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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO


COORDENAÇÃO REGIONAL DE ENSINO PLANO PILOTO E CRUZEIRO
CENTRO DE ENSINO ESPECIAL 01 DE BRASÍLIA
CENTRO DE CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO E ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM SURDEZ – CAS/DF

Adaptações Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações não Significativas) - Atribuições e


Responsabilidades dos Professores

Prezados (as) colegas educadores (as) ao revermos um pouco da história das relações mantidas pelas
sociedades, e em particular pela sociedade brasileira, com o segmento constituído pelas pessoas com deficiência
iremos verificar como o processo de exclusão ainda se encontra presente. Essa reflexão também deve se estender
sobre nós “professores”, sobre o professor que hoje somos e como a nossa formação tem influenciado a nossa
forma de ver o estudante em suas peculiares e com suas características tão singularidades.

Diante do exposto conseguimos perceber que para atender a essas exigências temos que realizar ajustes
e adequações no currículo proposto pela SEDF, Currículo em Movimento, para as modalidades da Educação Básica
de modo a garantir as condições necessárias para que os estudantes com deficiência possam acessar o
conhecimento disponível como qualquer outro estudante, ou seja, proporcionar uma escola que esteja aberta e
preparada para responder educacionalmente a todos os que a procuram.

As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte, também denominadas de Adaptações Não Significativas


são modificações promovidas no currículo, pelo professor regente, de forma a permitir e promover a participação
produtiva dos estudantes que apresentam necessidades especiais, no nosso caso, para os estudantes
surdos/deficiência auditiva no processo de ensino e aprendizagem, na escola regular. São assim denominadas
porque sua implementação encontra-se no âmbito de responsabilidade e de ação exclusivos do professor.

Elas podem ser implementadas em várias áreas e momentos da atuação do professor: na promoção do
acesso ao currículo, nos objetivos de ensino, no conteúdo ensinado, na metodologia utilizada pelo docente, no
processo de avaliação, na temporalidade, sendo sua primeira instância o planejamento pedagógico que deverá
considerar a diversidade e as características individuais dos estudantes pertencentes ao processo, o que envolve:

• a organização do espaço e dos aspectos físicos da sala de aula;

• a seleção, a adaptação e a utilização de equipamentos, materiais didáticos e mobiliários de forma


a favorecer a aprendizagem de todos os estudantes;

• o planejamento das estratégias de ensino que pretende adotar em função dos objetivos
pedagógicos e conteúdos a serem abordados;

• a pluralidade metodológica tanto para o ensino como para a avaliação buscando assim estar
retornando quando o objetivo não for alcançado;

• a flexibilização da temporalidade.

No que se refere aos ajustes que cabem ao professor desenvolver para garantir o acesso e a permanência
do estudante com surdez/deficiência auditiva encontram-se, de maneira geral:

• criar condições físicas, ambientais e materiais para a participação do estudante surdo/deficiência


auditiva na sala de aula e nas demais dependências na escola;
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• favorecer os melhores níveis de comunicação e de interação do estudante surdo/deficiência


auditiva com as pessoas com os quais convive na comunidade escolar;

• favorecer a participação do estudante surdo/deficiência auditiva nas atividades escolares para


que o mesmo se sinta parte pertencente ao processo;

• solicitar a gestão escolar a aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos


necessários para o atendimento às especificidades dos estudantes surdos/deficiência auditiva, isso inclui
a sinalização da escola, utilização de sinal luminoso, entre outros;

• adaptar materiais de uso comum em sala de aula visando favorecer a compreensão do que esta
sendo trabalho na aula;

 Planejar de forma articulado com o professor intérprete educacional para que o mesmo tenha
com antecedência acesso ao conteúdo que será trabalhado;

• obter maiores informações com os professores do Atendimento Educacional Especializado sobre


as necessidades educativas e os recursos de que o estudante precisa;

• favorecer a eliminação de sentimentos de inferioridade, de menos valia, ou de fracasso. O


Professor é a peça principal na sala de aula é ele que faz tudo acontecer, desta forma, um posicionamento
positivo levará a turma à aceitação sem preconceitos e possíveis discriminações;

Sabe-se que uma das principais vias de construção de conhecimento sobre a realidade, de que o homem
dispõe, é a interação social, instância em que a pessoa compartilha experiências linguísticas, por meio das quais
apreende o significado e a função social dos objetos e dos fenômenos sociais. Ora, o aluno surdo não dispõe da
via auditiva para receber e responder aos estímulos que constituem parte da comunicação social. Torna-se
necessário respeitar essa singularidade onde o estudante surdo tem sua primeira Língua a LIBRAS e como
segunda Língua, a Língua Portuguesa na modalidade escrita. Ambas, entretanto, devem ser oferecidas caso essa
seja a opção dos pais/responsáveis. Assim, devemos considerar algumas providências que podem facilitar seu
acesso ao currículo como um todo:

 O estudante surdo usuário de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) tem direito ao professor
intérprete de LIBRAS em sala do ensino comum, conforme está previsto em lei;
 posicionar o estudante na sala de aula de forma que possa ter acesso ao professor intérprete
educacional e ao professor regente com luminosidade adequada;

• utilizar materiais visuais para favorecer a apreensão das informações abordadas verbalmente;

• utilizar os recursos e materiais adaptados disponíveis para auxiliar os estudantes com deficiência
auditiva que utilizam AASI ou implante coclear;

• utilizar textos escritos com elementos que favoreçam sua compreensão;


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• apresentar referências importantes e relevantes sobre um texto (o contexto histórico, o enredo,


os personagens, a localização geográfica, a biografia do autor, etc.) em LIBRAS, oralmente, ou utilizando
outros recursos, antes de sua leitura ou após para facilitar a aquisição de conceitos;

 Quando se tratar de atividades avaliativas ou atividades em sala torna-se necessário que os


professores convertam as perguntas discursivas em objetivas visando assim facilitar a
acessibilidade. Lembrando que a presença do intérprete educacional é fundamental e que
atualmente caminha-se para que a prática dessas avaliações seja realizada em LIBRAS;
 É interessante o professor utilizar recursos pedagógicos, tais como: marque X na resposta certa,
complete a 2ª coluna de acordo com a 1ª, falso e verdadeiro, complete a frase com as palavras
sublinhadas, charge, tirinhas e tantos outros recursos conforme sua criatividade para assim
favorecer a conclusão das atividades;
 O professor deve anotar no quadro assuntos importantes, tais como: temas de trabalho, dia de
entrega, dia e conteúdos de avaliações ou testes;

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