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Amina Ali Arlindo

Daniel Teodósio Pires

Santos Victorino Marronta

Willmer Neil Maquile

Ética Corporativa e Responsabilidade Social

Universidade Rovuma
Campus de Nacala
2021
Amina Ali Arlindo
Daniel Teodósio Pires
Santos Victorino Marronta

Wilmer Neil Maquile

Ética Corporativa e Responsabilidade Social

(Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, IIᵒ Ano, Pos-Labolal)

IIIº Grupo

Trabalho de Carácter Avaliativo a ser apresentado na


Faculdade de Ciências Económicas e Empresarias,
da cadeira de Gestão Administrativa de Pessoal,
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, IIo
ano, Pós-Labolal.
Orientado pelo docente:
MA. Muzé Selemane Muzé

Universidade Rovuma
Campus de Nacala
2021
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos Geral ............................................................................................................... 1

1.2. Objectivos Específicos ...................................................................................................... 2

1.3. Metodologia da Pesquisa .................................................................................................. 2

1.4. Estrutura do trabalho ......................................................................................................... 2

2. ÉTICA CORPORATIVA ...................................................................................................... 3

2.1. Conceito: ........................................................................................................................... 3

2.3. O Código De Ética ............................................................................................................ 5

2.4. O valor da Ética ................................................................................................................ 5

3. RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA ......................................................... 7

3.1. Conceito: ........................................................................................................................... 7

3.2. Directrizes da responsabilidade social ............................................................................. 9

3.3. Práticas de responsabilidade social e a importância no valor económico das empresas 10

3.4. Responsabilidade Social Interna E Externa .................................................................... 11

3.5. A Importância Da Responsabilidade Social ................................................................... 11

3.6. O Sucesso Organizacional Por Meio Dos Colaboradores .............................................. 12

4. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 14

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 15


1. INTRODUÇÃO

No presente trabalho de pesquisa cinetifica em grupo, iremos abordar sobre a “Ética corporativa e
responsabilidade social”, pretendemos avaliar sobre a conduta das organizacoes levando-se em
consideração que o mundo hoje (de negócios) está em constante transformação, já que tendencias
mostram que as empresas buscam constantemente se adequar ao cenário atual de acordo com o
ambiente em que atuam e estão cientes de que boa parte do seu patrimônio depende de uma boa
imagem reputacional aliada a boas práticas de responsabilidade social e a preocupação com todos
os envolvidos. pois a ética no mundo dos negócios tem grande influência na tomada de decisões e
tal prática de responsabilidade social e doutrina ética vão além da preocupação única e exclusiva
com a maximização dos lucros e, prioriza também proporcionar bem-estar à sociedade e ao meio
ambiente no qual a empresa se situa, com políticas de responsabilidade social interna e externa.

Segundo Morcelli e Ávila (2016), presumem que a responsabilidade social e a ética estão
presentes nos negócios desde o século XIX, os autores, mas foi a partir de 1919 que esses
conceitos ganharam maior atenção com o caso Dodge versus Ford. O presidente e accionista
majoritário da Ford, Henry Ford, contrariou os interesses dos demais accionistas John e Dodge,
alegando objectivos sociais, ele defendia a não distribuição de uma parte dos dividendos, os quais
reverteriam para uma série de acções, como investimentos na produção e aumentos de salários.
No entanto, o julgamento foi favorável a Dodge, justificado pelo facto de que a organização
existia para beneficiar os accionistas, e que o lucro não deveria ser utilizado para outros fins que
não fosse em benefício dos mesmos. Nesse caso, o investimento em filantropia e na imagem da
organização só poderia ser feito se beneficiasse o lucro dos accionistas.

Segundo Prisco Neto (2004), diz que responsabilidade social não é um tema actual, pois
menciona também os grandes pensadores, tais como Marx, Lock, Kant e outros, que já
mostravam preocupação com a questão social. O autor, ressalta ainda que nas últimas décadas,
por consequência da falta de iniciativa dos governos, as empresas estão assumindo as práticas de
responsabilidade social.

1.1. Objectivos Geral


 Analisar a éticas Corporativa e responsabilidade social.
1.2. Objectivos Específicos
 Explicar o conceito de ética corporativa e responsabilidade social;
 Estudar a importância do rigor da ética e responsabilidade social e seus benefícios;
 Verificar os factores que influenciam as decisões éticas;
 Perceber como a ética e os princípios a ela associados se envolvem na prática das acções e
dos comportamentos humanos nas organizações;
 Demostrar as directrizes da responsabilidade social.

1.3. Metodologia da Pesquisa

Em termos metodológicos para elaboração do trabalho usou-se o método bibliográfico que


consistiu na leitura de várias obras citadas nas referências bibliográficas. Assim com o intuito de
fundamentá-lo, realizou-se inicialmente a colecta do material bibliográfico. Após esta etapa fez-
se uma triagem do material pertinente em tela, com posterior selecção e análise dos dados.

1.4. Estrutura do trabalho

A presente pesquisa foi dividida em dois capítulos, sendo que no primeiro capítulo trata-se de
considerações iniciais, introdução do assunto, seus objectivos, sua organização, juntamente com a
metodologia aplicada.

No segundo capítulo é tratada a fundamentação teórica onde são relatadas as informações


colectadas no dispositivo de internet, nos sites de portal de educação, e apostilas. Posteriormente
com o desfecho textual e a suas referências bibliográficas.
2. ÉTICA CORPORATIVA
2.1. Conceito:

Para os autores (Trigo 1999, p.225; Dias, 2004, p.85) citados por (Dias, 2014), apresentam que a
ética no seu sentido etimológico é uma palavra que vem do grego ethos e define-se por duas
formas:

 A primeira, êthos”, refere-se ao modo de ser, ao carácter, à realidade interior donde


provêm os actos humanos.
 E a segunda éthos, indica os costumes, os hábitos ou o agir habitual; actos concretos que
indicam e realizam o modo de ser da pessoa.

Chiavenato (2005, p. 44), define ética como “conjunto de princípios morais ou valores que
definem o que é certo ou errado para uma pessoa ou grupo”.

Na perspectiva de Argandoña (1994, p.21) a ética é uma ciência que tem por objectivo a
excelência, não uma ciência dos mínimos, pretende não só o seu próprio bem, mas o bem de
todos. A ética trata de acções dignas ou indignas do homem, acções que se relacionam com a
moral e que tem como fundamento os valores da sua conduta, acentuamos o que já foi dito supra.

Em consideração dos aspectos históricos em relação à ética e responsabilidade social nas


organizações, Souza (2005) diz que:

“a ética moderna é dominante desde o século XVI até o início do século XIX tem em
comum uma tendência antropocêntrica (Antropocentrismo1) e afirma que em contraste
a ética teocêntrica (Teocentrismo2) e teológica da idade Média, a ética moderna tem
como característica principal mudanças em todos os aspectos, como por exemplo na
economia, onde há o diferencial do desenvolvimento científico, ou seja, o homem
encontra as respostas a partir da ciência moderna, o que caracteriza um importante
desenvolvimento nas relações capitalistas de produção; na ordem social, fortalecendo
uma nova classe social – a burguesia que tem como foco ampliar o poder económico”.

Conforme Chiavenato (2005, p. 44) ética “[...] é o conjunto de princípios morais ou valores que
definem o que é certo ou errado para uma pessoa ou grupo”.
No mundo dos negócios, a ética influencia o processo corporativo de tomada de decisões
para determinar quais são os valores que afectam os vários grupos de parceiros e para

1
Que considera o homem como o centro ou a medida do Universo, sendo-lhe por isso destinadas todas as coisas.
2
Crença ou doutrina que vê em Deus o centro do universo, de todas as coisas
estabelecer como os dirigentes podem usar tais valores no dia-a-dia da administração da
organização. Assim, a ética nas organizações constitui um elemento catalisador de acções
socialmente responsáveis da organização por meio de seus parceiros e dirigentes.

Segundo Queiroz e Ferreira et al. (2006) pode-se observar que o dever da responsabilidade
social corporativa passou a ser acompanhado a partir da década de 1970, e a partir daí a
necessidade de construir ferramentas teóricas que pudessem ser testadas e aplicadas no meio.
As organizações nascem com a finalidade de facilitar que uma parcela enorme de pessoas
da sociedade consigam adquirir os bens materiais e culturais que não teriam possibilidade
de obter por acção puramente pessoal. Como o ser humano é um ser social por natureza, e
o seu aperfeiçoamento passa pela convivência e pela prática pessoal e colectiva das
virtudes da justiça e da solidariedade, é necessário solidificar as organizações na sua
função de promotoras da coesão social, por meio dos princípios e dos valores éticos. Nada
mais razoável que elas, como pequenas células do tecido social, sejam a matriz ou o
suporte de uma acção promotora/integradora dos factores de desenvolvimento social
eticamente responsáveis. (SERTEK, 2006, p. 45).

Para Chiavenato (2005, p. 44), na organização: "O comportamento ético acontece quando os
membros aceitam tais princípios e valores." E ressalta que assim a organização incentiva e
encoraja seus membros para o comportamento ético, servindo de exemplo para outras
organizações, e aponta a correlação com o comportamento antiético, que se dá quando as pessoas
desobedecem o comportamento ético.

A ética tem por objectivo estudar os valores e princípios que a empresa irá adoptar, a fim de
decidir sobre o certo e o errado na sua conduta e na forma de tomar as suas decisões.(Egg, 2012)

2.2. Factores Que Influenciam As Decisões Éticas Em Uma Organização

A conduta ética é concebível se cada indivíduo não colocar os seus objectivos pessoais à frente
dos objectivos da organização, da sociedade e exercer um papel em conformidade com a moral,
ressalta Oliveira (2013). Conforme o autor, afirma a existência de três factores que influenciam
as decisões éticas em uma organização:

i. Intensidade ética: Preocupação das pessoas em relação a algum assunto ético, onde cada
decisão está atrelada a essa intensidade;
ii. Desenvolvimento moral: decisões éticas que resultam da condição de desenvolvimento
moral obtido pela organização ou pessoa;
iii. Definição de princípios éticos, princípios estes que muitas organizações utilizam para
direccionar o comportamento de seus parceiros.
2.3. O Código De Ética

Para Cosenza (2007), O código de ética é um instrumento concebido pelas empresas, a fim de
estabelecer a seus executivos e funcionários formas de conduta que devem ser seguidas e
cumpridas. Através dele, é possível que as empresas expressem sua cultura, além de servir como
ferramenta e direccionamento da sua visão, missão e valores.

O Código de Ética se torna inspirador para aqueles que conseguem, de fato, se envolver com seu
conteúdo; se as condutas impostas forem cumpridas, isso se tornará um grande diferencial à
organização.

Na mesma senda, o Código de Ética apresenta grandes benefícios a todos os envolvidos, podendo
trazer um melhor ambiente de trabalho e alto rendimento dos colaboradores, além de uma melhor
integração e comprometimento com os objectivos da empresa. Também é possível a fidelização
de clientes, fornecedores e parceiros, agregando, assim, valores e fortalecendo a sua imagem no
mercado.

Ainda Em relação ao código de ética, Chiavenato (2005) afirma que para orientar e guiar a
conduta de seus parceiros, muitas organizações têm o seu próprio código de ética, que é uma
declaração formal com o intuito de funcionar como um guia para a tomada de decisões para a
conduta interna da mesma:

Todavia, duas coisas devem acontecer para que o código de ética encoraje decisões e
comportamentos éticos das pessoas. Primeiro, as companhias devem comunicar o seu
código de ética a todos os parceiros, isto é, às pessoas dentro e fora da organização.
Segundo, as companhias devem cobrar continuamente comportamentos éticos de seus
parceiros seja por meio do respeito aos seus valores básicos, seja por meio de práticas
específicas de negócios. (CHIAVENATO, 2005, p. 45).

2.4. O valor da Ética

No mundo empresarial, a Ética é a chave para a Sustentabilidade, maneira como a


sociedade suprirá suas necessidades, ao mesmo tempo que preservará o meio ambiente e
seus ecossistemas e são as atitudes e os comportamentos de seus colaboradores que
fazem dela uma empresa ética ou não.(Egg, 2012)
Continuando com Egg (2012), A Ética contribui para o desenvolvimento económico, ao mesmo
tempo que colabora com a preservação ambiental e com a melhora da qualidade de vida de seus
colaboradores, familiares e da comunidade em geral.

Algumas organizações, possuem um código de ética, que deve ser seguido rigorosamente pelos
funcionários, obtendo a confiança e o respeito deles, além de assumir um compromisso com
parceiros e clientes e em muitos casos, em virtude do grande comprometimento da equipe,
adquirem o tão sonhado certificado de reconhecimento.

Na função de gestor, a ética é demonstrada por algumas atitudes, como abertura para criatividade,
delegação de tarefas, fornecer informações necessárias, observar e proporcionar feedback,
estabelecer canais de comunicação, entre outros.

Ser ético também é se revoltar com as condições de miséria em que muitas pessoas vivem ou
sobrevivem e tomar atitudes para que essas pessoas retornem ao convívio social com dignidade.
Portanto, A ética se destina em realizar o bem comum – não prejudicar ninguém, não se
prejudicar e não permitir que ninguém o prejudique.

Para Egg (2012), Como nos negócios, em razão dos vários relacionamentos com fornecedores e
clientes de diferentes perfis, não há conduta sem que alguém saia prejudicado, dai que, foi
adoptado um modelo de ética baseado em:

 Responsabilidade: o indivíduo precisa ter consciência que toda acção da organização


afectará as pessoas com as quais têm contacto;

 Convicção: aquisição de valores que limitam a busca dos resultados planejados e a


ambição da empresa;

 Virtude: é a tendência para prática do bem e as pessoas participam das decisões da


organização.

Em suma, a pessoa ética, assim como a empresa, só tem a ganhar. Por sempre agir correctamente
e respeitando ao próximo, ganham confiança, credibilidade, clientes e como retorno, obtém-se o
lucro. Este, porém, é a realização pessoal e factor motivador quando o funcionário sente-se
envolvido com um projecto de vida. (Egg, 2012).
2.5. A Preocupação Do Meio Ambiente Na Ética Empresarial

Para as autoras Azevedo e Cruz (2006, p. 14), a empresa que tem o olhar voltado à preservação
do meio ambiente e o bem-estar do indivíduo: “[...] estará contribuindo e até inspirando outras
entidades a unir forças para uma melhor qualidade de vida e uma sociedade mais equilibrada e
justa para todos.” (Ibidem, p. 14). E complementam que:

Principalmente estará concebendo a ideia de que para a gestão dos negócios é de vital
importância que as organizações tenham um papel social para com a comunidade, e de
que tal conduta representará seu crescimento e até continuidade. (AZEVEDO; CRUZ,
2006, p. 14).

Em relação ao impacto ambiental causado pela presença de uma empresa em seu local de
actuação e a preocupação da mesma em relação a tais impactos, Azevedo e Cruz
(2006) comentam que:

À crescente e assustadora degradação do meio ambiente, decorrente do desenvolvimento


económico desordenado do pós-guerra, levou a sociedade a se preocupar com um tipo de
desenvolvimento económico que levasse em consideração que os recursos naturais são
limitados.

Na tentativa de compreensão e esclarecimento da ética nos negócios, Oliveira (2013, p. 81)


afirma que: “[...] um negócio não pode ser ético se de algum modo causar impacto nocivo ao
meio-ambiente e comprometer a possibilidade da boa vida.” Ou seja, em hipótese alguma, um
negócio pode ser ético se afectar a sociedade destruindo o meio-ambiente e consequentemente
afectando todos os envolvidos com a organização de forma negativa, já que a mesma somente
pode ser ética se trouxer benefícios para todos.

Segundo Azevedo e Cruz (2006), Diante do cenário da constante destruição do meio ambiente,
com a crescente e assustadora degradação do meio ambiente, as empresas se viram obrigadas,
pela pressão da sociedade, governos, associações de defesa do ecossistema, clientes e
fornecedores, entre outros, a incorporar também, no seu planeamento estratégico, objectivos
sociais que envolvam, entre outras coisas, o bem-estar da população na sua integridade.

3. RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA


3.1. Conceito:

O termo responsabilidade social corporativa, Social Responsabilities of the Businessmen, foi


criada em 1953 por Howard Bowen. De acordo com Bowen a responsabilidade corporativa social
refere-se “às obrigações dos homens de negócios de adoptar orientações, tomarem decisões e
seguir linhas de acção, que sejam compatíveis com os fins e valores da nossa sociedade” Segundo
Morcelli e Ávila (2016, p.17).

Chiavenato (2005, p. 49), define a responsabilidade social das organizações como: “[...] o grau
de obrigações que uma organização assume por meio de acções que protejam e melhorem o bem-
estar da sociedade à medida que procura atingir seus próprios interesses.” E afirma que a mesma
exprime a: “[...] obrigação da organização de adoptar políticas e assumir decisões e acções que
beneficiem a sociedade.” (Ibidem, p. 49), enfatizando que como um modelo de gestão “Os
dirigentes de uma organização devem buscar alcançar simultaneamente objetivos
organizacionais e societários.”.

Em relação à abordagem da responsabilidade social por parte da organização, Chiavenato (2005,


p. 52) ,conceitua que: “[...] a organização não tem apenas metas económicas, mas também certas
responsabilidades sociais” e enfatiza que “As decisões organizacionais são tomadas com base não
apenas nos ganhos económicos projectados e na conformidade legal, mas também no critério do
benefício social.”

Segundo Bosenbecker, et al (2011), Responsabilidade social é a forma como a organização se


relaciona com o público ao seu redor, sendo ética e transparente, colocando em prática acções
sustentáveis em suas metas. Nas últimas duas décadas, o interesse das empresas de investir em
projectos sociais e de responsabilidade social vem aumentando, fazendo com que todos os
envolvidos que são directamente afectados, ou não, como clientes, fornecedores, consumidores,
funcionários e sociedade, façam parte desta mudança. Assim a empresa consegue contribuir e
promover a igualdade social para a sociedade.

De acordo com Bosenbecker, et al (2011), Responsabilidade social pode ser entendida como
compromisso que as organizações têm em contribuir com o desenvolvimento da sociedade, bem
como com a preservação do meio ambiente. Os autores defendem também que as empresas têm
como papel fundamental gerar valor para aqueles que estão próximos; com isso, elas conquistam
resultados positivos para si mesmas. A responsabilidade social não é mais uma opção para as
empresas, mas sim uma estratégia para se manterem no mercado, além de ser uma questão de
sobrevivência, tendo em vista que as organizações que hoje não contribuem, de alguma forma,
para a melhoria da sociedade, não são bem vistas pelos consumidores.

Para Bosenbecker, et al (2011), Responsabilidade social define-se como sendo o conjunto de


atitudes de cidadão e empresas, direccionadas ao desenvolvimento da sociedade e à preservação
do meio ambiente para gerações futuras, além de impulsionar as desigualdades sociais. As
empresas, ao serem questionadas sobre suas acções e os efeitos que essas causam à sociedade, à
economia e ao ambiente, sentem o dever de se tornarem responsáveis e reparar os danos causados
por suas atitudes.

Bosenbecker et al. (2011) afirmam que, “Não há Responsabilidade Social sem ética nos
negócios. Não adianta uma empresa, por um lado, pagar mal seus funcionários,
corromper a área de compras de seus clientes, pagar propinas a fiscais do governo e, por
outro, desenvolver programas junto a entidades sociais da comunidade”.

3.2. Directrizes da responsabilidade social


Rico (2004), Responsabilidade social empresarial é o comprometimento permanente dos
empresários de adoptar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento económico,
melhorando simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da
comunidade local e da sociedade como um todo. Por sua vez, destaca seis directrizes que o gestor
deve tomar, tais como::

 Adoptar valores e trabalhe com transparência: o passo inicial para se tornar uma empresa
socialmente responsável é avaliar os seus valores éticos e transmiti-los aos seus públicos
através de um documento formal. Além disso, a empresa tem que praticar o que ela se propõe
e agir da forma mais transparente possível;
 Valorizar empregados e colaboradores: é prioritário que a empresa cumpra as leis
trabalhistas, pois empresas que valorizam seus funcionários valorizam, na verdade a si
mesmas;
 Fazer sempre mais pelo meio ambiente: o produtor deve se informar e cumprir toda a
legislação ambiental, com destaque para o uso da água, para a protecção de matas ciliares e
de reserva legal;
 Proteger clientes e consumidores: outro passo é adoptar técnicas de Produção Integrada de
Frutas e, se possível, ter alguma certificação de alimento seguro. É importante ter a certeza de
que esse produto que saiu da sua propriedade não sofra nenhuma contaminação ou qualquer
outro processo até o seu destino final que possa apresentar risco à saúde e à imagem da sua
empresa junto ao consumidor;
 Promover a comunidade: é importante à empresa identificar os problemas da comunidade e
tentar soluções em conjunto;
 Comprometer-se com o bem comum: As directrizes anteriores já demonstram resultados
em prol do bem comum. Mas, é importante que o empresário se comprometa em acções que
não sejam simplesmente marketing para diferenciar o seu produto junto ao consumidor final.
É preciso que o empresário tenha acções que decisivamente contribuam para o
desenvolvimento de sua região e do país.

3.3. Práticas de responsabilidade social e a importância no valor económico das empresas

Segundo Queiroz e Ferreira et al. (2006) demonstram que pode-se observar que o dever da
responsabilidade social corporativa passou a ser acompanhado a partir da década de 1970, e a
partir daí a necessidade de construir ferramentas teóricas que pudessem ser testadas e aplicadas
no meio. Porém, tal atribuição de dever gerou dúvidas sobre quais as obrigações sociais das
empresas.

Os autores observam que actualmente há um amadurecimento quanto à ética e responsabilidade


social corporativa em relação à sua aplicação e mensuração, subdividindo-se em vertentes de
conhecimento: responsabilidade,e desempenho social corporativo, desempenho social
dos stakeholders, auditoria e inovação social.

Chiavenato (2005), identifica que shareholders (os accionistas) são aqueles que compartilham a
propriedade da sociedade, ou seja, os que visam a obtenção do lucro se a empresa tem sucesso no
mercado.

A responsabilidade social faz com que as empresas tenham que mudar sua conduta e há pressões
para essas mudanças, de acordo com as grandes transformações económicas, políticas e sociais.
As pessoas têm acesso à informação. E tem a questão da justiça, ou seja, nenhuma empresa quer
hoje estar exposta a problemas judiciais. Esses canais acabam pressionando as empresas a terem
condutas diferentes e a sociedade civil exerce uma pressão grande para a mudança de
comportamento, o faz com que as empresas fiquem atentas para isso, conforme comenta Oliveira
(2013).

3.4. Responsabilidade Social Interna E Externa

Para Chiavenato (2005) as organizações influenciam de várias maneiras a sociedade e a vida de


cada indivíduo:

“As organizações invadem e permeiam tanto a sociedade como a vida particular de cada pessoa.
Diariamente estamos em contacto com organizações. Se não participamos delas como membros –
no trabalho, na escola, na vida social e cívica, na igreja – somos afectados como clientes,
pacientes, consumidores ou cidadãos. Nossas experiências nas organizações podem ser boas ou
más. Algumas vezes, as organizações podem parecer adequadas ou ajustadas às nossas
necessidades e, outras vezes, nosso contacto com elas pode provocar irritação e frustração. Elas
podem até tornar-se um tormento para nós. Mas são imprescindíveis para a qualidade de nossas
vidas e para o nosso sucesso pessoal”. (CHIAVENATO, 2005, p. 24).

3.5. A Importância Da Responsabilidade Social


Para Tonin (2006), A sociedade está compreendendo cada vez mais a importância da
responsabilidade social e que as organizações precisam partir para essa mudança por uma questão
de sobrevivência da sociedade. Há uma mudança de valores dos consumidores actuais e a
responsabilidade social avança rapidamente como factor principal para as organizações, sendo
que essa tendência não será apenas momentânea, mais sim algo duradouro. O autor cita que esta
mudança faz com que a sociedade se torne mais exigente e as empresas são obrigadas a terem
posturas éticas e transparentes com seus consumidores, além de agregarem em seus valores
causas sociais e sustentáveis.
As empresas que não estiverem comprometidas com a responsabilidade social, certamente serão
alvo de consumidores atentos e conscientes com as exigências estabelecidas pela
sustentabilidade. Sendo assim, a sociedade estará comprando produtos de marcas engajadas com
a responsabilidade social e as empresas deverão estar atentas às mudanças e adaptações que
sofrerão para poderem sobreviver.

Conforme Bertoncello e Chang Júnior (2007), afirmam que a sociedade espera que as
empresas tenham posturas éticas mediante aos seus negócios actuando além de questões legais.
Uma empresa que atua com acções sociais pode ser destaque na sociedade, trazendo uma melhor
imagem e, com isso, torna-se mais conhecida e obtém mais lucros, começa a ganhar visibilidade
e os clientes orgulham-se de comprar seus produtos, além de seus fornecedores que se tornam
mais motivados a ter uma parceria com empresas com compromissos sociais. De uma forma
geral, a empresa garantirá que seus stakeholders se tornem mais confiantes em trabalhar e ter
parcerias com a empresa.

3.6. O Sucesso Organizacional Por Meio Dos Colaboradores


Desse modo, Chiavenato (2005), conceitua o sucesso organizacional como consequência das
actividades e esforços colectivos de muitas pessoas que colaboram para o mesmo, ou seja:

Nesse sentido, as pessoas são os chamados recursos humanos das organizações – os


indivíduos e grupos que desempenham actividades e fazem contribuições que tornam a
organização capaz de servir a um propósito particular. Mas, para que as pessoas possam
produzir resultados e proporcionar sucesso e prosperidade às organizações, elas também
requerem recursos físicos e materiais – como tecnologias, matérias-primas,
equipamentos físicos, instalações e dinheiro – que são operados e processados por meio
do trabalho das pessoas. (CHIAVENATO, 2005, p. 24).

Guimarães (2013) alerta para a eficiência na selecção e critério de escolha de seus funcionários
em relação à postura ética, que é o principal quesito para o bom funcionamento da mesma e a
imagem que passa para o cliente:

Uma organização que tem preocupações éticas deve seleccionar seus funcionários de
forma bastante eficiente, atentando para quesitos éticos, já que são os funcionários que
estabelecem a relação com o consumidor. A ética como base para formação de seus
recursos humanos, ou colaboradores, é fundamental para o bom andamento da
organização. (GUIMARÃES 2013, p. 60).
Assim sendo, Hunter (2006, p. 115) ressalta que: “As empresas mais bem-sucedidas
compreendem e se esforçam para satisfazer as necessidades mais profundas que todos os seres
humanos partilham [...]”, que são:

 A necessidade de uma grande liderança.


 A necessidade de significado e propósito.
 A necessidade de ser apreciado, reconhecido e respeitado.
 A necessidade de fazer parte de alguma coisa especial.
 A necessidade de integrar uma entidade assistencial

segundo Mesquiati (2001, p. 140). Pode-se observar que em relação às empresas com visão de
longo prazo, é necessário que se atente em algumas elucidações como:

a) oferecer produtos e/ou serviços na melhor relação custo-benefício agregando,


progressivamente, valor a partir da perspectiva de seus clientes;
b) adequar e capacitar estrutura e pessoas, para garantir agilidade e eficiência na adaptação às
mudanças no ambiente, identificando novas oportunidades de negócios, e delas usufruindo
retomo significativo, através da transformação de suas competências em vantagens
competitivas;
c) garantir o trabalho em equipe no qual impere o respeito mútuo, a lealdade e a co-
responsabilidade nos fracassos e nos sucessos;
d) garantir a motivação e o comprometimento de seus colaboradores em tomo dos propósitos
estratégicos da empresa bem como de todos os envolvidos com a organização
(stakeholders);
e) lidar com a diversidade e pluralidade;
f) capacitar-se a um processo de aprendizagem baseado em uma visão sistémica do mundo,
adoptando uma postura pró-activa na construção de sua realidade;
g) incorporar à sua filosofia de gestão novos valores morais voltados para a responsabilidade
social e a conduta ética.
4. CONCLUSÃO

Chegado ao fim da revisão bibliográfica, podemos concluir que a empresa socialmente


responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes
(accionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade,
governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los ao planeamento e estratégia de suas
actividades, buscando atender às demandas de todos, não apenas dos accionistas ou proprietários.
Portanto, sendo assim Responsabilidade Social é entendida como o compromisso que uma
empresa tem com o desenvolvimento, bem-estar e melhoramento da qualidade de vida dos
empregados, suas famílias e comunidade em geral. Então, a base da responsabilidade social
corporativa está na concepção de que a entidade responde a critérios éticos de comportamento.

Todavia, quanto à cooperação, ou seja, sem o empenho de todos que delas participam, não terão
condições de atingir os objectivos previstos. Do mesmo modo, se elas não tiverem uma visão de
futuro, com objectivos éticos que envolvam o ser humano e o meio ambiente, não conseguirão
estabelecer-se no mercado. Portanto, a atitude ética empresarial não pressupõe abrir mão do
lucro, mas fazer a opção pelo ético e correto. Visto que, a ética contempla a responsabilidade
social, por isso, é essencial para as organizações reflectirem sobre como as suas acções podem
influenciar positiva ou negativamente a sociedade e o meio ambiente, até porque os
consumidores hoje buscam comprar de empresas que estejam engajadas em causa sociais.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Chiavenato, I. (2005), Comportamento Organizacional: A Dinâmica do Sucesso das
organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus.

Dias, M. O. (2014). Ética, Organização e Valores Ético-Morais em Contexto Organizacional:


Gestão e Desenvolvimento.Manual.pdf. Docente da Universidade Católica Portuguesa-Centro
Regional das Beiras. Pólo de Viseu.

Queiroz, A. Ferreira, R. N et al (2006). Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São
Paulo: Saraiva.

Souza, T. M. S. (2005). A importância nas relações interpessoais das organizações. Disponível


em: < http://tede.ucsal.br/tde_arquivos/1/TDE-2008-06-06T155248Z.pdf>

Morcelli, A. T. e Ávila L. V. (2016). Responsabilidade Social, 1ᵃ Edição, Rio de Janeiro: SESES.

Cosenza, O. N.; Chamovitz, I. (2007). Ética, ética empresarial e responsabilidade social.

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