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E LAZER
PROFESSOR
Me. Oldrey Patrick Bittencourt Gabriel
RECREAÇÃO E LAZER
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio
Ferdinandi.
Coordenador(a) de Contéudo Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho,
Editoração Lucas Pinna, Designer Educacional Agnaldo Ventura, Ana Claudia Salvadego, Qualidade
Textual Hellyery Agda, Revisão Textual Helen Braga do Prado; Ludiane Aparecida de Souza, Ilustração
Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
2
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Professor Mestre
Oldrey Patrick Bittencourt Gabriel
Mestre em Educação Física na
área de Pedagogia do Movimen-
to, Corporeidade e Lazer pela
UNIMEP - Universidade Meto-
dista de Piracicaba (2004). Espe-
cialista em Educação Física pela
UEM - Universidade Estadual de
Maringá na área de Lazer e Qua-
lidade de Vida (2003). Graduado
em Educação Física pela UEM -
Universidade Estadual de Marin-
9
autores
10
EDUCAÇÃO FÍSICA
11
apresentação
Recreação e Lazer
Oldrey Patrick Bittencourt Gabriel
Cara(o) aluna(o), é com muita
alegria que apresento a você o li-
vro da disciplina Recreação e La-
zer. Quando ingressei no curso de
Educação Física, movido, princi-
palmente, pelo interesse em lazer
e recreação, devido ao meu envol-
vimento desde a adolescência com
acampamentos e outras atividades
de lazer, não imaginava a riqueza
que permeava esta temática. A pai-
xão fomentou um desejo de conhe-
cer e me aprofundar nas discussões
sobre esta área tão essencial para a
vida humana.
É muito comum que aqueles que
ingressam no curso de Educação
Física esperem que as disciplinas
sejam mais “práticas” e menos “te-
óricas”. Coloco estes dois termos
entre aspas, pois acredito que estas
duas esferas do conhecimento são
indissociáveis. Quando as separa-
mos, o teórico torna-se, na verdade,
um discurso vazio, pois perde a sua
dimensão real, prática. Já o prático
torna-se uma espécie de “tarefismo”,
ou seja, um fazer pelo fazer, mera
técnica, apenas aplicações de re-
ceitas, sem nenhuma reflexão mais
aprofundada.
Talvez com esta disciplina não seja
diferente. Muitos, quem sabe, es-
peram que ela seja uma oficina na
qual se ensine jogos, brinquedos,
brincadeiras e, de preferência, mais
o como fazer do que o porquê. Ob-
viamente que estas atividades são
extremamente importantes ao(à)
futuro(a) professor(a), e devem ser
tratadas com a mesma seriedade e
profundidade. Contudo é de suma
importância que compreendamos
como o lazer surge no modelo de
sociedade em que vivemos e como
ele pode ser compreendido à luz do
que denominamos teoria do lazer.
O ideal é que a vida como um todo,
e não apenas a vida acadêmica, se
desenvolva num movimento de
ação, reflexão e nova ação, e assim
sucessivamente. Precisamos com-
preender o porquê fazemos o que
fazemos e como se deu esta cons-
trução tão complexa que é a vida da
humanidade nas suas mais variadas
facetas; e uma dessas nuanças da
vida humana é justamente o lazer.
Por isso, em nossa primeira uni-
dade, priorizei as reflexões em tor-
no de um conceito operacional de
lazer, que permita situar a articular
nossa temática principal aos con-
ceitos de cultura, tempo e atitude na
contemporaneidade. Destas discus-
sões iniciais e basilares, para nossos
estudos, emergem discussões como
o processo de surgimento de uma
15
classe ociosa, como ela ostenta tal
posição e como isso se relaciona
com as barreiras ao lazer, que gera-
ram movimentos de reivindicação
ao longo da história, como o de luta
pelo “direito à preguiça”.
Na Unidade II, proponho que re-
flitamos sobre a relação do lazer
com o trabalho e as demais obri-
gações sociais. Estas relações são
fundamentais para a compreensão
do lazer em toda a sua comple-
xidade, pois no lazer e no traba-
lho corre o mesmo sangue social.
Neste contexto, surge a figura do
animador sociocultural, que pode
atender inúmeras demandas e ide-
ologias, bem como apresentar va-
16
riadas características.
Na unidade seguinte passamos a
discutir o duplo processo educativo
no lazer. Tema de grande relevân-
cia para a formação de qualquer
educador, pois, em geral, estamos
condicionados a pensar na escola
como formadora apenas de valores
para o mundo do trabalho e pouco
para o mundo do lazer. Contudo
ambos são importantes e relevan-
tes socialmente. Ao analisarmos o
lazer como espaço/tempo privile-
giado para o lúdico, somos, ime-
diatamente, remetidos à necessida-
de de repensar a sua relação com
a cultura de maneira mais ampla
e também com nossos modelos e
17
culturas, por isso a nossa reflexão
sobre estas relações.
Outra temática que está muito pre-
sente nas discussões da Educação
Física é a qualidade de vida, razão
pela qual dedico a Unidade IV à
aproximação entre lazer e qualida-
de de vida à luz dos conceitos que
tratei nas unidades anteriores. Nes-
ta aproximação emergem muitos
outros temas, mas, devido à impos-
sibilidade de discutirmos todos ele
nesta fase, elegemos a corporeidade
e a questão dos espaços e equipa-
mentos específicos e não-específi-
cos de lazer para nossas discussões
sobre lazer e qualidade de vida.
Por fim, em nossa última unidade,
18
apresento uma proposta de elabo-
ração de um repertório de ativi-
dades em recreação e lazer. Com
isso, entendo que a relação teoria e
prática pode ser garantida na me-
dida que temos um pano de fundo
conceitual profundo sobre o lazer,
prevenindo a tentação de simples-
mente reproduzirmos atividades
por meio de receitas prontas, sem
nenhum senso crítico e embasa-
mento do a ação profissional. A
construção de um repertório pes-
soal de atividades é fundamental
para a atuação profissional, e será
mais eficaz na medida que repre-
sente uma compreensão aprofun-
dada das peculiaridades de faixas
19
etárias e ambientes que demandem
ações específicas.
