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Tubarão
2013
MURILO COLONETTI BACK
VICTOR GOMES DOS SANTOS MELLO
Tubarão
2013
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à minha família, ao meu pai Woimer, minha mãe Rainilde
e minha irmã Sabrina, por toda ajuda, incentivo e exemplo que sempre me deram, pois
certamente foi essencial.
À minha namorada Bruna pela compreensão, apoio, amor e dedicação a mim
dedicados.
Especial agradecimento à Engª. Mara Regina Gomes, orientadora dedicada que,
com sabedoria conseguiu dirigir nossos passos e pensamentos para que alcançássemos nossos
objetivos.
Ao engenheiro Valdir Volpato por disponibilizar o empreendimento que foi uma
das obras estudadas e estimular os estudos e a realização deste projeto.
Ao pessoal da empresa Fecel pelo apoio, em especial ao Comin pela paciência e
dedicação com a causa.
A todos do Laboratório de Engenharia Civil da Unisul (LEC), que deram um pouco
de si para que nosso trabalho fosse concluído.
E por último, mas não menos importante, agradeço ao parceiro Victor Mello pelo
empenho, dedicação e cooperação, pois só assim conseguimos concluir em tempo e de forma
excepcional.
Murilo Back
AGRADECIMENTOS
Primeiro gostaria de agradecer meus pais, Renato e Juacema, que dedicaram grande
parte de suas vidas para que meus objetivos fossem alcançados. À minha irmã, Renata, pelo
apoio. Agradeço também à minha noiva Amanda, pelo amor, compreensão e apoio nas horas
difíceis.
À nossa orientadora, Mara Regina Gomes, que soube mostrar o caminho com
maestria e foi fundamental para a elaboração deste trabalho.
À Construtora Barbosa Moura, por meio de seus engenheiros João Gilberto Barbosa
Moura, Guilherme Dufloth e Diego Fernandes de Souza, que abriram as portas da empresa para
realizarmos o trabalho.
Ao pessoal do Laboratório de Engenharia Civil da Unisul, que dispensou um pouco
de seu tempo para auxiliar na execução dos ensaios, cada qual fazendo a sua parte para que este
trabalho fosse concluído.
E também ao meu colega Murilo Back pela parceria, não só na elaboração deste,
mas durante todos os anos de estudos, pois a dedicação resultou neste trabalho.
Victor Mello
RESUMO
The aim of this paper is the quality control of concrete, more specifically the statistical control
of its quality. The theme involves great concernment from the constructors, since the quality of
concrete interferes directly in safety and durability of the structure. Several tests may be done
for the evaluation of the quality of concrete, but the most common is the resistance to axial
compression test. Constructors, in general, perform the quality control of concrete in a
simplified and misguided way, only taking small samples and collecting the results from the
tests. This paper had as main objective apply and evaluate the results of statistical quality
control of concrete recommended by NBR – 12655/06 in two buildings in the region. The study
on this paper searched verifying the conformity of the concrete used in buildings as requested
in project. The results of the tests carried out in the samples collected were analyzed statistically.
Among the samples from the Ouro Branco building, it was defined that two of them were
accepted. The third sample had to be examined through further analysis. In Santa Terezinha
Hospital, there were five samples and only one of them was accepted after statistical analysis.
