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Direito processual penal

1. Noções introdutórias. Aplicação e interpretação da lei processual penal


-Leis penais (direito material)
Fatos típicos incriminadores, descritivos.
- Pretensão surge quando alguém pratica um fato típico
- Processo
- Liberdade – princípios.
Para haver pena precisa haver primeiro processo.
Direito processual penal é o “Corpo de normas jurídicas cuja finalidade é regular o
modo, os meios e os órgãos encarregados de punir do Estado, realizando-se por
intermédio do poder judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao
caso concreto”. (NUCCI)
Fontes do direito processual penal
Fontes materiais – que criam a norma. União (Art. 22 CF), LC pode permitir aos
estados legislarem sobre matéria específica. Art. 24, I, IV, X, XI (Competência
concorrente que se relaciona com o processo penal). Art. 125, lei de organização
judiciária para criar varas especializadas. STF? Art. 103-A CF.
Fontes formais – que expressam a norma. Tomar conhecimento da norma. Lei
ordinária editadas pela união. CF e emendas. Código de processo penal de 3 de
outubro de 1941, a leitura que será feita, será lida de forma compatível com a CF
de 88. Tratados e convenções internacionais – convenção americana dos direitos
humanos. Costumes, Art. 793 CPP foi modificada pelos costumes. Princípios
gerais de direito, o código admite o uso dos princípios como fonte.
Interpretação da lei processual penal – buscar o sentido da lei
O que é interpretar?
– mens legis (o que a lei quer) – mens legislatoris (o que o legislador quer)
A lei se desgarra do que o legislador quis.
Operador do direito (legislador)
E se a lei for clara? A lei já foi interpretada.
Art. 3° do CPP. A lei penal n admite, mas a lei processual penal admite aplicação
analógica e interpretação extensiva, e o suplemento dos princípios gerais de
direito.
Classificação – interpretação
Declaratória – medida certa
Restritiva – a lei disse mais do que queria, restrinjo o conteúdo
Extensiva: ampliar o conteúdo da norma. Ex: Art. Art. 581, I CPP. RESE (Recurso
em sentido estrito) para decisão que recusa a denúncia ou a queixa também se
aplica ao aditamento, mas não há RESE para decisão que aceita a denúncia, para
saber se cabe a interpretação extensiva é necessário ver se a omissão é voluntária
ou n.
Analógica – dentro da norma há um termo aberto, me valer de outros
conhecimentos para possibilitar a interpretação. Art. 254, II juiz será suspeito qnd
ele ou seu cônjuge respondem por fato análogo; 185, § 2° realizar o interrogatório
por vídeo conferencia ou outro recurso tecnológico.
Teleológica ou sistemática – Analisar a norma dentro do sistema processual penal
e constitucional. (revogação tácita de outra lei á uma norma processual penal).
Interpretação progressiva, adaptativa ou evolutiva. Acompanhar a evolução.
Art. 68 CPP; 127 e 134 CF

Lei processual penal no espaço e no tempo

Analogia – auto integração da norma – o legislador deixa de prever uma solução


para determinados casos concretos.
Omissão involuntária do legislador – aplicar uma outra disposição legal que traga
um caso semelhante à uma hipótese n prevista em lei.
Ex: superveniência de lei alterando regra de competência.
Art. 43 CPC.
Art. 15 CPC n cita o direito processual penal, mas a doutrina admite.
Art. 798 prazos são contados em dias corridos. N existe necessidade de ir no CPC.
Direito Penal admite territorialidade, extraterritorialidade condicionada e
incondicionada.
Processo Penal – territorialidade (todo o território nacional)
- Citação no estrangeiro? Carta rogatória
Aplicação fora dos limites territoriais
- Território nullius (território que não é de ninguém)
- Quando houver autorização do Estado em que se praticará o ato.
- Em caso de guerra, em território ocupado.
- Art. 5°, § 4° - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional
cuja a criação tenha manifestado adesão.
Art. 1°, I, II, III, IV e V Parágrafo único.
Exceção da lei de drogas e da lei 9.099 de 95
Espaço e tempo
Tempus delicti (direito penal) e Tempus regit actum (direito processual penal).
Aplicação imediata, o processo penal se divide em atos, atos novos são praticados
de acordo com a lei posterior.
Sistemas para a resolução de conflitos
Unidade processual (Processo iniciado numa lei antiga, será terminado nela)
Fases processuais (Estou numa fase do processo e vem lei nova, apenas na
próxima fase esta lei será aplicada)
Isolamento dos atos processuais (adotada)
Normas genuinamente processual e processuais materiais ou híbridas (é prevista
numa lei processual, mas tem conteúdo de lei material junto)
Aqui sim me preocupo se a norma nova é mais benéfica ou n, pois ela retroage.
Normas processuais heterotópicas – o conteúdo da norma tem natureza
processual, mas está prevista na lei material.

Sistemas processuais penais

Vigência, validade e revogação


- Propositura, discussão, votação, aprovação, promulgação, sanção, publicação
(processo legislativo, direito constitucional)
- Entrada em vigor
- Data da publicação
- Dia posterior à vacância
- Se nada disser 45 dias após a publicação
- Até a revogação estará vigente. (expressa e tácita; ab-rogação e derrogação)
Validade – Que ocorre qnd a norma é compatível constituição federal e
convenções internacionais sobre direitos humanos
Sistema inquisitorial
- Concentração de poder nas mãos de uma pessoa – Amplos poderes ao juiz
(investigar, acusar, defender e julgar a pessoa)
- Busca da verdade real (era admitido todo meio de prova)
- Réu é objeto, n sujeito de direitos
- Gestão da prova (juiz é o protagonista da prova), juiz pode produzir prova
- Ausência de contraditório
Sistema Acusatório
-Separação das funções há: juiz, acusador e defesa
- Verdade – Contraditório e ampla defesa
- Réu sujeito de direitos
- Paridade de Armas: possibilitar uma defesa técnica nas mesmas condições do
acusador
- Gestão da prova; As partes buscam as provas o juiz é imparcial e n produz prova.
- Equidistância – pelo bem da imparcialidade o juiz se mantem equidistante, sem
produzir provas
Sistema misto ou francês
- Primeira fase – inquisitorial – investigação
- Segunda fase – Acusatória – Processo
Art. 129, I CF 88
Lei 13964/ 2019 inseriu o Art. 3°- A do CPP que deixou expresso o sistema
acusatório.
Acusatório Puro? Art. 385; 156, I e II.
Princípios processuais penais

Princípios são mandamentos nucleares, a base do ordenamento jurídico que ajuda


a aplicar a norma no caso concreto.
Princípios são um “postulado que se irradia por todo o sistema de normas,
fornecendo um padrão de interpretação, integração, conhecimento e aplicação do
direito positivo, estabelecendo uma meta maior a seguir” (NUCCI)
- Regras: ex art.155, regras são concretas, trazem o crime e a pena.
Princípio
- Tem caráter absoluto? N
- Constitucionais
- Legais
- Convencionais ou Supralegais (acima das normas infraconstitucionais, porém
abaixo da CF)
- Tratados internacionais de direitos humanos
- Convenção Americana de direitos humanos
- Status normativo
- Princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade
- Há diferença entre esses termos? “Toda pessoa acusada de delito tem direito a
que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa.”
(Convenção Americana sobre direitos humanos) (inocente enquanto não
COMPROVADA a culpa). Art. 5°, LVII: “Ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (inocente até o trânsito em
julgado) é mais favorável.
- Diferença = Uma é regra de tratamento, outra é regra probatória.
Regra de tratamento – veda o comportamento perante o acusado como se culpado
fosse
- No processo e fora dele
- Liberdade é a regra
- Vedação a prisões automáticas
- Prisão cautelar – n é proibida, se houverem como comprovados os requisitos
previstos em lei
- Execução provisória da pena – estar ou n comprovada a culpa após a segunda
instância. N é compatível com o ordenamento.
- Art. 283 CPP.
- Regra probatória
- Ônus da prova – MP e Querelante
- In dubio pro réu – em dúvida pela absolvição
- Até que instante? Até o trânsito em julgado da sentença condenatória
A revisão criminal tem por objeto desconstruir o trânsito em julgado e ônus da
prova é do réu.

Princípios Processuais Penais II

Devido processo legal “ninguém será privado de seus bens ou de sua liberdade
sem o devido processo legal” Art. 5°, LIV CF,88
Formal – procedimento
Substancial
Impossibilidade de supressão de garantias – tratados internacionais n podem
limitar os direitos internos dos países signatários
Proporcionalidade – princípio da proporcionalidade – ex: necessidade da medida
cautelar: Prisão
Previsão em lei – necessidade – adequação
Princípio do contraditório Art. 5°, LV, CF 88
As partes têm direito ao contraditório
- Direito à informação – ciência bilateral dos atos e termos do processo
- Direito de participação – Às partes; quanto ao acusado, paridade de armas Art.
261 CPP.
Contraditório para a prova ou real – Se efetiva no exato instante em que a prova
está sendo produzida, contrariando a prova no momento que ela está sendo
produzida. oitiva de testemunha em audiência de instrução e julgamento.
Contraditório diferido ou sobre a prova ou postergado – ex: interceptação
telefônica, as informações serão colhidas e posteriormente a parte terá o direito de
se contrariar a prova. Em situações excepcionais se admite o contraditório diferido,
pois se o réu soubesse da interceptação seria impossível produzir provas.
Princípio da ampla defesa – Art. 5°, LV é uma parte do contraditório. Contrariar –
defesa. Deve ser garantido ao réu a Defesa técnica ou processual ou específica e
a Autodefesa ou material ou genérica.
Garantir ao réu uma defesa técnica, de um advogado inscrito na OAB, estagiário
ou advogado suspensa n servem. Art. 261 CPP. Súmula 523 do STF causa de
nulidade absoluta, defesa efetiva. Súmula 708 STF, direito de escolher, se n
escolher juiz nomeia um outro. A ampla defesa Tbm dá tempo para a defesa Ex:
processo tem 20 volumes.
Juizados? Art. 10 da lei 10259 de 2001 sob a perspectiva penal o STF decidiu que
para as causas criminais é necessário.
Autodefesa
Citação pessoal
Disponível = ele pode ou n se auto defender
Direito de audiência = pode apresentar sua defesa pessoalmente, no
interrogatório, pode não comparecer na audiência, pode ficar em silêncio.
Direito de Presença, Arts. 367 e 217 (retirar o réu da sala) CPP
Capacidade postulatória autônoma. = Possibilidade por exemplo de o réu interpor
apelação.
Positivo = Réu produz provas que ajudam em sua absolvição
Negativo = N produz provas ou n vai a audiência e se vai fica em silêncio
Princípio da publicidade Art. 93, IX; 5°, LX CF, 88 Art. 792 e 792 § 1° CPP.
Regra: Publicidade ampla ou plena ou popular ou geral ou absoluta.
Exceção: publicidade restrita ou interna
-Atos realizados somente perante os interessados e procuradores
-Segredo de justiça (Crimes contra a dignidade sexual)
-Sigilo, que é temporário (súmula vinculante 14) (ex: interceptação telefônica)

Princípio da Busca da verdade real

Verdade formal x Verdade material


-Atuação probatória – sistema acusatório – Art. 156 CPP (Art. N recepcionado na
nova CF). O MP é quem produz a prova.
-Inadmissibilidade de provas ilícitas – Art. 5°, LVI
Verdade consensual – n sabe quem foi o autor, me valho de um consenso.
Transação penal, composição civil de danos, suspenção condicional do processo e
acordo de n persecução penal.
Princípio do juiz natural – Art. 5°, XXXVII e LIII CF de 88
Saber previamente à prática do crime qual o juízo competente para julgar tal crime.
Constituição
Imparcialidade – juiz previamente constituído, com regras gerais já prefixadas em
lei.
Varas especializadas
Alteração de competência
Princípio do promotor natural? Expressão “processado” do Art. 5°, LIII
Direito de n produzir prova contra si mesmo – não autoincriminação – nemo tenetur
se detergere
Auto defesa passiva
Art. 5°, LXIII
A quem se aplica?
Avertência quanto ao direito – “Aviso de Miranda” – Miranda x Arizona – o policial
deve ler os direitos do preso sob pena do que aquilo dito pelo réu seja nulo.
Ilicitude da prova – interrogatório “informal”
-Entrevista? Aqui o STF diz que se o preso confessa, mesmo que antes de
informado do direito ao silêncio.
Direito do mentir? As mentiras agressivas n estão protegidas (acusar outra pessoa
de um crime que ela n cometeu) O ordenamento tolera a mentira.
Falsear identidade pessoal
Súmula 522 do STJ
Confissão – réu n pode ser compelido a confessar.
Direito de n praticar comportamento ativo
O réu n pode ser obrigado a participar da reconstrução do crime
N é obrigado a fornecer padrões vocais
Material Grafotécnico
Prova invasiva (penetração no organismo humano, Ex: exame de sangue) x prova
não invasiva – dignidade da pessoa humana, integridade física
Consentimento – precisa para prova invasiva.
Material descartado – aí pode sim.
Bafômetro e exame de sangue – n pode ser compelida a participar disso. O
etilometro pode (bagulho que chega só próximo do réu e confere se ta bebo ou n)
Comportamento passivo – reconhecimento. (colocar o maluco do lado dos outros
para reconhecer) pode sim
Comparação com o direito civil Súmula 301 do STJ
No processo penal, a recusa n traz presunção de culpa
Crime de desobediência: n existe aqui, pois um direito n pode trazer uma
consequência negativa.
Art. 305 do CTB: Q merda é essa aqui. Resolveram isso aqui com aquela ideia de
não ser preso em flagrante ao prestar socorro.
Art. 15 da lei de abuso de autoridade.
Direito ao silêncio e terceiros – o direito de uma testemunha de não se
autoincriminar.
Princípio do duplo grau de jurisdição
Convenção americana de direitos humanos Art. 8°, § 2°, h
N é previsto expressamente, mas a doutrina defende que a CF ao determinar
competência recursal a tribunais o esteja colocando no ordenamento
Reanalise de toda matéria de fato ou de direito
Por outro órgão jurisdicional.
Princípio da instrumentalidade processual penal – o processo é um instrumento, é
o meio para se aplicar a pena a quem fere o direito material
Princípio da correlação ou congruência – o réu só pode ser condenado pelos fatos
que foi acusado. Os fatos estarão narrados na denúncia ou na queixa.
Princípio da identidade física do juiz – Art. 399, § 2° CPP. O juiz em contato direto
com a prova proferira a sentença
Princípio da intranscedência - a pessoa que praticou o fato criminoso responderá
pelo fato praticado.
Princípio da vedação do bis in idem – ninguém pode ser processado e punido duas
vezes pelo mesmo fato.

Inquérito policial

Conceito – Procedimento preparatório da ação penal, de caráter administrativo


pela polícia judiciária (Nucci).
“Conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a
identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto
à autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da
ação penal possa ingressar em juízo” (Renato Brasileiro)
INVESTIGAÇÃO = INQUÉRITO POLICIAL
Natureza jurídica
Procedimento de natureza adm
Processo judicial? Não
Processo Adm? Não
Contraditório e ampla defesa? Não
Sanção ao final do procedimento = Processo
Finalidade – colher elementos de informação
Direcionado ao titular da ação penal
“opinio delicti”
Valor probatório? Art. 155 CPP.
Regra – juiz julga com base nas provas produzidas em juízo não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares não repetíveis e antecipadas.
Presidência do inquérito
Polícia judiciária – autoridade policial
Art. 4°
Polícia investigativa
Polícia judiciária
Ministério Público?
RE 593727
Características do inquérito policial.
Procedimento escrito – Art. 9° CPP
Procedimento dispensável – Art. 12; 39, § 5°.
Procedimento sigiloso – Art. 20 CPP e súmula vinculante 14. Finalidade – no caso
a investigação precisa ser sigilosa para n haver desvantagem, logo se admite a
investigação sigilosa, pois só o autor dos fatos os conhece. E isto n fere o princípio
da publicidade.
É direito do defensor no interesse do representado ter acesso amplo aos
elementos de prova(informação) que já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
Procedimento inquisitivo desligado do estudo dos sistemas processuais penais –
Procedimento sujeito a contraditório diferido e ampla defesa (Lei 13245/2016)
Art. 7°, XXI EOAB
Procedimento inquisitorial – contraditório e ampla defesa?
Contraditório e ampla defesa aparecem como elemento acidental
Pedido de diligências
Art. 107 “Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do
inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.”
Não importa se os investigadores têm vinculo com o acusado, mas as autoridades
podem se declarar suspeitas se assim quiserem.
Art. 14-A
PF, PRF, PC, PM, CBM e polícias penais federais, estaduais e distrital.
Investigação de fatos – uso da força letal no exercício profissional
Forma consumada ou tentada
Incluído Art. 23 – legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do
dever legal e exercício regular de um direito.
E nos demais casos, n pode?
§§ 1° e 2° (citação = notificação)
E se não nomear?
Aplicação da súmula vinculante 14?
§ 6°
Marinha, exército e aeronáutica.
Procedimento discricionário – Art. 6° e 7° CPP.
N se confunde com arbitrariedade Art. 14; 184 CPP
Procedimento Oficial – Atribuição do delegado de polícia
Procedimento oficioso – Atuação de ofício
Ação penal pública incondicionada – de ofício
Condicionada e privada – a requerimento da parte
Indisponível pois a autoridade policial n pode arquivar inquérito
Temporário – duração razoável do processo Art. 5°, LXXVIII
Art. 10, § 3°
Lei do abuso de autoridade art. 31
Incomunicabilidade do indiciado? Art. 21 CPP, mas a CF Art. 136, § 3° na vigência
do estado de defesa VI – é vedada a incomunicabilidade do preso, é necessário
comunicar a família do preso.
O RDD o entendimento é que não está ferindo a previsão de que n pode haver
incomunicabilidade
Notitia criminis
- Conhecimento quanto ao fato criminoso
- De cognição imediata ou espontânea – toma conhecimento de um fato criminoso
por meio de uma atividade rotineira
- De cognição mediata ou provocada – vítima representa (conta que foi vítima de
um crime
- De cognição coercitiva – pessoa pratica um fato criminoso é presa, levada à
delegacia e assim o delegado conhece do crime
Delatio criminis – qlqr pessoa do povo pode noticiar um fato criminoso – se
relaciona com a cognição imediata ou espontânea e a mediata ou provocada.
Notitia criminis inqualificada o “denúncia anônima?” serve para movimentar o
delegado à iniciar um inquérito policial
Vedação do anonimato – Art. 5°, IV
E interesse de ordem pública na persecução criminal
Lei de abuso de autoridade Art. 27 e § único
Verificação de procedência de informações, verificar que a denuncia tem o mínimo
de base. N é a denuncia anônima por si só que levará à instauração do inquérito
Fishing expeditions – busca predatória por provas, tentar incriminar alguém, ainda
que uma pessoa faça uma notitia criminis comum ela n pode fazer isso.
Instauração?
Qual ação penal? APP, APC ou APrivada
Crimes de ação penal pública incondicionad (APP)? Art. 5° CPP
Instaura de ofício, através de uma portaria
Requisição da autoridade judiciária ou MP.
A requisição por autoridade judiciaria é questionada pela doutrina em face de o
sistema ser acusatório.
-Autoridade judiciária?
-Requisição do MP – Vincula? Se o delegado fica obrigado a instaurar? Sim, salvo
caso de evidente ilegalidade.
-Art. 13
- Requerimento do ofendido ou do rep. Legal
O requerimento conterá sempre que possível:
● A narração do fato, com todas as circunstâncias;
● A individualização do indiciado ou de seus sinais característicos e as
razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os
motivos de impossibilidade de o fazer;
● A nomeação das testemunhas com indicação de sua profissão e
residência
Obrigatoriedade de instaurar? Art. 5°, § 2°
-Notícia de qualquer do povo
-Verbal ou por escrito.
O qlqr do povo tem a obrigação ou faculdade de noticiar a autoridade com relação
ao crime? Depende. Em regra, é uma faculdade, depende da pessoa que teve
conhecimento do crime e da ação penal.
Exceções? Leis de contravenções penais Art. 66, I e II: crime de ação penal
pública de que teve conhecimento no exercício de função pública; crime de ação
penal pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra
profissão sanitária, desde que a comunicação não exponha o cliente a
procedimento criminal. Art. 319 do código penal, prevaricação.
Doutrina. Auto de prisão em flagrante. Preso em flagrante e levado à delegacia de
polícia.
CPPM Art. 27.
Em resumo as formas de instauração do inquérito na APP.
● De ofício
● Requisição do juiz (?) ou do MP
● Representação do ofendido
● Notícia de qualquer do povo
● Auto de prisão em flagrante – n está no CPP
Ação penal pública condicionada
Art. 5° § 4° instauração do inquérito necessita da representação do ofendido, ou
do rep. legal. Deve haver indícios de materialidade e de autoria
A representação n precisa obedecer à formalismos. Se n houver n impede o
entendimento de que ela representou. Se ela foi na delegacia e narrar o fato, ela
pretende instaurar ação penal.
Delatio criminis postulatória.
Formalismo
Ação penal privada
Art. 5°, § 5° Somente procede inquérito à requerimento de quem tenha qualidade
para intentá-la.
Arts. 30 e 31 CPP Salvo ação penal privada personalíssima
Prazo decadencial = em regra 6 meses a contar do conhecimento da autoria.
Auto de prisão em flagrante? Na ação penal privada a lavratura do APF é
condicionada à representação da vítima, após a prisão.
Indiciamento – atribuir a provável autoria ou participação de uma infração penal a
alguém. Investigado de fato criminoso
● Suspeito ou investigado (possibilidade)
● Indiciado (probabilidade (ex: encontro impressões digitais de A no local do
crime)
● Acusado/ denunciado/ Réu (MP ofereceu a denúncia)
Art. 2°, § 6° da lei 12830 de 2013 = O indiciamento, privativo do delegado de
polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato,
que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Se desde o começo a probabilidade está demonstrada, ele já pode ser indiciado, e
ele só poderá indiciar até o relatório final.
Momento
● Sendo o ato de indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade policial,
não existe fundamento jurídico que autorize o magistrado, após receber a
denúncia, requisitar ao delegado de polícia o indiciamento de determinada
pessoa. A rigor, requisição dessa natureza é incompatível com o sistema
acusatório, que impõe a separação orgânica das funções concernentes à
persecução penal, de modo a impedir que o juiz adote qualquer postura
inerente à função investigatória. Doutrina. Lei 12830/2013. 2. Ordem
concedida (HC 115015)
Espécies
- Direto ou indireto
direto: na presença do suspeito
indireto: em sua ausência (ex: está foragido)
Desindiciamento: Determinada pessoa foi indiciada, no curso do inquérito ela vem
à delegacia e diz que estava presa em regime fechado no dia do fato, comprovado
que ela estava presa, delegado vê o erro e desindicia.
Sujeito Passivo: Quem pode ser objeto de indiciamento? Em regra, qualquer
pessoa. A LO do MP. Em seu Art. 41, II, § único. LC 34/79. Art. 33. Membros do
MP e juízes n serão indiciados em delegacia segundo os dispositivos legais
anteriores.
STF questão de ordem em inquérito 2411-2. Foro por prerrogativa de função,
quem faz o inquérito é o MPF com a supervisão do ministro relator.
O STJ tem a posição contrária a isto (Recurso em HC 104.471) “sendo em regra,
despicienda a admissibilidade da investigação pelo tribunal competente.”
Art. 17-D da lei de lavagem de capitais (Lei 9613/98 alterada pela ei 12683/2012)
ADI 4911 – publ 03/12/2020.
Diligências Arts. 6°, 7° e 13 Lista de medidas que o delegado de polícia pode
tomar.
Art. 6° e seus incisos “deverá”
I – dirigir-se ao local – preservação do local do crime
II- apreender os objetos que tiverem relação ao fato.
III- colher provas
IV- Ouvir a vítima quando possível
V- ouvir o indiciado...
Art. 5°, LXIII
Art. 15 e 260 (sem aplicação)
Advogado? Inquérito policial, a doutrina diverge. Há maior flexibilidade qnt à ampla
defesa
EOAB Art. 7°, XXI
Lei de abuso de autoridade Art. 15 e parágrafo único. Se o indiciado optar pelo
advogado.
Identificação criminal
Autoria – identidade
Art. 6°, VIII e Art. 5°, LVIII.
Qualificação da pessoa, identidade da pessoa, n é reconhecimento de pessoas. A
pessoa aqui n tem identificação civil
Antes da CF de 88 a regra era a identificação criminal
Súmula 568 STF.
Após a CF de 88 o civilmente identificado só será submetido à identificação
criminal nos casos previstos em lei.
Lei 12.037/09
Art. 1° e 2°
Identificação criminal se:
● Documento apresentar rasura ou indício de falsificação
● Documento insuficiente para identificar cabalmente o indiciado (ex: CPF q n
tem foto)
● Indiciado portar documentos de identidade distintos
-Até aqui era pra esclarecer quem é.
● Identificação essencial às investigações policiais segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício (?) ou mediante
representação da autoridade policial, do MP ou da Defesa * Fase pré
processual em que o juiz n deve agir de ofício, mas a lei ta dizendo q pode
sim.
● Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações. (Pra saber quem é mesmo)
● Estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade de
expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação
dos caracteres essenciais.
Art. 5°
Identificação datiloscópica
Identificação fotográfica – foto de frente, tamanho 3x4 (Lei 7116/83)
Identificação de perfil genético
Princípio da não autoincriminação
Defesa requereu. (é interesse do réu demonstrar que ele n cometeu o crime, aí ele
deixa colher material genético)
MP ou autoridade policial requereram (pode deixar o réu sofrer uma coleta invasiva
contra a vontade dele?)
- Juiz decide
- Invasiva (o réu tem q concordar) ou n invasiva (aí n precisa da anuência dele pois
por exemplo ele deixou um copo com dna dele em algum lugar)
Art. 5°-A, §§ 2° e 3°.
Art. 6° “antes do trânsito em julgado da sentença condenatória”
Art. 7° e 7°-A (foi alterado pelo pacote anticrime.)
Art. 7°-C (Acrescentado pelo pacote anticrime)
● Autoriza a criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões
Digitais – Armazenar dados de registros biométricos, impressões digitais e,
quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações federais,
estaduais ou distritais – colhidos em investigações criminais ou por ocasião
da identificação criminal.
● A autoridade policial e o MP poderão requerer ao juiz competente, no caso
de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso ao Banco Nacional
Multibiométrico e de impressões digitais.

Art. 9°-A e 9°-A, §§ 3° e 4° da LEP. Pessoas condenadas.


Acesso aos dados cadastrais de vítimas e suspeitos
Art. 13-A do CPP (Lei 13344/2016 (tráfico interno e internacional de pessoas)
Nos crimes de sequestro e cárcere privado, redução a condição análoga à de
escravo, tráfico de pessoas, extorsão qualificada pela restrição da liberdade da
vítima extorsão mediante sequestro, promover ou auxiliar a efetivação de ato
destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
das formalidades legais com o fito de obter lucro (ECA Art. 239), O membro do MP
ou o delegado de polícia poderá requisitar de quaisquer órgãos do poder público
ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou
de suspeitos.
Quais dados cadastrais eu posso pegar? Leis 9613 e 12850 – exclusivamente a
qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela justiça eleitoral,
empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e
administradoras de cartão de crédito.
A requisição deverá conter:
● Nome da autoridade requisitante
● Número do inquérito policial
● Identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação
● Deve ser atendida no prazo de 24 horas.
Estações de rádio base
Art. 13 – B do CPP. §§ 1° e 2°, I, II, III; §§ 3° (prazo para iniciar o inquérito) e 4°.
Relatório da autoridade policial
Art. 10, § 1° CPP “minucioso relatório do que tiver sido apurado”
Conteúdo descritivo
Lei 11343 – Art. 52 e 52, I
§§ 2° e 3° (precisar de novas dilgências) do Art. 10 do CPP
Art. 11.
Art. 10 § 1° “enviará os autos ao juiz competente” Art. 19
Sistema acusatório, os autos n deveriam ser enviados ao MP? N havendo
necessidade de decisão judicial (reserva de jurisdição, ordens q só podem ser
concedidas pelo juiz) deve enviar direto ao MP.
Resolução 63/2009 CJF – informativo 574 do STJ
Portarias dos TJs
Adi 4305 quanto à resolução 63/2009
RE 660.814 olhar o julgamento
Proposta de tese do PGR
Dispositivos que reforçam a possibilidade
Art. 3°-B, IV, VIII, X.
Eventuais vícios do inquérito n contaminam a ação penal
Súmula 234 do STJ. Mp n é impedido nem suspeito, msm participando do
inquérito.
Providencias – encerramento p receber os autos do relatório
Art. 16
Requisição de diligências
Declínio de competência (remeter os autos a outro promotor)
Conflito de competência
Arquivamento do IP
Formalização do ANPP
Oferecimento da denuncia

Arquivamento do Inquérito Policial (IP)

Fundamentos do arquivamento
● Ausência de pressuposto processual ou de condição para o exercício da
ação penal
● Falta de justa causa para o exercício da ação penal (n tem indícios de
autoria)
● O fato evidentemente não constituir crime
● Existência manifesta de causa excludente da ilicitude
● Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo a
inimputabilidade
● Causa extintiva da punibilidade
● Cumprimento do acordo de não-persecução penal (ANPP)
O delegado n pode arquivar o inquérito
ADI 6305 suspendeu a eficácia do art. 28. O mp na redação antiga (que ainda está
sendo aplicada, devida a eficácia suspensa da nova redação) requeria o
arquivamento, o juiz analisava e o juiz podia concordar e arquivar ou pode remeter
os autos ao PGJ e o PGJ pode designar um membro do MP pra oferecer denúncia
ou ele próprio poderia oferecer, ou arquivar e o juiz deveria arquivar.
Agora o MP comunica a vítima, ao investigado, e à autoridade policial e encaminha
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei. § 1° (se a vítima n concordar). § 2°.
Instância de revisão
- MPF – Câmara de coordenação e revisão do MPF
- MPDFT – Câmara de coordenação e revisão do MPDFT
- MPE – PGJ
§ 1° do art. 28
Direito de petição (motivos pelos quais a vítima acha que não é caso de
arquivamento do inquérito)
E o investigado? A lei n fala sobre isso. A doutrina defende essa possibilidade.
Autoridade policial? Juiz?
Ciência o juiz das garantias? Quando?
§ 2° precisa ser provocada a revisão? N
Arquivamento implícito? Construção doutrinária não aceita pela jurisprudência dos
tribunais superiores (Há um fato criminoso com 2 suspeitos, o MP denuncia 1 e se
omite com relação ao outro, estaria implicitamente arquivando o inquérito com
relação a este. Isto é o Arquivamento implícito subjetivo).
(No arquivamento implícito objetivo há uma investigação de crime de furto e de
roubo, o MP só denuncia um dos fatos, está arquivando o inquérito com relação ao
outro fato.)
Arquivamento indireto
MP n oferece denuncia – incompetência da autoridade jurisdicional – recebe como
pedido de arquivamento. O juiz concorda e remete os autos para o juízo
competente. Se discordar ele estará de mãos atadas, e os autos são enviados à
instância revisora do MP.
Decisão do inquérito policial faz coisa julgada?
Limites da coisa julgada
Novo procedimento
Procedimento anterior – decisão para arquivar o inquérito
Coisa julgada formal (n faz preclusão nem coisa julgada)
Coisa julgada material (imutabilidade em qlqr situação)
Ausência de pressupostos processuais ou de condições para a ação penal (coisa
julgada formal apenas, e poderá propor durante o prazo decadencial)
Ausência de justa causa para o exercício da ação penal
Art. 18 “outras provas tiver notícia” e súmula 524 “novas provas” do STF, Prova
formalmente (já existia e volta com uma nova roupagem (ex: testemunha q diz q n
viu nada, mas dps traz a versão verdadeira) nova e
substancialmente(materialmente) nova (desconhecida à época do arquivamento do
inquérito). Coisa julgada formal
Atipicidade da conduta – coisa julgada material
Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade – coisa julgada material
Existência de causa extintiva da punibilidade – coisa julgada material
- A decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade
do réu pode ser revogada, dado que n gera coisa julgada em sentido estrito. II –
Nos colegiados os votos que acompanham o posicionamento do relator sem tecer
novas considerações, entendem-se terem adotado a mesma fundamentação. III –
Acórdão devidamente fundamentado. IV – H.C. indeferido (H.C. 84525)
Existência de manifesta causa de exclusão da ilicitude – divergência nos tribunais
superiores.
Doutrina = coisa julgada material
STJ = Produz coisa julgada material.
STF = Para alguns o STF está tratando de questões pontuais. O inquérito n faz
preclusão nem coisa julgada. Se houver prova que fundamente reabertura do
inquérito, pode sem problema algum ser reaberto. Faz coisa julgada formal.
Nova redação e coisa julgada? Necessidade de segurança jurídica, nas hipóteses
em que havia coisa julgada material, vai ainda haver imutabilidade sob pena de
insegurança jurídica.
Voltando à redação anterior
Competência originária
Submissão ao Poder Judiciário? PGJ e PGR concordância do PJ?
Instância de revisão ministerial Lei 8625/93 Art. 12, XI.
Recurso contra a determinação de arquivamento do inquérito?
Art. 7° da lei 1521/51 – reexame necessário, quando for discricionário do MP (na
nova redação), essa hipótese restara tacitamente revogada.
Art. 12, XI lei 8625/93
Trancamento do inquérito policial
Exceção de deixar o PJ cuidar do arquivamento do inquérito policial.
Encerramento anômalo do inquérito
Determinada pelo Poder Judiciário – via HC
Excepcional
Manifesta atipicidade da conduta
Causa extintiva da punibilidade
Crime de ação penal de iniciativa privada ou ação penal pública condicionada a
representação – instauração sem requerimento.

Ação Penal

Jus puniendi = direito dever de punir


Direito de punir. Conjunto de atividades desenvolvidas pelo Estado a fim de que
alguém seja processado criminalmente.
1ª Fase – investigatória
2ª Fase – processual
Fundamento constitucional Art. 5°, XXXV da CF 88 – a lei n excluirá da apreciação
do poder judiciário lesão ou ameaça a direito.
Transação penal, ANPP...
Previsão legal
Supervisão estatal
Perante o poder judiciário entre as partes
Ação penal “é o direito do Estado acusação ou da vítima de ingressar em juízo,
solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de
direito penal ao caso concreto” (NUCCI).
Ação penal pública denúncia, Ação penal privada – queixa, poder judiciário, direito
material.
Características
Direito público – direcionado ao Estado.
Direito subjetivo – o direito penal nos diz quem é o titular da ação penal. Violação
da norma de direito material. Direito potestativo.
Direito autônomo – violada a norma de direito material há um titular, mas ao curso
do processo n há vinculação entre a ação e o direito material.
Direito Abstrato – exercício do direito de ação e o réu foi absolvido, o direito de
ação é exercido ainda que o réu seja absolvido.
Direito específico – para iniciar a ação penal é necessário um caso concreto.
Ação penal panorama geral
Ação penal pública
1) Incondicionada - MP
2) Condicionada a representação – MP + rep. Do ofendido
3) Condicionada à requisição – MP + req. Do ofendido
Ação penal privada – de iniciativa privada, mas continua um direito público
Ação penal privada subsidiária da pública – n perde o caráter de pública, mas
diante da inércia do MP abre-se a possibilidade de a vítima iniciar a ação penal.
Regras
1) Art. 100 CP
2) Art. 24, § 2°
3) Art. 26 Lei 9605/98
4) Art. 13869/19 (abuso de autoridade)
5) Art. 17 DL.3688/41
Contravenção vias de fato – Ação penal pública incondicionada
Lesão corporal – Ação depende de representação
Na APC há a possibilidade de decadência, é mais favorável que o autor do fato
seja livrado por tal instituto.
Mas nas contravenções penais, a ação penal será pública incondicionada
Na lei maria da penha a ação penal é pública incondicionada.
Classificações importantes
1) Ação penal popular – Art. 14 da Lei n° 1079/50 ação penal q pode ser
iniciada por qlqr pessoa do povo. Críticas da doutrina (N há uma denúncia,
mas uma notitia criminis e ali são crimes de responsabilidade) HC (n é ação
penal popular, pois ação penal popular pois ação penal visa condenação de
alguém)
2) Ação penal ex officio – Art. 531 CPP (o juiz iniciava) (Revogado pela lei
11719/2008) Art. 26 CPP – revogação tácita pois ação penal é proposta
pelo MP. HC n pode ser ação ex officio, embora possa ser concedido de
ofício.
3) Ação de prevenção penal – Art. 386, parágrafo único, II e III CPP. Para
inimputáveis. Serve para absolver o inimputável e aplicar medida de
segurança.
4) Ação penal adesiva – Art. 79 conexão e continência. Ou a vítima age como
litisconsorte do MP.
5) Ação penal secundária – Art. 145 e 140, § 3° ambos do CP. Diante de um
tipo penal eu tenho uma ação penal x, somados certos elementos passo a
ter um tipo penal secundário com uma ação penal secundária.
6) Ação penal extensiva – 101 CP Tipo penal A + Tipo Penal B se um desses
tipos que são parecidos, se processa mediante ação pública, o resultado
desses dois (tipo penal C) será processado mediante ação pública.
7) Ação Penal de Segundo Grau – Já se inicia em segundo grau de jurisdição
(foro por prerrogativa de função)
8) Ação penal pública subsidiária da pública – crimes praticados por prefeitos,
previstos no DL. 201 de 67. O § 2° do Art. 2°: se as providencias para a
abertura do inquérito policial ou instauração da ação penal não forem
atendidas pela autoridade policial ou pelo MP estadual, poderão ser
requeridas ao PGR. Classificação criticada pela doutrina. MPE n age,
caberia ao MPF agir.

Condições da Ação penal


CPC – condições da ação: Interesse de agir, legitimidade da parte e possibilidade
jurídica do pedido
Art. 395, II e III. Hipóteses de rejeição da denúncia e da queixa.
Condição específica: Justa causa.
Teoria da Asserção: são analisadas superficialmente pelo juiz.
No caso de legitimidade passiva: O legitimado passivo é o possível autor do fato
criminoso ele analisara se a pessoa que está denunciada é a mesma que foi
investigada, ainda que não comprovada a autoria delitiva, que após poderá
absolver o réu.
Condições genéricas e específicas
Genéricas, são as que estarão presentes em todo e qualquer crime
Legitimidade de parte
Ativa: tipo de ação penal (se pública condicionada ou incondicionada (MP), ou se
ação privada (ofendido ou sucessores (se n for personalíssima)
● Legitimação ordinária – defender em nome próprio interesse próprio (ex:
API MP defende em nome próprio interesse próprio, pois o MP representa o
Estado)
● Legitimação extraordinária – defende em nome próprio interesse alheio
(Ação privada, à vitima é conferido o direito de iniciar a ação penal, pois ela
chama o Estado para que o mesmo aplique o direito ao caso completo pois
o Ius puniendi é do Estado.)
Passivo: Pessoa que aparentemente praticou o fato criminoso.
Específicas, são as descritas em lei
Sucessão processual – Art. 31 (doutrina e jurisprudência inserem companheiro)
Representação processual – Art. 33 (Menor de 18, mentalmente enfermo ou
retardado mental, vai à juízo por seu representante legal)
Se o direito de queixa é contra o representante – Poderá ser exercido por curador
especial nomeado de ofício ou a requerimento do MP pelo juiz competente.
Legitimação ativa concorrente:
1) mais de uma pessoa pode iniciar, é legitimada para iniciar a ação penal, a
ação de uma delas afasta a ação do outro (Ex: Art. 31 CPP)
2) Ação privada subsidiária da pública – Crime de furto – réu solto
Recebimento do inquérito policial no MP, 15 dias para oferecer a denuncia
mp ficou inerte, dps disso a vítima pode ajuizar a ação privada subsidiaria
da pública no prazo de 6 meses, prazo este em que há legitimação ativa
concorrente. A iniciativa de um exclui a iniciativa do outro

Quem pode ser réu? Pessoas apenas, e pessoas maiores de 18


Não confundir legitimidade passiva com o mérito!
Pessoas jurídicas – 2 hipóteses Art. 173, § 5°, Resp. penal nos crimes contra a
ordem econômica e financeira e contra a economia popular. N há lei trazendo essa
hipótese, por outro lado o Art. 225, § 3° submete pessoas físicas ou jurídicas à
sanções penais relativas a crimes contra o meio ambiente, independentemente da
obrigação de reparar o dano L 9605/98.
Teoria da dupla imputação – havia a necessidade de denunciar tbm a pessoa
física.
Mas hoje há o entendimento q a CF n condiciona a dupla imputação

Interesse de Agir
Necessidade – utilidade – adequação
Interesse necessidade
Princípio da necessidade do processo penal
Art. 76 da lei 9099 – transação penal
Art. 28-A do CPP, incluído pela lei 13964/2019 pacote anticrime – ANPP
O ajuste é feito perante o Estado, afasta a necessidade de denúncia
Interesse utilidade – a ação n será mais útil qnd houver a extinção da punibilidade
Prescrição pela pena hipotética, ou virtual ou ideal ou em perspectiva. Alterações
da lei 12234/2010.
Art. 110, § 1°. Prescrição n pode ter como termo inicial data anterior à denúncia ou
a queixa.
Súmula 438 STJ – n admite a prescrição com base em pena hipotética
anteriormente à denúncia.
Interesse Adequação
Ação penal condenatória, Ação adequada a pedir condenação.
Habeas Corpus
Súmulas 693 e 694 do STF. HC n é a ação adequada.

