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Devido processo legal “ninguém será privado de seus bens ou de sua liberdade
sem o devido processo legal” Art. 5°, LIV CF,88
Formal – procedimento
Substancial
Impossibilidade de supressão de garantias – tratados internacionais n podem
limitar os direitos internos dos países signatários
Proporcionalidade – princípio da proporcionalidade – ex: necessidade da medida
cautelar: Prisão
Previsão em lei – necessidade – adequação
Princípio do contraditório Art. 5°, LV, CF 88
As partes têm direito ao contraditório
- Direito à informação – ciência bilateral dos atos e termos do processo
- Direito de participação – Às partes; quanto ao acusado, paridade de armas Art.
261 CPP.
Contraditório para a prova ou real – Se efetiva no exato instante em que a prova
está sendo produzida, contrariando a prova no momento que ela está sendo
produzida. oitiva de testemunha em audiência de instrução e julgamento.
Contraditório diferido ou sobre a prova ou postergado – ex: interceptação
telefônica, as informações serão colhidas e posteriormente a parte terá o direito de
se contrariar a prova. Em situações excepcionais se admite o contraditório diferido,
pois se o réu soubesse da interceptação seria impossível produzir provas.
Princípio da ampla defesa – Art. 5°, LV é uma parte do contraditório. Contrariar –
defesa. Deve ser garantido ao réu a Defesa técnica ou processual ou específica e
a Autodefesa ou material ou genérica.
Garantir ao réu uma defesa técnica, de um advogado inscrito na OAB, estagiário
ou advogado suspensa n servem. Art. 261 CPP. Súmula 523 do STF causa de
nulidade absoluta, defesa efetiva. Súmula 708 STF, direito de escolher, se n
escolher juiz nomeia um outro. A ampla defesa Tbm dá tempo para a defesa Ex:
processo tem 20 volumes.
Juizados? Art. 10 da lei 10259 de 2001 sob a perspectiva penal o STF decidiu que
para as causas criminais é necessário.
Autodefesa
Citação pessoal
Disponível = ele pode ou n se auto defender
Direito de audiência = pode apresentar sua defesa pessoalmente, no
interrogatório, pode não comparecer na audiência, pode ficar em silêncio.
Direito de Presença, Arts. 367 e 217 (retirar o réu da sala) CPP
Capacidade postulatória autônoma. = Possibilidade por exemplo de o réu interpor
apelação.
Positivo = Réu produz provas que ajudam em sua absolvição
Negativo = N produz provas ou n vai a audiência e se vai fica em silêncio
Princípio da publicidade Art. 93, IX; 5°, LX CF, 88 Art. 792 e 792 § 1° CPP.
Regra: Publicidade ampla ou plena ou popular ou geral ou absoluta.
Exceção: publicidade restrita ou interna
-Atos realizados somente perante os interessados e procuradores
-Segredo de justiça (Crimes contra a dignidade sexual)
-Sigilo, que é temporário (súmula vinculante 14) (ex: interceptação telefônica)
Inquérito policial
Fundamentos do arquivamento
● Ausência de pressuposto processual ou de condição para o exercício da
ação penal
● Falta de justa causa para o exercício da ação penal (n tem indícios de
autoria)
● O fato evidentemente não constituir crime
● Existência manifesta de causa excludente da ilicitude
● Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo a
inimputabilidade
● Causa extintiva da punibilidade
● Cumprimento do acordo de não-persecução penal (ANPP)
O delegado n pode arquivar o inquérito
ADI 6305 suspendeu a eficácia do art. 28. O mp na redação antiga (que ainda está
sendo aplicada, devida a eficácia suspensa da nova redação) requeria o
arquivamento, o juiz analisava e o juiz podia concordar e arquivar ou pode remeter
os autos ao PGJ e o PGJ pode designar um membro do MP pra oferecer denúncia
ou ele próprio poderia oferecer, ou arquivar e o juiz deveria arquivar.
Agora o MP comunica a vítima, ao investigado, e à autoridade policial e encaminha
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei. § 1° (se a vítima n concordar). § 2°.
Instância de revisão
- MPF – Câmara de coordenação e revisão do MPF
- MPDFT – Câmara de coordenação e revisão do MPDFT
- MPE – PGJ
§ 1° do art. 28
Direito de petição (motivos pelos quais a vítima acha que não é caso de
arquivamento do inquérito)
E o investigado? A lei n fala sobre isso. A doutrina defende essa possibilidade.
Autoridade policial? Juiz?
Ciência o juiz das garantias? Quando?
§ 2° precisa ser provocada a revisão? N
Arquivamento implícito? Construção doutrinária não aceita pela jurisprudência dos
tribunais superiores (Há um fato criminoso com 2 suspeitos, o MP denuncia 1 e se
omite com relação ao outro, estaria implicitamente arquivando o inquérito com
relação a este. Isto é o Arquivamento implícito subjetivo).
(No arquivamento implícito objetivo há uma investigação de crime de furto e de
roubo, o MP só denuncia um dos fatos, está arquivando o inquérito com relação ao
outro fato.)
Arquivamento indireto
MP n oferece denuncia – incompetência da autoridade jurisdicional – recebe como
pedido de arquivamento. O juiz concorda e remete os autos para o juízo
competente. Se discordar ele estará de mãos atadas, e os autos são enviados à
instância revisora do MP.
Decisão do inquérito policial faz coisa julgada?
Limites da coisa julgada
Novo procedimento
Procedimento anterior – decisão para arquivar o inquérito
Coisa julgada formal (n faz preclusão nem coisa julgada)
Coisa julgada material (imutabilidade em qlqr situação)
Ausência de pressupostos processuais ou de condições para a ação penal (coisa
julgada formal apenas, e poderá propor durante o prazo decadencial)
Ausência de justa causa para o exercício da ação penal
Art. 18 “outras provas tiver notícia” e súmula 524 “novas provas” do STF, Prova
formalmente (já existia e volta com uma nova roupagem (ex: testemunha q diz q n
viu nada, mas dps traz a versão verdadeira) nova e
substancialmente(materialmente) nova (desconhecida à época do arquivamento do
inquérito). Coisa julgada formal
Atipicidade da conduta – coisa julgada material
Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade – coisa julgada material
Existência de causa extintiva da punibilidade – coisa julgada material
- A decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade
do réu pode ser revogada, dado que n gera coisa julgada em sentido estrito. II –
Nos colegiados os votos que acompanham o posicionamento do relator sem tecer
novas considerações, entendem-se terem adotado a mesma fundamentação. III –
Acórdão devidamente fundamentado. IV – H.C. indeferido (H.C. 84525)
Existência de manifesta causa de exclusão da ilicitude – divergência nos tribunais
superiores.
Doutrina = coisa julgada material
STJ = Produz coisa julgada material.
STF = Para alguns o STF está tratando de questões pontuais. O inquérito n faz
preclusão nem coisa julgada. Se houver prova que fundamente reabertura do
inquérito, pode sem problema algum ser reaberto. Faz coisa julgada formal.
Nova redação e coisa julgada? Necessidade de segurança jurídica, nas hipóteses
em que havia coisa julgada material, vai ainda haver imutabilidade sob pena de
insegurança jurídica.
Voltando à redação anterior
Competência originária
Submissão ao Poder Judiciário? PGJ e PGR concordância do PJ?
Instância de revisão ministerial Lei 8625/93 Art. 12, XI.
Recurso contra a determinação de arquivamento do inquérito?
Art. 7° da lei 1521/51 – reexame necessário, quando for discricionário do MP (na
nova redação), essa hipótese restara tacitamente revogada.
Art. 12, XI lei 8625/93
Trancamento do inquérito policial
Exceção de deixar o PJ cuidar do arquivamento do inquérito policial.
Encerramento anômalo do inquérito
Determinada pelo Poder Judiciário – via HC
Excepcional
Manifesta atipicidade da conduta
Causa extintiva da punibilidade
Crime de ação penal de iniciativa privada ou ação penal pública condicionada a
representação – instauração sem requerimento.
Ação Penal
Interesse de Agir
Necessidade – utilidade – adequação
Interesse necessidade
Princípio da necessidade do processo penal
Art. 76 da lei 9099 – transação penal
Art. 28-A do CPP, incluído pela lei 13964/2019 pacote anticrime – ANPP
O ajuste é feito perante o Estado, afasta a necessidade de denúncia
Interesse utilidade – a ação n será mais útil qnd houver a extinção da punibilidade
Prescrição pela pena hipotética, ou virtual ou ideal ou em perspectiva. Alterações
da lei 12234/2010.
Art. 110, § 1°. Prescrição n pode ter como termo inicial data anterior à denúncia ou
a queixa.
Súmula 438 STJ – n admite a prescrição com base em pena hipotética
anteriormente à denúncia.
Interesse Adequação
Ação penal condenatória, Ação adequada a pedir condenação.
Habeas Corpus
Súmulas 693 e 694 do STF. HC n é a ação adequada.