Portanto, caro(a) acadêmico(a),
espero que este material contribua
na sua formação, e que você avance
cada vez mais nas suas reflexões e
ações profissionais. Há muitos ou-
tros assuntos que poderiam ser tra-
tados aqui, mas elenquei aqueles
que considero fundamentais para
este momento de sua formação aca-
dêmica. São inúmeras as possibi-
lidades de aprofundamento neste
universo de conhecimento, que vão
desde a leitura de bons livros, como
por exemplo os utilizados neste ma-
terial, como o contato com outras
20
instituições de ensino que se dedi-
cam a pesquisas no campo do lazer,
inclusive com reconhecidos pro-
gramas de pós-graduação - tanto
latu sensu quanto strictu sensu /
mestrado e doutorado -, e, ainda, a
participação em eventos (congres-
sos, simpósios, encontros, semanas
acadêmicas etc.) relacionadas ao
lazer e à recreação. Não deixe de
se aprofundar nesta temática. Ela
não está relacionada apenas à sua
vida profissional, mas à sua vida
pessoal e daqueles que você ama
e quer bem. Sucesso e paz em sua
jornada!
21
s u m ário
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO LAZER
E À RECREAÇÃO
36 Um Conceito Operacion
al de Lazer
50 Lazer, Cultura, Tempo e
Atitude
71 A Classe Ociosa, a Emu
lação Pecuniária e Bar
reiras ao Lazer
87 O Direito ao Trabalho e
o Direito à Preguiça
124 Referências
127 Gabarito
22
s u má rio
UNIDADE II
LAZER, RECREAÇÃO,
TRABALHO E OBRIGAÇÕES
142 Lazer, Trabalho e
Obrigações
175 Lazer, Animação Socio-
cultural e Recreação
235 Referências
239 Gabarito
s u m ário
UNIDADE III
LAZER, LÚDICO E EDUCAÇÃO
256 Lazer e o Duplo Proces
so Educativo
273 Lazer Como Espaço para
o Lúdico
289 A Cultura, o Lúdico e a
Escola
308 Considerações finais
365 Referências
370 Gabarito
24
s u m ário
UNIDADE IV
LAZER E QUALIDADE DE VIDA
388 Conceitos, Valores
e Parâmetros em Lazer
e Qualidade de Vida
413 Qualidade de Vida, Cor
poreidade e Lazer
453 Lazer, Espaço e Equipa
mentos
515 Referências
522 Gabarito
25
RECREAÇÃO E LAZER
s u m ário
UNIDADE V
REPERTÓRIO DE ATIVIDADES
EM RECREAÇÃO E LAZER
538 Considerações
Gerais sobre Repertório
de Atividades em
Recreação e Lazer
562 Exemplo de Repertório de
Atividades em Recreação e
Lazer
621 Referências
625 Gabarito
635 Conclusão geral
26
EDUCAÇÃO FÍSICA
27
INTRODUÇÃO AO LAZER
E À RECREAÇÃO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-
se os tópicos que você
estudará nesta unidade:
• Conceito operacional de
lazer
• Lazer, cultura, tempo e
atitude
• Classe ociosa, emulação
pecuniária e barreiras ao
lazer
unidade
I
• O direito ao trabalho e o
direito à preguiça
Objetivos de
Aprendizagem
• Descrever o processo de
construção de um conceito
operacional de lazer na
sociedade contemporânea.
• Articular os conceitos lazer,
cultura, tempo e atitude
para a compreensão do
lazer e da recreação na
unidade
contemporaneidade.
• Definir e descrever o
surgimento do conceito de
classe ociosa, sua relação
com a emulação pecuniária
e as barreiras ao lazer.
• Apresentar o processo de
desenvolvimento histórico
de reivindicação pelo
direito ao trabalho em
concomitância com a busca
pelo direito à preguiça.
INTRODUÇÃO
Um Conceito
Operacional
de Lazer
Para formar uma base de análise
ao lazer e a recreação e sua relação
com as possibilidades de atuação
profissional do(a) professor(a) de
Educação Física, é necessário esta-
belecer, primeiramente, uma dis-
cussão acerca do lazer, pois a opção
36
EDUCAÇÃO FÍSICA
46
EDUCAÇÃO FÍSICA
SAIBA MAIS
49
Lazer, Cultura,
Tempo e Atitude
A compreensão do lazer, a partir do
conceito operacional apresentado
anteriormente, está atrelada ao en-
tendimento do conceito de cultura
em um sentido mais amplo. Por-
tanto, a cultura deve ser entendida
como um “conjunto de modos de fa-
zer, ser, interagir e representar que,
EDUCAÇÃO FÍSICA
55
RECREAÇÃO E LAZER
70
EDUCAÇÃO FÍSICA
86
EDUCAÇÃO FÍSICA
O Direito ao Trabalho
e o Direito à Preguiça
Na obra O direito à preguiça, pu-
blicada originalmente em forma de
panfleto revolucionário em 1880,
Paul Lafargue demonstra inquie-
tação pelo fato de os trabalhadores
87
RECREAÇÃO E LAZER
gualdade e injustiça.
Para Matos (2003, p. 8), Lafargue
manifesta seu pioneirismo, princi-
palmente, ao tratar do processo de
libertação do operariado (proletá-
rio) não apenas num processo de
luta pela extinção do capital e de
seus detentores, mas em “permitir
ao operário livrar-se de sua alma,
que é o princípio redobrado de sua
própria sujeição”.
A obra principal de Paul Lafargue
consiste em uma apresentação pa-
radoxal e polêmica da alienação no
modo de produção capitalista. Pu-
blicada no Jornal Socialista L’Égali-
té, em uma sequência de artigos, de
16 de junho a 4 de agosto de 1880,
foi editada em conjunto em 1881, re-
89
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
104
considerações finais
grande relevância.
A existência de uma classe ocio-
sa e os embates em torno das jor-
nadas de trabalho sempre estarão
presentes em sociedades que têm
como base a exploração do trabalho
alheio. Neste sentido, a atuação dos
diferentes profissionais no lazer re-
quer um entendimento do seu pa-
pel ou como legitimador, distrator,
crítico, ou transformador de uma
determinada realidade da qual o la-
zer faz parte, mas que é entendido,
apenas, como uma parte da cultura
mais ampla da sociedade.
As lutas históricas para a melhoria
da qualidade de vida do trabalhador,
da qual O Direito à Preguiça faz par-
te, devem sempre ser compreendi-
106
considerações finais
108
atividades de estudo
O que é o trabalho
alienado?
