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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE ENGENHARIAS E TECONOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

MARIA ROSIMERY DE CARVALHO

GERENCIAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS DO ABATEDOURO MUNICIPAL


DE PAU DOS FERROS/RN

PAU DOS FERROS


2019
MARIA ROSIMERY DE CARVALHO

GERENCIAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS DO ABATEDOURO MUNICIPAL


DE PAU DOS FERROS/RN

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Ambiental e Sanitária.

Orientador: Prof. Dr. Joel Medeiros Bezerra

PAU DOS FERROS


2019
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O
conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de
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defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para
novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados
e mencionados os seus créditos bibliográficos.

C331g Carvalho, Maria Rosimery de.


GERENCIAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS
DO ABATEDOURO MUNICIPAL DE PAU DOS
FERROS/RN / Maria Rosimery de Carvalho. - 2019.
55 f.: il.

Orientador: Joel Medeiros Bezerra.


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Setor de Informação e Referência
Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia Ambiental e
Sanitária, 2019.

1. Frigorífico. 2. Processo. 3. Perigo. 4. Classificação.


5. Medidas. I. Bezerra, Joel Medeiros, orient.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) foi
desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e
gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semiárido (SISBI-
UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob
orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ser minha fonte de fé, que sempre me ergue nos
momentos difíceis e não me deixa abalar.
Segundo a minha família (mãe, pai e meus dois irmãos), que são minha base, as
pessoas mais importantes da minha vida e o principal motivo pelo qual busco meus objetivos.
Agradeço ao meu Orientador, Prof. Dr. Joel Medeiros Bezerra, pela paciência durante
a realização desse estudo e por todo conhecimento repassado, desde as disciplinas lecionadas
até o presente momento com a parceria nesse trabalho.
Agradeço também aos professores do curso por todo conhecimento repassado, por me
motivar sempre a melhorar, e também a Banca Examinadora por aceitar participar e contribuir
com esse estudo.
E finalmente, agradeço aos meus amigos, Kelvya Hortência, Karolayne Nogueira,
Laianny Leila, Bárbara Cibelly, Dayane Cristina, Tamires Freitas, Layane Amorim, Ana
Jhully e Ires Vieira, por aguentarem alguns estresses em momentos conturbados da faculdade,
por entenderem minha ausência em datas importantes devido as atividades também da
faculdade, por torcerem por mim e estarem sempre me apoiando e incentivando a continuar
firme e forte.
Faça o melhor que puder. Seja o melhor que
puder. O resultado virá na mesma proporção
do seu esforço.
Mahatma Gandhi
RESUMO

O abatedouro é um local onde se realizam uma série de operações controladas, fazendo uso de instrumentos e
máquinas de trabalhos, de modo que suas atividades sujeitam diversos riscos aos seres humanos, ao meio
ambiente, as instalações e, consequentemente, ao empreendimento. Como solução, controle ou minimização dos
riscos, surge como opção a técnica do gerenciamento de riscos em todas as etapas do processo a fim de
proporcionar êxito no resultado final. Portanto, objetiva-se com esse estudo realizar o gerenciamento de riscos
ambientais do abatedouro municipal de Pau dos Ferros – RN. A metodologia usada foi a Análise Preliminar de
Riscos – APR, que foi aplicada para cada atividade dos setores estabelecidos, com isso, identificando o perigo, o
risco, a classificação do risco, a causa, consequência, frequência, severidade, o grau e proposto medidas
preventivas e/ou corretivas. Os resultados mostraram que, de forma geral, a maior porcentagem de classificação
dos riscos foi do tipo meio ambiente, e o maior número de riscos foi do grau moderado. Foram encontrados dez
cenários distintos, que necessitam de medidas administrativas e estruturais específicas, de acordo com as devidas
normas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, para cada situação. Portanto, observou-se que o
gerenciamento de riscos ambientais serve para promover a precaução ou minimização dos riscos, quando
atendido as medidas propostas. Sendo assim, é de fundamental importância que essa metodologia seja aplicada a
outros tipos de empreendimentos, visando maior segurança para a população, para o meio ambiente e para a
própria empresa.