Possibilidade jurídica do pedido


A mais criticada de todas as condições da ação penal.
O pedido possui...
1) Substrato na lei? Algo narrado na lei
2) Pedido por fato atípico? Narrar fato típico
3) Pedido de condenação a pena proibida? O MP narra um fato típico, ilícito e
culpável, porém pede uma pena contrária ao ordenamento. Porém o juiz
pode receber a denúncia e ao final aplicar uma pena adequada se
utilizando da Emendatio libelli.

Justa causa
Lei 11719/2008 – o juiz conferirá se não é uma aventura jurídica do MP, se for ele
rejeitará a denúncia.
Justa causa duplicada – Materialidade e indícios de autoria. Há crimes que exigem
outro crime anterior, fundamental à sua existência que também precisará da
materialidade e indícios de autoria.
Art. 2°, § 1° da lei 9613/98 (lei de lavagem de capitais)
Justa causa triplicada – crime de lavagem de capitais, é preciso demonstrar a justa
causa deste e do crime antecedente, mas há a possibilidade de o crime
antecedente também ser uma infração penal pretérita.
Ex: alguém lava capital de uma receptação, que é produto de um crime de roubo
(por exemplo). Há a necessidade de justa causa nos três.

Condições específica da ação penal


1) Requisição do ministro da justiça (Ação penal pública condicionada a
requisição)
2) Representação do ofendido (Ação penal pública condicionada a
representação)
Condições de procedibilidade (requisição e representação) X condições de
prosseguibilidade (Requisição e representação, mas após o processo e Art. 152
CPP (doença mental sobreveio ao réu, o processo é suspenso até que o réu se
reestabeleça). O estelionato era de Ação penal pública incondicionada) X
Condições de punibilidade.
Condições específicas
● Prática de um fato aparentemente criminoso
● Punibilidade concreta – há uma lei penal dizendo que o fato é crime e há
pena
● Legitimidade de parte
● Justa causa

Princípios que regem a ação penal


Princípios gerais
Princípio do ne procedat iudex ex officio – o juiz não pode proceder a ação penal
de ofício, em decorrência do sistema acusatório.
Princípio da intranscedência – nenhuma pena pode passar da pessoa do réu n faz
sentido que a ação penal seja desenvolvida contra uma pessoa q não praticou
aparentemente o fato delituoso.
Princípio do ne bis in idem – n posso punir a pessoa duas vezes pelo mesmo fato.
Réu foi absolvido. Ainda que depois o réu prove que foi ele, n será processado
novamente. É vedade a revisão pro societate, apenas pode haver em benefício do
réu.
Decisão com base em certidão de óbito falsa n produz coisa julgada.

Princípios da ação penal privada

Princípio da oportunidade ou da conveniência – A vítima decide se proporá ou n a


ação penal.
Princípio da disponibilidade – A vítima pode desistir da vítima ainda após iniciada
ela.
Princípio da indivisibilidade – Sabendo que há mais de um Autor de crime (A e B, A
é mal e B é bonzinho), eu proponho a ação contra uma pessoa só, isso n pode
devo propor a ação contra todos os que praticaram o fato.
Princípios aplicáveis à ação penal pública
Princípio da obrigatoriedade ou legalidade processual – Há um dever para a polícia
judiciária de investigar e um dever para o MP de propor a ação.
*Justa causa – opinio delicti ou ele propõe a ação ou arquiva o inquérito
Arquivamento do IP fere?
Aplica-se ao crime de ação penal pública condicionada?
Representação? O ofendido escolhe se representa, e se o ofendido quiser
representar, e houver justa causa, o MP fica obrigado a propor a ação penal.
Denúncia
Princípio constitucional implícito.
Princípio da legalidade – Art. 5°, XXXIX
Funções do MP
Art. 129, I.
Decorrências legais da obrigatoriedade
Art. 27 e 40 CPP
Mecanismos de controle
Art. 28 CPP (a redação antiga que está sendo aplicada na prática, ou o novo Art.
28)
Ação privada subsidiária da pública
É um princípio absoluto? Não, mas só pode ser afastado por previsão legal.
Exceções: Transação penal (Art. 76 da lei 9099/95, princípio da obrigatoriedade
mitigada ou da discricionariedade regrada), acordo de leniência nas infrações
contra a ordem econômica (Lei 12529/2011 Arts. 86 e 87), ANPP (Lei 13964/ 2019
que adicionou o Art. 28-A CPP), (Lei 12850/2013 Art. 4°, § 4°) Colaboração
premiada, Termo de ajustamento de conduta (Lei 12651/2012 Art. 60 Doutrina
entende que é falta de interesse utilidade, STJ entende que a celebração de termo
de ajustamento de conduta é incapaz de impedir a persecução penal, repercutindo
apenas, em hipótese de condenação, na dosimetria da pena. (RHC 41003-PI).
Princípio da indisponibilidade – iniciada a ação pública o MP n pode dela dispor, n
pode desistir. Art. 42 e 576 CPP. Pedido de absolvição do réu pelo MP – fere o
princípio da indisponibilidade? MP convencido da justa causa (indícios de
materialidade e autoria) n pode desistir da ação, mas caso n esteja convencido
dela, ele pode e deve (pelo bem da justiça) pedir pela absolvição, além disso MP n
pode desistir de recurso, mas pode decidir se vai ou n propô-lo.
Exceção ao princípio da indisponibilidade – Art. 89 da lei 9099/95 Suspenção
condicional do processo.
Princípio da oficialidade
Persecução penal – órgão oficial
Qual órgão? Art. 129, I CF de 88
CPP Art. 26 – incompatível com a CF de 88.
Princípio da oficiosidade
A ação penal deve ser iniciada de ofício pelo MP
Interesse estatal X interesse da vítima
Não se aplica à ação penal pública CONDICIONADA.
Princípio da autoritariedade – Os órgãos investigantes e processantes devem ser
autoridades públicas.
Princípio da indivisibilidade ou da divisibilidade? Parte da doutrina defende que na
ação pública é aplicada a indivisibilidade, o MP n pode escolher só um dos autores
e oferecer denúncia. Na jurisprudência é defendido que se aplica a divisibilidade,
pois A e B são autores e o MP já formou sua opinio delicti em relação a A e
ofereceu a denúncia, e contra B ele ainda precisa investigar, ele já coloca na
denúncia que se ele concluir que B tbm é, ele oferecerá denúncia contra B.
Espécies de ação penal

Ação Penal Pública


Legitimidade: MP Art. 129, I CF de 88
*Incondicionada: N depende de representação do ofendido ou de requerimento do
ministro da justiça e é a regra geral.
*Condicionada – a representação do ofendido ou a requisição do ministro da
justiça. A lei especificará.
Ação Penal Pública Condicionada
Princípios – mesmos da ação penal pública incondicionada com exceção da
oficiosidade.
Cabimento
Exemplo: Art. 147, § único Código Penal – Ameaça
Legitimidade – Ministério público – se houver representação – condição de
procedibilidade
Legitimidade para representar – Art. 39 do CPP
1) Ofendido com 18 anos completos ou mais – pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais.
2) Ofendido menor de 18 anos, mentalmente enfermo ou retardado mental –
representante legal.
Quem é o representante legal? Ascendente, tutor ou curador. (as vezes
uma tia q não possui a guarda nos papeis pode representar pois o direito
processual penal n deixará a vítima sem assistência por causa das
formalidades)
3) Menor emancipado, nos termos da lei civil – n repercute no processo penal,
necessita de representação, mas quem seria? Parte da doutrina defende
que tem q chamar alguém da família (tutor, ascendente ou curador) e parte
defende q tem q esperar a maioridade civil.
4) Menor de 18 anos mentalmente enfermo ou retardado mental, que n tenha
representante legal, ou cujos interesses colidirem com os do representante
legal. Curador especial Art. 33 CPP
5) Morte ou declaração de ausência do ofendido Art. 24, § 1° e o Companheiro
tbm está nesta possibilidade.

Vítima pessoa jurídica – quem oferece a representação


Art. 37 CPP “devendo ser representados por quem os respectivos contratos ou
estatutos designarem)
Destinatários da representação:
● Autoridade policial, MP ou juiz (Art. 39 CPP)
Prazo para a representação Art. 38 CPP = seis meses, contanto do dia em que vier
a saber quem é o autor do crime ou no caso do Art. 29 (ação penal privada
subsidiária da pública), do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da
denúncia. Art. 10 Código penal, o dia do começo é incluído no cômputo do prazo.
Isso ocorre por causa dos efeitos da decadência no direito material, que nos
termos do Art. 107 do Código penal, extingue a punibilidade.
Eficácia objetiva da representação
O MP fica atrelado aos crimes contidos na representação, não aos autores
indicados.
RHC 70.157, STJ.
É necessário formalismo para a representação? Embora seja comum a vítima
assinar um termo de representação, para que a representação seja feita basta que
a vítima demonstre interesse na persecução penal.
É cabível retratação? Sim, mas até o oferecimento da denúncia.
Art. 25
Art. 16 da lei 11340 – violência doméstica – deixa antes do recebimento da
denúncia e ouvido o MP.
A retratação da retratação é uma nova representação que só é possível dentro do
prazo decadencial.

Prazo para oferecimento da requisição

O entendimento é que não é decadência, mas prescrição


O destinatário é o MP
Discricionariedade do ministro da justiça.
Vincula o MP? Mesmo raciocínio da representação, o MP verifica se há justa causa
Eficácia objetiva – direciona-se aos crimes que foram praticadas
Cabe retratação? 2 correntes: uma diz que sim, outra que não, esse ponto é
doutrinário.
Art. 145, § único Código penal e Art. 7°, § 3° Código penal.

Ação penal de iniciativa privada


Legitimação ativa – ofendido ou seu representante legal. Mesmas regras da ação
penal pública condicionada a representação.
Atenção! aqui há a necessidade de advogado
Art. 32
Com poderes especiais
Art. 44.
Peça inicial – queixa crime
Partes – querelante(ofendido) e querelado (autor do fato)
Cabimento – no código penal estará escrito (somente se procede mediante queixa)
Princípios – Oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade
Ação penal privada:
● Exclusivamente privada ou propriamente dita (aquela do Código penal)
● Personalíssima (a morte do ofendido, leva à extinção da punibilidade do
agente
● Subsidiária da pública (inércia do MP)
Exclusivamente privada ou propriamente dita – é a regra geral. Ofendido,
representante legal, sucessores, curador.
Personalíssima – privativa do ofendido.
A queixa só pode ser oferecida pelo próprio ofendido, n é possível a sucessão
processual.
A morte da vítima extingue a punibilidade – único exemplo: Art. 236 do código
penal.
Privada subsidiária da pública – somente é cabível diante da inércia do MP
Art. 29 CPP
Art. 5°, LIX CF de 88
Continuação da ação penal privada subsidiária da pública
Faculdade do ofendido – o MP é obrigado
Queixa crime substitutiva
É cabível em todo e qualquer delito? Em alguns casos a vítima é a sociedade,
então não é possível em todos os casos
Art. 80; 82, III e IV do CDC entes que podem iniciar uma ação privada subsidiária
da pública.
O prazo é de 6 meses contado da inércia do MP
Decadência imprópria (legitimidade concorrente) (a vítima n pode mais agir depois
do prazo de 6 meses, mas o MP pode agir até a prescrição)
Poderes do MP na ação penal privada subsidiária da pública, ele estará em
litisconsórcio com a vítima e ele pode
1) Oficiar pela rejeição da peça acusatória
2) Repudiar a queixa – fica obrigado a oferecer denúncia substitutiva.
3) Aditar a queixa, tanto em seus aspectos formais quanto materiais. Tanto
para incluir coautores ou outros fatos delituosos como para incluir
circunstâncias de tempo ou de lugar:
4) Intervir em todos os termos do processo – pode interpor recurso, oferecer
meios de prova etc. Pode agir como se parte principal fosse.
Ação penal indireta? Em caso de inércia da vítima o MP retoma a titularidade da
ação penal (ação penal indireta).
Causas extintivas da punibilidade relativas à ação penal exclusivamente privada e
privada personalíssima
Não há na subsidiária da pública, pq o MP ta ali com a vítima
Decadência = Perda do direito de agir pelo decurso do tempo previsto em lei
Prazo: 6 meses a contar do conhecimento da autoria – exercício com o
oferecimento da queixa (não demanda o recebimento)
Oferecimento da queixa crime perante juízo incompetente interrompe a
decadência.
Pedido de instauração do inquérito/demora na investigação – não interrompe nem
suspende o prazo decadencial.
Situações peculiares quanto ao início do prazo
Parágrafo único do Art. 236 – A ação penal depende de queixa do contraente e
não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por
motivo de erro ou impedimento anule o casamento.
2 – ART. 529 do cpp. Resp. 336.553/SP
Nos crimes contra a propriedade imaterial a vítima tem 30 dias após a
homologação do laudo pericial para oferecer a queixa, porém isso poderia deixa o
início do prazo decadencial nas mãos da vítima, e para que isso n acontece a
jurisprudência defende que se não precisa de laudo – a regra é de 6 meses,
precisando de laudo deve ser feito dentro do prazo decadencial de 6 meses.
STF: diz que o prazo não é o da homologação do laudo, mas da ciência da
homologação do laudo.
Contagem do prazo em caso de sucessão processual.
Sucessores tem direito ao prazo restante.
Contado de quando?
Se já tinham conhecimento da autoria = se o ofendido sabia do crime e, contou aos
sucessores e por exemplo, morreu dois meses após o conhecimento da autoria,
eles têm o prazo restante de quatro meses para oferecer a queixa.
Se ainda não tinham conhecimento da autoria = Corre os 6 meses a partir de
quando os sucessores tomarem conhecimento da autoria, Prazo uno em relação
aos sucessores, se o cônjuge sabia, passados os 6 meses o ascendente propor a
ação, vai se operar a decadência

Renúncia
É um ato unilateral e voluntário
Desdobramento do princípio da oportunidade ou conveniência
Antes do início da ação penal
Só se aplica às ações exclusivamente privada e privada personalíssima
Em razão do princípio da indivisibilidade a renúncia concedida a um dos coautores
estende-se aos demais
A renúncia não admite retratação.
Pode ser expressa (art. 50) ou tácita (art. 104)
O recebimento de indenização, em regra não significa renúncia tácita, exceto pelo
Art. 74 da lei 9099
Perdão do ofendido, ocorre no curso da ação penal, ato voluntário, e é bilateral.
Judicial ou extrajudicial, expresso ou tácito (art. 106 CPP).
Só se aplica às ações exclusivamente privada e privada personalíssima
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveita a todos, sem que
produza efeitos em relação ao que recusar.
II – Se concedido por um dos ofendidos, n prejudica o direito dos outros.
Art. 55 CPP aceitação do perdão por procurador com poderes especiais
Art. 58 CPP o silêncio do querelado significa aceitação.
Até qual momento se pode perdoar o querelado? Até o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
Perempção – se dá no curso da ação penal – inércia do querelante na prática de
ato processual – perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal
exclusivamente privada ou personalíssima, em virtude da desídia do querelante.
CUIDADO PARA N CONFUNDIR COM DECADÊNCIA – inércia antes do início da
ação
Art. 60, I – Quando iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
Precisa intimar o querelante pessoalmente? Precisa intimar pessoalmente sim.
Prazo contínuo
Art. 60, II – falecido o querelante, n aparecer nenhum dos sucessores em 60 dias,
e aqui n precisa intimar pessoalmente.
Art. 60, III – querelante deixa de comparecer sem motivo justificado a qlqr ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de
condenação nas alegações finais
A qlqr ato do processo que deva estar presente – juiz intimou e querelante n foi
sem motivo justificado. Se for de conciliação, significa que ele não quer conciliar.
Deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais (n pode absolver,
deve julgar extinta a punibilidade pela perempção)
1°) Esse pedido de condenação precisa ser expresso? (O pedido n precisa ser
expresso, se da leitura da condenação for possível perceber que o querelante
pede pela condenação, isto basta)
2°) Se houver pedido de absolvição? O juiz extingue a punibilidade em decorrência
da perempção
Art. 60, IV – quando sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
N tem quem continue a ação penal
Havendo vários querelantes a perempção quanto a um deles n atingirá os demais
N se aplica à ação penal privada subsidiária da pública.
Os sucessores processuais são: Cônjuge companheiro, ascendente, descendente
e irmão.
Atuação do MP na Ação penal privada – fiscal da lei – se ele n estiver implica em
nulidade relativa
Deve zelar pela indivisibilidade da ação penal privada, se for mero esquecimento
ele pedirá ao juiz que intime o querelante para aditar a queixa, mas se não for, ele
pedirá pela renúncia da queixa e pela extinção da punibilidade em relação a todos.
Ação penal Casos especiais
Ações penais referentes a determinados crimes, e inovações legislativas em pauta
na jurisprudência
Ação penal nos crimes contra a honra de funcionário público no exercício de suas
funções. Art. 145, parágrafo único do Código penal, e Art. 141, II código penal,
Súmula 714 STF (legitimação concorrente, podendo ser iniciada por queixa-crime
ou por denuncia dependente de representação)
Preclusão concorrente ou alternativa? Oferecendo a queixa crime o ofendido n
pode representar ao MP, pois uma preclui na ocorrência da outra. A doutrina
defende que é alternativa, mas o STF (súmula 714) está defendendo que é
concorrente.
Ação penal privada subsidiária da pública se o MP n ajuizar, em caso de
representação? Não
Crimes contra a dignidade sexual
Antes da Lei 12015/ 2009 regra: ação penal privada
Exceção:
A vítima ou seus pais n podiam prover às despesas do processo sem privar-se de
recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família – ação penal pública
condicionada à representação.
Crime cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou
curador – ação penal era pública incondicionada
A partir da lei 12015/2009
Regra: ação penal pública condicionada à representação
Crime contra vulnerável – ação penal pública incondicionada.
Lei 13.718, de 24 de setembro de 2018 – regra geral – ação penal pública
incondicionada.
Direito intertemporal – devemos saber se a regra é mais benéfica ou menos
benéfica para o réu para saber se há ultratividade.
Ação penal privada – mais benéfica (extinção da punibilidade pela decadência,
renúncia, perdão, perempção)
Ação penal pública condicionada – diminui um pouco as possibilidades (princípio
da obrigatoriedade, disponibilidade, e se houver representação MP é obrigado a
agir, mas resta ainda a decadência do direito de representação)
Ação penal pública incondicionada – aqui resta apenas a absolvição, se ocorrer, é
a menos benéfica.
Ação penal no crime de injúria qualificada ou injúria racial
Código penal Art. 140, § 3°
Era de ação penal privada
Com a lei 12.033/2009 passou a ser de ação penal pública condicionada a
representação
Art. 145, parágrafo único do código penal – Procede-se (...) mediante
representação do ofendido, no caso (...) do § 3° do Art. 140 deste código.
Atenção! Delitos de racismo, previstos na Lei 7716/89 – ação penal pública
incondicionada!
Ação penal no crime de injúria real prática de injúria por meio de violência ou vias
de fato, que pela natureza ou meio empregado, sejam tidos por aviltantes.
Se resultar em lesão corporal
Leve – pública condicionada à representação
Grave ou gravíssima – pública incondicionada.
Ação penal nos crimes de lesões corporais leves e culposas na lei maria da penha
Art. 88 Lei 9099/95 – se procede mediante ação penal pública condicionada a
representação
Art. 41 da lei 11340/2006 – veda a aplicação da lei 9099/95 aos crimes cometidos
no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Inicial divergência
STF ADI 4424 e ADC 19 – constitucional o Art. 41 da lei maria da penha
STJ – enunciado 542 “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante
de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”.
Atenção! Estelionato antes a regra era ação penal pública incondicionada
Lei 13946 de 24 dezembro de 2019:
Art. 171, § 5° – Ação penal pública condicionada à representação.
Exceções – se a vítima for:
● Administração Pública, direta ou indireta;
● Criança ou adolescente
● Pessoa com deficiência mental;
● Maior de 70 anos de idade ou incapaz
A ação penal é pública incondicionada.
A inovação legislativa trouxe uma inovação benéfica, a lei nova vai retroagir, para
casos anteriores:
Observa-se que o novo comando normativo apresenta caráter hibrido, pois além
de incluir a representação do ofendido como condição de procedibilidade para a
persecução penal, apresenta potencial extintivo da punibilidade, sendo tal
alteração passível de aplicação retroativa por ser mais benéfica ao réu. Contudo,
além do silêncio do legislador sobre a aplicação do novo entendimento aos
processos em curso, tem-se que seus efeitos não podem atingir o ato jurídico
perfeito e acabado (oferecimento da denúncia), de modo que a retroatividade da
representação no crime de estelionato deve-se restringir à fase policial, não
alcançando o processo. Do contrário, estar-se-ia conferindo efeito distinto ao
estabelecido na nova regra, transformando-se a representação em condição de
prosseguibilidade e não de procedibilidade. (HC 573.093/SC, Rel. Min.
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Quinta Turma, J. 9/6/2020, DJe de
18/6/2020)
Há uma divergência no STJ.
A retroação do § 5° do Art. 171 do código penal alcança todos os processos em
curso, ainda sem trânsito em julgado, sendo que essa não gera a extinção da
punibilidade automática dos processos em curso, nos quais a vítima não tenha se
manifestado favoravelmente à persecução penal. Aplicação do Art. 91 da Lei
9099/95 por analogia. O ato jurídico perfeito e a retroatividade da lei penal mais
benéfica são direitos fundamentais de primeira geração, previstos nos incisos
XXXVI e XL do Art. 5° da constituição federal. Por se tratarem de direitos de
origem libera, concebidos no contexto das revoluções liberais, voltam-se ao Estado
como limitadores de poder, impondo deveres de omissão, com o fim de garantir
esferas de autonomia e liberdade individual. Considerar o recebimento da
denúncia como ato jurídico perfeito inverteria a natureza dos direitos fundamentais,
visto que equivaleria a permitir que o Estado invocasse uma garantia fundamental
frente a um cidadão. (HC 583.837/SC Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Sexta
Turma. J. 4/8/2020. DJe de 12/8/2020)
STF
Em face da natureza mista (penal/processual) da norma prevista no § 5° do Art.
171 do código penal, sua aplicação retroativa será obrigatória em todas as
hipóteses onde ainda não tiver sido oferecida a denúncia pelo MP,
independentemente do momento da prática da infração penal, nos termos do Art.
2° do CPP, por tratar-se de verdadeira “condição de procedibilidade da ação
penal”. 3. Inaplicável a retroatividade do § 5° do Art. 171 do Código penal, às
hipóteses onde o MP tiver oferecido a denúncia antes da entrada em vigor da lei
13964/2019; uma vez que, naquele momento a norma processual em vigor definia
a ação para o delito de estelionato como pública incondicionada, não exigindo
qualquer condição de procedibilidade para a instauração da persecução penal em
juízo. (STF-1ª Turma, Rel. Min. Alexandre de Morais. Publ. 3/11/2020). Mesmo
sentido da quinta turma do STJ.
Mas a sexta turma do STJ tbm ta indo no sentido do STF.
Denúncia e Queixa
Peça inicial – ação pública(denuncia) – ação privada(queixa)
Legitimidade – MP na denúncia e querelante na queixa
“litisconsórcio” ativo (Sim, em razão de continência...)
Escrita, via de regra – lei 9099 permite oralmente
Art. 41 e 44 do CPP
Exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias.
Deve constar:
● Fato propriamente dito (não a mera descrição do tipo) – o que? Onde?
Quando? Como foi?
● Circunstâncias de tempo, lugar e modus operandi.
● Qualificadoras, causas de aumento e diminuição de pena, etc.
● Agravantes? (podem ser reconhecidas de ofício – Art. 385 CPP)
● Réu se defende dos fatos
● INÉPCIA DA DENÚNCIA
Qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo
● Qualificação do acusado
● Dados que permitam saber a identificação física
● Divergência: é possível denunciar sem identificação?
● Alterações da lei 11719/2008 – suprimiu citação por edital no caso de
pessoa incerta.
Classificação do crime
● Tipicidade do fato – vinculação? Não, não vincula nem o promotor, nem o
juiz.
● Alteração da classificação pelo juiz – quando do recebimento da inicial? De
início n há razão para isso, mas lá na frente que ele vai olhar. Só vai alterar
no começo, de acordo com STF e STJ nas hipóteses abaixo.
1) Em benefício do réu
2) Para fixação da competência
3) Para determinação do procedimento
● STJ acrescenta matérias de ordem pública. Ex: prescrição.
● Rejeição Parcial da denúncia para decotar qualificadora por falta
de justa causa.
Rol de testemunhas
1) Não é requisito essencial, pois em alguns casos n há testemunhas.
2) Momento adequado – antes da relação processual
3) Preclusão temporal?
Outros requisitos
Pedido de condenação
Precisa indicar a pena? Não, basta o pedido de condenação
Precisa ser expresso? A peça inicial precisa trazer a ideia de que estou pedindo a
condenação
Pode pedir absolvição imprópria (inimputável, ação penal de prevenção geral)?
Endereçamento
Inépcia?
STF: DENUNCIA. EMBORA TENHA OCORRIDO EQUIVOCO NA INDICAÇÃO DO
JUÍZO A QUO E DIRIGIDA, NÃO É INÉPTA, POIS DESCREVE OS FATOS
SUFICIENTEMENTE, DE MODO A PERMITIR O REGULAR EXERCÍCIO DA
DEFESA. IRREGULARIDADE QUE PODE SER SUPRIDA A TODO TEMPO,
ANTES DA SENTENÇA. RHC IMPROVIDO. (RHC 60216, Relator(a): Min.
CORDEIRO GUERRA, Segunda Turma, julgado em 31/08/1982, DJ 24-09-1982
PP-09444 EMENT VOL – 10268-01 PP-00219)
Redação em vernáculo
Os atos processuais devem ser feitos em língua portuguesa
Nome e assinatura
Inexistência – falta de nome e assinatura gera inexistência
Irregularidade, se puder identificar que foi feita por um promotor de justiça (quota
assinada)
RHC 939.971/RS
Queixa: sempre inexistente se não assinada (NUCCI)
Razões de convicção ou presunção da delinquência
Elementos de convicção
Justa causa – materialidade e indícios de autoria
“petição inicial” e “seus documentos”
O que é criptoimputação? É a imputação criptografada, o réu n sabe do que está
sendo acusado, se ocorrer, cabe inépcia da denúncia.
Requisitos específicos para a queixa crime

Art. 44
Procuração com poderes especiais
Substabelecimento
Nome do querelado (lei fala querelante!)
Menção do fato criminoso
Demonstrar que não se operou decadência.
Não é necessária procuração se o querelante advogar em causa própria
Defeitos da procuração são supridos?
Prazo para sanar defeito da procuração. 2 correntes:
Desde de que seja feito dentro do Prazo decadencial
A qualquer momento – prevalece
Art. 569 do CPP
Rejeição da denúncia ou queixa que não preencha os requisitos formais (também
se faltar condição da ação, pressuposto processual ou justa causa).
Decisão, via de regra, atacável por Recurso em sentido estrito
Repropositura
Prejuízo à ampla defesa
Se for sanável a deficiência – suprir antes da sentença – aditamento
No caso de ação penal privada – somente dentro do prazo decadencial.
Custas processuais
Art. 806 e 806, § 1° e Art. 804
Prazo
Art. 46 réu preso 5 dias, réu solto ou afiançado 15 dias
Art. 46, § 1°.
Aplica-se a queixa crime? Sim, no caso de réu preso.
Prazos específicos da legislação especial
LEI RÉU PRESO RÉU SOLTO
Lei de drogas 10 dias 10 dias
CPPM 5 dias 15 dias (pode dobrar ou
triplicar)
Crimes economia 2 dias 2 dias
popular
Código eleitoral 10 dias 10 dias

Consequências da perda do prazo:


Cabimento de ação penal privada subsidiária da pública (MP se mantêm inerte)
Perda do subsídio?
Art. 801 CPP
Se acusado preso – relaxamento da prisão
Inércia dolosa – pode caracterizar crime de prevaricação (para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal).
Denúncia genérica e crimes societários
Coautoria e participação – necessidade de descrever, o quanto possível a conduta
de cada um dos agentes.
Crimes societários ou de gabinete e de autoria coletiva.
Denúncia geral – “quando o órgão acusatório imputa a todos, indistintamente, o
mesmo fato criminoso, independentemente das funções por eles exercida na
sociedade – peça não é inepta, desde que certo e induvidoso o fato atribuído”.
Denúncia genérica – “quando a acusação imputa a existência de vários fatos
típicos, genericamente, a todos os integrantes da sociedade, sem que se possa
saber quem teria agido de tal ou qual maneira” não é admitida pela jurisprudência.
RHC 96.738/RS; RHC 99.543/MG; RHC 47.193/SC.
Se a ampla defesa for assegurada, for possível, é válido.
Cumulação de imputações:
Objetiva: imputo na mesma peça de início, vários fatos
Subjetiva: vários réus
Imputação implícita? Não trago expressamente os fatos, ou o réu e quero que
posteriormente seja condenado, n é aceito.
Imputação alternativa? Sujeitos. Crimes. N se admite. A e B são suspeitos, MP
denuncia, e coloca na peça que ou foi A ou foi B, sem demonstrar certeza.

Aditamento da denúncia

Aditar – adicionar – acrescentar ou complementar a peça acusatória:


Com fatos, sujeitos ou elementos novos.
N posso retirar réu, suprimir fato, pelo princípio da obrigatoriedade e da
indisponibilidade da ação penal público, se constatar uma dessas coisas ele pede
absolvição.
Princípio da correlação. Ampla defesa
Retificar ou esclarecer a peça inicial
Momento: desde o oferecimento da peça acusatória até o instante imediatamente
anterior à sentença.
Possibilidade de causar tumulto: Pode deixar de aditar e iniciar uma nova ação
penal em momento anterior
1) Quanto ao objeto do aditamento:
● Aditamento próprio – acréscimo de fatos ou sujeitos não contidos
na peça inicial.
● Próprio real – fatos delituosos, qualificadoras ou causas de
aumento de pena.
● Próprio real material - fatos
● Próprio real legal – capitulação jurídica do fato criminoso
● Próprio pessoal – inclusão de coautores ou partícipes
● Aditamento impróprio – não acrescenta fato ou acusado, mas
corrige alguma falha na denúncia

2) Quanto à voluntariedade
● Espontâneo
● Provocado – princípio da obrigatoriedade.
● CPP Art. 384, § 1°
● CPP Art. 417
● Interrupção da prescrição CP: Art. 117, I. E quanto ao aditamento?
Interrompe? Aditamento impróprio – não; Aditamento próprio: Real –
inclusão de fato novo – Sim. Pessoal – não gera interrupção da
prescrição. Art. 117, § 1°.
Aditamento da Queixa
1) Aditamento impróprio – a qualquer tempo, seja pelo MP, seja pelo
querelante.
2) Aditamento próprio
● Pelo MP: Art. 45 CPP. Na ação penal privada subsidiária da pública
– amplos poderes para aditar. Na ação penal exclusivamente privada
e privada personalíssima – não pode incluir fatos ou autores, apenas
circunstâncias de tempo, lugar...
● Pelo querelante – divergência. A omissão pode implicar em renúncia,
parte da doutrina diz que não pode aditar, outra parte diz que pode,
pois a omissão pode n ter sido de propósito.

Ação Civil Ex Delicto

Art. 186 e 927 do Código Civil. Ato ilícito que causa dano, gera o dever de
indenizar.
Sistemas quanto à relação entre a ação civil ex delicto e o processo penal
1) Sistema da confusão – mesma ação para imposição de pena e
ressarcimento dos prejuízos.
2) Sistema da solidariedade – cumulação obrigatória de ações perante o juízo
penal, no mesmo processo – uma de natureza cível e outra de natureza
penal.
3) Sistema da livre escolha – pode promover a ação no cível, ou optar pela
cumulação das pretensões no processo penal.
4) Sistema da separação ou da independência – as duas ações podem ser
propostas de maneira independente.
Art. 91, I Código penal
Art. 63 e 64(independência entre as instâncias cível e criminal) CPP
Formas de buscar o ressarcimento do dano causado pelo crime:
● Ação de conhecimento – não aguarda a sentença penal condenatória.
Art.64 CPP
● Ação de execução ex delicto – execução da sentença penal condenatória.
Art. 63 CPP.
Sentença penal condenatória como título executivo
CPP Art. 387, IV
Ao executar no cível n se discute:
● Se deve
● Quem deve
● Art. 935 CC
● O que pode ser discutido no cível? Valor mínimo
● Dano moral fixado na sentença criminal? Sim, e decorre in re ipsa (resp.
objetiva).
Legitimidade ativa
● Ofendido
● Representante legal
● Herdeiros
● Art. 68 CPP
Legitimidade Passiva
● Autor do crime
● E o responsável civil?
Juiz pode fixar:
● Valor exato – executa
● Valor mínimo – primeiro liquida dps executa
● Se negar ou fixar valor menor – cabe apelação
● Revisão criminal efeitos – sentença penal condenatória que fixou valor de
indenização, essa parte também perde a validade, a vítima não tem direito
a ressarcimento do dano. Vai ser ressarcido pelo Estado se já tiver sido
pago o valor à vítima, pq foi erro do Estado.

Ação para ressarcimento do dano


Art. 64 CPP
Legitimidade passiva – autor do crime ou o responsável civil.
Responsável civil – rediscutir matérias apreciadas no processo penal?
Prevalece na doutrina que sim!
Suspensão da ação civil
Art. 64 parágrafo único
Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o
julgamento definitivo daquela.
Absolvição do réu no processo penal e repercussão na indenização
Art. 66
Art. 386 do CPP
Provada a inexistência do fato
Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal
Não há prova da existência do fato – dúvida permite a ação civil
Não constitui o fato infração penal – apesar de n ser crime, é ato ilícito
Não há prova suficiente para a condenação – se n houver prova o suficiente para a
condenação há dúvida, o que pode ser discutido no cível
Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal
Existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou
mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência
Art. 65 CPP.se o réu tiver agido amparado por excludente de ilicitude, isto faz coisa
julgada no cível.
Provada causa excludente de ilicitude real – faz coisa julgada no cível, desde que
o ofendido tenha dado causa à excludente.
Legítima defesa putativa e erro na execução do crime, permitem a indenização
civil.
Se a pessoa lesada ou o dono da coisa deteriorada ou destruída não for o
causador do perigo, tem direito à indenização – Art. 929 CC.
Excludentes de culpabilidade – não excluem a indenização cível
Fundada dúvida acerca de causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade – não
impede a ação cível.
Sentença absolutória imprópria – não gera dever de indenizar. Possível ação civil
contra a pessoa a quem competia a guarda do inimputável.
Sentença absolutória proferida pelo tribunal do Júri.
Art. 67 do CPP.
Prazo prescricional da ação civil ex delicto
Art. 200 CC
Art. 206, § 3° - 3 anos
STJ – para fins de incidência do Art. 200 do CC é fundamental que exista processo
penal em curso ou, pelo menos, a tramitação de inquérito policial até o seu
arquivamento. Informativo 500.

Citação

É o ato que dá ao acusado o conhecimento de que ele faz parte da relação


jurídico-processual penal.
É o ato processual pelo qual se leva ao conhecimento do acusado a notícia de que
contra ele foi recebida a peça acusatória, o teor da peça acusatória (que contêm
todos os termos da acusação), para que possa se defender (réu se defende dos
fatos, que estão bem articulados na peça de início).
Contraditório e Ampla defesa.
Falta de citação ou citação nula: Nulidade absoluta – prejuízo presumido
CIRCUNDUÇÃO – ato pelo qual se julga nula ou de nenhuma eficácia a citação.
Exceção – Art. 570 do CPP.
Efeitos da citação válida no processo penal:
Art. 363
Interrupção da Prescrição: Não é com a citação!
Código Penal: Art. 117, I.
Prevenção do juízo: Se dará com a distribuição ou a prática de algum ato
decisório, ainda que anterior ao oferecimento da peça acusatória.
Espécies de citação:
Citação pessoal ou real – regra oficial de justiça
● Por mandado;
● Por precatória;
● Por rogatória;
● Por carta de ordem
Ficta ou presumida – instrumentos processuais que permitam que o processo
tenha seu curso regular desenvolvido.
● Citação por edital
● Citação por hora certa.
Citação pessoal
Regra – na pessoa de ninguém, o acusado deve ser pessoalmente citado
Advogado com poderes especiais? No processo penal n tem aplicação
Exceções:
-Pessoa jurídica – representante legal ou diretor com poderes especiais para
receber citação.
-Inimputável – curador. Citação imprópria.
CITAÇÃO POR MANDADO:
● Requisitos intrínsecos do mandado:
● Art. 352 CPP
Art. 357 – requisitos extrínsecos do mandado
A citação no processo penal pode ser feita em qualquer lugar ou hora, respeitando-
se a inviolabilidade de domicílio.
Citação de acusado preso – Art. 360
Súmula 351 STF (doutrina critica essa limitação)
Para comparecer deve ser requisitado (supre a citação).
Citação do Militar – Art. 358 – por chefe do respectivo serviço
Esse procedimento somente se aplica ao militar da ativa. Regra de hierarquia.
Requisição militar: para o comparecimento do militar.
Citação do funcionário público
É pessoal
Art. 359
Citação por carta precatória:
Local certo e sabido
Fora da competência territorial do juízo processante.
Art. 354 e 356 CPP.
Carta precatória itinerante:
Art. 355 § 1°
Ocultação do acusado para n ser citado no juízo deprecado:
Art. 355 § 2°
Art. 362 – redação antiga que tratava da citação por edital. Atualmente: hora certa.
Precatória – outra unidade da federação
Citação do acusado no estrangeiro:
Carta rogatória.
Art. 368
Encaminhamento ao ministério da justiça – solicita cumprimento ao ministério das
relações exteriores – segue para a justiça rogada.
Incompatível com juizados especiais.
Citação do acusado em legações estrangeiras
Embaixadas e consulados
CPP art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras
serão efetuadas mediante carta rogatória.
Suspensão? N há suspensão da prescrição na lei, a doutrina se divide.
Citação por meio eletrônico (e telefone, email)?
Lei 11419/2006 – Art. 6°
N pode. É nula
Citação por carta de ordem
O órgão jurisdicional solicitante é de grau superior.
Processo penal que se inicia no STF, réu ou testemunhas que morem fora do DF.
O juízo do lugar providencia a citação.
Citação por edital
Art. 361
Necessidade de esgotar todos os meios. Réu em local incerto e não sabido.
Súmula n° 366 do STF
OBS: n é cabível citação por edital nos juizados especiais criminais. Lei 9099/95
Art. 66.
Citação por edital e aplicação do Art. 366 do CPP.
Prazo de duração da suspensão do processo e da prescrição:
1ª corrente: Doutrina + STJ: o tempo de suspensão deve ser regulado pelo prazo
da prescrição da pretensão punitiva em abstrato após o que a prescrição voltaria a
correr normalmente. Ex: crime tem 10 anos de prescrição em abstrato, após os 10
anos o prazo prescricional volta a correr, e até que a prescrição se efetive ela
correrá.
STJ súmula 415:
2ª corrente: STF: A suspensão do processo e da prescrição pode perdurar por
prazo indeterminado (STF, RE 460971).
Repercussão geral – RE 600851.
Produção antecipada de provas (processo e prescrição)
Súmula: 455 STJ
Art. 225 CPP
Jurisprudência: Testemunha policial. N é unânime
Decretação da prisão preventiva
Está condicionada aos pressupostos legais
Citação por edital não significa necessariamente que o Réu pretende se esquivar
do poder judiciário
Momento da suspensão
Logo após a citação por edital e antes da resposta à acusação, tendo decorrido o
prazo sem comparecimento do réu ou sem constituição de advogado.
A resposta à acusação só vai ocorrer depois que o acusado for encontrado.
A citação é ato único, não precisa citar denovo se o réu já apareceu
Qnd ele aparecer, eu intimo ele pra oferecer resposta
§ 4°
Art. 394 e 394 § único
Lei de lavagem de capitais 9613/98
Art. 2°, § 2° - aqui n tem suspensão na citação por edital, tudo segue normalmente
e é nomeado defensor dativo.
Citação por hora certa
Acusado que se oculta para n ser citado
Antes da lei 11719/2008 – citado por edital – suspensão do processo – Art. 366
CPP
Depois da lei 11719/2008 – será citado por hora certa.
Art. 362
Pressupostos da citação por hora certa
Que o acusado seja procurado por duas vezes em seu endereço e não seja
encontrado
Que haja suspeita de ocultação
Art. 252 e 253 CPC
Art. 362 parágrafo único
Nomeação de defensor dativo e prosseguimento do processo
Citado pessoalmente e não comparece: nomeia defensor dativo e prossegue com
o processo, na ausência do acusado. N aplica o 366.
Revelia
Existe revelia no processo penal? Réu foi citado (edital, hora certa(prossegue o
feito e nomeia advogado, edital) Réu n fica sem defesa no processo penal,
nulidade absoluta.
Citado pessoalmente ou por hora certa e n comparece
Quais são os efeitos no processo penal: Um dos direitos do réu é n comparecer. A
defesa técnica continua imprescindível no processo penal
Desnecessidade de intimação do acusado para a prática dos demais atos
processuais, salvo em relação à sentença condenatória – capacidade para
recorrer.
Art. 367
Intima advogado? Precisa sim, a qlqr momento o réu pode retornar ao feito

Intimações no processo penal

Intimação – comunicação quanto a ato já realizado


Notificação – ciência quanto à determinação judicial, impondo o cumprimento de
determinada providência.
CPP – n usa essa terminologia, usa só intimação
Formas de intimação das partes
Intimação pessoal – MP, DP e defensor dativo
Art. 370, § 4° CPP
Nulidade
STJ 5ª turma. HC 311676 – SP – N haverá nulidade se o defensor dativo requereu
ser intimado por publicação.
MP – STJ e STF – prazo começa a conta da entrega dos autos no setor
administrativo do órgão.
3ª seção STJ – tema 959 – resp 1349935.
O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é para o MP,
a data da entrega dos autos na repartição ADM do órgão, sendo irrelevante que a
intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado.
Aplica-se à defensoria.
STF – se n for observada a intimação pessoal na DP – impugnação imediata –
preclusão – nulidade relativa (HC 133476, 14/6/2016).
Audiência adiada – possível a intimação dos presentes no próprio termo.
Intimação em audiência – art. 372. Adiada, por qlqr motivo, a instrução criminal, o
juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para
seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.
Intimação por Publicação – defensor constituído, advogados do querelante e do
assistente.
-Deve incluir, sob pena de nulidade, o nome do acusado – Art. 370, § 1°.
-Se tiver vários advogados constituídos – basta o nome de um deles.
-Se não tiver órgão de publicação – Art. 370, § 2°. Caso não haja órgão de
publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo
escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por
qualquer outro meio idôneo.
-A intimação pessoal do advogado feita pelo escrivão dispensa a intimação em
órgão oficial (art. 370, § 3°, CPP)
Súmula 710 STF “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e
não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem”
-Intimação por carta precatória – o prazo começa da data da intimação, e não da
juntada aos autos da carta precatória.
Prazo processual – exclui o dia do início – considera-se efetivada a intimação no
dia seguinte – inclui o dia do termo final.
Súmula 310 do STF – “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a
publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na
segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará
no primeiro dia útil que se seguir”
-Publicação no sábado ou domingo – considera-se realizada a intimação no
primeiro dia útil subsequente.
Intimação de sentença condenatória – réu e advogado intimados.
Prazo para recorrer?
Mesmo revel
Réu solto e réu preso
Intimação da vítima – Art. 201, § 2°
Intimação por hora certa – Art. 370
Lei Maria da Penha Art. 21 e 21, § único.