The other four samples were performed through the escletometer reflection test to measure its
surface hardness. With the verifications performed after statistical analysis, in the samples from
the two buildings all of them were considered in accordance with the project.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 13
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 15
1.2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 15
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 15
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 17
2.1 O MATERIAL CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND ......................................... 17
2.2 DURABILIDADE E CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO .................... 22
2.3 CONTROLE ESTATÍSTICO DO CONCRETO .......................................................... 28
3 ESTUDO DE CASO ..................................................................................................... 32
3.1 METODOLOGIA EMPREGADA NO ESTUDO DE CASO ....................................... 32
3.2 APRESENTAÇÃO DO CONTROLE E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................. 38
3.2.1 Obra 1 ...................................................................................................................... 38
3.2.1.1 Primeira concretagem Ouro Branco........................................................................ 38
3.2.1.1.1 Análise dos resultados da primeira concretagem Ouro Branco ............................ 41
3.2.1.2 Segunda concretagem Ouro Branco........................................................................ 41
3.2.1.2.1 Análise dos resultados da segunda concretagem Ouro Branco............................. 43
3.2.2 Obra 2 ...................................................................................................................... 43
3.2.2.1 Primeira concretagem Hospital ............................................................................... 43
3.2.2.1.1 Análise dos resultados da primeira concretagem Hospital ................................... 45
3.2.2.2 Segunda concretagem Hospital ............................................................................... 46
3.2.2.2.1 Análise dos resultados da segunda concretagem Hospital .................................... 47
3.2.2.3 Terceira concretagem Hospital ............................................................................... 48
3.2.2.3.1 Análise dos resultados da terceira concretagem Hospital .................................... 50
4 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 53
ANEXOS ............................................................................................................................ 55
ANEXO A – GRÁFICO DE CORRELAÇÃO DO ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO COM
A RESISTÊNCIA DO CONCRETO À COMPRESSÃO ................................................. 56
ANEXO B – PLANILHA DE CORRELAÇÃO LINEAR ENTRE OS ÍNDICES
ESCLEROMÉTRICOS OBTIDOS NOS CORPOS-DE-PROVA E OS ÍNDICES
OBTIDOS NA OBRA. ....................................................................................................... 57
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
sentido, Neville (1997, p.573) afirma que, “Não obstante, como geralmente são executados para
comparação com uma especificação ou com algum valor, devem ser seguidos nos ensaios
rigorosamente os procedimentos padronizados, para não chegar a litígio ou confusão”.
Tendo o concreto como método construtivo mais utilizado no Brasil, seu controle
de qualidade tem grande valor por comprovar as condições que foram exigidas anteriormente
no projeto.
Da mesma forma, Helene (1992, p.27) também ressalta que:
1.2 OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo geral aplicar os requisitos da NBR 12655/06 no que
diz respeito ao recebimento do concreto e avaliação dos resultados do controle estatístico, em
duas obras em andamento na região.
Quanto aos objetivos, este foi um trabalho do tipo pesquisa exploratória. Acerca
dos métodos, o procedimento utilizado para fundamentar este trabalho foi o Estudo de Caso.
“Estudo de caso pode ser definido como um estudo exaustivo, profundo e extenso de uma ou
de poucas unidades, empiricamente verificáveis, de maneira que permita seu conhecimento
amplo e detalhado” (HERDT e LEONEL, 2007, p. 84).
O uso desta metodologia vem crescendo com o passar dos anos: o interesse pelos
métodos empíricos vem aumentando devido à necessidade de incorporar dados reais às
pesquisas e, com isto, obter resultados mais efetivos (ELLRAM, 1996 apud BRANSKI et al,
2011).
O estudo realizado neste trabalho buscou verificar a qualidade do concreto entregue
em algumas obras da região e sua conformidade com o requisitado em projeto.
Para isso, foram realizadas coletas de amostras de concreto fresco durante as
concretagens de duas obras, entre 20/08 e 03/10/2013. Dentro deste período conseguiu-se retirar
as amostras de várias concretagens que, somadas, totalizaram um volume de 487m³ de concreto.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Se o uso do concreto for analisado nos dias atuais, será visivelmente diferente do
consumo de 30 anos atrás. Na atualidade, estima-se que o consumo de concreto mundial é da
ordem de 5,5 bilhões de toneladas por ano (METHA e MONTEIRO, 2008).
Segundo Isaia (2010), os pesquisadores encaram o concreto como um material com
muita importância, vital para a economia e o negócio da construção; um material rico e versátil,
significativo para o desenvolvimento na engenharia aplicada e na qualidade de vida.
O concreto está inserido em nosso cotidiano por meio de pontes, túneis, edifícios,
obras de saneamento, viadutos, etc. Sua versatilidade é imensa, devido às suas características e
durabilidade. Na figura 02, abaixo, estão alguns dos exemplos de sua versatilidade.
