ou areia molhada;
 depois da moldagem os corpos-de-prova devem permanecer em local livre de
intempéries, vibrações e qualquer outra perturbação, por pelo menos 24 horas;
 após a cura inicial os CPs devem ser desmoldados e transportados para o
laboratório, onde permanecerão em cura úmida até a data de rompimento. Não
antes de serem identificados corretamente;
 no dia do rompimento os corpos-de-prova devem ser retificados para que suas
bases fiquem planas e perpendiculares ao seu eixo longitudinal.

Neville (1997) relata que o ensaio de resistência à compressão de corpos-de-prova,


tratados de acordo com as normas, o que vai desde a forma correta de adensamento até a cura
úmida, tem como resultado uma representação da qualidade potencial do concreto.
Helene (1992, p.21) ressalta, sobre o ensaio de resistência do concreto à
compressão:

A resistência à compressão dos concretos tem sido tradicionalmente utilizada como


parâmetro principal de dosagem e controle de qualidade dos concretos destinados a
obras correntes. Isso se deve, por um lado, à relativa simplicidade do procedimento
de moldagem dos corpos-de-prova e do ensaio de compressão axial, e, por outro, ao
fato de a resistência à compressão ser um parâmetro sensível às alterações de
composição da mistura permitindo inferir modificações em outras propriedades do
concreto.
26

A resistência à compressão do concreto é a característica que mais se emprega no


momento do dimensionamento da estrutura. Isto posto, está intimamente ligada à segurança
estrutural. A obra deve ser construída com um concreto de resistência à compressão maior ou
igual ao que foi optado no projeto (HELENE, 1992).
Mehta e Monteiro (2008) também destacam que, no projeto e no controle, a
resistência é uma propriedade comumente utilizada, já que, comparado com outras
propriedades, o ensaio de resistência é relativamente acessível. Além do mais, considera-se que
muitas das outras características do concreto podem ser deduzidas a partir dos valores da
resistência à compressão axial. Embora, na realidade, a maior parte das estruturas de concreto
esteja submetida a uma combinação de tensões em diferentes direções, o ensaio de compressão
uniaxial é mais fácil de ser executado, e a resistência à compressão aos 28 dias é aceita
universalmente como índice geral da resistência do concreto.
Sobre a resistência à compressão do concreto, Helene (1992) também concorda que
a característica que melhor qualifica o concreto é a resistência à compressão axial. Mas alerta
que, desde que tenham sido considerados na sua dosagem e preparação, aspectos como
durabilidade, tipo e classe de cimento, além da relação água/cimento. Qualquer alteração destes
aspectos poderá indicar uma variação na resistência. O mesmo autor destaca, também, que a
resistência à compressão é um atributo muito suscetível, capaz de apontar com prontidão as
variações da qualidade do concreto.
Caso o concreto não seja aceito após a realização do ensaio de resistência e posterior
tratamento estatístico, a NBR 6118/07, em seu item 25.3.1 estabelece algumas ações corretivas,
que devem ser realizadas para determinar se o concreto pode ser aceito ou não. São elas:
 revisão do projeto para determinar se a estrutura, no todo ou em parte, pode ser
aceita, considerando os valores obtidos no ensaio;
 no caso negativo, devem ser extraídos e ensaiados testemunhos conforme disposto
na NBR 7680, se houver também deficiência de resistência do concreto cujos
resultados devem ser avaliados de acordo com a NBR 12655, procedendo-se a seguir
com nova verificação da estrutura visando a sua aceitação;
 finalmente, não sendo eliminada a não-conformidade, deve ser realizado uma das
seguintes opções: determinar as restrições da estrutura, providenciar o projeto de
reforço ou decidir pela demolição parcial ou total.
27

Além das ações previstas pela NBR 6118/07, podem ser realizados alguns ensaios
não destrutivos que também servem para definir a resistência do concreto. Estes ensaios
apresentam algumas vantagens em relação aos ensaios destrutivos, como: proporcionam pouco
ou nenhum dano estrutural; são aplicados com a estrutura em uso; permitem que problemas
sejam detectados em fase inicial.
Entre estes ensaios está a Esclerometria, que é um ensaio realizado para medir a
dureza superficial do concreto, medindo o retorno do martelo do aparelho no regime elasto-
plástico após seu impacto com a superfície do concreto. Fornecendo assim elementos para a
avaliação da qualidade do concreto. É simples, barato e não causa nenhum dano à estrutura.
Este ensaio é regulamentado pela NBR 7584/12, e nela estão identificados todos os
procedimento para a realização do ensaio. Primeiramente são identificados os pontos da
estrutura onde serão feitas as análises. Nestes locais serão marcados os pontos para realizar a
esclerometria, sendo que o número de pontos deve ser maior que 9 e menor que 16. Assim, são
obtidos os índices esclerométricos de um local e depois é calculada a média entre estes valores.
Devem-se desprezar os valores que estiverem com mais de 10% de diferença para o valor
médio. Com os valores restantes é calculado o índice esclerométrico efetivo, que será
comparado com uma tabela ou com valores obtidos através de análise esclerométrica feita em
corpos-de-prova para, desta forma, ser determinada uma correlação com a resistência do
concreto daquela estrutura e definido se ela será aceita ou não.
Portanto, evidenciada a importância do controle de qualidade e sua relação com a
durabilidade acima citados, constata-se que o controle de qualidade do concreto deve ser
executado em todas as etapas da construção para, assim, certificar-se que todas as requisições
de projeto estão sendo atendidas e que determinada estrutura será durável.
Para Helene (1992), o controle da resistência à compressão visa a certificar o que
está sendo executado frente ao que foi adotado em projeto. Entretanto, ainda que seja
considerada uma das verificações mais importantes, se não a mais importante, durante o período
de execução não deve ser confundida com o controle tecnológico das estruturas de concreto.
Ressalta-se aqui, como cita Helene (1992), que o controle da qualidade do concreto
simplesmente oferece um auxílio na aceitação ou rejeição do mesmo, fornecendo a informação
da conformidade ou não. Desta forma, o controle da qualidade não serve para aumentar a
qualidade da obra: esta depende do controle tecnológico dos materiais e dos serviços. Serve,
pois, para fornecer dados que podem tornar a produção mais homogênea, corrigir o traço e
dosagem iniciais.
28

Ainda segundo Helene (1992), o maior objetivo do controle da resistência à


compressão é atingir o valor da resistência potencial do concreto, que é único e identifica
somente o volume de concreto analisado, para comparar com o valor que foi estabelecido para
o dimensionamento estrutural.

