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96
Fórum de Direito Urbano e Ambiental - FDUA
Belo Horizonte, ano 16, n. 96, nov./dez. 2017
Outorga onerosa do direito de construir: fundamentos principiológicos,
natureza jurídica e disciplina normativa
Alexandre Levin
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18/05/2018 Editora Fórum - Plataform Fórum de Conhecimento Juridico
1 Considerações iniciais
O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) foi editado há mais de quinze anos. Mas
não parece. Essa afirmação chega mesmo a surpreender. Quase duas décadas
após a sua edição, a aplicação de seus preceitos legais ainda é bastante restrita.
São poucos os Municípios brasileiros que fazem uso dos instrumentos jurídicos por
ele previstos.
Não obstante, os graves problemas urbanísticos que afligem nossas cidades ainda
estão longe de uma real solução. A população dos grandes e médios Municípios
brasileiros, que cresceu de maneira exponencial nas últimas décadas, sofre com a
falta de moradia, com a ausência de áreas de lazer, com a distância excessiva entre
as áreas residenciais e os locais de trabalho, com as dificuldades de circulação,
com a falta de saneamento básico.
A questão agravou-se nos últimos anos, diante da crise fiscal pela qual vêm
passando os Municípios brasileiros. Há falta de recursos até mesmo para o custeio
da máquina pública, que dirá para os investimentos em infraestrutura urbana, que
são, no mais das vezes, bastante vultosos.
Mas há outra dificuldade que deve ser levada em conta na busca de soluções para
esses problemas: a necessidade de recuperação dos investimentos do Poder
Público de que tenha resultado a valorização dos imóveis urbanos situados nas
áreas sujeitas a processos de readequação urbanística.
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A aplicação da outorga onerosa ainda causa certa perplexidade para alguns. Afinal,
como pode a Administração Pública municipal permitir a construção de edifícios
mais altos, com coeficientes de aproveitamento6 maiores do que aqueles
determinados pela lei de zoneamento, em razão do simples pagamento de
determinada quantia pelo interessado? Ora, isso não significa um estímulo à
especulação imobiliária e ao processo de verticalização das cidades brasileiras, já
bastante acentuado?7 Por outro lado, como negar que o instrumento não constitui
apenas mais uma forma de alimentar a sanha arrecadatória do Estado? Quer dizer
que, se o proprietário pagar, ele pode construir acima dos limites impostos pelo
plano diretor municipal? E, ainda, como pode o Poder Público permitir a utilização
do imóvel com finalidade diversa da prevista em lei a partir do simples pagamento
do valor da outorga de alteração de uso?
Esses questionamentos têm sua razão de ser, porque muitas vezes o instrumento,
assim como outros institutos previstos na legislação urbanística, é utilizado de forma
distorcida, sem respeito às finalidades legais para as quais foi criado.
De fato, a outorga onerosa não pode funcionar como mais um meio de arrecadação
pelo Estado e também não pode ser aplicada sem limites, sob pena de resultar em
verticalização excessiva e incompatível com a infraestrutura urbana local.8
O problema não está apenas entre nós. Na França, por exemplo, há fortes críticas a
respeito do uso que se fez da outorga onerosa, instrumento criado naquele país
como uma tentativa de repartição da mais-valia gerada pelas regulamentações
urbanísticas. Com efeito, a edição de um plano urbano, que fixa diferentes
coeficientes de aproveitamento para imóveis situados na mesma região da cidade,
acaba por gerar a valorização extraordinária dos imóveis com taxa de edificação
maior, em detrimento daqueles situados em áreas com menores índices
construtivos. Para combater tal disparidade, foi criado pela lei francesa o plafond
legal de densité (PLD).9
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Explica Grégory Kalflèche que o PLD era o coeficiente edificável do terreno, tendo
por base a sua superfície total. Criado por lei em 1975, o instrumento possibilitava
ao poder público o recebimento de uma quantia caso o interessado desejasse
construir acima do PLD. Ou seja, a Administração recebia determinado valor, de
acordo com o número de metros quadrados construídos acima do índice prefixado.
