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NBR 5410/2008

Instalações elétricas de baixa tensão


Há três fases entre a geração da energia elétrica e o consumo de energia:
 Produção;
 Transmissão – redes que interligam a geração aos centros de carga.
Sub-transmissão: rede onde a distribuição não se conecta a transmissão. Há estágio intermediário de
repartição da energia entre várias regiões.
 Distribuição – rede que interliga a transmissão (ou sub-transmissão) aos pontos de consumo.
Subdividida em distribuição primária (indústria) e distribuição secundária.

LINHAS ELÉTRICAS
Linha (elétrica) de sinal – linha em que trafegam sinais eletrônicos, sejam eles de telecomunicações, de
intercâmbio de dados, de controle, de automação etc.
Linha externa – linha que entra ou sai de uma edificação, seja a linha de energia, de sinal, uma tubulação de
água, de gás ou de qualquer outra utilidade.
Ponto de entrega – ponto de conexão do sistema elétrico da empresa distribuidora de eletricidade com a
instalação elétrica da(s) unidade(s) consumidora(s) e que delimita as responsabilidades da distribuidora,
definidas pela autoridade reguladora.
Ponto de entrada (numa edificação) – ponto em que uma linha externa penetra na edificação.
Ponto de utilização – ponto de uma linha elétrica destinado à conexão de equipamento de utilização.
Ponto de tomada – ponto de utilização em que a conexão do equipamento ou equipamentos a serem
alimentados é feita através de tomada de corrente.
Tipos de fornecimento de energia elétrica:
 Monofásico – feito a dois fios: uma fase e um neutro, com tensão de 110 Vca, 127 Vca ou 220 Vca.
Normalmente, é utilizado nos casos em que a potência ativa total da instalação é inferior a 12 kW.
 Bifásico – feito a três fios: duas fases e um neutro, com tensão de 110 ou 127 Vca entre fase e neutro
e de 220 Vca entre fase e fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que a potência ativa total da
instalação é maior que 12 kW e inferior a 25 kW. É o mais utilizado em instalações residenciais.
 Trifásico: Feito a quatro fios: três fases e um neutro, com tensão de 110 ou 127 Vca entre fase e neutro
e de 220 Vca entre fase e fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que a potência ativa total da
instalação é maior que 25 kW e inferior a 75 kW, ou quando houver motores trifásicos ligados à
instalação.

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DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
Fusíveis – dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos.
Disjuntores – funciona como um interruptor automático, destinado a proteger uma determinada instalação
elétrica contra possíveis danos causados por curtos-circuitos e sobrecargas elétricas.
A sua função básica é a de detectar picos de corrente que ultrapassem o adequado para o circuito,
interrompendo-a imediatamente antes que os seus efeitos térmicos e mecânicos possam causar danos à
instalação elétrica protegida.
Diferem assim dos fusíveis, que têm a mesma função, mas que ficam inutilizados quando realizam a
interrupção (o fusível, após trocado, deve ser jogado fora, já o disjuntor pode ser rearmado quando o circuito
cai).
Servem também de dispositivos de manobra, funcionando como interruptores normais que permitem
interromper manualmente a passagem de corrente elétrica.
Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) – são equipamentos desenvolvidos com o objetivo de detectar
sobretensões transitórias na rede elétrica e desviar as correntes de surto. As principais causas das
sobretensões são: descargas atmosféricas; manobras de rede; liga/desliga de máquinas.
Localização dos DPSs:
 quando o objetivo for a proteção contra sobretensões de origem atmosférica transmitidas pela linha
externa de alimentação, bem como a proteção contra sobretensões de manobra, os DPS devem ser
instalados junto ao ponto de entrada da linha na edificação ou no quadro de distribuição principal,
localizado o mais próximo possível do ponto de entrada; ou
 quando o objetivo for a proteção contra sobretensões provocadas por descargas atmosféricas diretas
sobre a edificação ou em suas proximidades, os DPS devem ser instalados no ponto de entrada da
linha na edificação.
Interruptor Diferencial Residual (DR) – dispositivo que liga e desliga, manualmente, o circuito e protege as
pessoas contra choques elétricos.
O DR atua quando ocorre uma corrente de fuga de 30mA, evitando assim um choque elétrico fatal.
Admite-se a exclusão, dos pontos que alimentem aparelhos de iluminação posicionados a uma altura igual ou
superior a 2,50 m.

PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS


Proteção básica (proteção contra contatos diretos) – meio destinado a impedir contato com partes vivas
perigosas em condições normais.
Ex.: isolação básica ou separação básica; uso de barreira ou invólucro; limitação da tensão.
Proteção supletiva (proteção contra contatos indiretos) – meio destinado a suprir a proteção contra choques
elétricos quando massas ou partes condutivas acessíveis tornam-se acidentalmente vivas.
Ex.: equipotencialização e seccionamento automático da alimentação; isolação suplementar; separação
elétrica.
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DIVISÃO DOS CIRCUITOS DA INSTALAÇÃO
Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente dedicado, equipamento
com corrente nominal superior a 10 A deve constituir um circuito independente.
Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos devem
ser atendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação de tomadas desses locais.
Em locais de habitação, admite-se, como exceção à regra geral de circuitos terminais individualizados, que
pontos de tomada, exceto aqueles para cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço [...], e pontos de
iluminação possam ser alimentados por circuito comum, desde que as seguintes condições sejam
simultaneamente atendidas:
 a corrente de projeto (IB) do circuito comum (iluminação mais tomadas) não deve ser superior a 16 A;
 os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse
circuito seja comum (iluminação mais tomadas); e
 os pontos de tomadas, não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito
seja comum (iluminação mais tomadas).

DIAGRAMAS ELÉTRICOS
Diagrama funcional – usado para se referir a apenas uma parte da instalação elétrica, ele possui todos os
condutores e componentes que serão ligados em um circuito elétrico, permitindo interpretar com rapidez e
clareza o funcionamento do mesmo. Este diagrama não demonstra com exatidão a posição exata dos
componentes nem medidas de cabos ou percurso real destes. Os condutores são representados por retas sem
inclinação e de preferência sem cruzamentos. Usado para explicar o funcionamento, e não posicionamento de
componentes.
Diagrama multifilar – é a representação mais minuciosa de uma instalação elétrica, assim como no diagrama
funcional, ele também mostra todos os condutores e componentes. Mas, além disso, ele tenta representar
os componentes da instalação, bem como os condutores em sua posição correta. Desenhando em plano
tridimensional, ele representa detalhes de componentes e conexões. Devido à sua complexidade, este
diagrama é pouco usado, sua interpretação para grandes circuitos é demasiada complexa.
Diagrama trifilar – amplamente usado em sistemas de comandos elétricos e máquinas trifásicas, o diagrama
trifilar representa cada uma das três fases de uma sistema elétrico e suas respectivas derivações, tendo
características muito parecidas com o diagrama unifilar.

PREVISÃO DE CARGA - ILUMINAÇÃO


Na determinação das cargas de iluminação, pode ser adotado o seguinte critério:
 em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deve ser prevista uma carga mínima
de 100 VA;
 em cômodo ou dependências com área superior a 6 m², deve ser prevista uma carga mínima de 100
VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.
Nas acomodações de hotéis, motéis e similares pode-se substituir o ponto de luz fixo no teto por tomada de
corrente, com potência mínima de 100 VA, comandada por interruptor de parede.

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PONTOS DE TOMADA
O número de pontos de tomada deve ser determinado em função da destinação do local e dos equipamentos
elétricos que podem ser aí utilizados, observando-se, no mínimo, os seguintes critérios:
 em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, próximo ao lavatório.
 em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de serviço, lavanderias e locais
análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro,
sendo que acima da bancada da pia devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no
mesmo ponto ou em pontos distintos;
 em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;
Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas próximo ao seu acesso,
quando a varanda, por razões construtivas, não comportar o ponto de tomada, quando sua área for
inferior a 2 m² ou, ainda, quando sua profundidade for inferior a 0,80 m.
 em salas e dormitórios, devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração,
de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível.
Em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação, devem ser previstos pelo menos:
 um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou inferior a 2,25 m². Admite-
se que esse ponto seja posicionado externamente ao cômodo ou dependência, a até 0,80 m no
máximo de sua porta de acesso;
 um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for superior a 2,25 m² e igual ou inferior
a 6 m²;
 um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área do cômodo ou dependência
for superior a 6 m², devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível.
A potência a ser atribuída a cada ponto de tomada é função dos equipamentos que ele poderá vir a alimentar
e não deve ser inferior aos seguintes valores mínimos:
 em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, no
mínimo 600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes,
considerando-se cada um desses ambientes separadamente. Quando o total de tomadas no conjunto
desses ambientes for superior a seis pontos, admite-se que o critério de atribuição de potências seja
de no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até dois pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes,
sempre considerando cada um dos ambientes separadamente;
 Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, tais como casas de máquinas, salas
de bombas, barriletes e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada de uso
geral. Aos circuitos terminais respectivos, deve ser atribuída uma potência de no mínimo 1000 VA.

Os pontos de TUE devem ser localizados no máximo a 1,5 m do ponto previsto para a localização do
equipamento a ser alimentado.
Queda de Tensão – Em nenhum caso, a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%.