2.3 CONTROLE ESTATÍSTICO DO CONCRETO

Helene (1992) ressalta que o controle de recepção ou aceitação do concreto se


diferencia do controle da produção em dois pontos primordiais. Primeiro, porque o objetivo da
verificação é somente analisar se o concreto que está sendo entregue em obras está de acordo
com aquilo que foi especificado em projeto. Não cabe, portanto, analisar as etapas do processo
de produção para saber como se chegou naquela qualidade, mas se esta qualidade atende aos
requisitos ou não. O segundo ponto é que não são envolvidos os fatores econômicos da
produção. Somente se deseja verificar a aceitação deste concreto, não importando como ele foi
feito e quanto foi utilizado para fazê-lo.
A primeira etapa deste controle é a limitação de certa quantidade de concreto a ser
analisada, que é definida como lote, de acordo com os critérios estabelecidos na NBR 12655/06,
dentro da qual será feita uma amostragem aleatória. Também se faz necessário que sejam
identificados os elementos da estrutura que foram concretados com este lote para que, quando
se obtenha os resultados, seja possível rastrear o concreto aplicado e analisar a sua
conformidade (HELENE, 1992).
A formação dos lotes é feita de modo que atenda a todos os limites da tabela 02 a
seguir.

Tabela 2 – Valores para formação de lotes de concreto

Solicitação dos principais elementos da estrutura


Limites superiores
Compressão ou compressão e flexão Flexão simples

Volume de concreto 50 m³ 100 m³


Número de andares 1 1
Tempo de
3 dias de concretagem1)
concretagem
1)
Este período deve estar compreendido no prazo total máximo de sete dias, que inclui eventuais
interrupções para tratamento de juntas.
Fonte: NBR 12655/06.
29

Para cada lote deve ser retirada uma amostra de concreto com o número de
exemplares correspondente ao tipo de controle. As amostras devem ser coletadas de forma
aleatória durante a concretagem, se a análise for realizada de forma parcial. Já se a análise for
de forma total, deverá ser coletado de todos os caminhões (betonadas).
Cada exemplar é composto por dois corpos-de-prova da mesma betonada, para cada
idade, moldados no mesmo ato. A norma permite que o resultado de menor valor, entre os pares,
seja excluído para que não se inclua no controle resultados que possam ter sido comprometidos
pela moldagem, transporte ou cura inadequada.
A NBR 12655/06 recomenda que se aceite os lotes de concreto quando o valor
estimado da resistência característica satisfizer a relação:

𝑓𝑐𝑘𝑗,𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘𝑗

Para Helene (1992), esta condição é justa, no entanto severa, visto que, quando se
utiliza um estimador centrado, como na NBR 12655, este gera uma rejeição de 50% dos
concretos conformes, o que penaliza o produtor.
Ainda segundo Helene (1992), sempre que o controle é feito a partir de uma
propriedade mensurável, neste caso a resistência à compressão, o controle denomina-se controle
por variáveis. Então, adota-se uma fórmula matemática que, com alguns resultados de uma
amostra de tamanho finito, calcule o valor característico real ou efetivo do lote todo. Assim
sendo, corre-se o risco de aceitar um concreto ruim ou de rejeitar um concreto bom.
De acordo com a NBR 12655/06, existem dois tipos de controle de resistência: o
controle estatístico do concreto por amostragem parcial e o controle do concreto por
amostragem total. Para cada um são indicadas as fórmulas ideais para o cálculo do valor
estimado da resistência característica (𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ) dos lotes de concreto analisados.
Para o controle por amostragem parcial, onde são retirados exemplares de algumas
betonadas, as amostras devem ter, no mínimo, seis exemplares para os concretos até C50, e
doze exemplares para concretos acima de C50. Para lotes com número de exemplares 6 ≤ 𝑛 <
20, o valor estimado da resistência à compressão (𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ), na idade especificada, é dado por:

𝑓1 + 𝑓2 + ... 𝑓𝑚−1
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 2 − 𝑓𝑚 (equação 1)
𝑚−1
Onde:
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 =valor estimado da resistência à compressão do concreto na idade especificada;
30

𝑓1 , 𝑓2 , … , 𝑓𝑛 = valores da resistência dos exemplares em ordem crescente;


m = n/2, desprezando-se o valor mais alto de n, se for ímpar.
O valor de 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 deve atender, também, à seguinte equação:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6. 𝑓1 (equação 2)

O valor de 𝜓6 pode ser encontrado na tabela 03, a seguir, de acordo com a condição de
preparo do concreto e do número de exemplares.

Tabela 3 – Valores de ψ6
Condição Número de exemplares (n)
de preparo 2 3 4 5 6 7 8 ...
A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 ...
B ou C 0,75 0,8 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 ...

Fonte: Adaptada de NBR 12655/06.

A norma estabelece também um critério para casos excepcionais, onde a estrutura


pode ser dividida em lotes menores, de até 10 m³, e a amostra pode ser feita com número de
exemplares entre 2 e 5. Neste caso, o 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 é calculado de acordo com a seguinte equação:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 𝜓6. 𝑓1 (equação 3)

Já o controle por amostragem total do concreto aplica-se a casos especiais, e fica a


critério do responsável técnico pela obra. Portanto, não há limitação para o número de
exemplares do lote, e o valor de 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 deve atender a uma das seguintes equações:

a) para 𝑛 ≤ 20: 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 𝑓1 ; (equação 4)

b) para 𝑛 > 20: 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 𝑓𝑖. (equação 5)

Onde:
i = 0,05n. Quando o valor de i for fracionário, adota-se o número inteiro
imediatamente superior.
31

Segundo Helene e Pacheco (2013), o principal objetivo do controle da resistência à


compressão é obter um valor potencial, único e característico de determinado volume de
concreto para, assim, compará-lo com o valor especificado em projeto.
Estes autores ainda afirmam que só a média dos resultados não seria suficiente para
definir e qualificar um lote de concreto. Faz-se necessário considerar, também, a dispersão dos
resultados, que pode ser identificada pelo desvio padrão ou pelo coeficiente de variação do
processo de produção.
Desta forma, para não ter que se trabalhar com duas variáveis, adotou-se o conceito
de resistência característica estimada do concreto à compressão, que é uma medida estatística
que compreende a média e a dispersão dos resultados, o que permite definir e qualificar um lote
de concreto a partir de apenas um valor característico.
32