Para entendê-lo, é preciso, pri-
meiro, lembrar que, para Marx
e Lafargue, o trabalho, em si
mesmo, é uma das dimensões
da vida humana que revela nos-
sa humanidade, pois é por ele
que dominamos as forças da
natureza e é por ele que satis-
fazemos nossas necessidades
vitais básicas e é nele que ex-
teriorizamos nossa capacida-
112
LEITURA
COMPLEMENTAR
116
LEITURA
COMPLEMENTAR
117
RECREAÇÃO E LAZER
O direito à preguiça
Paul Lagargue
Editora: Hucitec/Unesp
Sinopse: o Direito à Pre-
guiça (em francês, Le Droit à la Pa-
resse) foi um panfleto revolucioná-
rio que trata das questões relativas
ao trabalho na sociedade capitalista
urbano-industrial e da luta por me-
lhores condições de trabalho, princi-
palmente no que tange às jornadas
excessivas. Na época em que foi es-
crito, as jornadas de trabalho tinham
em média 12 horas e poderiam ex-
ceder em muito este tempo. O dog-
ma de que o trabalho dignifica o ho-
118
EDUCAÇÃO FÍSICA
120
EDUCAÇÃO FÍSICA
Tempos Modernos
Ano: 1936
Sinopse: Chaplin traba-
lha em uma fábrica e em
virtude de um tipo de trabalho
repetitivo, extenuante e pratica-
mente escravo sucumbe a um co-
lapso nervoso. Em virtude deste
quadro, é internado em um hos-
pício. Ao retornar à “vida normal”
encontra a fábrica fechada. Tem
contato, então, com uma jovem
que realiza furtos para sobrevi-
ver. Chaplin se envolve numa con-
fusão em uma manifestação e é
tomado como o líder comunista
121
RECREAÇÃO E LAZER
123
referências
126
gabarito gabarito
1.
• Cultura vivenciada (praticada,
fruída ou conhecida) no tem-
po disponível das obrigações
profissionais, escolares, fami-
liares, sociais, combinando os
aspectos tempo e atitude.
• O lazer gerado historicamen-
te e dele podendo emergir, de
modo dialético, valores ques-
tionadores da sociedade de
um modo geral, e sobre ele
também sendo exercidas in-
fluências da estrutura social
vigente.
• Tempo privilegiado para vivên-
cias de valores que contribuam
127
gabarito
134
UNIDADE
II
LAZER, RECREAÇÃO,
TRABALHO E OBRIGAÇÕES
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os
tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Lazer, trabalho e obrigações
• Lazer, animação
sociocultural e recreação
unidade
II
Objetivos de
Aprendizagem
• Esclarecer as relações entre
lazer, trabalho e as demais
obrigações humanas na
sociedade atual.
• Compreender o surgimento
do animador sociocultural
no processo de
desenvolvimento histórico
do lazer e do trabalho.
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
Em nossa segunda unidade, buscare-
mos compreender um pouco mais sobre
a relação do lazer como mundo do traba-
lho, bem como com as demais obrigações
sociais. Além disso, é necessária a com-
preensão de como se dá o surgimento do
animador sociocultural neste processo de
desenvolvimento do lazer até caracterizar-
-se na sociedade contemporânea. O tema
do profissional do lazer, ou animador so-
ciocultural, como adotaremos em nossas
discussões, será abordado especificamente
em nossa última unidade, mas se faz ne-
cessária, neste momento a abordagem para
fins de compreensão do desenvolvimento
EDUCAÇÃO FÍSICA
histórico do lazer.
Não é possível lançar as bases para uma
real compreensão do lazer sem que estabe-
leçamos uma relação com o mundo do tra-
balho. O mesmo sangue social que corre no
trabalho corre no lazer. Qualquer alteração
em um, certamente afetará o outro. O que
se deseja é que o profissional que atue em
qualquer campo do lazer tenha uma base
consistente para compreender e perceber o
potencial transformador que possui o lazer.
Tido por muitos como “coisa não séria”, o
lazer tem, em si, brechas que podem ques-
tionar modelos sociais desumanizadores e
fomentar ações de mudança.
A compreensão do lazer deve ser feita
também na relação com demais obrigações
sociais. Assim como o trabalho tem rela-
ção direta com o lazer, há também uma re-
lação direta entre as obrigações religiosas,
139
NTRODUÇÃO
Lazer, Trabalho e
Obrigações
Tratar do lazer é abordar necessaria-
mente o tempo de trabalho e as obri-
gações religiosas, sociais, político-
-partidárias e familiares, conforme
Marcellino (2000, p. 7-9). Lembre-
-se de que as obrigações estudantis
142
EDUCAÇÃO FÍSICA
157
RECREAÇÃO E LAZER
SAIBA MAIS
161
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
174
EDUCAÇÃO FÍSICA
187
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
200
EDUCAÇÃO FÍSICA
SAIBA MAIS
206
considerações finais
210
atividades de estudo
211
atividades de estudo
213
atividades de estudo
UM DOGMA DESASTROSO
“Sejamos preguiçosos em
tudo, exceto em amar e em
beber, exceto em sermos pre-
guiçosos”.
Uma estranha loucura se apos-
sou das classes operárias das
nações onde reina a civilização
capitalista. Esta loucura arras-
ta consigo misérias individuais
e sociais que há dois séculos
torturam a triste humanidade.
Esta loucura é o amor ao tra-
balho, a paixão moribunda do
216
LEITURA
COMPLEMENTAR
217
LEITURA
COMPLEMENTAR
219
LEITURA
COMPLEMENTAR
220
LEITURA
COMPLEMENTAR
do homem sobressalta-se ao
ouvir o mendigo, soberbamen-
te envolvido na sua capa es-
buracada, chamar amigo aos
duques de Ossuna. Para o Es-
panhol, em cujo país o animal
primitivo não está atrofiado,
o trabalho é a pior das escra-
vaturas Os Gregos da grande
época também só tinham des-
prezo pelo trabalho: só aos es-
cravos era permitido trabalhar,
o homem livre só conhecia os
exercícios físicos e os jogos
221
LEITURA
COMPLEMENTAR
222
LEITURA
COMPLEMENTAR
rá a humanidade do trabalho
servil e fará do animal huma-
no um ser livre, o proletaria-
do, traindo os seus instintos,
esquecendo-se da sua missão
histórica, deixou-se perverter
pelo dogma do trabalho. Rude
e terrível foi a sua punição. To-
das as misérias individuais e
sociais mereceram da sua pai-
xão pelo trabalho.