Competência - Jurisdição - princípio do juiz natural

Convocar juízes para compor uma câmara viola ou não o juiz natural? Depende
Convocação de juiz de primeiro grau - para compor turmas e câmaras
● - convocação de juiz de primeiro grau para substituir desembargador
● - é possível?
● Loman LC 35, Art. 118
Tribunal pleno do STF - defende que sim
O desembargador não pode escolher o juiz, o tribunal terá critérios objetivos para
escolher.
A composição de turma ou câmara é composta em sua maioria por juízes
convocados? não viola tbm o juiz natural. Porém n pode ser por indicação de
desembargador.
“É pacífico o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça e do Supremo
Tribunal Federal no sentido de ser perfeitamente possível a convocação de juízes
de primeiro grau para substituírem desembargadores nos Tribunais, quando em
conformidade com a legislação de regência, não há qualquer ofensa à Constituição
Federal. 2. O caso em apreço não se amolda à hipótese acima, tendo em vista
tratar-se de ação penal originária, porquanto, em última análise, refere-se à
prerrogativas dos membros do Ministério público que, por expressa previsão
constitucional (art. 96, inciso III), possuem foro por prerrogativa de função. 3.
Prevendo o Regimento Interno do tribunal de Justiça Estadual, vigente à época do
julgamento do paciente, de que era necessária a presença de pelo menos dois
terços de seus membros na sessão de julgamento, viola o princípio do juiz natural
quando o referido quórum é completado com juízes de primeiro grau convocados.
(STJ. HC 88.739-BA. 6ª turma. Rel. Min. Haroldo Rodrigues (convocado).
15/06/2010)”
Neste caso houve uma regra específica no julgamento do promotor.. Se a norma
específica prevê que são necessários dois terços da turma ou câmara na sessão,
então não se encaixa na regra a presença do juiz substituindo desembargador.
Turmas ou câmaras suplementares - em razão do excesso de processos, começou
uma situação específica.
eu tenho a primeira turma criminal. ai eu pego um desembargador e formo a turma
1.1, pego outro e faço a turma 1.2 e pego o outro e formo a 1.3, nos três casos eu
convoco dois juízes.
1. Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão
colegiado presidido por Desembargador, sendo os demais integrantes
Juízes convocados. Precedente do plenário do STF.
2. 2. Habeas Corpus extinto sem resolução de mérito. (HC 101473, Relator(a):
MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Primeira
Turma, julgado em 16/02/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-117
DIVULG 07-06-2016 PUBLIC 08-06-2016).
De um lado tem o princípio do juiz natural, que serve para proteger o indivíduo e do
outro a duração razoável do processo, desde que a escolha seja feita sem ferir a
imparcialidade, não fere o juiz natural.
Abrangência do princípio do juiz natural:
● - Apenas a competência constitucional (só essa (Ada Pelegrini Grinover)
● -Também a competência fixada na legislação infraconstitucional(essa é a
minoritária (Aury Lopes Junior)
Competência Criminal
● Noções introdutórias
● A competência é a medida da jurisdição (a jurisdição é una, função
precípua do poder judiciário, não pode ser exercida por um só, é necessário
conferir poderes, criar medidas e limitar poderes que vêm da jurisdição, é
uma questão de organização judiciária.
Art. 69 e incisos, do CPP.
traz os critérios para determinar a competência, mas não determina a ordem a ser
seguida.
Espécies de competência
● em razão da matéria (ratione materiae) - natureza da infração - Art. 69, III.
● em razão da função (ratione funcionae (ou em razão da pessoa (ratione
personae) - Art. 69, VII.
● em razão do lugar (ratione loci) - Art. 69 I e II.
● competência funcional (por fase do processo (ex: tribunal do juri, 1ª fase
juiz, 2ª fase jurados, juiz.), por objeto do juízo - colegiados heterogêneos
(ex: segunda fase do tribunal do juri), nestes dois casos é horizontal a
competência, e por grau de jurisdição, aqui é vertical a competência).
Classificação quanto à natureza do interesse - se é público ou apenas das partes
Competência absoluta e relativa.
Incompetência Absoluta - preponderância do interesse público. Indisponível às
partes. Constitucional - em razão da matéria, por prerrogativa de função, funcional.
Ex: STJ e STF.
Improrrogável*
Como Alegar? exceção de incompetência, verbalmente ou por escrito, no prazo da
defesa.
Reconhecimento de ofício? Sim
(objeção?) diante da possibilidade de ser reconhecida de ofício a doutrina defende
que há na verdade uma objeção.
Consequências do vício: Extinção do feito? não, remeter os autos ao juízo
competente. Aste juízo é vinculado? não, ai manda pro tribunal. Atos praticados
pelo juízo incompetente?
Incompetência Relativa - Preponderância do interesse das partes. Legislação
infraconstitucional. - Territorial, por prevenção, por distribuição, por conexão ou
continência.
Se sujeita à Preclusão*
Como alegar? exceção de incompetência, verbalmente ou por escrito, no prazo da
defesa
Reconhecimento de ofício? Súmula 33 STJ, não tem aplicação no CPP. Art. 109
CPP, juiz pode declarar incompetência de ofício.
Consequências do vício:
Até quando pode ser arguida?
Relativa - na resposta à acusação, sob pena de preclusão. Se sujeita a preclusão
Absoluta - até o trânsito em julgado da eventual sentença. Improrrogável
1° grau - recursos
Após o trânsito em julgado? É possível arguir dependendo do título que transitou
em julgado, se houver sentença penal condenatória ou absolutória imprópria pela
via da revisão criminal, para desconstituir a sentença e o HC se houver risco à
sociedade, mas se for absolutória própria, não pode porque não existe revisão pro
societate.
Como Alegar?
Art. 95, II CPP - exceção de incompetência - absoluta ou relativa?
-Verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa. Absoluta em qlqr instante,
-processada em autos apartados e não suspende o andamento do feito
-precede demais questões. Apenas não precede uma questão -
parcialidade/imparcialidade, superado isto decidirá sobre a competência.
Ainda é possível no bojo da contestação ou numa peça que n seja numa peça de
exceção de incompetência.
Súmula 33 do STJ “A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício”
● Tem aplicação no processo penal? Não.
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne
incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
● Até quando o juiz pode reconhecer de ofício?
● Absoluta - até proferir sentença
● Relativa - até a sentença. Princípio da identidade física do juiz?
Art. 399, § 2° O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. Por causa
deste artigo, alguns defendem que o juiz só pode falar da incompetência relativa
até antes de iniciada a instrução. Doutrina moderna.
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o
processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
1º ponto: decisão proferida por juiz incompetente - inexistente? Nula? É nula.
2º ponto: o Art. 567 se refere a que incompetência?
Doutrina majoritária
Incompetência absoluta - nulos os atos decisórios e instrutórios - juízo competente
deve praticá-los novamente
Incompetência relativa - nulos os atos decisórios, mantidos os atos instrutórios
(princípio da conservação dos atos processuais).
E a jurisprudência?
Incompetência absoluta - nulos os atos decisórios e possibilidade de ratificação
dos atos instrutórios.
Há julgados do STF e do STJ no sentido da possibilidade de ratificação até mesmo
dos atos decisórios!!!
● “Tanto a denúncia quanto o seu recebimento emanados de autoridades
incompetentes rationae materiar são ratificáveis no juízo competente”.
Precedentes. (HC 83006, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno,
Julgado em 18/06/2003, DJ 29-08-2003 PP-00030 EMENT VOL-02121-17
PP-003374).
Incompetência relativa - possibilidade de ratificação dos atos instrutórios e
decisórios.
● A 1ª turma, por maioria, deferiu, em parte, ordem de “habeas corpus” para
declarar insubsistentes os atos decisórios proferidos pela justiça militar, e
determinar a remessa do processo-crime à justiça federal. (...) Reputou que,
ao reconhecer a incompetência da justiça militar, caberia ao STF somente
anular a decisão condenatória. Asseverou que se deveria deixar ao juízo
que o Supremo estaria a considerar competente a decisão de anular, ou
não, os demais atos do processo, pois, do contrário, haveria um salto
jurisdicional. Nesse sentido, destacou caber ao juiz federal decidir acerca
da subsistência, ou não, dos atos já praticados. O ministro Luiz Fux
acrescentou que, atualmente, a divisão de competência em absoluta ou
relativa deveria ter como única consequência remeter os autos ao juízo
competente, pois a jurisdição seria una. Registrou tratar-se de tendência
decorrente da “translatio iudicii”. Explicou que o juízo competente, ao
receber o processo, absorveria a causa e a julgaria e, se entendesse
necessário, poderia renovar os atos processuais. Vencidos, em parte, os
Ministros Rosa Weber (relatora) e Dias Toffoli, que deferiam o “writ” para
decretar a nulidade do processo desde a denúncia, e o Ministro Marco
Aurélio, que indeferia a ordem por entender pela competência da justiça
militar. HC 121189/PR, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, 19.8.2014. (HC-121189)
Problema - doutrina moderna.
Princípio da Identidade física do juiz.
Art. 399, § 2° O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
● compatibilidade com a ratificação dos atos instrutórios?
Art. 567 CPP
O recebimento da denúncia ou da queixa por juízo incompetente não interrompe a
prescrição.
● Ratificação do recebimento pelo juízo competente.
Reconhecimento da incompetência no juízo ad quem
Alegada na apelação:
● pode ser conhecida
* se relativa - foi arguida oportunamente?
* Se absoluta
● de ofício
*Se relativa - preclusão
*Se Absoluta - recurso do réu - o tribunal é livre para apreciar se beneficiem
o réu.
*Recurso da acusação
*Súmula 160 do STF: é nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu,
nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de
recurso de ofício.
*divergência
Caminho p/ determinação da competência
● Competência em razão da matéria
○ – Competência de justiça, qual a justiça competente?
○ Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● Competência originária – foro por prerrogativa de função
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária?
● Competência de juízo? Qual Vara?
● Competência Recursal
Outro caminho
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Tribunais
superiores. STF ou STJ. O primeiro a ser tratado será esse.
● Competência em razão da matéria
o – Competência de justiça, qual a justiça competente?
o Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Demais
Tribunais. Aí me preocupo primeiro com a matéria
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária?
● Competência de juízo? Qual Vara?
● Competência Recursal
Competência por prerrogativa de função (igual eu disse acima)
● Crime Comum X crime de responsabilidade (jurisdição política)
Infrações penais comuns.
● O foro por prerrogativa de função tem a prerrogativa de proteger a função,
não a pessoa
● Pode importar a matéria – não na competência do STJ e STF.
● Presunção de maior isenção – Dupla garantia – sem privilégios para o
ocupante do cargo e que a pessoa não seria punida por outros motivos.
● Não importa o lugar da infração.
Regras importantes
● Crime cometido durante o exercício funcional
● Regra da contemporaneidade: Sumula 394 do STF: ‘cometido o crime
durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por
prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam
iniciados após a cessação daquele exercício’ – Contemporaneidade
● Cancelada em agosto de 1999: necessidade de estar no cargo quando do
julgamento.
● Regra da atualidade.
● Art. 84, §§ 1º e 2°
● Declarada a inconstitucionalidade, com eficácia a partir de 15/09/2002.
Hoje
● Ação penal 937 QO/RJ – 10/12/2018 – foro por prerrogativa de função –
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas. Regra da contemporaneidade e da pertinência temática.
● Contemporaneidade:
● Fatos imputados praticados, em tese, antes do imputado ocupar cargo de
parlamentar federal devem ser julgados na instância judicial ordinária. 4.
Embargos de Declaração não conhecidos. 5. Remessa imediata dos autos
ao juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de São Luís/MA, STF. 1ª
Turma. Inq 3621 ED-segundos, Rel. Rosa Weber, julgado em 14/05/2019.
● Pertinência temática: O crime de corrupção passiva praticado por Senador
da república, se não estiver relacionado com as suas funções, deve ser
julgado em 1ª instância (e não pelo STF). Não há foro por prerrogativa de
função neste caso. STF 1ª Turma. Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 8/10/2019.
● Aplica-se a qualquer agente que tenha foro por prerrogativa de função
● O foro por prerrogativa de função no caso de governadores e conselheiros
de tribunais de contas dos Estados deve ficar restrito aos fatos ocorridos
durante o exercício do cargo e em razão deste. Assim, o STJ é competente
para julgar os crimes praticados pelos Governadores e pelos conselheiros
de Tribunais de contas somente se estes delitos tiverem sido praticados
durante o exercício do cargo e em razão deste. STJ. Corte Especial. APn
857/DF, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, Julgado em
20/06/2018.
● Cuidado!
● Crimes comuns e de responsabilidade cometidos por desembargadores –
mesmo que não tenham sido praticados em razão do cargo – julgamento
pelo STJ, para preservar a imparcialidade. STJ. Corte Especial. QO na APn
878-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/11/2018.
● Termino do mandato faz cessar o foro
● Candidato n reeleito – cessa o foro
● Reeleito, de forma sucessiva e ininterrupta para o mesmo cargo – continua
com o foro.
● Reeleito, mas n sucessivo – sem foro
● Reeleito, de forma sucessiva e ininterrupta, para outro cargo (???). Neste
caso, vai para o juízo de primeiro grau. Mas a depender do instante.
● ‘Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de
intimação para a apresentação de alegações finais, a competência para
processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o
agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava,
qualquer que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min.
Roberto Barroso, Julgado em 03/05/2018.’
● Súmula 451 do STF.
Crime doloso contra a vida
● Princípio da especialidade
● Competência do júri
● Súmula 721 do STF
● Súmula vinculante 45: “a competência constitucional do tribunal do júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual.”
● Desde que fato possua relação ao exercício da função, a competência
do foro por prerrogativa de função prevalece.
● Inq. 4789/RJ, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, 1º/08/2019 – se n tiver
relação com a função, vai pro júri popular.

Princípio da simetria
As constituições estaduais podem prever foro por prerrogativa de função?
● Simetria ou paralelismo
● CE – Foro por prerrogativa
Equivalente no âmbito federal (CF)?
Consequência? (crime doloso contra a vida)
Se sim prevalência do foro, se não prevalência do júri.
Art. 27, §1° e 53, § 1° CF.
ADI 2553/MA.
Não pode por foro por prerrogativa de função sem paralelismo com a CF.

Súmula 704 STF


Art. 78, III.
Separação dos processos
Facultativa: Art. 80 CPP
Obrigatória
Crime contra a vida praticado por agente que possui foro, em concurso com agente
que não possui, o que não possui será julgado pelo júri.
Exceção da verdade
Art. 85 do CPP
Calúnia
A análise da exceção da verdade irá para o tribunal correspondente na CF.
Contemporaneidade e pertinência temática.
Art. 102 da CF – competência do STF.
102, I, b, c, d
Súmula 690 do STF (HC).
Art. 105 da CF – competência do STJ
Art. 105, I, a, c
ADI 5540 – 2017 – é inconstitucional exigir juízo de admissibilidade da assembleia
legislativa para o governador responder processo no STJ.
Art. 52, II (Senado Federal)
Art. 102, I, r (n se trata de conselheiros (CNJ e CNMP).
(conselheiros (CNJ e CNMP) n tem foro)
STF Crime de Crime comum
responsabilidade
Presidente da república e Senado Federal STF
vice presidente da
república
Deputados e Senadores Respectiva casa STF
legislativa
Ministros de Estado e STF, salvo se conexos STF
Comandantes da MAE aos do Presidente da
(Marinha, Exército e república
Aeronáutica)
Ministros do STF Senado Federal STF
Advogado-Geral da Senado Federal STF
União
Membros dos Tribunais STF STF
Superiores (STJ, TSE,
STM, TST) e Membros
do Tribunal de Contas da
União
Chefes de missão STF STF
diplomática de caráter
permanente

STJ Crime de Crime Comum


responsabilidade
Governador dos Estados Tribunal Especial (aula STJ
e do DF de constitucional tem)
Vice-Governador de CE fixa CE fixa
Estado
Desembargadores dos STJ STJ
TJs estaduais e do DF e
membros dos TRFs,
TREs, TRTs
Membros do MPU que STJ STJ
oficiem perante tribunais
Membros dos Conselhos STJ STJ
ou tribunais de contas
dos municípios
Membros dos tribunais STJ STJ
de contas dos estados e
DF
Membros do CNJ e do Senado Federal Se tem foro – observar
CNMP
Se não tem foro – 1ª
instância

● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Tribunais


superiores. STF ou STJ. O primeiro a ser tratado será esse.
● Competência em razão da matéria (próximo a ser tratado)
o – Competência de justiça, qual a justiça competente?
o Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Demais
Tribunais. Aí me preocupo primeiro com a matéria
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária?
● Competência de juízo? Qual Vara?
● Competência Recursal

Competência em razão da matéria (como eu disse acima esse é o próximo a ser


tratado.
Justiça comum (estadual e federal) e Justiça especial (crime eleitoral, militar, ou
justiça trabalhista (???) ).
Justiça especial – se n for dela, é da justiça comum.
Art. 121, CF de 88 – justiça eleitoral (lei complementar)
Código eleitoral. Legislação eleitoral – expressa definição como crime eleitoral.
Crimes conexos.
Bem jurídico.
Se não foi propósito de atentar o processo eleitoral, não será competência da
justiça eleitoral.
Art. 339 – do código eleitoral.
Propósito de macular o processo eleitoral.
Agora, uma briga de marido e mulher onde a mulher picota o título, para irritar o
marido, sem o dolo de macular os direitos políticos, a conduta deve atentar contra
a liberdade dos direitos políticos.
A – mata B durante a campanha eleitoral, os dois eram candidatos e estavam
durante a campanha eleitoral, B estava na frente, e A o mata para ganhar a
eleição. Neste caso não há lei específica, logo a competência continua do júri,
apesar de tentar contra a liberdade dos direitos políticos.
Conexão
Um dos crimes é eleitoral e o outro n.
Art. 35, II Código Eleitoral.
Art. 78, VI CPP
Conexão entre crime eleitoral e de competência da justiça eleitoral
Ela n prevalece quando os crimes são de competência prevista na CF.
Crime eleitoral praticado em concurso com um de competência da justiça federal.
STF inquérito 4435 AgR-quarto. Tribunal Pleno. 14/03/2019. “Compete à justiça
eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, inteligência
dos Arts. 109, IV, e 121 da CF, 35, II do código eleitoral e 78, IV, do CPP.”

Competência da Justiça do trabalho

Art. 114 da CF – após a EC 45/2004


Art. 114, IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando
o ato questionado envolver matéria sujeita a sua jurisdição. (era na época em que
o depositário infiel era preso)
A justiça trabalhista não tem competência para ações penais.

Competência da Justiça militar

Crimes militares próprios – apenas militares podem praticá-los


Ex: Art. 203
Crimes militares impróprios – podem ser cometidos por militares e civis
Ex: Art. 302
Justiça militar da união – pode processar e julgar tanto civis quanto militares.
Justiça militar estadual – só pode processar e julgar militares dos Estados.
Código penal militar
Lei 13.491 – alterou o Art. 9° crimes militares antes dela eram só os previstos no
código penal militar.
Art. 9° - em tempos de paz
Art. 10 – praticados em tempo de guerra
Crimes dolosos contra a vida
Antes da Lei 13491 de 2017
Regra: tribunal do Juri
- Exceção militar, no exercício da função que praticasse homicídio, consumado ou
tentado, ao abater aeronave hostil – justiça militar.
Depois da lei 13491/2017
Regra: Tribunal do Júri – Art. 9º, § 1º
Exceções: as do § 2° do Art. 9º
Art. 125, § 4º CF complementa a exceção do Art. 9°, § 2°
Crime de abuso de autoridade.
Súmula 172 do STJ. Editada em época que a competência da justiça militar não
era alargada.
Agora quem processa e julga é a justiça militar.
Atos Infracionais – delitos praticados por menores de 18, nunca serão competência
da justiça federal, será competência da vara da infância e juventude.
Súmula 107 STJ
Para atrair a competência da justiça federal é necessário que o crime lese um bem
jurídico da União.
Entidades de fiscalização profissionais
● Autarquias federais
● Lei 9649/98 – natureza jurídica – entidades privadas
● STF ADI – 1717-6 – inconstitucional a lei acima (tribunais já n aplicavam
quanto à competência criminal)

● OAB
● ADI 3026 – serviço público independente
- categoria jurídica ímpar

OAB atrai competência da justiça federal quando ocorrem violações a bens e


serviços dessa entidade, o simples fato de a entidade defender as prerrogativas de
seu integrante, não desloca, no caso, a competência da Justiça Estadual para a
Justiça Federal. (RHC 120.333/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 06/02/2020, DJe 14/02/2020)
Questões importantes
● Crime praticado em detrimento de bem tombado
- se proteção do patrimônio histórico e artístico nacional – IPHAN –
Justiça Federal.
- Se tombado por estado-membro ou município – justiça estadual
● Desvio de verbas públicas – convênios firmados pela união com os
municípios
- se incorporado ao patrimônio municipal – competência da justiça
Estadual
- se ainda sujeita à prestação de contas perante órgão federal –
competência da justiça Federal.
Justiça federal é competente para processar e julgar causas relativas ao desvio de
verbas do SUS independentemente de se tratar de repasse fundo a fundo ou de
convênio, visto que tais recursos estão sujeitos à fiscalização federal, atraindo a
incidência do disposto no Art. 109, IV da CF e súmula 208 do STJ. (AgRg no CC
122.555/RJ, rel ministro OG Fernandes, terceira seção, julgado em 14/08/2013,
DJe 20/08/2013).
Contrabando e descaminho – irrelevância da transnacionalidade da conduta –
Súmula 151 do STJ – competência da justiça federal nos delitos de contrabando e
descaminho
Serviços da União (competência criminal da justiça federal para eventuais delitos)
1. Emitir moeda
1.1. Súmula 73 do STJ – estelionato com competência
em tese da JF
2. Manter o serviço postal e correio aéreo nacional
3. Explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os
serviços de telecomunicação
3.1. Crime de desenvolvimento clandestino de
telecomunicações.
3.2. Transmitir sinal de internet, via rádio, de forma
clandestina
3.2.1. Por outro lado:Vantagem
patrimonial indevida às
custas deste e das
concessionárias de
telefonia móvel que
exploram legalmente o
serviço, já que possuem a
obrigação de ressarcir os
clientes na hipótese de tal
fraude, inexistindo
portanto, quaisquer
prejuízos em detrimento
de bens, serviços e
interesses da união, de
modo a levar competência
da justiça federal.
4. Crimes contra a justiça federal (crimes contra a administração da justiça
federal), do trabalho, eleitoral e militar da união. Súmula 165 do STJ (n se
aplica ao TJDFT).
Sociedade de economia mista Súmulas 46 STJ e 556 STF.
Crime praticado contra (por) funcionário público (327 do código penal)
Súmula 147 STJ
Funcionário aposentado
Crime praticado por funcionário público federal – competência da justiça federal
Contra (ou por) funcionário ou magistrado do TJDFT e contra membro do MP? N é
de competência da justiça federal.
Falsificação de documento – eu falsifico e uso – o Post factum impunível (uso
impunível)
Órgão expedente
Ex: CNH
Uso de documento falso – falsificado por terceiros – depende do órgão a que o
documento foi apresentado
Súmula 546 do STJ
Súmula 17 e 62(superada) do STJ
Art. 297 código penal §§ 3° e 4°.
Falsificação de carteira de Habilitação de Arrais amador
Súmula vinculante 36 – justiça federal ainda que expedido pela marinha.
Atividade de polícia administrativa – policiamento naval
Crimes ambientais
Súmula – 91 do STJ.
Competência comum – Art. 23, VI e VII da CF
Cc 88.013
Regra – competência da justiça estadual
Exceções:
Extração ilegal de recursos minerais em propriedade privada
Art. 20, IX – bens da união
Recursos minerais inclusive o solo
Pesca ilegal – onde?
Art. 20, IV CF
Em mar territorial – justiça federal
Rios que banhem mais de um estado – justiça federal, cuidado com a extensão do
dano ambiental.
Fiscalização pelo IBAMA – não é suficiente o auto da infração ter sido lavrado pelo
IBAMA, não é suficiente para trazer competência à justiça federal
Manutenção em cativeiro de espécies em extinção – interesse direto do IBAMA –
competência da justiça federal.
Crime ambiental contra a floresta amazônica mata atlântica serra do mar, pantanal
mato-grossense, zona costeira
Art. 225, § 4°, CF – patrimônio nacional. Justiça Federal? Não, Patrimônio nacional
não é igual patrimônio da União.
Crime ambiental de caráter transnacional que envolva animais silvestres – justiça
federal.
Terrorismo – todos os crimes daquela lei são de competência da justiça federal.
Contravenções penais
Art. 109, IV CF – excluídas as contravenções
Contravenção em conexão com crime de competência da justiça federal
Contravenção cometida por quem tem foro por prerrogativa de função – pode ser
julgada pelo foro
109, V – crimes previstos em tratados ou convenção internacional, QUANDO,
iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ocorrer no estrangeiro,
ou reciprocamente (transnacionalidade).
Fato esteja previsto como crime no Brasil e no estrangeiro
Tráfico de drogas.
Súmula 522 STF
Internacionalidade da conduta.
Conduta deve ser crime aqui e no país.
Se não for crime lá no outro país a competência será da justiça estadual.
Tráfico de pessoas – internacional – justiça federal

Pedofilia - Praticado o crime pela internet *


RE 628.624
Internacionalidade efetiva ou potencial
Por outro lado
Pedofilia na internet por troca de e-mails
“[...]Não se constata o caráter de internacionalidade, ainda que potencial, quando o
panorama fático envolve apenas a comunicação eletrônica havida entre
particulares em canal de comunicação fechado, tal como troca de e-mails[...]”
Art. 109, V-A da CF: as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5°
do art. 109.
Procurador Geral da República – incidente de deslocamento de competência para
a justiça federal. Em qualquer fase do inquérito.
Requisitos:
1. Grave violação de direitos humanos +
2. Risco de descumprimento de obrigações decorrentes
de tratados de que o brasil seja signatário +
3. Inércia na persecução penal
4. Procedimento: PGR perante o STJ
Art. 109, VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
Crimes contra a organização do trabalho – art. 197 a 207 Código penal.
Súmula 115 TFR. (já extinto, porém ainda é o pensamento da jurisprudência).
149 Código penal – crime contra a liberdade individual – redução à condição
análoga à de escravo. Competência da justiça federal. (STF também considerou
como crime contra a organização do trabalho).
Casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
financeira.
Crime contra o sistema financeiro e contra a ordem econômico-financeira.
Expressa determinação da lei.
Lei 1521/51 – lei dos crimes contra a economia popular – não traz previsão.
Súmula 498 STF
Lei 7492/86 – lei dos crimes contra o sistema financeiro – Art. 26: “perante a justiça
federal”.
Lei 8137/90 – lei dos crimes tributários
A lei n traz a previsão – não preenche Art. 109, VI
Natureza do tributo – Art. 109, IV, CF
Formação de cartel.
Lei 9613/98 – lei de lavagem de capitais Art. 2°, III (são da competência da justiça
federal), “a” e “b” (internacionalidade).
Art. 109, IX – crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da justiça militar;
A bordo – dentro
De navios – embarcações de grande porte – autonomia e aptidão para navegar em
alto-mar.
Em deslocamento ou potencial deslocamento – jurisprudência.
Deslocamento internacional ou potencial deslocamento.
Aeronaves – código de aeronáutica – art. 106
Qualquer tamanho
A bordo de:
Não exige sequer deslocamento, sequer potencial.
Em balão/paraquedas não é competência da justiça federal
Tráfico interestadual? Competência da justiça comum – estadual ou federal? Com
base neste inciso a competência é da justiça federal.
Se n for a bordo de aeronave, para ser competência da justiça federal, precisa ser
internacional
Na espécie n se trata de delito cometido a bordo de aeronave, mas da subtração
da própria aeronave, que era particular, o que afasta a competência da justiça
federal para processar e julgar a presente ação penal.
109, X – crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro.
109, XI - Crime praticado por e contra indígenas – competência da justiça estadual
(regra)
Súmula 140 STJ
Exceção: Art. 109, XI
Art. 231 CF
Terras indígenas: justiça federal
Competência da Execução penal
Súmula 192 STJ – compete ao juízo das execuções penais do estado a execução
das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou eleitoral,
quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.
Onde está preso?
N importa por qual justiça foi condenado
Salvo se foi condenado pela justiça estadual e está preso em estabelecimento
administrado pela administração federal, ai tem problema.
Para n ser competência dos juízes federais, é necessário excluir todas as
hipóteses do 109 da CF.
A competência da justiça comum estadual é residual.
Súmula 122 do STJ – conexão entre crimes da justiça estadual e federal.

● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Tribunais


superiores. STF ou STJ.
● Competência em razão da matéria
o – Competência de justiça, qual a justiça competente?
o Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Demais
Tribunais. Aí me preocupo primeiro com a matéria, depois com o
tribunal. Tratará disso aqui nessa parte.
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária?
● Competência de juízo? Qual Vara?
● Competência Recursal

Função Crime Competência


Deputados estaduais Comum Fixada na Constituição
Estadual Regra: TJ
Deputados estaduais De responsabilidade Assembleia Legislativa
do Estado
Deputados estaduais Federal TRF
Deputados estaduais Eleitoral (matéria) TRE
Juízes federais, juízes Comum/de TRF (inclusive crime
da justiça militar e da responsabilidade militar, doloso contra a
justiça do trabalho vida, contravenção
penal)
Juízes federais, juízes Eleitoral TRE
da justiça militar e da
justiça do trabalho
Membros do MPU Comum/ de TRF (inclusive crime
(MPM/MPT/MPF), que responsabilidade militar, doloso contra a
atuam em 1ª instância vida, contravenção
penal)
Membros do MPU Eleitoral TRE
(MPM/MPT/MPF), que
atuam em 1ª instância
Juízes estaduais e do Comum/ de TJ (inclusive crime
DF responsabilidade federal, militar, doloso
contra a vida,
contravenção penal)
Juízes estaduais e do Eleitoral TRE
DF
Procurador Geral de Comum TJ
Justiça
Procurador Geral de De responsabilidade Poder legislativo
Justiça estadual ou distrital
Procurador Geral de De responsabilidade Tribunal Especial
Justiça conexo com governador
de estado
Procurador Geral de Eleitoral TRE
Justiça

Art. 96 CF, III – Compete aos TJs julgar os juízes estaduais e do DF e territórios,
bem como os membros do MP, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça eleitora. E os crimes militares? E os crimes
federais?
Prefeitos Comum TJ
Prefeitos De responsabilidade Câmara dos Vereadores
Prefeitos Federal TRF
Prefeitos Eleitoral TRE

Súmula 702 do STF


Contemporaneidade – crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionado às funções.
Publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais como
marco – n afeta a competência da se deixar de ocupar ou vir a ocupar cargo.
Aplica-se aqui?
Questão de ordem na AP 937
STJ
APN 866/DF – governadores e conselheiros do TC
QO na APN 878/DF – desembargadores. Crime que não foi cometido no exercício
da função, no caso o desembargador será julgado sempre no STJ, em razão do
vínculo administrativo que há entre o desembargador e o juiz do primeiro grau,
mas n é regra, se não houver o vínculo, n haverá foro.
Vereadores – foro por prerrogativa de função? Não
É possível a constituição estadual trazer foro por prerrogativa de função ao
vereador municipal?
Prorrogativa de função é apenas da Constituição federal, a legitimidade para
estabelecer (primeira turma do STF)
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Tribunais
superiores. STF ou STJ.
● Competência em razão da matéria
o – Competência de justiça, qual a justiça competente?
o Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Demais
Tribunais. Aí me preocupo primeiro com a matéria, depois com o
tribunal. Tratará disso aqui nessa parte.
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária? Agora será tratado disso
● Competência de juízo? Qual Vara?
● Competência Recursal
Competência territorial ou ratione locci
Competência relativa
Lugar do crime
Tem tbm a teoria da atividade – onde a conduta foi praticada
Código penal – teoria da ubiquidade – Art. 6° - onde a conduta foi praticada, e
onde ocorreu o resultado.
Código de processo penal – teoria do resultado – Art. 70 – lugar onde ocorreu o
resultado.
Art. 70 primeira parte – a competência será, de regra, determinada pelo lugar em
que se consuma a infração. (adota a teoria do resultado)
E dos crimes q n tem previsão de resultado naturalístico?
Crimes de mera conduta – local da conduta
Crimes formais – local da consumação – o resultado é mero exaurimento
Crimes materiais – local do resultado
Crimes qualificados pelo resultado (preterdolosos) – local do resultado qualificador
Situações específicas

Falso testemunho
● Carta precatória – DF depreca para São Paulo uma oitiva de testemunha, a
competência é do juízo deprecado
● Videoconferência – se a testemunha mentir? A doutrina se posiciona que a
competência é do juízo deprecante
Fraude no pagamento por meio de cheque | local da recusa do pagamento
(agência bancária) Súmulas 521 STF e 244 STJ.
Estelionato por meio de saque ou compensação de cheque clonado, adulterado,
falsificado – competência do local onde a vítima possui conta. Súmula 48 STJ.
Estelionato em que a vítima, por ter sido induzida em erro, faz depósito ou
transferências para a conta do autor – competência do local da obtenção da
vantagem ilícita – onde o estelionatário possui conta.
Apropriação Indébita – local da inversão da posse – n for possível determinar onde
se deu a inversão da posse, o entendimento é que o local é onde se percebeu a
falta do produto.
Furto qualificado por fraude eletrônica por meio da internet – local da agência da
vítima – fraude exercida para burlar a vigilância sobre a coisa.
Uso de documento falso – onde foi apresentado – se foi falsificação, é o local onde
foi falsificado e neste caso o uso é um post factum impunível.
Pedofilia por meio da internet – local onde o réu publicou as fotos, n importando o
local em que hospedado o servidor – vale também para os crimes contra a honra
por meio da internet (local de publicação).

Teoria da atividade adotada para o caso de tentativa (Art. 70 segunda parte) – ou


no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Art. 63 da lei 9099/95 – pelo lugar em que foi praticada a infração penal – teoria da
atividade.
Homicídio – doloso ou culposo – teoria do esboço do resultado
“Tendo em vista a necessidade de se facilitar a apuração dos fatos e a produção
de provas, bem como garantir que o processo possa atingir à sua finalidade
primordial, qual seja, a busca da verdade real, a competência pode ser fixada no
local de início dos atos executórios. (HC 95.853/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, Sexta
Turma, julgado em 11/09/2012)”
Infrações que se iniciam em um local e terminam em outro local. A jurisprudência
firma a competência onde foram praticados os atos executórios.
Teoria da Ubiquidade
Art. 6° Código penal – aqui o código se preocupa com crimes à distância e com a
distância da aplicação da lei brasileira.
Art. 70, § 1° - se iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado,
no Brasil o último ato de execução.
§ 2° - Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional,
será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha
produzido ou devia produzir seu resultado.
Esses dois parágrafos se preocupam, no caso de já definida a aplicação da lei
brasileira, qual o foro territorialmente competente.
Art. 88 CPP – fora do território brasileiro que será aplicada a lei brasileira.
Arts. 89 – Embarcação, 90 – aeronave, 91 – prevenção.
Domicílio do réu para fixação da competência – regra subsidiária, só será aplicada
quando não for conhecido o lugar da infração
Art. 73 CPP – o querelante na ação privada pode escolher o foro domicílio do réu
mesmo quando saiba o lugar da infração.

● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Tribunais


superiores. STF ou STJ.
● Competência em razão da matéria
o – Competência de justiça, qual a justiça competente?
o Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Demais
Tribunais. Aí me preocupo primeiro com a matéria, depois com o
tribunal. Tratará disso aqui nessa parte.
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária? (Prevenção importa nisso aqui)
● Competência de juízo? Qual Vara? (prevenção se trata aqui também)
● Competência Recursal
Prevenção
Art. 83 – Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo
dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de
medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da
queixa.
Tem mais de um local possível de tramitação.
Súmula 706 do STF
Não induzem prevenção (o juiz que praticar algum desses atos n é prevento)
● Habeas corpus (aprecia habeas corpus)
● Atos praticados no plantão (decide medida cautelar)
● Antecedência de distribuição do inquérito ou da ação penal, sem que
proferida decisão.
Art. 70, § 3° - quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas
divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
O juiz que primeiro decidir é prevento.
Art. 72, §§ 1° (O que decidiu primeiro é prevento.) e 2° (o que primeiro tomar
conhecimento do fato é prevento)
Crime permanente – se em mais de uma comarca, prevenção (primeiro que decidir
é prevento)
Continuidade delitiva – prevenção (primeiro que decidir é prevento)
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Tribunais
superiores. STF ou STJ.
● Competência em razão da matéria
o – Competência de justiça, qual a justiça competente?
o Justiça comum (Federal ou Estadual) e especial (Militar da União e
dos estados; eleitoral e do trabalho).
● - Competência originária – foro por prerrogativa de função – Demais
Tribunais. Aí me preocupo primeiro com a matéria, depois com o
tribunal. Tratará disso aqui nessa parte.
● Competência de foro ou territorial – onde? Qual comarca, circunscrição ou
seção judiciária?
● Competência de juízo? Qual Vara? (tratar disso aqui agora)
● Competência Recursal

Qual o juízo competente? Brasília que tem 8 varas criminais


Varas especializadas
Ex: vara de tráfico de entorpecentes, mas tem mais de uma, aí decide pelo critério
da distribuição.
Art. 75 e 75, § único.
Soma a distribuição com a prevenção, se um já for prevento, vai pra ele.
Competência recursal vê em recursos

Conexão e continência

Art. 76 e incisos do CPP


Conexão = mais de uma infração penal
Art. 76. A competência será determinada pela CONEXÃO:
I – Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em
concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas
contra as outras; INTERSUBJETIVA. (+ DE UMA INFRAÇÃO E MAIS E UMA
PESSOA) a doutrina a divide em 3 (por simultaneidade (houverem sido
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas) (várias pessoas
que nunca se viram na vida e tão lá praticando o crime ao mesmo tempo, por
concurso (por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o
lugar) (vários fatos, por várias pessoas em concurso) e por reciprocidade (ou por
várias pessoas, umas contra as outras) (lesões corporais simultâneas) (rixa não
é um exemplo) ).
II – Se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas; LÓGICA, TELEOLÓGIA OU FINALÍSTICA. (a doutrina divide em
3: para facilitar, para ocultar e para conseguir impunidade ou vantagem). (aqui
precisa de mais de um crime, mas não de mais de um agente)
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração. PROBATÓRIA OU
INSTRUMENTAL. (dois crimes cuja prova se relacionam (ex: furto e receptação
desse fruto pretérito)
Art. 77. A competência será determinada pela CONTINÊNCIA quando:
I – Duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; POR
CUMULAÇÃO SUBJETIVA – Vários autores – um delito
II – No caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1°, 53,
segunda parte, e 54 do código penal. POR CUMULAÇÃO OBJETIVA – Vários
delitos – uma só conduta. Arts. Atuais neste inciso:
● Art. 70 – concurso formal de crimes
● Art. 73, segunda parte – aberratio ictus ou erro na execução
● Art. 74, segunda parte – aberratio delicti ou resultado diverso do
pretendido.
Efeitos da conexão e da continência, juntar os feitos no mesmo juízo.
Até quando pode reunir os processos?
Art. 82 CPP
Súmula 235 STJ.
Foro Prevalente
Art. 78, III (foro por prerrogativa de função).
Súmula 704 STF
AgReg Inq 3514 – Pleno STF – separar os feitos como regra (pessoa que tem e
não tem foro por prerrogativa de função), se não houver prejuízo probatório.
Autoridades que tenham foro diverso na CF (uns dizem q tem que separar, outros
que o foro de maior graduação deveria atrair)
Art. 78, I – crime doloso contra a vida, competência do júri, em conexão com outros
fatos, vai tudo ser julgado no júri.
Art. 78, IV – concurso entre jurisdição comum e especial prevalece a especial
Súmula 122 – jurisdição comum, concorrência entre justiça estadual e federal,
prevalece a federal.
Art. 78, II – no concurso de jurisdições de mesma categoria
a) Prepondera a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
(primeiro esta, se n der certo a próxima e assim sucessivamente).
b) Prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de
infrações, se as respectivas forem de igual gravidade;
c) Firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
Art. 79 – conexão e continência importam unidade de processo e julgamento,
salvo.
I – No concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – No concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1° cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum
corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
Separação facultativa
Art. 80 – celeridade e economia processual.
Perpetuação da competência em caso de conexão ou continência – Art. 81 e 81, §
único.
Perpetuação da jurisdição – Art. 43 CPC
● Extinção do órgão judiciário
● Alterada a competência em razão da matéria
● Alterada a competência em razão da hierarquia (foro por prerrogativa de
função)

Questões prejudiciais

Processos incidentes

Restituição de coisas apreendidas

Medidas Assecuratórias

Sequestro
-Competência do juízo criminal
-Indisponibilidade dos bens imóveis ou móveis, ainda que em poder de terceiros,
adquiridos com os proveitos do crime.
Art. 125, 126 (para a decretação do sequestro bastará a existência de indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens) e 132 do código de processo penal.
Objeto
Bens móveis ou imóveis adquiridos com o proveito da infração – origem ilícita.
Bens de origem lícita? Sim, mas a regra é de origem ilícita.
Possibilidade de sequestro de bens de origem lícita
Art. 91, §§ 1° e 2° do código penal – §1° “Poderá ser decretada a perda de bens
ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não foram
encontrados ou quando se localizarem no exterior.” (confisco de acordo com o
Bitencourt).
§ 2° “Na hipótese do § 1°, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda.”
Quando não for possível encontrar o bem de origem ilícita, eu vou atrás de um de
origem lícita para ressarcir a vítima.
Bem móvel que seja o produto direto da infração? – Art. 240, § 1º, b CPP –
apreensão, não sequestro
Imóvel que seja produto direto da infração (?). São sequestrados. Exemplo,
estelionato.
Não se aplicam as regras sobre impenhorabilidade do bem de família – lei
8009/90: (Art. 3º - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de
execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se
movido:
VI – Por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença
penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.)
Objetivos do sequestro:
- Perdimento dos bens como efeito da condenação (confisco)
- Reparação do dano causado à vítima
Procedimento:
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou mediante
representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer
fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.
-Assistente de acusação?
-Corréu ou partícipe – não tem legitimidade para postular extensão.
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará sua inscrição no registro de
imóveis.
Art. 129. O sequestro atuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro.