Fonte: http://alessandro1971.splinder.com/archive/2006-11
21
- Concreto Despoluente:
- Concreto Translúcido:
Fonte: www.litracon.hu/aboutus.php
Conjuntamente com estes tipos diferenciados de concreto, uma área que vem tendo
cada vez mais espaço é a de utilização de resíduos sólidos como materiais de construção.
Segundo Gonçalves e Moura (2007), a produção de concreto e argamassa com resíduos sólidos
ajuda na redução de impactos ambientais, pois utiliza menos recursos naturais e tem um
consumo menor de energia para sua produção, apresentando-se como ponto positivo para a
conquista de uma construção mais sustentável.
22
Neville (1997) cita as causas pelas quais uma durabilidade inadequada pode se
apresentar, informando diferentes ações que podem ser mecânicas, químicas ou físicas. Entre
os agentes mecânicos estão impacto, abrasão, erosão e cavitação. Os agentes químicos podem
ser cloretos, sulfatos, dióxido de carbono, líquidos e gases naturais ou industriais. Já os agentes
23
Sobre o controle da produção, Helene (1992) informa que este engloba o conjunto
de métodos que auxiliam o produtor de concreto a cumprir com o especificado da forma mais
24
NUMERO DE CAMADAS EM
NUMERO DE GOLPES
TIPOS DE DIMENSÃO FUNÇÃO DO TIPO DE
PARA
CORPO DE BÁSICA (d) ADENSAMENTO
ADENSAMENTO
PROVA mm
MECÂNICO MANUAL MANUAL
100 1 2 12
150 2 3 25
200 2 4 25
CILÍNDRICO
250 3 5 75
300 3 6 100
450 5 9 225
100 1 1 75
150 1 2 75
PRISMÁTICO
250 2 3 200
450 3 -- --
Além das ações previstas pela NBR 6118/07, podem ser realizados alguns ensaios
não destrutivos que também servem para definir a resistência do concreto. Estes ensaios
apresentam algumas vantagens em relação aos ensaios destrutivos, como: proporcionam pouco
ou nenhum dano estrutural; são aplicados com a estrutura em uso; permitem que problemas
sejam detectados em fase inicial.
Entre estes ensaios está a Esclerometria, que é um ensaio realizado para medir a
dureza superficial do concreto, medindo o retorno do martelo do aparelho no regime elasto-
plástico após seu impacto com a superfície do concreto. Fornecendo assim elementos para a
avaliação da qualidade do concreto. É simples, barato e não causa nenhum dano à estrutura.
Este ensaio é regulamentado pela NBR 7584/12, e nela estão identificados todos os
procedimento para a realização do ensaio. Primeiramente são identificados os pontos da
estrutura onde serão feitas as análises. Nestes locais serão marcados os pontos para realizar a
esclerometria, sendo que o número de pontos deve ser maior que 9 e menor que 16. Assim, são
obtidos os índices esclerométricos de um local e depois é calculada a média entre estes valores.
Devem-se desprezar os valores que estiverem com mais de 10% de diferença para o valor
médio. Com os valores restantes é calculado o índice esclerométrico efetivo, que será
comparado com uma tabela ou com valores obtidos através de análise esclerométrica feita em
corpos-de-prova para, desta forma, ser determinada uma correlação com a resistência do
concreto daquela estrutura e definido se ela será aceita ou não.
Portanto, evidenciada a importância do controle de qualidade e sua relação com a
durabilidade acima citados, constata-se que o controle de qualidade do concreto deve ser
executado em todas as etapas da construção para, assim, certificar-se que todas as requisições
de projeto estão sendo atendidas e que determinada estrutura será durável.
Para Helene (1992), o controle da resistência à compressão visa a certificar o que
está sendo executado frente ao que foi adotado em projeto. Entretanto, ainda que seja
considerada uma das verificações mais importantes, se não a mais importante, durante o período
de execução não deve ser confundida com o controle tecnológico das estruturas de concreto.
Ressalta-se aqui, como cita Helene (1992), que o controle da qualidade do concreto
simplesmente oferece um auxílio na aceitação ou rejeição do mesmo, fornecendo a informação
da conformidade ou não. Desta forma, o controle da qualidade não serve para aumentar a
qualidade da obra: esta depende do controle tecnológico dos materiais e dos serviços. Serve,
pois, para fornecer dados que podem tornar a produção mais homogênea, corrigir o traço e
dosagem iniciais.