O instrumento destinava-se a combater a densificação das áreas centrais das
cidades, desestimulando a construção de edifícios muito altos nessas regiões. O
pagamento desses valores também servia para fazer com que os proprietários
participassem da implantação de equipamentos públicos, cuja construção se fazia
necessária justamente para fazer frente ao aumento de densidade construtiva e
populacional da área.10
Todavia, o mesmo autor francês noticia que o PLD foi transformado em um mero
instrumento arrecadatório. Nas palavras do autor, a ideia inicial de justa distribuição
das mais-valias não prosperou, e o instituto foi transformado em mera fonte de
receita para o poder público.11
Ocorre que, assim como no Direito francês, os reais objetivos da outorga onerosa,
tal como previsto na legislação brasileira, são a justa distribuição dos benefícios
e ônus decorrentes do processo de urbanização e a recuperação dos
investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos, duas diretrizes da política urbana previstas no Estatuto da
Cidade (art. 2º, incisos IX e XI).12 O instrumento não pode ser utilizado, portanto,
como mera fonte arrecadatória. A tentação é grande, tendo em vista a grave crise
fiscal enfrentada pelos Municípios brasileiros, mas a outorga não pode ser utilizada
apenas como mais uma fonte de receita. Caso contrário, poderá resultar em sérios
prejuízos para a ordenação urbanística de nossas cidades, visto que quanto mais
potencial construtivo vendido maior a arrecadação, o que, certamente, estimula a
verticalização descontrolada do espaço urbano.
Mas antes de abordarmos suas finalidades, vamos nos atentar para as origens do
instituto, o que nos ajudará a melhor compreendê-lo.
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O art. 28 do Estatuto da Cidade prevê que o plano diretor poderá fixar áreas
nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente
de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada
pelo beneficiário.
Como é sabido, a lei que institui o plano diretor impõe diferentes coeficientes de
aproveitamento17 para as diversas áreas em que se divide o território municipal,
com o intuito de promover a adequada ocupação do espaço urbano. Há coeficientes
de aproveitamento mínimo, que indicam o mínimo de edificação presente em cada
lote da cidade, e coeficientes máximos, acima dos quais não se pode construir.
Vai nessa direção o dispositivo do Estatuto da Cidade que prevê que o plano
diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes
de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a
infraestrutura existente e o aumento da densidade esperado em cada área
(art. 28, §3º).
Por outro lado, está o titular do domínio proibido de construir acima do limite
representado pelo coeficiente de aproveitamento máximo, sob pena de interdição e
até demolição do imóvel.
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Pois bem.
O plano diretor e a lei municipal podem prever, ainda, áreas da cidade em que seja
possível a utilização do imóvel para fins diversos daqueles definidos pela lei de
zoneamento local, desde que o interessado arque com a contrapartida definida
legalmente (Lei nº 10.257/2001, art. 29). Deve-se ter o cuidado para não permitir
usos absolutamente incompatíveis, como a instalação de um parque industrial em
uma área estritamente residencial. Lembre-se que uma das diretrizes da política
urbana é justamente aquela que determina seja evitada a proximidade de usos
incompatíveis ou inconvenientes (Lei nº 10.257/2001, art. 2º, inc. VI, b).
A fórmula de cálculo do preço da outorga deve ser determinada pela lei municipal
específica que regula a aplicação do instrumento (Lei nº 10.257/2001, art. 30). A
fixação por lei evita que os princípios da igualdade e da legalidade (CF, art. 37,
caput) sejam desrespeitados, já que os interessados saberão de antemão os
valores a serem pagos pelo direito de construir acima do coeficiente de
aproveitamento básico ou de alterar o uso do imóvel. Evita-se a fixação do preço
público caso a caso, para que ninguém seja favorecido ou prejudicado em razão da
ausência de critérios gerais e abstratos para o cálculo.
O Estatuto da Cidade não prevê critérios gerais para o cálculo do preço da outorga.
A lei municipal que regular o instrumento deverá definir a fórmula de cálculo (Lei nº
10.257/2001, art. 30, inc. I), levando em consideração as características de cada
uma das áreas em que a ferramenta será aplicada. O valor a ser pago não pode ser
tão alto que afaste eventuais interessados e nem tão baixo que frustre os objetivos
do instituto.19
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Percebe-se que a lei local determinou sejam levados em conta, para o cálculo da
outorga, além da área do terreno e da área que se pretende construir, valores de
metro quadrado já previamente fixados em tabela constante de quadro anexo à lei.
A prefixação desses valores traz segurança ao empreendedor, pois torna possível
conhecer, de antemão, o valor que será pago pela outorga, que é fixado de acordo
com a localização do terreno. Não é necessário pesquisar, caso a caso, o preço de
mercado do metro quadrado para aquela área – o valor já está previsto para cada
setor da cidade. Se a pesquisa do preço do metro quadrado fosse realizada a cada
pedido de outorga, certamente haveria disparidades e questionamentos quanto ao
método de pesquisa empregado. O risco à isonomia seria evidente: preços de
outorga diferentes para empreendimentos localizados na mesma área da cidade.