Provas no processo Penal

Ao ocorrer um crime, surge para o Estado o direito dever de punir, que será
exercido pelo devido processo legal e isso passa por uma fase pré-processual que
haverá uma investigação, e havendo indícios de autoria e materialidade delitiva,
vai surgir a ação penal com o MP querendo a condenação e o réu pede por sua
absolvição.
Teoria geral da prova
Art. 3º-A do CPP
Sistema acusatório
● Prova
● Julgamento
● Protagonistas da prova – destinatário da prova
O juiz n pode ser protagonista da prova, as partes se ocupam da prova no
processo penal, o juiz se mantém equidistante.
A atividade do juiz no campo da prova é complementar.
Acepções da palavra prova
1. A atividade probatória – atividades praticadas no curso do feito para
demonstrar a verdade dos fatos, a verdade possível.
(direito à prova?) – sim. caráter público subjetivo à prestação jurisdicional,
só faz sentido por ter o direito de me haver de todos os recursos lícitos e
possíveis para provar o meu direito.

2. O resultado – é a pergunta “ficou provado?”


3. Os meios de prova – instrumentos de prova “qual prova você tem?)
Provas (produzidas em juízo, com contraditório real, com ampla defesa, para
convencer o julgador) X elementos informativos (MP forma sua convicção na
investigação criminal, isso se dá pelos elementos informativos, pelos indícios de
autoria e materialidade e autoria)
Se o MP pedisse pela absolvição, poderia o juiz condená-lo? O entendimento é
que sim, mas a doutrina atual diz que não, em decorrência do sistema acusatório.
Os elementos de informação são pré-processuais
Art. 155 do CPP. A lei está dizendo que os elementos de informação não podem
ser utilizados sozinhos, para condenar o réu, por exemplo, a vítima diz uma coisa
ao ser interrogada pelo delegado, e outra ao ser interrogada pelo juiz, o réu
confessa na fase do inquérito, mas fica em silêncio em juízo.
As provas cautelares e não repetíveis são as provas pré-processuais
(interceptação telefônica etc.)
Provas cautelares, provas não repetíveis (Há a necessidade de colher as provas
sob pena do desaparecimento da fonte de prova.), provas antecipadas (provas
com contraditório real, exemplo, testemunha que está perto de morrer, e precisa
ser ouvida logo). Há um risco efetivo de desaparecimento da prova pelo decurso
do tempo.
O contraditório é diferido, será exercido sobre a prova.
(ex: provas de lesão corporal, com o tempo, se houve marcas, elas desaparecem)
Indícios
Prova indireta – Art. 239
Prova semiplena – Art. 312
Suspeitas – Art. 244 (aqui aparece a falada “fundada suspeita”) (suspeita é um
termo subjetivo)
Destinatários da prova – é o julgador (juiz, desembargador, relator... (na
investigação, o destinatário é para fins de formação da opinio delicti é o MP)
Sujeitos da prova – pessoas ou coisas de quem ou de onde deriva a prova.
Pessoal ou real.
Forma da Prova – documental, material ou testemunhal. (provas em espécie)
Finalidade da prova – convencer o julgador que o fato foi praticado de tal ou qual
modo.
Fonte de prova (pessoas ou coisas de quem eu posso extrair informações sobre o
fato que desejo provar, antecedem o processo, se relacionam com o próprio fato)
● Pessoais
● Reais
Meios de prova
● Forma pela qual as fontes da prova chegam ao processo, atividade dentro
do processo. Chegam como prova testemunhal, pericial...
Meios de obtenção ou investigação da prova – forma pela qual eu descubro as
fontes de prova, para entrarem no processo como meio de prova.
● Meios ordinários – Prova testemunhal por exemplo (pessoas que
testemunharam o fato.
● Meios extraordinários – técnicas especiais de investigação – a lei autoriza
técnicas especiais de investigação (infiltrar agentes)
Elementos de prova ou elementos probatórios (evidence) – dados objetivos sobre
um fato que interessa à decisão – elementos já colhidos na investigação da ação
penal. Evidência que o fato aconteceu de tal e qual modo.
Resultado da prova (proof) – atividade intelectual do julgador – quanto ao
convencimento do julgador, valoração da prova na mente do juiz de acordo com as
normas do direito processual penal e da constituição federal
Objeto da prova
● Imputação constante da acusação – o pedido do MP é geralmente por
condenação exceto quando o réu é inimputável e o pedido é por absolvição
imprópria.

● Costumes – precisam ser provados

● Direito estrangeiro, direito estadual e direito municipal – precisam ser


provados (direito estadual e municipal de outro juízo)

● Portarias e regulamentos
● Atenção! Fatos não contestados ou incontroversos? – Revelia? Art. 367
CPP – precisam ser objeto de prova – aquilo que é dito na inicial não é
considerado verdadeiro como efeito da revelia

● Fatos notórios

● Fatos intuitivos

● Fatos inúteis ou irrelevantes – o que importa é saber da prática das


elementares do crime, o resto é fato inútil, não serve como objeto de prova.

● Presunções legais

● Prova direta – positiva – MP quer provar que a pessoa X é autora do fato.


Prova positiva é a que diz sim.

● Prova negativa ou contrária – prova indireta – Pessoa X quer provar que


não é autora do fato. (prova negativa pode vir sobre a forma positiva
quando a pessoa X para provar que não cometeu o crime, precisa provar
um fato positivo, por exemplo, um álibi). Prova negativa é a que diz não

Prova nominada (expressamente prevista a reconstituição do crime) e prova


inominada
Princípio da taxatividade das provas – só posso produzir as provas que estão
descritas em lei
Princípio da liberdade das provas – outras provas não descritas
Absoluta? Não, A prova precisa ser lícita, Restrições à iniciativa probatória do juiz.
Provas típicas (a lei trouxe o procedimento) e atípicas (a lei não prevê o
procedimento)
Uma prova pode ser nominada e atípica
Art. 226
Anômala – prova típica, procedimento previsto em lei, e utilizada de forma diversa
(estou pegando uma prova, e utilizando de uma forma diversa da prevista) (pegar
uma prova que possui rito previsto e utilizar o rito previsto para outra prova)
Irritual – há um procedimento que foi desrespeitado, não sigo o rito da prova.
De fora da terra – é a prova produzida em juízo diverso (carta precatória e
rogatória)
Sistemas de valoração da prova
● Sistema da íntima convicção do juiz ou da certeza moral do juiz

O juiz forma sua convicção a partir daquilo constante dos autos e a partir
dos seus preconceitos, pré-conceito, história de vida, convicções, essa
decisão não é motivada. Não é a regra do processo penal. O tribunal do júri
adota isso na segunda fase.

● Sistema da prova tarifada ou da certeza moral do legislador – a legislação


atribui um valor para a prova. Há resquícios deste sistema no nosso
processo penal.

Art. 155, § único do CPP


Art. 158 do CPP
E súmula 74 do STJ

● Sistema da persuasão racional do juiz ou sistema do livre convencimento


motivado

Art. 155 do CPP e 93, IX da CF. A fundamentação é feita a parir das provas
contidas nos autos, esta é a regra.
Não há prova com valor absoluto
Não há hierarquia das provas
Necessidade de valoração de todas as provas
APENAS Provas constantes dos autos

Distribuição do ônus da prova


Art. 156 (A prova da alegação incumbirá a quem a fizer) e 156, I do CPP
Ônus da acusação – provar a existência do fato típico, autoria ou participação,
nexo causal, dolo ou culpa – ônus aqui é encargo, e se o encargo n for verificado,
haverá desvantagem para o MP – O MP precisa causar certeza no julgador.
Ônus da defesa – a defesa precisa causar uma dúvida razoável no julgador
Art. 386 (traz os fundamentos da absolvição) e 386, VI (Existirem circunstâncias
que excluam o crime ou isentem o réu de pena (Arts. 20,21,22,23,26 e § 1° do Art.
28 do código penal) ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;) e
VII (não existir prova suficiente para a condenação) CPP. IN DUBIO PRO RÉU (na
dúvida, pelo réu).
Se o MP conseguiu provar tudo? O réu precisará desconstituir essa prova,
exemplo, com um álibi, ou incutir no julgador uma dúvida razoável de uma
excludente de ilicitude ou culpabilidade.
O MP tem o principal encargo probatório no processo penal.
Ônus da prova objetivo – regra de julgamento – se o MP n prova autoria e fato, juiz
absolve, não provou, vai absolver, se ficar dúvida, vai absolver.
Ônus da prova subjetivo – regra de conduta das partes – distribuição de riscos
● Comunhão da prova
● Poderes instrutórios do juiz
Iniciativa probatória do Juiz? Art. 156 I e II CPP são compatíveis com a CF? a
primeira diz que apesar da alteração do Art.3°-A ainda é compatível. Pode
determinar sim diligencias para dirimir dúvida sobre ponto relevante. A segunda
corrente diz que não é possível que o juiz atue nem para dirimir dúvidas sobre
ponto relevante, a corrente diz que o juiz deve absolver o réu.
O juiz poderá antes da ação penal ordenar produção antecipada de prova, porém a
requerimento, não de ofício
Quadros mentais paranoicos ou síndrome de dom casmurro – se o juiz é o
protagonista da prova ele busca provar que o réu de fato cometeu o delito. Ele
perderá a imparcialidade, ele desejará demonstrar que o réu cometeu o fato, coisa
que é dever do MP
Inversão do ônus da prova
Lei de lavagem de capitais
Art. 4° e 4°, § 2° - para determinar a medida assecuratória basta indícios
suficientes de autoria, mas para liberar os bens eu preciso demonstrar a licitude da
origem do patrimônio.
Princípio da comunhão da prova
Prova emprestada – pegar provas de outros autos, e trazer para este
Forma – Documental – extrair dos autos um documento
Valor probatório – entra com um valor probatório igual àquele do processo em que
já foi produzido.
Requisitos. Para poder pegar uma prova emprestada ela precisa ter sido realizada:
● Perante o juiz natural
● Com exercício do contraditório (nos dois processos? SIM) se no processo A
n houve contraditório, a prova é nula. Se em uma ação penal o contraditório
foi respeitado, na outra ainda precisa ser respeitado.
● E precisa de destaque com o mesmo objeto de prova
“não é necessário que haja absoluta identidade de partes entre o processo de que
se empresta a prova e o processo para o qual esta é emprestada, pois o
contraditório sobre a prova (contraditório postergado ou diferido) satisfaz esses
princípios.” STJ
“a prova emprestada não pode se restringir a processos em que figurem
partes idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente sua aplicabilidade,
sem justificativa razoável para tanto. Independentemente de haver identidade
de partes, o contraditório é o requisito primordial para o aproveitamento da
prova emprestada, de maneira que, assegurado às partes o contraditório
sobre a prova, isto é, o direito de se insurgir contra a prova e de refutá-la
adequadamente, afigura-se válido o empréstimo” STJ
Elementos de informação emprestados? Sim é possível.
Procedimento do Juri – os jurados que vão apreciar a prova emprestada. Pois se
relacionam ao fato.
Improbidade administrativa
“É firme o entendimento jurisprudencial deste sodalício no sentido da possibilidade
de utilização, na seara cível, para fins de apuração de improbidade administrativa,
de prova produzida na esfera penal).” (AgRg no REsp 1714914/RS – STJ)
Interceptação telefônica – Lei 9296/1996 – Art. 1° - “O Supremo Tribunal Federal
adota orientação segundo a qual é possível a utilização, em processo
administrativo disciplinar, como prova emprestada, de interceptações telefônicas
obtidas no curso de investigação criminal ou de instrução processual penal, desde
que obtidas com autorização judicial e assegurada a garantia do contraditório.”
(MS 19.000/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 24/03/2021. DJe 06/04/2021).
Súmula 591 do STJ – “autorizada pelo juízo competente” significa: aquele perante
o qual foi produzida a prova.
Art. 372 CPC – o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro
processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o
contraditório.
Princípios
Da Verdade
Que verdade?
Real, material, substancial – se isto fosse admitido, até mesmo a tortura seria
admitida.
Formal – interesses privados, n se preocupa com questão probatória, o Estado n
se preocupa se isso lhe diz respeito, você que prove.
Processual, possível – a verdade que virá das provas produzidas durante o devido
processo legal, mediante contraditório e ampla defesa. A prova n pode ser
produzida a qualquer custo.
Por que possível?
Limitações
Inadmissibilidade de provas ilícitas.
“são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos” (Art. 5°, LVI).
Ilegal, vedada ou proibida (gênero) – violação de normas legais ou de princípios
gerais, de natureza material ou processual.
Ilícita (espécie) – sistema da ilicitude (prova imprestável, deve ser desentranhada
dos autos do processo) – material
Ilegítima (espécie) – sistema da nulidade (verifica-se primeiro se houve prejuízo,
não se fala em nulidade sem haver prejuízo, é necessário ver se a pessoa que
alega a nulidade na verdade não deu causa a ela (venire contra factum proprium e
tu quoque), há a necessidade de verificar por exemplo se a nulidade for relativa,
mas numa prova objetiva a resposta é a lei msm) – processual
Art. 157 CPP – são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas, ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais
ou legais.
CF Art. 5°, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos.
Art. 157, § 3° - preclusa a decisão de desentranhamento a prova declarada
inadmissível, esta será inutilizada, por decisão judicial, facultado às partes
acompanhar o incidente.
Exceção:
● Prova pertence licitamente a alguém – desentranho dos autos e entrego a
quem pertence de direito.
● Prova constitui o corpo de delito de outro crime – n faz sentido inutilizar
essa prova trazida ilicitamente à esses autos.
Teoria dos frutos da árvore envenenada – a árvore envenenada não pode dar bons
frutos.
N posso dizer que uma prova que tem aparência de lícita, mas, que derivou de
uma outra que foi ilícita, será válida, pois de fato, não será.
Exemplo, delegado traz ao juiz elementos que dão base para pedir ao juiz a
interceptação telefônica de uma pessoa que possui suspeita de participar de uma
organização criminosa, o juiz concede a interceptação, sem saber que os indícios
colhidos pelo delegado são na verdade fruto de uma prova colhida por meio de
tortura.
A teoria possui o objetivo de colocar limites na atuação estatal.
Teoria dos frutos da árvore envenenada – ilicitude por derivação
Ação Penal 307 – STF (1995) – aqui o STF n aceitou
HC 73.351 – STF (1996) – aqui o STF aceitou
“Assentou ainda que a ilicitude da interceptação telefônica – à falta de lei que, nos
termos do referido dispositivo, venha a discipliná-la e viabilizá-la – contamina
outros elementos probatórios eventualmente coligidos, oriundos direta ou
indiretamente, das informações obtidas na escuta. Habeas Corpus concedido”.
Art. 157, § 1° do CPP – São também inadmissíveis as provas derivadas das
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras,
ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
A proibição se abrange na investigação, denúncia e condenação.
Há exceções à ilicitude por derivação?
“ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras” – teoria da fonte independente ou da prova absolutamente independente
ou exceção da fonte hipotética independente.”
§ 2° considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites
típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova. – teoria da descoberta inevitável.
§ 1° do 157 do CPP “salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre
umas e outras” – Teoria do nexo atenuado, da tinta diluída ou da mancha purgada
– quando for verificado que o nexo de causalidade, entre a prova ilícita e a
derivada, é frágil.
Decurso do tempo
Circunstâncias supervenientes da cadeia probatória
Menor relevância da ilegalidade
Vontade de um dos envolvidos em colaborar com a investigação
Teoria da proporcionalidade, da razoabilidade ou do sacrifício
● Valores
● Inocência do Acusado – a prova ilícita é admitida aqui
● Pro societate? Aqui há quem defenda que quando há crime organizado que
afeta sobremaneira a sociedade, e o Estado estaria em desvantagem
quando ao crime organizado, seria aplicável a teoria da proporcionalidade
para permitir a prova ilícita (a jurisprudência não admite essa tese)
Exceção da boa-fé – quando houver uma situação onde o juiz determinou a busca
e apreensão que posteriormente foi revogada, mas eles leram a decisão e foram
realizar a busca, pq não cabe a eles questionar.
Aplicação no direito brasileiro? Nope.
Teoria do risco – a pessoa que se coloca em situação de risco, afasta a ilicitude da
prova. Exemplo: pessoa que pratica em local público cheio de câmeras não poderá
alegar que não autorizou o uso de sua imagem.
Aplicação no direito brasileiro? Sim, há vários julgados neste sentido.
Teoria do encontro fortuito de provas ou teoria da serendipidade
Doutrina da visão aberta – Exemplo: policial vai cumprir busca e apreensão em
uma residência, a ordem é por exemplo apreender armas de fogo, mas pode ser
que ao chegar na residência o policial encontre vestígios de outro crime, no direito
norte americano não há a possibilidade de flagrante de crime outro, sequer se
houver autorização do morador, mas com a doutrina da visão aberta (ao chegar
para buscar armas havia a olho nú o elemento material de um outro fato criminoso)
neste caso abre-se a possibilidade de dizer “aqui foi encontrado por acaso o
elemento de um outro crime”, o que faz com que eu esteja dentro da teoria da
visão aberta o que me permite colher os elementos que não eram o que eu estava
inicialmente procurando mas poderei apreende-los com o fim de formar um
conteúdo de um outro fato criminoso.
Crime achado – jurisprudência do STF.
Pode ser utilizado como prova?
3 teorias
1. Não admite como prova – notitia criminis
2. Depende
2.1. Serendipidade de 1° (conexão ou continência entre o crime
investigado e o crime achado, aí pode usar as provas) e 2° graus (se
não havia conexão ou continência eu estaria apenas em face de
uma notitia criminis)
3. Admite (é a majoritária, está ligada à doutrina da visão aberta, as
autoridades não podem incorrer em abuso)
Descontaminação
Art. 157, § 5° - o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível
não poderá proferir a sentença ou acórdão. – Eficácia suspensa – foi inserido pela
lei 13.964/2019.
(ADI’s 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305)
Provas em Espécie
Prova pericial e cadeia de custódia
Art. 158 – Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto (examinar o próprio corpo de delito ex: lesão corporal eu
analiso a vítima) ou indireto (ex: exame da lesão corporal onde a vítima não
compareceu, mas foi ao hospital, e lá os médicos os examinaram, aí eu escuto os
médicos que a atenderam), não podendo supri-lo a confissão do acusado.
A perícia deve ser realizado sob o objeto material do crime, com o cuidado de que
não haja alterações no mesmo.
A cadeia de custódia tem o objetivo de preservar a higidez da prova.
Art. 158-A a 158-F do CPP cadeia de custódia
158-A – considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos
utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado
em locais ou em vítimas de crimes (infrações penais), para rastrear sua posse e
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
§ 3° do 158-A conceitua o vestígio – Vestígio é todo objeto ou material bruto,
visível ou latente (que não se pode ver de imediato, mas é possível perceber na
cena), constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal.
Marco inicial da cadeia de custódia
§ 1° do 158-A – O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local
de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio.
A polícia toma conhecimento do crime aí ela vai preservar o local do crime
-Preservação do local do crime
● Área imediata – onde efetivamente ocorreu o crime
● Área mediata – os arredores de onde ocorreu o crime
● Área relacionada – tem relação com o crime (exemplo: a casa do réu)
-Procedimentos policiais – procedimentos rotineiros, exemplo, em uma blitz
predem um réu que está com uma suspeita de possuir um celular furtado, para
iniciar a cadeia de custódia, começa-se apreendendo os vestígios, e o maior
vestígio é o celular.
-Procedimentos periciais – durante a realização de uma perícia também há contato
com os vestígios do fato criminoso, o que faz com que seja possível o início da
cadeia de custódia.
São possibilidades distintas
§ 2°do 158-A – O agente público que reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.
Há a relação com o Art. 6°, I, II, VII e VIII.
Art. 158-B – A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas
seguintes etapas:
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse
para a produção de prova pericial;
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e
preservar o ambiente imediato mediato e relacionado aos vestígios e local do
crime;
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local do
crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser
ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição
no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial,
respeitando suas características e natureza;
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é
embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas,
químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome
de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as
condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo
a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de
sua posse;
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento
e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem
transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do
vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
Fase externa
● Preservação do local do crime
● Busca do vestígio
● Reconhecimento do vestígio
● Isolamento
● Fixação
● Coleta
● Acondicionamento
● Transporte
● Recebimento
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo
com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e
químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em
laudo produzido por perito;
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas,
do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia,
descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a
legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.
Fase interna
● Recebimento – recepção e conferência
● Processamento
● Armazenamento
▪ Guarda e/ou distribuição, análise pericial
▪ Guarda e devolução do vestígio
▪ Guarda de vestígios para contraperícia
● Descarte
● Registro da cadeia de custódia
Art. 158-C – A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente (não é
obrigatoriamente) por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para
a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames
complementares.
§ 1° Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser
tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de
natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
§ 2° É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer
vestígios de locais de crimes antes da liberação por parte do perito responsável,
sendo tipificada como fraude processual (código penal) a sua realização.
Art. 158-D – O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado
pela natureza do material.
§ 1° Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração
individualizado, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio
durante o transporte.
§ 2° O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características,
impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço
para registro de informações sobre seu conteúdo.
§ 3° O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e,
motivadamente, por pessoa autorizada.
§ 4° Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local,
a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado.
§ 5° O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.
Art. 158-E – Todos os institutos de Criminalística deverão ter uma central de
custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser
vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.
(...)
§ 3° Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser
identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
§ 4° Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão
ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a
destinação, a data e horário da ação.
Art. 158-F – Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central
de custódia, devendo nela permanecer.
Parágrafo único. Caso central de custódia não possua espaço ou condições de
armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária
determinar as condições de depósito do referido material em local diverso,
mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza
criminal.
Assim, “não se verifica a alegada ‘quebra da cadeia de custódia’, pois nenhum
elemento veio aos autos a demonstrar que houve adulteração da prova, alteração
na ordem cronológica dos diálogos ou mesmo interferência de quem quer que seja,
a ponto de invalidar a prova” (HC 574131/RS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO,
SEXTA TURMA, julgado em 25/08/2020, DJe 04/09/2020)
Prova Pericial
Arts. 158 a 184 CPP
Art. 158 – Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Crimes transeuntes (crimes que deixam vestígios) e crimes não transeuntes
(crimes que não deixam vestígios).
Aqui há uma discussão se há nulidade ou se haverá absolvição por falta
probatória. (se o objeto material se perder, como dito anteriormente, o perito
colherá testemunhas e coisas que o permitam realizar um exame indireto).
Art. 167 – não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. (caso de
vítima que não comparece para exame, para alguns isso é exame de corpo de
delito indireto, para outros estão apenas suprindo corpo de delito com prova
testemunhal)
O que é corpo de delito? Vestígios deixados pelo crime.
E o exame? Será realizado pelos vestígios (exame será feito no local do crime, sob
a vítima, sob a arma do crime). Cadeia de custódia? (quando faço exame sob a
arma, preciso ter certeza q aquela arma poderá ser revista posteriormente, então é
para isso que serve a cadeia de custódia, é uma forma de armazenar as provas).
Valor? O valor será dado pelo juiz. A função da perícia é trazer ao processo sobre
um conhecimento técnico que o juiz não possui, que tende a entender o direito,
sobre questões outras de outras áreas de conhecimento. O perito esclarecerá um
ponto da minha demanda. O juiz está “vinculado” ao princípio do livre
convencimento motivado.
Art. 182 – O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceita-lo ou rejeitá-lo, no
todo ou em parte.
Art. 181 – No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,
obscuridade ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,
complementar ou esclarecer o laudo.
Art. 181, Parágrafo único – A autoridade poderá também ordenar que se proceda a
novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 159 – O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por
perito oficial, portador de diploma ou de curso superior.
§ 1° Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a
natureza do exame.
§ 2° Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
Quem determina – Art. 6°, I e VII do CPP
(Art. 149 e 149 § 1° do CPP, dúvidas sobre a integridade mental do acusado, o juiz
ordena de ofício ou a requerimento do MP, do defensor, do curador, do
ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, que ele seja submetido a
exame médico-legal, o exame ainda pode ser ordenado na fase do inquérito
mediante representação da autoridade policial ao juiz competente)
Quando realiza? Qualquer dia e qualquer hora
Quando deve vir ao processo? Art. 159, § 5° do CPP
Casos específicos
Art. 158, parágrafo único: Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de
delito quando se tratar de crime que envolva:
I – Violência doméstica e familiar contra a mulher;
II – violência contra a criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Art. 168 – Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do MP, do ofendido ou do
acusado, ou de seu defensor.
● Art. 129, § 1° do Código Penal – Se resulta: I – incapacidade para as ocupações habituais,
por mais de trinta dias;

§ 1° No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito,


a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2° Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no Art. 129, § 1°, I,
do código penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da
data do crime.
§ 3° A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
Interrogatório Judicial
Natureza Jurídica – meio de prova ou exercício da autodefesa, há pessoas que
defendem que é misto.
Obrigatoriedade
Sistema presidencialista – o juiz pergunta para o réu inicialmente, após o juiz o MP
e por último a defesa.
Correus
Art. 191 – Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.
Art. 5°, LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado; (investigado, indiciado, acusado).
Art. 186 – Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da
acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o
interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder
perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único – O silêncio, que não importará em confissão, não poderá
ser interpretado em prejuízo da defesa. (o direito ao silêncio diz respeito ao fato
criminoso)
Art. 187 – O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do
acusado e sobre os fatos.
§ 1° Na primeira parte o interrogatório será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão
condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros
dados familiares e sociais.
§ 2° Na segunda parte será perguntado sobre: I – ser verdadeira a acusação
que lhe é feita; II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo
particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa a quem deva ser imputada a
prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração
ou depois dela; III – onde estava no tempo em que foi cometida a infração e se
teve notícia desta; IV – as provas já apuradas; V – se conhece as vítimas e
testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar
contra elas; IV – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou
qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; VII – todos os
demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e
circunstâncias da infração; VIII – se tem algo a mais a alegar em sua defesa.
Art. 198 – O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir
elemento para a formação do convencimento do juiz. Esse dispositivo é visto pela
doutrina como não recepcionado pela constituição. não pode ser interpretado em
prejuízo da defesa.
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar,
tal fato será consignado no termo.
Se trata do APF: Art. 304, § 3° – quando o acusado se recusar a assinar, não
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas
testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
Art. 185, § 1°– o interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a
segurança do juiz, do membro do MP e dos auxiliares bem como a presença do
defensor e a publicidade do ato.
Art. 185, § 2° – Excepcionalmente o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou
a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons
e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a
uma das seguintes finalidades: I – prevenir o risco à segurança pública, quando
exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que,
por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; II – viabilizar a participação
do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu
comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; III –
impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não
seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do Art.
217 deste código; IV – responder à gravíssima questão de ordem pública.
De qualquer modo que ocorra o interrogatório, deve ser preservado ao réu o direito
à entrevista prévia e reservada com defensor.
Também se garante a Presença remota nos demais atos.
Curador – sim, para o índio não civilizado ou para o réu inimputável.
Condução coercitiva para interrogatório? Não é possível a condução coercitiva do
RÉU para ser interrogado, pois o réu possui o direito ao silêncio e é
presumidamente inocente.
Confissão
● Judicial (feita no curso do processo perante o juiz) e extrajudicial (antes do
processo na fase da investigação criminal, pode ser utilizada para a
condenação do réu mesmo que em juízo tenha se retratado, mas não pode
se basear exclusivamente nela, mas pode somar as provas com os
elementos pré-processuais, e as provas produzidas.)
● Simples (réu diz, sim fui eu) e qualificada (sim fui eu, mas estava em
excludente de ilicitude ou culpabilidade).
● Delatória (réu confessa e traz outros autores do fato criminoso)
● Ficta (Não tem no processo penal)
A confissão é um ato personalíssimo, livre, retratável, divisível (confissão parcial
existe)
Valor probatório – não há provas tarifadas no nosso processo penal
Declarações do ofendido
Testemunha?
● Título VII – DA PROVA
♦ CAPÍTULO V – DO OFENDIDO
♦ CAPÍTULO VI – DAS TESTEMUNHAS
Número máximo?
Falso Testemunho? No ofendido não.
A vítima pode ser conduzida coercitivamente.
Valor probatório – a vítima possui interesse, o entendimento é que o depoimento
da vítima se for claro, coeso e não for cheio de contradições possui valor
probatório.
Art. 201, § 2° CPP – o ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao
ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem.
§ 3° As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
§ 4° Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado
espaço separado para o ofendido.
Art. 217 – Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação,
temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que
prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e,
somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
Prova testemunhal
Natureza jurídica – meio de prova, para esclarecer o fato criminoso
Quem pode depor? Qualquer pessoa física pode ser testemunha
Art. 206 – A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do
acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a
prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207 – São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte
interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Direito do Advogado (art. 7°, XIX da lei 8906/94)
“recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva
funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado,
mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato
que constitua sigilo profissional.”
Art. 203 – a testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade
do que souber e lhe for perguntado (...)
Art. 208 – não se deferirá o compromisso a que alude o Art. 203 aos doentes e
deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que
se refere o Art. 206.
Características da prova testemunhal
Oralidade (carta escrita não é prova testemunhal)
Art. 204 – o depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único – não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a
apontamentos.
Objetividade
Art. 213 – O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações
pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Dever de comparecimento
Art. 219 – O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453,
sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao
pagamento das custas da diligência.
Condução coercitiva?
Art. 218 – Se, regularmente intimada a testemunha deixar de comparecer sem
motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação
ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da
força pública.
Art. 224 – as testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer
mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-
comparecimento.
Prerrogativa específica de algumas autoridades
Art. 221 – O Presidente e o Vice-Presidente da república, os senadores e os
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do DF e dos Municípios, os
deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder
Judiciário, os ministros e juízes dos tribunais de contas da União, dos Estados, do
DF, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora
previamente ajustados entre eles e o juiz.
§ 1° - O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado
Federal, da Câmara dos Deputados e do STF poderão optar pela prestação de
depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e
deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas por ofício.
§ 2° Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.
§ 3° Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no Art. 218, devendo,
porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da
repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.
Art. 220 – As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.
Testemunhas em outra comarca
Art. 222 – A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz
do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com
prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1° A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2° Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a
precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3° Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a
presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a
realização da audiência de instrução e julgamento.
Súmulas 273 STJ e 155 STF
Quantidade de testemunhas que podem ser arroladas
1. Procedimento comum ordinário: 8 (oito) testemunhas
2. Procedimento comum sumário: 5 (cinco) testemunhas
3. Procedimento sumaríssimo: 3 (três) testemunhas
4. Primeira fase do procedimento do júri: 8 (oito) testemunhas
5. Segunda fase do procedimento do júri: 5 (cinco) testemunhas
Por fato criminoso
Art. 209, § 2° - não será computada como testemunha a pessoa que nada souber
que interesse à decisão da causa.
Art. 401, § 1° - nesse número não se compreendem as que não prestem
compromisso e as referidas.
Testemunhas referidas
Art. 209 – o juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além
das indicadas pelas partes.
§ 1° Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
No CPP não há mais a possibilidade de substituir testemunhas, mas nos valemos
de uma regra do CPC.
Art. 451 do CPC – Depois de apresentado o rol que tratam os §§ 4° e 5° do Art.
357, a parte só pode substituir a testemunha:
I – que falecer;
II – que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
III – que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada.
É possível a desistência de testemunhas, e não precisa de anuência da parte
contrária.
Até antes de iniciado o depoimento. Princípio da comunhão da prova – no
momento que a prova entra nos autos ela passa a ser interesse de todos.
Oitiva das testemunhas
Incomunicabilidade
Art. 210 – as testemunhas serão inquiridas cada uma per si, de modo que umas
não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das
penas cominadas ao falso testemunho.
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão
reservadas espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das
testemunhas.
Para que as testemunhas não combinem depoimentos e não entrem na memória
um do outro.
Retirada do acusado.*
Contradita
Art. 214 – antes de iniciado o depoimento as partes poderão contraditar a
testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e a
resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Depoimento – exame direto e exame cruzado
Art. 212 – As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha,
não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação
com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
Parágrafo único – sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a
inquirição.
Reconhecimento de pessoas e coisas
Art. 226 – quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa,
proceder-se-á pela seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a
pessoa que deva ser reconhecida;
II – a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao
lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem
tiver de fazer o reconhecimento a aponta-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento,
por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da
pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não
veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela
autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
testemunhas presenciais.
Parágrafo único: o disposto no III deste artigo não terá aplicação na fase da
instrução criminal ou em plenário de julgamento.
“O desrespeito às balizas do art. 226 do CPP, concernentes ao reconhecimento
pessoal, acarretam o enfraquecimento da força probante da providência, mas não
a sua invalidação” (STJ) entendimento passado
“As turmas que compõem a terceira seção deste STJ alinharam a compreensão de
que “o reconhecimento de pessoa, presencialmente ou por fotografia, realizado na
fase do inquérito policial, apenas é apto, para identificar o réu e fixar a autoria
delitiva, quando observadas as formalidades previstas no Art. 226 do CPP e
quando corroborado por outras provas colhidas na fase judicial, sob o crivo do
contraditório e da ampla defesa” (STJ) entendimento atual
Para reconhecimento por vítimas ou testemunhas, pode haver condução coercitiva.
É possível a utilização das provas colhidas durante a fase inquisitiva –
reconhecimento fotográfico – para embasar a condenação, desde que
corroboradas por outras provas colhidas em juízo.
Art. 227 – no reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228 – Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de
pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer
comunicação entre elas.
Acareação
É o procedimento que nós nos valemos no processo penal visando a sanar
divergências que tenham surgido do depoimento das pessoas que foram ouvidas
em juízo ou do interrogatório do réu.
Art. 229 – a acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha,
entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou
circunstâncias relevantes.
-acusados
-acusado e testemunha
-testemunhas
-acusado e ofendido
-ofendidos
-testemunhas e ofendido
Depoimentos – divergências surgem de depoimentos, quando houver divergências
faz a acareação, salvo se na fase inquisitorial
Divergência quanto a ponto relevante
Quanto ao mesmo fato no mesmo juízo
Investigação ou ação penal.
Parágrafo único: Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os
pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230 – se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra
que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência,
consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a discordância,
expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente,
transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha presente, nos pontos
em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se complete a
diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para
a testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora
prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente.
Concepção restrita – Art. 232 – consideram-se documentos quaisquer escritos,
instrumentos ou papeis, públicos ou particulares.
Concepção ampla – qualquer objeto representativo de fato.
Espécies de documento
Original – direto da fonte, o que nós pegamos, temos em mãos
Cópia –
Art. 232, § único – A fotografia do documento devidamente autenticada, se dará o
mesmo valor do original
Público – quando produzido por funcionário público no exercício de suas
atribuições
Particular – exemplo, carta.
Art. 231 – salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar
documentos em qualquer fase do processo.
Art. 479 – Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a
exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência
mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. (2ª fase do tribunal do
juri)
Produção espontânea de prova documental – parte junta documento
Produção provocada
Art. 234 – Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto
relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de
requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.
Meios ilícitos
Art. 233 – as cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos,
não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único – as cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo
destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do
signatário.
Lingua estrangeira
Art. 236 – os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada
imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por
pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 238 – os documentos originais, juntos a processo findo, quando não existia
motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante
requerimento, e ouvindo o MP, se entregues à parte que os produziu, ficando
traslado nos autos.
Busca e apreensão
Busca – é possível buscar e não encontrar
Apreensão – é possível apreender sem buscar (previamente óbvio)
Busca e apreensão serve para buscar e apreender Objetos e pessoas
Meio de obtenção de prova
Fontes materiais de prova
Art. 242 CPP
Busca pessoal – autoridade policial ou judiciária
● Por razões de segurança – não está na seara do direito processual penal,
aqui estamos tentando evitar que ocorra um fato típico.
● De natureza processual penal – fundada suspeita (é por exemplo, a polícia
que realiza uma abordagem na rua)
Art. 240, § 2° CPP – Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos
mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos
c) Apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos
falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime
ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
h) colher qualquer elemento de convicção.
Art. 244 – a busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando
houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papeis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for
determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 243, § 2° - não será permitida a apreensão de documento em poder do
defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
“Considera-se ilícita a revista pessoal realizada sem a existência da necessária
justa causa para a efetivação da medida invasiva, nos termos do § 2° do art. 240
do CPP, bem como a prova derivada da busca pessoal.” HC 625.819 – anulou a
sentença, por causa de uma busca e apreensão que faltava fundada suspeita.
“A teor do Art. 244 do CPP, a busca pessoal justifica-se quando existente fundada
suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou
papéis que constituam corpo de delito. Na espécie, a busca policial se deu de
forma legal, tendo em vista a existência de fundada suspeita de que o paciente
estaria escondendo algo na sacola plástica que carregava (balança de precisão,
119,25g de maconha e a quantia de R$ 587,00), revelado pelo seu comportamento
excessivamente nervoso e pelo fato de ser conhecido pelo envolvimento com o
tráfico de drogas na região. (HC 614.339/SP)”.
Art. 249 – a busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo de diligência.
Art. 6° CPP
Busca domiciliar – autoridade judiciária
Busca domiciliar – reserva de jurisdição
Finalidades:
● Prender criminosos
● Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos
● Apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos
falsificados ou contrafeitos
● Apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime
ou destinados a fim delituoso
● Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu.
● Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder
quando haja suspeita de que o conhecimento de seu conteúdo possa ser
útil à elucidação do fato.
● Apreender pessoas vítimas de crimes
● Colher qualquer elemento de convicção.
Art. 5°, XI, CF 88 – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
Dia – consentimento do morador, flagrante delito, desastre, prestar socorro,
determinação judicial.
Noite – consentimento do morador, flagrante delito, desastre, prestar socorro.
● Casa – Art. 150, CP
● Qualquer compartimento habitado
● Aposento ocupado de habitação coletiva
● Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.
● Não se compreende na expressão casa:
● Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do inciso II do artigo anterior
● Taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Art. 7° - São direitos do advogado...
Art. 7°, II e § 6°
Escritório de advocacia
“Inexiste motivo para declarar nula a busca e apreensão realizada no escritório de
advocacia, porquanto a mesma foi autorizada judicialmente, teve a participação de
representante da OAB e o vasto material apreendido decorreu da circunstância
fática da referida apreensão de material concernente a 50.000 processos, que
segundo se apura, referem-se a pedidos fraudulentos deduzidos em juízo contra a
empresa de telefonia.” RHC 103.683/SP)
Conceito de dia
Aurora – crepúsculo?
6 horas às 18 horas?
Lei de abuso de autoridade – Art. 22 – importante!!!
Art. 22 – invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da
vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer
nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições
estabelecidas em lei.
Pena – detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa
§ 1° - incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I – coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a
imóvel ou suas dependências;
II – (VETADO)
III – Cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma
horas) ou antes das 5h (cinco horas).
“O STF definiu, em repercussão geral, que o ingresso forçado em domicílio sem
mandado judicial apenas se revela legítimo – a qualquer hora do dia, inclusive
durante o período noturno – quando amparado em fundadas razões devidamente
justificadas pelas circunstâncias do caso concreto, que indiquem estar ocorrendo
no interior da casa, situação de flagrante Delito. (RE n. 603.616/RO)”
Ingresso na casa sem mandado
Fuga – justa causa?
1. É pacífico nesta corte o entendimento de que, nos crimes permanentes, tal
como o tráfico de drogas, o estado de flagrância se potrai no tempo, o que,
todavia, não é suficiente por si só, para justificar busca domiciliar
desprovida de mandado judicial, exigindo-se a demonstração de indícios
mínimos de que, naquele momento, dentro da residência, se está ante uma
situação de flagrante delito.
2. Consoante julgamento do RE 603.616/RO, não é necessária certeza quanto
à ocorrência da prática delitiva para se admitir a entrada em domicílio,
bastando que, em compasso com as provas produzidas, seja demonstrada
a justa causa na adoção da medida, ante a existência de elementos
concretos que apontem para o flagrante delito.
3. Na hipótese, a fuga do acusado, ao avistar os policiais, sem mais outras
demonstrações e indícios mínimos de que, naquele momento, dentro da
sua residência, estar-se-ia diante de uma situação de flagrante delito (de
que estaria na posse de drogas ilícitas), baseando-se os agentes apenas
em denúncia anônima, não autoriza, de acordo com a jurisprudência desta
corte, o ingresso domiciliar desprovido de mandado judicial, afigurando-se
ilícita a prova produzida (Art. 5°, LVI – CF e 157 - CPP).
● (RHC 147.408/PA, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em
15/06/2021, DJe 18/06/2021.
Autorização do morador = RCH 628.371
Requisitos do mandado de busca e apreensão
Art. 243, CPP
● Indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a
diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador ou, no caso de
busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem
● Mencionar o motivo e os fins da diligência
● Ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
Busca e apreensão genérica? Não, precisa ser individualizado.
Art. 245 – As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador
consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa os executores
mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o
em seguida a abrir a porta.
Escrito, ou filmado o consentimento.
Formalidade – execução da ordem
§ 2° Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada – da
casa em que deva ser cumprida a medida.
§ 3° Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas
existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4° Observar-se-á o disposto nos § 2° e 3°, quando ausentes os moradores,
devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligencia qualquer vizinho, se
houver e estiver presente.
§ 5° se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será
intimado a mostra-la.
§ 6° Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7° finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o
com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4°.
Acesso à defesa dos elementos colhidos
Súmula vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa”.
Art. 248 – em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio
da extração de dados e de conversas registradas no whats app presentes no
celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido
apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 6ª Turma. RHC 51.531 – RO,
Rel. min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
Se o telefone celular foi apreendido em busca e apreensão determinada por
decisão judicial, não há óbice para que a autoridade policial acesse o conteúdo
armazenado no aparelho, inclusive as conversas do whats app. Para a análise e a
utilização desses dados armazenados no celular não é necessária nova
autorização judicial. A ordem de busca e apreensão determinada já é suficiente
para permitir o acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos. STJ. 5ª
Turma RHC 77.232. Rel. Min Felix Fisher. Julgado em 03/10/2017.
Apreensão de aparelho celular
“O acesso a mensagens do Whats app decorrente de busca pessoal e sem
autorização judicial constitui violação de uma garantia fundamental e, portanto, sua
utilização possui a natureza de prova ilícita, e não de prova meramente ilegítima”
(STJ, Rcl 36.734/SP, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cuz, Terceira Seção, julgado
em 10/02/2021, DJe 22/02/2021).
“No caso, como autorizado pelo Código de Processo Penal – CPP foi apreendido o
telefone celular de um acusado e analisados os dados constantes da sua agenda
telefônica, a qual não tem a garantia de proteção do sigilo telefônico ou de dados
telemáticos, pois a agenda é uma das facilidades oferecidas pelos modernos
aparelhos de smartphones a seus usuários” (Resp 1782386 – RJ. Julgamento em
15/12/2020. 5ª Turma).
Art. 250 – A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de
jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão,
forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente
autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta.
§ 1° Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da
pessoa ou coisa, quando:
a) Tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem
interrupção, embora depois a percam de vista;
b) Ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações
fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou
transportada em determinada direção, forem ao seu encalço.