Palavras-chave: Frigorífico. Processo produtivo. Perigo. Classificação. Soluções.


ABSTRACT

The slaughterhouse is a place where a series of controlled operations are carried out, making use of instruments
and machines of work, so that their activities carry several risks to humans, the environment, the facilities and,
consequently, to the enterprise. As a solution, control or minimization of risks, the risk management technique
emerges as an option at all stages of the process in order to achieve success in the final result. Therefore, the aim
of this study is to carry out the environmental risk management of the municipal slaughterhouse of Pau dos
Ferros - RN. The methodology used was the Preliminary Risk Analysis - APR, which was applied for each
activity of the established sectors, thereby identifying the hazard, risk, risk classification, cause, consequence,
frequency, severity, degree and proposed preventive and / or corrective measures. The results showed that, in
general, the highest percentage of risk classification was of the environment type, and the highest number of
risks was moderate. Ten different scenarios were found, which require specific administrative and structural
measures, in accordance with the appropriate standards established by the Ministry of Labor, for each situation.
Therefore, it was observed that the management of environmental risks serves to promote the precaution or
minimization of risks, when the proposed measures are met. Therefore, it is of fundamental importance that this
methodology be applied to other types of enterprises, aiming at greater security for the population, for the
environment and for the company itself.

Keywords: Fridge. Production process. Danger. Ranking. Solutions.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
2 REVISÃO TEÓRICA ......................................................................................................... 11
2.1 ABATEDOUROS NO RIO GRANDE DO NORTE ......................................................... 11
2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E SANITÁRIA PARA ABATEDOUROS ...................... 12
2.3 RISCOS .............................................................................................................................. 13
2.4 GERENCIAMENTO DE RISCOS .................................................................................... 16
2.5 RISCOS EM ABATEDOUROS ........................................................................................ 17
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 19
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................. 19
3.2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 31
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50
9

1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017, abatedouro frigorífico


caracteriza-se como estabelecimento destinado ao abate dos animais produtores de carne e
demais processos (da recepção a expedição), dotado de frio industrial, podendo ser realizadas
para produtos comestíveis ou não (BRASIL, 2017).
Portanto, de forma geral, abatedouro é uma denominação dada ao local onde se
realizam uma série de operações controladas e devidamente monitoradas, fazendo uso de
instrumentos e máquinas de trabalhos, de modo que suas atividades sujeitam diversos riscos
(ROSA, 2018).
A importância desse tipo de estabelecimento pode ser notável através do resultado da
pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2018) que
apresenta o número de animais abatidos no segundo trimestre do ano de 2018: sendo
contabilizado cerca de 7.720 mil cabeças de bovinos, 10.821 mil cabeças de suínos e
1.376.619 mil cabeças de frangos. Consequentemente, há uma enorme produção e
beneficiamento de derivados dessas carnes.
Diante da complexidade de operações e atividades desenvolvidas em tal tipo de
empreendimento tem-se a inúmera possibilidade do desencadeamento de cenários adversos
indesejados, culminando em situações de riscos. O risco pode ser definido por toda e qualquer
possibilidade de que algum elemento ou circunstância existente num dado processo ou
ambiente de trabalho, esperado ou não, possa ocorrer e causar algum tipo de dano, seja a
saúde humana, ao meio ambiente, entre outros (SILVA; LIMA; MARZIALEI, 2012).
Ainda de acordo com os mesmos autores, os prejuízos advindos dos riscos podem ser
humanos, ambientais e financeiros. Humanos são quando há lesão ou danos à saúde humana;
ambientais quando ocorre alteração nos sistemas ambientais decorrentes de atividades que
geram poluição ou contaminação ambiental; e financeiros quando danifica ou há desperdício
de algum material, instrumento, máquina, dispositivo ou componente de trabalho, dos
funcionários, do próprio estabelecimento, entre outros. Então, além de naturezas diferentes,
esses riscos podem ainda ser de níveis de frequência e severidade distintos, ou seja, cada setor
ou atividade pode ser atingido de uma forma exclusiva.
Desse modo, surge a importância do gerenciamento de riscos em todas as etapas de
um processo a fim de prevenir riscos e proporcionar êxito no resultado final, ou seja, trata-se
de anteceder os riscos para minimizar ou cessá-los por meio de identificação dos mesmos,
análise, planos de ação, monitoramento e controle (SCHNEIDER, 2014).
10