3 ESTUDO DE CASO

No presente trabalho, no intuito de contribuir para a discussão científica, foram


analisados dados reais de resistência à compressão do concreto em estudo de caso. Com estes
dados foi realizado, então, o controle da aceitação do concreto. Tal controle está descrito a
seguir. Neste capítulo serão apresentados a metodologia aplicada na realização do estudo de
caso e os resultados, juntamente com sua análise.
Para tanto, foram escolhidas duas obras para a realização do trabalho, onde foram
coletados os dados necessários. Uma delas foi o Residencial Ouro Branco, edifício
multifamiliar localizado na esquina da Rua Altamiro Guimarães com a Rua Dr. Ferreira Lima,
no Centro de Tubarão-SC. A outra obra trata-se do Hospital Regional Santa Terezinha,
localizado na Rua Fridolino Bernardo Heidemann, bairro Rio Bonito, na cidade de Braço do
Norte - SC.
A escolha das obras onde foram realizadas as coletas de concreto deu-se pelo fácil
acesso dos autores, visto que cada um estagiava em uma das obras acima descritas. Desta forma,
obteve-se total liberdade e apoio das empresas responsáveis pelos empreendimentos.

3.1 METODOLOGIA EMPREGADA NO ESTUDO DE CASO

A seguir descreve-se a metodologia empregada na condução do estudo de caso. No


edifício Ouro Branco foram acompanhadas as concretagens das lajes e vigas dos pavimentos
G2 e tipo 1, além dos pilares do pavimento tipo 1, tendo um montante geral de 177 m³ de
concreto (figura 05). No Hospital foram analisadas as lajes e vigas do pavimento térreo,
totalizando, neste empreendimento, 310 m³ de concreto (figura 06).

Figura 5 – Concretagem edifício Ouro Branco Tubarão/SC

Fonte: Autores, 2013.


33

Figura 6 – Concretagem Hospital Santa Terezinha, Braço do Norte-SC

Fonte: Autores, 2013.

Foram aplicadas, para realizar este estudo, as exigências da NBR 12655/06. A


divisão dos lotes foi realizada de acordo com o tipo de elemento estrutural e volume (metragem
cúbica) das concretagens. Algumas delas ultrapassaram os limites estabelecidos e precisaram
que ser dividas em 2 (dois) lotes, outras ficaram dentro dos limites para apenas 1 (um) lote.
Foi escolhido realizar a análise por amostragem parcial, considerando sempre o
número mínimo de exemplares recomendados.
No entanto, no lote dos pilares, em decorrência do pequeno volume de concreto,
optou-se pela amostragem total.
Com os lotes previamente definidos para cada dia de concretagem, foi necessário o
acompanhamento no local para aceitação do concreto fresco e moldagem dos exemplares. A
aceitação inicial e imediata se dava através de conferência da nota fiscal para verificar a
correção dos dados e ensaio de abatimento. Este ensaio, visando conferir o Slump requerido,
era realizado conforme a NBR NM 67/96.
Ressaltamos que a coleta dos corpos-de-prova (CP) foi efetuada a partir dos
caminhões betoneira provenientes de duas empresas fornecedoras de concreto, neste estudo
denominadas Empresa A e Empresa B, utilizadas respectivamente nas obras. As coletas de CP
foram realizadas durante o período de elaboração deste trabalho, em número e por lote
previamente determinados.
Os corpos-de-prova moldados tinham formato cilíndrico com 100mm de diâmetro
e 200mm de altura. Tais espécimes eram moldados conforme a NBR 5738 (Concreto –
34

Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova), sendo escolhido e preparado o local


onde seria realizada a moldagem para que não ficasse inclinado ou em lugar de passagem, e
para que não fossem movimentados antes da desmoldagem. Em seguida era acompanhada a
concretagem até por volta de meio caminhão, de onde era retirado o material para confecção
dos corpos-de-prova. Para a moldagem dos corpos-de-prova foram seguidas as instruções da
tabela 01 do Capítulo anterior, estabelecidas na seguinte sequência e conforme a figura 07:
 com a primeira camada dentro do molde é obrigatório se aplicar 12 golpes para que se
tenha o adensamento manual adequado;
 colocar a segunda camada e adensá-la com 12 golpes também, sem que a haste penetre
totalmente a primeira camada;
 por fim, foi realizado o rasamento superficial do concreto.

Na figura 07, os corpos-de-prova que aparecem no sol fazem parte do controle


realizado pela empresa fornecedora do concreto. Os corpos-de-prova moldados para este estudo
eram transportados para dentro da obra logo após a moldagem, para que assim ficassem
abrigados do sol e sem sofrerem impactos.

Figura 7 –Moldagem dos corpos-de-prova

Fonte: Autores, 2013.

Simultaneamente com a moldagem dos corpos-de-prova e ao longo da concretagem


foi realizado o mapeamento de aplicação do concreto de cada caminhão na estrutura. O objetivo
35

deste mapeamento era servir de referência para rastreamento de concreto com possíveis
problemas (Vide figuras 08 e 09 na página seguinte).

Figura 8 – Mapeamento por caminhão na estrutura (Lajes e vigas, Ouro Branco)

Fonte: Autores, 2013.

Figura 9 – Mapeamento por caminhão na estrutura (Lajes e vigas, Hospital)

Fonte: Autores, 2013.

Os corpos-de-prova permaneciam por 24 horas no local de moldagem, o que é o


determinado pela NBR 5738/03, protegidos do sol e de impactos para, então, serem
desformados e transferidos para o Laboratório de Engenharia Civil da UNISUL, onde
permaneciam em cura úmida até o dia do rompimento (figura 10).
36

Foram analisados os resultados obtidos aos 7 e aos 28 dias. Todo o material


utilizado para moldar, armazenar, capear e romper os corpos-de-prova foi fornecido pelo
Laboratório citado acima.

Figura 10 – Corpos-de-prova moldados

Fonte: Autores, 2013.

Foram moldados 02 exemplares para cada idade para acompanhar a evolução da


resistência do concreto, pois aos 7 dias, este deve alcançar 62,5% da sua resistência para o
cimento CP IV.
Conduzidos pela NBR 5738/03, realizou-se o preparo dos corpos-de-prova para o
rompimento. Desta forma, fez-se necessário facear as bases, de modo que se tornassem
superfícies planas e perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo de prova, admitindo uma
falha de planicidade não superior a 0,05mm (fig. 11).
Com os exemplares prontos para o rompimento, as faces dos pratos da prensa
devem ser limpas e secas antes do corpo-de-prova ser colocado na posição de ensaio. O
espécime foi colocado cuidadosamente no centro do prato inferior, como especifica a NBR
5739. O equipamento utilizado para realização dos ensaios foi a Prensa EMIC - PCE – 150t –
37

1982 – No 1760 – NS 021 (fig. 12). Todos os resultados foram apontados em planilha para
futura análise.