Fonte: Lafargue (2003, p. 21-23).
226
EDUCAÇÃO FÍSICA
Elogio ao Ócio
Bertrand Russell
Editora: Sextante
Sinopse: nesta clás-
sica obra, Bertrand Russell vis-
lumbra de forma irônica um fu-
turo em que muitos poderiam
fruir do ócio de maneira pra-
zerosa, sem pesos advindos
de uma moral do trabalho. Na
sua abordagem, brinca com
um passado em que isso era
privilégio de poucos, garanti-
do pela exploração de muitos,
a massa proletária. No mun-
do que ele intui e antecipa, as
227
RECREAÇÃO E LAZER
229
Para aqueles que desejam co-
nhecer mais e saber das pesqui-
sas recentes ligadas ao campo
do lazer, recreação e animação
sociocultural, sugerimos o aces-
so periódico Licere - Revista do
Programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Estudos do
Lazer/UFMG. A Revista é publi-
cada desde 1999, o que propicia
um conhecimento amplo sobre
os principais assuntos discuti-
dos no campo do lazer.
Para saber mais, acesse o link
disponível em: <https://seer.
ufmg.br/index.php/licere>.
230
Clube da Luta
Ano: 1999
Sinopse: o filme foi
inspirado no ro-
mance de mesmo
nome de Chuck Palahniuk, de
1996. O enredo é protagoniza-
do por um “homem comum”,
sem nome apresentado, que
vive uma vida medíocre e des-
contente com seu trabalho.
Como trabalhador de clas-
se média alta, com um bom
emprego, sente-se enredado
pelo sistema, e afirma diaria-
mente que sente-se a cópia, da
231
cópia, da cópia. Uma instabili-
dade financeira leva-o a uma
angústia profunda que defla-
gra crises psicológicas e insô-
nia. Diante de uma profunda
crise de identidade, forma en-
tão um clube de combate jun-
tamente com um vendedor de
sabonetes.
Comentário: o filme é uma
severa crítica ao capitalismo,
mais especificamente sobre a
vertente do consumismo, que
faz com que as coisas não per-
tençam mais às pessoas, mas
as pessoas às coisas. As crises
de identidade de grande parte
da população levou à criação
232
de grupo de ajuda mútua no
qual se buscava o alívio para
as crises advindas de um coti-
diano maçante. O personagem
de Edward Norton empreende
uma fuga da realidade que con-
sidera sem sentido e fingida,
e para isso começa a desape-
gar-se de tudo que considera
de valor. A busca pela quebra
da alienação ao modo de pro-
dução capitalista que leva ao
consumismo (trabalhar para
consumir, consumir para tra-
balhar) leva-o ao outro extremo
do que vivia até então. É pos-
sível estabelecer um paralelo
entre os valores alienantes de
233
um tipo de trabalho no modo
de produção capitalista e o ris-
co da evasão do real que a re-
creação poderia proporcionar.
Os dois extremos são perigo-
sos. Mas a vivência de valores
distintos do mundo do trabalho
pode, num movimento dialéti-
co, proporcionar um equilíbrio
e uma genuína transformação
e quebra de um estilo de vida
alienado.
234
referências
1982.
MARCELLINO, N. C. (org.). Políti-
cas públicas setoriais de lazer: o pa-
pel das prefeituras. Campinas: Auto-
res Associados, 1996.
______. Estudos do lazer: uma in-
trodução. 2. ed. Campinas: Autores
Associados, 2000.
______. (org.) O lazer na empresa:
alguns dos múltiplos olhares possí-
veis. In: ______. Lazer & Empresa:
múltiplos olhares. Campinas: Papi-
rus, 2001. p. 13-22.
______. Lazer e humanização. 7. ed.
Campinas: Papirus, 2003.
PARKER, S. A sociologia do lazer.
237
referências
Referências On-Line#
1
Em: <http://cev.org.br/biblioteca/
ginastica-geral-gg/>. Acesso em: 26
mai. 2017.
238
gabarito
e equipamentos de lazer, de
moradia e de formação de quad-
ros, profissionais e voluntários,
para trabalharem de forma efi-
ciente e atualizada. Portanto,
o lazer tem sua especificidade,
como política pública, mas não
pode ser tratado de forma iso-
lada de outros direitos sociais,
garantidos pela Art. 6º da Con-
stituição Federal de 1988.
248
UNIDADE
III
LAZER, LÚDICO E
EDUCAÇÃO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os
tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Lazer e o duplo processo
educativo
• Lazer como espaço para o
lúdico
• A cultura, o lúdico e a escola
unidade
III
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender o duplo
processo educativo
presente no lazer.
• Analisar o lazer como lócus
privilegiado para o lúdico.
• Estabelecer relações entre a
cultura, o lazer e a escola.
INTRODUÇÃO
Estimado(a) aluno(a),
Os temas desta unidade são de suma
importância para o processo formativo
do(a) licenciado(a), pois, em muitos mo-
mentos, ele é fonte de grandes mal-en-
tendidos. A relação lazer, lúdico e edu-
cação necessariamente passa pela busca
de uma compreensão mais aprofunda-
da sobre os temas. O lazer, como já assu-
mimos em nosso conceito operacional,
é cultura. Neste sentido, a relação entre
lazer, lúdico e educação ocorre sob esta
perspectiva.
A compreensão de educação, como ve-
remos, também deve transcender a visão
limitada de que ela ocorre apenas de ma-
EDUCAÇÃO FÍSICA
REFLITA
263
RECREAÇÃO E LAZER
SAIBA MAIS
264
EDUCAÇÃO FÍSICA
ao diálogo e à diversidade.
Pacheco se tornou mundialmente
conhecido por revolucionar uma
escola pública portuguesa, a Ponte,
utilizando uma metodologia ousa-
da: ele acabou com turmas, salas de
aula, disciplinas e passou a ensinar
conforme a motivação dos alunos.
Lá, são os próprios estudantes que
se organizam em grupos hetero-
gêneos para estudar os assuntos
que lhes interessam, são autôno-
mos para pesquisar, apresentar os
resultados para os colegas e, quan-
do se sentem prontos, avisam que
podem ser avaliados.
Fonte: Gomes (2012, on-line)1.
