Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE ENGENHARIAS E TECONOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) foi
desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e
gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semiárido (SISBI-
UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob
orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ser minha fonte de fé, que sempre me ergue nos
momentos difíceis e não me deixa abalar.
Segundo a minha família (mãe, pai e meus dois irmãos), que são minha base, as
pessoas mais importantes da minha vida e o principal motivo pelo qual busco meus objetivos.
Agradeço ao meu Orientador, Prof. Dr. Joel Medeiros Bezerra, pela paciência durante
a realização desse estudo e por todo conhecimento repassado, desde as disciplinas lecionadas
até o presente momento com a parceria nesse trabalho.
Agradeço também aos professores do curso por todo conhecimento repassado, por me
motivar sempre a melhorar, e também a Banca Examinadora por aceitar participar e contribuir
com esse estudo.
E finalmente, agradeço aos meus amigos, Kelvya Hortência, Karolayne Nogueira,
Laianny Leila, Bárbara Cibelly, Dayane Cristina, Tamires Freitas, Layane Amorim, Ana
Jhully e Ires Vieira, por aguentarem alguns estresses em momentos conturbados da faculdade,
por entenderem minha ausência em datas importantes devido as atividades também da
faculdade, por torcerem por mim e estarem sempre me apoiando e incentivando a continuar
firme e forte.
Faça o melhor que puder. Seja o melhor que
puder. O resultado virá na mesma proporção
do seu esforço.
Mahatma Gandhi
RESUMO
O abatedouro é um local onde se realizam uma série de operações controladas, fazendo uso de instrumentos e
máquinas de trabalhos, de modo que suas atividades sujeitam diversos riscos aos seres humanos, ao meio
ambiente, as instalações e, consequentemente, ao empreendimento. Como solução, controle ou minimização dos
riscos, surge como opção a técnica do gerenciamento de riscos em todas as etapas do processo a fim de
proporcionar êxito no resultado final. Portanto, objetiva-se com esse estudo realizar o gerenciamento de riscos
ambientais do abatedouro municipal de Pau dos Ferros – RN. A metodologia usada foi a Análise Preliminar de
Riscos – APR, que foi aplicada para cada atividade dos setores estabelecidos, com isso, identificando o perigo, o
risco, a classificação do risco, a causa, consequência, frequência, severidade, o grau e proposto medidas
preventivas e/ou corretivas. Os resultados mostraram que, de forma geral, a maior porcentagem de classificação
dos riscos foi do tipo meio ambiente, e o maior número de riscos foi do grau moderado. Foram encontrados dez
cenários distintos, que necessitam de medidas administrativas e estruturais específicas, de acordo com as devidas
normas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, para cada situação. Portanto, observou-se que o
gerenciamento de riscos ambientais serve para promover a precaução ou minimização dos riscos, quando
atendido as medidas propostas. Sendo assim, é de fundamental importância que essa metodologia seja aplicada a
outros tipos de empreendimentos, visando maior segurança para a população, para o meio ambiente e para a
própria empresa.
The slaughterhouse is a place where a series of controlled operations are carried out, making use of instruments
and machines of work, so that their activities carry several risks to humans, the environment, the facilities and,
consequently, to the enterprise. As a solution, control or minimization of risks, the risk management technique
emerges as an option at all stages of the process in order to achieve success in the final result. Therefore, the aim
of this study is to carry out the environmental risk management of the municipal slaughterhouse of Pau dos
Ferros - RN. The methodology used was the Preliminary Risk Analysis - APR, which was applied for each
activity of the established sectors, thereby identifying the hazard, risk, risk classification, cause, consequence,
frequency, severity, degree and proposed preventive and / or corrective measures. The results showed that, in
general, the highest percentage of risk classification was of the environment type, and the highest number of
risks was moderate. Ten different scenarios were found, which require specific administrative and structural
measures, in accordance with the appropriate standards established by the Ministry of Labor, for each situation.