Voltado a promoção do gerenciamento de riscos, faz-se indispensável a realização da


avaliação dos riscos, sendo necessário caracterizar a área de estudo e obter os detalhes de cada
atividade que será realizada no estabelecimento, o que permite conhecer todos os
compartimentos ambientais que podem ser atingidos, bem como os materiais e instrumentos
utilizados.
Para isso, é indispensável a aplicação de alguma metodologia eficaz para tal situação.
Feito isso, as chances do panorama geral se manter positivo é bem maior, já que ações
propicias a gerar problemas, como acidentes de trabalho e falhas humanas, serão solucionadas
e controladas a partir do gerenciamento de risco adequado.
Diante do contexto, está previsto a construção de uma obra correspondente a unidade
de beneficiamento de carne, no sítio Retiro, zona rural do município de Pau dos Ferros, Rio
Grande do Norte (RN). A obra já se encontra licenciada junto ao órgão ambiental competente,
o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte
(IDEMA), existindo então toda sequência de atividades que serão realizadas no local, bem
como os compartimentos da sua estrutura, cujo nome e a razão social são de um abatedouro
público de Pau dos Ferros – RN.
Tal empreendimento vislumbra beneficiar a população que reside no município de Pau
dos Ferros e seu entorno, por ser um estabelecimento que permitirá que essa população realize
todas as atividades propícias a um abatedouro frigorífico, de forma adequada quanto aos
critérios de segurança, higiênicos, sanitários, estruturais, e também pela geração de empregos
e renda.
Portanto, o presente estudo tem como objetivo geral realizar o gerenciamento de riscos
ambientais do abatedouro municipal de Pau dos Ferros – RN, através da aplicação da Análise
Preliminar de Riscos (APR), visando o gerenciamento dos mesmos. Já como objetivos
específicos, têm-se: identificar os riscos em cada atividade do processo produtivo do
abatedouro; avaliar a classificação dos riscos; diagnosticar o grau dos riscos de acordo com
cada setor; identificar os cenários distintos; e propor medidas de controle, afim de solucionar
ou minimizar os riscos identificados.
11

2 REVISÃO TEÓRICA

2.1 ABATEDOUROS NO RIO GRANDE DO NORTE

Segundo o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), do estado


do Rio Grande do Norte, no ano de 2014 iniciou-se as licitações destinadas à construção e
montagem de onze unidades de processamento de carne (abatedouros) destinados aos
municípios de Ceará Mirim, Nova Cruz e Vera Cruz, no Agreste Potiguar, e os outros oito em
Angicos, Taipu, Pedro Avelino, Baraúna, Florânia, Acari, São José do Seridó e Santa Cruz.
A estrutura dos abatedouros a serem construídos e os já concluídos contemplam uma
unidade de abate, tratamento sanitário e equipamentos de higienização adequados às normas
da legislação sanitária e ambiental vigente, com o objetivo de garantir a segurança alimentar e
nutricional da população consumidora desses produtos, fortalecendo a agroindústria familiar
com a inclusão de carne no mercado formal (EMATER, 2014). Sendo que existem 27
unidades de processamento de carnes mantidas através de convênios realizados entre a
EMATER – RN e Governo Federal, e outras 25 resultantes de convênios celebrados entre o
Governo Federal e as prefeituras municipais.
As diferenças desses abatedouros provêm da capacidade de abate de animais por dia.
Por exemplo, o abatedouro de Ceará-Mirim foi planejado com capacidade de abater 100
animais por dia, enquanto que o de Nova Cruz, 60 animais por dia, e o de Angicos, 30
animais por dia (SILVA, 2018). Consequentemente, ocorrem alterações nas dimensões do
estabelecimento, na quantidade de equipamentos e instrumentos de trabalho e na quantidade
de funcionários. Essas mudanças são decorrentes da necessidade da população de cada
município, da economia circular local, entre outros fatores.
Apesar do atendimento aos requisitos legais durante as fase de planejamento,
instalação e construção, Leite et al. (2009) afirmam que os abatedouros municipais,
principalmente os de pequeno porte, verificados em municípios localizados na região Oeste
do estado do RN, em sua maioria não atendem aos requisitos mínimos de higiene ao longo do
fluxograma de abate, não oferecem segurança para os manipuladores na produção e,
principalmente, não garantem um alimento cárneo livre e protegido de contaminações física,
química e biológica, proveniente do homem, dos animais e do meio ambiente.
12