Figura 11 – Faceando as bases dos corpos-de-prova

Fonte: Autores, 2013.

Figura 12 – Prensa utilizada para os rompimentos dos corpos-de-prova

Fonte: Autores, 2013.


38

Todos os procedimentos desempenhados conforme descrito anteriormente foram


repetidos com 28 dias após a moldagem dos corpos-de-prova. Com todas as resistências já
conhecidas pode-se, então, dar início ao controle estatístico.
Com a direção da NBR 12655/06 realizou-se o controle estatístico das resistências
adquiridas com os ensaios à compressão. Na maioria dos casos foram vigas e lajes obtendo,
assim, uma amostra parcial e, em uma pequena parte de pilares, foi recolhida amostra total do
concreto utilizado. Com os resultados de tal controle foi possível, desta forma, avaliar a
condição de aceitação do concreto utilizado.

3.2 APRESENTAÇÃO DO CONTROLE E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste item serão demonstrados os resultados obtidos em cada coleta e,


posteriormente, as respectivas análises estatísticas.

3.2.1 Obra 1

As principais características do Residencial Ouro Branco estão apresentadas na


tabela04, a seguir:

Tabela4 – Dados da obra 1

Tipo de Utilização: Residencial e comercial


Volume de Concreto Analisado: 177 m³
Período analisado: 20/08/2013 a 03/09/2013
Elementos Estruturais: Pilares, lajes e vigas
Tipo de produção de concreto: Usinado
Fck de projeto: 30 MPa
Fonte: Desenvolvida pelos autores.

3.2.1.1 Primeira concretagem Ouro Branco

A primeira coleta na obra 1 foi realizada no dia 20/08/2013 e a concretagem foi


feita em elementos de vigas e lajes. A referida concretagem teve um volume total de 152 m³;
portanto, de acordo com a tabela 02, precisou que ser dividida em 2 lotes. Para esta concretagem
foi executado um controle estatístico por amostragem parcial, onde se faz necessária a retirada
39

de, no mínimo,6 exemplares de cada lote. No primeiro lote foram 83 m³ de concreto num total
de 10 caminhões. Destes 10 foram retirados exemplares de 6, na seguinte ordem: 1, 3, 5, 6, 8 e
10. Já no segundo lote foram 69 m³ de concreto, totalizando 9 caminhões. Destes 9 foram
retirados, também, exemplares de 6, na seguinte ordem: 1, 2, 3, 5, 6 e 8.
De cada caminhão coletado foram retirados 4 corpos-de-prova, dois para
rompimento aos 7 dias e dois para rompimento aos 28 dias. Quando chegada a idade de
rompimento, os corpos-de-prova eram, então, submetidos ao ensaio de resistência à compressão
do concreto. Os resultados obtidos aos 7 dias estão na tabela 05, que segue, onde o primeiro
lote é composto pelos exemplares de 1 a 6, e o segundo lote pelos exemplares de 7 a 12.

Tabela 5 – Valores da Resistência à compressão dos CPs aos 7 dias. (Lajes e vigas G2, Ouro
Branco)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 25810 24910 27300 19550 26650 20720 23610 23080 22170 19760 22750 21820
CP 1 Resistência
32,86 31,72 34,76 24,89 33,93 23,38 30,06 29,86 28,22 25,16 28,97 27,80
(MPa)
Carga (kgf) 23630 25770 27630 26750 25660 24200 24520 23680 20990 19960 22230 20640
CP 2 Resistência
30,09 32,81 35,18 34,01 32,67 30,81 31,22 30,15 26,72 25,41 28,30 26,28
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

A partir destes dados, os valores de cada lote foram submetidos ao tratamento


estatístico para amostragem parcial, de acordo com a NBR 12655/06. Portanto, primeiramente
foram excluídos os resultados mais baixos de cada exemplar, conforme preconiza a norma, em
seguida os resultados mais altos de cada exemplar foram colados em ordem crescente:

Lote 1: 30,81 < 32,81 < 32,86 < 33,93 < 34,01 < 35,18;
Lote 2: 25,41 < 27,80 < 28,22 < 28,97 < 30,15 < 31,22.

Com isso foi aplicada a equação 1, que resultou em:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 30,76 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)


𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 24,99 𝑀𝑃𝑎 (Lote 2)

Os resultados obtidos aos 28 dias estão na tabela 6 a seguir e, da mesma forma que
na tabela 05, o primeiro lote é identificado pelos exemplares de 1 a 6 e o segundo lote pelos
exemplares de 7 a 12.
40

Tabela 6 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias. (Lajes e vigas G2, Ouro
Branco)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 27800 31890 29930 29390 31720 27290 26480 29560 21700 21270 26920 24850
CP 1 Resistência
35,40 40,60 38,11 37,42 40,39 34,75 33,72 37,64 27,63 27,08 34,28 31,64
(MPa)
Carga (kgf) 29210 30410 34970 28020 29750 28970 27740 29210 18700 24770 26180 25660
CP 2 Resistência
37,19 38,72 44,53 35,68 37,88 36,89 35,32 37,19 23,81 31,54 33,33 32,67
(MPa)

Fonte: Desenvolvida pelos autores.


Obs.: Os valores destacados são maiores entre cada exemplar. E os valores do exemplar 09, desta tabela, foram
excluídos do cálculo.

Neste ensaio foi observado um problema com relação ao exemplar 9, pois, aos 7
dias, a resistência teve um resultado maior que aos 28 dias. Assim, optou-se por excluir este
exemplar do cálculo da resistência estimada deste lote de concreto para que o resultado final
não fosse mascarado.
Para o primeiro lote foi, então, repetido o procedimento dos 7 dias excluindo os
menores valores e colocando os resultados maiores em ordem crescente:

Lote 1: 36,89 < 37,19 < 37,32 < 40,39 < 40,60 < 44,53;

Então foi aplicada a equação 1, que resultou em:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 36,76 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)

Já para o Lote 2 não poderia ser aplicada a mesma equação, visto que a equação 1
serve somente para lotes com número de exemplares entre 6 e 20. Para este foi aplicada a
equação 3, que serve para casos excepcionais, onde o número de exemplares esteja entre 2 e 5.
Primeiro os maiores valores de cada exemplar foram colocados em ordem crescente,
desconsiderando o exemplar 9, e depois foi aplicada a equação 3.