Justa causa
Lei 11719/2008 – o juiz conferirá se não é uma aventura jurídica do MP, se for ele
rejeitará a denúncia.
Justa causa duplicada – Materialidade e indícios de autoria. Há crimes que exigem
outro crime anterior, fundamental à sua existência que também precisará da
materialidade e indícios de autoria.
Art. 2°, § 1° da lei 9613/98 (lei de lavagem de capitais)
Justa causa triplicada – crime de lavagem de capitais, é preciso demonstrar a justa
causa deste e do crime antecedente, mas há a possibilidade de o crime
antecedente também ser uma infração penal pretérita.
Ex: alguém lava capital de uma receptação, que é produto de um crime de roubo
(por exemplo). Há a necessidade de justa causa nos três.
Renúncia
É um ato unilateral e voluntário
Desdobramento do princípio da oportunidade ou conveniência
Antes do início da ação penal
Só se aplica às ações exclusivamente privada e privada personalíssima
Em razão do princípio da indivisibilidade a renúncia concedida a um dos coautores
estende-se aos demais
A renúncia não admite retratação.
Pode ser expressa (art. 50) ou tácita (art. 104)
O recebimento de indenização, em regra não significa renúncia tácita, exceto pelo
Art. 74 da lei 9099
Perdão do ofendido, ocorre no curso da ação penal, ato voluntário, e é bilateral.
Judicial ou extrajudicial, expresso ou tácito (art. 106 CPP).
Só se aplica às ações exclusivamente privada e privada personalíssima
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveita a todos, sem que
produza efeitos em relação ao que recusar.
II – Se concedido por um dos ofendidos, n prejudica o direito dos outros.
Art. 55 CPP aceitação do perdão por procurador com poderes especiais
Art. 58 CPP o silêncio do querelado significa aceitação.
Até qual momento se pode perdoar o querelado? Até o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
Perempção – se dá no curso da ação penal – inércia do querelante na prática de
ato processual – perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal
exclusivamente privada ou personalíssima, em virtude da desídia do querelante.
CUIDADO PARA N CONFUNDIR COM DECADÊNCIA – inércia antes do início da
ação
Art. 60, I – Quando iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
Precisa intimar o querelante pessoalmente? Precisa intimar pessoalmente sim.
Prazo contínuo
Art. 60, II – falecido o querelante, n aparecer nenhum dos sucessores em 60 dias,
e aqui n precisa intimar pessoalmente.
Art. 60, III – querelante deixa de comparecer sem motivo justificado a qlqr ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de
condenação nas alegações finais
A qlqr ato do processo que deva estar presente – juiz intimou e querelante n foi
sem motivo justificado. Se for de conciliação, significa que ele não quer conciliar.
Deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais (n pode absolver,
deve julgar extinta a punibilidade pela perempção)
1°) Esse pedido de condenação precisa ser expresso? (O pedido n precisa ser
expresso, se da leitura da condenação for possível perceber que o querelante
pede pela condenação, isto basta)
2°) Se houver pedido de absolvição? O juiz extingue a punibilidade em decorrência
da perempção
Art. 60, IV – quando sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
N tem quem continue a ação penal
Havendo vários querelantes a perempção quanto a um deles n atingirá os demais
N se aplica à ação penal privada subsidiária da pública.
Os sucessores processuais são: Cônjuge companheiro, ascendente, descendente
e irmão.
Atuação do MP na Ação penal privada – fiscal da lei – se ele n estiver implica em
nulidade relativa
Deve zelar pela indivisibilidade da ação penal privada, se for mero esquecimento
ele pedirá ao juiz que intime o querelante para aditar a queixa, mas se não for, ele
pedirá pela renúncia da queixa e pela extinção da punibilidade em relação a todos.
Ação penal Casos especiais
Ações penais referentes a determinados crimes, e inovações legislativas em pauta
na jurisprudência
Ação penal nos crimes contra a honra de funcionário público no exercício de suas
funções. Art. 145, parágrafo único do Código penal, e Art. 141, II código penal,
Súmula 714 STF (legitimação concorrente, podendo ser iniciada por queixa-crime
ou por denuncia dependente de representação)
Preclusão concorrente ou alternativa? Oferecendo a queixa crime o ofendido n
pode representar ao MP, pois uma preclui na ocorrência da outra. A doutrina
defende que é alternativa, mas o STF (súmula 714) está defendendo que é
concorrente.
Ação penal privada subsidiária da pública se o MP n ajuizar, em caso de
representação? Não
Crimes contra a dignidade sexual
Antes da Lei 12015/ 2009 regra: ação penal privada
Exceção:
A vítima ou seus pais n podiam prover às despesas do processo sem privar-se de
recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família – ação penal pública
condicionada à representação.
Crime cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou
curador – ação penal era pública incondicionada
A partir da lei 12015/2009
Regra: ação penal pública condicionada à representação
Crime contra vulnerável – ação penal pública incondicionada.
Lei 13.718, de 24 de setembro de 2018 – regra geral – ação penal pública
incondicionada.
Direito intertemporal – devemos saber se a regra é mais benéfica ou menos
benéfica para o réu para saber se há ultratividade.
Ação penal privada – mais benéfica (extinção da punibilidade pela decadência,
renúncia, perdão, perempção)
Ação penal pública condicionada – diminui um pouco as possibilidades (princípio
da obrigatoriedade, disponibilidade, e se houver representação MP é obrigado a
agir, mas resta ainda a decadência do direito de representação)
Ação penal pública incondicionada – aqui resta apenas a absolvição, se ocorrer, é
a menos benéfica.
Ação penal no crime de injúria qualificada ou injúria racial
Código penal Art. 140, § 3°
Era de ação penal privada
Com a lei 12.033/2009 passou a ser de ação penal pública condicionada a
representação
Art. 145, parágrafo único do código penal – Procede-se (...) mediante
representação do ofendido, no caso (...) do § 3° do Art. 140 deste código.
Atenção! Delitos de racismo, previstos na Lei 7716/89 – ação penal pública
incondicionada!
Ação penal no crime de injúria real prática de injúria por meio de violência ou vias
de fato, que pela natureza ou meio empregado, sejam tidos por aviltantes.
Se resultar em lesão corporal
Leve – pública condicionada à representação
Grave ou gravíssima – pública incondicionada.
Ação penal nos crimes de lesões corporais leves e culposas na lei maria da penha
Art. 88 Lei 9099/95 – se procede mediante ação penal pública condicionada a
representação
Art. 41 da lei 11340/2006 – veda a aplicação da lei 9099/95 aos crimes cometidos
no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Inicial divergência
STF ADI 4424 e ADC 19 – constitucional o Art. 41 da lei maria da penha
STJ – enunciado 542 “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante
de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”.
Atenção! Estelionato antes a regra era ação penal pública incondicionada
Lei 13946 de 24 dezembro de 2019:
Art. 171, § 5° – Ação penal pública condicionada à representação.
Exceções – se a vítima for:
● Administração Pública, direta ou indireta;
● Criança ou adolescente
● Pessoa com deficiência mental;
● Maior de 70 anos de idade ou incapaz
A ação penal é pública incondicionada.
A inovação legislativa trouxe uma inovação benéfica, a lei nova vai retroagir, para
casos anteriores:
Observa-se que o novo comando normativo apresenta caráter hibrido, pois além
de incluir a representação do ofendido como condição de procedibilidade para a
persecução penal, apresenta potencial extintivo da punibilidade, sendo tal
alteração passível de aplicação retroativa por ser mais benéfica ao réu. Contudo,
além do silêncio do legislador sobre a aplicação do novo entendimento aos
processos em curso, tem-se que seus efeitos não podem atingir o ato jurídico
perfeito e acabado (oferecimento da denúncia), de modo que a retroatividade da
representação no crime de estelionato deve-se restringir à fase policial, não
alcançando o processo. Do contrário, estar-se-ia conferindo efeito distinto ao
estabelecido na nova regra, transformando-se a representação em condição de
prosseguibilidade e não de procedibilidade. (HC 573.093/SC, Rel. Min.
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Quinta Turma, J. 9/6/2020, DJe de
18/6/2020)
Há uma divergência no STJ.
A retroação do § 5° do Art. 171 do código penal alcança todos os processos em
curso, ainda sem trânsito em julgado, sendo que essa não gera a extinção da
punibilidade automática dos processos em curso, nos quais a vítima não tenha se
manifestado favoravelmente à persecução penal. Aplicação do Art. 91 da Lei
9099/95 por analogia. O ato jurídico perfeito e a retroatividade da lei penal mais
benéfica são direitos fundamentais de primeira geração, previstos nos incisos
XXXVI e XL do Art. 5° da constituição federal. Por se tratarem de direitos de
origem libera, concebidos no contexto das revoluções liberais, voltam-se ao Estado
como limitadores de poder, impondo deveres de omissão, com o fim de garantir
esferas de autonomia e liberdade individual. Considerar o recebimento da
denúncia como ato jurídico perfeito inverteria a natureza dos direitos fundamentais,
visto que equivaleria a permitir que o Estado invocasse uma garantia fundamental
frente a um cidadão. (HC 583.837/SC Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Sexta
Turma. J. 4/8/2020. DJe de 12/8/2020)
STF
Em face da natureza mista (penal/processual) da norma prevista no § 5° do Art.