28
Para cada lote deve ser retirada uma amostra de concreto com o número de
exemplares correspondente ao tipo de controle. As amostras devem ser coletadas de forma
aleatória durante a concretagem, se a análise for realizada de forma parcial. Já se a análise for
de forma total, deverá ser coletado de todos os caminhões (betonadas).
Cada exemplar é composto por dois corpos-de-prova da mesma betonada, para cada
idade, moldados no mesmo ato. A norma permite que o resultado de menor valor, entre os pares,
seja excluído para que não se inclua no controle resultados que possam ter sido comprometidos
pela moldagem, transporte ou cura inadequada.
A NBR 12655/06 recomenda que se aceite os lotes de concreto quando o valor
estimado da resistência característica satisfizer a relação:
𝑓𝑐𝑘𝑗,𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘𝑗
Para Helene (1992), esta condição é justa, no entanto severa, visto que, quando se
utiliza um estimador centrado, como na NBR 12655, este gera uma rejeição de 50% dos
concretos conformes, o que penaliza o produtor.
Ainda segundo Helene (1992), sempre que o controle é feito a partir de uma
propriedade mensurável, neste caso a resistência à compressão, o controle denomina-se controle
por variáveis. Então, adota-se uma fórmula matemática que, com alguns resultados de uma
amostra de tamanho finito, calcule o valor característico real ou efetivo do lote todo. Assim
sendo, corre-se o risco de aceitar um concreto ruim ou de rejeitar um concreto bom.
De acordo com a NBR 12655/06, existem dois tipos de controle de resistência: o
controle estatístico do concreto por amostragem parcial e o controle do concreto por
amostragem total. Para cada um são indicadas as fórmulas ideais para o cálculo do valor
estimado da resistência característica (𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ) dos lotes de concreto analisados.
Para o controle por amostragem parcial, onde são retirados exemplares de algumas
betonadas, as amostras devem ter, no mínimo, seis exemplares para os concretos até C50, e
doze exemplares para concretos acima de C50. Para lotes com número de exemplares 6 ≤ 𝑛 <
20, o valor estimado da resistência à compressão (𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ), na idade especificada, é dado por:
𝑓1 + 𝑓2 + ... 𝑓𝑚−1
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 = 2 − 𝑓𝑚 (equação 1)
𝑚−1
Onde:
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 =valor estimado da resistência à compressão do concreto na idade especificada;
30
O valor de 𝜓6 pode ser encontrado na tabela 03, a seguir, de acordo com a condição de
preparo do concreto e do número de exemplares.
Tabela 3 – Valores de ψ6
Condição Número de exemplares (n)
de preparo 2 3 4 5 6 7 8 ...
A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 ...
B ou C 0,75 0,8 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 ...
Onde:
i = 0,05n. Quando o valor de i for fracionário, adota-se o número inteiro
imediatamente superior.
31
3 ESTUDO DE CASO
deste mapeamento era servir de referência para rastreamento de concreto com possíveis
problemas (Vide figuras 08 e 09 na página seguinte).
1982 – No 1760 – NS 021 (fig. 12). Todos os resultados foram apontados em planilha para
futura análise.
3.2.1 Obra 1
de, no mínimo,6 exemplares de cada lote. No primeiro lote foram 83 m³ de concreto num total
de 10 caminhões. Destes 10 foram retirados exemplares de 6, na seguinte ordem: 1, 3, 5, 6, 8 e
10. Já no segundo lote foram 69 m³ de concreto, totalizando 9 caminhões. Destes 9 foram
retirados, também, exemplares de 6, na seguinte ordem: 1, 2, 3, 5, 6 e 8.
De cada caminhão coletado foram retirados 4 corpos-de-prova, dois para
rompimento aos 7 dias e dois para rompimento aos 28 dias. Quando chegada a idade de
rompimento, os corpos-de-prova eram, então, submetidos ao ensaio de resistência à compressão
do concreto. Os resultados obtidos aos 7 dias estão na tabela 05, que segue, onde o primeiro
lote é composto pelos exemplares de 1 a 6, e o segundo lote pelos exemplares de 7 a 12.
