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SÃO PAULO
2020
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SUMÁRIO
5.1 O Mercantilismo
O dinheiro, o ouro e a prata, aparecia aos olhos dos mercantilistas como a única
riqueza verdadeira. Os mercantilistas reclamavam do Estado uma ativa participação
na vida econômica para que a maior quantidade possível de dinheiro afluísse ao
país e inversamente para que fosse a menor possível a quantidade que saísse por
suas fronteiras. Os primeiros mercantilistas aspiravam a alcançar estes objetivos
através de medidas meramente administrativas de proibição da exportação de
dinheiro do país. Os mercantilistas posteriores consideravam necessário, para este
fim, ampliar o comércio exterior. O inglês Thomas Mann (1571 / 1641), grande
comerciante e diretor da Companhia das Índias Ocidentais, considerava que o
método normal para aumentar a riqueza e os tesouros é o comércio com o
estrangeiro, no qual deve-se sempre adotar uma regra tal que, a cada ano, seja
vendido aos estrangeiros nossas próprias mercadorias por uma soma maior do que
aquela que pagamos pelas suas.
Na teoria dos fisiocratas, o lugar central era ocupado pela doutrina acerca
do “produto líquido”. Era assim como os fisiocratas denominavam todo o excedente
do produto acima dos gastos feitos na produção, ou seja, aquela parte do produto
que, no capitalismo, contém a mais-valia. Os fisiocratas concebiam a riqueza como
uma determinada massa de produtos em sua forma físico-natural, como uma
determinada massa de valores de uso. Sustentavam que o “produto líquido”, como
uma “dádiva da natureza”, surge à base da aplicação do trabalho assalariado,
exclusivamente na agricultura e na pecuária, isto é, naqueles ramos onde se operam
processos naturais de crescimento de vegetais e animais, ao passo que, em todos
os demais ramos apenas é modificada a forma dos produtos obtidos da economia
agropecuária.
enquanto o lucro e a renda ele os via como uma dedução do produto criado pelo
trabalho do operário. Todavia, Smith não apresentou este ponto de vista de modo
consequente. A determinação do valor das mercadorias, pelo trabalho nelas contido,
era seguidamente confundida, por Adam Smith, com a determinação do valor das
mercadorias pelo “valor do trabalho”. Afirmava que a determinação do valor pelo
trabalho referia-se apenas ao “estádio primitivo da sociedade”, pelo qual ele
entendia a economia mercantil simples dos pequenos produtores, Já nas condições
do capitalismo, diversamente, o valor se compõe, segundo ele, de diferentes
ingressos: o salário, o lucro e a renda. Essa tese refletia a enganosa aparência dos
fenômenos da economia capitalista. Smith considerava que também o valor do
produto social total compunha-se apenas de receitas, o salário, o lucro e a renda,
isto é, omitia erroneamente o valor do capital constante consumido na produção da
mercadoria. Este “dogma de Smith” excluía qualquer possibilidade de compreensão
do processo da reprodução social.
Foi Smith quem, pela primeira vez, esboçou a estrutura de classe da sociedade
capitalista, afirmando que ela se divide em três classes: 1) operários, 2) capitalistas,
e, 3) proprietários de terras. Smith, porém, sofria das limitações das concepções
burguesas do mundo e refletia em suas opiniões a falta de amadurecimento da luta
de classes naquele estágio inicial do desenvolvimento do capitalismo; assim, dizia
que, na sociedade capitalista, impera supostamente a comunidade de interesses,
uma vez que cada qual aspira a auferir vantagens para si e desse choque de
diferentes aspirações resulta o benefício comum. Manifestando-se resolutamente
contra as concepções teóricas e a política dos mercantilistas, Smith defendeu
calorosamente a livre concorrência.
Ricardo formulou uma importante lei econômica: “quanto mais elevado o salário
do operário, tanto mais baixo o lucro do capitalista e vice-versa”. Ricardo também
mostrou o antagonismo entre o lucro e a renda, todavia, equivocou-se ao reconhecer
a existência apenas da renda diferencial, cuja existência ele relacionava a uma
imaginária “lei da fertilidade decrescente do solo”.
mercadoria, dinheiro, capital, lucro, etc.. Tinha dessas categorias um conceito não
histórico, identificando, por exemplo, o capital com os meios de produção.