171 do código penal, sua aplicação retroativa será obrigatória em todas as
hipóteses onde ainda não tiver sido oferecida a denúncia pelo MP,
independentemente do momento da prática da infração penal, nos termos do Art.
2° do CPP, por tratar-se de verdadeira “condição de procedibilidade da ação
penal”. 3. Inaplicável a retroatividade do § 5° do Art. 171 do Código penal, às
hipóteses onde o MP tiver oferecido a denúncia antes da entrada em vigor da lei
13964/2019; uma vez que, naquele momento a norma processual em vigor definia
a ação para o delito de estelionato como pública incondicionada, não exigindo
qualquer condição de procedibilidade para a instauração da persecução penal em
juízo. (STF-1ª Turma, Rel. Min. Alexandre de Morais. Publ. 3/11/2020). Mesmo
sentido da quinta turma do STJ.
Mas a sexta turma do STJ tbm ta indo no sentido do STF.
Denúncia e Queixa
Peça inicial – ação pública(denuncia) – ação privada(queixa)
Legitimidade – MP na denúncia e querelante na queixa
“litisconsórcio” ativo (Sim, em razão de continência...)
Escrita, via de regra – lei 9099 permite oralmente
Art. 41 e 44 do CPP
Exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias.
Deve constar:
● Fato propriamente dito (não a mera descrição do tipo) – o que? Onde?
Quando? Como foi?
● Circunstâncias de tempo, lugar e modus operandi.
● Qualificadoras, causas de aumento e diminuição de pena, etc.
● Agravantes? (podem ser reconhecidas de ofício – Art. 385 CPP)
● Réu se defende dos fatos
● INÉPCIA DA DENÚNCIA
Qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo
● Qualificação do acusado
● Dados que permitam saber a identificação física
● Divergência: é possível denunciar sem identificação?
● Alterações da lei 11719/2008 – suprimiu citação por edital no caso de
pessoa incerta.
Classificação do crime
● Tipicidade do fato – vinculação? Não, não vincula nem o promotor, nem o
juiz.
● Alteração da classificação pelo juiz – quando do recebimento da inicial? De
início n há razão para isso, mas lá na frente que ele vai olhar. Só vai alterar
no começo, de acordo com STF e STJ nas hipóteses abaixo.
1) Em benefício do réu
2) Para fixação da competência
3) Para determinação do procedimento
● STJ acrescenta matérias de ordem pública. Ex: prescrição.
● Rejeição Parcial da denúncia para decotar qualificadora por falta
de justa causa.
Rol de testemunhas
1) Não é requisito essencial, pois em alguns casos n há testemunhas.
2) Momento adequado – antes da relação processual
3) Preclusão temporal?
Outros requisitos
Pedido de condenação
Precisa indicar a pena? Não, basta o pedido de condenação
Precisa ser expresso? A peça inicial precisa trazer a ideia de que estou pedindo a
condenação
Pode pedir absolvição imprópria (inimputável, ação penal de prevenção geral)?
Endereçamento
Inépcia?
STF: DENUNCIA. EMBORA TENHA OCORRIDO EQUIVOCO NA INDICAÇÃO DO
JUÍZO A QUO E DIRIGIDA, NÃO É INÉPTA, POIS DESCREVE OS FATOS
SUFICIENTEMENTE, DE MODO A PERMITIR O REGULAR EXERCÍCIO DA
DEFESA. IRREGULARIDADE QUE PODE SER SUPRIDA A TODO TEMPO,
ANTES DA SENTENÇA. RHC IMPROVIDO. (RHC 60216, Relator(a): Min.
CORDEIRO GUERRA, Segunda Turma, julgado em 31/08/1982, DJ 24-09-1982
PP-09444 EMENT VOL – 10268-01 PP-00219)
Redação em vernáculo
Os atos processuais devem ser feitos em língua portuguesa
Nome e assinatura
Inexistência – falta de nome e assinatura gera inexistência
Irregularidade, se puder identificar que foi feita por um promotor de justiça (quota
assinada)
RHC 939.971/RS
Queixa: sempre inexistente se não assinada (NUCCI)
Razões de convicção ou presunção da delinquência
Elementos de convicção
Justa causa – materialidade e indícios de autoria
“petição inicial” e “seus documentos”
O que é criptoimputação? É a imputação criptografada, o réu n sabe do que está
sendo acusado, se ocorrer, cabe inépcia da denúncia.
Requisitos específicos para a queixa crime
Art. 44
Procuração com poderes especiais
Substabelecimento
Nome do querelado (lei fala querelante!)
Menção do fato criminoso
Demonstrar que não se operou decadência.
Não é necessária procuração se o querelante advogar em causa própria
Defeitos da procuração são supridos?
Prazo para sanar defeito da procuração. 2 correntes:
Desde de que seja feito dentro do Prazo decadencial
A qualquer momento – prevalece
Art. 569 do CPP
Rejeição da denúncia ou queixa que não preencha os requisitos formais (também
se faltar condição da ação, pressuposto processual ou justa causa).
Decisão, via de regra, atacável por Recurso em sentido estrito
Repropositura
Prejuízo à ampla defesa
Se for sanável a deficiência – suprir antes da sentença – aditamento
No caso de ação penal privada – somente dentro do prazo decadencial.
Custas processuais
Art. 806 e 806, § 1° e Art. 804
Prazo
Art. 46 réu preso 5 dias, réu solto ou afiançado 15 dias
Art. 46, § 1°.
Aplica-se a queixa crime? Sim, no caso de réu preso.
Prazos específicos da legislação especial
LEI RÉU PRESO RÉU SOLTO
Lei de drogas 10 dias 10 dias
CPPM 5 dias 15 dias (pode dobrar ou
triplicar)
Crimes economia 2 dias 2 dias
popular
Código eleitoral 10 dias 10 dias
Aditamento da denúncia
2) Quanto à voluntariedade
● Espontâneo
● Provocado – princípio da obrigatoriedade.
● CPP Art. 384, § 1°
● CPP Art. 417
● Interrupção da prescrição CP: Art. 117, I. E quanto ao aditamento?
Interrompe? Aditamento impróprio – não; Aditamento próprio: Real –
inclusão de fato novo – Sim. Pessoal – não gera interrupção da
prescrição. Art. 117, § 1°.
Aditamento da Queixa
1) Aditamento impróprio – a qualquer tempo, seja pelo MP, seja pelo
querelante.
2) Aditamento próprio
● Pelo MP: Art. 45 CPP. Na ação penal privada subsidiária da pública
– amplos poderes para aditar. Na ação penal exclusivamente privada
e privada personalíssima – não pode incluir fatos ou autores, apenas
circunstâncias de tempo, lugar...
● Pelo querelante – divergência. A omissão pode implicar em renúncia,
parte da doutrina diz que não pode aditar, outra parte diz que pode,
pois a omissão pode n ter sido de propósito.
Art. 186 e 927 do Código Civil. Ato ilícito que causa dano, gera o dever de
indenizar.
Sistemas quanto à relação entre a ação civil ex delicto e o processo penal
1) Sistema da confusão – mesma ação para imposição de pena e
ressarcimento dos prejuízos.
2) Sistema da solidariedade – cumulação obrigatória de ações perante o juízo
penal, no mesmo processo – uma de natureza cível e outra de natureza
penal.
3) Sistema da livre escolha – pode promover a ação no cível, ou optar pela
cumulação das pretensões no processo penal.
4) Sistema da separação ou da independência – as duas ações podem ser
propostas de maneira independente.
Art. 91, I Código penal
Art. 63 e 64(independência entre as instâncias cível e criminal) CPP
Formas de buscar o ressarcimento do dano causado pelo crime:
● Ação de conhecimento – não aguarda a sentença penal condenatória.
Art.64 CPP
● Ação de execução ex delicto – execução da sentença penal condenatória.
Art. 63 CPP.
Sentença penal condenatória como título executivo
CPP Art. 387, IV
Ao executar no cível n se discute:
● Se deve
● Quem deve
● Art. 935 CC
● O que pode ser discutido no cível? Valor mínimo
● Dano moral fixado na sentença criminal? Sim, e decorre in re ipsa (resp.
objetiva).
Legitimidade ativa
● Ofendido
● Representante legal
● Herdeiros
● Art. 68 CPP
Legitimidade Passiva
● Autor do crime
● E o responsável civil?
Juiz pode fixar:
● Valor exato – executa
● Valor mínimo – primeiro liquida dps executa
● Se negar ou fixar valor menor – cabe apelação
● Revisão criminal efeitos – sentença penal condenatória que fixou valor de
indenização, essa parte também perde a validade, a vítima não tem direito
a ressarcimento do dano. Vai ser ressarcido pelo Estado se já tiver sido
pago o valor à vítima, pq foi erro do Estado.