265
RECREAÇÃO E LAZER
divertimento e desenvolvimento do
lazer. Pense além, se pelos conteúdos
compartilhados, e não apenas minis-
trados ou expostos, pudéssemos as-
sociá-los além do dia da prova ou do
vestibular, mas à vida, de forma não
fragmentada. Pense na associação da
escola com os conteúdos culturais do
lazer: físico-esportivos, intelectuais,
práticos ou manuais, artísticos, sociais
e turísticos. Acredito que, certamente,
a escola ganharia outra “ânima”, seria
mais animada.
A tarefa não é tão simples, porém
nenhuma tarefa de vanguarda, prin-
cipalmente com relação à educação, o
é. Sempre é um desafio, mas é daque-
les que vale a pena. Marcellino (2000,
p. 51), diante deste esforço, faz o se-
268
EDUCAÇÃO FÍSICA
guinte questionamento:
como educar para o lazer con-
ciliando a transmissão do que é
desejável em termos de valores,
funções, conteúdos, etc., com
suas características de livre es-
colha e expressão?
Porque pode parecer contraditório
que se eduque para algo que pressupõe
uma atitude favorável e espontânea,
sem um caráter obrigatório. Contudo
é justamente nesta problemática que
está a resposta. Quanto mais infor-
mações, diálogo, crítica e criatividade
sobre o lazer, muito mais provável que
o indivíduo tenha autonomia em seu
tempo disponível. Como Marcellino
(2000) responde à sua própria provo-
cação, haverá mais autenticidade, fa-
269
RECREAÇÃO E LAZER
271
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
272
EDUCAÇÃO FÍSICA
278
EDUCAÇÃO FÍSICA
SAIBA MAIS
abatimento atroz.
Consideremos, em primeiro lugar,
a sociedade do cansaço. Efetiva-
mente, a aceleração do processo
histórico e a multiplicação de sons,
de mensagens, o exagero de estí-
mulos e comunicações, especial-
mente pelo marketing comercial,
pelos celulares com todos os seus
aplicativos, a superinformação que
nos chega pelas mídias sociais, nos
produzem, dizem estes autores,
doenças neuronais: causam de-
pressão, dificuldade de atenção e
uma síndrome de hiperatividade.
Fonte: Boff (2016, on-line)2.
280
EDUCAÇÃO FÍSICA
285
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
288
EDUCAÇÃO FÍSICA
A Cultura, o Lúdico
e a Escola
291
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
300
EDUCAÇÃO FÍSICA
SAIBA MAIS
ascriançasreduziramesetornoumais
fácil para todas as crianças brincarem.
Afinal,setudoeraimaginado,ninguém
era dono de nada.
O projeto foi tão bem sucedido que a
creche vai provavelmente continuar a
terperíodoslivresdebrinquedo.Espe-
cialmente do lado de fora das classes.
Ascriançasnãoreclamaramdaexperi-
êncianemexpressaramsaudadesdo
brinquedo, segundo a diretora.
Fonte: Catraquinha (2015, on-line)3.
311
RECREAÇÃO E LAZER
323
RECREAÇÃO E LAZER
336
considerações finais
353
atividades de estudo
354
atividades de estudo
355
atividades de estudo
358
EDUCAÇÃO FÍSICA
Lazer e Educação
Nelson Carvalho Mar-
cellino
Editora: Papirus
Sinopse: o livro é fru-
to da dissertação de mestrado do
autor na área de Filosofia da edu-
cação. Ele busca verificar as re-
lações entre o lazer, a escola e o
processo educativo, com vistas a
uma alternativa pedagógica. O au-
tor realiza uma reflexão filosófica
sobre o lazer como elemento pe-
dagógico de significação, propon-
do fundamentos para a pedagogia
da animação. Analisa a relevância
359
RECREAÇÃO E LAZER
360
Brincante
Ano: 2014
Sinopse: Brincante
é um documentá-
rio de sobre Antônio Nóbrega,
um artista mambembe de um
teatro itinerante. Seus espe-
táculos, que percorrem todo
Brasil, são compostos por fan-
toches, truques, música, dança
e teatro. As apresentações são
de teor lúdico infantil, apesar
de críticas sagazes ao mundo
adulto. Não há uma distinção
entre o que costumeiramente
361
denomina-se de cultura eru-
dita e cultura popular, pois no
documentário ambas estão
amalgamadas.
Instituto Brincante
O Instituto Brincante, busca res-
gatar, conhecer, assimilar e recriar
manifestações artísticas brasilei-
ras, numa perspectiva da nossa
rica diversidade cultural. Pesqui-
sa e reelabora da cultura brasilei-
ra, com vistas a propiciar novos
valores e modos de ser que pro-
piciem ao indivíduo novas manei-
ras de pensar e viver a socieda-
362
de contemporânea. Sua Missão
é: promover o enriquecimento
humano por meio do estudo e
da pesquisa da arte e da cultura
brasileiras, formando e capaci-
tando jovens, crianças, artistas e
educadores e contribuindo para
ampliar sua consciência cultural
e social. Sua Visão é: ser reconhe-
cido pelos seus mantenedores e
pelo público em geral como um
centro de referência irradiador
da cultura brasileira e formador
de intérpretes e educadores.
Para conhecer mais, acesse o link
disponível em: <http://www.insti-
tutobrincante.org.br/>.
363
Escola da Ponte
A Escola da Ponte é, nas palavras
de Rubem Alves, “a escola que
sempre sonhei sem imaginar que
pudesse existir”, título de um livro
sobre ela, publicado pela Papirus
Editora. O modelo pedagógico da
escola rompe com os modelos
tradicionais. O espaço é partilha-
do por todos, não há separação
de turmas, não há sinais sonoros,
não há competição, mas muita
cooperação. É um espaço de jogo,
divertido, mas com regras, cons-
truídas coletivamente.
Para conhecer mais, acesse o link
disponível em: <http://www.esco-
ladaponte.pt/>.
364
referências
366
referências
Referências On-Line
1
Em: <http://porvir.org/para-inovar-
368
referências
-e-preciso-professor-abra-cabeca-diz-
-jose-pacheco/>. Acesso em: 29 maio.
2017.
2
Em: <https://leonardoboff.wor-
dpress.com/2016/01/05/a-socieda-
de-do-cansaco-e-do-abatimento-so-
cial/>. Acesso em 29 maio. 2017.
3
Em: <https://catraquinha.catracali-
vre.com.br/geral/aprender/indicacao/
jardim-de-infancia-da-noruega-reti-
ra-brinquedos-das-salas-o-resultado-
-foi-criancas-mais-criativas/>. Acesso
em: 29 maio. 2017.