Prisões
Prisão é cercear a liberdade de locomoção de alguém
Art. 5°, LXI (a liberdade é a regra) e LXVII
Espécies de prisão previstas no ordenamento
Prisão Extrapenal Prisão Processual/Cautelar
Civil Em flagrante (cautelar ou pré-cautelar)
Administrativa Preventiva
Militar Temporária
Além disso há a prisão penal ou pena, que é a execução da pena.
Prisão Civil do devedor de alimentos e do depositário infiel – mas é necessária
uma lei regulando isso. A convenção americana de direitos humanos no Art. 7°, 7
“ninguém deve ser detido por dívidas”. Súmula vinculante n° 25
Prisão administrativa – em estado de normalidade não há prisão administrativa
§ 3° na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida será
por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for
legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
Art. 139, I e II.
Prisão do falido? – administrativa? Civil?
Súmula 280 STJ – “O art. 35 do decreto-lei n° 76661 de 1945, que estabelece a
prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do Art. 5° da
Constituição.”
Lei 11.101/05: Art. 99 “A sentença que decretar falência do devedor, dentre outras
determinações: VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os
interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou
de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática
de crime definido nesta lei.” N há nenhuma excepcionalidade
Prisão militar – hierarquia e disciplina
Transgressão militar.
Crime militar propriamente dito.
-Militar das forças armadas, polícias militares ou corpo de bombeiros.
-Lei 13.967/2019 – altera o Art. 18 do Decreto-lei n° 667, de 2 de julho de 1969,
para extinguir a pena de prisão disciplinar para as polícias militares e os corpos de
bombeiros militares dos Estados, dos territórios e do DF, e dá outras providências.
“Art. 142, § 2° CF 88. Não caberá habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares.”
Prisão penal
-Condenação transitada em julgado!!!!
ADC 43, 44 e 54
Art. 492, e
Prisão cautelar
Existência de investigação/Ação penal – há necessidade de resguardar a ordem
pública, o processo, as testemunhas.
Há um rol de medidas cautelares diversas, que se não funcionarem, ai sim, prende
o réu.
Os requisitos para a aplicação são:
Fumus comissi delicti – prova de uma materialidade delitiva e indícios de autoria
que caem sobre a pessoa.
Periculum libertatis – se ficar em liberdade, há um perigo que decorre dessa
liberdade.
No Art. 282, § 2° pela redação antiga o juiz poderia de ofício ou a requerimento
das partes decretar uma medida cautelar, no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do MP. Na atual
redação o juiz só poderá decretar medida cautelar a requerimento do MP ou por
representação da autoridade policial, nunca de ofício (princípio da inércia da
prestação jurisdicional).
Art. 311 na redação antiga previa decretação de ofício (se no curso da ação penal)
da prisão preventiva, mas agora não cabe mais, apenas a requerimento do MP ou
por representação da autoridade policial.
Art. 282, § 4° antes o juiz poderia substituir a medida, impor outra em cumulação,
ou em último caso, decretar a prisão preventiva (Art. 312 § único). E agora apenas
a requerimento do MP, de seu assistente, ou do querelante.
§ 5° “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou
substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a
decretá-la, se sobrevieram razões que a justifiquem.”
Conversão da prisão em flagrante, em prisão preventiva, pode ser feita de ofício?
Art. 310, I, II e III.
Quanto à aplicabilidade das medidas cautelares (necessidade e adequação) Art.
282, I e II.
Contraditório prévio – Art. 282, § 3°.
Aspectos constitucionais da prisão
Respeito à integridade física e moral do preso.
Art. 5°, XLIX
CPP Art. 3°-F
Lei de abuso de autoridade: Constranger ...
Uso de algemas: Súmula vinculante 11
Art. 292, § único (vedação do uso de algemas)
Uso da força – Art. 292
Comunicação Imediata da prisão
Art. 5°, LXII, CFRB:
CPP, Art. 306 e Art. 306, § 1°
Assistência de advogado
Direito à identificação dos responsáveis pela prisão ou por seu interrogatório
Art. 5° LXIV
Art. 306, § 2° do CPP.
Art. 283 CPP
Art. 5°, XI – “a casa é asilo inviolável...”
Crime permanente admite a prisão em flagrante a qualquer instante.
“A ausência de justificativas e de elementos seguros a legitimar a ação dos
agentes públicos, diante da discricionariedade policial na identificação de situações
suspeitas relativas à ocorrência de tráfico de drogas, pode fragilizar e tornar írrito o
direito à intimidade e à inviolabilidade domiciliar.”
Código eleitoral Art. 236, caput e § 1°.
Prisão em Flagrante
Funções:
Evitar a fuga do infrator
Impedir a consumação do crime
Auxiliar na colheita de provas
É muito mais fácil a efetiva condenação de alguém que foi preso em flagrante.
Quem pode prender?
Autoridade policial e seus agentes. Flagrante obrigatório. Estrito cumprimento do
dever legal.
Particularidades. Flagrante facultativo. Exercício regular do direito.
Art. 301 CPP
Espécies de flagrante
Flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro
“Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;”
Flagrante impróprio, imperfeito, irreal ou quase flagrante
Art. 302, III – “é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;”
-perseguição
-iniciada logo após
-sem interrupção
-prisão em situação que faça presumir ser ele o autor da infração
Não é só 24 horas, a autoridade policial toma conhecimento do fato, e vai atrás da
pessoa (que foi dada suas características, o que faz com que a polícia vá atras de
alguém com aquelas características) de forma ininterrupta.
Flagrante presumido, ficto ou assimilado
Art. 302, IV – “é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou
papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”
-encontrado
-logo depois (para alguns tem diferença com o logo após, e para outros é a mesma
coisa), com instrumentos, armas e/ou objetos
(exemplo: policia faz blitz, e encontra um cara com dois celulares, ela tem notícia
de um dia anterior que um cara tinha roubado um celular, pede pra o cara
desbloquear os dois, ainda não se havia iniciado a perseguição ainda, mas está lá
registrado e o cara bate com as características do sistema lá, e o veículo era o
mesmo, ele foi encontrado.)
Flagrante preparado, provocado, crime de ensaio, delito de experiência ou delito
putativo por obra de agente provocador.
a) Indução à pratica do crime pelo agente provocador.

b) Adoção de precauções para que o delito não se consume.

Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação.
Flagrante esperado
Os policiais preparam-se para impedir que um crime se consume, é a ideia de que
descobrem que vai haver um roubo, e esperam no local do roubo para impedí-lo.
Flagrante prorrogado, retardado, protelado ou diferido
Deixar a atuação da autoridade para um momento posterior. (Sabe-se que alguém
trafica, porém posterga o flagrante para responsabilizar o maior número de
pessoas que traficam)
Lei de organizações criminosas Art. 8°
Lei de drogas Art. 53, II
Lei de lavagem de capitais Art. 1°, § 6°, Art. 4° - B
Flagrante forjado, maquinado, urdido, fabricado
Alguém pega uma arma de fogo na mochila de uma pessoa que sequer sabe da
prática do crime.
Alguém coloca um instrumento de crime nos pertences de outra pessoa.
Venda/Compra simulada de drogas? O policial que chega no traficante
perguntando se tem droga pra comprar, aí o cara vai na casa dele buscar.
“Em se tratando o tráfico de drogas na conduta de “guardar”, “transportar” e “trazer
consigo”, de delito de natureza permanente a prática criminosa, in casu, se
consumou antes mesmo da atuação policial “compra fictícia”, o que afasta a
alegação de flagrante preparado.” STJ
Apresentação espontânea e prisão e flagrante
Art. 317 – foi revogado – a apresentação espontânea do acusado à autoridade não
impedirá a decretação da prisão preventiva nos casos em que a lei autoriza.
Não vai ser preso em flagrante, mas não significa que vai responder em liberdade.
Prisão em flagrante em crime permanente
Art. 303 – nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência.
Tendo o ingresso em domicílio decorrido de investigações preliminares dando
conta da existência de traficância na residência da recorrente, não há falar em
nulidade do flagrante. STJ.
Crime Habitual – habitualidade – Art. 282 código penal – exercer a atividade
criminosa como profissão – parte da doutrina aceita a prisão em flagrante.
Crimes de ação penal privada e crimes de ação pública condicionada à
representação?
Pode sim prender em flagrante
Prisão em flagrante em crime continuado
Art. 71 código penal – importa para o auto de prisão em flagrante
Prisão em flagrante e crimes formais.
Art. 316 código penal – n há exigência de resultado naturalístico. Pode prender em
flagrante no momento do núcleo do tipo exigir.
Fases do flagrante delito
Captura do agente
Condução coercitiva
Lavratura do APF
-forma escrita
-lavrado por autoridade com atribuição para o ato – deve ser lavrado no local onde
se deu a captura.
Lavratura do APF
Só a autoridade policial? É a regra neh
Súmula 397 do STF
Juiz? Pode sim, porém ele n poderá ser o juiz da causa.
Art. 307 do CPP – lavratura do flagrante pode se dar perante outras autoridades
administrativas, perante as quais ou contra as quais foi cometido o crime.
Oitiva do condutor do flagrante (pessoa que leva o cara pra delegacia) e duas
testemunhas.
Art. 304, § 2°
Interrogatório do autuado
Direito ao silêncio – direito de ser interrogado
Direito ao advogado
“A jurisprudência desta corte firmou-se no sentido de que “inexiste nulidade do
interrogatório policial por ausência do acompanhamento do paciente por um
advogado, sendo que esta corte acumula julgados no sentido da prescindibilidade
da presença de um defensor por ocasião do interrogatório havido na esfera policial,
por se tratar o inquérito de procedimento administrativo, de cunho eminentemente
inquisitivo, distinto dos atos processuais praticados em juízo”. STJ
Prisão em flagrante de advogado por motivo ligado ao exercício da advocacia –
presença de representante da OAB para lavratura do APF
Informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa.
Recolhimento ao cárcere
Fiança imposta pela autoridade policial
Remessa do APF à autoridade competente – audiência de custódia rola aqui
Observações:
Não se imporá a prisão em flagrante:
Art. 69, § único da lei 9099/95
Art. 48, § 2° da lei 11343
Art. 301 código de trânsito
Remessa do APF à autoridade competente
Prazo máximo de até 24 horas após a realização da prisão
Art. 306; 306, § 1° e 310 CPP
Art. 310, §§ 3° e 4° (eficácia suspensa ADI 6305)
Só em caso de prisão em flagrante?
Art. 287.
Procedimento da audiência de custódia
Quem está presente? A pessoa que foi presa o autudado, o juiz que vai decidir
pela prisão, mp e advogado. O agente que realizou a prisão n pode estar presente.
Por videoconferência? É incompatível com a videoconferência
A audiência de custódia, no caso de mandado de prisão preventiva cumprido fora
do âmbito territorial da jurisdição do juízo que a determinou, deve ser efetivada por
meio da condução do preso à autoridade judicial competente na localidade em que
ocorreu a prisão. Não se admite, por ausência de previsão legal, a sua realização
por meio de videoconferência, ainda que pelo juízo que decretou a custódia
cautelar. (CC 168.522/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 11/12/2019, DJe 17/12/2019)
Resolução 213 do CNJ
O que pode ser perguntado? As perguntas devem dizer respeito à qualificação
dela, se tem filhos, se usa drogas, se toma remédio controlado, dados pessoais em
geral, se ela está acompanhada de advogado, se teve a oportunidade de falar com
advogado, e sobre o ato da prisão, se foi regular, se foi legal, se os princípios
constitucionais e processuais foram seguidos, não pode haver perguntas sobre o
mérito, sobre o fato criminoso que em tese, foi praticado por aquele agente.
Quem pergunta? Juiz e defesa
Manifestações – o MP vai se manifestar e pedir medida cautelar, ou prisão
preventiva
Decisão – do juiz quando à prisão em flagrante (incisos do Art. 310 do CPP).
Art. 310 §§ 1° e 2° do CPP

Prisões Preventivas

Art. 311 CPP – “Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do MP, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. Antes da
lei 13964/2019 o juiz no curso da ação penal poderia decretar a prisão preventiva
de ofício.
Art. 310, I, II e III.
Prisão em flagrante é cautelar ou pré-cautelar? Não, a prisão preventiva sim é
cautelar, Art. 302, II
Prisão preventiva pode ser requerida pelo – MP, querelante, assistente e
representação da autoridade policial
O que precisa pra decretar a prisão preventiva.
Fumus comissi delicti – materialidade e indícios de autoria (Art. 312 “prova da
existência do crime e indícios de autoria”)
Periculum libertatis
Princípio da atualidade ou contemporaneidade – Art. 312, § 2°
Necessidade e adequação – Art. 282, I e II.
Aquelas acima são obrigatórias cumulativamente. E além de todas elas devem
haver pelo menos uma do Art. 313.
Hipóteses de cabimento (objetivas) – Art. 313
A) Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a
4 anos (pena em abstrato).
Concurso de crimes – individualmente n preenche a hipótese do inciso
primeiro, mas num concurso material se a soma for superior a 4 anos.
Causa de aumento e diminuição precisam ser levadas em consideração
também. (no caso como está em busca da pena máxima, devo considerar o
causa que mais aumente e menos diminua, nos casos de diminuição);
B) Investigado ou acusado condenado por outro crime doloso em sentença
transitada em julgado, ressalvado o disposto no Art. 64, I (5 anos do
cumprimento da pena ou extinção da punibilidade) do CP. (reincidente em
crime doloso);
C) Quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (hipótese em que
precisa da prisão, e mais nada)
D) Dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou não fornecimento de
elementos suficientes para seu esclarecimento. (quando não sei quem é a
pessoa, ela deve ficar presa até que ela possa ser identificada)
Art. 312 – periculum libertatis
Garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da
existência do crime indícios suficientes de autoria e de perigo gerado pelo estado
de liberdade do imputado
§ 1° - a prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares (Art. 282, § 4°).
§ 2° - a decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e
fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
Deve ser contemporâneo e extraído de uma das hipóteses do Art. 312:
a) Garantia da ordem pública (parte da doutrina (minoritária) defende que não
é possível prender alguém por isso, pois isso é antecipação de
condenação) STJ defende que isso é risco de reiteração criminosa, toda
vez que é colocada em liberdade reincide. Clamor social? Crimes que
abalam a sociedade. “a alusão genérica sobre a gravidade do delito, o
clamor público ou a comoção social não constituem fundamentação idônea
a autorizar a prisão preventiva.” (jurisprudência em teses). Primariedade do
agente (afasta em absoluto a possibilidade? Não). Modus operandi (“A
prisão cautelar pode ser decretada para garantia da ordem pública
potencialmente ofendida, especialmente nos casos de: reiteração delitiva,
participação em organizações criminosas, gravidade em concreto da
conduta, periculosidade social do agente, ou pelas circunstâncias em que
praticado o delito (modus operandi) jurisprudência em teses”). Ações penais
em curso. Inquéritos policiais. Atos infracionais (“Inquéritos policiais e
processos em andamento, embora não tenham o condão de exasperar a
pena-base no momento da dosimetria da pena, são elementos aptos a
demonstrar eventual reiteração delitiva, fundamento suficiente para a
decretação da prisão preventiva” jurisprudência em tese).
b) Garantia da ordem econômica;
Lei 1521/51 (crimes contra a economia popular)
Lei 7134/83 (Aplicação ilegal de créditos e incentivos fiscais)
Lei 7492/86 (crimes contra o sistema financeiro nacional) Art. 30 (magnitude
da lesão causada como pressuposto da prisão preventiva, mas a
jurisprudência defende que apenas ela não é suficiente)
Lei 8078/90 (Código de defesa do consumidor)
Lei 8137/90 (crimes contra a ordem tributária, relações de consumo e
ordem econômica)
Lei 81796/91 (adulteração de combustíveis)
Lei 9279/96 (propriedade imaterial)
Lei 9613/98 (lavagem de capitais)
c) Garantia da aplicação da lei penal. Risco de fuga. A citação por edital, não
basta, ausência momentânea também não.
d) Conveniência da instrução criminal. Risco para o processo. Acusado
destruindo prova, ameaçando testemunha. Quando o réu não aparece na
instrução, não é motivo suficiente para decretar a prisão. (“a citação por
edital não constitui fundamento idôneo para a decretação da prisão
preventiva, uma vez que a sua não localização não gera presunção de
fuga.” Jurisprudência em teses). Até quando a pessoa pode ficar presa com
fundamento na conveniência da instrução criminal? A pessoa ficar preso
após a instrução criminal, se foi feita com fundamento nisso, n serve.
e) Descumprimento das obrigações impostas pelas medidas cautelares
diversas da prisão. Art. 312, § 1°, 282, § 4° CPP. Aqui eu n preciso somar
com o 313 do CPP. Atenção para o § 5° do 282 e o art. 316 do CPP
(verificar falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la se
sobrevierem razões que a justifiquem, inclusive de ofício.)
Passos necessários para verificar a prisão em flagrante de alguém
1°) verificar se há prova da materialidade (fumus comissi delicti)
2°) verificar a presença de indícios de autoria (fumus comissi delicti)
3°) verificar a necessidade da prisão e a insuficiência das medidas cautelares
diversas da prisão.
4°) constatar se está diante de uma hipótese de admissibilidade da prisão
preventiva do art. 313: a) crimes dolosos punidos com pena máxima superior a 4
anos; ou b) investigado ou acusado condenado por outro crime doloso em
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no art. 64, I do CP; ou c)
quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência; ou d) dúvida sobre a identidade
civil da pessoa ou não fornecimento de elementos suficientes para seu
esclarecimento.
5°) “Periculum libertatis” - constatar o perigo da liberdade, que deve ser
contemporâneo, e ser extraído de algumas das hipóteses previstas no art. 312:
a) risco para a ordem pública; ou b) risco para ordem econômica; ou c)
conveniência da instrução criminal; ou d) garantia de aplicação da lei penal; ou
e) descumprimento de medidas cautelares diversas da prisão (em último caso) –
aqui não preciso somar ao art. 313.

O código não traz um prazo máximo da prisão preventiva, o prazo deve ser feito
pela duração razoável do processo.
Levam à ilegalidade da prisão:
Excesso provocado pela inércia do poder judiciário
Excesso de diligências suscitadas exclusivamente pelo MP
Excesso abusivo, gritante, desproporcional
Súmula 64, 21 e 52 do STJ.
Art. 315. (concretamente...fatos novos ou contemporâneos)
§ 2° decisão não será fundamentada.
Art. 316 do CPP – revogação da prisão preventiva
Cláusula rebus sic stantibus
Se a base fática vier a ser alterada, ela deve ser revogada.
Relaxamento – prisão ilegal.
Art. 316 § único.
Revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias pelo órgão emissor de
ofício, sob pena dela se tornar ilegal. A decisão deve ser feita pelo órgão que a
proferiu. O STF está indo no sentido de que será revisada de 90 em 90 dias até
não ser mais necessário revisar.
Prisão temporária e domiciliar
Prisão temporária tem um prazo determinado na lei
Lei 7960/89 (lei de prisão temporária) – Art. 1°
A prisão temporária ela serve para assegurar a investigação, está em busca de
elementos que façam possível indicar a prisão temporária.
É necessário uma das hipóteses do inciso III somadas com uma das hipóteses do
inciso II OU do inciso I.
Art. 2°, § 4° da lei 8072/90 – prazo de 30 dias prorrogável por igual período em
crimes hediondos.
Prazo – regra geral – 5 dias prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade – Art. 2° lei 7960
30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, em caso de extrema e comprovada
necessidade!
Início da contagem
Término do prazo – deve ser posta em liberdade de imediato independente de
alvará de soltura.
Apenas durante a fase investigatória – incompatível com a ação penal
Decretada pelo juiz – representação da autoridade policial ou requerimento do MP.
Oitiva do MP.
Art. 318 do CPP – prisão domiciliar.
LEP Art. 117 e incisos – prisão domiciliar.
LEP CPP
Condenado maior de setenta anos Maior de 80 (oitenta) anos
Condenado acometido de doença Extremamente debilitado por motivo de
grave doença grave
Condenada com filho menor ou Imprescindível aos cuidados especiais
deficiente físico ou mental de pessoa menor de 6 (seis) anos de
idade ou com deficiência
Condenada gestante Gestante
Mulher com filho de até 12 (doze) anos
de idade incompletos
Homem, caso seja o único responsável
pelos cuidados do filho de até 12
(doze) anos de idade incompletos.

“não é direito subjetivo do acusado, mas faculdade do juiz”


Art. 318 – A do CPP

Medidas cautelares diversas da prisão

A prisão é a ultima alternativa, só manterei alguém preso preventivamente se as


medidas cautelares diversas da prisão não bastarem para garantir a ordem
pública, a instrução processual, a aplicação da lei penal, todos os institutos que
tornam possível a prisão preventiva.
Art. 319 do CPP – rol das medidas cautelares pessoais diversas da prisão
São medidas cautelares diversas da prisão:
I – comparecimento periódico em juízo no prazo e nas condições fixadas pelo
juiz, para informar e justificar atividades;
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer
distante;
IV – proibição de ausentar-se da comarca quando a permanência seja conveniente
ou necessária para a investigação ou instrução;
Art. 320 do CPP.
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalhos fixos;
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
imputável (Art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a
atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial;
IX – monitoração eletrônica.
Rol Taxativo? Poder geral de cautela?
“Aplica-se o poder geral de cautela ao processo penal, só havendo restrição a ele,
conforme reconhecida pelo STF, na ADPF 444/DF, no que diz respeito às
cautelares pessoais, que de alguma forma restrinjam o direito de ir e vir da pessoa.
(...) Trata-se, pois, de poder conferido ao juiz, inerente à própria natureza cogente
das decisões judiciais.”
Necessidade e adequação da medida cautelar disposta na lei
Legislação especial – Lei maria da penha possui um rol de medidas cautelares.
Liberdade provisória
Art. 5°, LXVI da CF de 88: “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando
a ei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
Art. 321 CPP: “Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão
preventiva, o juiz deverá conceder a liberdade provisória, impondo, se for o caso,
as medidas cautelares previstas no Art. 319 deste código e observados os critérios
constantes do Art. 282 deste código.”
Relaxamento da prisão – prisão ilegal, n tinha flagrante, n tinha requisitos, se
tornou ilegal a prisão preventiva por excesso de prazo
Revogação – quando deixar de ser necessária.
Liberdade provisória – contracautela/cautela autônoma.
Preso em flagrante o juiz pode: conceder liberdade provisória, ou converter em
preventiva.
Liberdade provisória com e sem fiança
Sem fiança
Alguns crimes são inafiançáveis o que significa que a pessoa só pode ter a
liberdade provisória sem fiança.
Caso concreto onde a condição econômica da pessoa que cometeu o fato, impedir
a decretação de fiança.
Com fiança – caução real
Art. 330 – A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro,
pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou
municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
Art. 334 – A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a
sentença condenatória.
Quem concede?
Autoridade policial – infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja
superior a 4 anos.
Deveres – Arts. 327 e 328
Comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para atos do
inquérito e da instrução criminal e para o julgamento – fiança quebrada.
Não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia
permissão da autoridade processante, OU ausentar-se por mais de 8 dias de suas
residências, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 325 CPP – Valor da fiança
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena
privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena
privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.
Art. 325, § 1°, I (apenas ao juiz), II, III.
O delegado n pode dispensar o pagamento da fiança, só o JUIZ pode.
Art. 326 – parâmetros para averiguar a fiança
A natureza da infração
As condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado
As circunstâncias indicativas de sua periculosidade
A importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Crimes inafiançáveis – n pode conceder liberdade provisória com fiança, mas pode
sem.
Art. 323 CPP (racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos, crimes cometidos por grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.)
e Art. 5°, XLII, XLIII, XLIV da CF de 88.
Jurisprudência
● “Não é possível que o legislador vede de maneira absoluta a concessão da
liberdade provisória sob pena de se criar verdadeira prisão preventiva
obrigatória para aquele que foi preso em flagrante, o que seria incompatível
com o princípio da presunção de inocência” (HC 94916/STF)
● § 2° do Art. 310 do CPP: “se o juiz verificar que o agente é reincidente ou
que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de
fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
medidas cautelares”.
Art. 324 CPP.
Art. 341 do CPP: hipóteses de quebramento da fiança.
Regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo
justo.
Deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo.
Descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança.
Resistir injustificadamente a ordem judicial.
Praticar nova infração dolosa.
Consequências do quebramento:
Perda de metade do valor;
Possibilidade de imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a
decretação da prisão preventiva.
Impossibilidade, naquele mesmo processo de nova prestação de fiança
Quem decreta? O juiz na sentença ou em decisão.
Perda da fiança
Arts. 344 e 345 CPP
Cassação da fiança (julgada sem efeito ou inidônea)
Quando for concedida por equívoco. (exemplo: concedida em crime inafiançável)
Quando ocorrer uma inovação na tipificação do delito, reconhecendo-se a
existência de infração inafiançável.
Se houver aditamento da denúncia, imputando-se nova infração penal ao acusado
que não admita fiança.
Reforço da fiança – art. 340 CPP
Art. 336 e 337 CPP – destinação da fiança.

Atos Judiciais

Atos processuais praticados pelo juiz:


● atos materiais ou reais: instrutórios, de documentação
● Provimentos judiciais:
- Despachos de mero expediente: Sem carga decisória, servem para
impulsionar o feito. Em regra, contra despacho, não cabe recurso.
- Decisões interlocutórias: Têm carga decisória, que pode ou não acarretar
a extinção do feito, não enfrenta o mérito principal.
- Sentenças – tratam do mérito principal – ao final da instrução – ou antes
no caso da sentença absolutória.
Decisões interlocutórias
Simples – questões processuais controvertidas, sem extinção
Juiz – decreta prisão do reu
Improcedência da exceção de coisa julgada
Mistas –
● Terminativa – extinção do processo sem julgamento do mérito
Decisão de impronúncia – põe fim ao procedimento sem julgar o mérito
Rejeição da denúncia
Resolver questão de maneira definitiva.
● Não terminativa – ex: decisão de pronúncia do júri
Sentença
● Sentença definitiva ou decisão definitiva em sentido estrito
Sentença 1° grau – que o réu é considerado culpado ou inocente –
exaurimento dos feitos do juiz de primeiro grau, salvo erro material, onde há
oposição de embargos de declaração
● Decisões definitivas em sentido amplo ou decisões terminativas de mérito
Decisão definitiva, que não seja de mérito.
Classificações
● Executáveis – já nasce pronta para a execução – sentença absolutória
● Não executáveis – ainda cabe recurso.
● Condicionais – implemento de condição – ex: suspensão condicional do
processo, após cumpridos os requisitos: extinção da punibilidade.
● Subjetivamente simples – um só julgador
● Subjetivamente plúrimas – julgadores homogêneos – turma tribunal 3
desembargadores
● Subjetivamente complexas – EX: tribunal do júri – segunda fase – decisão
quanto ao mérito, cabe aos jurados, e sentença do juiz presidente
respeitando a decisão dos jurados.
● Decisão suicida – há contradição entre a fundamentação e a decisão.
● Decisão vazia – decisão sem fundamentação
● Decisão autofágica – reconhecimento da imputação, porém o juiz declara
extinta a punibilidade
● Condenatórias – condenam o réu
● Declaratórias – declara uma situação (ex: extinção da punibilidade)
● Constitutiva – revisão criminal por exemplo. Cria algo.
● Mandamentais – Habeas Corpus
● Executivas – decisão proferida que se relacionam a bens patrimoniais
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a
requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará a avaliação e a
venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido decretado.
Sentença – analisa o mérito principal para condenar ou absolver o réu.
● Relatório – a parte da sentença em que o juiz descreve cronologicamente o
que aconteceu durante a instrução do processo, é uma espécie de resumo,
que também mostra que o juiz tomou conhecimento das provas do
processo.
Art. 381. A sentença conterá:
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para
identificá-las;
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;

IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;


V - o dispositivo;
VI - a data e a assinatura do juiz.
Relatório dispensado
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve
resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Art. 81. § 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de
convicção do Juiz.
Ambos da lei 9099 de 95
● Fundamentação – imprescindível em uma sentença (decisão judicial) -
Art. 381. III CPP. a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a
decisão;
Art. 93, IX da CF de 88. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação;
Art. 315 (parte que trata das prisões/medidas cautelares), § 2º do CPP Não se
considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto
de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
● Distinguishing – a súmula distingue do caso concreto e, portanto, não deve
ser aplicada.
● Overruling/overriding – a súmula está total ou parcialmente superada.
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Dispositivo – onde está a procedência ou improcedência da decisão – mostro o Art.
Que fundamenta.
● Absolvição – dispositivo que fundamenta a absolvição
● Condenação – dispositivo do CP
Autenticação – data e assinatura
Rubrica do juiz em todas as páginas.
(RHC 114.111/SC, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA)
Sentença absolutória
● Própria – aquela que analisando o mérito – condena ou absolve
● Imprópria – analisa o mérito – mas o réu é absolvido pela inimputabilidade,
após ter analisado que o fato é típico e ilícito
● Sumária – Art. 397 e 415 do CPP – absolve o réu antecipadamente, pois é
muito evidente.
● Sumária imprópria – absolve o réu antecipadamente, mas impondo medida
de segurança – uma situação apenas – sentença do júri – onde a única tese
da defesa é a inimputabilidade.
● Anômala – sentença concessiva do perdão judicial – contraditório já que:
SÚMULA 18 - SENTENÇA CONCESSIVA DO PERDÃO JUDICIAL E
DECLARATORIA DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, NÃO SUBSISTINDO
QUALQUER EFEITO CONDENATORIO.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde
que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato; - dúvida
III - não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; - certeza
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; - dúvida
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena
(excludentes, fundada dúvida, ou certeza de que agiu em excludente.)
VII – não existir prova suficiente para a condenação. – Aplicação integral in dúbio
pro réu
Para a defesa, basta a fundada dúvida
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; (se
houve pagamento de fiança, haverá a restituição)
III - aplicará medida de segurança, se cabível.
Impossibilidade de novo processo, pois a sentença transitou em julgado, não há
revisão pro societate. Ainda que depois o réu diga que foi ele.
Sentença condenatória
● Fixação da pena
● Indicação do art. Do código penal no qual incide o caso concreto
● Momentos de individualização – lei, processo, execução
● Sistema Judicial Trifásico
Art. 68 do Código Penal. Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao
critério do art. 59 deste Código (1ª fase); em seguida serão consideradas as
circunstâncias atenuantes e agravantes (2ª fase); por último, as causas de
diminuição e de aumento (3ª fase).
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
● Culpabilidade
Grau de reprovabilidade da conduta
Não se confunde com o conceito analítico de crime
Elementos próprios do tipo
Prática do crime durante o cumprimento de pena – a jurisprudência trata
muito disso.
● Antecedentes – não posso usar a mesma condenação duas vezes – se o
réu possui uma condenação, ele tem bons antecedentes, se tem duas aí
sim.
Trânsito em julgado? Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos
policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
Atos infracionais a mesma coisa
A folha de antecedentes criminais é documento hábil e suficiente a
comprovar os maus antecedentes e a reincidência não sendo necessária a
apresentação de certidão cartorária.
Prevalece os maus antecedentes após 5 anos da extinção da punibilidade?
SIM

Data do fato Data do trânsito Data em que


em julgado ocorreu o crime
a ser julgado
2/04/2019 1/04/2019
30/03/2019 Não transitou 1/04/2019
30/03/2019 30/10/2019 1/04/2019 Serve para maus
antecedentes
Mas não serve
para reincidência
30/11/1978 3/3/1979 (10
anos)
30/11/200 1/04/2019 Essa
condenação
serve apenas
para maus
antecedentes
Se transitou em julgado, ainda que após a data do fato, serve para maus
antecedentes.
● Conduta Social – comportamento do acusado no meio em que vive
(parentes, vizinhos, colegas, igreja).
Não se relaciona com a prática de crimes
>Usuário de drogas? Não
>Desempregado e n estuda? Não
>Inquéritos policiais e ações penais em curso? Não
Condenações transitadas que não sejam consideradas reincidência? Não
INFORMATIVO 639/STJ: Assim, em melhor atenção ao princípio da
individualização das penas, as condenações com trânsito em julgado, não
utilizadas a título de reincidência, não podem fundamentar a negativação da
conduta social, o que significa alteração também da jurisprudência desta
Sexta Turma sobre o tema
Elementos concretos
● Personalidade – n pode dizer que o acusado tem personalidade voltada
para a prática criminosa
● Motivo
Negativo quando – reprovável e não inerente ao tipo penal.
Se constituir agravante ou atenuante, causa de aumento ou diminuição ou
qualificadora – não pode ser usada na primeira fase.
Violência contra a mulher – ciúmes como motivo apto para aumentar a pena
base – STJ entende que reforça as estruturas de dominação masculina, e,
portanto, é sim causa para aumentar pena base.
● Circunstância do crime
Modus operandi
Circunstâncias de tempo, local, modo de agir, desde que não inerentes ao
tipo penal.
Elementos concretos
“revela gravidade concreta superior à ínsita aos crimes de roubo, pois o
paciente tentou disparar a arma de fogo contra as vítimas, mesmo após ter
sido imobilizado. (HC 546.839/ES)
Consequências que extrapolem o “esperado” para aquele tipo penal. É
analisado o caso concreto.
● Comportamento da vítima – não pode ser valorado negativamente – se a
vítima influenciou – pode influenciar a benefício do réu, mas não para
piorar.
2ª fase agravantes 61 a 64 do código penal e atenuantes 65 e 66 do código penal
N pode fixar pena menor que o mínimo legal e maior que o máximo legal.
Súmula 545 STJ - Quando a confissão for utilizada para a formação do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d,
do Código Penal.
Confissão qualificada – foi eu mas, estava amparado por excludente de ilicitude
por exemplo.
A atenuante da confissão é reconhecida de forma parcial, total, ainda que retratada
em juízo – jurisprudência do STJ.
Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de
tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado,
não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio.
O aumento e diminuição de cada agravante e atenuante é de 1/6, mas não é um
critério rígido. (AgRg no HC 543365/SP. Sexta turma)
A multirreincidência constitui justificativa para aumentar além de um sexto. (HC
344262/MG, quinta turma).
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do
limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as
que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e
da reincidência.
Menoridade e reincidência – compensação (STJ: HC 467.028/SC - 2018);
É possível, na segunda fase de dosimetria da pena, a compensação da atenuante
da confissão espontânea com a agravante da reincidência (REsp 1341370/MT,
RR)
Terceira fase – causas de aumento e diminuição – pena intermediária –
parâmetros legais, espalhados por toda a parte especial do código penal.
Art. 68. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só
diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Se forem duas ou mais na parte especial, o juiz PODE:
-Aplicar apenas uma (a que mais aumenta ou a que mais diminui)
-Aplicar mais de uma ou todas elas, SE FUNDAMENTAR
Se forem duas ou mais previstas na parte geral – aplica todas, cumulativamente.
Se forem duas ou mais, umas na parte geral e umas na parte especial – aplica
todas cumulativamente.
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no
máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a
5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.19/84)
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie
de pena, se cabível.
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à
situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em
virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
● Unidade ou pluralidade de ações ou omissões pratica dois ou mais crimes.
● Concurso material
● Concurso formal – uma delas, se iguais, ou a mais grave, aumentada de 1/6
até metade
● Continuidade delitiva – uma delas, se iguais, ou a mais grave, aumentada
de 1/6 até 2/3.
Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoal – até o triplo, considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias.
Concurso formal
Crimes Fração
2 1/6
3 1/5
4 ¼
5 1/3
6 ou mais ½

Continuidade delitiva genérica


Crimes Fração
2 1/6
3 1/5
4 ¼
5 1/3
6 ½
7 ou mais 2/3

O juiz mesmo que de ao réu pena restritiva de direito, deve fixar a pena, para não
haver supressão de instância.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la
em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Súmula 269 - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos
reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais.
Súmula 440-STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da
sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
Súmula 718 – A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
permitido segundo a pena aplicada.
SÚMULA 719 – A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO
DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.
Art. 387, § 2º do CPP – O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou
de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de
determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº
12.736, de 2012) – detração
Art. 112 da LEP
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas
de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por
multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa
de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por
duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e
a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior
de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Na sentença o Juiz deve decidir sobre a prisão preventiva.
§ 1º - O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso,
a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736,
de 2012).
Efeitos da condenação
● Primários
- Induzir o cumprimento da pena (que se dará no trânsito em julgado)
● Secundários
- Induz a reincidência
- Regressão de regime – Súmula 526 STJ
- Revogação do Sursis
- Revogação do livramento condicional
Efeitos extrapenais da condenação
● Obrigatórios ou genéricos:
▪ Obrigação de reparar o dano
▪ Perda em favor da união dos instrumentos do crime, desde que
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção
constitua fato ilícito, ressalvado o direito do lesado ou do terceiro de
boa-fé.
▪ Perda em favor da União do produto do crime ou de qualquer bem ou
valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato
criminoso, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
Específicos
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena
máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como
produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor
do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento
lícito.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo
Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da
diferença apurada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações
criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do
Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham
em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam
sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes.
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um
ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro)
anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos
crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente
titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra
tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de
crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo
ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Publicação da sentença (lança-la no mundo jurídico)
● Existência como ato processual
● Interrupção da prescrição (condenatória) – Art. 117, IV do CP
● Diferente de intimação
● Esgotamento de instância
1. Corrigir inexatidões materiais ou retificar erros de cálculo
2. Embargos de declaração
3. Outras providências
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar
solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança; (tanto o réu como
advogado podem propor RESE e apelação. Réu solto e constituiu advogado,
dispensável a intimação do réu, quanto à sentença condenatória, e absolutória
imprópria tem q intimar pessoalmente).
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração,
expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o
oficial de justiça;
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver
constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído
também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado,
e assim o certificar o oficial de justiça.
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se,
no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas
neste artigo.
Emendatio libelli
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha
de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1º - Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º - Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
A capitulação jurídica do fato será feita em regra na sentença
❖ Quando importar na mudança de competência a modificação capitulação é feita
logo na inicial
❖ Se importar na modificação de procedimento, deve ser modificada
imediatamente.
❖ Se houver equivoco na capitulação que impeça benefício (suspenção
condicional do processo exemplo), deve ser modificada de imediato.
❖ Quando houver possibilidade de prescrição, tem que corrigir de inicio
Não sendo nenhum dos 4 casos acima, tem que fazer na sentença
A emendatio libelli apenas muda a capitulação jurídica do fato.
Mutatio Libelli
Modificação no Fato
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição
jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta
houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo
o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 1º - Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art.
28 (redação antiga, que está em vigência por causa da suspenção da eficácia
destes dispositivos em ADI) deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º - Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o
aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora
para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório
do acusado, realização de debates e julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 3º - Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4º - Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no
prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do
aditamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 5º - Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
O juiz pode acolher ou não o aditamento.
Se refere a fatos, e se o MP não aditar e ficar provado nos autos fato típico
diferente do colocado na denúncia, o juiz não poderá condenar o réu, pois não
houve aditamento.

