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ANATOMIA DO CORAÇÃO
Considerações Gerais
O coração é um órgão cavitário que se apresenta como uma bomba muscular, cuja
função primária é impulsionar o sangue, para todas as partes do corpo por um sistema
fechado de vasos sangüíneos. As diferenças de pressão causadas pela sua contração e
relaxamento, principalmente, determinam a circulação do sangue e da linfa.
O coração está situado na cavidade torácica entre os pulmões, no meio do espaço
mediastínico do tórax e contido em um saco seroso – o pericárdio. Os vasos são tubulares
e percorrem quase todas as partes do corpo. São denominados de acordo com seu
conteúdo em vasos sanguíneos ou linfáticos. Apesar do sistema linfático drenar para as
veias, tornam-se dois sistemas interdependentes.
Sistema cardiovascular
Consiste em: (1) coração; (2) artérias, que conduzem o sangue do coração para os
tecidos; (3) capilares, tubos microscópicos nos tecidos, que permitem as trocas
necessárias entre o sangue e os tecidos; e (4) veias, que conduzem o sangue de volta
para o coração.
PERICÁRDIO
O coração aparece completamente envolvido por um saco fibrosseroso, o
pericárdio, pelo qual está relacionado, cranialmente em grande parte de sua extensão
com os pulmões e pleuras. Sua forma é, geralmente, similar àquela do coração.
O pericárdio é um saco fibrosseroso que envolve o coração e as raízes dos grandes
vasos. É formado por duas membranas, uma de constituição fibrosa que envolve mais
externamente o coração e grandes vasos em intima relação com as estruturas
mediastinais, denominado pericárdio fibroso; e outras de consistência serosa, o pericárdio
seroso constituído por 2 lâminas, as lâminas parietal e visceral.
CORAÇÃO
O tamanho e a anatomia variam nas diferentes espécies. No eqüino, seu formato é
o de um cone irregular e um tanto achatado. Está inserido em sua base pelos grandes
vasos, mas afora isto fica inteiramente livre no pericárdio. Ele é assimétrico na posição, as
quantidades (por peso) à direita e esquerda do plano mediano sendo de uma proporção de
aproximadamente 4:5. O peso médio do coração é de aproximadamente 4 Kg ( 0,4% do
peso corporal). O eixo longo (do meio da base até o ápice) está direcionado ventral e
caudalmente. A base do coração está direcionada dorsalmente e sua parte mais elevada
situa-se aproximadamente, na junção do terço dorsal e médio do diâmetro dorsoventral do
tórax. O ápice situa-se centralmente dorsal a ultima esternébra. No bovino, 5/7 do coração
(70%) encontram-se no lado esquerdo do plano mediano do tórax, devido ao grande
tamanho do pulmão direito. No adulto pesa 2,5 Kg, ou de cerca de 0,4 a 0,5 do peso do
corpo. O comprimento da base ao ápice é relativamente maior que no eqüino, sendo a
base menor. No ovino, também é cônico e alongado, o peso absoluto varia de 220 a 240g
e sua percentagem de peso é de 0,45 e 0,50%.
Este órgão é formado de 4 cavidades, sendo 2 átrios, direito (esternocostal) e
esquerdo (diafragmática), que são convexas e marcadas pelos sulcos que indicam a
divisão do coração em quatro câmaras. Internamente os átrios estão separados pelo septo
interatrial. Os dois ventrículos, direito e esquerdo, estão separados pelo septo cardíaco que
se evidencia superficialmente, na parte correspondente a divisão dos ventrículos (septo
interventricular). O septo interventricular está situado obliquamente, de modo que na
superfície, a que é convexa, está voltada cranialmente e para a direita; a outra face, a que
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está voltada para dentro do ventrículo esquerdo, é côncava e voltada caudalmente para a
esquerda. A maior parte do septo é espessa e muscular, mas uma pequena parte é fina e
membranosa.
