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Comédia Dell'Arte

Forma teatral única no mundo, desenvolveu-se na Itália no XVI século e


difundiu-se em toda Europa nos séculos sucessivos, a Commedia dell’arte
contribuiu na construção do teatro moderno.
Teatro espetacular baseado na improvisação e no uso de máscaras e
personagens estereotipados, é um gênero rigorosamente antinaturalista e
antiemocionalista.

O Texto
O que mais atrai o olhar contemporâneo nas leituras dos canovacci da
commedia dell’arte, é a inconsistência deles no que se refere ao conteúdo.
Sendo a comédia um espetáculo ligado fortemente à outros valores como as
máscaras, a espetacularidade da recitação, habilidade dos atores, a presença da
mulheres na cena, etc..., não tinha necessidade de compor dramaturgias
exemplares, novidades de conteúdos ou estilos.
O canovaccio devia obedecer a requisitos de outro tipo, todos funcionais ao
espetáculo: clareza, partes equivalentes para todos os atores envolvidos, ser
engraçado, possibilidade de inserir lazzi, danças e canções, disponibilidade a
ser modificado.
A técnica de improviso que a commedia adotou não prescindiu de fórmulas
que facilitassem ao ator o seu trabalho. Diálogos inteiros existiam, muitos
deles impressos, para serem usados nos lugares convenientes de cada
comédia. Tais eram as prime uscite (primeiras saídas), os concetti (conceitos),
saluti (as saudações), e as maledizioni (as maldições).
Na sua fase áurea, o espetáculo da commedia dell’arte tinha ordinariamente
três atos, precedidos de um prólogo e ligados entre si por entreatos de dança,
canto ou farsa chamados lazzi ou lacci (laços).
A intriga amorosa, que explorou sem limites, já não era linear e única, como
na comédia humanista, mas múltipla e paralela ou em cadeia: A ama B, B ama
C, C ama D, que por sua vez ama A.(ao topo)

O Encenador
O espetáculo da commedia era construído com rigor, sob a orientação de um
concertatore, equivalente do diretor do teatro moderno, e de um certo modo
seu inspirador. Aquele, por sua vez, tinha à disposição séries numerosas de
scenari, minudendes roteiros de espetáculos, conservados presentemente em
montante superior a oitocentos; muitos ainda existem nos arquivos italianos e
estrangeiros ser terem sido arrolados.(ao topo)
O Ator
O ator na commedia dell’arte, tinha um papel fundamental cabendo-lhe não só
a interpretação do texto mas também a continua improvisação e inovação do
mesmo. Malabarismo canto e outro feitos eram exigidos continuamente ao
ator.
O uso das mascaras (exclusivamente para os homens) caraterizava os
personagens geralmente de origem popular: os zanni, entre os mais famosos
vale a pena citar Arlequim, Pantaleão e Briguela.
A enorme fragmentação e a quantidade de dialetos existentes na Itália do
século XVI obrigavam o ator a um forte uso da mímica que tornou-se um dos
mais importantes fatores de atuação no espetáculo.
O ator na commedia dell’arte precisava ter "uma concepção plástica do teatro"
exigida em todas as formas de representação e a criação não apenas de
pensamentos como de sentimentos através do gesto mímico, da dança, da
acrobacia, consoante as necessidades, assim como o conhecimento de uma
verdadeira gramática plástica, além desses dotes do espírito que facilitam
qualquer improvisação falada e que comandam o espetáculo.
A enorme responsabilidade que tinha o ator em desenvolver o seu papel, com
o passar do tempo, portou à uma especialização do mesmo, limitando-o a
desenvolver uma só personagem e a mantê-la até a morte.
A continua busca de uma linguagem puramente teatral levou o gênero a um
distanciamento cada vez maior da realidade.
A commedia foi importante sobretudo como reação do ator a uma era de
acentuado artificialismo literário, para demonstrar que, além do texto
dramático, outros fatores são significativos no teatro.

O Teatro
Devido as origens extremamente populares a commedia dell’arte por longo
tempo não dispus de espaços próprios para as encenações. Palcos
improvisados em praças públicas eram os lugares onde a maioria das vezes
ocorria o espetáculo. Só no XVII século e mesmo assim esporadicamente a
commedia começou a ter acesso aos teatros que tinham uma estrutura
tipicamente renascentista, onde eram representados espetáculos eruditos. Já no
século XVIII a enorme popularidade deste tipo de representação forçou a
abertura de novos espaços para as companhias teatrais. Em Veneza, por
exemplo, existiam sete teatros: dois consagrados à opera séria, dois à opera
bufa e três à comédia. - Imagens

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