Citação
Convocar juízes para compor uma câmara viola ou não o juiz natural? Depende
Convocação de juiz de primeiro grau - para compor turmas e câmaras
● - convocação de juiz de primeiro grau para substituir desembargador
● - é possível?
● Loman LC 35, Art. 118
Tribunal pleno do STF - defende que sim
O desembargador não pode escolher o juiz, o tribunal terá critérios objetivos para
escolher.
A composição de turma ou câmara é composta em sua maioria por juízes
convocados? não viola tbm o juiz natural. Porém n pode ser por indicação de
desembargador.
“É pacífico o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça e do Supremo
Tribunal Federal no sentido de ser perfeitamente possível a convocação de juízes
de primeiro grau para substituírem desembargadores nos Tribunais, quando em
conformidade com a legislação de regência, não há qualquer ofensa à Constituição
Federal. 2. O caso em apreço não se amolda à hipótese acima, tendo em vista
tratar-se de ação penal originária, porquanto, em última análise, refere-se à
prerrogativas dos membros do Ministério público que, por expressa previsão
constitucional (art. 96, inciso III), possuem foro por prerrogativa de função. 3.
Prevendo o Regimento Interno do tribunal de Justiça Estadual, vigente à época do
julgamento do paciente, de que era necessária a presença de pelo menos dois
terços de seus membros na sessão de julgamento, viola o princípio do juiz natural
quando o referido quórum é completado com juízes de primeiro grau convocados.
(STJ. HC 88.739-BA. 6ª turma. Rel. Min. Haroldo Rodrigues (convocado).
15/06/2010)”
Neste caso houve uma regra específica no julgamento do promotor.. Se a norma
específica prevê que são necessários dois terços da turma ou câmara na sessão,
então não se encaixa na regra a presença do juiz substituindo desembargador.
Turmas ou câmaras suplementares - em razão do excesso de processos, começou
uma situação específica.
eu tenho a primeira turma criminal. ai eu pego um desembargador e formo a turma
1.1, pego outro e faço a turma 1.2 e pego o outro e formo a 1.3, nos três casos eu
convoco dois juízes.
1. Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão
colegiado presidido por Desembargador, sendo os demais integrantes
Juízes convocados. Precedente do plenário do STF.
2. 2. Habeas Corpus extinto sem resolução de mérito. (HC 101473, Relator(a):
MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Primeira
Turma, julgado em 16/02/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-117
DIVULG 07-06-2016 PUBLIC 08-06-2016).
De um lado tem o princípio do juiz natural, que serve para proteger o indivíduo e do
outro a duração razoável do processo, desde que a escolha seja feita sem ferir a
imparcialidade, não fere o juiz natural.
Abrangência do princípio do juiz natural:
● - Apenas a competência constitucional (só essa (Ada Pelegrini Grinover)
● -Também a competência fixada na legislação infraconstitucional(essa é a
minoritária (Aury Lopes Junior)
Competência Criminal
● Noções introdutórias
● A competência é a medida da jurisdição (a jurisdição é una, função
precípua do poder judiciário, não pode ser exercida por um só, é necessário
conferir poderes, criar medidas e limitar poderes que vêm da jurisdição, é
uma questão de organização judiciária.
Art. 69 e incisos, do CPP.
traz os critérios para determinar a competência, mas não determina a ordem a ser
seguida.
Espécies de competência
● em razão da matéria (ratione materiae) - natureza da infração - Art. 69, III.
● em razão da função (ratione funcionae (ou em razão da pessoa (ratione
personae) - Art. 69, VII.
● em razão do lugar (ratione loci) - Art. 69 I e II.
● competência funcional (por fase do processo (ex: tribunal do juri, 1ª fase
juiz, 2ª fase jurados, juiz.), por objeto do juízo - colegiados heterogêneos
(ex: segunda fase do tribunal do juri), nestes dois casos é horizontal a
competência, e por grau de jurisdição, aqui é vertical a competência).
Classificação quanto à natureza do interesse - se é público ou apenas das partes
Competência absoluta e relativa.
Incompetência Absoluta - preponderância do interesse público. Indisponível às
partes. Constitucional - em razão da matéria, por prerrogativa de função, funcional.
Ex: STJ e STF.
Improrrogável*
Como Alegar? exceção de incompetência, verbalmente ou por escrito, no prazo da
defesa.
Reconhecimento de ofício? Sim
(objeção?) diante da possibilidade de ser reconhecida de ofício a doutrina defende
que há na verdade uma objeção.
Consequências do vício: Extinção do feito? não, remeter os autos ao juízo
competente. Aste juízo é vinculado? não, ai manda pro tribunal. Atos praticados
pelo juízo incompetente?
Incompetência Relativa - Preponderância do interesse das partes. Legislação
infraconstitucional. - Territorial, por prevenção, por distribuição, por conexão ou
continência.
Se sujeita à Preclusão*
Como alegar? exceção de incompetência, verbalmente ou por escrito, no prazo da
defesa
Reconhecimento de ofício? Súmula 33 STJ, não tem aplicação no CPP. Art. 109
CPP, juiz pode declarar incompetência de ofício.
Consequências do vício:
Até quando pode ser arguida?
Relativa - na resposta à acusação, sob pena de preclusão. Se sujeita a preclusão
Absoluta - até o trânsito em julgado da eventual sentença. Improrrogável
1° grau - recursos
Após o trânsito em julgado? É possível arguir dependendo do título que transitou
em julgado, se houver sentença penal condenatória ou absolutória imprópria pela
via da revisão criminal, para desconstituir a sentença e o HC se houver risco à
sociedade, mas se for absolutória própria, não pode porque não existe revisão pro
societate.
Como Alegar?
Art. 95, II CPP - exceção de incompetência - absoluta ou relativa?
-Verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa. Absoluta em qlqr instante,
-processada em autos apartados e não suspende o andamento do feito
-precede demais questões. Apenas não precede uma questão -
parcialidade/imparcialidade, superado isto decidirá sobre a competência.
Ainda é possível no bojo da contestação ou numa peça que n seja numa peça de
exceção de incompetência.
Súmula 33 do STJ “A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício”
● Tem aplicação no processo penal? Não.
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne
incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
● Até quando o juiz pode reconhecer de ofício?
● Absoluta - até proferir sentença
● Relativa - até a sentença. Princípio da identidade física do juiz?
Art. 399, § 2° O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. Por causa
deste artigo, alguns defendem que o juiz só pode falar da incompetência relativa
até antes de iniciada a instrução. Doutrina moderna.
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o
processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
1º ponto: decisão proferida por juiz incompetente - inexistente? Nula? É nula.
2º ponto: o Art. 567 se refere a que incompetência?
Doutrina majoritária
Incompetência absoluta - nulos os atos decisórios e instrutórios - juízo competente
deve praticá-los novamente
Incompetência relativa - nulos os atos decisórios, mantidos os atos instrutórios
(princípio da conservação dos atos processuais).
E a jurisprudência?
Incompetência absoluta - nulos os atos decisórios e possibilidade de ratificação
dos atos instrutórios.
Há julgados do STF e do STJ no sentido da possibilidade de ratificação até mesmo
dos atos decisórios!!!
● “Tanto a denúncia quanto o seu recebimento emanados de autoridades
incompetentes rationae materiar são ratificáveis no juízo competente”.
Precedentes. (HC 83006, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno,
Julgado em 18/06/2003, DJ 29-08-2003 PP-00030 EMENT VOL-02121-17
PP-003374).
Incompetência relativa - possibilidade de ratificação dos atos instrutórios e
decisórios.
● A 1ª turma, por maioria, deferiu, em parte, ordem de “habeas corpus” para
declarar insubsistentes os atos decisórios proferidos pela justiça militar, e
determinar a remessa do processo-crime à justiça federal. (...) Reputou que,
ao reconhecer a incompetência da justiça militar, caberia ao STF somente
anular a decisão condenatória. Asseverou que se deveria deixar ao juízo
que o Supremo estaria a considerar competente a decisão de anular, ou
não, os demais atos do processo, pois, do contrário, haveria um salto
jurisdicional. Nesse sentido, destacou caber ao juiz federal decidir acerca
da subsistência, ou não, dos atos já praticados. O ministro Luiz Fux
acrescentou que, atualmente, a divisão de competência em absoluta ou
relativa deveria ter como única consequência remeter os autos ao juízo
competente, pois a jurisdição seria una. Registrou tratar-se de tendência
decorrente da “translatio iudicii”. Explicou que o juízo competente, ao
receber o processo, absorveria a causa e a julgaria e, se entendesse
necessário, poderia renovar os atos processuais. Vencidos, em parte, os
Ministros Rosa Weber (relatora) e Dias Toffoli, que deferiam o “writ” para
decretar a nulidade do processo desde a denúncia, e o Ministro Marco
Aurélio, que indeferia a ordem por entender pela competência da justiça
militar. HC 121189/PR, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, 19.8.2014. (HC-121189)
Problema - doutrina moderna.