Tronco Braquio-
cefálico
Seio Coronário
Aurícula esquerda
Ventrículo Direito
Ventrículo Esquerdo
Sulco Interventricular
Paraconal
Ápice
Tronco Braquio-
cefálico
Aorta
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Coração Ovino – Vista Esquerda
Tronco Braquiocefálico
Tronco Pulmonar
Aurícula Direita Seio Coronário
Aurícula Esquerda
Ventrículo Direito
Ventrículo Esquerdo
Sulco Interventricular
Paraconal
Ápice
Vista Esquerda
Aurícula Esquerda
Seio Coronário
Ventrículo Esquerdo
Ventrículo Direito
Vista Direita
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1. Óstio da veia cava cranial: situado na parte dorsal;
2. Veia cava caudal: situado na parte caudal;
3. Seio coronário: abre-se ventral à veia cava caudal, o orifício está provido por
uma pequena válvula semilunar;
4. Pequena veia coronária: separado, mas às vezes, junto com o coronário.
5. Óstio átrio-ventricular direito: situa-se na parte ventral e conduz ao ventrículo
direito.
Da mesma forma que as demais cavidades do coração, os óstios são revestidos por
uma membrana brilhante, o endocárdio. Suas paredes são lisas, excetos no átrio direito e
na aurícula, onde são percorridas, em várias direções, por saliências musculares dos
músculos pectíneos.
Os óstios das veias cavas são avasculares. A fossa oval é um divertículo na
parede septal. A fossa é um remanescente de uma abertura do septo, o forame oval,
através do qual os dois átrios se comunicam no feto.
Veia Cava
Veia Cava Caudal
Cranial
Veias
Pulmonares
Diafragma
Ventrículo direito: constitui a parte cranial direita da massa ventricular. Ele forma
quase toda a borda cranial do coração, mas não alcança o ápice, que é formado
inteiramente pelo ventrículo esquerdo. Sua base está conectada, amplamente, átrio direito
ao qual se comunica através do óstio atrioventricular direito; sua parte esquerda projeta-
se para cima e forma o cone arterial, do qual se origina o tronco pulmonar. O óstio
atrioventricular direito é oval, sendo guarnecido pela valva atrioventricular direita
(tricúspide).
As bordas centrais são irregulares e voltadas para o ventrículo; elas dão inserção às
cordas tendinosas (tendíneas). As superfícies auriculares são lisas, as ventriculares são
rugosas e fornecem inserção a ramos entrelaçados das cordas tendinosas. Estas cordas
estão ligadas ventralmente, aos três músculos papilares que se projetam na superfície
ventricular. Cada cúspide da valva recebe as cordas tendinosas de dois músculos
papilares.
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Átrio e ventrículo direitos (bovino)
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Óstio aórtico: está orientado dorsal e levemente cranial. É guarnecido pela valva
aórtica composta de três cúspides semilunares.
São similares às valvas pulmonares, porém são muito mais fortes e espessas. As
cordas tendinosas são menos numerosas e maiores que as do ventrículo direito. As faixas
e trabéculas são variáveis.
Músculos
Pectinados
Átrio
Ápice
Profª Ana Cláudia Campos
DZ - UFC
Estrutura do coração
O coração é constituído por tecido muscular, o miocárdio, que tem uma
característica particular: é formado de fibras estriadas e pluricelulares. As fibras musculares
estriadas são características dos músculos que se contraem sob a ação da vontade: por
exemplo, são estriados os músculos dos braços e das pernas que o animal move à
vontade. Os músculos não sujeitos à vontade (como aqueles das vísceras) são, ao
contrário, lisos. O músculo cardíaco apresenta, pois, uma exceção, porque, não estando o
coração sujeito à nossa vontade, é, todavia formado de fibras estriadas musculares que se
unem umas às outras, perdendo a sua individualidade. Temos assim a impressão de que o
coração é um músculo único e não um conjunto de fibras independentes, como acontece
com todos os outros músculos. No interior do músculo se acham quatro anéis fibrosos que
representam o esqueleto fibroso do coração, circundam os óstios nas bases dos
ventrículos. No bovino, dois ossos, os ossos do coração, desenvolvem-se no anel fibroso
aórtico, o direito está em aposição com os anéis atrioventriculares, tendo formato
irregularmente triangular (tem aproximadamente 4 cm de comprimento). O osso esquerdo é
menor e inconstante. No ovino, apenas um osso aparece, no caprino é par. Como temos já
acentuado, o músculo cardíaco é envolvido por uma túnica fibrosa, o pericárdio, que é um
verdadeiro revestimento do coração, ao qual, porém não adere intimamente. Entre este e o
músculo cardíaco fica um espaço ou cavidade pericárdico, forrado por uma membrana que
constitui o pericárdio verdadeiro; deste distinguimos um folheto visceral, que adere ao
músculo cardíaco, e um folheto parietal que reveste a parede interna do pericárdio fibroso.