Therefore, it was observed that the management of environmental risks serves to promote the precaution or
minimization of risks, when the proposed measures are met. Therefore, it is of fundamental importance that this
methodology be applied to other types of enterprises, aiming at greater security for the population, for the
environment and for the company itself.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
2 REVISÃO TEÓRICA ......................................................................................................... 11
2.1 ABATEDOUROS NO RIO GRANDE DO NORTE ......................................................... 11
2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E SANITÁRIA PARA ABATEDOUROS ...................... 12
2.3 RISCOS .............................................................................................................................. 13
2.4 GERENCIAMENTO DE RISCOS .................................................................................... 16
2.5 RISCOS EM ABATEDOUROS ........................................................................................ 17
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 19
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................. 19
3.2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 31
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50
9
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO TEÓRICA
Tal fiscalização e controle sanitário faz-se necessário, tendo em vista que tais
atividades realizadas em abatedouros geram diversos resíduos sólidos, como gorduras,
plásticos, papelão, e também efluentes líquidos, principalmente devido ao alto consumo de
água que podem causar problemas ambientais graves se não forem gerenciados
adequadamente (PACHECO, 2006).
Sendo assim, além da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), faz-se necessário
também o atendimento aos apontamentos da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS); a Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de
2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, desta forma balizando
a gestão e o gerenciamento dos resíduos agroindustriais geradas por tais atividades; as
Resoluções Conama nº 357, de 17 de março de 2005; nº 410 de 04 de maio de 2010; e nº 430,
de 13 de maio de 2011, que dispõem sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências, diante do cenário do grande volume de
águas residuais geradas nesse tipo de empreendimento, atrelado a condição mínima de
descarte em corpos hídricos receptores.
2.3 RISCOS
Tabela 1: Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza e a
padronização das cores correspondentes.
GRUPO – COR TIPOS DE
NATUREZA DOS PRINCIPAIS RISCOS
REFERENTE RISCOS
Ruídos, Vibrações, Radiações ionizantes, Radiações não
1 – Verde Físicos
ionizantes, Frio, Calor, Pressões anormais e Umidade.
Poeiras, Fumos, Névoas, Neblinas, Gases, Vapores, e
2 – Vermelho Químicos
Substâncias, compostas ou produtos químicos em geral.
Vírus, Bactérias, Protozoários, Fungos, Parasitas e
3 – Marrom Biológicos
Bacilos.
Esforço físico intenso, Levantamento e transporte manual
de peso, Exigência de postura inadequada, Controle
rígido de produtividade, Imposição de ritmos excessivos,
4 – Amarelo Ergonômicos
Trabalho em turno e noturno, Jornadas de trabalho
prolongadas, Monotonia e repetitividade e Outras
situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.
Arranjo físico inadequado, Máquinas e equipamentos
sem proteção, Ferramentas inadequadas ou defeituosas,
Iluminação inadequada, Eletricidade, Probabilidade de
5 – Azul Acidentais
incêndio ou explosão, Armazenamento inadequado,
Animais peçonhentos e outras situações de risco que
poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Fonte: Adaptado de BRASIL (1994).
Para Almeida (2012) pode-se notar então um viés específico, principalmente ao definir
o tipo de risco. De forma geral, porém, o conceito de risco pode ser tomado como categoria de
análise associada as noções de incerteza, exposição ao perigo, perda e prejuízos materiais e
humanos, portanto, é incontestável a onipresença do risco. Corre-se risco exercendo as mais
simples atividades do cotidiano até as atividades ditas mais arriscadas.
Para analisar os riscos existem vários tipos de metodologias, onde a utilização
dependerá de fatores como qual será o estabelecimento de estudo, qual setor será analisado,
que tipo de atividade, entre outros. Serpa (2002) afirma que de modo geral, a realização de um
estudo de análise de riscos numa instalação ou atividade perigosa contempla etapas básicas de
identificação de perigos, análise de consequências e avaliação de vulnerabilidade, estimativa e
avaliação de riscos, e medidas para a redução e gerenciamento de riscos.