Princípio da Identidade física do juiz.
Art. 399, § 2° O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
● compatibilidade com a ratificação dos atos instrutórios?
Art. 567 CPP
O recebimento da denúncia ou da queixa por juízo incompetente não interrompe a
prescrição.
● Ratificação do recebimento pelo juízo competente.
Reconhecimento da incompetência no juízo ad quem
Alegada na apelação:
● pode ser conhecida
* se relativa - foi arguida oportunamente?
* Se absoluta
● de ofício
*Se relativa - preclusão
*Se Absoluta - recurso do réu - o tribunal é livre para apreciar se beneficiem
o réu.
*Recurso da acusação
*Súmula 160 do STF: é nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu,
nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de
recurso de ofício.
*divergência
Caminho p/ determinação da competência
● Competência em razão da matéria
○ – Competência de justiça, qual a justiça competente?
○ Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● Competência originária – foro por prerrogativa de função
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária?
● Competência de juízo? Qual Vara?
● Competência Recursal
Outro caminho
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Tribunais
superiores. STF ou STJ. O primeiro a ser tratado será esse.
● Competência em razão da matéria
o – Competência de justiça, qual a justiça competente?
o Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Demais
Tribunais. Aí me preocupo primeiro com a matéria
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária?
● Competência de juízo? Qual Vara?
● Competência Recursal
Competência por prerrogativa de função (igual eu disse acima)
● Crime Comum X crime de responsabilidade (jurisdição política)
Infrações penais comuns.
● O foro por prerrogativa de função tem a prerrogativa de proteger a função,
não a pessoa
● Pode importar a matéria – não na competência do STJ e STF.
● Presunção de maior isenção – Dupla garantia – sem privilégios para o
ocupante do cargo e que a pessoa não seria punida por outros motivos.
● Não importa o lugar da infração.
Regras importantes
● Crime cometido durante o exercício funcional
● Regra da contemporaneidade: Sumula 394 do STF: ‘cometido o crime
durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por
prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam
iniciados após a cessação daquele exercício’ – Contemporaneidade
● Cancelada em agosto de 1999: necessidade de estar no cargo quando do
julgamento.
● Regra da atualidade.
● Art. 84, §§ 1º e 2°
● Declarada a inconstitucionalidade, com eficácia a partir de 15/09/2002.
Hoje
● Ação penal 937 QO/RJ – 10/12/2018 – foro por prerrogativa de função –
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas. Regra da contemporaneidade e da pertinência temática.
● Contemporaneidade:
● Fatos imputados praticados, em tese, antes do imputado ocupar cargo de
parlamentar federal devem ser julgados na instância judicial ordinária. 4.
Embargos de Declaração não conhecidos. 5. Remessa imediata dos autos
ao juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de São Luís/MA, STF. 1ª
Turma. Inq 3621 ED-segundos, Rel. Rosa Weber, julgado em 14/05/2019.
● Pertinência temática: O crime de corrupção passiva praticado por Senador
da república, se não estiver relacionado com as suas funções, deve ser
julgado em 1ª instância (e não pelo STF). Não há foro por prerrogativa de
função neste caso. STF 1ª Turma. Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 8/10/2019.
● Aplica-se a qualquer agente que tenha foro por prerrogativa de função
● O foro por prerrogativa de função no caso de governadores e conselheiros
de tribunais de contas dos Estados deve ficar restrito aos fatos ocorridos
durante o exercício do cargo e em razão deste. Assim, o STJ é competente
para julgar os crimes praticados pelos Governadores e pelos conselheiros
de Tribunais de contas somente se estes delitos tiverem sido praticados
durante o exercício do cargo e em razão deste. STJ. Corte Especial. APn
857/DF, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, Julgado em
20/06/2018.
● Cuidado!
● Crimes comuns e de responsabilidade cometidos por desembargadores –
mesmo que não tenham sido praticados em razão do cargo – julgamento
pelo STJ, para preservar a imparcialidade. STJ. Corte Especial. QO na APn
878-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/11/2018.
● Termino do mandato faz cessar o foro
● Candidato n reeleito – cessa o foro
● Reeleito, de forma sucessiva e ininterrupta para o mesmo cargo – continua
com o foro.
● Reeleito, mas n sucessivo – sem foro
● Reeleito, de forma sucessiva e ininterrupta, para outro cargo (???). Neste
caso, vai para o juízo de primeiro grau. Mas a depender do instante.
● ‘Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de
intimação para a apresentação de alegações finais, a competência para
processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o
agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava,
qualquer que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min.
Roberto Barroso, Julgado em 03/05/2018.’
● Súmula 451 do STF.
Crime doloso contra a vida
● Princípio da especialidade
● Competência do júri
● Súmula 721 do STF
● Súmula vinculante 45: “a competência constitucional do tribunal do júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual.”
● Desde que fato possua relação ao exercício da função, a competência
do foro por prerrogativa de função prevalece.
● Inq. 4789/RJ, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, 1º/08/2019 – se n tiver
relação com a função, vai pro júri popular.
Princípio da simetria
As constituições estaduais podem prever foro por prerrogativa de função?
● Simetria ou paralelismo
● CE – Foro por prerrogativa
Equivalente no âmbito federal (CF)?
Consequência? (crime doloso contra a vida)
Se sim prevalência do foro, se não prevalência do júri.
Art. 27, §1° e 53, § 1° CF.
ADI 2553/MA.
Não pode por foro por prerrogativa de função sem paralelismo com a CF.
● OAB
● ADI 3026 – serviço público independente
- categoria jurídica ímpar
Art. 96 CF, III – Compete aos TJs julgar os juízes estaduais e do DF e territórios,
bem como os membros do MP, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça eleitora. E os crimes militares? E os crimes
federais?
Prefeitos Comum TJ
Prefeitos De responsabilidade Câmara dos Vereadores
Prefeitos Federal TRF
Prefeitos Eleitoral TRE
Falso testemunho
● Carta precatória – DF depreca para São Paulo uma oitiva de testemunha, a
competência é do juízo deprecado
● Videoconferência – se a testemunha mentir? A doutrina se posiciona que a
competência é do juízo deprecante
Fraude no pagamento por meio de cheque | local da recusa do pagamento
(agência bancária) Súmulas 521 STF e 244 STJ.
Estelionato por meio de saque ou compensação de cheque clonado, adulterado,
falsificado – competência do local onde a vítima possui conta. Súmula 48 STJ.
Estelionato em que a vítima, por ter sido induzida em erro, faz depósito ou
transferências para a conta do autor – competência do local da obtenção da
vantagem ilícita – onde o estelionatário possui conta.
Apropriação Indébita – local da inversão da posse – n for possível determinar onde
se deu a inversão da posse, o entendimento é que o local é onde se percebeu a
falta do produto.
Furto qualificado por fraude eletrônica por meio da internet – local da agência da
vítima – fraude exercida para burlar a vigilância sobre a coisa.
Uso de documento falso – onde foi apresentado – se foi falsificação, é o local onde
foi falsificado e neste caso o uso é um post factum impunível.
Pedofilia por meio da internet – local onde o réu publicou as fotos, n importando o
local em que hospedado o servidor – vale também para os crimes contra a honra
por meio da internet (local de publicação).
Conexão e continência
Questões prejudiciais
Processos incidentes
Medidas Assecuratórias
Sequestro
-Competência do juízo criminal
-Indisponibilidade dos bens imóveis ou móveis, ainda que em poder de terceiros,
adquiridos com os proveitos do crime.
Art. 125, 126 (para a decretação do sequestro bastará a existência de indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens) e 132 do código de processo penal.
Objeto
Bens móveis ou imóveis adquiridos com o proveito da infração – origem ilícita.
Bens de origem lícita? Sim, mas a regra é de origem ilícita.
Possibilidade de sequestro de bens de origem lícita
Art. 91, §§ 1° e 2° do código penal – §1° “Poderá ser decretada a perda de bens
ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não foram
encontrados ou quando se localizarem no exterior.” (confisco de acordo com o
Bitencourt).
§ 2° “Na hipótese do § 1°, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda.”
Quando não for possível encontrar o bem de origem ilícita, eu vou atrás de um de
origem lícita para ressarcir a vítima.
Bem móvel que seja o produto direto da infração? – Art. 240, § 1º, b CPP –
apreensão, não sequestro
Imóvel que seja produto direto da infração (?). São sequestrados. Exemplo,
estelionato.
Não se aplicam as regras sobre impenhorabilidade do bem de família – lei
8009/90: (Art. 3º - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de
execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se
movido:
VI – Por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença
penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.)
Objetivos do sequestro:
- Perdimento dos bens como efeito da condenação (confisco)
- Reparação do dano causado à vítima
Procedimento:
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou mediante
representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer
fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.
-Assistente de acusação?