2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E SANITÁRIA PARA ABATEDOUROS

De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente


(IDEMA) (2013), os abatedouros são estabelecimentos considerados efetiva ou
potencialmente causadores de poluição ou degradação ambiental, por isso, necessitam passar
pelo procedimento administrativo por meio do qual se avalia a localização e se autoriza a
implantação e a operação, ou seja, um dos instrumentos da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), o licenciamento
ambiental.
Esse processo depende do tipo de atividade ou serviço. No caso do abatedouro,
resume-se em: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO)
ou a Licença de Regularização de Operação (LRO), conforme proposto pelo IDEMA (2013)
para o estado do Rio Grande do Norte.
Além da questão ambiental, o comércio de alimentos de origem animal, especial o de
carnes e derivados, deve obedecer a requisitos de qualidade que garantam a comercialização
de alimentos seguros, que abrange o estado de saúde dos animais e a qualidade higiênico-
sanitária dos produtos (PERES, 2014).
Voltadas a assegurar condições sanitárias mínimas para o comércio de alimentos, têm-
se as Leis nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950; nº 7.889, de 23 de novembro de 1989; e nº
9.013, de 29 de março de 2017, que dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária dos
produtos de origem animal, bem como inclui a inspeção em estabelecimentos de abate,
atribuindo essa fiscalização ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), nos estabelecimentos que façam comércio interestadual ou
internacional (Serviço de Inspeção Federal – SIF); as Secretarias de Agricultura dos Estados,
nos estabelecimentos que façam comercio intermunicipal; e as Secretarias ou Departamentos
de Agricultura dos Municípios, nos estabelecimentos que façam apenas comércio municipal
(Serviço de Inspeção Municipal - SIM).
No caso do estado do RN, pela Lei complementar nº 324, de 29 de março de 2006, o
Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do Rio Grande do Norte (IDIARN),
que atua em todo o território estadual vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, da
Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Norte (SAPE), é o órgão estadual responsável por
exercer a defesa e inspeção agropecuária, assegurando a oferta de produtos de qualidade,
contribuindo para a preservação da saúde pública, do meio ambiente e o aumento da
competitividade do estado do Rio Grande do Norte (IDIARN, 2017).
13

Tal fiscalização e controle sanitário faz-se necessário, tendo em vista que tais
atividades realizadas em abatedouros geram diversos resíduos sólidos, como gorduras,
plásticos, papelão, e também efluentes líquidos, principalmente devido ao alto consumo de
água que podem causar problemas ambientais graves se não forem gerenciados
adequadamente (PACHECO, 2006).
Sendo assim, além da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), faz-se necessário
também o atendimento aos apontamentos da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS); a Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de
2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, desta forma balizando
a gestão e o gerenciamento dos resíduos agroindustriais geradas por tais atividades; as
Resoluções Conama nº 357, de 17 de março de 2005; nº 410 de 04 de maio de 2010; e nº 430,
de 13 de maio de 2011, que dispõem sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências, diante do cenário do grande volume de
águas residuais geradas nesse tipo de empreendimento, atrelado a condição mínima de
descarte em corpos hídricos receptores.