16
gestão, que utilizam padrões insustentáveis de consumo que podem causar uma série de
problemas ambientais, comprometendo a saúde da população e o meio ambiente (CHIESA,
2017).
Os matadouros são considerados locais úmidos, barulhentos, onde altas e baixas
temperaturas se alternam dentro da mesma instalação. As operações de abate e obtenção de
carnes ocorrem de forma sequencial, usando objetos cortantes que são manipulados em
movimentos firmes e vigorosos que podem causar lesões de forma geral (ARAUJO et al.,
2012).
Do ponto de vista da ergonomia, grande parte das atividades realizadas nestes
ambientes caracteriza-se por ser de alta repetitividade, muitas delas são importantes vetores de
problemas de saúde, conforto e segurança, revelando-se na forma fadiga muscular e mental e
pelas doenças e acidentes (PEREIRA et al., 2016).
Marra et al. (2017) afirmam que as tarefas exigem continuamente habilidade manual e
atenção com repetitividade de movimentos devido ao ritmo constante e acelerado. Assim,
essas atividades devem ser realizadas com o uso de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs).
Dentre os agentes de risco de maior importância está o biológico, com a exposição por
contato direto com a carne, sangue, vísceras, fezes, urina, secreções vaginais ou uterinas,
restos placentários, líquidos e fetos de animais, que podem estar infectados com doenças,
como a tuberculose e a brucelose (MARRA, 2014).
Portanto, de forma geral, nesses ambientes podem ser encontrados vários fatores de
riscos à saúde do trabalhador, alguns exemplos são: ruído, iluminação, temperatura, umidade,
pureza e velocidade do ar, radiação, esforço físico e tipo de vestimenta (RODRIGUES, 2012).
Nesse sentido, é importante que o estabelecimento atenda aos requisitos legais, desde a
estrutura física adequada, até os horários de trabalho conforme lei, o manuseamento correto
da carne, dos produtos derivados da mesma, das máquinas, a limpeza dos equipamentos e dos
locais de trabalho, entre outros, de modo a evitar os riscos associados a esses e aos demais
fatores advindos desse tipo de estabelecimento e das atividades realizadas no mesmo.
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
Figura 2: Localização e limites da cidade de Pau dos Ferros no estado do Rio Grande do Norte.
Porém, Pau dos Ferros possui apenas um frigorífico público, localizado no centro da
cidade, que faz algum tempo que está em processo de reforma e, portanto, se encontra
inviável a sua utilização. Possui também um matadouro púbico, localizado na zona rural,
estando esse em operação, porém não atendendo completamente a demanda.
Visto isso, será implantado, a obra cuja natureza é de uma Unidade de Beneficiamento
de Carne, nome que se refere ao abatedouro público da cidade de Pau dos Ferros. Está
localizado na zona rural do município, no sítio Retiro, sob as coordenadas UTM, Zona de 24
m, Longitude de 603438.00 m ao Leste, Latitude de 9319768.00 m ao Sul, distante da cidade
cerca de 16,7 km, sendo rodeado por vegetação e distante de residências (Figura 3).
Figura 3: Localização do abatedouro púbico de Pau dos Ferros e distância até a cidade.
destinada a tratamento de esgoto (Figura 4). A expectativa inicial é de que conte com 15
funcionários.
Figura 4: Planta de cobertura e locação do projeto de Unidade e Beneficiamento de Carne de Pau dos
Ferros.
sanguíneos do pescoço com o auxílio de uma faca. O animal morre por falta de
oxigenação no cérebro.
8. O sangue que escorre do animal suspenso será coletado em uma calha específica e
direcionado para armazenamento em tanques, gerando de 15 a 20 litros de sangue por
animal. O sangue poderá ter dois destinos: venda direta “in natura” para indústria que
se dedicam ao seu beneficiamento, ou seu processamento no próprio matadouro nas
graxarias.