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CONDUTORES

Condutor Neutro – não pode ser comum a mais de um circuito. O condutor neutro de um circuito monofásico
deve ter a mesma seção do condutor de fase.
O condutor de fase em geral é vermelho, enquanto o condutor de retorno é preto. Os condutores utilizados
nas linhas elétricas devem ser de cobre ou alumínio.
O uso de condutores de alumínio só é admitido em condições especiais (em regra, para instalações
residenciais, devem ser utilizados os condutores de cobre).
Em instalações de estabelecimentos industriais, podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que,
simultaneamente:
 a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 16 mm;
 a instalação seja alimentada diretamente por subestação de transformação ou transformador, a partir
de uma rede de alta tensão, ou possua fonte própria;
 a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
Em instalações de estabelecimentos comerciais, podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que,
simultaneamente:
 a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 50 mm.
 os locais sejam exclusivamente BD1 (Edificações residenciais com altura inferior a 50 m e edificações
não residenciais com baixa densidade de ocupação e altura inferior a 28 m);
 a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
Em locais como shopping centers, grandes hotéis e hospitais, estabelecimento de ensino ocupando diversos
pavimentos de uma edificação – edificações não residenciais com alta densidade de ocupação e altura
superior a 28 m – não é permitido, em nenhuma circunstância, o emprego de condutores de alumínio.

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A seção dos condutores de fase, em circuitos de corrente alternada, e dos condutores vivos, em circuitos de
corrente contínua, não deve ser inferior ao valor pertinente dado na tabela a seguir:

ELETRODUTOS
É vedado o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam expressamente apresentados e comercializados
como tal, apenas são admitidos eletrodutos não propagantes de chama. Esta proibição inclui, por exemplo,
produtos caracterizados por seus fabricantes como “mangueiras”.
A taxa de ocupação do eletroduto não deve ser superior a:
 53% no caso de um condutor.
 31% no caso de dois condutores.
 40% no caso de três ou mais condutores.
Tipos de Tubos eletrodutos:
 Metálicos (magnéticos) – para evitar corrosões a proteção desse material é feita com cobertura de
esmalte, galvanização (aplicação de uma camada protetora de zinco) ou capa externa plástica, por
exemplo.
 Isolantes (não magnéticos) – feitos de materiais como o PCV, que tem como característica a isolação
térmica, elétrica e à umidade, podem ser também antichamas (recomendado).

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 Eletroduto rígido – podem ser fabricados em tubos de aço galvanizados (material metálico) ou em PVC
(material isolante). Os rígidos metálicos são mais comuns que os de PVC e são esses modelos que
normalmente ficam aparentes na decoração de estilo industrial
 Eletroduto flexível corrugado e plano – pode ser considerado o mais popular e usado na maior parte
das instalações. Normalmente feito em PVC, é recomendado para ser usado em paredes, pois devido
à sua flexibilidade é possível de ser curvado, acompanhando facilmente a estrutura da construção.
Curvas nas tubulações dos eletrodutos – em cada trecho de tubulação delimitado, de um lado e de outro, por
caixa ou extremidade de linha, qualquer que seja essa combinação, podem ser instaladas no máximo três
curvas de 90° ou seu equivalente até no máximo 270°. Em nenhuma hipótese devem ser instaladas curvas com
deflexão superior a 90°.
Devem ser empregadas caixas:
 em todos os pontos da tubulação onde houver entrada ou saída de condutores, exceto nos pontos de
transição de uma linha aberta para a linha em eletrodutos, os quais, nestes casos, devem ser
rematados com buchas;
 em todos os pontos de emenda ou de derivação de condutores;
 sempre que for necessário segmentar a tubulação.
Admite-se a ausência de tampa em caixas de derivação ou de passagem instaladas em forros ou pisos falsos,
desde que essas caixas efetivamente só se tornem acessíveis com a remoção das placas do forro ou do piso
falso e que se destinem exclusivamente a emenda e/ou derivação de condutores, sem acomodar nenhum
dispositivo ou equipamento.
Os condutores devem formar trechos contínuos entre as caixas, não se admite emendas e derivações senão
no interior das caixas.

ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO
Toda edificação deve dispor de uma infraestrutura de aterramento, denominada “eletrodo de aterramento”,
são admitidas as seguintes opções:
 preferencialmente, uso das próprias armaduras do concreto das fundações;
 uso de fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente previstos, imersos no concreto das fundações;
 uso de malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a área da edificação e
complementadas, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos radialmente (“pés-de-
galinha”);
 no mínimo, uso de anel metálico enterrado, circundando o perímetro da edificação e complementado,
quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos radialmente (“pés-de-galinha”).

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