Direito Processual Penal II – Procedimentos criminais


● Processo
● Procedimento
● Devido processo legal
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei
nº 11.719, de 2008).

§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído


pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for
igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 (quatro) anos E SUPERIOR A 2 ANOS de pena privativa de
liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na
forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

- Especial – leis especiais e próprio código de processo penal (tribunal do júri por
exemplo).
- Comum – ordinário, sumário e sumaríssimo.

Procedimento sumaríssimo.
Será aplicado às infrações de menor potencial ofensivo. Pena máxima igual ou
inferior a 2 anos, e as contravenções penais, cumuladas ou não com multa,
submetidos ou não a procedimento especial (!!!) ressalvadas as hipóteses de
violência familiar contra a mulher.
Sumaríssimo Sumário Ordinário
● Contravenções ● Penas ● Pena
● Crimes com menores máxima
pena máxima que 4 igual ou
igual ou até 2 anos e superior
anos. acima de a 4 anos
2 anos.

● Sempre que falar igual no procedimento sumário, ta errado.


Exceções:
1) Violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 61 da lei 9099 de 95. Consideram-se infrações penais de menor potencial
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a
lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Art. 41 da lei 11.340 de 2006. Aos crimes praticados com violência doméstica e
familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
2) Estatuto do idoso
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade
não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099,
de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do
Código Penal e do Código de Processo Penal.
Não será quanto aos institutos despenalizadores.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 39 E 94 DA LEI
10741/2003 2. Art. 94 da Lei n. 10.741/2003: interpretação conforme à Constituição
do Brasil, com redução de texto, para suprimir a expressão “do Código Penal e”.
Aplicação apenas do procedimento sumaríssimo previsto na Lei n. 9099/95:
benefício do idoso com a celeridade processual. Impossibilidade de
aplicação de quaisquer medidas despenalizadoras e de interpretação
benéfica ao autor do crime.
3) Lei de organizações criminosas
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão
apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto no
parágrafo único deste artigo.
Isso não impede a aplicação dos institutos despenalizadores.
4) Lei de falências
Art. 185. Recebida a denúncia ou a queixa, observar-se-á o rito previsto nos arts.
531 a 540 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
Penal.
Dispositivos que tratavam do procedimento sumário, hoje arts. 531 a 536
Crime falimentar vai seguir procedimento sumário.

REGRA: procedimento comum (ordinário, sumário e sumaríssimo)


Art. 394. § 2º - Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo
disposições em contrário deste Código ou de lei especial.
Art. 394. § 5º - Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário
e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
Art. 394. § 4º - As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a
todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste
Código.
Ainda que se cuide de procedimento especial aplicar-se-á
395 – Causas de rejeição da peça acusatória
396 – Recebimento da denúncia
396-A – Resposta à acusação
397 – Absolvição sumária
398 – Revogado.
Mas deve ser lido junto do parágrafo segundo (ex: júri traz absolvição sumária em
outra fase).
Pontos especiais na determinação do procedimento
1. Concurso formal, material e crime continuado.
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre
a pena de cada um, isoladamente.
● Segue essa regra para a determinação do procedimento?
STJ: é pacífica a jurisprudência desta Corte de que, no caso de concurso de
crimes, a pena considerada para finalidade de fixação da competência do Juizado
Especial Criminal será o resultado da soma, no caso de concurso material, ou a
exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, das penas
máximas cominadas aos delitos; destarte, se desse somatório resultar um
apenamento superior a 02 (dois) anos, fica afastada a competência do Juizado
Especial.
● Concurso formal – 1/6 até metade.
● Crime continuado – 1/6 a 2/3.

2. Qualificadora – verifico a pena máxima da forma simples ou qualificada?


Qualificada, observa-se o que foi narrado pelo MP
3. Causas de aumento, causas de diminuição?
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado
formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá
propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas
cumulativa e alternativamente:
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput
deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao
caso concreto.
Aplica a causa que menos diminua, pois está atrás da pena máxima em abstrato.
4. Agravantes e atenuantes? Não há parâmetro fixado em lei, logo não
contribuirão para fixação de procedimento.
5. Crimes conexos com procedimento diverso
Em alguns casos é fácil, com as regras de conexão e continência e a força atrativa.
Configurado o concurso material de crimes, alguns previstos na Lei Antitóxicos e
outros cujo rito é o estabelecido no código de processo Penal, este deve
prevalecer, haja vista a maior amplitude à defesa no procedimento nele
preconizado (Precedentes STJ). HC 170379 STJ.
Procedimento comum ordinário e sumário
1º - oferecimento da peça acusatória
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
Importante: o réu se defende dos fatos, e apenas posteriormente o juiz alterará a
classificação do crime, exceto para a modificação de competência que modificará o
procedimento.
Instante para apresentar o rol de testemunhas
Rol de testemunhas:
● Procedimento ordinário – 8 testemunhas.
● Procedimento sumário – 5 testemunhas.
2º - recebimento ou rejeição da peça acusatória
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). (MP n
descreve os fatos)
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
É possível a rejeição parcial? Sim, há dois acusados colocados pelo MP, o juiz
aceita quanto ao primeiro e rejeito quanto ao segundo.
O recebimento da peça acusatória precisa ser fundamentada pelo Juiz?
A jurisprudência dos tribunais superiores possui entendimento de que a decisão
que recebe a denúncia possui natureza jurídica de interlocutória simples, não
necessitando fundamentação exauriente por parte do Magistrado quanto aos
motivos do seu recebimento. Trata-se de declaração positiva do juiz, no sentido de
que estão presentes os requisitos fundamentais do art. 41 e ausentes quaisquer
hipóteses do Art. 395, ambos do CPP (AgRg no RHC 121.430/GO, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, DJe 27/5/2020).
In dubio pro societate?
● Segundo a jurisprudência sedimentada nesta Corte Superior, a propositura
da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos e
suficientes de autoria e materialidade. A certeza será comprovada ou
afastada durante a instrução probatória, prevalecendo, na fase de
oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro societate. (AgRg no
RHC 122.933/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado
em 28/04/2020, DJe 04/05/2020). – mas há vozes doutrinárias dizendo que
deve ser aplicado o in dubio pro réu.
● Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou
sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
● Juizados - Art. 82 da lei 9099 de 95. Da decisão de rejeição da denúncia ou
queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma
composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição,
reunidos na sede do Juizado.
● E da decisão que receber, n cabe recurso, mas pode se utilizar ação
autônoma de impugnação, HC e MS.
Recebimento da Denúncia/Queixa
Consequências:
-Fixação da competência pela prevenção
-Interrupção da prescrição
-Juízo absolutamente incompetente. IQ 1544 QO/PI STF:
● O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA, POR ÓRGÃO JUDICIÁRIO
ABSOLUTAMENTE INCOMPETENTE, NÃO INTERROMPE A
PRESCRIÇÃO PENAL – O recebimento da denúncia, quando efetuado por
órgão judiciário absolutamente incompetente, não se reveste de eficácia
interruptiva da prescrição penal, eis que decisão nula não pode gerar a
consequência jurídica a que se refere o art. 117, I, do Código Penal.
Precedentes. Doutrina.
● Juízo relativamente incompetente
● 1. (...) pelo princípio da convalidação, o recebimento da denúncia por parte
de Juízo territorialmente incompetente tem o condão de interromper o prazo
prescricional. (RHC 40514/MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, quinta turma,
julgado em 08/05/2014, DJe. 16/05/2014)
Súmula 709 do STF: “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que
provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento
dela.”
Se for caso de nulidade, outra decisão será proferida pelo juízo de primeiro grau.
Início do processo penal
● Oferecimento da denúncia ou
● Recebimento da denúncia?
● Código de Processo Penal Militar: Art. 35. O processo inicia-se com o
recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusado e
extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível,
quer resolva o mérito, quer não.
3º - citação – procedimento comum ordinário
Contraditório e ampla defesa
● Citação pessoal – regra (mandado a ser cumprido pelo ofc. De justiça)
● Citação por hora certa
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na
forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
● Citação por edital
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312.
O juiz determina suspensão do processo e do prazo prescricional.
Citação para a resposta a acusação em 10 dias.
Contagem do prazo – STF súmula 710 – o prazo da resposta é da data da
citação efetiva.
4º - resposta à acusação (10 dias)
● Obrigatória, sob pena de nulidade absoluta
● Súmula 523, STF
● Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares (tudo que
interesse à defesa) e alegar tudo o que interesse à sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua
intimação, quando necessário.
● A jurisprudência desta corte é firme no sentido de que o rol de testemunhas
deve ser apresentado pela defesa na resposta à acusação, sob pena de
preclusão, nos termos do Art. 396-A do Código de processo penal: “Na
resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo
sua intimação, quando necessário”. (AgRg no AREsp 1.471.476/SP, Rel.
Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 10/09/2019/ DJe
16/09/2019).
● A resposta à acusação é obrigatória e se defensor particular a apresentou
de forma extemporânea, mas o Juiz aceitou a peça, não há como
desconsiderar apenas o rol de testemunhas. Está correta a declaração de
nulidade pelo Tribunal de Justiça, pois o acusado teve cerceada a garantia
constitucional de plenitude de defesa. Ele suportou condenação sem a
oportunidade de produzir prova oral em decorrência da atuação
intempestiva de seu patrono, ausente a paridade de armas necessária ao
processo penal. (REsp 1.828.483/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 03/12/2019, DJe 06/12/2019)
● Art. 396-A. § 2º - Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
● É necessária a oitiva do MP após a resposta à acusação?
● Não está expresso no procedimento comum, mas está no do júri.
● Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o
querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.
Absolvição sumária?
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste
Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela
Lei nº 11.719, de 2008). (a existência da causa tem de ser indubitável, se
permanecer em dúvida, absolverá pelo in dubio pro réu)
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Agente inimputável,
absolvição imprópria (sentença absolutória imprópria), ou seja, ele terá o processo
inteiro, pois após há medida de segurança.
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008). Fato atípico.
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Doutrina critica pois, Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer
extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
1. Juízo de certeza
● Na sentença após a instrução é diferente.
● Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva,
desde que reconheça: VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou
isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do
Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;
Absolvição sumária do júri
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
III – o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao
caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese
defensiva. (isso aqui não tem no procedimento comum ordinário)
Hipóteses de rejeição da denúncia, Art. 395, são diferentes.
A decisão do juiz deve ser fundamentada na absolvição sumária, mas se não for,
deverá ser mais rasa.
Recurso cabível contra a absolvição sumária.
Art. 593, I. apelação.
Faz coisa julgada formal e material.
Aqui o juiz verifica se há possibilidade da suspensão condicional do processo, se
não for caso de absolvição sumária, não sendo nenhum dos dois casos, instrução
e julgamento
5º - audiência de instrução e julgamento – testemunha, interrogatório, diligências,
alegações finais e sentença.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa “(n sendo caso de absolvição sumária)”,
o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado,
de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do
assistente.
● STJ HC 138089
I- A par da divergência doutrinária instaurada, na linha do
entendimento majoritário (Andrey Borges de Mendonça; Leandro
Galluzzi dos Santos; Walter Nunes da Silva Junior; Luiz Flávio
Gomes; Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto), é de
se entender que o recebimento da denúncia se opera na fase do
Art. 396 do CPP.
II- Apresentada resposta pelo réu nos termos do Art. 396-A do
mesmo diploma legal, não verificando o julgador ser o caso de
absolvição sumária, dará prosseguimento ao feito, designada
data para a audiência a ser realizada.
(...)
● Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, (...) ordinário – em até 60 dias; sumário
– 30 dias. - Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser
realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias (...)
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão
prioridade de tramitação em todas as instâncias.
Na audiência de instrução e julgamento observa-se o princípio da oralidade.
1º Efeito: Concentração – audiência uma de instrução e julgamento
2º Efeito: Imediatidade – o juiz ouvirá a prova e jugará
3º Efeito: irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias – mas o advogado pede
para constar em ata.
4º Efeito: Identidade física do Juiz.
§ 2º - O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
Exceções a esse princípio:
Diante do silencio da lei se aplicava o Art. 132 de analogia. Porém foi revogado,
mas nos casos práticos, há exceções ao princípio da identidade física do juiz
(jurisprudência)
Ordem dos atos processuais na audiência uma de instrução e julgamento:
Oitiva do ofendido:
Não comparecimento do ofendido: é possível a condução coercitiva?
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as
circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que
possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei
nº 11.690, de 2008)
§ 1º - Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (ofendido intimado
que não compareceu e não justificou)
Não responde pelo crime de falso testemunho, mas pode responder por
denunciação caluniosa.
Retirada do acusado da sala de audiência
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação,
temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que
prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e,
somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor (defensor retirado,
nulidade).
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste
artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.
Número de testemunhas arroladas pelas partes:
● Procedimento comum ordinário: 8 testemunhas;
● Procedimento comum sumário: 5 testemunhas;
● Procedimento comum sumaríssimo: 3 testemunhas.
● 1ª Fase do Júri: 8 testemunhas;
● 2ª Fase do Júri: 5 testemunhas;
● PARA CADA FATO DELITUOSO!!!
Não comparecimento de testemunha:
Possibilidades:
● Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer
sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que
poderá solicitar o auxílio da força pública.
● Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art.
453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e
condená-la ao pagamento das custas da diligência. (se há consequência
prevista para determinada conduta, afasta-se o crime de desobediência)
● Desistência de oitiva de testemunhas, não depende da anuência de
nenhuma das partes, mas o juiz decide se homologa ou não a desistência,
logo estamos em um sistema inquisitivo onde o juiz persegue a prova, pois
a justificativa para tal medida é justamente o fato de que o juiz é o
destinatário da prova. O juiz não deve estar em busca de nenhuma
verdade, ainda que seja a verdade possível.
Substituição de Testemunha:
Aplicação subsidiária do Art. 451 do NCPC:
● Art. 451. Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4º e 5º do art.
357, a parte só pode substituir a testemunha:
● I - que falecer;
● II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
● III - que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for
encontrada.
Ordem de oitiva
1º testemunhas de acusação
2º testemunhas de defesa
● Inversão da ordem da oitiva de testemunhas de acusação e defesa.
Ausência de demonstração de prejuízo. Ausência de similitude fática entre
o paradigma indicado e o acórdão impugnado. Agravo regimental a que se
nega provimento. (AI 825534 AgR-ED-EDv-AgR, Relator(a): GILMAR
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 30/04/2014, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-095 DIVULG 19-05-2014 PUBLIC 20-05-2014).
Demonstração de prejuízo, não concordância com a inversão da ordem.
Inversão de ordem de oitiva de testemunha – concordância
● A inversão da ordem da oitiva das testemunhas, por si só, não é causa de
nulidade, devendo ser demonstrada a existência de prejuízo para a defesa,
não ocorrente na espécie. 2 – No caso concreto, além disso, houve
concordância expressa da defesa na inversão da ordem, pelo causídico que
participou de toda a colheita probatória, não tendo legitimidade para fazê-lo,
tardiamente, na última assentada da audiência de instrução e julgamento
que foi realizada em quatro momentos. 3 – Recurso Ordinário não provido.
(RHC 82.655/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe 12/12/2017)
Oitiva de testemunha por carta precatória e intimação
Súmula 273 STJ.
Súmula 155 STF.
Art. 222 § 1º - A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
Inversão de ordem oitiva de testemunha – Carta precatória
● 1. Nos termos da jurisprudência consolidada por esta corte, “a inversão da
oitiva de testemunhas de acusação e defesa não configura nulidade quando
a inquirição é feita por meio de carta precatória, cuja expedição não
suspende a instrução criminal, a teor do que dispõe o Art. 222 do código de
processo penal. Precedentes” (AgRg no RHC 105.154/SP, Rel. Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 13/12/2018, DJe
4/2/2019). (AgRg no HC 462.121/PR, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK,
QUINTA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 10/04/2019).
Inversão testemunhas e interrogatório – carta precatória – AgRG no RHC 125.549
sexta turma) – RHC 118.854/SP quinta turma.
Colheita de depoimentos
Lei 11690/2008 – Sistema do Cross Examination ou Sistema Direto e Cruzado.
(parte que arrolou a testemunha é a primeira a perguntar.)
1° - exame direto;
2º - parte contrária pergunta diretamente (cross examination);
3º - pergunta o juiz, complementando os pontos não esclarecidos.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha,
não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação
com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
Esclarecimento dos peritos se necessário
Acareação se necessária
Reconhecimento de pessoas e coisas se necessário – Art. 226 CPP.
Interrogatório do réu – no final da instrução – o réu tem melhor possibilidades de
se defender.
-meio de prova, mas também de defesa
-direito ao silêncio
-duas fases
Ordem das perguntas? Juiz, Mp, assista cus, defesa
Direito de não comparecer, desde que o réu seja intimado, não há nulidade.
Advogado intimado para interrogatório de correu? – ausência? Todos os
advogados dos outros réus possuem o direito de serem intimados. Se for correu
delator, tem que intimar o advogado do delatado sob pena de nulidade.
Inversão de ordem de interrogatório – “é necessário que o inconformismo da
Defesa tenha sido manifestado tempestivamente, ou seja, na própria audiência em
que realizado o ato, sob pena de preclusão.”
Pedido de diligencias
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o
querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício:
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização
de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Aqui é onde se fala em instante adequado para mutatio libelli
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição
jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta
houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo
o aditamento, quando feito oralmente.
6º - (alegações finais por memoriais)
Prazo de 20 min para o MP e para a defesa, prorrogáveis por mais 10 min
Assistente de acusação – 10 minutos e, nesse caso, o advogado de defesa, tem
mais 10
● Mais de um acusado: tempo individual.
Réus colaboradores e não colaboradores – 1º réu que firmou acordo de
colaboração premiada – STF HC 157.627 AgR/PR, 27/08/2019.
Memoriais:
● Quando houver o deferimento de pedido de diligencias
● Complexidade da causa e/ou
● Pluralidade de acusados
§ 3º - O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de
acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a
apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para
proferir a sentença.
Consequências da não apresentação de Alegações Finais/memoriais.
● Réu – tem como prosseguir o feito sem alegações finais
● MP – O juiz invocaria o Art. 28 e chamaria o Procurador geral de justiça
● Querelante – na ação privada subs. Da pública aí vai pro MP, na privada,
equivale há não ter pedido de condenação.
Atenção! Não há previsão de pedido de diligências no procedimento comum
sumário, sequer de substituição das alegações orais por memoriais!
7º - Sentença
Principio da correlação entre acusação e sentença – n pode réu ser condenado por
fatos não narrados na denúncia.
Emendatio Libelli
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha
de aplicar pena mais grave.
A definição jurídica não vincula o juiz.
Interrogatório coo último ato da instrução e procedimentos especiais
● Aplicação a procedimentos especiais com previsão diversa.
● HC 122.673 – STF – aplica-se na justiça militar.
● Ação Penal 528 – aplica-se aos feitos de competência originária do STF.
● HC n. 127.900/AM – Plenário do STF: “a norma insrita no Art. 400 do CPP
comum aplica-se, a partir da publicação da data do presente julgamento
aos processos penais militares, aos processos penais eleitorais e a todos
os procedimentos penais regidos por legislação especial incidindo tão
somente naquelas ações penais cuja a instrução não se tenha encerrado”.
● Modulação dos efeitos da decisão: processos cuja instrução criminal não
tenha se encerrado até a publicação da ata do julgamento do HC n.
127.900/AM 11/03/2016.
HC 183.784 AgR.
HC 428.511/RJ
HC 462.253/SC
Procedimento comum sumário
Pena superior a dois anos e inferior a 4.
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado
especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção
de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste
Capítulo.
Impossibilidade de citação no juizado.
Complexidade da causa.
Procedimento comum ordinário – Procedimento comum Sumário (Arts.
(crimes cuja pena máxima seja igual 531 a 538 do CPP) (crimes cuja a pena
ou superior a 4 anos) máxima seja inferior a 4 anos e
superior a 2 anos)
8 testemunhas 5 testemunhas
60 dias para a realização da audiência 30 dias para a realização da audiência
É possível o requerimento de Não há previsão legal para o
diligências requerimento de diligências. É
possível, entretanto, que o juiz, com
base no princípio da verdade real,
conceda o direito de as partes
requererem diligências.
As alegações orais podem ser Não há previsão legal de substituição
substituídas por memoriais em duas das alegações orais por memoriais.
hipóteses:
● Na prática – acordo entre as
a) Quando houver pedido de partes, apesar de não haver
diligência; previsão legal, consistindo em
b) Em virtude de complexidade da mera irregularidade processual.
causa.
Procedimentos especiais do Código de Processo Penal
Tribunal do Júri
Júri surge em 1822
O júri é introduzido no Brasil para a apreciação dos crimes praticados contra a
imprensa, em 1824 o júri ganhou acento constitucional.
O júri foi implementado em todas as constituições republicanas exceto na de 1937
do Estado Novo.
Momento Atual
Art. 5º, XXXVIII, tendo status de Cláusula pétrea – é um direito (sociedade) e uma
garantia (réu) fundamental.
OBS 1. Para Guilherme Nucci o júri é um direito fundamental de participação
popular na administração da justiça. Em outro giro o júri é uma garantia
fundamental de julgamentos por pessoas comuns do povo pela prática de crimes
dolosos contra a vida.
É pacífico na doutrina que o júri é órgão do poder judiciário, seja na órbita da
justiça comum estadual ou federal.
Princípios constitucionais especializantes
● Princípio da plenitude de defesa – vale argumentos metajurídicos,
religiosos, filosóficos, sociológicos. O jurado é um juiz leigo. Ganha
destaque a figura do laudador, que é a testemunha empregada para falar
sobre os antecedentes do réu (testemunha de beatificação). STF não
permite que se diga em plenário do Júri sobre legitima defesa da honra,
errou (seletividade prévia), não cabe ao supremo dizer o que pode ou não
ser dito no júri, o supremo ofendeu a plenitude de defesa, Se invocado, e o
réu absolvido o júri é nulo
(????????????????????????????????????????????????????????????
????????????????????????????????????????????????????????????
????????????????????????????????????????????????????????????
??????????????????????????), tendo como consequência a necessidade
de novo júri com novos jurados, atropelaram a plenitude de defesa, é isso.
● Princípio do sigilo das votações: o sigilo é fomentado para preservar o júri
de qualquer ingerência externa, logo analisa-se o sigilo em duas frentes.
Sigilo de ambiente – ambiente de preservação para que os jurados votem
segundo sua consciência, evitando qualquer tipo de pressão, se não houver
sala especial, esvazia o plenário e ele mesmo se torna a sala especial.
Sigilo quanto ao procedimento – o voto não é identificado, não é pessoal,
não é pra dar pra saber quem votou contra ou a favor. A forma de romper o
sigilo, era quando a votação é unânime, hoje, não há mais a unanimidade,
depois do quarto voto para a contagem, a decisão citada é de Ruy Barbosa
(sugestão dele).
● Princípio da soberania dos veredictos – nenhum órgão do PJ composto por
juízes togados pode alterar o mérito da decisão dos jurados, no máximo,
pode anular o júri e levar a outro. Mas na revisão criminal pode absolver
alguém que foi condenado injustamente. Mitigações à soberania dos
veredictos: decisão manifestamente contrária às provas (só pode ser
invocado uma única vez), a procedência autoriza que o TJ casse o
julgamento e mande o réu para novo júri. O TJ poderá absolver aquele que
foi injustamente condenado pelo júri em sentença com trânsito em julgado,
pelo instituto da revisão criminal.
● Princípio da competência mínima para o julgamento dos crimes dolosos
contra a vida, consumados ou tentados – homicídio, infanticídio, aborto e
instigação ou auxílio ao suicídio (mas o auxílio tem que ser ao suicídio).
Também julga crimes conexos e continentes. Se for de menor potencial
ofensivo, respeitando-se a aplicação da composição civil e transação penal)
o legislador ordinário poderá ampliar a competência do júri, não pode
suprimí-la. O resultado morte não necessariamente aponta que o crime é
doloso contra a vida ex: latrocínio que é crime patrimonial (súmula 603 do
STF) e o genocídio que é crime contra a humanidade.
Características do Júri
Composto por 25 pessoas do povo e um juiz togado, é um tribunal heterogêneo.
Dos jurados presentes sorteia-se 7 jurados para integrar o conselho de sentença
Classificação das decisões judiciais em razão do órgão prolator:
a) Decisão subjetivamente simples: proferida por órgão monocrático
b) Decisão subjetivamente plúrima: proferida por um órgão colegiado
homogêneo. (decisão proferida por desembargadores)
c) Decisão subjetivamente complexa: proferida por um órgão colegiado
heterogêneo. Ex: júri
O júri é um tribunal horizontal, inexiste hierarquia entre o juiz togado e os jurados
No júri temos competência funcional pelo objeto do juízo, logo os jurados votam os
quesitos apreciando a demanda, ao passo que o juiz presidente elabora a
sentença vinculado aos quesitos e ao texto da lei.
Tribunal temporário: o júri é idealizado para funcionar por determinados períodos
do ano de acordo com a lei de organização judiciária do local.
Reunião do júri: enquadramento terminológico:
a) Retrata os meses do ano em que o júri atua.
Sessão do júri: Ato solene em que o processo é submetido a julgamento.
Num único dia pode marcar sessão com os mesmos jurados? Sim desde que as
duas partes concordem (Art. 452 CPP).
Organização da Pauta
1º critério – A preferência é dos réus presos
2º critério – entre réus presos a preferencia é dos que estão encarcerados a mais
tempo
3º critério – se houver identidade temporária de prisões leva-se em conta a
antecedência da decisão de pronuncia
Júri é um tribunal que vota por maioria, sendo vedada a unanimidade, basta quatro
votos pra terminar o júri.
Procedimento do Júri
Obs. O procedimento é escalonado ou bifásico segundo a seguinte bifurcação
1ª fase: judicium accusationis (fase do sumário da culpa)
1º passo: oferta da inicial acusatória, seja ela a denúncia ou a queixa-crime.
A queixa crime é pertinente a eventual ação privada subsidiária (Art. 29 CPP).
Podem ser arroladas até 8 testemunhas para cada fato criminoso sob pena de
preclusão.
Os requisitos formais da inicial são apresentados no Art. 41 do CPP.
2º passo: realização do juízo de admissibilidade da inicial.
Juízo negativo: em tal hipótese a inicial será rejeitada.
Os fundamentos de rejeição da inicial estão no Art. 395 do CPP.
A decisão é desafiada por meio de RESE (Art. 581, I do CPP).
Juízo Positivo: em tal hipótese a inicial será recebida deflagrando-se o processo.
O ato de recebimento da inicial é irrecorrível por ausência de previsão legal,
todavia a defesa poderá manejar o HC para trancamento da ação penal.
3º passo: realização da Citação. no procedimento do júri admitimos a citação
pessoal, por edital e por hora certa (arts. 351 ao 369 do CPP).
4º passo: apresentação da resposta à acusação (Art. 406 do CPP).
podem ser arroladas até 8 testemunhas para cada fato criminoso, sob pena de
preclusão.
5º passo: cabe ao juiz abrir vistas à acusação para se manifestar sobre
preliminares e documentos trazidos na resposta à acusação. (Art. 409 CPP)
Prazo de 5 dias para a manifestação.
Tal ato não encontra similaridade no procedimento comum ordinário.
6º passo: os autos são conclusos ao juiz para saneamento do processo.
Conteúdo do saneador:
- sanar nulidades
- deliberar sobre as diligências requeridas pelas partes
- marcar a audiência de instrução, debates e julgamento da 1ª fase do júri.
Prazo 10 dias (Art. 410 do CPP).
Julgamento antecipado do mérito.
Art. 394, § 2º. Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo
disposições em contrário deste Código ou de lei especial.
A doutrina defende que no momento do saneador caberá absolvição sumária,
aplicando-se o Art. 397, por autorização do Art. 394, § 2º do CPP. O STJ já teve a
possibilidade de afastar a tese proposta academicamente, seguindo a sequência
de artigos do capítulo do júri. (STJ ROC 52086).
7º passo: realização da audiência de instrução, debates e julgamento da primeira
fase do júri.
É o ato solene que poderá desaguar na remessa ou não do réu a julgamento pelo
povo.
Prazo: 90 dias para a realização da audiência, pouco importando se o réu está
preso ou solto.
Em que pese o silêncio da lei, parte da doutrina entende que o prazo passa a fluir
no dia que o juiz recebeu a inicial acusatória.
Estrutura
1) Instrução (produção probatória):A sequência lógica de atos instrutórios é a
mesma do procedimento comum ordinário, vejamos:
- Oitiva do ofendido (se possível);
- oitiva das testemunhas de acusação e da defesa;
- interpelação do perito e do assistente técnico;
- acareações;
- reconhecimento de pessoas e objeto
- interrogatório do réu (Art. 411 §§ 1º e 2º do CPP)
Em que pese a omissão da lei sobre a possibilidade do requerimento de diligências
probatórias complementares pelas partes, o juiz poderá autorizar, amparado no
Art. 156, II do CPP.
2) Debates orais:A distribuição temporal é a mesma do procedimento comum
ordinário (Art. 411, §§ 4º e 5º, CPP).
Em que pese a omissão da lei é plenamente possível a substituição dos debates
por memoriais aplicando-se por analogia os arts. 403, § 3º e 404 do CPP.
3) decisão: cabe ao juiz proferir uma decisão com a remessa (ou não) do réu
aos jurados
3.1) Pronúncia: Havendo indícios de autoria e prova da materialidade cabe ao juiz
proferir a decisão de pronúncia. é a decisão interlocutória mista não terminativa
que encerra a 1ª fase do júri com remessa do réu aos jurados, diante da
verificação da justa causa. (Art. 413, CPP).
Natureza jurídica: é uma decisão interlocutória (integra a estrutura do processo e
possui conteúdo decisório) mista (encerra uma etapa do procedimento) não
terminativa (pois não conclui o processo).
Conteúdo:
- indícios de autoria
- prova da materialidade
- qualificadoras
- causas de aumento de pena;
- omissão penalmente relevante (Art. 13, § 2º do código penal)
- tese da tentativa (Art. 14, II do código penal)
- eventual concurso de pessoas (Art. 29 do código penal)
Proibições: aquilo que não é objeto da pronúncia.
- agravantes e atenuantes;
- as causas de diminuição de penas previstas na parte especial do código
penal. (Art. 7º da lei de introdução ao código de processo penal)
- eventual concurso de crime (concurso formal, material e crime continuado).
Pressupostos:
- indícios de autoria (juízo de verossimilhança) e prova da materialidade
(juízo de certeza)
Motivação:
Eloquência acusatória gera nulidade absoluta
- Cabe ao juiz com equilíbrio valorar os elementos que integram o conteúdo
da pronúncia (Art. 413, § 1º CPP)
Não pode o juiz antecipar juízo de culpa ou afastar peremptoriamente as teses de
defesa na pronúncia, sob pena de nulidade da decisão.
Para o STF e o STJ, declarado o vício, os autos voltam para que o juiz profira uma
nova decisão, afastando assim o vício da eloquência acusatória (STF HC 103.037).
Sistema recursal - qual o recurso cabível para impugnar a decisão de pronúncia?
RESE (Art. 581, IV CPP).
Tal recurso tem efeito suspensivo limitado, logo o réu não será levado a júri.
Todavia eventual preventiva decretada será cumprida.
Sistema Recursal: Normalmente o recurso sobe acompanhado dos autos do
processo, todavia teremos a formação de instrumento na pluralidade de réus,
quando nem todos pretendem recorrer ou quando nem todos foram encontrados
para a intimação da pronúncia (Art. 583, § único, CPP).
Situação prisional: O juiz deve assumir o seguinte comportamento decisório:
Se o réu já estava preso, o juiz deve indicar a razão da manutenção da prisão.
Se o réu já estava preso, o juiz deve dizer o porquê do não cabimento de liberdade
provisória.
Se o réu estava solto, só será preso se presentes os requisitos do Art. 312 do CPP
(prisão preventiva) e se não forem mais adequadas as medidas cautelares não
prisionais.
Efeitos da pronúncia:
- Submissão do réu ao plenário do júri;
- A decisão estabelece os limites da acusação no plenário do júri; (a doutrina
apresenta o princípio da correlação entre a pronúncia e a futura quesitação.
A pronúncia não limita as teses que a defesa pretende apresentar em
plenário);
- Interrupção da prescrição (Art. 117, II do Código Penal); (De acordo com a
súmula 191 do STJ a desclassificação em plenário, não afasta a interrupção
da prescrição ocorrida na pronúncia);
- Preclusão das nulidades relativas da primeira fase do júri. (preclusa a
pronúncia também estarão preclusas as nulidades relativas da primeira fase
do júri);
3.2) Impronúncia
Diante da ausência de indícios de autoria e/ou prova da materialidade cabe ao juiz
proferir a decisão de impronúncia.
Conceito: é a sentença que extingue o processo sem julgamento de mérito diante
da ausência de lastro probatório que indique a remessa do réu aos jurados. (Art.
414, CPP).
Natureza Jurídica: A lei 11.689 de 2008 considera a impronúncia como uma
sentença, que extingue o processo sem julgamento de mérito.
Parte da doutrina (Renato Brasileiro) continua defendendo que a impronúncia tem
natureza de decisão interlocutória mista terminativa.
A impronúncia não é apta à imutabilidade pela coisa julgada material. Logo,
surgindo NOVAS PROVAS antes da extinção da punibilidade, caberá uma NOVA
DENÚNCIA.
A impronúncia segue a cláusula “rebus sic stantibus” (o estado das coisas).
Sistema recursal: A decisão é desafiada por apelação, sem efeito suspensivo, logo
se o réu estava preso será imediatamente libertado (Art. 416 do CPP). Para o STJ
na súmula 604 não cabe MS para obter efeito suspensivo que não foi conferido por
lei.
Legitimados a apelar:
- MP.
- Querelante;
- Assistente de acusação (só apela se o MP for omisso).
- Defesa.
O Advogado pode apelar pleiteando absolvição sumária (Art. 415, CPP).
Institutos correlatos:
- Despronúncia: Ela significa a obtenção da impronúncia pelo êxito do RESE
interposto para combater a pronúncia.
- Absolvição de Instância: ela simboliza a extinção da demanda sem
julgamento de mérito. Logo o sujeito pode ser processado novamente se
surgirem novas provas antes da extinção da punibilidade.
3.3) Diante da certeza da inocência cabe ao juiz proferir a decisão de absolvição
sumária.
Conceito: é a decisão que julga antecipadamente a causa reconhecendo a
inocência do réu, sem necessidade de remessa do imputado aos jurados,
pressupondo juízo de certeza em face da inocência.
Natureza Jurídica: sentença de mérito, apta à imutabilidade pela coisa julgada
material. A decisão absolutória própria, uma vez transitando em julgado, não é
passível de rescisão, formando a coisa soberanamente julgada.
Hipóteses: elas estão listadas no Art. 415 do CPP, pressupondo a certeza de
qualquer dos seguintes argumentos.
- negativa de autoria;
- inexistência do fato
- excludente de tipicidade
- excludente de ilicitude
- excludente de culpabilidade
A inimputabilidade só autoriza a absolvição sumária no júri se for apresentada
como única tese de defesa, no que chamamos de absolvição sumária imprópria
(Art. 415, § único do CPP).
Sistema Recursal: Apelação sem efeito suspensivo (não impede expedição de
alvará de soltura) (Art. 416, CPP).
Logo se o réu estava preso, será imediatamente libertado (Art. 596 CPP).
Súmula 604 do STJ.
Para o STJ o inciso II do Art. 574 do CPP está tacitamente revogado, não mais
cabendo recurso ex-officio da absolvição sumária do júri (STJ HC 201303257630).
3.4) É possível que o juiz entenda que inexiste animus necandi proferindo a
decisão de desclassificação.
Conceito: é a decisão que encerra a primeira fase do júri com a remessa do
imputado ao juízo competente pois o crime praticado não integra a competência
constitucional dos jurados (Art. 419 do CPP).
Natureza jurídica: é uma decisão interlocutória mista não terminativa, que importa
na remessa do réu ao juízo competente, de acordo com a lei de organização
judiciária.
Situação Prisional: o réu preso ficará à disposição do juízo competente.
Sistema recursal: a decisão é desafiada por RESE (Art. 581, II do CPP).
É possível que existam eventuais crimes conexos. Logo, precisaremos realizar o
encaminhamento diante de cada situação jurídica, vejamos:
1) Decisão de Pronúncia: o crime conexo também será objeto da decisão em
fenômeno rotulado de eficácia objetiva da pronúncia (Art. 81, § único do
CPP).
2) Decisão de impronúncia: O crime conexo será remetido ao juízo
competente (Art. 81, § único do CPP).
3) Decisão de Absolvição sumária: Cabe ao juiz remeter o crime conexo ao
juízo competente(Art. 81, § único do CPP).
4) Decisão de desclassificação: a desclassificação leva a remessa do suposto
crime doloso contra a vida e o conexo ao juízo competente (Art. 81, § único
do CPP).
2ª fase: judicium causae (fase do julgamento perante os jurados)
Pressuposto lógico: existência da decisão de pronúncia.
Início da segunda fase do júri: a segunda fase começa com a preclusão da
pronúncia, seja porque ninguém recorreu ou porque o recurso interposto está
definitivamente julgado.
Imutabilidade da pronúncia: após a preclusão a decisão de pronúncia, em regra é
imutável. Todavia, ocorrendo fato novo superveniente a decisão de pronúncia pode
ser modificada (Art. 421, § 1º do CPP).
Cabe ao juiz abrir vistas ao MP para o aditamento da denúncia, na sequência a
defesa deve se manifestar e o juiz proferirá uma nova decisão, abrindo a
oportunidade para recurso.
Intimação do réu da decisão de pronúncia: o imputado será intimado
pessoalmente, pouco importa se o crime é afiançável ou inafiançável. Se o réu não
for encontrado será intimado da pronúncia por edital, e o processo prosseguirá.
Passo a passo da segunda fase do júri.
a) 1º passo: com a revogação do libelo crime acusatório, a acusação será
intimada para formulação do seu requerimento de diligências, gozando do
prazo de 5 dias. A acusação pode arrolar até 5 testemunhas para cada fato
criminoso sob pena de preclusão. As testemunhas podem ser inéditas.
b) 2º passo: cabe ao juiz intimar a defesa para apresentar o seu requerimento
de diligências gozando do prazo de 5 dias. A defesa pode arrolar até 5
testemunhas para cada crime imputado sob pena de preclusão. A reforma
do CPP acabou com a contrariedade ao libelo, simplificando o
procedimento.
c) 3º passo: os autos serão conclusos ao juiz para que ele possa sanear o
processo.
Conteúdo do Saneador:
- Sanar nulidades
- Deliberar sobre as diligências probatórias requeridas pelas partes
- Acostar ao processo um relatório, que será entregue aos jurados,
juntamente com uma cópia da pronúncia. Atualmente a leitura de
peças em plenário abrange os seguintes elementos: provas
cautelares, provas irrepetíveis, provas colhidas por precatória,
provas obtidas em incidente de produção antecipada.
- Marcar a audiência de instrução, debates e julgamento da 2ª fase do
júri, rotulada como sessão plenária.
d) 4º passo: realização da sessão plenária.
- Abertura da sessão: dos 25 jurados convocados, é necessário que
compareçam ao menos 15 jurados (quórum mínimo). Se o quórum
mínimo não for atingido, a sessão será remarcada, com a
convocação de jurados suplentes. A abertura da sessão sem quórum
mínimo é fato gerador de nulidade absoluta (Art. 564, III, “i”, CPP), o
STJ tem precedente entendendo que a nulidade é relativa, exigindo
a demonstração de prejuízo.
- Formação do conselho de sentença: dos jurados presentes devemos
sortear 7 jurados que vão integrar o conselho de sentença, julgando
a causa submetida a juízo. Requisitos para ser jurado: 18 anos
completos, ser brasileiro nato ou naturalizado; ser alfabetizado;
residência na comarca; visão, audição e voz em perfeitas condições.
Dispensa: os maiores de 70 anos podem requerer a dispensa.
Vedação do jurado profissional: o sujeito que figurou como jurado
nos 12 meses que antecederam a publicação da lista geral, estará
excluído para o ano subsequente. Impugnação da lista geral de
jurados: a lista geral de jurados é publicada provisoriamente no dia
10 de outubro de cada ano e em definitivo no dia 10 de novembro.
Posições existentes sobre a impugnação: para Rômulo Moreira
temos apenas a reclamação da lista geral provisória, a ser julgada
pelo juiz que preside o júri (Art. 426, § 1º do CPP). para Guilherme
Nucci, além da reclamação geral da lista provisória, teremos o
cabimento de RESE da lista geral definitiva, no prazo de 20 dias e
endereçado ao Presidente do TJ (Art. 581, XIV combinado com Art.
586, ambos do CPP). Recusas: as partes podem recusar o jurado
sorteado, sendo que primeiramente a manifestação é da defesa. As
recusas podem ser apresentadas diante do seguinte contexto: i)
recusas motivadas: Elas retratam a alegação de suspeição ou
impedimento do jurado, inexistindo limitação numérica. Cabe à parte
provar na hora o alegado e o juiz decidirá de plano. ii) recusas
imotivadas ou peremptórias: cada parte poderá recusar, sem
motivar, até 3 jurados, diante da correspondente estratégia. Estouro
de urna: ele ocorre quando não subsiste o número de 7 jurados para
integrar o conselho, em razão do exercício das recusas. Diante do
estouro, cabe ao juiz remarcar a sessão, convocando jurados
suplentes. Havendo pluralidade de réus, o juiz pode desmembrar o
novo julgamento, minimizando o risco de um novo estouro de urna.
Pluralidade de Réus, com advogados distintos: Os advogados
podem acordar que um só deles faça as recusas em nome de todos
os réus, se isso ocorrer, as recusas peremptórias serão somadas.
-
- Compromisso do conselho de sentença: os jurados devem ser
compromissados a bem e fielmente desempenhar o seu papel,
sendo informados sobre o dever de incomunicabilidade (Art. 472,
CPP). Os jurados não podem conversar entre si, ou com terceiros
sobre os fatos que integram o julgamento. Os jurados podem
conversar sobre outros temas, desde que com fiscalização. A quebra
do dever de incomunicabilidade é fato gerador de nulidade absoluta
(Art. 564, III, “j”, CPP). Em tal hipótese o júri deve ser dissolvido.