9. A esfola será realizada pelo sistema aéreo, com o bovino suspenso no trilho, vantajoso
do ponto de vista higiênico, sanitário e tecnológico. Após a sangria e a respectiva
higienização, ocorrerá a remoção da cabeça e os chifres serrados. A cabeça será limpa
com água e a língua e os miolos são recuperados. As bochechas (faces) poderão ser
removidas para consumo humano via produtos cárneos embutidos (os efluentes
líquidos desta etapa seguem para a ETE).
10. O passo posterior é a remoção das patas e couro, tal procedimento ocorrerá de forma
mecanizada ou manual com o auxílio facas. Primeiro, serão cortadas as patas
dianteiras antes da remoção do couro, para aproveitamento dos mocotós. Remoção das
patas traseiras após remoção do úbere e dos genitais. O ânus e a bexiga são amarrados
para evitar a contaminação da carcaça por eventuais excrementos. Os mocotós são
inspecionados e encaminhados para processamento. Caso não sejam aprovados,
poderão ser enviados para a produção de farinhas, nas graxarias.
11. Os cascos e chifres serão recuperados de forma simples, por via úmida. Tanto os
cascos como os chifres poderão ser submetidos a um aquecimento em água fervente.
Esse aquecimento facilitará a separação dos “sabugos” ou suportes ósseos. Os
“sabugos” entrarão na composição de produtos graxos e farinhas. Os couros retirados
das carcaças serão comercializados diretamente para curtumes, podendo ser fresco
(logo após sua retirada) ou verde (após repouso em solução de cloreto de sódio).
12. Seguindo o processo, as carcaças dos animais seguirão para a fase de evisceração,
quando ocorrerá a abertura da cavidade torácica, abdominal e pélvica, com o auxílio
de serra elétrica ou manualmente. As vísceras serão retiradas caindo em bandejas.
Estas serão separadas em vísceras brancas (intestino, estômago, bexiga, baço e
pâncreas) e vísceras vermelhas (coração, língua, pulmões e fígado). Novamente,
ocorrerá a geração de efluentes, devido ao uso de água para garantir premissas de
higiene. Os efluentes líquidos desta etapa seguem para a ETE. Após a lavagem, as
25
3.2 METODOLOGIA
Tabela 3: Sugestão de planilha que deve ser preenchida para a realização da APR.
Subsistema/Cenário:
Perigo Causas Consequências Frequência Severidade Risco Recomendações
Dessa forma, primeiro foi identificado o subsistema ou cenário para ser analisado. Em
seguida, foram identificados os perigos, que é definido pela Norma Técnica da CETESB
(2011) como “uma ou mais condições físicas ou químicas com potencial para causar danos às
pessoas, à propriedade e ao meio ambiente”. Enquanto que as causas são os responsáveis
pelos perigos e as consequências, como o próprio nome estabelece, são os efeitos. A
frequência, a severidade e o grau dos riscos foram estabelecidos conforme Norma da
Petrobras nº 2.782, de agosto de 2005, como seguem nas Tabelas 4, 5 e 6, consecutivamente.
Para o preenchimento da frequência, severidade e o grau do risco, foram ainda
realizadas consultas a banco de dados estatísticos especializados para levantamento de tais
informações, ou nos casos em que não foi possível obter tais dados, realizou-se considerações
com base na literatura. Por último foi proposto recomendações para evitar ou minimizar os
riscos.
III M M M NT NT
II T T M M M
I T T T T M
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para melhor gerenciamento dos riscos, foram definidos setores através das subdivisões
do empreendimento e do processo produtivo, sendo esses: setor 1 - administrativo e vestiário,
setor 2 - transporte e recepção nos currais, setor 3 - matança, refrigeração e expedição e setor
4 - Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, conforme Figura 6.
defeituosas
ferramentas periodicamente
3 – Trocar ferramentas
enferrujadas ou defeituosas
1 – Seguir as recomendações de
segurança quanto as instalações e
Danos pessoais graves, serviços em eletricidade indicadas
Choque elétrico, Ausência de
Instalações elétricas Acidental danos nas máquinas e A III M na NR 10
queimaduras manutenção
equipamentos 2 – Uso de calçados de EPIs
3 – Manter instalações elétricas
em bom estado de conservação
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
Fonte: Autoria própria (2019).