Tabela 5 – Valores da Resistência à compressão dos CPs aos 7 dias. (Lajes e vigas G2, Ouro
Branco)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 25810 24910 27300 19550 26650 20720 23610 23080 22170 19760 22750 21820
CP 1 Resistência
32,86 31,72 34,76 24,89 33,93 23,38 30,06 29,86 28,22 25,16 28,97 27,80
(MPa)
Carga (kgf) 23630 25770 27630 26750 25660 24200 24520 23680 20990 19960 22230 20640
CP 2 Resistência
30,09 32,81 35,18 34,01 32,67 30,81 31,22 30,15 26,72 25,41 28,30 26,28
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.
Lote 1: 30,81 < 32,81 < 32,86 < 33,93 < 34,01 < 35,18;
Lote 2: 25,41 < 27,80 < 28,22 < 28,97 < 30,15 < 31,22.
Os resultados obtidos aos 28 dias estão na tabela 6 a seguir e, da mesma forma que
na tabela 05, o primeiro lote é identificado pelos exemplares de 1 a 6 e o segundo lote pelos
exemplares de 7 a 12.
40
Tabela 6 – Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias. (Lajes e vigas G2, Ouro
Branco)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 27800 31890 29930 29390 31720 27290 26480 29560 21700 21270 26920 24850
CP 1 Resistência
35,40 40,60 38,11 37,42 40,39 34,75 33,72 37,64 27,63 27,08 34,28 31,64
(MPa)
Carga (kgf) 29210 30410 34970 28020 29750 28970 27740 29210 18700 24770 26180 25660
CP 2 Resistência
37,19 38,72 44,53 35,68 37,88 36,89 35,32 37,19 23,81 31,54 33,33 32,67
(MPa)
Neste ensaio foi observado um problema com relação ao exemplar 9, pois, aos 7
dias, a resistência teve um resultado maior que aos 28 dias. Assim, optou-se por excluir este
exemplar do cálculo da resistência estimada deste lote de concreto para que o resultado final
não fosse mascarado.
Para o primeiro lote foi, então, repetido o procedimento dos 7 dias excluindo os
menores valores e colocando os resultados maiores em ordem crescente:
Lote 1: 36,89 < 37,19 < 37,32 < 40,39 < 40,60 < 44,53;
Já para o Lote 2 não poderia ser aplicada a mesma equação, visto que a equação 1
serve somente para lotes com número de exemplares entre 6 e 20. Para este foi aplicada a
equação 3, que serve para casos excepcionais, onde o número de exemplares esteja entre 2 e 5.
Primeiro os maiores valores de cada exemplar foram colocados em ordem crescente,
desconsiderando o exemplar 9, e depois foi aplicada a equação 3.
Lote 2: 31,54 < 32,67 < 34,28 < 35,32 < 37,64.
Para o lote 1 foi realizada a verificação estabelecida pela equação 2, conforme pode
ser observado na página seguinte:
41
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1
A NBR 12655/06 recomenda que se aceite os lotes de concreto nos quais o 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡
seja igual ou maior que o 𝑓𝑐𝑘 de projeto. Portanto, com os resultados demonstrados acima, é
possível concluir que o Lote 1 seria aceito e o Lote 2 rejeitado, já que a resistência de projeto é
de 30 MPa. Entretanto, a NBR 6118/03 determina, em seu item 25.3.1, as ações corretivas no
caso do concreto não estar em conformidade com o projeto. A primeira opção, que foi a adotada
neste caso, é a de revisar o projeto para verificar se, com os novos valores obtidos, a estrutura
pode ser considerada aceitável. Assim, foram encaminhados para o engenheiro calculista os
valores de ensaio, e foi verificado que o lote 2 poderia ser considerado aceito.