- Instrução (produção probatória): A sequência lógica de atos


instrutórios, é a mesma da primeira fase do júri. Questões
complementares: as testemunhas devem ficar incomunicáveis, de
forma que umas não podem ouvir o depoimento das outras. As
perguntas formuladas pela acusação e pela defesa ocorrem
diretamente. Já as perguntas formuladas pelos jurados, atendem o
sistema presidencialista, afinal o jurado é pessoa leiga. Convocação
do perito: O perito pode ser convocado para prestar esclarecimentos
em plenário, a convocação deve ocorrer com antecedência mínima
de 10 dias (Art. 159, § 5º, II do CPP).

- Debates orais em plenário: Os debates não podem ser substituídos


por memoriais, prestigiando a oralidade do júri. Questões
complementares: Distribuição temporal: i) acusação: 1 hora e trinta
minutos. ii) defesa: 1 hora e trinta minutos. iii) acusação à réplica: 1
hora. iv) tréplica: 1 hora. Réplica e tréplica são essencialmente
facultativas, todavia o pressuposto da tréplica, é a existência de
réplica. Se o acusador fizer qualquer juízo de valor na réplica,
consideramos que ela foi exercida, de maneira que a defesa terá
direito a tréplica. Se houver pluralidade de réus, vamos acrescentar
uma hora em cada parte dos debates orais, independente do número
de réus a mais. Proibições: As partes não podem apresentar nos
debates os seguintes temas “como argumento de poder”: i) decisão
de pronúncia; ii) uso de algemas; iii) direito ao silêncio; o “argumento
de poder” é o elemento simbólico invocado para convencer o leigo,
sem qualquer lastro. A quebra da proibição ocasiona a nulidade do
júri. Inovações: Se a parte pretende utilizar algum elemento
probatório novo, é necessário que a parte contrária tenha
conhecimento com antecedência mínima de 3 dias úteis. Na
proibição englobamos jornais, revistas e matérias sobre o tema.
Apartes: eles representam a intromissão de uma das partes na fala
da outra, pressupondo deliberação do juiz. cada aparte goza do
tempo de 3 minutos, o tempo do aparte é acrescentado ao tempo de
fala de quem foi interrompido, preservando a isonomia. Réu
indefeso: como a defesa técnica é obrigatória, cabe ao juiz dissolver
o júri, remarcando a sessão, sem prejuízo de ofício aos órgãos de
fiscalização da OAB ou da defensoria pública (Art. 497, V do CPP
combinado com precedente do STF HC 89220). Sociedade indefesa:
se o promotor não se preparou para enfrentar o júri, cabe ao juiz
dissolver o conselho, oficiando ao PG, por analogia ao inciso V do
Art. 497 do CPP. Inovação na tréplica: quanto ao comportamento do
advogado que apresenta um argumento novo apenas na tréplica
temos as seguintes posições: i) não cabe inovação pois implicaria
em ofensa ao princípio do contraditório. ii) é possível em razão da
plena defesa e porque a defesa fala por último. iii) ocorrendo a
inovação, a acusação teria a possibilidade de se manifestar sobre
ela.

- Parte pedagógica da sessão: superados os debates orais, cabe ao


juiz indagar se os jurados estão aptos a julgar a causa. Na
sequência os quesitos, serão lidos e explicados em plenário, com
eventual contribuição das partes. havendo a necessidade de
diligência fundamental ao esclarecimento dos fatos, o juiz deve
dissolver o Conselho, remarcando a sessão para momento posterior
ao cumprimento da diligência pretendida. (Art. 480, § 1º + 481 do
CPP).

- Sala Especial ou Secreta: Conceito: é o ambiente reservado onde os


jurados devem votar os quesitos, imunes a qualquer tipo de
ingerência externa. Se no fórum inexiste sala especial, o plenário
pode ser empregado com esse objetivo.

- Quesitação: Conceito: ela representa as perguntas formuladas aos


jurados, espelhando as teses de acusação e de defesa. Fontes: i)
decisão de pronúncia, ii) debates orais, iii) interrogatório do réu.
Sistema de quesitação anotado pelo CPP: i) momento antes da lei
11.689 de 2008, a quesitação brasileira espelhava o sistema francês,
como quesitação permenorizada de cada elemento apresentado. ii)
após a reforma, adotamos um sistema híbrido, admitindo certa
influência anglo-americana, afinal, teremos um quesito amplo
acomodando as teses defensivas que não serão pormenorizadas
(Art. 483, III do CPP). Estrutura da quesitação (Art. 483 do CPP):
Quesitos primários: i) materialidade: o crime existiu? se os jurados
disserem não, absolvição, se disserem sim, a votação continua. ii)
autoria: o réu concorreu para o delito? se os jurados disserem não,
absolvição, se disserem sim, votação continua. iii) quesito derradeiro
(quesitão, expressão pejorativa): o réu deve ser absolvido? se os
jurados disserem não, teremos condenação. Se disserem sim, temos
absolvição. O problema do quesitão, é que não sabemos se foi
absolvido em legítima defesa, por exclusão da culpabilidade em
decorrência de inimputabilidade, e a diferênça é que se absolvido em
legítima defesa, é absolvição própria, vai pra casa; e se por exclusão
da culpabilidade em decorrência de inimputabilidade, absolvição
imprópria, ser-lhe-á imposto medida de segurança, e será internado
no HCT (Hospital de custódia e tratamento), que nas palavras do
professor Nestor Távora, é uma sucursal do inferno dependendo do
estado. Se necessário deve-se formular quesitos complementares ao
quesitão, para Luiz Flávio Gomes. Quesitos secundários, o
pressuposto é que ocorra se houver condenação, vejamos. i) causas
de diminuição de pena. ii) Qualificadoras. iii) causas de aumento.
Questões complementares: i) as agravantes e atenuantes não são
quesitadas. Logo, verificada em Plenário, cabe ao juiz valorar na
sentença. O juiz não pode quesitar as qualificadoras ou causas de
aumento antes das causas de diminuição, sob pena de nulidade
(Súmula 162 do STF). iii) a falta de qualquer quesito obrigatório
pressupondo pertinência é causa de nulidade do júri (súmula 156 do
STF). Tese da Tentativa. Ela será quesitada logo após o segundo
quesito primário (Art. 483, § 5º, CPP). Tese da desclassificação: ela
será apontada após o segundo ou o terceiro quesito primário, a
depender da existência ou não da tese da tentativa. Com a
desclassificação, o crime desclassificado e os conexos, serão
julgados pelo juiz presidente do júri. Diante da desclassificação, se
for verificada a incompetência material, os autos serão remetidos ao
juízo competente. EX: Desclassificação para crime militar.
Desclassificando para infração de menor potencial ofensivo,
devemos oportunizar a oferta de institutos benéficos dos juizados em
plenário (Arts. 74, 76 e 89 lei 9099/95). Falso Testemunho: de
acordo com a exegese do Art. 211 do CPP, a testemunha que
mentiu pode ser responsabilizada, pressupondo a quesitação acerca
do falso testemunho para que as providências persecutórias sejam
adotadas.

- Desfecho: com a votação dos quesitos, cabe ao juiz presidente


sentenciar a causa, vinculado aos quesitos e ao texto da lei. A
decisão será lida com todos de pé, sendo que as partes saem
intimadas para a interposição de eventual recurso.

- Desaforamento: ele significa a transferência da sessão plenária da


comarca de origem para uma outra em razão de circunstâncias
legais devidamente demonstradas. Legitimidade: 1. para deliberar:
Tribunal (TJ ou TRF). 2. para provocar o tribunal: Não só de
qualquer das partes, mas do próprio juiz que preside o júri. MP,
Querelante, assistente de acusação, a defesa e o juiz
(representando ao tribunal. O juiz pode representar ao tribunal pelo
desaforamento) da causa podem provocar o tribunal. De acordo com
a súmula 712 do STF haverá nulidade quando o tribunal delibera
sem ouvir a defesa. O desaforamento é pertinente na segunda fase
do júri, leia-se após a preclusão da pronúncia. Após a realização da
sessão plenária admite-se o pedido de desaforamento, desde que
atendidos os seguintes requisitos: 1. nulidade da decisão proferida
em plenário. 2. Fato gerador ocorrido durante ou após a realização
da sessão. Hipóteses de cabimento: i) garantia da ordem pública (ela
é sinônimo de paz social). ii) dúvida sobre a imparcialidade dos
jurados. iii) falta de segurança ao acusado. iv) Sessão plenária não
realizada em até 6 meses da preclusão da pronúncia. Não serão
computadas as dilações provocadas pela defesa (Art. 428, § 1º do
CPP). Filtro - não cabe ao magistrado promover a representação
com base no último argumento. Pluralidade de réus: diante a
deliberação sobre o desaforamento a remessa para uma outra
comarca é global. Sistema recursal: inexiste recurso ordinário para a
impugnação da deliberação do tribunal sobre o desaforamento.
Havendo pertinência podem ser manejados REsp ao STJ e RE ao
STF. Nada impede que o pedido de desaforamento seja renovado
pressupondo a existência de novas provas. Suspensão do processo
principal: o tribunal poderá determinar a suspensão da tramitação do
processo diante da relevância dos argumentos apresentados (Art.
427, § 2º do CPP). Nova comarca: A sessão será desaforada para a
comarca preferencialmente mais próxima, pertencente ao mesmo
estado ou região (esfera federal), sob pena de nulidade por
incompetência. Reaforamento: retorno da sessão à comarca de
origem em virtude de novo desaforamento. A doutrina majoritária é
contra, em razão dos riscos inerentes ao ato.
Procedimento dos crimes contra a honra
§ 5º - Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e
sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
● Arts. 513 a 518
● “DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE
RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS”
● Crimes funcionais – crimes praticados por funcionário público contra a
administração em geral – Arts. 312 a 326 do código penal
● Art. 327 do código penal. Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
● § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
● Prerrogativa de função junto ao STJ ou STF adota-se a lei 8038/90
● N há crimes funcionais inafiançáveis.
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo
e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será
instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do
delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de
qualquer dessas provas. (assim como na ação penal de modo geral, pode precisar
ou n de inquérito policial, necessita justa causa para ajuizar a ação penal)
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. (notificação, n é citação pq
ainda não houve recebimento à acusação, isto é uma resposta preliminar)
Súmula 330 do STJ, HC 95969 (entendimento contrário ao da súmula 330 do STJ).
N se aplica o procedimento especial ao Coautor que não seja funcionário público
Funcionário público que tenha sido exonerado, demitido ou aposentado – n se
aplica.
AgRg nos EDcl no AREsp 1.082.304. o procedimento especial só se aplica aos
crimes funcionais.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar
fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a
resposta preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a
resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo
acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se
convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do
crime ou da improcedência da ação.
O recebimento da denuncia precisa de decisão fundamentada.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma
estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
A notificação para resposta preliminar supre a citação? Não parece ser o caso.
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á
o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.
Resumo do procedimento
Oferecimento da denúncia ou queixa – notificação do acusado para responder em
15 dias – autos permanecem em cartório aguardando manifestação – resposta
preliminar – análise da denúncia ou queixa: aí o juiz aceita ou rejeita, se aceitar
segue procedimento comum, se rejeitar, acaba.
Procedimento para processo e julgamento dos crimes contra a honra
Arts. 519 a 523 do CPP
● Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja
outra forma estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos
Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos
artigos seguintes.
Crimes contra a honra – procedimento sumaríssimo?
Fato complexo ou necessidade de citação por edital - Art. 77. Na ação penal de
iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do
fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério
Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade
de diligências imprescindíveis. § 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso
não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao
Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art.
66 desta Lei. § 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida
queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do
caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
66 desta Lei. – Art. 538 do código de processo penal. Nas infrações penais de
menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo
comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o
procedimento sumário previsto neste Capítulo.
Crime eleitoral
Crime militar
Crime praticado por agente com foro por prerrogativa de função – Lei 8038/90
Pena máxima do crime superior a 2 anos de pena privativa de liberdade.
Apenas os que estão com as causas de aumento no 141 do código penal
● Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes
oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e
ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se
lavrando termo.
Audiência de reconciliação.
Condução coercitiva, Autor/vítima? Não
Perempção? Não, ele só não quer reconciliar.
● Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar
provável a reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua
presença.

● Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o


termo da desistência, a queixa será arquivada.

● Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade


do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois
dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras
indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o
máximo legal.
Queixa – designação de audiência de conciliação: juiz ouve separadamente
querelante e querelado, na ausência dos advogados – sendo provável a
reconciliação, o juiz coloca as partes frente a frente. Em caso de desistência pelo
querelante, a queixa é arquivada – não sendo viável o acordo, juiz analisa a queixa
– recebe: segue o procedimento comum, rejeitou, acaba ali.
Procedimentos especiais, crimes contra a propriedade imaterial
● Bens imateriais – incorpóreos, dotados de valor econômico.
● Propriedade intelectual – concretizados em obras científicas, literárias,
artísticas, invenções em geral.
● Crimes – Arts. 184 a 186 do CP.
● Lei 9279/96
● Procedimento
▪ Ação penal privada – Arts. 524 a 530, CPP
▪ Ação penal pública – Arts. 530-B a 530-H
▪ Fase pré-processual – regras daqui
▪ Procedimento comum ordinário
▪ Procedimento sumaríssimo.
CAPÍTULO IV

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES

CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL


Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial,
observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as
modificações constantes dos artigos seguintes.
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não
será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que
constituam o corpo de delito.
Muito comum haver exame pericial sobre os vestígios – Se houver presente
requisitos que formem a justa causa, mesmo a perícia não estando pronta, a peça
acusatória será recebida e juntada aos autos depois
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem
ordenada qualquer diligência preliminarmente requerida pelo ofendido.
Ação penal privada que diga respeito a crime contra a propriedade imaterial –
precisa de prova que o ofendido é o proprietário daquele direito violado.
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois
peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a existência de fundamento para a
apreensão, e quer está se realize, quer não, o laudo pericial será apresentado
dentro de 3 (três) dias após o encerramento da diligência.
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário à
apreensão, e o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a improcedência
das razões aduzidas pelos peritos.
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para
homologação do laudo.
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com
fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a
homologação do laudo.
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e
apreensão requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido
oferecida queixa no prazo fixado neste artigo.
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o
prazo a que se refere o artigo anterior será de 8 (oito) dias.
Prazo decadencial para o oferecimento da queixa crime – Art. 529 e 530, regra
especial que deve se compatibilizar com o do Art. 38, a homologação do laudo
deve acontecer dentro dos 6 meses, e a partir da homologação do laudo, o
ofendido tem o prazo de 30 dias para propor a ação penal.
REsp 1.762.142/MG
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em que se
proceda mediante queixa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Ação pública, crimes contra a propriedade imaterial – Art. 186, II e 184, §§ 1º,2º e
3º do código penal.
Procedimento sumaríssimo
Procedimento comum ordinário – Art. 184, §§ 1º,2º e 3º do código penal.
Fase pré-processual
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 184 do
Código Penal, a autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente
produzidos ou reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com os
equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existência, desde que
estes se destinem precipuamente à prática do ilícito. (Incluído pela Lei nº 10.695,
de 1º.7.2003) (autoridade policial agirá de ofício, por ter tomado conhecimento da
prática do crime, salvo ação penal pública condicionada).
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por 2 (duas)
ou mais testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos e
informações sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou o
processo. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-D. Subsequente à apreensão, será realizada, por perito oficial, ou, na
falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os bens
apreendidos e elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito policial ou o
processo. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão os fiéis
depositários de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à disposição do
juiz quando do ajuizamento da ação. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de delito, o
juiz poderá determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção ou
reprodução apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude
ou quando a ação penal não puder ser iniciada por falta de determinação de
quem seja o autor do ilícito. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a
destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos
equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados à produção e
reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou
doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de
ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia
ou interesse público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos
canais de comércio. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são
conexos poderão, em seu próprio nome, funcionar como assistente da acusação
nos crimes previstos no art. 184 do Código Penal, quando praticado em detrimento
de qualquer de seus associados. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondicionada ou
condicionada, observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-
D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
REsp. 1.456.239/MG – Procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial.
STJ. TESE: É suficiente, para a comprovação da materialidade do delito previsto
no Art. 184, § 2°, do código penal, a perícia realizada, por amostragem, sobre os
aspectos externos do material apreendido, sendo desnecessária a identificação
dos titulares dos direitos autorais violados ou de quem os represente.
Não se exige, para a configuração do delito previsto no Art. 184, § 2°, do código
penal, que todos os bens sejam periciados, mesmo porque, para a caracterização
do mencionado crime, basta a apreensão de um único objeto.
A constatação pericial sobre os aspectos externos dos objetos apreendidos já é
suficiente para revelar que o produto é falso.
A violação de direito autoral extrapola a individualidade do titular do direito (...) de
modo que não é necessária, para a caracterização do delito em questão, a
identificação do detentor do direito autoral violado, bastando que seja comprovada
a falsificação do material apreendido.

Nulidades

Devido processo legal


Tipicidade dos atos processuais
Espécies de irregularidades no processo penal
*Meras irregularidades
Súmula 366 do STF – NÃO É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL QUE INDICA O
DISPOSITIVO DA LEI PENAL, EMBORA NÃO TRANSCREVA A DENÚNCIA OU
QUEIXA, OU NÃO RESUMA OS FATOS EM QUE SE BASEIA. (???)
Atos nulos – efeitos – tipicidade + importância, existem, mas possuem vício,
portanto invalidados
Nulidade relativa – regras que influenciam nas partes.
Nulidade absoluta – regras de ordem pública.
Um ato nulo tanto na condição (formalidade), como ato pelo qual declara-se que
ato “x” possui vício.
Os atos nulos produzem efeitos até decretação de nulidade.
Atos inexistente – são não atos, atos que foram praticados por quem não poderiam
praticá-los. (por exemplo: sentença dada por estagiário, sentença sem
dispositivo...)
Atos perfeitos – são existentes e válidos pois obedecido o devido processo legal e
a tipicidade.
Nulidade absoluta
-Interesse público – norma cogente; princípio constitucional
Características:
Prejuízo presumido – para haver qualquer nulidade necessita de prejuízo, e na
nulidade absoluta o prejuízo é presumido. A pessoa que quer contestar a nulidade
deve provar que ele não existe.
AgRg no AREsp n. 713197/MG
Necessidade na nulidade absoluta que o prejuízo seja demonstrado
RHC 122.467 STF – demonstração de prejuízo necessário também para o STF
Em regra, nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer momento.
Questões
1) Recursos Extraordinários – prequestionamento?
Sim, AgRg no AREsp 1229976/RJ STJ;
Não, AgInt no REsp 1270317/ES STJ; quando a corte percebe que há
prejuízo à liberdade de locomoção, quando a matéria beneficia o réu.
2) Após o trânsito em julgado? Depende
A benefício do réu? Revisão criminal ou HC, diante de sentença absolutória
imprópria e sentença condenatória. Sentença absolutória própria, n tem
como reverter o julgado.
Nulidades relativas
Interesse preponderante das partes
Necessidade de comprovar o prejuízo
Súmula 273 do STJ: Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se
desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado.
Súmula 155 do STF: É relativa a nulidade do processo criminal por falta de
intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha.
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV,
considerar-se-ão sanadas: (nulidades relativas as colocadas no caput)
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo
anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Arguição de nulidade
Art. 571. As nulidades deverão ser argüidas:
I - as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que
se refere o art. 406; (Até as alegações orais pois o Art. 406 foi alterado pela lei
11718/2008.)
Resposta a acusação? Nulidades devem ser arguidas aqui nas que forem
pretéritas à resposta à acusação.
II - as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos
processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos
prazos a que se refere o art. 500; (Art. 403)
procedimento comum ordinário, e o código exclui o procedimento sumário e do júri.
Antes da resposta acusação, argui a nulidade nela.
III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se verificadas
depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
(tratava da defesa prévia, hoje é na resposta a acusação que argui-se nulidades
prévias)
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de
aberta a audiência; (procedimento revogado).
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o
julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
Na decisão de pronúncia – RESE
Após a pronúncia – 422 CPP.
Atenção!
Fase da preparação do processo para julgamento
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a
intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do
defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que
irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão
juntar documentos e requerer diligência. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
de 2008)
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou
exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente:
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer
fato que interesse ao julgamento da causa;
VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500;
Arts. 11 e 12, I da lei 8038 de 90
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou
logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes;
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo
depois de ocorrerem.
Defesa estando presente, nulidade arguida de imediato.
Em resumo (nulidades no procedimento do júri)
Ocorridas até a resposta Na resposta à acusação
Ocorridas após a resposta Até as alegações orais da primeira
fase
Ocorridas na pronúncia Recurso em sentido estrito (RESE)
Ocorridas após a pronúncia, antes do No prazo a que se refere o 422
Art. 422
Ocorridas após a deliberação a que se Depois de anunciado o julgamento em
refere o Art. 423, I plenário do júri e apregoadas as
partes.
Ocorridas em plenário de julgamento Assim que ocorram
Se não acatada – preliminar de
apelação.

Princípios que regem as nulidades


Princípio da tipicidade das formas
Princípio da instrumentalidade das formas
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará
sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora
declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, a
suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá
prejudicar direito da parte.
Princípio do prejuízo ou da irrelevância
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo
para a acusação ou para a defesa.
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído
na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
Princípio da eficácia dos atos processuais – os atos processuais são eficazes até
que sobrevenham decisão que os declare nulos
Princípio da Causalidade ou Consequencialidade ou da extensão ou da
contaminação – os atos processuais posteriores aos atos nulos, que vislumbrem
causalidade com eles, são considerados nulos.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos
anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1º - A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele
diretamente dependam ou sejam consequência.
§ 2º - O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
Princípio da conservação dos Atos Processuais – Art. 281. Anulado o ato,
consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam,
todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam
independentes.
Princípio da restrição processual
-Instrumento processual adequado para impugnar o ato
-Deve ser manejado no momento adequado
A nulidade absoluta pode ser arguida ainda que após o trânsito em julgado, salvo
se o réu foi absolvido.
Princípio do interesse - Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a
que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade
cuja observância só à parte contrária interesse.
-Não se aplica às hipóteses de nulidade absoluta.
-Não se aplica ao MP.
Não posso pegar a nulidade com interesse de outra pessoa e usar.
Princípio da lealdade – Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a
que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade
cuja observância só à parte contrária interesse. Venire contra factum proprium
Princípio da convalidação
Nas nulidades relativas – preclusão – temporal ou lógica.
Suprimento
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos
processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em
flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Ratificação
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo
tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Retificação – corrigir o ato
Prolação de sentença
Art. 282, § 2º do CPC. Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem
aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir
o ato ou suprir-lhe a falta.
Coisa julgada – causa de saneamento geral – só pode falar em nulidades
absolutas que beneficiem o réu (HC e revisão criminal).
Reconhecimento de ofício das nulidades
1º instância – pode reconhecer de ofício seja absoluta ou relativa.
Grau recursal
a) Efeito devolutivo do recurso
b) Se arguida – tribunal conhece – absoluta ou relativa (verificar preclusão).
c) Se não arguida? Só a favor do réu
Súmula 160 STF – é nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade
não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
Absoluta ou relativa?
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (rol exemplificativo)
As nulidades em negrito são relativas, segundo o Art. 572 do CPP.
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
Nulidade absoluta?
Incompetência absoluta – nulidade absoluta (há doutrina que defende que seja
inexistência). – doutrina – atos decisórios e não decisórios são nulos. A
jurisprudência defende a possibilidade de ratificação dos atos instrutórios em
nulidade absoluta.
HC 83006/STF.
Inf. 155 STF de 2014.
HC 121189/PR.
Incompetência relativa – nulidade relativa. – doutrina – atos decisórios. Ratificação
instrutórios pelo juízo competente.
Art. 567 do CPP
Impedimento e suspeição. Suborno do juiz
Nulidade absoluta?
Impedimento – Art.252 e 253 (inexistência do ato para parte da doutrina, para
outros, nulidade absoluta)
Suspeição – Art. 254 (para alguns, nulidade relativa, para outros nulidade
absoluta.)
Suborno do juiz – concussão, corrupção passiva e prevaricação.
II - por ilegitimidade de parte;
Nulidade absoluta?
Ad causam – MP oferece denuncia em ação privada, por exemplo (nulidade
absoluta).
Ad processum – menor de 18 vitima de um crime que se processa mediante ação
penal privada. (nulidade relativa)
Ilegitimidade do representante – Art. 568 CPP
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções
penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; (ausência de denuncia ou
queixa, ou de representação ou requisição (representação ou requisição podem
ser supridas se feitas dentro do prazo decadencial).) ignorar a última parte
(portaria...)
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o
disposto no Art. 167;
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Não realizado
-Possível? Sim, mas n foi
-Exame indireto? Se realizou o indireto, tudo ok. Se não foi realizado - nulidade
-Impossível? Aqui a doutrina defende que haverá a absolvição do réu.
Súmula 361 do STF – NO PROCESSO PENAL, É NULO O EXAME REALIZADO
POR UM SÓ PERITO, CONSIDERANDO-SE IMPEDIDO O QUE TIVER
FUNCIONADO, ANTERIORMENTE, NA DILIGÊNCIA DE APREENSÃO.
Não se aplica a súmula 361 do STF a peritos oficiais.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)
§ 1º - Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza
do exame.
§ 7º - Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito
oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de
curador ao menor de 21 anos;
Súmula 523 do STF - NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI
NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE
HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU.
Nomeação de curador? Não há mais necessidade para maior de 18
Falta de citação, ampla defesa e contraditório.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará
sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora
declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a
suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá
prejudicar direito da parte. (nulidade relativa se pode ser sanada).
Citação por edital
Súmula 351 do STF - É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL DE RÉU PRESO NA
MESMA UNIDADE DA FEDERAÇÃO EM QUE O JUIZ EXERCE A SUA
JURISDIÇÃO.
Interrogatório do réu, quando presente
Nulidade absoluta?
Tomar conhecimento do ato, ser intimado. Se não for intimado, mas comparecer
estaria em tese sanada a nulidade
Imprescindível?
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele
intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime
de ação pública;
A doutrina defende que seja uma nulidade absoluta. Há divergência nisso, de que
se o promotor não for se não quiser, a nulidade seria relativa.
Ação privada subsidiária da pública – a doutrina defende que se o querelante
estiver presente está sanada a nulidade.
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e
os prazos concedidos à acusação e à defesa;
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de
testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri,
quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos
termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua
incomunicabilidade;
Súmula 206 STF - É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de
jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo.
k) os quesitos e as respectivas respostas;
Possíveis irregularidades na quesitação devem ser arguidas após a leitura dos
quesitos e a explicação dos critérios pelo juiz presidente, sob pena de preclusão
(Art. 571, inciso VIII, do CPP).
É nulo o julgamento quando os quesitos forem apresentados com má redação ou
quando forem formulados de modo complexo, a ponto de causarem perplexidade
ou de dificultarem o entendimento dos jurados.
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
verificar intimação ou ausência justificada.
m) a sentença;
sentença sem formalidades essenciais, dispositivo, fundamentação, são nulas.
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
Súmula 423 STF – NÃO TRANSITA EM JULGADO A SENTENÇA POR HAVER
OMITIDO O RECURSO "EX OFFICIO", QUE SE CONSIDERA INTERPOSTO "EX
LEGE".
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e
despachos de que caiba recurso;
O defensor dativo que declinar expressamente da prerrogativa referente à
intimação pessoal dos atos processuais não pode arguir nulidade quando a
comunicação ocorrer por meio da imprensa oficial – jurisprudência em teses.
O falecimento do único advogado, ainda que não comunicado o fato ao tribunal,
poderá dar ensejo à nulidade das intimações realizadas em seu nome.
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para
o julgamento;
Súmula 431 do STF - É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda
instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em "habeas
corpus".
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Nulidade relativa?
A falta de intimação do defensor acerca da data da audiência de oitiva de
testemunha no juízo deprecado não enseja nulidade processual, desde que a
defesa tenha sido cientificada da expedição da carta precatória – Súmula 273 STJ.
Súmula 155 STF. É RELATIVA A NULIDADE DO PROCESSO CRIMINAL POR
FALTA DE INTIMAÇÃO DA EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIA PARA INQUIRIÇÃO
DE TESTEMUNHA.
V - em decorrência de decisão carente de fundamentação. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das
suas respostas, e contradição entre estas.
Falta de decisão de pronuncia?
As nulidades existentes na decisão de pronuncia devem ser arguidas no momento
oportuno e por meio do recurso próprio, sob pena de preclusão – jurisprudência em
teses. Nulidades relativas são atacadas por RESE, e sob pena de preclusão.
Eloquência acusatória – na decisão de pronuncia há um juízo de admissibilidade
para levar a causa a plenário.
Falta da intimação do acusado para sessão de julgamento no plenário do júri,
quando a lei não permitir o julgamento à revelia.
Intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos
estabelecidos pela lei.
Nulidade relativa?
-Intimação X comparecimento
-Imprescindibilidade
-Intimação por mandado, com indicação de endereço.
Falta da presença de pelo menos 15 jurados para a constituição do júri
Nulidade absoluta?
-Convocação de mais de 25 jurados?
-Emprestimo de jurados
Nulidades no IP não contaminam a ação penal.

Recursos

Conceito: é o instrumento processual voluntário de impugnação de decisões


judiciais, previsto em lei, utilizado antes da preclusão e, na mesma relação jurídica
processual, objetivando a reforma, invalidação, integração ou esclarecimento da
decisão judicial anterior.
O MP e defensor dativo não são obrigados a recorrer.
Princípios
1. Duplo grau de jurisdição - assegura-se à parte a possibilidade de reexame
integral da decisão do juízo a quo a ser confiado a órgão jurisdicional
diverso do que a proferiu e de hierarquia superior.
Fundamentos: falibilidade humana e inconformismo.
CF de 88 Art. 5º LIV (devido processo legal) e LV (com os meios e recursos
a ela inerentes;)
Competência dos tribunais fixadas pela CF de 88.
Convenção americana de Direitos Humanos - Art. 8º, § 2º, h;
“toda pessoa acusada de delito tem direito de recorrer da sentença para o
juiz ou tribunal superior”
2. Princípio da taxatividade dos recursos
Previsto em lei federal - competência privativa da União para legislar sobre
processo penal.
Rol taxativo
Segurança jurídica
Não impede interpretação extensiva! Exemplo: hipótese de RESE.
(exceto o que a lei pretendeu afastar.)
3. Princípio da unirrecorribilidade ou unicidade singular
A cada decisão recorrível, em regra corresponde um único recurso (única
espécie recursal)
Sentença que condena quanto a um crime e extingue a punibilidade quanto
a outro? sentença de extinção da punibilidade contra um crime - RESE.
Sentença condenatória por roubo - Apelação. Se houver uma sentença que
extinga a punibilidade por um crime e condene por outro? Art. 593, § 4o
Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido
estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
4. Princípio da fungibilidade
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela
interposição de um recurso por outro.
Má-fé presumida - quando não for observado o prazo previsto em lei para o
recurso adequado, erro grosseiro.
Art. 579, Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a
impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de
acordo com o rito do recurso cabível.
5. Princípio da voluntariedade
“Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes
casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:”
ônus - não há obrigação, mas a não interposição gera consequências.
Reexame obrigatório.
Constitucionalidade? Art. 129, I CF.
Violação do sistema acusatório? O juiz deve determinar que o MP recorra,
pois é pra piorar a situação do réu.
É recurso? Voluntariedade?
O reexame é uma condição para preclusão ou trânsito em julgado de
decisão ou sentença.
Não está sujeito a prazo - qqer instante.
Juiz não fundamenta o recurso.
Ou seja reexame não é recurso.
Hipóteses de reexame necessário
1. Sentença que conceder HC - do juiz de primeiro grau.
2. Sentença que conceder MS.
3. Decisão que conceder a reabilitação.
4. Da absolvição de acusados em crimes contra a economia popular ou
contra a saúde pública e da decisão que determinar arquivamento do
inquérito nesses crimes (no pacote não há mais a necessidade de
decisão por causa do pacote anticrime) (?). Não inclui tráfico de
drogas.