34
monitoramento da
1 – Utilizar os EPIs como
ETE Locais e materiais
Bactérias, vírus, indicado na NR 6
Biológico infectados, ausência Doenças, infecções E II M
fungos 2 – Realizar a limpeza adequada
de EPIs
dos locais e materiais utilizados
Presença de 1 – Seguir recomendações da NR
máquinas e Perda auditiva, 36 sobre as condições ambientais
Ruído Físicos E I M
equipamentos surdez ocupacional de trabalho em abatedouros e
barulhentos frigoríficos
Presença de
substâncias e
produtos químicos,
Inalação de gases e Intoxicação aguda 1 – Utilizar os EPIs (mascara)
Químico longo período de D II M
vapores ou crônica, câncer como indicado na NR 6
exposição com
ausência de
máscaras EPIs
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
38
Alteração da
Contaminação das escoamento tubulações), afim de evitar
qualidade das águas D III NT
águas superficiais vazamentos
superficiais
1 – Seguir as recomendações de
segurança quanto as instalações e
Danos pessoais
serviços em eletricidade indicadas
Choque elétrico, Ausência de graves, danos nas
Instalações elétricas Acidental C III M na NR 10
queimaduras. manutenção máquinas e
2 – Uso de EPIs
equipamentos
3 – Manter instalações elétricas
em bom estado de conservação
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
Fonte: Autoria própria (2019).
39
8%
2%
36% 16%
14%
24%
14
12
10
0
Administrativo e Transporte e recepção Matança, refrigeração e ETE
vestiário nos currais expedição
Os riscos toleráveis estão presentes em todos os setores, sendo aqueles mais referentes
aos de natureza acidental, ou de forma geral, considerados mais leves quando comparado aos
demais. Em momento nenhum esse grau de risco foi superior ao grau de qualquer outro risco
nos diferentes setores.
A situação igual, de estar presente em todos os setores, aconteceu para os riscos
moderáveis, sendo esse também o grau que apresentou o maior número de riscos entre todos
os outros graus, se destacando no setor de matança, refrigeração e expedição, pois é o setor
que possui maior número de atividades a ser executadas, principalmente de natureza
ergonômica. Os riscos de natureza biológica e química também tiveram esse grau de risco.
Por último, os riscos de grau não tolerável estão presentes em dois setores diferentes:
transporte e recepção de currais, e o da ETE. Isso pode ser justificado devido aos riscos
associados ao meio ambiente, já que esses setores apresentam maiores condições de
prejudicar os compartimentos ambientais: água e solo.
Barzotto (2013) modificou a tabela de grau de risco elaborada pela Petrobras, que ao
invés de três graus de riscos, no seu trabalho foram cinco (grau 1, grau 2, grau 3, grau 4 e grau
5), sendo em ordem consecutiva do grau menor para o maior. Sendo assim, a mesma
identificou em um processo de abate de frango, que 54% das atividades realizadas apresentam
um grau de risco 3 e 4, que seriam os graus de níveis médios, corroborando então com o
41
mesmo resultado apresentado nesse estudo, já que o maior número de riscos foi do grau
moderado.
Quanto aos cenários distintos encontrados a partir das atividades exercidas nos setores,
algumas contêm tarefas repetitivas, mesmo sendo setores diferentes, sendo assim, foram
identificados perigos comuns e distintos, que consequentemente se encaixaram no mesmo
gerenciamento de risco, quando iguais. Separando pelos diferentes, foram identificados dez
cenários e proposto medidas estruturais ou administrativas para cada um deles.