4
Em: <http://pre.univesp.br/e-brin-
cando-que-se-aprende#.WS10C-
-vyuUl>. Acesso em: 30 maio. 2017.
369
gabarito
1. Os objetivos consumatórios
estão ligados ao relaxamento,
à contemplação, e ao prazer
que determinadas práticas
proporcionam. Em muitos ca-
sos, a aparência é de que não
se está fazendo nada, mas
quando atrelado a um pro-
cesso educativo de educação
“para” e não “pelo”, é justificá-
vel e necessária a fruição des-
tes momentos, que poderá
favorecer então um ambiente
de educação sim “pelo” lazer,
aliás com grande potencial
educativo.
Os objetivos instrumentais são
aqueles associados à realidade
concreta e sua compreensão.
370
gabarito
Há um desenvolvimento pes-
soal e social envolvidos nestas
práticas. A sensibilidade, em
vários aspectos, é estimulada
pelas atividades recreativas.
Tanto um crescimento das
questões mais intrínsecas de
crescimento intelectual, físi-
co, estético etc., quanto opor-
tunidades para novos relacio-
namentos estreitamentos de
outros.
2. Este lazer é ensinado. Isto é
necessário pois a sociedade
capitalista restringe o tempo
para a fruição em virtude da
mudança da dinâmica no mun-
do do trabalho, que se torna,
de maneira geral, alienado,
371
gabarito
paulatina e sorrateiramente,
a vivência do lúdico, por isso
ações que priorizam o lúdi-
co devem ser a marca funda-
mental da infância, com a vi-
vência dos jogos, brinquedos
e brincadeiras. As barreiras
ao lazer, que são peculiares
a cada fase da vida, e as con-
dições econômicas, sociais e
culturais, também devem ser
superadas por meio de ações
políticas que garantam efeti-
vamente os direitos de todo
cidadão. Na infância, apesar
de todo respaldo legal, ainda
há crianças que têm respon-
sabilidades no orçamento fa-
miliar e/ou são responsáveis
376
gabarito
380
UNIDADE
IV
LAZER E QUALIDADE
DE VIDA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os
tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Conceitos, valores e
parâmetros em lazer e
qualidade de vida
• Qualidade de vida,
corporeidade e lazer
• Lazer, espaço e
equipamentos
unidade
IV
Objetivos de
Aprendizagem
• Fundamentar as discussões
entre lazer e qualidade de
vida à luz dos conceitos
básicos da temática.
• Estabelecer uma relação
entre a corporeidade e
lazer com vistas à melhoria
da qualidade de vida.
• Compreender de que
forma os espaços e
equipamentos específicos
e não-específicos de lazer
interferem na qualidade de
vida.
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
Uma expressão que ganhou muita no-
toriedade nos últimos anos é “qualidade de
vida”. Como veremos, existem várias defini-
ções e concepções em torno desta expressão.
Ela, necessariamente, passou a ser discutida
no ambiente acadêmico. Como a Educação
Física bebe em várias ciências (Biologia, Quí-
mica, Física, Psicologia etc.), bem como na
filosofia, vários subtemas emergem quando
trata-se da discussão sobre qualidade de vida.
Um deles, impreterivelmente, é a relação la-
zer e qualidade de vida.
Devido à amplitude do tema, apresenta-
remos forma introdutória, sob uma pers-
EDUCAÇÃO FÍSICA
386
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
395
RECREAÇÃO E LAZER
396
EDUCAÇÃO FÍSICA
406
EDUCAÇÃO FÍSICA
SAIBA MAIS
412
EDUCAÇÃO FÍSICA
Qualidade de Vida,
Corporeidade e Lazer
Figura 2 - Platão
424
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
REFLITA
SAIBA MAIS
451
RECREAÇÃO E LAZER
452
EDUCAÇÃO FÍSICA
Lazer, Espaço e
Equipamentos
462
EDUCAÇÃO FÍSICA
REFLITA
476
EDUCAÇÃO FÍSICA
SAIBA MAIS
486
EDUCAÇÃO FÍSICA
490
considerações finais
Estimado(a) aluno(a),
Mais uma vez percebemos a rique-
za das inter-relações da temática la-
zer ao realizarmos algumas incursões
pela qualidade de vida. Apesar das di-
ferentes abordagens conceituais rela-
cionadas à qualidade de vida, é pos-
sível eleger em diferentes campos de
atuações focos específicos que juntos
componham o atendimento às dife-
rentes necessidades humanas para
que a qualidade da vida humana seja
cada vez melhor.
Com relação ao lazer, há inúme-
ras possibilidades de aproximações
à qualidade de vida. A corporeidade
parece ser a mais específica quando
analisamos o lazer pela perspectiva
da Educação Física. Porém, cada área
491
considerações finais
Companheiros no cotidiano
lúdico: os animais e a
natureza
Os netos com quem estive nas-
cem e crescem na cidade, mas
tanto quanto possível mantêm
contato com os animais e com
a natureza. Não há casa que
não tenha cão ou pássaro. Na
residência do sr. Benedito, Ti-
noco é o cachorro mais velho;
não é tão brincalhão quanto
Rex, mais novo, e atentíssimo
a qualquer acontecimento em
torno da casa. Bastante “serele-
494
LEITURA
COMPLEMENTAR
503
atividades de estudo
1. A expressão qualidade de
vida pode ser nova, mas o con-
ceito por trás deste termo já
está presente na história da
humanidade há muito tempo,
apenas ganhando uma nova
roupagem em meio às novas
características e demandas
das diferentes sociedades.
Neste sentido, o que significa
a polissemia relativa à quali-
dade de vida? Exemplifique-
-a.
2. O lazer é, sem dúvida, promo-
tor do bem-estar, mas requer
uma atitude positiva, ativa,
atrelada a outras esferas da
vida. Além disso, não pode ser
504
atividades de estudo
508
EDUCAÇÃO FÍSICA
Qualidade de Vida:
complexidade e edu-
cação
Wagner Wey Moreira
(org.)
Editora: Papirus
Sinopse: o livro trata de alguns
dos principais desafios com re-
lação à qualidade de vida para o
século XXI. Relaciona a qualidade
de vida com temas como: cultura,
lazer, motricidade, beleza estáti-
ca, ambiente, escola, portadores
de necessidades especiais, infân-
cia, adolescência, juventude, ida-
de adulta, além de ricas discus-
509
RECREAÇÃO E LAZER
510
Terra: existe um futuro?
Neste documentário do Dis-
covery Channel, a temática é
o aquecimento global e seus
efeitos destrutivos, tanto no
presente como no futuro, caso
ações imediatas não sejam to-
madas. Com o auxílio da com-
putação gráfica, cenários são
criados como um prognóstico
das ações presentes. Contu-
do, há indicações de caminhos
para a reversão deste quadro.
Caso nada seja feito, catástro-
fes cada vez maiores surgirão,
bem como uma convulsão so-
511
cial diante da escassez de re-
cursos naturais.
Para saber mais, acesse o link
disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=ZeD7e-
BWwYSw>.
512
A era da estupidez
Ano: 2009
Sinopse: o filme par-
te de uma questão
fundamental: “Por
que não salvamos o planeta
enquanto ainda tivemos chan-
ce?”. Esta é a pergunta de um
arquivista que vive no alto de
uma torre no Ártico derretido.
Seu papel é zelar pelo conhe-
cimento produzido pela hu-
manidade. Várias histórias são
narradas paralelamente. Uma
delas é a de um homem que re-
flete sobre a indústria de com-
513
bustíveis fósseis e o desperdí-
cio e ajudou a resgatar Nova
Orleans, depois do furacão Ka-
trina. Outra é a de um empre-
sário indiano planeja uma em-
presa aérea para pessoas de
baixa renda. Crianças iraquia-
nas relatam a fuga. Enfim, his-
tórias que sintetizam a estu-
pidez humana que pode levar
o planeta à total destruição se
nada for feito.
514
referências
pirus, 2001.
SILVA, G. C.; LOPES, W. G. R.; LO-
PES, J. B. Evolução, mudanças de uso
e apropriação de espaços públicos em
áreas centrais urbanas. In: Ambiente
Construído, Porto Alegre, v. 11, n. 3,
p. 197-212, jul./set. 2011.
Referências On-Line
1
Em: <http://colunastortas.com.
br/2013/07/22/modernidade-liqui-
da-o-que-e/>. Acesso em: 31 maio.
2017.
521
gabarito
monioso da personalidade.
3. Moreira e Simões (2008) con-
sideram que uma legítima re-
construção do conceito de cor-
po, associada à qualidade de
vida e lazer, exige um retorno às
coisas simples da vida, como o
retorno ao contato direto com
a natureza: o solo, os rios, os la-
gos, o céu, a chuva, animais de
forma geral, bem como outros
seres humanos, de maneira
mais estrita. E mais, “viver o dia-
-a-dia com menos medos imagi-
nários”. A construção da corpo-
reidade requer a incorporação
de “signos, símbolos, prazeres,
necessidades, através de atos
ousados ou através de recuos
525
gabarito
530
UNIDADE
V
unidade
REPERTÓRIO DE ATIVIDADES
EM RECREAÇÃO E LAZER
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os
tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Considerações gerais sobre
repertório de atividades em
recreação e lazer
• Exemplo de repertório de
atividades em recreação e
lazer
unidade
Objetivos de
Aprendizagem
• Apresentar considerações
fundamentais sobre um
repertório de atividades em
recreação e lazer.
• Propor um modelo de
repertório de atividades em
recreação e lazer.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Chegamos à nossa última unidade. Mui-
tos acadêmicos, ao ingressarem no curso
de Educação Física e se depararem com
as disciplinas que cursarão, podem pen-
sar que a disciplina Recreação e Lazer se
resume ao ensino de um rol de atividades
para aplicação em diferentes ambientes e
para grupos etários, de maneira mais téc-
nica. Contudo, como você percebeu, há
uma vasta base teórica no campo do lazer
e da recreação, grande parte dela atrelada
às pesquisas realizadas pelos programas de
pós-graduação strictu sensu (mestrado e
doutorado) ligados à Educação Física.
EDUCAÇÃO FÍSICA
536
RECREAÇÃO E LAZER
das atividades.
Em 2002, Marcellino organizou
o Repertório de atividades de recre-
ação e lazer: para hotéis, acampa-
mentos, clubes, prefeituras e outros,
obra que já conta com várias edi-
ções. A experiência foi tão bem-
-sucedida que em 2007 organizou
Lazer e recreação: repertório de
atividades por ambientes, que em
2010 ganhou o volume dois, com a
participação de diferentes autores.
Por fim, diante do sucesso das pu-
blicações, lançou em 2013 Lazer e
recreação: repertório de atividades
por fases da vida. Um dado interes-
sante é que, sem realizar um juí-
zo de valor, cada uma destas obras
apresenta uma vasta lista de livros
543
RECREAÇÃO E LAZER
548
EDUCAÇÃO FÍSICA
de conteúdos. (MARCELLINO,
2013, p. 10-11).
Portanto, a diversificação e a con-
textualização, frutos da criatividade,
exigem um contato direto com as vi-
vências e histórias de cada animador.
Além disso, a ideia de um repertório
auxilia aqueles que desejam se envol-
ver com diferentes grupos e ambientes
tendo como base os diversos conteú-
dos culturais do lazer. Um voluntá-
rio, por exemplo, pode ser desafiado a
participar da animação de determina-
do grupo em determinado ambiente
e, motivado por um profissional com
maiores competências e conhecimen-
tos, sentir-se instigado a se aprofundar
nos estudos sobre determinado conte-
údo. Este tipo de experiência deflagra
551
RECREAÇÃO E LAZER
REFLITA
Dediquealgunsminutospararelem-
brar as principais atividades de seu
repertórioemdiferentesfasesdavida
(Infância,adolescência,juventudeetc.).
Registreestasatividadesesenãolem-
brardedetalhesdasbrincadeiras,pro-
cure recuperar suas características.
555
RECREAÇÃO E LAZER
561
RECREAÇÃO E LAZER
Exemplo de Repertório
de Atividades em
Recreação e Lazer
562
EDUCAÇÃO FÍSICA
EXEMPLO DE ESTRUTURA DE
REPERTÓRIO INFANTIL
Principais considerações sobre a in-
fância e lazer
1. A criança se situa entre o na-
tural e o social, ou seja, ela pre-
cisa ser vista não apenas como
organismo em movimento,
mas como ser enraizado “em
um tempo e um espaço, alguém
que interage com estas cate-
gorias, que influencia o meio
onde vive e é influenciado por
ele” (PERROTTI, 1982, p. 12).