Doravante já não se tratava de saber se tal ou qual teorema era verdadeiro ou falso,
mas sim se era proveitoso ou nocivo, cômodo ou incômodo ao capital, se se
harmonizava ou não com as concepções policiais. A investigação desinteressada
cede lugar aos floreios de foliculários pagos. A investigação científica imparcial é
substituída pela apologética preconcebida e servil.
O economista vulgar francês J.B. Say (1767 / 1832) proclamou como fonte do
valor “os três fatores da produção”, isto é, o trabalho, o capital e a terra, tirando
daqui a conclusão de que os donos de cada um desse três fatores da produção
recebem os ingressos que lhes “correspondem”: o operário, o salário; o capitalista, o
lucro (ou o juro) e o proprietário de terra, a renda. A teoria dos “três fatores” que
alcançou ampla difusão na economia política burguesa, tem como função ocultar a
circunstância decisiva de que somente, em determinadas condições sociais, o
trabalho transforma-se em trabalho assalariado, os meios de produção tornam-se
capital e a propriedade da terra se transforma em fonte de renda.
Como se sabe, tanto o capital como a terra somente proporciona ingressos aos
seus possuidores, devido ao fato de que o operário, com o seu trabalho não pago,
cria a mais-valia, a verdadeira fonte de todos os ingressos não originários do
trabalho na sociedade capitalista. Afirmando que no capitalismo não existiria
contradição entre a produção e o consumo, negava Say a possibilidade das crises
gerais de superprodução. A teoria de Say constituía uma grosseira falsificação da
realidade em proveito das classes exploradoras. As ideias apologéticas da harmonia
dos interesses de classe no capitalismo foram persistentemente difundidas pelo
economista francês C.F. Bastiat (1801 / 1850) e pelo americano E.C. Carey (1793 /
1879).
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racional deste novo regime. Aos socialistas utópicos era completamente alheia a
compreensão do papel histórico do proletariado.
O principal trabalho de Marx, que ele com toda razão denominou de causa da
sua vida, é “O Capital”. O primeiro tomo de “O Capital “ (O Processo da Produção do
Capital) foi lançado por Marx em 1867. O segundo tomo (O Processo de Circulação
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do Capital) foi editado por Engels, já depois da morte de Marx, em 1885. O terceiro
tomo (O Processo da Produção Capitalista Considerado em seu Conjunto), em
1894. Trabalhando em “O Capital”, tencionava Marx escrever o quarto tomo, tendo
como objeto uma análise crítica da história da economia política. Os manuscritos por
ele preparados foram editados já depois da morte de Marx e Engels, sob o título
de “Teoria da Mais-Valia” (em três tomos).
A teoria do valor pelo trabalho constituiu para Marx a base para sua doutrina
sobre a mais-valia. Foi Marx, o primeiro a demonstrar que, no capitalismo, a
mercadoria não é o trabalho, mas sim a força de trabalho. Investigou o valor e o
valor de uso desta mercadoria específica e descobriu o caráter da exploração
capitalista. A teoria marxista da mais-valia revela a essência da relação de produção
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Marx fez uma profunda análise científica das diferentes formas assumidas pela
mais-valia. Mostrou como a mais-valia aparece sob uma forma transformada, sob a
forma de lucro e como, além disso, ela assume a forma de renda da terra e
de juro. Cria-se assim a falsa aparência de que o salário é o preço do trabalho, de
que o lucro é gerado pelo próprio capital e de que a renda brota do solo e o juro do
dinheiro.
Marx elaborou a teoria da renda diferencial e, pela primeira vez, fez uma
fundamentação científica da teoria da renda absoluta. Pôs a nu o papel parasitário e
reacionário da grande propriedade da terra, a essência e as formas da exploração
dos camponeses pelos latifundiários e a burguesia.
apesar dos erros nela contidos, desempenhou certo papel positivo no estudo da fase
mais recente do desenvolvimento do capitalismo.
Neste trabalho e em outras obras dos anos 90, Lênin fez uma profunda análise
da economia da Rússia, revelou as bases econômicas das contradições, da luta de
classes e as perspectivas do movimento revolucionário. Generalizando a experiência
do desenvolvimento econômico e político da Rússia e de outros países nos últimos
decênios do século XIX, Lênin defendeu e desenvolveu as teses do marxismo
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nunca existiu, não existe em parte alguma e jamais existirá. Lênin pôs a nu as raízes
das correntes oportunistas no movimento operário, mostrando que estas correntes
se desenvolvem à base do suborno das camadas superiores da classe operária pela
burguesia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS