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LICENCIATURA HISTÓRIA – 3º SEMESTRE

THIAGO TOLEDO SOARES

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDICIPLINAR


A IMPORTANCIA DA EJA E O PAPEL DO PROFESSOR
NESSA MODALIDADE DE ESINO.

VERA
2020
THIAGO TOLEDO SOARES
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDICIPLINAR
A IMPORTANCIA DA EJA E O PAPEL DO PROFESSOR
NESSA MODALIDADE DE ESINO.

Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em


História da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná,
para as disciplinas: Metodologia Cientifica; Educação de
Jovens e Adultos; Fundamento da Educação; Educação
Formal e Não Formal; Didática: planejamento e
valaiação; Praticas Pedagógicas Gestão da Sala de
Aula.
Professores: Maria Luzia Silva Mariano; Tatiane Mota
Santos Jardim; Camila Aparecida Pio; Natalia Gomes
dos Santos; Mari Clair Moro Nascimento; Tatiane Mota
Santos Jardim
Tutora eletrônica: Caroline Torres Minorelli

VERA
2020
Sumário

Sumário.........................................................................................................................3
INTRODUÇÃO..............................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO..................................................................................................5
Histórico da desigualdade de Gênero...........................................................................5
Questões de Gênero no ambiente escolar...................................................................6
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................10
INTRODUÇÃO
Dentre todos os avanços sociais conquistados ao longo da história da
humanidade, o que sem duvida é de extrema relevância para todas as pessoas e
todos os lugares do mundo é o direito a educação. Mais do que mero aquisição do
código escrito de determinada língua é principalmente o empoderamento pessoal.
Contudo em pleno século XXI ainda se pode perceber alguma dificuldade de se
fazer acessível a todas as pessoas tal direito. Para isso se tem criados diversos
mecanismos no âmbito legal em cada país, a exemplo do Brasil onde tal direito é
assegurado na carta Magna. Com esses mecanismo e também com todo o cabedal
de conhecimento cientifico a esse respeito pretende-se nesse trabalho apontar qual
é a necessidade, a importância e os desafio que estão evolvidos em assegurar o
direito a educação àqueles que já “passaram” da idade escolar. Essa é a Educação
de Jovens e Adultos (EJA). Pretende-se também apresentar qual é a importância da
atividade docente nessa modalidade de ensino para então poder determinar quais
são as prerrogativas que tal profissional deverá buscar a fim de desenvolver
perfeitamente seu trabalho no ensino do público alvo da EJA.
DESENVOLVIMENTO

Direito à educação, um breve histórico.


Vive-se um momento da história da humanidade em que após diversas
lutas travadas entre as diversas classes antagônicas desde a antiguidade até a
modernidade, tais como plebeus e patrícios na Roma antiga, nobreza e burguesia na
idade média, proletários e burgueses na idade moderna, apesar de todas essas
lutas, ainda persiste muita desigualdade em diversas esferas das sociedades.
Muitos avanços foram alcançados, como o direito ao voto, o voto das mulheres, a
abolição da escravatura, direitos dos trabalhadores, etc. Entre esses direitos
alcançados se encontra o direito a educação.
Conforme CURY (2002) “O direito à educação escolar é um desses
espaços que não perderam e nem perderão sua atualidade”.
Quase a totalidade dos países do mundo atualmente possuem em sua
legislação algum direito no que diz respeito a garantia do direito ao acesso gratuito a
educação básica. Desde a declaração Universa dos Direitos do Homem, de 1948
muitas outras declarações, legislações, pactos e convenções vêm sendo firmados
mundialmente a fim de garantir a educação a todos os homens em todos os lugares.
Se tratando de um direito fundamental é preciso garantir o acesso de
fato daqueles a quem o tal é assegurado. Para isso é preciso que o ele esteja
presente na lei dos estados nacionais que compõe todo o corpo de direitos e
deveres dos mesmo.
A história do direito a educação remonta o inicio do séculos XIX e suas
revoluções. Até aquele momento a educação era um privilégio reservado apenas as
classes nobres da sociedade e sua oferta era sempre tutelada pela igreja. No
contexto do enfraquecimento da hegemonia da Igreja Romana, pela reforma
protestante, pelo renascimento e pelo iluminismo surge o interesse e a necessidade
de que a educação fosse expandida a todas as pessoas das demais classes além
da minoria formada pela nobreza e o clero.
Durante o processo a garantia do acesso universal a educação
descolou-se da ideia liberal de estado mínimo, visto que a única força da capaz de
assegurar o acesso igualitário a educação seria o estado. Isso acabou por se chocar
com o laissez-faire.
Também ao ser confiado ao estado o dever de “dar” educação a todos
os cidadãos, outra contradição foi apresentada ao estado liberal, o direito ao acesso
a educação implica no dever do estado de ofertar o ensino e o dever dos pais de
matricularem suas crianças no sistema de ensino.
Na Europa essa situação surge no meio do turbilhão da revolução
industrial, onde era preciso prepara mão de obra qualificada para as novas
realidades de trabalho. Seus idealistas acreditavam que o homem ignorante não era
capaz de contribuir positivamente para o avanço da sociedade liberal e capitalista
em ascensão. Era preciso “iluminar” as mentes das crianças a fim de prepara-las
para sociedade.
Visto todas as dificuldades de o capitalismo enfrentou na Europa
durante a transição do século XIX e XX, com o surgimento de uma alternativa ao
capitalismo, o ideal socialista surge com a Idea de que garantir educação a classe
operária seria dar a ela possibilidade de participação política e de ascensão social.
Conforme CURY (2002) “com a justificativa de impulsionar o individuo
na busca da educação, muitos países farão da educação primária uma condição
para o exercício dos direitos políticos”.
Assim o estado liberal do século XX irá confiar a educação ao poder
estatal, já que a educação passa a ser entendida como um bem de interesse
coletivo.
Cada país ao longo da história enfrentou suas dificuldade com a
implementação das políticas de universalização do ensino, visto que tal ficou
compreendido como indispensável para o exercício da cidadania.
Conforme CURY “O direito à educação, como declarado em lei, é
recente e remonta ao final do século XIX e ínicio do seculo XX”.
Como tal ele acompanhou na Europa todas as radicais transformações
sociais vividas naquele momento. Assim o direito a educação for acrescentado a
pauta de reivindicações. Por isso também surge a preocupação de relacionar a
educação à laicidade do estado, a fim de que ela não ganhe um viés ao interesse da
classe dominante.
Hoje a preocupação em relação a universalização do ensino em muitos
países da Europa e mesmo da América é em relação ao direito a diferença. Há
diversos indivíduos no contexto da educação pública gratuita, vindo de diversos
contextos sociais. Por isso a preocupação agora é que a igualdade de acesso não
acabe por forçar uma homogeneização social.
A dialética entre as forças antagônicas da igualdade de acesso e o
direito à diferença não é um assunto simples. Se por um lado lutou-se muito para
garantir, ao menos na lei, o igual direito de todos a educação, por outro lado se deve
ter a mesma preocupação que seus direitos a diferença se já garantindo, não
tolerando qualquer tipo de discriminação que seja quanto a raça, etnia, classe social,
sexualidade, religião, etc.
No entanto quando se olha a realidade vivida ao longo processo pelo
qual passaram os países europeus, nota-se que na América latina a realidade é
outra. Esses países que passaram pelo processo de colonização e tiveram que
conviver com regimes escravocratas, como economias quase que totalmente
agrárias e com uma industrialização atrasada, não tiveram o mesmo contato com as
revoluções sociais que aqueles.
Como apontado por CURY (2002) “Em muitos desses países, a
formalização de conquistas sociais em lei e em direito não chega a se efetivar por
causa desses constrangimentos herdados [...]” do seu período colonial.
A “modernização” desses países não se deu por meio das lutas sociais
entre as classes antagônicas como as que ocorreram na Europa.
Os países latino-americanos de origem colonial ibérica não gozaram
dos acontecimentos da reforma protestante que tinha como ideal a alfabetização
universal da população.
Para os colonizadores católicos os povos conquistados eram tidos
como inferiores e incapazes e a única forma de se redimirem era por meio da
sujeição servil ao dominador.
Mesmo nos Estados Unidos da América a campanha ela
universalização do ensino só seria iniciada da metade do séculos XIX em diante.
Por fim após muitos anos aqueles avanços sociais experimentados na
Europa chegaram “enlatados” aos países da América latina. No Brasil somente com
o fim da primeira república que se deu em meio a uma serie de conflitos que se
estenderam por toda primeira metade da década de 1930, é que o direito a
educação para todos passa a compor a legislação magna do país.
Ao longo da história da educação no Brasil, vários avanços foram
sendo feitos no sentido de garantir a educação universal a todos, primeiro no ensino
fundamental e depois no ensino médio também.
Contudo a herança dos anos de colonização foi uma grande massa de
analfabetos que com a industrialização atrasada participou de um grande êxodo do
campo para as cidades.
O Estado sentiu então a necessidade de inserir essa grande parte da
população na educação básica. Desde então foram criados diversos planos para a
erradicação do analfabetismo no Brasil.
O atual modelo de Educação de Jovens e Adultos é os resultados de
inúmeras tentativas, com seus erros e acertos. Nesse momento é que se chega a
necessidade de rever o que já foi feito e discutir o que ainda há por fazer nessa
modalidade de ensino.
A legislação brasileira assegura aqueles alunos que não tiveram
acesso ao ensino regular em idade própria, quer seja porque não puderam
frequentar a escola, quer por que tiveram que interromper seus estudos, que esses
tenham o direito a receber o mesmo conteúdo, porém de forma adequada a suas
necessidade na vida adulta.

Desafios da Educação de Jovens e Adultos.


Dar garantia de acesso a educação aos jovens e adultos é um dever
do estado que consta da constituição da republica federativa do Brasil de 1988.
Muitas pessoas que hoje são publico alvo da EJA tiveram que
interromper sua educação na infância e adolescência em função da necessidade de
iniciar o trabalho precocemente, ou por não terem acesso local a uma escola de
educação básica, ou mesmo por ter tido uma experiência frustrante como o método
pedagógico de seu tempo, enfim, qualquer que tenham sido os motivos, essas
pessoas estão agora necessitadas de que a escola os acolha e supra tal
necessidade de educação.
Dessa forma GIFANTTI E BERTOTTI (2013) afirmam “A Educação
de Jovens e Adultos (EJA) ainda é vista por muitos como uma forma
de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou
aqueles que, algum motivo, tiveram de abandonar a escola durante o
período de escolarização.”
Dentre os inúmeros desafios que são enfrentados na realidade da EJA
no Brasil pode-se citar, a falta de formação continuada para os professores,
metodologias ultrapassadas e o alto indicie de evasão por parte dos educandos.
Sobre este ultimo é possível observar que a razão de tal é parte como
consequência das experiências desanimadoras que os alunos enfrentaram em sua
historia escolar. Reprovações, punições, “incapacidade”, tudo isso acaba por criar
um estigma na vida do educando que as vezes é difícil de se transpor.
Há atualmente no Brasil uma preocupação em buscar por
metodologias que vençam esses obstáculos. A busca pela igualdade, pela inclusão
diante de tamanha diversidade social e cultural que encontramos no país faz-se
necessária para que as barreiras possam ser quebradas.
Os mais atuais conceitos pedagógicos para essa modalidade de ensino
versam sobre uma forma dialógica de ensinar, onde educador e educando partilham
de seus muitos conhecimentos.
Para GIFANTTI E BERTOTTI (2013) “Todos nós temos a necessidade
de nos reeducarmos no que se refere a essa questão. Precisamos praticar novos
paradigmas [...]”
Muitas vezes os alunos da EJA se sentem incapazes por causa dos
seus “fracassos” anteriores na escola. No entanto tais alunos tem muito
conhecimento, principalmente aqueles adquiridos de maneira empírica no seu dia a
dia, tal cabedal de conhecimento deve ser aproveitado a fim de que a educação seja
mais significativa, não se utilizando de conteúdos descolados da realidade do aluno.
Se o método de ensino não for atraente e interessante o aluno
provavelmente voltará a evadir-se. Por isso que buscar a compreensão da pessoa
nesse processo envolve muito comprometimento do educador. É preciso que se
procure conhecer as potencialidades e as necessidades que o aluno da EJA possui.
Muitos alunos do EJA tem dificuldades ligados ao tempo necessário
despender para estudar, muitos vieram de regiões agrícolas o que os impossibilitou
de ter acesso a escolaridade em tempo oportuno, e agora eles estão inseridos no
mercado de trabalho e buscando na EJA uma melhor qualificação, melhores
salários, promoções, etc. o que também leva a um outro problema que é o cansaço
físico que muitos enfrentam por terem que encarar uma jornada no trabalho e outra
na escola.
Todas essas dificuldades acabam por desmotivar muitas vezes não só
o aluno como também o professor da EJA. Nesse contexto o papel do professor se
faz fundamental para auxiliar aos alunos a darem sequencia a seus estudos e
atingirem seus objetivos em relação a educação e formação.
O papel do professor na EJA.
O desafio de ser educador precisa manter uma chama acessa dentro
da mente de cada graduando e graduado. Ter a responsabilidade de ajudar a
construir o caráter de cada aluno é ao mesmo tempo um privilégio e uma
responsabilidade. Tal percepção aumenta quando o assunto é a Educação de
Jovens e Adultos.
Cabe ao educador reconhecer essa sua “missão” de ajudar ao aluno
da EJA superar aqueles estigmas que ele trouxe consigo para escola desde o
memento em que se matriculou até a sala de aula.
As ideia s do educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997) tem sido
norteadoras no que diz respeito a Educação de Jovens e Adultos, uma proposta de
pedagogia que privilegia a autonomia do educando, libertando da opressão imposta
pela ignorância.
Conforme SILVA, QUEIROZ, MONTEIRO “O professor da EJA deve
redirecionar concepções e conceitos em sua organização pedagógica, considerando
as especificidades desse segmento”.
Por isso será desafio do professor de EJA ajudar aos alunos a
encontrarem motivação para dar continuidade ao seus processo de aprendizagem.
Para SILVA QUEIROZ, MONTEIRO “ A EJA tornou-se a promoção da
cidadania ativa e também do desenvolvimento de uma consciência por meio de uma
cultura de direitos humanos”.
Dessa forma a EJA vai muita além de alfabetizar um publico dessa
modalidade de ensino, é uma função social que visa principalmente resgatar a
dignidade desses indivíduos que foram marginalizados e segregados do ambiente
escolar.
Além dos professores a escola também precisa buscar formas de se
tornar atrativas a esses alunos, que tiveram ao longo de sua jornada sérias
frustrações com os modelos de escola “tradicional”.
A busca de novo métodos, inclusive o uso de novas tecnologias é de
grande utilidade para melhorar a experiência tanto do docente quanto do discente
nessa modalidade de ensino.
O professor deverá ter a capacidade de “garimpar” o conhecimento que
os seus alunos da EJA tem dentro de si, quais são os gêneros literários aos quais
ele está familiarizado, qual é a realidade social em que está inserido, quais palavras
fazem parte do seu vocabulário e como suas experiências podem ser aproveitadas
para compor o seu método de ensino.
Outro grande desafio como apontado por SILVA, QUEIROZ,
MONTEIRO será mostrar para esses alunos que alfabetização não é apenas ser
capaz de ler e escrever, mas ser capaz de ler e escrever de forma autônoma e
crítica.
Assim o professor do EJA deverá buscar por meio de uma formação
continuada adquirir recursos para que possa fazer das suas aulas momentos
agradáveis que despertem o desejo de aprender nos seus alunos de maneira
dinâmica e significativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho nos propõe uma situação problema que é apresentada
na experiência Cecília, uma professora do EJA que precisa ajudar aluna Patrícia de
42 anos que vem enfrentando dificuldade com a evasão escolar devido a falta de
motivação advinda do cansaço do dia a dia. Por tudo o que foi apresentado nesse
trabalho percebe-se que a dificuldade enfrentada por ambas é muito comum nessa
modalidade de ensino, porém é possível superar. Caberá ao professor do EJA ser o
mediador e não juiz, mostrando ao aluno como é possível em qualquer idade
superar suas dificuldades atingir seu objetivo em relação a educação. O professor
precisa servir de suporte para o aluno ajudando inclusive emocionalmente superar
seus traumas com a experiência pregressa da vida escolar. Aprimorando sempre
sua metodologia, valendo das novas tecnologias, afim de que o estudo se torne mais
atraente. Ainda são muitas as dificuldades enfrentadas no EJA principalmente a
questão da evasão, porém muitos avanços têm sido feitos e tem havido uma grande
conscientização a esse respeito o que propicia melhor preparo ante os desafios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CURY, Carlos Roberto Jamil. Direito à educação: Direito a igualdade, direito a
diferença. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/n116/14405.pdf.

GRIFFANTE, Adriana I; BERTOTTI, Liane Angélica. Os desafios da EJA e sua


relação com a evasão. Disponível em:
https://upplay.com.br/restrito/nepso2013/uploads;Projetos_EJA/Trabalho/
08_03_25_artigo_-_Os _desafios_da_EJA_e_sua_relacao_com_a_evasao.pdf.

SILVA, Simone Pereira da; QUEIROZ, Adriana Matias; MONTEIRO, Vitória Barreto.
O papel dos professores da EJA: Perspectivas e desafios. Disponível em
https://editorarealize.com.br/revistas/eniduepb/trabalho/TRABALHO_EV043_MD1_S
A13_ID1700_30072015131818.pdf.

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