Lote 2: 31,54 < 32,67 < 34,28 < 35,32 < 37,64.

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 0,91 . 31,54

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 28,70 𝑀𝑃𝑎 (Lote 2)

Para o lote 1 foi realizada a verificação estabelecida pela equação 2, conforme pode
ser observado na página seguinte:
41

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1

Os valores de 𝜓6 são encontrados na tabela 03, desta forma:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 0,92 . 36,89 ≥ 33, 93 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1/OK)

Desta forma o 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 para o lote 1 foi 36,76 MPa.

3.2.1.1.1 Análise dos resultados da primeira concretagem Ouro Branco

A NBR 12655/06 recomenda que se aceite os lotes de concreto nos quais o 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡
seja igual ou maior que o 𝑓𝑐𝑘 de projeto. Portanto, com os resultados demonstrados acima, é
possível concluir que o Lote 1 seria aceito e o Lote 2 rejeitado, já que a resistência de projeto é
de 30 MPa. Entretanto, a NBR 6118/03 determina, em seu item 25.3.1, as ações corretivas no
caso do concreto não estar em conformidade com o projeto. A primeira opção, que foi a adotada
neste caso, é a de revisar o projeto para verificar se, com os novos valores obtidos, a estrutura
pode ser considerada aceitável. Assim, foram encaminhados para o engenheiro calculista os
valores de ensaio, e foi verificado que o lote 2 poderia ser considerado aceito.

3.2.1.2 Segunda concretagem Ouro Branco

A segunda coleta foi realizada no dia 03/09/2013 e nela foram concretados os


pilares do pavimento tipo. O volume desta concretagem foi de 25 m³. Assim, de acordo com a
tabela 02, os pilares se enquadram como elementos sob compressão, sendo o limite para os lotes
de 50 m³. Desta maneira, neste lote único foi realizado o controle estatístico por amostragem
total, em que não há limite para o número de exemplares coletados.
Esta concretagem totalizou 4 caminhões, e foram retiradas amostras de todos eles.
Da mesma forma que na concretagem anterior, 2 exemplares para 7 dias e 2 exemplares para
28 dias. Na tabela 07 que pode ser vista na página seguinte, estão os resultados obtidos nos
ensaios aos 7 dias.
Com os resultados da referida tabela, foi aplicado o controle estatístico por
amostragem total. Inicialmente excluem-se os menores resultados de cada exemplar e colocam-
se os maiores valores em ordem crescente.
42

Lote único: 24,07 < 26,29 < 29,69 < 31,84


Assim, foi aplicada a equação 4 para controle por amostragem total com número de
exemplares menor que 20, que resultou em:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 24,07 𝑀𝑃𝑎

Tabela 7 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Pilares Tipo 1, Ouro Branco)
Exemplar 1 2 3 4
Carga (kgf) 19590 23320 25010 17580
CP 1
Resistência (MPa) 24,94 29,69 31,84 22,38
Carga (kgf) 20650 22680 23460 18910
CP 2
Resistência (MPa) 26,29 28,87 29,87 24,07

Fonte: Desenvolvida pelos autores.


Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

Na tabela 08 abaixo, estão os valores resultantes aos 28 dias:

Tabela 8 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Pilares Tipo 1, Ouro
Branco)
Exemplar 1 2 3 4
Carga (kgf) 28560 29070 32870 22830
CP 1
Resistência (MPa) 36,36 37,01 41,85 29,07
Carga (kgf) 27750 29130 33410 23740
CP 2
Resistência (MPa) 35,33 37,09 42,54 30,23

Fonte: Desenvolvida pelos autores.


Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

A partir dos resultados acima foi, então, realizado o mesmo procedimento que aos
7 dias, excluindo os menores valores e colocando os maiores em ordem crescente.

Lote único: 30,23 < 36,36 < 37,09 < 42,54

Com isso foi aplicada a equação 4, que resultou:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 30,23 𝑀𝑃𝑎


43

3.2.1.2.1 Análise dos resultados da segunda concretagem Ouro Branco

Com o resultado obtido através da análise total deste lote de concreto, foi possível
definir que este lote seja aceito, já que o 𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 é maior que o 𝑓𝑐𝑘 de projeto.
Deste modo, verificou-se que nestas duas concretagens acompanhadas neste
empreendimento, os valores da resistência estimada foram satisfatórios para aceitação do
concreto.

3.2.2 Obra 2

As principais características do Hospital Regional Santa Terezinha estão na tabela


09:

Tabela 9 –Dados da obra 2

Tipo de Utilização: Hospital


Volume de Concreto Analisado: 310 m³
Período analisado: 29/08/2013 a 03/10/2013
Elementos Estruturais: Lajes e vigas
Tipo de produção de concreto: Usinado
Fck de projeto: 40 Mpa
Fonte: Desenvolvida pelos autores.

3.2.2.1 Primeira concretagem Hospital

A primeira concretagem nesta obra ocorreu dia 29/08/2013 e foi realizada em lajes
e vigas, totalizando 134 m³ de concreto. Como ultrapassa o limite estabelecido pela tabela 02,
precisou ser dividida em dois lotes. Neste caso, foi realizado um controle por amostragem
parcial, portanto foram colhidos 6 exemplares de cada lote. O primeiro lote somou 56 m³ de
concreto, portanto 7 caminhões. Destes 7 foram recolhidas amostras de 6, na seguinte ordem:
1, 2, 3, 4, 5 e 7. O segundo lote somou 78 m³, 10 caminhões, e destes 10 retiraram-se amostras
de 6, na seguinte ordem: 1, 2, 3, 4, 5 e 9.
O procedimento de retirada das amostras se repetiu. Foram colhidos 4 exemplares
de cada caminhão, dois para 7 e dois para 28 dias. O resultado dos ensaios aos 7 dias encontram-
se na tabela 10, ressaltando que o Lote 1 vai dos exemplares 1 ao 6, e o Lote 2 do 7 ao 12.
44

Tabela 10 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 22030 24540 25830 26590 24970 28490 24120 26600 24970 27500 22030 18720
CP 1 Resistência
28,05 31,24 32,89 33,86 31,79 36,27 30,71 33,94 31,79 35,01 28,05 23,83
(MPa)
Carga (kgf) 21760 23610 25290 27310 26200 30030 24670 25440 24470 24410 26590 22900
CP 2 Resistência
27,7 30,06 32,2 34,77 33,36 38,25 31,41 32,39 31,16 31,08 33,86 29,16
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

Estes resultados foram, então, submetidos ao tratamento estatístico por amostragem


parcial, sendo excluídos os resultados mais baixos de cada exemplar, e os maiores colocados
em ordem crescente:

Lote 1: 28,05 < 31,24 < 32,89 < 33,36 < 34,77 < 38,25;
Lote 2: 29,16 < 31,41 < 31,79 < 33,86 < 33,94 < 35,01.