Ruído e vibrações são devido ao barulho que as máquinas e equipamentos fazem, por
isso são encontrados em quase todos os setores, como no setor de matança, refrigeração e
44
expedição, que se usa serras elétricas, moedores, etc. No setor de transporte e recepção nos
currais, que tem a presença de automóveis. E por último, o setor da ETE, que muitas vezes
utilizam motores, entre outros.
Marra (2017) detectou como principais fontes de ruídos em uma sala de abate de
bovinos, as operações de cortes com serras elétricas, na área de evisceração e na área de
pendura do animal, podendo levar à perturbação dos trabalhadores com redução da
concentração, e com o tempo à perda auditiva, que tem como sintomas iniciais, dificuldades
de escutar e falar nesses ambientes.
A NR 36 recomenda que para controlar a exposição ao ruído ambiental devem ser
adotadas medidas que priorizem a sua eliminação, a redução da sua emissão e a redução da
exposição dos trabalhadores, nesta ordem. Com isso, podem haver mudanças estruturais
necessárias nos equipamentos e no modo de produção. Além disso, devem ser adotadas
medidas para redução da exposição dos trabalhadores obedecendo à seguinte hierarquia:
- Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
- Utilização de equipamento de proteção individual – EPI, que conforme a NR 6, o principal é
o protetor auditivo.
Esse é um cenário que se repete em todos os setores devido ao uso da água. Então
vazamentos, um sistema de drenagem e uma ETE ineficiente podem comprometer os sistemas
naturais, como água e solo.
A maioria dos efluentes advindo do esgoto bruto do abatedouro são sangue, urina,
vômito dos animais, água misturada com produtos químicos da lavagem dos ambientes de
trabalho, dos transportes, equipamentos, entre outros. Os mesmos são encaminhados para a
ETE, com finalidade de tratamento e disposição ambientalmente correta. Sendo assim, o
sistema de drenagem do abatedouro tem que estar em perfeito estado, sendo indispensável a
implantação com ferramentas eficientes, o monitoramento e a manutenção, incluindo da ETE.
Além disso, é necessário que o empreendimento atenda as condições e padrões de
lançamentos de efluentes, como estabelecido pela Resolução Conama nº 430, de 13 de maio
de 2011.
Santos et al. (2014) verificou que os resíduos sólidos e líquidos dos frigoríficos na
cidade de São Luís - Maranhão, poucos tem tratamento adequado em ETE, dessa forma são
poluidores ao meio ambiente, prováveis de contaminação do solo e da água, sobretudo no que
se refere aos altos teores de matéria orgânica presentes, difícil biodegradabilidade e alto
consumo de água, gerando ainda uma imagem negativa do público em relação a esses
estabelecimentos, principalmente pelo odor fétido presente na circunvizinhança.
Corroborando com essa ideia, Campos et al. (2018), verificou no matadouro público
de Quixadá – CE, que os impactos ao meio ambiente são perceptíveis, como doenças,
contaminação do lençol freático, mal cheiro nos locais próximos ao Matadouro proveniente
dos dejetos em decomposição e acúmulo dos restos de animais.
- Sempre que tecnicamente possível, devem ser disponibilizados vagonetes com rodas
apropriadas ou movidos a eletricidade ou outro sistema de transporte por impulsão ou tração
que facilite a movimentação e reduza o esforço do trabalhador.
Ocorre no mesmo setor que o anterior. Para esse cenário, algumas das indicações da
NR 36, que podem ser consideradas complementares para o cenário anterior também são:
- Os elementos a serem manipulados, devem estar dispostos dentro da área de alcance
principal para o trabalhador e de forma organizada;
- As caixas e outros continentes utilizados para depósito de produtos devem estar localizados
de modo a facilitar a pegar;
- Ser adotado sinalizações para os locais e tipos de materiais;
- Os elementos a serem manipulados, tais como caixas, bandejas, engradados, devem possuir
dispositivos adequados ou formatos para pega segura e confortável;
- Estar livres de quinas ou arestas que possam provocar irritações ou ferimentos;
- Ter dimensões e formato que não provoquem o aumento do esforço físico do trabalhador;
- Ser estáveis.