-Corréu ou partícipe – não tem legitimidade para postular extensão.
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará sua inscrição no registro de
imóveis.
Art. 129. O sequestro atuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro.
Ao ocorrer um crime, surge para o Estado o direito dever de punir, que será
exercido pelo devido processo legal e isso passa por uma fase pré-processual que
haverá uma investigação, e havendo indícios de autoria e materialidade delitiva,
vai surgir a ação penal com o MP querendo a condenação e o réu pede por sua
absolvição.
Teoria geral da prova
Art. 3º-A do CPP
Sistema acusatório
● Prova
● Julgamento
● Protagonistas da prova – destinatário da prova
O juiz n pode ser protagonista da prova, as partes se ocupam da prova no
processo penal, o juiz se mantém equidistante.
A atividade do juiz no campo da prova é complementar.
Acepções da palavra prova
1. A atividade probatória – atividades praticadas no curso do feito para
demonstrar a verdade dos fatos, a verdade possível.
(direito à prova?) – sim. caráter público subjetivo à prestação jurisdicional,
só faz sentido por ter o direito de me haver de todos os recursos lícitos e
possíveis para provar o meu direito.
● Portarias e regulamentos
● Atenção! Fatos não contestados ou incontroversos? – Revelia? Art. 367
CPP – precisam ser objeto de prova – aquilo que é dito na inicial não é
considerado verdadeiro como efeito da revelia
● Fatos notórios
● Fatos intuitivos
● Presunções legais
O juiz forma sua convicção a partir daquilo constante dos autos e a partir
dos seus preconceitos, pré-conceito, história de vida, convicções, essa
decisão não é motivada. Não é a regra do processo penal. O tribunal do júri
adota isso na segunda fase.
Art. 155 do CPP e 93, IX da CF. A fundamentação é feita a parir das provas
contidas nos autos, esta é a regra.
Não há prova com valor absoluto
Não há hierarquia das provas
Necessidade de valoração de todas as provas
APENAS Provas constantes dos autos
Prisões
Prisão é cercear a liberdade de locomoção de alguém
Art. 5°, LXI (a liberdade é a regra) e LXVII
Espécies de prisão previstas no ordenamento
Prisão Extrapenal Prisão Processual/Cautelar
Civil Em flagrante (cautelar ou pré-cautelar)
Administrativa Preventiva
Militar Temporária
Além disso há a prisão penal ou pena, que é a execução da pena.
Prisão Civil do devedor de alimentos e do depositário infiel – mas é necessária
uma lei regulando isso. A convenção americana de direitos humanos no Art. 7°, 7
“ninguém deve ser detido por dívidas”. Súmula vinculante n° 25
Prisão administrativa – em estado de normalidade não há prisão administrativa
§ 3° na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida será
por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for
legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
Art. 139, I e II.
Prisão do falido? – administrativa? Civil?
Súmula 280 STJ – “O art. 35 do decreto-lei n° 76661 de 1945, que estabelece a
prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do Art. 5° da
Constituição.”
Lei 11.101/05: Art. 99 “A sentença que decretar falência do devedor, dentre outras
determinações: VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os
interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou
de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática
de crime definido nesta lei.” N há nenhuma excepcionalidade
Prisão militar – hierarquia e disciplina
Transgressão militar.
Crime militar propriamente dito.
-Militar das forças armadas, polícias militares ou corpo de bombeiros.
-Lei 13.967/2019 – altera o Art. 18 do Decreto-lei n° 667, de 2 de julho de 1969,
para extinguir a pena de prisão disciplinar para as polícias militares e os corpos de
bombeiros militares dos Estados, dos territórios e do DF, e dá outras providências.
“Art. 142, § 2° CF 88. Não caberá habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares.”
Prisão penal
-Condenação transitada em julgado!!!!
ADC 43, 44 e 54
Art. 492, e
Prisão cautelar
Existência de investigação/Ação penal – há necessidade de resguardar a ordem
pública, o processo, as testemunhas.
Há um rol de medidas cautelares diversas, que se não funcionarem, ai sim, prende
o réu.
Os requisitos para a aplicação são:
Fumus comissi delicti – prova de uma materialidade delitiva e indícios de autoria
que caem sobre a pessoa.
Periculum libertatis – se ficar em liberdade, há um perigo que decorre dessa
liberdade.
No Art. 282, § 2° pela redação antiga o juiz poderia de ofício ou a requerimento
das partes decretar uma medida cautelar, no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do MP. Na atual
redação o juiz só poderá decretar medida cautelar a requerimento do MP ou por
representação da autoridade policial, nunca de ofício (princípio da inércia da
prestação jurisdicional).
Art. 311 na redação antiga previa decretação de ofício (se no curso da ação penal)
da prisão preventiva, mas agora não cabe mais, apenas a requerimento do MP ou
por representação da autoridade policial.
Art. 282, § 4° antes o juiz poderia substituir a medida, impor outra em cumulação,
ou em último caso, decretar a prisão preventiva (Art. 312 § único). E agora apenas
a requerimento do MP, de seu assistente, ou do querelante.
§ 5° “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou
substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a
decretá-la, se sobrevieram razões que a justifiquem.”
Conversão da prisão em flagrante, em prisão preventiva, pode ser feita de ofício?
Art. 310, I, II e III.
Quanto à aplicabilidade das medidas cautelares (necessidade e adequação) Art.
282, I e II.
Contraditório prévio – Art. 282, § 3°.
Aspectos constitucionais da prisão
Respeito à integridade física e moral do preso.
Art. 5°, XLIX
CPP Art. 3°-F
Lei de abuso de autoridade: Constranger ...
Uso de algemas: Súmula vinculante 11
Art. 292, § único (vedação do uso de algemas)
Uso da força – Art. 292
Comunicação Imediata da prisão
Art. 5°, LXII, CFRB:
CPP, Art. 306 e Art. 306, § 1°
Assistência de advogado
Direito à identificação dos responsáveis pela prisão ou por seu interrogatório
Art. 5° LXIV
Art. 306, § 2° do CPP.
Art. 283 CPP
Art. 5°, XI – “a casa é asilo inviolável...”
Crime permanente admite a prisão em flagrante a qualquer instante.
“A ausência de justificativas e de elementos seguros a legitimar a ação dos
agentes públicos, diante da discricionariedade policial na identificação de situações
suspeitas relativas à ocorrência de tráfico de drogas, pode fragilizar e tornar írrito o
direito à intimidade e à inviolabilidade domiciliar.”
Código eleitoral Art. 236, caput e § 1°.
Prisão em Flagrante
Funções:
Evitar a fuga do infrator
Impedir a consumação do crime
Auxiliar na colheita de provas
É muito mais fácil a efetiva condenação de alguém que foi preso em flagrante.
Quem pode prender?
Autoridade policial e seus agentes. Flagrante obrigatório. Estrito cumprimento do
dever legal.
Particularidades. Flagrante facultativo. Exercício regular do direito.
Art. 301 CPP
Espécies de flagrante
Flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro
“Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;”
Flagrante impróprio, imperfeito, irreal ou quase flagrante
Art. 302, III – “é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;”
-perseguição
-iniciada logo após
-sem interrupção
-prisão em situação que faça presumir ser ele o autor da infração
Não é só 24 horas, a autoridade policial toma conhecimento do fato, e vai atrás da
pessoa (que foi dada suas características, o que faz com que a polícia vá atras de
alguém com aquelas características) de forma ininterrupta.
Flagrante presumido, ficto ou assimilado
Art. 302, IV – “é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou
papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”
-encontrado
-logo depois (para alguns tem diferença com o logo após, e para outros é a mesma
coisa), com instrumentos, armas e/ou objetos
(exemplo: policia faz blitz, e encontra um cara com dois celulares, ela tem notícia
de um dia anterior que um cara tinha roubado um celular, pede pra o cara
desbloquear os dois, ainda não se havia iniciado a perseguição ainda, mas está lá
registrado e o cara bate com as características do sistema lá, e o veículo era o
mesmo, ele foi encontrado.)
Flagrante preparado, provocado, crime de ensaio, delito de experiência ou delito
putativo por obra de agente provocador.
a) Indução à pratica do crime pelo agente provocador.
Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação.
Flagrante esperado
Os policiais preparam-se para impedir que um crime se consume, é a ideia de que
descobrem que vai haver um roubo, e esperam no local do roubo para impedí-lo.
Flagrante prorrogado, retardado, protelado ou diferido
Deixar a atuação da autoridade para um momento posterior. (Sabe-se que alguém
trafica, porém posterga o flagrante para responsabilizar o maior número de
pessoas que traficam)
Lei de organizações criminosas Art. 8°
Lei de drogas Art. 53, II
Lei de lavagem de capitais Art. 1°, § 6°, Art. 4° - B
Flagrante forjado, maquinado, urdido, fabricado
Alguém pega uma arma de fogo na mochila de uma pessoa que sequer sabe da
prática do crime.
Alguém coloca um instrumento de crime nos pertences de outra pessoa.
Venda/Compra simulada de drogas? O policial que chega no traficante
perguntando se tem droga pra comprar, aí o cara vai na casa dele buscar.
“Em se tratando o tráfico de drogas na conduta de “guardar”, “transportar” e “trazer
consigo”, de delito de natureza permanente a prática criminosa, in casu, se
consumou antes mesmo da atuação policial “compra fictícia”, o que afasta a
alegação de flagrante preparado.” STJ
Apresentação espontânea e prisão e flagrante
Art. 317 – foi revogado – a apresentação espontânea do acusado à autoridade não
impedirá a decretação da prisão preventiva nos casos em que a lei autoriza.
Não vai ser preso em flagrante, mas não significa que vai responder em liberdade.
Prisão em flagrante em crime permanente
Art. 303 – nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência.
Tendo o ingresso em domicílio decorrido de investigações preliminares dando
conta da existência de traficância na residência da recorrente, não há falar em
nulidade do flagrante. STJ.
Crime Habitual – habitualidade – Art. 282 código penal – exercer a atividade
criminosa como profissão – parte da doutrina aceita a prisão em flagrante.
Crimes de ação penal privada e crimes de ação pública condicionada à
representação?
Pode sim prender em flagrante
Prisão em flagrante em crime continuado
Art. 71 código penal – importa para o auto de prisão em flagrante
Prisão em flagrante e crimes formais.
Art. 316 código penal – n há exigência de resultado naturalístico. Pode prender em
flagrante no momento do núcleo do tipo exigir.
Fases do flagrante delito
Captura do agente
Condução coercitiva
Lavratura do APF
-forma escrita
-lavrado por autoridade com atribuição para o ato – deve ser lavrado no local onde
se deu a captura.
Lavratura do APF
Só a autoridade policial? É a regra neh
Súmula 397 do STF
Juiz? Pode sim, porém ele n poderá ser o juiz da causa.
Art. 307 do CPP – lavratura do flagrante pode se dar perante outras autoridades
administrativas, perante as quais ou contra as quais foi cometido o crime.
Oitiva do condutor do flagrante (pessoa que leva o cara pra delegacia) e duas
testemunhas.
Art. 304, § 2°
Interrogatório do autuado
Direito ao silêncio – direito de ser interrogado
Direito ao advogado
“A jurisprudência desta corte firmou-se no sentido de que “inexiste nulidade do
interrogatório policial por ausência do acompanhamento do paciente por um
advogado, sendo que esta corte acumula julgados no sentido da prescindibilidade
da presença de um defensor por ocasião do interrogatório havido na esfera policial,
por se tratar o inquérito de procedimento administrativo, de cunho eminentemente
inquisitivo, distinto dos atos processuais praticados em juízo”. STJ
Prisão em flagrante de advogado por motivo ligado ao exercício da advocacia –
presença de representante da OAB para lavratura do APF
Informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa.
Recolhimento ao cárcere
Fiança imposta pela autoridade policial
Remessa do APF à autoridade competente – audiência de custódia rola aqui
Observações:
Não se imporá a prisão em flagrante:
Art. 69, § único da lei 9099/95
Art. 48, § 2° da lei 11343
Art. 301 código de trânsito
Remessa do APF à autoridade competente
Prazo máximo de até 24 horas após a realização da prisão
Art. 306; 306, § 1° e 310 CPP
Art. 310, §§ 3° e 4° (eficácia suspensa ADI 6305)
Só em caso de prisão em flagrante?
Art. 287.
Procedimento da audiência de custódia
Quem está presente? A pessoa que foi presa o autudado, o juiz que vai decidir
pela prisão, mp e advogado. O agente que realizou a prisão n pode estar presente.
Por videoconferência? É incompatível com a videoconferência
A audiência de custódia, no caso de mandado de prisão preventiva cumprido fora
do âmbito territorial da jurisdição do juízo que a determinou, deve ser efetivada por
meio da condução do preso à autoridade judicial competente na localidade em que
ocorreu a prisão. Não se admite, por ausência de previsão legal, a sua realização
por meio de videoconferência, ainda que pelo juízo que decretou a custódia
cautelar. (CC 168.522/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 11/12/2019, DJe 17/12/2019)
Resolução 213 do CNJ
O que pode ser perguntado? As perguntas devem dizer respeito à qualificação
dela, se tem filhos, se usa drogas, se toma remédio controlado, dados pessoais em
geral, se ela está acompanhada de advogado, se teve a oportunidade de falar com
advogado, e sobre o ato da prisão, se foi regular, se foi legal, se os princípios
constitucionais e processuais foram seguidos, não pode haver perguntas sobre o
mérito, sobre o fato criminoso que em tese, foi praticado por aquele agente.
Quem pergunta? Juiz e defesa
Manifestações – o MP vai se manifestar e pedir medida cautelar, ou prisão
preventiva
Decisão – do juiz quando à prisão em flagrante (incisos do Art. 310 do CPP).
Art. 310 §§ 1° e 2° do CPP
Prisões Preventivas
Art. 311 CPP – “Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do MP, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. Antes da
lei 13964/2019 o juiz no curso da ação penal poderia decretar a prisão preventiva
de ofício.
Art. 310, I, II e III.
Prisão em flagrante é cautelar ou pré-cautelar? Não, a prisão preventiva sim é
cautelar, Art. 302, II
Prisão preventiva pode ser requerida pelo – MP, querelante, assistente e
representação da autoridade policial
O que precisa pra decretar a prisão preventiva.
Fumus comissi delicti – materialidade e indícios de autoria (Art. 312 “prova da
existência do crime e indícios de autoria”)
Periculum libertatis
Princípio da atualidade ou contemporaneidade – Art. 312, § 2°
Necessidade e adequação – Art. 282, I e II.
Aquelas acima são obrigatórias cumulativamente. E além de todas elas devem
haver pelo menos uma do Art. 313.
Hipóteses de cabimento (objetivas) – Art. 313
A) Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a
4 anos (pena em abstrato).
Concurso de crimes – individualmente n preenche a hipótese do inciso
primeiro, mas num concurso material se a soma for superior a 4 anos.
Causa de aumento e diminuição precisam ser levadas em consideração
também. (no caso como está em busca da pena máxima, devo considerar o
causa que mais aumente e menos diminua, nos casos de diminuição);
B) Investigado ou acusado condenado por outro crime doloso em sentença
transitada em julgado, ressalvado o disposto no Art. 64, I (5 anos do
cumprimento da pena ou extinção da punibilidade) do CP. (reincidente em
crime doloso);
C) Quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (hipótese em que
precisa da prisão, e mais nada)
D) Dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou não fornecimento de
elementos suficientes para seu esclarecimento. (quando não sei quem é a
pessoa, ela deve ficar presa até que ela possa ser identificada)
Art. 312 – periculum libertatis
Garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da
existência do crime indícios suficientes de autoria e de perigo gerado pelo estado
de liberdade do imputado
§ 1° - a prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares (Art. 282, § 4°).
§ 2° - a decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e
fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
Deve ser contemporâneo e extraído de uma das hipóteses do Art. 312:
a) Garantia da ordem pública (parte da doutrina (minoritária) defende que não
é possível prender alguém por isso, pois isso é antecipação de
condenação) STJ defende que isso é risco de reiteração criminosa, toda
vez que é colocada em liberdade reincide. Clamor social? Crimes que
abalam a sociedade. “a alusão genérica sobre a gravidade do delito, o
clamor público ou a comoção social não constituem fundamentação idônea
a autorizar a prisão preventiva.” (jurisprudência em teses). Primariedade do
agente (afasta em absoluto a possibilidade? Não). Modus operandi (“A
prisão cautelar pode ser decretada para garantia da ordem pública
potencialmente ofendida, especialmente nos casos de: reiteração delitiva,
participação em organizações criminosas, gravidade em concreto da
conduta, periculosidade social do agente, ou pelas circunstâncias em que
praticado o delito (modus operandi) jurisprudência em teses”). Ações penais
em curso. Inquéritos policiais. Atos infracionais (“Inquéritos policiais e
processos em andamento, embora não tenham o condão de exasperar a
pena-base no momento da dosimetria da pena, são elementos aptos a
demonstrar eventual reiteração delitiva, fundamento suficiente para a
decretação da prisão preventiva” jurisprudência em tese).
b) Garantia da ordem econômica;
Lei 1521/51 (crimes contra a economia popular)
Lei 7134/83 (Aplicação ilegal de créditos e incentivos fiscais)
Lei 7492/86 (crimes contra o sistema financeiro nacional) Art. 30 (magnitude
da lesão causada como pressuposto da prisão preventiva, mas a
jurisprudência defende que apenas ela não é suficiente)
Lei 8078/90 (Código de defesa do consumidor)
Lei 8137/90 (crimes contra a ordem tributária, relações de consumo e
ordem econômica)
Lei 81796/91 (adulteração de combustíveis)
Lei 9279/96 (propriedade imaterial)
Lei 9613/98 (lavagem de capitais)
c) Garantia da aplicação da lei penal. Risco de fuga. A citação por edital, não
basta, ausência momentânea também não.
d) Conveniência da instrução criminal. Risco para o processo. Acusado
destruindo prova, ameaçando testemunha. Quando o réu não aparece na
instrução, não é motivo suficiente para decretar a prisão. (“a citação por
edital não constitui fundamento idôneo para a decretação da prisão
preventiva, uma vez que a sua não localização não gera presunção de
fuga.” Jurisprudência em teses). Até quando a pessoa pode ficar presa com
fundamento na conveniência da instrução criminal? A pessoa ficar preso
após a instrução criminal, se foi feita com fundamento nisso, n serve.
e) Descumprimento das obrigações impostas pelas medidas cautelares
diversas da prisão. Art. 312, § 1°, 282, § 4° CPP. Aqui eu n preciso somar
com o 313 do CPP. Atenção para o § 5° do 282 e o art. 316 do CPP
(verificar falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la se
sobrevierem razões que a justifiquem, inclusive de ofício.)