Tabela 7 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Pilares Tipo 1, Ouro Branco)
Exemplar 1 2 3 4
Carga (kgf) 19590 23320 25010 17580
CP 1
Resistência (MPa) 24,94 29,69 31,84 22,38
Carga (kgf) 20650 22680 23460 18910
CP 2
Resistência (MPa) 26,29 28,87 29,87 24,07
Tabela 8 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Pilares Tipo 1, Ouro
Branco)
Exemplar 1 2 3 4
Carga (kgf) 28560 29070 32870 22830
CP 1
Resistência (MPa) 36,36 37,01 41,85 29,07
Carga (kgf) 27750 29130 33410 23740
CP 2
Resistência (MPa) 35,33 37,09 42,54 30,23
A partir dos resultados acima foi, então, realizado o mesmo procedimento que aos
7 dias, excluindo os menores valores e colocando os maiores em ordem crescente.
Com o resultado obtido através da análise total deste lote de concreto, foi possível
definir que este lote seja aceito, já que o 𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 é maior que o 𝑓𝑐𝑘 de projeto.
Deste modo, verificou-se que nestas duas concretagens acompanhadas neste
empreendimento, os valores da resistência estimada foram satisfatórios para aceitação do
concreto.
3.2.2 Obra 2
A primeira concretagem nesta obra ocorreu dia 29/08/2013 e foi realizada em lajes
e vigas, totalizando 134 m³ de concreto. Como ultrapassa o limite estabelecido pela tabela 02,
precisou ser dividida em dois lotes. Neste caso, foi realizado um controle por amostragem
parcial, portanto foram colhidos 6 exemplares de cada lote. O primeiro lote somou 56 m³ de
concreto, portanto 7 caminhões. Destes 7 foram recolhidas amostras de 6, na seguinte ordem:
1, 2, 3, 4, 5 e 7. O segundo lote somou 78 m³, 10 caminhões, e destes 10 retiraram-se amostras
de 6, na seguinte ordem: 1, 2, 3, 4, 5 e 9.
O procedimento de retirada das amostras se repetiu. Foram colhidos 4 exemplares
de cada caminhão, dois para 7 e dois para 28 dias. O resultado dos ensaios aos 7 dias encontram-
se na tabela 10, ressaltando que o Lote 1 vai dos exemplares 1 ao 6, e o Lote 2 do 7 ao 12.
44
Tabela 10 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 22030 24540 25830 26590 24970 28490 24120 26600 24970 27500 22030 18720
CP 1 Resistência
28,05 31,24 32,89 33,86 31,79 36,27 30,71 33,94 31,79 35,01 28,05 23,83
(MPa)
Carga (kgf) 21760 23610 25290 27310 26200 30030 24670 25440 24470 24410 26590 22900
CP 2 Resistência
27,7 30,06 32,2 34,77 33,36 38,25 31,41 32,39 31,16 31,08 33,86 29,16
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.
Lote 1: 28,05 < 31,24 < 32,89 < 33,36 < 34,77 < 38,25;
Lote 2: 29,16 < 31,41 < 31,79 < 33,86 < 33,94 < 35,01.
Os valores obtidos nos ensaios aos 28 dias estão na tabela 11 a seguir, e os lotes
estão separados da mesma maneira, de 1 a 6 e de 7 a 12.
Tabela 11 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga
31270 31170 34520 33570 34800 37650 33070 35710 30450 33080 32190 28340
(kgf)
CP 1
Resistência
39,81 39,69 43,95 42,74 44,31 47,94 42,11 45,47 38,77 42,12 40,99 36,08
(MPa)
Carga
30970 35170 31810 32410 33400 35290 32810 35720 29820 32280 33110 29400
(kgf)
CP 2
Resistência
39,43 44,78 40,50 41,27 42,53 44,93 41,77 45,48 37,97 41,10 42,16 37,43
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.
Lote 1: 39,81 < 42,74 < 43,95 < 44,31 < 44,78 < 47,94;
45
Lote 2: 37,43 < 38,77 < 42,11 < 42,12 < 42,16 < 45,48.
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1
Como o valor calculado para o Lote 2 não satisfez a equação 3; será adotado, então,
o valor de 𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 34,44 𝑀𝑃𝑎, já que o valor obtido para o Lote 2 não poderia ser menor que
isto. Já para o Lote 1 permaneceu o valor calculado de 38,60 MPa.
Como foi possível perceber através da análise dos resultados dos dois lotes, estes
devem ser rejeitados, visto que não alcançaram a resistência de projeto, que era de 40 MPa.