Esse cenário é exclusivo para a ETE devido fatores como a mistura do esgoto bruto do
abatedouro com produtos químicos, os gases gerados pelo tratamento biológico realizado na
ETE, risco de ocorrer algum erro no processo, entre outros.
Rocha (2012) destacou a exposição ao gás metano e ao gás sulfídrico, além de outros
produtos químicos, por exemplo, cloreto férrico e coagulante com função de remoção de
fósforo presente no esgoto bruto.
Desta forma, é necessário a realização de um plano de operação, tal como de
monitoramento, avaliando a eficiência da mesma de forma contínua. O indicado é usar sempre
o EPI, de acordo com a NR 6 (máscara), e evitar a exposição prolongada quando essa situação
ocorrer.
48
Esse último cenário ocorre em todos os setores, pois todos têm contato com a
eletricidade, seja através da iluminação, de máquinas, equipamentos, entre outros. Porém,
nem todos estão expostos com a mesma intensidade, como por exemplo, o setor da ETE e o
setor da administração e vestiário, que são encontrados nesses locais equipamentos bem
diferentes, consequentemente as necessidades podem ser distintas.
Com isso, a NR 10 trata especificamente da segurança em instalações elétricas e
serviços em eletricidade, e algumas recomendações que se encaixam para aplicação nos
setores são:
- Identificação de circuitos elétricos;
- Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
- Restrições e impedimentos de acesso;
- Delimitações de áreas;
- Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de
cargas;
- Identificação de equipamento ou circuito impedido;
- Uso de EPIs adequados para cada caso (botas e luvas de borracha, vestimentas apropriadas);
- Manutenção do sistema elétrico.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AGUIAR, L. A. de. Metodologias de Análise de Riscos APP & HAZOP, 2014. Disponível
em: <http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf>.
Acesso em: 26 jan. 2019.
ALMEIDA, L. Q. de. Riscos ambientais e vulnerabilidades nas cidades brasileiras:
conceitos, metodologias e aplicações. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 215 p.
ARAUJO, A. F.; ZANNONI, C.; LIMA, D.; SANTOS, E.; DIAS, I.; RODRIGUES, Z.
IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCOS OCUPACIONAIS NO PROCESSO DE
ABATE DE BOVINOS. Caderno de Pesquisa, São Luís, v. 19, n. 3, p.79-89, dez. 2012.
____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Brasília, 31 ago. 1981.
____. Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989. Dispõe sobre inspeção sanitária e industrial
dos produtos de origem animal, e dá outras providências. Brasília, 23 1989.
___. Resolução Conama nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões
de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de
2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.. Brasília, 16 maio 2011.
LEITE, A.I.; QUEIROZ, A. R. A. de; MOREIRA, J. O.; BATISTA, J. S.; NETO, E. P.;
MENDES, C. G.; SILVA, J. B. A. da. CONDIÇÕES FÍSICAS E HIGIÊNICO–
SANITÁRIAS DOS MATADOUROS MUNICIPAIS DA REGIÃO OESTE DO RIO
GRANDE DO NORTE, BRASIL. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 76, n. 3,
p.335-340, set. 2009.
____. NR nº 17, de 14 de julho de 2011. Ergonomia. Brasília, 26 out. 2018. Disponível em:
<https://www.maconsultoria.com/arquivos/ccb61d23554aa9be25118ad871b90e94.pdf>.
Acesso em: 27 out. 2018.
SILVA, Y. Abatedouro sairá seis vezes mais caro. 2018. Disponível em:
<http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/abatedouro-saira-seis-vezes-mais-caro/414673>.
Acesso em: 23 out. 2018.