A partir daí foi aplicada a equação 1 e como resultados obtivemos:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 26,40 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)


𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 28,78 𝑀𝑃𝑎 (Lote 2)

Os valores obtidos nos ensaios aos 28 dias estão na tabela 11 a seguir, e os lotes
estão separados da mesma maneira, de 1 a 6 e de 7 a 12.

Tabela 11 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga
31270 31170 34520 33570 34800 37650 33070 35710 30450 33080 32190 28340
(kgf)
CP 1
Resistência
39,81 39,69 43,95 42,74 44,31 47,94 42,11 45,47 38,77 42,12 40,99 36,08
(MPa)
Carga
30970 35170 31810 32410 33400 35290 32810 35720 29820 32280 33110 29400
(kgf)
CP 2
Resistência
39,43 44,78 40,50 41,27 42,53 44,93 41,77 45,48 37,97 41,10 42,16 37,43
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

Da mesma forma, os resultados foram tratados estatisticamente, primeiro


excluindo-se os valores mais baixos, e depois colocando os maiores em ordem crescente.

Lote 1: 39,81 < 42,74 < 43,95 < 44,31 < 44,78 < 47,94;
45

Lote 2: 37,43 < 38,77 < 42,11 < 42,12 < 42,16 < 45,48.

Então, aplicou-se a equação 1para chegar nos seguintes resultados:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 38,60 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)


𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 34,09 𝑀𝑃𝑎 (Lote 2)

Os valores acima devem satisfazer, ainda, a relação estabelecida pela equação 2:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1

Os valores de 𝜓6 são encontrados na tabela 03, desta forma:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 0,92 . 39,81 ≥ 36,62 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1/OK)


𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 0,92 . 37,43 ≥ 34,44 𝑀𝑃𝑎 (Lote 2/Não OK)

Como o valor calculado para o Lote 2 não satisfez a equação 3; será adotado, então,
o valor de 𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 34,44 𝑀𝑃𝑎, já que o valor obtido para o Lote 2 não poderia ser menor que
isto. Já para o Lote 1 permaneceu o valor calculado de 38,60 MPa.

3.2.2.1.1 Análise dos resultados da primeira concretagem Hospital

Como foi possível perceber através da análise dos resultados dos dois lotes, estes
devem ser rejeitados, visto que não alcançaram a resistência de projeto, que era de 40 MPa.
Assim como foi realizado na concretagem do edifício Ouro Branco, os valores
resultantes das análises foram encaminhados para o engenheiro calculista, que então revisou o
projeto para verificar se a estrutura poderia ser aceita. O engenheiro decidiu por realizar um
ensaio não destrutivo na estrutura para melhor precisar sobre sua adequação. O ensaio ocorreu
por meio de Esclerometria realizada conforme procedimentos anteriormente citados. Nestes
lotes foram analisados 05 pontos, distribuídos aleatoriamente pela estrutura em estudo. Os
resultados da dureza superficial obtidos in loco e nos corpos-de-prova da mesma estrutura
foram submetidos à análise estatística, obtendo-se, assim, um gráfico linear, com índice
esclerométrico pela resistência. Através da leitura do gráfico foi feita uma estimativa da
resistência dos cinco pontos que abrangiam estes lotes, são elas: 53,0; 59,8; 59,8; 68,3; 54,7
(MPa). Ressalta-se que a Esclerometria foi realizada 60 dias após a concretagem.
A partir destes dados foi possível, então, definir que a estrutura fosse aceita. O
gráfico e a tabela resultantes da esclerometria encontram-se nos anexos A e B deste trabalho.
46

3.2.2.2 Segunda concretagem Hospital

A segunda concretagem foi realizada no dia 10/09/2013, e também ocorreu em lajes


e vigas do pavimento térreo, em um total de 72 m³. Como esta metragem cúbica não ultrapassa
o limite para um lote, conforme a tabela 02, a análise foi realizada para lote único. A referida
concretagem utilizou 9 caminhões, e destes foram colhidas amostras de 6, na seguinte ordem:
1, 3, 5, 7, 8 e 9.
Todo o processo de coleta foi, então, repetido: 6 exemplares com 4 corpos-de-prova
cada, dois para 7 e dois para 28 dias. Os resultados dos ensaios de rompimento aos 7 dias estão
na tabela 12 abaixo:

Tabela 12 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6
Carga (kgf) 24040 23840 23990 22020 25140 28340
CP 1
Resistência (MPa) 30,61 30,35 30,55 28,04 32,01 36,08
Carga (kgf) 25020 12620 22980 18490 27650 27680
CP 2
Resistência (MPa) 31,86 16,07 29,26 23,54 35,21 35,24
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

Continuando com o tratamento estatístico, excluíram-se os menores valores e


colocaram-se os maiores em ordem crescente:

Lote único: 28,04 < 30,35 < 30,55 < 31,86 < 35,21 < 36,08

Foi então aplicada a equação 1, que resultou em:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 27,84 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)

Os valores obtidos nos rompimentos aos 28 dias estão na tabela 13, que pode ser
visualizada na página seguinte.
47

Tabela 13 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6
Carga (kgf) 34590 32720 34020 31110 28670 38920
CP 1
Resistência (MPa) 44,04 41,66 43,32 39,61 36,50 49,55
Carga (kgf) 34750 30100 30400 19870 33590 37370
CP 2
Resistência (MPa) 44,25 38,32 38,71 25,30 42,77 47,58
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

Foi aplicado, então, o tratamento estatístico, excluindo os menores valores e


ordenando os maiores de forma crescente.

Lote 1: 39,61 < 41,66 < 42,77 < 43,32 < 44,25 < 49,55.