Assim como foi realizado na concretagem do edifício Ouro Branco, os valores
resultantes das análises foram encaminhados para o engenheiro calculista, que então revisou o
projeto para verificar se a estrutura poderia ser aceita. O engenheiro decidiu por realizar um
ensaio não destrutivo na estrutura para melhor precisar sobre sua adequação. O ensaio ocorreu
por meio de Esclerometria realizada conforme procedimentos anteriormente citados. Nestes
lotes foram analisados 05 pontos, distribuídos aleatoriamente pela estrutura em estudo. Os
resultados da dureza superficial obtidos in loco e nos corpos-de-prova da mesma estrutura
foram submetidos à análise estatística, obtendo-se, assim, um gráfico linear, com índice
esclerométrico pela resistência. Através da leitura do gráfico foi feita uma estimativa da
resistência dos cinco pontos que abrangiam estes lotes, são elas: 53,0; 59,8; 59,8; 68,3; 54,7
(MPa). Ressalta-se que a Esclerometria foi realizada 60 dias após a concretagem.
A partir destes dados foi possível, então, definir que a estrutura fosse aceita. O
gráfico e a tabela resultantes da esclerometria encontram-se nos anexos A e B deste trabalho.
46
Tabela 12 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6
Carga (kgf) 24040 23840 23990 22020 25140 28340
CP 1
Resistência (MPa) 30,61 30,35 30,55 28,04 32,01 36,08
Carga (kgf) 25020 12620 22980 18490 27650 27680
CP 2
Resistência (MPa) 31,86 16,07 29,26 23,54 35,21 35,24
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.
Lote único: 28,04 < 30,35 < 30,55 < 31,86 < 35,21 < 36,08
Os valores obtidos nos rompimentos aos 28 dias estão na tabela 13, que pode ser
visualizada na página seguinte.
47
Tabela 13 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6
Carga (kgf) 34590 32720 34020 31110 28670 38920
CP 1
Resistência (MPa) 44,04 41,66 43,32 39,61 36,50 49,55
Carga (kgf) 34750 30100 30400 19870 33590 37370
CP 2
Resistência (MPa) 44,25 38,32 38,71 25,30 42,77 47,58
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.
Lote 1: 39,61 < 41,66 < 42,77 < 43,32 < 44,25 < 49,55.
Lembrando que o valor acima deve satisfazer a relação estabelecida pela equação
2:
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1
Após a verificação o valor do 𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 para este lote foi de 38,50 MPa
Para a segunda concretagem foi verificado que o valor da resistência estimada para
este lote não foi aceita, pois é menor que 40 MPa. Portanto, o resultado foi encaminhado para
o engenheiro, que optou pela realização da Esclerometria. Neste lote foram analisados 06
pontos, distribuídos aleatoriamente pela estrutura. Assim como na primeira concretagem do
Hospital, foi realizada a leitura do gráfico, que consta nos anexos deste trabalho e, a partir dele,
48
chegou-se aos seguintes resultados das resistências para este lote: 54,7; 61,5; 59,8; 54,7; 61,5;
61,5.
Com estes resultados, a estrutura foi, então, considerada aceita.
Para este lote, a esclerometria foi realizada 50 dias após a concretagem.
Tabela 14 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 7 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46
Carga
26490 25700 22410 25400 27070 25960 26080 26580 23460 23400 26650 24950
(kgf)
CP 1
Resistência
33,73 32,72 28,53 32,34 34,47 33,05 33,21 33,84 29,87 29,79 33,93 31,77
(MPa)
Carga
24150 26600 26130 22950 24680 24070 27610 26410 25260 25390 27190 23780
(kgf)
CP 2
Resistência
30,75 33,87 33,27 29,22 31,42 30,65 35,15 33,63 32,16 32,33 34,62 30,28
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.
Lote 1: 32,34 < 33,05 < 33,27 < 33,73 < 33,87 < 34,47;
Lote 2: 31,77 < 32,16 < 32,33 < 33,84 < 34,62 < 35,15.