2. É preciso destacar a necessidade
de questionar a pretensa dispo-
563
RECREAÇÃO E LAZER
568
EDUCAÇÃO FÍSICA
• Experiências já desenvolvidas:
em hotéis, day camps, e com alu-
nos dos cursos de Educação Física
e Turismo.
• Outras observações: o número
de participantes de cada equipe
não deve ultrapassar 12, dando
condições a todos de tomar parte
da atividade. Devem se espalhar
as pistas por locais previamen-
te observados, sendo importante
que os participantes já conheçam
o espaço da atividade. A ordem
dos locais deve ser alternada para
não provocar congestionamento
das equipes no mesmo lugar e na
mesma hora.
578
EDUCAÇÃO FÍSICA
583
RECREAÇÃO E LAZER
589
RECREAÇÃO E LAZER
SAIBA MAIS
<http://www2.esporte.gov.
br/arquivos/snelis/esporte-
Lazer/cedes/jogosCultura-
sIndigenas.pdf>.
Ainda para saber mais so-
bre tais elementos e sua in-
fluência, acesse: <https://
brasileirinhos.wordpress.
com/2016/04/19/brinque-
dos-e-brincadeiras-da-nos-
sa-cultura-indigena/>.
Fonte: o autor.
591
RECREAÇÃO E LAZER
Prezado(a) aluno(a),
Pudemos perceber que os campos
para atuação profissional em recreação
e lazer são vastos. Contudo, isso pode ge-
rar uma superficialidade perigosa para
atuação do animador sociocultural. Os
perfis deste animador também são ca-
racterizados de diferentes formas, por
diferentes autores, e o que determinará
sua construção é a autonomia do profis-
sional diante dos diferentes contextos e
desafios. Esta atuação requer, necessa-
riamente, uma construção consciente
de um repertório básico de atividades
com embasamento para diferentes pú-
blicos e contextos, levando-se em conta
suas especificidades.
Portanto, como pudemos perceber,
atuação profissional consistente no
592
EDUCAÇÃO FÍSICA
Saberes e competências na
formação de educadores e
educadoras
1. Competências referentes ao
comprometimento com os
valores inspiradores da socie-
dade democrática
• Não basta ter animação – A
alegria precisa estar aliada à
competência político-demo-
crática; precisa ter clareza de
seus fins. Não pode ser ingê-
nua. [...].
• Não basta ter bom senso – O
595
LEITURA
COMPLEMENTAR
597
LEITURA
COMPLEMENTAR
600
LEITURA
COMPLEMENTAR
601
LEITURA
COMPLEMENTAR
ferenciadas. Na educação
pelo e para o lazer, é impor-
tante valorizar a história do
outro – o que traz – e a recria-
ção cultural coletiva. Além dis-
so, não dá para pensar que a
educação pelo e para o lazer
ocorre na prática – errando
e acertando. O saber expe-
riencial precisa ser alimenta-
do com outros saberes, que
podem servir de apoio para
novas reinvenções e de tro-
cas de experiências que for-
talecem lideranças e equipes
606
LEITURA
COMPLEMENTAR
interdisciplinares.
4. Competências referentes ao
domínio do conhecimento pe-
dagógico, ao conhecimento
de processos de investigação
que possibilitem o aperfeiço-
amento da prática pedagó-
gica e ao gerenciamento do
próprio desenvolvimento de
ações educativas lúdicas
• Não basta ter o domínio técni-
co – A educação pelo e para o
lazer não pode ocorrer alheia
à formação moral fundada
607
LEITURA
COMPLEMENTAR
609
atividades de estudo
614
EDUCAÇÃO FÍSICA
Lazer e Recreação:
repertório de ativi-
dades por fases da
vida.
Nelson Carvalho
Marcellino (org.)
Editora: Papirus.
Sinopse: a obra foi organizada
pelo professor Dr. Nelson Car-
valho Marcellino. Os professo-
res que elaboraram as fichas
são pesquisadores e atuantes
em diferentes áreas do lazer.
O objetivo da obra é compar-
tilhar repertório de atividades
de recreação e lazer para pro-
615
RECREAÇÃO E LAZER
616
Tarja Branca: a re-
volução que faltava
Ano: 2014
Sinopse: o título
do filme já é uma
brincadeira ao opôr-se aos re-
médios de tarja preta. O obje-
tivo é apresentar a importân-
cia do brincar não apenas para
a infância, mas para qualquer
idade. Defende a necessida-
de urgente da ludicidade dian-
te de uma realidade cada vez
mais opressora e estressante.
Este estresse não está associa-
do apenas à vida adulta, mas
617
também às crianças, com uma
carga cada vez maior de obri-
gações e sem tempo e espaço
para o compartilhar de brinca-
deiras que correm o risco de se
perderem.
Comentário: este documen-
tário é obrigatório a qualquer
educador, não apenas aos que
lidam diretamente com anima-
ção sociocultural, pois trata de
um tema de extrema relevân-
cia para os dias atuais. A refle-
xão sobre o brincar não deveria
ficar relegada apenas à infân-
cia, mas à própria reflexão so-
bre o Homo Ludens, obra de
Johan Huizinga, cuja leitura cer-
618
tamente enriqueceria as refle-
xões sobre esta temática.
619
Jogos.com.br: <http://www.
ojogos.com.br/>.
Sociedade Ibero Americana de
Jogos Cooperativos: <http://jo-
goscooperativos.com.br/>.
Associação brasileira de brin-
quedotecas: <http://brinque-
doteca.net.br/>.
Rei da Derivada: <http://www.
reidaderivada.com/>.
Sumaê - Somas com Cha-
péu: <http://www.summaeh.
com/>.
620
referências referências
624
gabarito gabarito
animadores profissionais de
competência específica, domi-
nando pelo menos um dos seis
conteúdos culturais do lazer.
Pina (1995) divide este meio
da pirâmide em duas catego-
rias: as funções especializadas
(mais abaixo) e as funções poli-
valentes (mais acima). Na base
da estrutura piramidal de atua-
ção profissional, está o volun-
tariado, essencial para que a
difusão esteja atrelada à parti-
cipação cultural. É necessário a
preparação e capacitação des-
tes animadores voluntários.
3. Um dos riscos é de se torna-
rem bobos da corte. A vulne-
rabilidade profissional, por in-
628
gabarito
Conclusão geral
638