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Com efeito, o art. 28, caput, do Estatuto da Cidade prevê que poderá ser prestada
contrapartida pelo beneficiário, mas não impõe seja ela paga obrigatoriamente em
dinheiro. No mesmo sentido, o art. 30 da lei federal prescreve que a lei municipal
específica que estabelecer as condições para a outorga onerosa deve definir: I – a
fórmula de cálculo para a cobrança; II – os casos passíveis de isenção do
pagamento da outorga; III – a contrapartida do beneficiário. Depreende-se
do dispositivo que, na hipótese de contrapartida financeira, deverá ser definida a
fórmula de cálculo para a cobrança (inc. I), mas que outras formas de contrapartida
também poderão ser fixadas legalmente (inc. III).20
Nada impede, entretanto, que a lei que institui o plano diretor municipal prescreva a
obrigatoriedade do pagamento da outorga em dinheiro. É o caso do plano diretor do
Município de São Paulo, que determina que o potencial construtivo adicional seja
outorgado mediante contrapartida financeira (Lei nº 16.050/2014 do Município de
São Paulo, art. 115).21
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Para nós, a outorga onerosa tem natureza de preço público. É esse, inclusive, o
entendimento do Supremo Tribunal Federal, manifestado no julgamento do Recurso
Extraordinário nº 226.942-7/SC (1ª Turma, Rel. Ministro Menezes Direito, DJ de
15.5.2009) e do Recurso Extraordinário nº 387.047-5/SC (Tribunal Pleno, Rel. Min.
Eros Roberto Grau, DJ de 2.5.2008).
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Com efeito. O interessado que paga para obter o direito de construir acima do
coeficiente de aproveitamento básico não está a cumprir uma obrigação tributária e
sim cumprindo o ônus necessário para o exercício de um direito. Não há
compulsoriedade, como no tributo, e sim faculdade do interessado na aquisição do
direito. Ele paga somente se quiser edificar acima do índice básico ou alterar a uso
do imóvel, nos termos da lei municipal que regula a outorga.25
Como se trata de preço público, o valor da outorga poderia, em princípio, ser fixado
por decreto.26 Ocorre que, como visto, o Estatuto da Cidade exige que a lei
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As áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente
de aproveitamento básico, mediante pagamento de outorga, devem estar fixadas no
plano diretor municipal (Lei nº 10.257/2001, art. 28).
O preceito está plenamente de acordo com o que determina o art. 182, §1º, da
Constituição Federal. De acordo com esse dispositivo, o plano diretor, aprovado
pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil
habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
evidente prejuízo ao planejamento urbano local, que deve ser único para todo o
território.
Assim, da lei que institui o plano diretor municipal deve constar a possibilidade de
ser utilizado o instrumento da outorga onerosa do direito de construir e de alteração
de uso, bem como as áreas em que poderão ser aplicados.
Note, por fim, ser possível que o próprio plano diretor municipal regule por completo
a utilização da outorga onerosa. O Estatuto da Cidade prevê que lei municipal
específica estabelecerá as condições a serem observadas para a outorga
onerosa do direito de construir e de alteração de uso (art. 30), mas nada
impede que o plano já contenha todas as regras acerca da aplicação do instrumento
– fórmula de cálculo para a cobrança; casos de isenção; contrapartida do
beneficiário, entre outras –, como faz o plano diretor estratégico do Município de
São Paulo (Lei nº 16.050/2014, arts. 115/120).
Ora, o plano diretor não pode ser aprovado sem que o seu texto seja debatido em
audiências públicas, que devem contar com a ampla participação da população
local (Lei nº 10.257/2001, art. 40, §4º). Sua edição, portanto, depende do
cumprimento de requisitos não exigíveis para a criação da lei específica indicada no
art. 30 do Estatuto da Cidade. Assim, logicamente, se a outorga onerosa pode ser
regulada por lei específica, não há óbice que o seja pelo plano diretor, de forma
integral, já que esse é o diploma fundamental da política urbana municipal.
7 Conclusão
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Brazilian municipalities have used it for some time, there are still some
issues about its application, especially due to doubts regarding the
legal principles in which it is founded. In fact, there is no way to
understand this onerous concession without learning its legal
purposes. This is an instrument of the so-called concerted urbanism
(town planning). It is based on the fair distribution of benefits resulting
from urban activities (Law 10.257/2001, article 2, ninth) and on the
guideline that requires the payback of the investments made by public
authorities, that is, the ones that have resulted in a valuation of urban
properties (Law 10.257/2001, article 2, paragraph XI). Thus, it is not,
as addressed in this study, a mere source of fundraising for local
public authorities. In fact, the use of the institute for tax purposes
doesn’t meet the legal guidelines that would apply. Therefore, a
reading of the general rules that govern an onerous grant, contained in
the City Statute (Law 10.257/2001), should be made, based on the
legal principles that serve as the basis for its use. Only then, the use
of this instrument will be legitimate and will contribute to the
achievement of objectives of municipal urban policy.
Referências
CASTRO, José Nilo de. Direito Municipal Positivo. 7. ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2010.
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GRECO, Marco Aurélio. O solo criado e a questão fundiária. In: PESSOA, Álvaro
(Coord.). Direito do urbanismo: uma visão sócio-jurídica. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos; Instituto Brasileiro de Administração Municipal, 1981.
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. 17. ed. São Paulo:
Malheiros, 2013.
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benefícios decorrentes da atividade urbanística (art. 2º, IX, Lei nº 10.257/2001), que,
por sua vez, decorre do princípio da isonomia (art. 5º da CF). Sobre o tema, ver
LEVIN, 2015.
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8 Vale lembrar que duas das diretrizes da política urbana são ordenação e
controle do uso do solo de forma a evitar o parcelamento do solo, a
edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à
infraestrutura urbana (Lei nº 10.257/2001, art. 2º, inc. VI, c).
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12 Marco Aurélio Greco explica que, “se o particular pretende extrair de um imóvel
uma utilidade excepcional (construindo acima de um parâmetro), o plus de serviços
e infraestrutura gerados por essa ação encontram na ação do particular a causa do
seu surgimento e por ele devem ser recompostos” (GRECO, 1981, p. 19).
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que não estejam incluídos no plano diretor, desde que esses diplomas estejam de
acordo com as diretrizes gerais contidas no plano.
19 Floriano de Azevedo Marques Neto afirma que vários podem ser os critérios
utilizados pelo Poder Público, indo desde a fixação de uma parcela do
valor venal do imóvel até uma estimativa de mercado do potencial
econômico atribuível ao “solo criado” (MARQUES NETO, 2010, p. 241).
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23 É o caso de José dos Santos Carvalho Filho. Para o autor, “inexiste propriamente
negócio jurídico que possa dar lugar a preço público, de modo que a contrapartida
tem natureza tributária, mais especificamente a de taxa, em virtude do exercício do
poder de polícia fiscalizatório pelo governo municipal” (CARVALHO FILHO, 2006, p.
207.)
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28 Victor Carvalho Pinto ensina que o princípio da reserva de plano consiste “na
exigência de que as medidas que possam a vir afetar a transformação do território
constem dos planos urbanísticos, como condição para que possam ser executadas”.
Para o autor, o princípio da reserva do plano urbanístico impede que intervenções
urbanísticas planejadas convivam com ações não planejadas, o que seria prejudicial
para o planejamento urbano globalmente considerado. Através da imposição da
previsão das ações urbanísticas na lei que institui o plano diretor, permite-se que
tais ações sejam “decididas após cuidadosa ponderação das alternativas e
avaliação de seus efeitos” (PINTO, 2005, p. 217-220).
Conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico
publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma:
LEVIN, Alexandre. Outorga onerosa do direito de construir: fundamentos principiológicos, natureza jurídica
e disciplina normativa. Fórum de Direito Urbano e Ambiental – FDUA, Belo Horizonte, ano 16, n.
96, nov./dez. 2017. Disponível em: <http://www.bidforum.com.br/PDI0006.aspx?pdiCntd=249233>. Acesso
em: 18 maio 2018.
Conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico
publicado em periódico impresso deve ser citado da seguinte forma:
LEVIN, Alexandre. Outorga onerosa do direito de construir: fundamentos principiológicos, natureza jurídica
e disciplina normativa. Fórum de Direito Urbano e Ambiental – FDUA, Belo Horizonte, ano 16, n.
96, p. 9-20, nov./dez. 2017.
http://bidforum.com.br/bidBiblioteca_periodico_print.aspx?i=249233&p=3 25/25