Aplicando a equação 1, obtivemos:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 38,50 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)

Lembrando que o valor acima deve satisfazer a relação estabelecida pela equação
2:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1

Os valores de 𝜓6 são encontrados na tabela 03, desta forma:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 0,92 . 39,61 ≥ 36,44 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1/OK)

Após a verificação o valor do 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 para este lote foi de 38,50 MPa

3.2.2.2.1 Análise dos resultados da segunda concretagem Hospital

Para a segunda concretagem foi verificado que o valor da resistência estimada para
este lote não foi aceita, pois é menor que 40 MPa. Portanto, o resultado foi encaminhado para
o engenheiro, que optou pela realização da Esclerometria. Neste lote foram analisados 06
pontos, distribuídos aleatoriamente pela estrutura. Assim como na primeira concretagem do
Hospital, foi realizada a leitura do gráfico, que consta nos anexos deste trabalho e, a partir dele,
48

chegou-se aos seguintes resultados das resistências para este lote: 54,7; 61,5; 59,8; 54,7; 61,5;
61,5.
Com estes resultados, a estrutura foi, então, considerada aceita.
Para este lote, a esclerometria foi realizada 50 dias após a concretagem.

3.2.2.3 Terceira concretagem Hospital

A terceira concretagem foi realizada no dia 03/10/2013, e também foi de lajes e


vigas do pavimento térreo, num total de 104 m³. De acordo com a tabela 02, esta metragem
precisa ser dividida em dois lotes. O primeiro lote tinha 56 m³, 7 caminhões, destes 7 foram
retiradas amostras de 6, na seguinte ordem: 1, 2, 3, 4, 6 e 7. Neste caso, foi aplicado o controle
por amostragem parcial. O segundo lote foi de 48 m³, num total de 6 caminhões, e todos tiveram
amostras retiradas. Neste caso foi aplicado o controle por amostragem total.
Foram retirados 4 corpos-de-prova de cada caminhão, dois para 7 e dois para 28
dias. Os resultados dos rompimentos aos 7 dias estão na tabela 14, que segue. Lembrando que
o primeiro lote está representado pelos exemplares de 1 a 6, e o segundo lote pelos exemplares
de 7 a 12.

Tabela 14 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46
Carga
26490 25700 22410 25400 27070 25960 26080 26580 23460 23400 26650 24950
(kgf)
CP 1
Resistência
33,73 32,72 28,53 32,34 34,47 33,05 33,21 33,84 29,87 29,79 33,93 31,77
(MPa)
Carga
24150 26600 26130 22950 24680 24070 27610 26410 25260 25390 27190 23780
(kgf)
CP 2
Resistência
30,75 33,87 33,27 29,22 31,42 30,65 35,15 33,63 32,16 32,33 34,62 30,28
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

Excluíram-se os menores valores e colocaram-se os maiores em ordem crescente:

Lote 1: 32,34 < 33,05 < 33,27 < 33,73 < 33,87 < 34,47;
Lote 2: 31,77 < 32,16 < 32,33 < 33,84 < 34,62 < 35,15.

Para o Lote 1 foi aplicada a equação 1 para controle por amostragem parcial, assim:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 32,12 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)


49

Já para o Lote 2 foi aplicada a equação 3 para controle por amostragem total com
número de exemplares menor que 20, assim:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 31,77 𝑀𝑃𝑎 (Lote 2)

Os resultados obtidos aos 28 dias encontram-se na tabela 15, a seguir:

Tabela 15 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 33200 33170 36980 31150 35320 30500 35610 31960 31280 28480 31970 35620
CP 1 Resistência
42,27 42,23 47,08 39,66 44,97 38,83 45,34 40,69 39,83 36,26 40,71 45,35
(MPa)
Carga (kgf) 35620 33650 36820 34120 31980 32270 33570 32610 33660 30370 34640 31700
CP 2 Resistência
45,35 42,84 46,88 43,44 40,72 41,09 42,74 41,52 42,86 38,67 44,11 40,36
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.

Repetiu-se o procedimento, retirando os menores valores e colocando os maiores


em ordem crescente:

Lote 1: 41,09 < 42,84 < 43,44 < 44,97 < 45,35 < 47,08;
Lote 2: 38,67 < 41,52 < 42,86 < 44,11 < 45,34 < 45,35.

Para o Lote 1 foi aplicada a equação 1 para controle por amostragem parcial, assim:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 40,49 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1)

Já para o Lote 2 foi aplicada a equação 3, para controle por amostragem total com
número de exemplares menor que 20, assim:

𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 38,67 𝑀𝑃𝑎 (Lote 2)

O resultado do Lote 1 deve, ainda, satisfazer a relação estabelecida pela equação 2:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1

Os valores de 𝜓6 são encontrados na tabela 03, desta forma:

𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 0,92 . 41,09 ≥ 37,80 𝑀𝑃𝑎 (Lote 1/OK)

Para o Lote 1, então, o 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 foi de 40,49 MPa.


50

3.2.2.3.1 Análise dos resultados da terceira concretagem Hospital

Nesta concretagem, a partir dos cálculos realizados, foi possível observar que o
Lote 1 foi aceito, uma vez que resultou em valor maior que 40 MPa. Diferentemente, o Lote 2
não foi aceito, pois foi menor que os já mencionados 40 MPa.
Com isso, foi contatado o engenheiro calculista, que optou pela realização, também,
da Esclerometria neste lote. Da mesma forma que nas outras duas concretagens do Hospital, os
valores da esclerometria na estrutura e nos corpos-de-prova da mesma estrutura foram
transformados em gráfico, que consta nos anexos deste trabalho, de onde foram realizadas as
leituras que resultaram nos seguintes valores de resistência para este lote: 45,8; 45,8; 45,8; 45,8;
48,8; 45,8; 45,8; 44,4; 42,9; 45,8; 45,8; 45,8. Tais resultados foram obtidos com 28 dias depois
da concretagem. Foi possível, assim, definir que este lote fosse aceito.
51