Passos necessários para verificar a prisão em flagrante de alguém
1°) verificar se há prova da materialidade (fumus comissi delicti)
2°) verificar a presença de indícios de autoria (fumus comissi delicti)
3°) verificar a necessidade da prisão e a insuficiência das medidas cautelares
diversas da prisão.
4°) constatar se está diante de uma hipótese de admissibilidade da prisão
preventiva do art. 313: a) crimes dolosos punidos com pena máxima superior a 4
anos; ou b) investigado ou acusado condenado por outro crime doloso em
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no art. 64, I do CP; ou c)
quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência; ou d) dúvida sobre a identidade
civil da pessoa ou não fornecimento de elementos suficientes para seu
esclarecimento.
5°) “Periculum libertatis” - constatar o perigo da liberdade, que deve ser
contemporâneo, e ser extraído de algumas das hipóteses previstas no art. 312:
a) risco para a ordem pública; ou b) risco para ordem econômica; ou c)
conveniência da instrução criminal; ou d) garantia de aplicação da lei penal; ou
e) descumprimento de medidas cautelares diversas da prisão (em último caso) –
aqui não preciso somar ao art. 313.
O código não traz um prazo máximo da prisão preventiva, o prazo deve ser feito
pela duração razoável do processo.
Levam à ilegalidade da prisão:
Excesso provocado pela inércia do poder judiciário
Excesso de diligências suscitadas exclusivamente pelo MP
Excesso abusivo, gritante, desproporcional
Súmula 64, 21 e 52 do STJ.
Art. 315. (concretamente...fatos novos ou contemporâneos)
§ 2° decisão não será fundamentada.
Art. 316 do CPP – revogação da prisão preventiva
Cláusula rebus sic stantibus
Se a base fática vier a ser alterada, ela deve ser revogada.
Relaxamento – prisão ilegal.
Art. 316 § único.
Revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias pelo órgão emissor de
ofício, sob pena dela se tornar ilegal. A decisão deve ser feita pelo órgão que a
proferiu. O STF está indo no sentido de que será revisada de 90 em 90 dias até
não ser mais necessário revisar.
Prisão temporária e domiciliar
Prisão temporária tem um prazo determinado na lei
Lei 7960/89 (lei de prisão temporária) – Art. 1°
A prisão temporária ela serve para assegurar a investigação, está em busca de
elementos que façam possível indicar a prisão temporária.
É necessário uma das hipóteses do inciso III somadas com uma das hipóteses do
inciso II OU do inciso I.
Art. 2°, § 4° da lei 8072/90 – prazo de 30 dias prorrogável por igual período em
crimes hediondos.
Prazo – regra geral – 5 dias prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade – Art. 2° lei 7960
30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, em caso de extrema e comprovada
necessidade!
Início da contagem
Término do prazo – deve ser posta em liberdade de imediato independente de
alvará de soltura.
Apenas durante a fase investigatória – incompatível com a ação penal
Decretada pelo juiz – representação da autoridade policial ou requerimento do MP.
Oitiva do MP.
Art. 318 do CPP – prisão domiciliar.
LEP Art. 117 e incisos – prisão domiciliar.
LEP CPP
Condenado maior de setenta anos Maior de 80 (oitenta) anos
Condenado acometido de doença Extremamente debilitado por motivo de
grave doença grave
Condenada com filho menor ou Imprescindível aos cuidados especiais
deficiente físico ou mental de pessoa menor de 6 (seis) anos de
idade ou com deficiência
Condenada gestante Gestante
Mulher com filho de até 12 (doze) anos
de idade incompletos
Homem, caso seja o único responsável
pelos cuidados do filho de até 12
(doze) anos de idade incompletos.
Atos Judiciais
O juiz mesmo que de ao réu pena restritiva de direito, deve fixar a pena, para não
haver supressão de instância.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la
em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Súmula 269 - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos
reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais.
Súmula 440-STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da
sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
Súmula 718 – A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
permitido segundo a pena aplicada.
SÚMULA 719 – A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO
DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.
Art. 387, § 2º do CPP – O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou
de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de
determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº
12.736, de 2012) – detração
Art. 112 da LEP
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas
de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por
multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa
de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por
duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e
a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior
de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Na sentença o Juiz deve decidir sobre a prisão preventiva.
§ 1º - O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso,
a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736,
de 2012).
Efeitos da condenação
● Primários
- Induzir o cumprimento da pena (que se dará no trânsito em julgado)
● Secundários
- Induz a reincidência
- Regressão de regime – Súmula 526 STJ
- Revogação do Sursis
- Revogação do livramento condicional
Efeitos extrapenais da condenação
● Obrigatórios ou genéricos:
▪ Obrigação de reparar o dano
▪ Perda em favor da união dos instrumentos do crime, desde que
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção
constitua fato ilícito, ressalvado o direito do lesado ou do terceiro de
boa-fé.
▪ Perda em favor da União do produto do crime ou de qualquer bem ou
valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato
criminoso, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
Específicos
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena
máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como
produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor
do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento
lícito.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo
Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da
diferença apurada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações
criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do
Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham
em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam
sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes.
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um
ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro)
anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos
crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente
titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra
tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de
crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo
ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Publicação da sentença (lança-la no mundo jurídico)
● Existência como ato processual
● Interrupção da prescrição (condenatória) – Art. 117, IV do CP
● Diferente de intimação
● Esgotamento de instância
1. Corrigir inexatidões materiais ou retificar erros de cálculo
2. Embargos de declaração
3. Outras providências
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar
solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança; (tanto o réu como
advogado podem propor RESE e apelação. Réu solto e constituiu advogado,
dispensável a intimação do réu, quanto à sentença condenatória, e absolutória
imprópria tem q intimar pessoalmente).
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração,
expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o
oficial de justiça;
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver
constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído
também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado,
e assim o certificar o oficial de justiça.
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se,
no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas
neste artigo.
Emendatio libelli
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha
de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1º - Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º - Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
A capitulação jurídica do fato será feita em regra na sentença
❖ Quando importar na mudança de competência a modificação capitulação é feita
logo na inicial
❖ Se importar na modificação de procedimento, deve ser modificada
imediatamente.
❖ Se houver equivoco na capitulação que impeça benefício (suspenção
condicional do processo exemplo), deve ser modificada de imediato.
❖ Quando houver possibilidade de prescrição, tem que corrigir de inicio
Não sendo nenhum dos 4 casos acima, tem que fazer na sentença
A emendatio libelli apenas muda a capitulação jurídica do fato.
Mutatio Libelli
Modificação no Fato
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição
jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta
houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo
o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 1º - Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art.
28 (redação antiga, que está em vigência por causa da suspenção da eficácia
destes dispositivos em ADI) deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º - Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o
aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora
para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório
do acusado, realização de debates e julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 3º - Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4º - Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no
prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do
aditamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 5º - Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
O juiz pode acolher ou não o aditamento.
Se refere a fatos, e se o MP não aditar e ficar provado nos autos fato típico
diferente do colocado na denúncia, o juiz não poderá condenar o réu, pois não
houve aditamento.
- Especial – leis especiais e próprio código de processo penal (tribunal do júri por
exemplo).
- Comum – ordinário, sumário e sumaríssimo.
Procedimento sumaríssimo.
Será aplicado às infrações de menor potencial ofensivo. Pena máxima igual ou
inferior a 2 anos, e as contravenções penais, cumuladas ou não com multa,
submetidos ou não a procedimento especial (!!!) ressalvadas as hipóteses de
violência familiar contra a mulher.
Sumaríssimo Sumário Ordinário
● Contravenções ● Penas ● Pena
● Crimes com menores máxima
pena máxima que 4 igual ou
igual ou até 2 anos e superior
anos. acima de a 4 anos
2 anos.
Nulidades
Recursos