6. Princípio da disponibilidade dos recursos.


Voluntariedade não é disponibilidade - voluntariedade é antes de interpor. A
disponibilidade é poder dispor do recurso.
MP? não pode desistir de recurso, em decorrência da indisponibilidade da
ação penal.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja
interposto.
7. Dialeticidade
Exige-se do recorrente a exposição da fundamentação recursal (causa de
pedir) e do pedido.
Fundamentos do princípio - possibilitar o contraditório e fixar os limites de
atuação do tribunal na apreciação do recurso.
“A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de
que a ausência de razões da apelação e de contra-razões à apelação do
Ministério público não é causa de nulidade por cerceamento de defesa, se o
defensor constituído pelo réu for devidamente intimado para apresentá-las”
(HC 91251 rel. min Carmen Lúcia).
8. Complementariedade
Razões recursais - sentença condenatória - sentença condenatória - regime
aberto. Apelação pedindo absolvição. Aí o MP foi lá e interpôs embargos pq
6 anos não é regime aberto. Aí o réu se ferrou, pois houve nova
sucumbência. Aí o réu vai poder complementar as razões recursais nesse
sentido
9. Variabilidade - o recorrente pode variar de recurso, isto é, pode interpor
novo recurso em substituição a outro anteriormente interposto, desde que o
faça dentro do prazo legal. Não possui este princípio, aplicação no processo
penal brasileiro.
10. Princípio da proibição da reformatio in pejus - Em caso de recurso
exclusivamente da defesa, não se admite piora sob o aspecto quantitativo
ou qualitativo. Se houver recurso do MP, ou reexame necessário pode
piorar sim.
Esse princípio serve para possibilitar o exercício ampla defesa.
Sistema acusatório, esse princípio serve para protegê-lo.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao
disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo,
porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da
sentença.
Aplicável a todo recurso.
Quando pode piorar a situação do réu em sede recursal.
● reexame necessário
● recurso também da acusação - verificar a abrangência.
Erro material? não pode corrigir pra agravar a situação do réu. Se liga nesse HC o
cara foi condenado a 18 anos por latrocínio, EM REGIME INICIAL ABERTO. HC
176320/AL.
(KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK).
Súmula 525 STF - A MEDIDA DE SEGURANÇA NÃO SERÁ APLICADA EM
SEGUNDA INSTÂNCIA, QUANDO SÓ O RÉU TENHA RECORRIDO.
SÚMULA 160 STF - É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade
não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação
da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta
pela decisão revista. (ou seja a pena máxima do processo anulado, é o limite)
● decisão anterior proferida por juízo absolutamente incompetente - limita o
juiz natural? Há divergência, há quem diga que o limite é a pena do
processo anulado, e Há quem diga que não fica limitado. O STJ vem
defendendo que não pode piorar HC 105384
Vedação da reformatio in pejus indireta e a soberania dos veredictos
● cotejo entre a soberania dos veredictos e a plenitude de defesa.
● Situações:
● Jurados reconhecem o mesmo fato, com circunstâncias idênticas ao crime
anterior. O juiz continua limitado.
● Jurados reconhecem fato mais grave, incidência de qualificadoras. O
entendimento da jurisprudência é que sim, o jurados podem colocar fato
mais grave. Mas o juiz continua limitado à pena do julgamento anterior.
Esses casos são apenas quando o réu recorre. Vedação da reformatio in pejus é
só quando apenas o réu recorre.
11. Princípio da possibilidade de reformatio in melius
Sistema do benefício comum
Tribunal pode até mesmo conceder HC de ofício.
Para beneficiar o réu o tribunal pode sem ninguém ter arrazoado, melhorar a
situação para a acusação.
Consequência do princípio:
● Possibilidade de o réu ser beneficiado com recurso exclusivo da acusação.
● Possibilidade de ser o réu beneficiado em razão de recurso dele, mesmo
que por argumento diverso daquele que tenha alegado.
● Exceção Súmula 713 do STF: O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO
CONTRA DECISÕES DO JÚRI É ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DA
SUA INTERPOSIÇÃO.
Classificação dos recursos:
Quanto à obrigatoriedade
1. Voluntário
2. De ofício
Quanto à fundamentação
1. de fundamentação livre - apelação contra sentença penal condenatória.
2. de fundamentação vinculada - apelação contra decisões no tribunal do júri,
RE, Resp.
Quanto à extensão da matéria impugnada
1. recurso total
2. recurso parcial
Quanto aos pressupostos de admissibilidade
1. recurso genérico - pressupostos genéricos que são para todos e quaisquer
recursos
2. recurso específico - pressupostos específicos.
Quanto ao objeto imediato do recurso
1. recursos extraordinários - preservação e aplicação do direito. (Não é
apenas o RE para o STF, esse caso abrange também o REsp).
2. recursos ordinários - preservação do direito da parte.
Direito intertemporal
Qual lei aplicar? a vigente:
à época do crime?
à época em que proferida a decisão?
à época da interposição do recurso?
Lei genuinamente processual penal - tempus regit actum. (Art. 2º CPP). A
recorribilidade se rege pela lei em vigor quando proferida a decisão.
Efeitos dos recursos
estando um recurso previsto em lei, qual o efeito?
1. Obstativo - não há o trânsito em julgado da decisão enquanto não houver o
decurso do prazo recursal, julgamento do recurso, renúncia ao direito de
recorrer.
Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória;
2. Efeito devolutivo - transferência do conhecimento da matéria impugnada ao
órgão jurisdicional, visando a reforma, invalidação, integração ou
esclarecimento da decisão impugnada. Recorrente limita a matéria.
Varia em extensão e profundidade.
Recurso do réu, reexame necessário - devolução integral para benefício do
réu.
Recurso da acusação - para piorar a situação do réu, apenas o que for
recorrido.
Extensão ou dimensão horizontal - matéria impugnada. Abrandada pela
possibilidade de reformatio in mellius, a favor do réu. Delimitada na
interposição.
Extensão ou dimensão vertical - dentro dos limites da matéria impugnada,
sem modificação do pedido ou da causa de pedir - fundamentos.
3. Efeito suspensivo
•impossibilidade de a decisão impugnada produzir efeitos regulares. É isto,
suspender os efeitos da decisão
Decisão A (recurso x com efeito suspensivo, não tem condão para produzir
efeitos imediatos, só produzirá efeitos após o julgamento do recurso)
Decisão B (recurso y sem efeito suspensivo, nasce pronta para produzir
efeitos)
Para dizer que uma decisão é recorrível, deve haver na lei o respectivo
recurso.
• mera previsibilidade
• Art 5º, II, Lei 12.016/2019 (Lei do MS) Art. 5º Não se concederá mandado
de segurança quando se tratar:
•II de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo.
•Súmula 604 STJ - O mandado de segurança não se presta para atribuir
efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público.
4. Efeito regressivo, iterativo ou diferido
juízo de retratação. - possibilidade do juízo que proferiu a decisão, modificá-
la, retratar-se.
RESE, carta testemunhável e agravo em execução (pois segue o
procedimento do RESE).
5. Efeito extensivo
Art. 580 - No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25) a
decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que
não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
Efeito extensivo está expressamente previsto no 580 do CPP.
A e B são condenados por roubo em concurso de agente, apenas A recorre
com fundamento que o fato não aconteceu, porém o tribunal acatou o
recurso, mas o recurso de A é benéfico e vai aproveitar a B, além de não
ser de caráter exclusivamente pessoal.
Ainda que os feitos tenham ocorrido de forma separada.
Só não há efeito extensivo se a decisão do recurso interposto por um dos
réus for fundada em motivos de caráter exclusivamente pessoal.
6. Efeito substitutivo
• A decisão proferida no juízo ad quem substituirá a decisão proferida no
juízo a quo, no que tiver sido objeto de recurso ainda que tenha sido
negado provimento à impugnação
• recurso não conhecido - falta pressuposto de admissibilidade - não há
efeito substitutivo. Quando conhece do recurso passa a analisar o mérito
• importância
• error in judicando (no mérito o juiz errou, ex, condenou e deveria absolver)
X error in procedendo (erro no procedimento, ex. juiz n quis ouvir
testemunha) - não provimento - efeito substitutivo. Provimento sem efeito
substitutivo. (Esses últimos tratam de error in procedendo).
7. Efeito translativo
• devolução ao tribunal de toda a matéria não atingida pela preclusão em
favor ou contra qualquer das partes.
No efeito translativo devolve ao tribunal toda a matéria não atingida pela
preclusão, a favor ou contra qualquer das partes. Pois a decisão não pode
piorar a situação do réu.
• Aplica-se ao processo penal? Não se aplica ao processo penal.
8. Efeito dilatório procedimental
• instauração de uma nova fase procedimental - tribunal entrega uma nova
prestação jurisdicional. O réu não é citado, é intimado.
• não se cuida de nova ação
• desdobramento do direito de ação
PRESSUPOSTOS OU REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL
• Em regra, são aferidos no juízo a quo e no juízo ad quem
O tribunal não está vinculado à decisão do juízo a quo.
• Não vincula
• Se os pressupostos estiverem presentes, haverá o conhecimento do recurso. Se
conhecido haverá análise de mérito.
• Se os pressupostos não estiverem presentes, o recurso não será conhecido
Pressupostos de Natureza OBJETIVA:
a) Cabimento.
Previsão legal de recurso contra a decisão.
Decisões interlocutórias em regra irrecorríveis. Exceção: art. 581.
b) Adequação.
Para cada decisão que comporte recurso, um único recurso será cabível
c) Tempestividade.
• Recurso prematuro? Recorrer antes do início do prazo recursal.
• Súmula 418 do STJ - é inadmissível o recurso especial interposto antes da
publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação.
cancelada
• Art. 575 CPP - Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou
omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresentados
dentro do prazo.
• Verifica o prazo da interposição.
E as razões? A petição de interposição deve vir dentro do prazo correto, a
ausência de razões tempestivas são mera irregularidade, não são causa de não
conhecimento do recurso.
• Recurso que possa ser interposto pelo réu e a defesa, início do prazo? Enquanto
não houver intimação dos dois (Defesa e MP) não começa a contar o prazo.
• MP e Defensoria intimação pessoal.
Pressupostos de Natureza OBJETIVA:
• d) Inexistência de fato impeditivo
• 1) Renúncia - defesa ou réu, dizer que não vai recorrer.
• Súmula 705 STF - renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a
assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este
interposta.
• 2) Preclusões - se não houveram preclusões, com a preclusão lógica (exemplo
renunciou e quer recorrer) ou consumativa (vc recorre e quer aumentar seu
recurso, não pode). (Fato antes do recurso)
• e) Inexistência de fato extintivo
- extinção anômala do recurso (o recurso já existe e vai deixar de existir)
1) Desistência - recorreu e desiste do recurso (MP n pode desistir de recurso, pode
apenas renunciar, o que ocorre antes do recurso)
2) Deserção
• 1 ª Hipótese
• querelante nas ações penais exclusivamente privadas ou personalíssimas,
ressalvada a hipótese de comprovada pobreza. Se não pagar as custas, o recurso
é considerado deserto.
• E o querelado? ele não precisa pois se trata de sua liberdade.
• 2ª Hipótese: fuga do recorrente nos casos em que a lei exige seu recolhimento à
prisão
• Estava previsto no revogado artigo 595 do CPP pela lei 12 403 2011
f) Regularidade Formal
Forma de Interposição - exemplo termo nos autos pode em uns e em outros tem
que ter petição de interposição.
Motivação
Pressupostos subjetivos de Admissibilidade recursal

Legitimidade recursal:

Art. 577 legitimados gerais.

Dispositivos esparsos.
• 1) Acusado tem legitimidade para recorrer, autônoma e concorrente capacidade
postulatória para intepor recursos em 1 º grau (Nunca depois do segundo grau)
• arrazoar? as razões precisam do advogado
• recursos cujas razões acompanham a interposição
2) Advogado ou defensor
3) Ministério Público ou querelante
4) Assistente de acusação Legitimidade restrita subsidiária supletiva: (Não se
resume a essas hipóteses, se o MP não recorre ou seu recurso é parcial, o
assistente pode recorrer)
• De acordo com CPP
• apelação contra impronúncia e absolvição
• RESE contra extinção de punibilidade
• Atenção a legitimidade recursal do assistente será supletiva Ministério Público
não recorrer ou recurso do Ministério Público apenas parcial
• o assistente pode arrazoar recurso total interposto pelo Ministério Público
- prévia habilitação? Há possibilidade de recorrer sem estar habilitado nos autos. (§
único e caput do 598)
• Prazo:
• Não habilitado:
• Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se
da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o
ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha
habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito
suspensivo.
• Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e
correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
• Início do prazo Súmula 448 - O prazo para o assistente recorrer supletivamente
começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público
- Interesse recursal
• Art. 577. Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não
tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
• Deriva da sucumbência - há interesse quando há sucumbência
• Sentença absolutória e interesse recursal da defesa
• Absolutória imprópria - absolve impondo medida de segurança. Aqui há
sucumbência
• Absolutória própria - fundamentação da absolvição - algumas permitem discussão
no juízo cível, portanto, para modificar o fundamento da absolvição há
sucumbência.
• Extinção da punibilidade - há interesse do réu? Não há interesse do réu em
recorrer de decisão que extingue a punibilidade.
• recurso do Ministério Público em caso de condenação do réu nos exatos termos
da denúncia - O MP pode recorrer pedindo a absolvição do réu, se nas alegações
finais pediu por absolvição e o juiz negou.
• ações penais exclusivamente privadas e interesse recursal do Ministério Público.
Havendo uma sentença absolutória, se o querelante não recorrer o MP n pode
recorrer. Sendo sentença condenatória o MP pode recorrer como garantidor da
justiça.
• sentença absolutória princípio da disponibilidade
• sentença condenatória
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
• Impugnar decisões interlocutórias
• apenas contra decisões de juiz singular
• Art. 581. Caberá recurso no sentido estrito da decisão, despacho ou sentença.
O RESE serve para atacar decisões interlocutórias.
Rol taxativo ou possível interpretação extensiva das hipóteses de cabimento?
- Impossibilidade de ampliação para hipóteses que a lei evidentemente quis excluir
Há incisos tacitamente revogados.
A lei quis excluir certas hipóteses.
• Decisão constante do rol do art 581 mas inserida no bojo de sentença caberá
apelação
• se a decisão é posterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória ou
absolutória imprópria - neste caso caberá agravo em execução.
• Hipóteses de cabimento
• A Decisão de não recebimento da peça acusatória
• Súmula 707 STF - Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para
oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia não a
suprindo a nomeação de defensor dativo.
• Acórdão que dá provimento ao recurso nesse caso via de regra vale pelo
recebimento da denúncia. Marco de interrupção da prescrição - Súmula 709.
• Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso
contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
Não cabe RESE contra a decisão que recebe a denúncia.
• Lei 9099 dessa decisão cabe apelação no prazo de 10 dias.
• B. Que concluir pela incompetência do juízo . Legitimidade
• se for de ofício - absoluta ou relativa (???) as duas
• provocado - parte contrária
1ª fase do júri - desclassificação.
• C) Decisão de procedência das exceções de incompetência de litispendência
ilegitimidade da parte e de coisa julgada
• A lei excepciona a exceção de suspeição julgada pelo tribunal
• Irrecorrível a decisão de improcedência dessas exceções
D) decisão de pronúncia
Suspende o julgamento os autos serão encaminhados para preparação com a
preclusão da decisão de pronúncia
E) decisão que conceder negar arbitrar cassar ou julgar inidônea a fiança indeferir
requerimento de prisão preventiva ou revogá la, conceder liberdade provisória ou
relaxar a prisão em flagrante
• Decisões judiciais sobre fiança
• extensão ao indeferimento de prisão temporária ou cautelares diversas da prisão
• não possui efeito suspensivo
Indeferimento de prisão temporária ou cautelares diversas da prisão.
F) decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor
• quebra - se na sentença - apelação
• a perda do valor da fiança ocorre quando condenado o réu não se apresenta para
cumprimento da pena será decretada pelo juízo da execução - recurso de agravo
em execução
G) decisão que deferir ou indeferir a extinção da punibilidade
• se não for por meio de sentença ou por decisão do juízo da execução
H) decisão que conceder ou negar ordem de HC
I) que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena - tacitamente
revogado.
• Se na sentença apelação
• Se na execução agravo em execução
• Logo, tacitamente revogado
• Porém jurisprudência admite aplicação para a suspensão condicional do
processo.
J) que conceder, negar ou revogar livramento condicional
• Agravo em execução
L) que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
Só o deferimento.
Se proferida em sentença - apelação
Jurisprudência - abrange decisão que reconhece ilicitude da prova e determina
desentranhamento
M) que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
Art. 426, § 1º. impugnação por qualquer do povo .
Revogação tácita? Há divergência - a doutrina não se decide em relação a isso e
os tribunais ainda não se pronunciaram sobre a matéria.
Qualquer pessoa do povo pode impugnar a lista de jurados.
• N) que denegar a apelação ou a julgar deserta;
• apenas na apreciação de admissibilidade feita no juízo a quo.
Isso é no primeiro grau, o juiz não conhece a apelação, aí interpõe o RESE pra o
tribunal conhecer. A carta testemunhável também serve para fazer o tribunal
conhecer de recurso que não foi conhecido na primeira instância, mas só é cabível
quando a lei não definir outro.
• O) que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial
• A que indefere é irrecorrível - art. 93, § 2 º
• Jurisprudência inclui a decisão de suspensão do processo quando o acusado é
citado por edital
• P) que decidir sobre a unificação de penas;
• Agravo em execução, pois é tomada pelo juízo da execução
• Q) que decidir o incidente de falsidade
• Procedência ou improcedência do incidente - caberá RESE.
AS HIPÓTESES SEGUINTES, DIZEM RESPEITO À EXECUÇÃO AGRAVO EM
EXECUÇÃO
● XIX que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em
julgado;
● XX que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
● XXI que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art.
774
● XXII que revogar a medida de segurança;
● XXIII que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei
admita a revogação;
● XXIV que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
● Hipótese não mais existente em nosso ordenamento jurídico
• XXV que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal,
previsto no Art. 28-A desta Lei.
• Incluído pela Lei 13 964 2019
Forma
• Petição ou termo nos autos
• Processa-se por instrumento - imagina que um réu está solto e o outro preso e o
que está solto recorre, aí faz um instrumento, para não prejudicar o outro processo.
• Exceção: (sobem os autos)
• não recebimento da peça acusatória
• procedência das exceções
• pronúncia
• extinção de punibilidade
• decisão que concede ou nega ordem de habeas corpus
• quando não houver prejuízo para o prosseguimento da instrução
• Prazo - 5 dias
• Contra a lista geral de jurados 20 dias
• interposto conclusão para juízo de admissibilidade
• Se denegado - carta testemunhável
• Se aceito
• intimação para, em 2 dias , apresentar as razões e as contrarrazões
• juízo de retratação
• Se o juiz confirma remete ao juízo ad quem .
• Se o juiz se retrata parte prejudicada pode interpor RESE, se cabível na
hipótese, aqui não precisa de novas razões e não se admite nova retratação.
• Recurso invertido - RESE após a retratação do juiz
Efeitos do RESE
• Devolutivo - devolve ao tribunal a matéria impugnada
• Regressivo ou iterativo ou diferido - possibilidade do juízo de retratação.
• extensivo - possibilidade de beneficiar corréu que não recorreu
• Efeito suspensivo
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de
concessão de livramento condicional e dos ns XV, XVII e XXIV do art 581.
• via de regra, não possui efeito suspensivo, mas há Exceções:
1) perda da fiança
2) decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta
3) recurso contra a pronúncia não suspende eventual determinação de prisão ou
medida cautelar diversa, que tenha sido decretada na pronúncia.
4) decisão que julgar quebrada a fiança - efeito suspensivo quanto ao perdimento
da metade do valor prestado a título de fiança
Apelação
- Recurso por excelência - possibilita que o tribunal conheça totalmente a matéria
impugnada.
- Apelação adesiva? A doutrina majoritária defende que não, já que não há
previsão legal. Possibilidade de recorrer no período das contrarrazões
(apresentando junto da apelação adesiva as contrarrazões).
Em razão da ampla defesa o recurso do réu não pode prejudicá-lo (lembrando que
se a acusação recorrer pode).
Ademais, não há previsão de recurso especial adesivo no Código Processual
Penal, tendo este Tribunal Superior firmado o entendimento no sentido de "ser
incabível a interposição de recurso especial adesivo pelo Parquet nas hipóteses
em que o órgão acusatório busque o agravamento da situação da parte adversa"
REsp 1.674.009 / Quinta Turma, Rel Ministro Jorge Mussi, DJe de 12/9/2017.
Hipóteses de cabimento
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz
singular
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular
nos casos não previstos no Capítulo anterior. (as decisões proferidas por juiz
singular nos casos em que não couber RESE).
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando (Apelação de fundamentação
vinculada).
b) for a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos
jurados.
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de
segurança.
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia.
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
Art. 593, § 3º - se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo (...) não se admite,
porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.
Forma
• Interposta por petição ou termo nos próprios autos
• sobe nos próprios autos
• 5 dias
• Juízo de admissibilidade - 1º grau.
• se admitida intimar as partes para razões e contrarrazões
• em 8 dias (se for contravenção penal CPP 3 dias Juizados especiais prazo de 10
dias petição com as razões
• Se tiver assistente terá prazo de 3 dias após o prazo do MP, para se manifestar
• se denegada cabe RESE
Observações Importantes
- Súmula 428 do STF - não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no
prazo legal, embora despachada tardiamente.
- Súmula 431 do STF - é nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda
instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus.
Efeitos da Apelação
• Efeito Devolutivo
• Efeito Extensivo
• Efeito suspensivo
• sentença absolutória própria não possui efeito suspensivo
• sentença absolutória imprópria não pode executar desde logo, a medida de
segurança. Logo, possui efeito suspensivo. Atenção!! Não confundir com a
possibilidade de imposição de medida cautelar que será desde logo aplicada
• sentença condenatória não pode executar a pena antes do trânsito em julgado.
Logo, possui efeito suspensivo Possibilidade de cautelar
Efeito suspensivo
Lei 13.964/2019
• Art 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
• I - no caso de condenação
• e) mandará o acusado recolher se ou recomendá lo á à prisão em que se
encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de
condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão,
determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de
prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser
interpostos;
• § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução
provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se
houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o
julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação.
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma
pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) - Não tem efeito suspensivo.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de
que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso:
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - não tem propósito meramente protelatório; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da
sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze)
anos de reclusão.
Exceção que comporta efeito suspensivo.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente
na apelação ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator,
instruída com cópias da sentença condenatória, das razões da apelação e de
prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à
compreensão da controvérsia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Embargos infringentes e de nulidade (error in procendendo, tribunal divergiu dessa
nulidade)
Impugnação destinada ao reexame de decisões NÃO UNÂNIMES, de 2 º grau, no
julgamento de apelações, recursos em sentido estrito e agravos em execução
quando a decisão for desfavorável ao réu.
• Pressupostos para os embargos infringentes
• 1 º Pressuposto decisão de tribunal em julgamento de 2 º instância
• Parágrafo único Quando não for unânime a decisão de segunda instância
Turmas Recursais? exclui daqui
2º Pressuposto - Decisão não unânime na conclusão. do julgado, não na
fundamentação.
3º Pressuposto em julgamento de apelação, RESE, ou agravo em execução
4º Pressuposto em favor do réu
Prazo 10 dias a contar da publicação do acórdão
Por petição não se admite termo razões devem acompanhar a interposição
Petição dirigida ao relator e razões ao órgão julgador
Efeitos
- Devolutivo - aprec da matéria impugnada
- Efeito suspensivo indireto
Acórdão com parte divergente e parte unânime
– RE ou RESP quanto à integralidade do julgado
STJ Súmula 207
É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra
acórdão proferido no tribunal de origem
STF Súmula 281
É inadmissível o recurso extraordinário quando couber na justiça de origem
recurso ordinário da decisão impugnada
- RE ou RESP simultâneos aos embargos infringentes - O STJ aplicava o Art. 498
CPC 1973.
Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos
e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para
recurso extraordinário ou recurso especial, relativamente ao julgamento unânime,
ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos
Súmula 355 STF
Em caso de embargos infringentes parciais é tardio o recurso extraordinário
interposto após o julgamento dos embargos, quanto à parte da decisão embargada
que não fora por eles abrangida
Embargos de declaração
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que
declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade,
contradição ou omissão.
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou
turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias
contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão.
Obscuridade - falta de clareza na redação.
Ambiguidade - decisão permite mais de uma interpretação.
Contradição - afirmações opostas entre si.
Omissão - deixa de enfrentar ponto relevante.
- Correção de erro material.
Prequestionamento para recursos extraordinários
Súmula 356 STF
O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos
declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito
do prequestionamento
Prazo:
No CPP , o prazo é de 2 dias .
Nos juizados o prazo é de 5 dias (art. 83, § 1º Lei 9.099/95).
Forma petição, já acompanhada das razões
Juizados especiais por escrito ou oralmente
Direcionados ao juiz prolator da decisão ou ao relator do acórdão
Necessidade de oportunizar contrarrazões
1) A jurisprudência dos Tribunais Superiores firmou se no sentido de que, em se
cuidando de embargos declaratórios com efeitos infringentes, faz se necessária a
intimação do embargado,embargado, (STJ HC 37686 AM 200401156813 Relator
Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Data de Julgamento 18/08/2005 T6 SEXTA
TURMA, Data de Publicação DJ 07/11/2005 p. 388)
É possível que os embargos de declaração tenham efeitos infringentes.
Interrupção do prazo para interposição de outros recursos
- corre do dia seguinte à intimação do resultado da decisão recorrida
- se não forem conhecidos (ex intempestivos não geram a interrupção De igual
forma, se forem considerados meramente protelatórios
SÚMULA 98 STJ “embargos de declaração manifestados com notório propósito de
prequestionamento não tem caráter protelatório”
Súmula 356 STF “o ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o
requisito do prequestionamento”
• Embargos de declaração nos juizados especiais
• Alterações promovidas pelo novo CPC
Art. 1.066. O art. 83 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 , passam a
vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“ Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão,
houver obscuridade, contradição ou omissão.
.............................................................................................
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
...................................................................................” (NR)
Agravo em execução - Contra decisões proferidas pelo juízo da execução.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o
condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias;
V - determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por
medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências
para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de
responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta
Lei;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
* LEP não traz o procedimento. Aplicação subsidiária do CPC ou CPP? CPP
- Petição ou termo nos autos.
- Possibilidade de interpor o recurso e apresentar as razões posteriormente.
Prazo – 5 dias para interposição. 2 dias para razões e contrarrazões.
Súmula 700 do STF: é de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra
decisão do juiz da execução penal.
- possibilidade de retratação
- não possui efeito suspensivo. Regra
Exceção: decisão que determina a desinternação, em decorrência da cessação da
periculosidade. Neste caso há efeito suspensivo.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do
Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a
desinternação ou a liberação.
- É possível ao MP interpor mandado de segurança, visando a conferir efeito
suspensivo ao agravo em execução?
Lei 12.016/2009
Art. 5º
Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
(…)
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
Apesar disso, não cabe.
•Súmula 604 STJ – Mandado de Segurança não se presta para atribuir efeito
suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público.
Carta testemunhável
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para
o juízo ad quem.
* apelação? CONTRA APELAÇÃO CABE RESE.
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o
processo do recurso denegado.
mesmo procedimento no exemplo acima do RESE.
Carta testemunhável tem caráter residual.
Procedimento
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do
tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que
denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser
trasladadas.
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou
deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta
dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação
do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob
a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o
testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal ad
quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição
da pena.
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588
a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o
recurso extraordinário, se deste se tratar.
- não possui efeito suspensivo
- efeito devolutivo - possibilidade de julgamento do recurso denegado pelo tribunal
– traslado das peças necessárias.
Correição parcial
Instrumento destinado à impugnação de decisões judiciais que possam importar
em inversão tumultuária do processo, sempre que não houver recurso específico
previsto em lei.
- erro ou abuso
- "error in procedendo”
- ato de juiz
Erro – equívoco na apreciação da lei ou do fato
Abuso – excesso ou prática consciente de ilegalidade
- previsto no Regimento Interno dos Tribunais Estaduais e na Lei de Organização
da Justiça Federal. Também no Código de Processo Penal Militar.
- medida administrativa?
- recurso? Competência privativa da União – inconstitucionalidade?
Revisão Criminal
Revisão criminal é uma ação autônoma de impugnação de natureza constitutiva de
competência originária dos tribunais que tem como objetivo a revisão de sentença
condenatória ou absolutória imprópria com trânsito em julgado nas hipóteses de
erro judiciário.
Segurança jurídica X justiça (há uma briga entre eles) - A coisa julgada é algo que
traz segurança jurídica - mas o “ideal de justiça se sobrepõe sobre o trânsito em
julgado”.
Fundamento constitucional
Art. 5º, LXXV da CF de 88 - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
É possível ampliar para hipóteses de proteção à sociedade?
Art. 8º, item 4, Pacto de San José da Costa Rica:
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser
submetido a novo processo pelos mesmos fatos.
- Interesse de agir
Coisa julgada - sentença transitada em julgado.
É possível revisão criminal contra sentença definitiva proferida por juiz criminal,
contra a qual não foi interposto recurso? A exigência é de trânsito em julgado, não
de recurso.
- desnecessidade de recolhimento à prisão.
STF Súmula nº 393 - DJ de 12/5/1964 - Para requerer revisão criminal, o
condenado não é obrigado a recolher-se à prisão.
Antes para apelar o réu tinha de se recolher à prisão, óbvio q hoje tem a CF de 88.
Até quando? Até sempre, a revisão criminal não possui prescrição.
Cabe após o cumprimento da pena? SIM
- Possibilidade jurídica do pedido
Sentença condenatória ou absolutória imprópria.
Sentença absolutória própria?
- Concessão de perdão judicial:
Súmula 18 do STJ - “a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”.
- homologação de transação penal?
- homologação de ANPP?
- Contra decisão de declaração da extinção da punibilidade?
Antes do trânsito em julgado - não cabe revisão criminal - réu condenado, mas
morreu, aí extingue a punibilidade, n caberá ne.
Após o trânsito em julgado - cabe revisão criminal
- Legitimidade:
Acusado; Pode vir aos autos sem advogado - SOMENTE CABE REVISÃO
CRIMINAL PRO REO.
Defensor legalmente habilitado;
MP em favor do acusado;
No caso de morte - cônjuge, companheiro, ascendente, descendente e irmão.
Se a revisão criminal já estiver tramitando, será nomeado um curador:
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de
ser revista, o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou
à evidência dos autos; (condenatória ou absolutória imprópria)
- violação frontal - violação manifesta
STF Súmula nº 343 - 13/12/1963 - Não cabe ação rescisória por ofensa a literal
dispositivo de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de
interpretação controvertida nos tribunais.
- Se deixar de ser controvertida? Agora é possível a revisão criminal
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos; (ou absolutória imprópria)
- demonstrar que a falsidade fundamentou a sentença.
- procedimento de justificação.
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da
pena.
A revisão criminal não se presta, quando não apresentada nenhuma prova nova
apta a determinar o reexame da condenação, à nova avaliação das conjunto
probatório, para revogar o decreto condenatório pela inocência do acusado ou pela
insuficiência dos elementos que o fundamentam. Precedentes do STJ. 3. Recurso
desprovido.(STJ - REsp: 763283 SC 2005/0103906-2, Relator: Ministra LAURITA
VAZ, Data de Julgamento: 15/12/2005, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação:
DJ 06/02/2006 p. 305)
Contra sentenças proferidas pelo Tribunal do Júri?
- Cabimento - SIM CABE SIM, apesar da soberania dos veredictos cabe.
- juízo rescindente e rescisório? A doutrina diverge, mas diz que o tribunal pode
desconstituir a sentença, e rescindi-la. Absolvendo o réu.
Procedimento
- Distribuída a relator e revisor
- certidão do trânsito em julgado e sentença
- peças necessárias à comprovação
- procuração – não precisa de poderes especiais.
- recebida – ouve o MP em 10 dias.
● Relator
● Revisor
● Data para julgamento
● Indeferida – não se admite reiteração do pedido – salvo se provas novas.
Competência
- a competência para julgar revisão criminal é originária dos tribunais.
- cada tribunal julga a revisão criminal de seus próprios julgados.
- juizados especiais – turma recursal.
Recurso extraordinário e revisão criminal:
RE não conhecido - a revisão criminal deve ser julgada pelo próprio tribunal de
origem.
RE conhecido - o objeto de impugnação da revisão criminal foi analisado pelo
Supremo no julgamento do RE? Se sim, a competência será do próprio Supremo;
caso contrário - competência do tribunal de origem.
In dubio pro reo? ninguém será considerado culpado sem o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória, mas aqui é revisão criminal o réu já é culpado, o réu
tem ônus probandi.
.-A revisão criminal, que constitui ação penal não-condenatória, destina-se, em sua
precípua função jurídico-processual, a desconstituir a própria autoridade da coisa
julgada. Nessa ação revisional, incumbe ao autor que a promove o onus probandi,
competindo-lhe fornecer ao juízo competente os elementos instrutórios
indispensáveis à comprovação dos fatos arguidos. E do peticionário, em sede
revisional, o ônus de destruir a presunção de veracidade e de certeza que decorre
da sentença penal condenatória transitada em julgado . - STF - HC: 68437 DF,
Relator: CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 19/02/1991, PRIMEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJ 15-03-1991 PP-02650 EMENT VOL-01612-03
PP-00463)
Não é dotada de efeito suspensivo.
Exceção? Decisões teratológicas - possibilidade de grande sucesso da revisão
criminal.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação
da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta
pela decisão revista.
Ainda que condenado pelo mesmo fato em outro processo n pode ficar com a pena
maior q era.
Recursos contra a revisão criminal?
- embargos de declaração, RE e RESP.
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a
uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1º - Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União,
se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de
Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º - A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao
próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Mas e se o réu confessou sob tortura? E se ocultou a prova por estar sob ameaça?
Pq não na ação privada?
Nenhum dos dois dispositivos pode ser aplicado.
Habeas Corpus
Natureza Jurídica do HC - não é um recurso - é uma ação autônoma de
impugnação - tutela o direito de ir e vir - ofensa direta ou ameaça ao direito de
locomoção. Expressa disposição constitucional
Modalidades de HC.
1) HC preventivo - quando a privação à liberdade ainda não aconteceu mas
está na iminência de ocorrer. Salvo conduto para evitar que a pessoa seja
presa. Iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade.
2) HC Suspensivo - A privação da liberdade ainda não ocorreu, mas a medida
ilegal já existe. Iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua
liberdade.
3) HC repressivo - a pessoa já teve violado o direito de ir e vir. Já há uma
privação de liberdade o juiz utilizará o alvará de soltura. Sofrer violência ou
coação ilegal na sua liberdade.
4) HC trancativo - Para trancar inquérito policial ou a ação penal - situações:
Falta de justa causa; atipicidade; extinção da punibilidade. Iminência de
sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade.
Princípios
1 - Gratuidade - O HC é gratuito
2 - Informalidade - Não é necessária petição complexa
3 - Celeridade - O procedimento será célere.
Juris em tese:
3) O trancamento da ação penal pela via do habeas corpus é medida excepcional,
admissível apenas quando demonstrada a falta de justa causa (materialidade do
crime e indícios de autoria), a atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade.
4) O reexame da dosimetria da pena em sede de habeas corpus somente é
possível quando evidenciada flagrante ilegalidade e não demandar análise do
conjunto probatório.
11) Não cabe habeas corpus contra decisão que denega liminar, salvo em
hipóteses excepcionais, quando demonstrada flagrante ilegalidade ou teratologia
da decisão impugnada, sob pena de indevida supressão de instância, nos termos
da Súmula n. 691/STF.
Decisão teratológica - absurda, esdrúxula.
Preceito primário - a tipificação deve ser prevista como crime antes do fato
praticado. Quando a lei diz “subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel”.
isto não importa para o HC.
Preceito secundário - Pena. Este é analisado no HC, se for pena privativa de
liberdade cabe HC.
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos
casos de punição disciplinar.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a
autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus:
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da
Constituição;
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação forem
atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territórios e ao
prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de Polícia.
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de
autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição.
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente,
dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados
ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for
acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se a
prisão exceder o prazo legal.
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao
processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo,
este será renovado.
O processo renova a partir da nulidade, não é extinto. O HC em virtude de nulidade
é trancativo.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será
condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder,
tiver determinado a coação.
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das peças
necessárias para ser promovida a responsabilidade da autoridade.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1º - A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça
de coação, as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou
não puder escrever, e a designação das respectivas residências.
HC não exige capacidade postulatória - Qualquer pessoa - esta expressão foi
recepcionada pela constituição de 88 e não foi revogada pelo estatuto da OAB.
O habeas corpus é ação de natureza constitucional destinada a coibir.
A respeito do habeas corpus é correto afirmar que poderá ser impetrado por
qualquer pessoa, mesmo que não seja advogado, em favor de outrem.
Recursos
Decisão que conceder ou denegar HC em primeira instância - RESE art. 581, X
CPP
• Concessão em 1 ª instância - reexame necessário
• Reiteração do pedido
• Decisão em única instância pelos Tribunais Superiores denegatória ou não
conhecido prejudicado
Recurso Ordinário para STF
• Decisão em única ou última instância pelos TRF’s ou TJ’s, denegatória ou não
conhecido prejudicado
Recurso Ordinário para o STJ
• Súmula 319 STF o prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal,
em habeas corpus ou mandado de segura
• RE e RESP denegatória ou concessiva Se preenchidos os requisitos
• Atenção! Importante!!!
• Súmula 690 do STF “Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o
julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados
especiais criminais” Esta súmula está superada - A competência é dos tribunais de
justiça ou dos TRF’s
• COMPETÊNCIA HABEAS CORPUS DEFINIÇÃO A competência para o
julgamento do habeas corpus é definida pelos envolvidos paciente e impetrante
COMPETÊNCIA HABEAS CORPUS ATO DE TURMA RECURSAL Estando os
integrantes das turmas recursais dos juizados especiais submetidos, nos crimes
comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do tribunal de justiça ou do tribunal
regional federal, incumbe a cada qual, conforme o caso, julgar os habeas
impetrados contra ato que tenham praticado ..(HC 86834 Relator(a) MARCO
AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23 08 2006 DJ 09 03 2007 PP 00026
EMENT VOL 02267 02 PP 00242 RJSP v 55 n 354 2007 p 175 184 LEXSTF v 29 n
341 2007 p 350 365.
• - Súmula 695 STF – não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa
de liberdade.
• - Súmula 694 STF - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de
exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.
• Súmula 693 STF - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena
de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena
pecuniária seja a única cominada.
• Súmula 692 STF - Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator
de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava
dos autos, nem foi ele provocado a respeito.
• Súmula 691 STF - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de
habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus
requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
• Súmula 395 STF - Não se conhece de recurso de "habeas corpus" cujo objeto
seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de
locomoção.
• Súmula 431 STF - é nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância,
sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em "habeas corpus”.
• Súmula 208 do STF - o assistente do ministério público não pode recorrer,
extraordinariamente, de decisão concessiva de "habeas corpus".
• Súmula 606 STF - Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de
decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo
recurso.
Tratando-se de decisão monocrática pode sim
• STF, Pleno, HC 127.483/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 27/08/2015
• Súmula 648 STJ
• A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento
da ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus. (SÚMULA 648,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/04/2021, DJe 19/04/2021)
• Prisão na sentença: A sentença penal condenatória superveniente que não
permite ao réu recorrer em liberdade, somente prejudica o exame do recurso em
habeas corpus quando contiver fundamentos diversos daqueles utilizados na
decisão que decretou a prisão preventiva, o que não ocorreu no caso dos autos.
STJ. 5ª Turma. RHC 105.673/MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
13/08/2019
• Suspensão Condicional do Processo: O fato de o denunciado ter aceitado a
proposta de suspensão condicional do processo formulada pelo Ministério Público
(art. 89 da Lei nº 9.099/95) não constitui empecilho para que seja proposto e
julgado habeas corpus em seu favor, no qual se pede o trancamento da ação
penal. STJ. 5ª Turma. RHC 41527-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015
(Info 557).
• A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas
corpus em que se busca o trancamento da ação penal (...) pois não há ação penal
instaurada que se possa trancar. STJ. 6ª Turma. HC 495148-DF, Rel. Min. Antonio
Saldanha Palheiro, julgado em 24/09/2019 (Info 657).
• A realização de acordo de transação penal não enseja a perda de objeto de
habeas corpus anteriormente impetrado. A Turma afirmou que, em razão dos
riscos e problemas inerentes ao sistema negocial, o controle realizado pelo
julgador deve também abranger certa verificação sobre a legitimidade da
persecução penal, visto que o Estado não pode autorizar a imposição de uma pena
em situações ilegítimas, como, por exemplo, em quadros de manifesta atipicidade
da conduta ou extinção da punibilidade do imputado. Assim, não se pode permitir
que o aceite à transação penal inviabilize o questionamento judicial à persecução
penal. Ou seja, não se pode aceitar que um habeas corpus, que, entre outros
requerimentos, aponta a atipicidade da conduta, seja declarado prejudicado em
razão do aceite à barganha penal. STF. 2ª Turma. HC 176785/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 17/12/2019 (Info 964).
Mandado de Segurança
CRFB, art 5 º, LXIX : “conceder se á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”
• Lei 12.016/2009
• Natureza jurídica - ação autônoma de impugnação de natureza cível com status
de constitucional.
• Aplicação residual - aplicação residual no processo penal, quando não couber HC
ou recurso.
• Ilegalidade ou abuso de poder
• Praticados por AUTORIDADE PÚBLICA ou por AGENTE DE PESSOA JURÍDICA
NO EXERCÍCIO DE ATRIBUIÇÕES DO PODER PÚBLICO
• se líquido e certo o direito invocado salvo se couber habeas corpus ou habeas
data
• Não cabe para risco hipotético
• Súmula 266 STF Não cabe mandado de segurança contra lei em tese
Quando não for pena privativa de liberdade, mas de multa, caberá mandado de
segurança.
• Casos práticos
Lei 12.016/2009 art. 5º - Não se concederá mandado de segurança quando se
tratar
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução.
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo.
Em recurso sem efeito suspensivo, cabe MS, mas cuidado com a Súmula 604 do
STJ “o mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a
recurso criminal interposto pelo Ministério Público.”
III - de decisão judicial transitada em julgado. Cabe HC e revisão criminal, mas não
cabe mandado de segurança.
Prazo decadencial de 120 dias da ciência do ato impugnado
• Súmula 632 STF :“É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a
impetração de mandado de segurança”
Art 6º, §6º da Lei 12.016/09 - o pedido de mandado de segurança poderá ser
renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver
apreciado o mérito
Legitimidade ativa: Pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira Ministério
Público, querelante, assistente de acusação, acusado, defensor do acusado e
terceiros interessados
Legitimidade passiva: Autoridade ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público
• equiparam se às autoridades, os representantes ou órgãos de partidos políticos e
os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas
jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público,
somente no que disser respeito a essas atribuições
• Súmula 510 do STF :“praticado o ato por autoridade no exercício de competência
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial”
Há discussão sobre quem deve estar no polo passivo neste caso desta súmula.
• 1 ª corrente autoridade responsável pelo ato Art. 14 § 2 º Lei 12.016/2009 direito
de recorrer
• 2 ª corrente pessoa jurídica, presentada pela autoridade
• 3 ª corrente autoridade coatora E ente administrativo
• Lei 12.016/09 indicar a autoridade e a pessoa jurídica
• Ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica para, querendo,
ingressar no feito
• Súmula 701 STF - No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público
contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como
litisconsorte passivo.
petição em duas vias Documentos reproduzidos na segunda
• capacidade postulatória
• indicação da autoridade coatora e pessoa jurídica
• prova documental com a inicial - não há dilação probatória.
• Direito líquido e certo
• Se o documento necessário à prova da alegação esteja em repartição ou
estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê lo por
certidão, ou em poder de terceiro o juiz ordenará, preliminarmente, como prazo de
10 dias, por ofício, a exibição do documento em original ou em cópia autêntica
• Súmula 625 do STF: “controvérsia sobre matéria de direito não impede
concessão de mandado de segurança”
• Indeferimento liminar não cabimento Falta de requisitos legais Decadência
• Notificação da autoridade coatora 10 dias informações Ciência ao órgão
• Possibilidade de suspensão liminar do ato
• Vista ao MP manifestação em 10 dias
• Com ou sem parecer do MP conclusos para julgamento
• Decisão deve ser proferida OBRIGATORIAMENTE em 30 dias, podendo ou não
confirmar a medida liminar
• Súmula 105 do STJ,“na ação de mandado de segurança não se admite
condenação em honorários advocatícios”
• Súmula 512 do STF “não cabe condenação em honorários de advogado na ação
de mandado de segurança”
• Súmula 169 do STJ “são inadmissíveis embargos infringentes no processo de
mandado de segurança”
• cabe sanção por litigância de má fé
Competência

Órgão competente Contra ato de


STF Presidente da República, das Mesas
da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, do Tribunal de Contas
da União, do Procurador Geral da
República e do próprio Supremo
Tribunal Federal (art. 102, I, “d” da CF)
STJ Ministro de Estado, dos Comandantes
da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica ou do próprio Tribunal (CF
art. 105, I, “b”)

TRF do próprio Tribunal ou de juiz federal


(CF, art. 108, I, “c”).
Turma recursal de juiz de Juizado Especial Criminal
(Súmula 376 do STJ “Compete à
turma recursal processar e julgar o
mandado de segurança contra ato de
juizado especial”) da própria turma
recursal.

TJ do próprio Tribunal ou de juiz estadual


Recursos
contra a sentença que denega ou concede apelação
• Concessão da segurança por juiz de 1 º grau reexame necessário
• contra a decisão de indeferimento da inicial por juiz de 1 º grau apelação
• contra a decisão de indeferimento da inicial se competência originária dos
tribunais agravo regimental contra ato do relato
• Decisões proferidas em única instância pelos tribunais recurso especial e
extraordinário, se preenchidos os pressupostos legais, e recurso ordinário, se a
ordem for denegada (art. 18 da Lei 12.016/09)
• Decisão denegatória proferida em única instância pelo Superior Tribunal de
Justiça, Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior Eleitoral ou Tribunal Superior
do Trabalho recurso ordinário constitucional para o STF ( art. 102, II,“a”.)
• Decisão do presidente do tribunal que, a requerimento de pessoa jurídica de
direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à
ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspender a execução da
liminar e da sentença cabimento de agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5
dias
Recursos Criminais
Recurso é

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