4 CONCLUSÃO

O tema deste trabalho envolveu o controle da qualidade do concreto, visando à


realização de um controle estatístico de seu recebimento para, assim, verificar sua conformidade
com a resistência à compressão requisitada em projeto.
O objetivo do trabalho era aplicar a metodologia do controle estatístico em um
estudo de caso.
Ao realizar a pesquisa bibliográfica, foram obtidos os critérios para realização do
Estudo de Caso nas duas obras escolhidas. Desta forma, acompanhou-se execução das obras
por determinado período para retirada de amostras do concreto aplicado, que foram submetidas
a tratamento estatístico para constatar a aceitação ou não dos lotes estudados.
Assim, foram alcançadas as conclusões relacionadas abaixo.
Entre os 03 lotes amostrados no Edifício Ouro Branco, através da análise dos
resultados, definiu-se que 02 destes lotes foram aceitos. Já o terceiro lote precisou ser analisado
com maior atenção, visto que sua resistência não alcançou o requisitado em projeto. Então, o
valor alcançado foi informado ao engenheiro calculista para que fosse realizada a revisão do
projeto considerando os valores obtidos em ensaio para, assim, determinar se o concreto poderia
ser aceito ou não. Neste caso, o concreto foi aceito.
No Hospital Santa Terezinha, a segunda obra estudada, foram amostrados 05 lotes.
Com os valores calculados foi definido, após a análise estatística, que somente 01 destes lotes
foi aceito. Os 04 lotes restantes foram, então, analisados mais detalhadamente. Desta forma,
foram submetidos à análise da dureza superficial através de ensaio com esclerômetro de
reflexão. Por fim, com a averiguação da dureza superficial da estrutura e estabelecida a
respectiva correlação com a Resistência à compressão, chegou-se à conclusão de que a estrutura
foi considerada aceita.
Foi possível observar a importância de um controle efetivo do recebimento do
concreto, realizado da forma apropriada, seguindo os requisitos da norma. Para que os
contratantes não fiquem à mercê dos fornecedores.
Com a realização deste Estudo de Caso foi possível concluir que o tema é de grande
importância para o cotidiano da Construção Civil, tendo em vista que os resultados alcançados
nos ensaios definem se o concreto está em conformidade com o que foi projetado.
A não conformidade de um lote de concreto pode acarretar em problemas
estruturais, que podem ser prevenidos com o controle do recebimento do concreto.
52

Sugere-se, assim, ações do Curso de Engenharia Civil da Unisul que mobilizem a


comunidade de profissionais na região para que o controle da aceitação ou recebimento do
concreto seja realizado com maior frequência e de maneira apropriada, seguindo os critérios
estabelecidos pela NBR 12655/06, visto que o tema faz parte do conteúdo de disciplinas do
curso, mas não está recebendo a atenção merecida no mercado da construção.
53

REFERÊNCIAS

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Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro, 2003. 6 p.

______. NBR 5739: Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de


Janeiro, 2007. 9 p.

______. NBR 6118: Projeto de Estruturas de Concreto. Rio de Janeiro, 2007. 221 p.

______. NBR 7584: Concreto Endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro
de reflexão – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012, 10 p.

______. NBR 12655: Concreto – Preparo, controle e recebimento. Rio de Janeiro, 2006. 18 p.

______. NBR NM 67: Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de


cone. Rio de Janeiro, 1998. 8 p.

BAUER, L. A. Falcão. Materiais de Construção. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1979.

BRANSKI et al. Metodologia de estudo de caso aplicada à logística. Universidade Estadual


de Campinas, Campinas, 2010?.

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<www.redimix.com.br/tiposdeConcreto/> Acesso em: 21 out. 2013.

GONÇALVES, Jardel Pereira; MOURA, Washington Almeida. Uso de Resíduos sólidos como
materiais de construção: uma alternativa para redução do impacto ambiental no setor da
construção civil. Diálogos & Ciência, Rio de Janeiro, ano 5, n.10, maio, 2007.

HEERDT, Mauri Luiz; LEONEL, Vilson. Metodologia da pesquisa: livro didático. 5 ed. rev.
Palhoça: UnisulVirtual, 2007.

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Paulo: Pini, 1992.

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Concreto e Construções, São Paulo, n. 69, jan./mar. 2013.

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1v.

ISAIA, Geraldo C. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. 1 ed. São Paulo: IBRACON, 2011.
2v.

ISAIA, Geraldo C. Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: IBRACON, 2005.
2v.
54

ISAIA, Geraldo C. Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de


Materiais. São Paulo: IBRACON, 2010.

MEHTA, PovindarKumar; MONTEIRO, Paulo J. M. Concreto: estrutura, propriedades e


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MEHTA, PovindarKumar; MONTEIRO, Paulo J. M. Concreto: Microestrutura,


Propriedades e Materiais. São Paulo: IBRACON, 2008.

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<www.cimentoitambe.com.br/pesquisa-ressalta-presente-e-futuro-do-concreto/> Acesso em:
21 out. 2013.
55

ANEXOS
56

ANEXO A – Gráfico de correlação do índice esclerométrico com a resistência do


concreto à compressão

Correlação Índice Esclerométrico x Resistência


do Concreto à compressão
50,0
49,5
49,0
48,5
48,0
47,5
47,0 y = 1,4753x - 10,192
46,5 R² = 0,8588
46,0
Resistência do 45,5
Concreto 45,0
44,5
(MPa) 44,0
43,5
43,0
42,5
42,0
41,5
41,0
40,5
40,0
39,5
39,0
32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45
Índice Esclerométrico
57

ANEXO B – Planilha de correlação linear entre os índices esclerométricos obtidos nos


corpos-de-prova e os índices obtidos na obra.

Resistência Resistência Intervalo de Confiança


I.E. da Resistência estimada
Exemplar Amostra Média dos Média
Efeitivo
Testemunhos Estimada Superior Inferior (A) (B)

1 38 46,3 45,8 46,5 45,6 S S


35
2 37 44,0 44,4 44,5 43,8 S S
1 38 46,2 45,8 46,4 45,7 S S
36
2 36 43,2 42,9 43,4 42,7 S S
1 38 46,4 45,8 46,7 45,6 S S
37
2 37 44,1 44,4 44,5 44,0 S S
1 38 46,1 45,8 46,2 45,7 S S
38
2 36 43,6 42,9 43,9 42,5 S S
1 38 46,4 45,8 46,7 45,6 S S
39
2 40 47,6 48,8 49,4 47,0 S S
1 35 40,0 41,4 42,1 39,3 S S
40
2 40 47,2 48,8 49,6 46,4 S S
1 36 43,3 42,9 43,5 42,7 S S
41
2 38 46,2 45,8 46,4 45,7 S S
1 38 46,4 45,8 46,7 45,6 S S
42
2 37 44,5 44,4 44,6 44,3 S S
1 37 44,4 44,4 44,4 44,3 S S
43
2 37 44,2 44,4 44,4 44,1 S S
1 35 40,0 41,4 42,1 39,3 S S
44
2 36 43,7 42,9 44,1 42,5 S S
1 37 44,1 44,4 44,5 44,0 S S
45
2 38 46,8 45,8 47,3 45,4 S S
1 38 46,9 45,8 47,4 45,3 S S
46
2 37 44,2 44,4 44,4 44,1 S S

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