Para o Lote 1 foi aplicada a equação 1 para controle por amostragem parcial, assim:
Já para o Lote 2 foi aplicada a equação 3 para controle por amostragem total com
número de exemplares menor que 20, assim:
Tabela 15 –Valores da resistência à compressão dos CPs aos 28 dias (Lajes e vigas, Hospital)
Exemplar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Carga (kgf) 33200 33170 36980 31150 35320 30500 35610 31960 31280 28480 31970 35620
CP 1 Resistência
42,27 42,23 47,08 39,66 44,97 38,83 45,34 40,69 39,83 36,26 40,71 45,35
(MPa)
Carga (kgf) 35620 33650 36820 34120 31980 32270 33570 32610 33660 30370 34640 31700
CP 2 Resistência
45,35 42,84 46,88 43,44 40,72 41,09 42,74 41,52 42,86 38,67 44,11 40,36
(MPa)
Fonte: Desenvolvida pelos autores.
Obs.: Os valores destacados são os maiores em cada exemplar.
Lote 1: 41,09 < 42,84 < 43,44 < 44,97 < 45,35 < 47,08;
Lote 2: 38,67 < 41,52 < 42,86 < 44,11 < 45,34 < 45,35.
Para o Lote 1 foi aplicada a equação 1 para controle por amostragem parcial, assim:
Já para o Lote 2 foi aplicada a equação 3, para controle por amostragem total com
número de exemplares menor que 20, assim:
𝑓𝑐𝑘𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 . 𝑓1
Nesta concretagem, a partir dos cálculos realizados, foi possível observar que o
Lote 1 foi aceito, uma vez que resultou em valor maior que 40 MPa. Diferentemente, o Lote 2
não foi aceito, pois foi menor que os já mencionados 40 MPa.
Com isso, foi contatado o engenheiro calculista, que optou pela realização, também,
da Esclerometria neste lote. Da mesma forma que nas outras duas concretagens do Hospital, os
valores da esclerometria na estrutura e nos corpos-de-prova da mesma estrutura foram
transformados em gráfico, que consta nos anexos deste trabalho, de onde foram realizadas as
leituras que resultaram nos seguintes valores de resistência para este lote: 45,8; 45,8; 45,8; 45,8;
48,8; 45,8; 45,8; 44,4; 42,9; 45,8; 45,8; 45,8. Tais resultados foram obtidos com 28 dias depois
da concretagem. Foi possível, assim, definir que este lote fosse aceito.
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4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
______. NBR 6118: Projeto de Estruturas de Concreto. Rio de Janeiro, 2007. 221 p.
______. NBR 7584: Concreto Endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro
de reflexão – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012, 10 p.
______. NBR 12655: Concreto – Preparo, controle e recebimento. Rio de Janeiro, 2006. 18 p.
GONÇALVES, Jardel Pereira; MOURA, Washington Almeida. Uso de Resíduos sólidos como
materiais de construção: uma alternativa para redução do impacto ambiental no setor da
construção civil. Diálogos & Ciência, Rio de Janeiro, ano 5, n.10, maio, 2007.
HEERDT, Mauri Luiz; LEONEL, Vilson. Metodologia da pesquisa: livro didático. 5 ed. rev.
Palhoça: UnisulVirtual, 2007.
ISAIA, Geraldo C. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. 1 ed. São Paulo: IBRACON, 2011.
1v.
ISAIA, Geraldo C. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. 1 ed. São Paulo: IBRACON, 2011.
2v.
ISAIA, Geraldo C. Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: IBRACON, 2005.
2v.
54
NEVILLE, Alam Matthew. Propriedades do Concreto. 2ª ed. rev. atual. São Paulo: Pini, 1997.
SANTOS, Altair. Brasil concorre com os EUA em consumo de cimento. 2012. Disponível
em: <www.cimentoitambe.com.br/brasil-concorre-com-os-eua-em-consumo-de-cimento/>
Acesso em: 9 out. 2013.
SANTOS, Altair. Pesquisa ressalta o presente e o futuro do concreto. 2013. Disponível em:
<www.cimentoitambe.com.br/pesquisa-ressalta-presente-e-futuro-do-concreto/> Acesso em:
21 out. 2013.
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ANEXOS
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