A cavidade pericárdica permite ao músculo cardíaco dilatar-se e contrair-se livremente. As
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cavidades cardíacas são forradas por uma membrana delgada: o endocárdio que é
continuo com a camada interna dos vasos que entram e saem do órgão.
VASOS SANGUÍNEOS:
Os vasos sangüíneos são divididos em pulmonar e sistêmico.
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O termo sistema porta é muitas vezes aplicado para a veia porta e suas tributárias
que vêm do estômago, intestino, pâncreas e baço. A veia entra no fígado, onde ela se
ramifica como uma artéria, de modo que o sangue neste sistema subsidiário passa através
de um segundo conjunto de capilares (no fígado), antes de ser conduzido ao coração pelas
veias hepáticas e caudal.
Um corpo cavernoso é uma estrutura erétil que consiste essencialmente, em
espaços sangüíneos intercomunicantes delimitados por músculo liso e tecido fibroelástico.
Estes espaços são revestidos por endotélio e contem sangue. São responsáveis pela
ereção do pênis.
Vasa vasorum são pequenas arteríolas presentes nas paredes de grandes vasos,
sendo responsáveis pela nutrição destes vasos.
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Anatomia dos Grandes Vasos
Tronco pulmonar
Surge do cone arterial no lado esquerdo da base do ventrículo direito. Bifurca-se
caudalmente ao arco da aorta em artéria pulmonar direita e artéria pulmonar esquerda. O
tronco é bulboso em sua origem e forma três bolsas, os seios do tronco pulmonar, que
correspondem às cúspides da valva do tronco pulmonar. Depois disto ele gradativamente
diminui o calibre. Artéria pulmonar direita é mais longa e ligeiramente mais calibrosa do
que a artéria pulmonar esquerda, que por sua vez é mais curta.
Veias Pulmonares
As veias são, geralmente, arranjadas do mesmo modo que as artérias, mas são de
maior calibre. No canto cranial esquerdo da base do coração chegam as veias pulmonares
esquerda após coletarem o sangue arterial fruto da hematose no pulmão esquerdo. As
veias pulmonares penetram no átrio esquerdo e são recobertas parcialmente pela lâmina
serosa do pericárdio
Aorta
É a principal artéria sistêmica da grande circulação. Ela tem início no ventrículo
esquerdo e é quase mediana na sua origem. Sua principal parte é a aorta ascendente.
Após passar pelos pulmões atravessa o hiato aórtico e penetra na cavidade abdominal.
Ventralmente, à 5a ou 6a vértebra lombar (eqüino), ela se divide em duas artérias ilíacas
internas. Da bifurcação, um pequeno vaso, a artéria sacral mediana (média), às vezes
transcorre caudalmente na superfície pélvica do sacro. O calibre da aorta ascendente é
maior na sua origem, que é denominada bulbo da aorta.
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Aorta Descendente: Pode ser convenientemente dividida nas partes torácica e
abdominal. A aorta torácica passa caudalmente entre os dois sacos pleurais. Ela á cruzada
á direita pelo esôfago e traquéia, à esquerda pelo nervo vago esquerdo. A aorta abdominal
está relacionada dorsalmente às vértebras lombares, ao ligamento longitudinal ventral e ao
músculo psoas menor esquerdo. Em sua direita está a veia cava caudal, e em sua
esquerda, o rim esquerdo e o ureter. O trecho abdominal, que estende a partir do hiato
aórtico do diafragma até a bifurcação, aproximadamente ao nível de L4, na qual derivam as
artérias ilíacas comuns direita e esquerda. É, portanto, a principal fonte de irrigação da
região abdominal e membros posteriores.
Artéria Veia
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