2.3 RISCOS

O risco se apresenta em situações ou áreas em que existe a probabilidade,


susceptibilidade, vulnerabilidade, acaso ou azar de ocorrer algum tipo de ameaça, perigo,
problema, impacto ou desastre (DAGNINO; CARPI JUNIOR, 2007).
Dagnino e Carpi Junior (2007) definem ainda dois tipos de riscos distintos: o risco
tecnológico, estando sua origem associado a ações antrópicas, a partir da probabilidade de
problema no processo de produção (recursos, técnicas, equipamento e maquinário), no
processo de trabalho e na condição humana (existência individual e coletiva, ambiente),
dividindo-se em agudos (imediatos) e crônicos (médio ou longo prazo); e o risco natural, que
não é atribuído a ações humanas, sendo divididos em atmosféricos, hidrológicos, geológicos,
biológicos e siderais.
Assim, visando atender a tais potenciais cenários em meio industrial, teve-se a
necessidade da criação de normas referentes a esses aspectos, que ocorreu através do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pela Portaria nº 3.214, de junho de 1978, que
aprova e regulamenta as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho.
14

Especificamente sobre a prevenção dos riscos foi criada a Norma Regulamentadora


(NR) nº 05, referente a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), cujo objetivo é a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador, e tem como primeira atribuição identificar os riscos do processo de trabalho.
Outra importante NR criada foi a nº 09 do MTE que estabelece o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), como obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores
como empregados, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através
da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos
ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
Por último, sendo a mais recente e específica da área, conhecida como a NR dos
frigoríficos, foi criada a NR nº 36, que diz respeito a segurança e saúde no trabalho em
empresa de abate e processamento de carnes e derivados, que tem o objetivo de estabelecer
um padrão de qualidade para avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas
atividades de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano,
bem como a finalidade de garantir mais segurança, saúde e qualidade de vida para os
colaboradores deste setor, estabelecendo requisitos mínimos para realizar as atividades,
priorizando a proteção dos trabalhadores.
Para efeito de tipos e natureza dos riscos, a Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994,
considera riscos ambientais os agentes de caráter físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo
de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador, e além desses agentes, os
riscos podem resultar ainda de fatores ergonômicos e acidentais (Tabela 1).
15

Tabela 1: Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza e a
padronização das cores correspondentes.
GRUPO – COR TIPOS DE
NATUREZA DOS PRINCIPAIS RISCOS
REFERENTE RISCOS
Ruídos, Vibrações, Radiações ionizantes, Radiações não
1 – Verde Físicos
ionizantes, Frio, Calor, Pressões anormais e Umidade.
Poeiras, Fumos, Névoas, Neblinas, Gases, Vapores, e
2 – Vermelho Químicos
Substâncias, compostas ou produtos químicos em geral.
Vírus, Bactérias, Protozoários, Fungos, Parasitas e
3 – Marrom Biológicos
Bacilos.
Esforço físico intenso, Levantamento e transporte manual
de peso, Exigência de postura inadequada, Controle
rígido de produtividade, Imposição de ritmos excessivos,
4 – Amarelo Ergonômicos
Trabalho em turno e noturno, Jornadas de trabalho
prolongadas, Monotonia e repetitividade e Outras
situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.
Arranjo físico inadequado, Máquinas e equipamentos
sem proteção, Ferramentas inadequadas ou defeituosas,
Iluminação inadequada, Eletricidade, Probabilidade de
5 – Azul Acidentais
incêndio ou explosão, Armazenamento inadequado,
Animais peçonhentos e outras situações de risco que
poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Fonte: Adaptado de BRASIL (1994).

Para Almeida (2012) pode-se notar então um viés específico, principalmente ao definir
o tipo de risco. De forma geral, porém, o conceito de risco pode ser tomado como categoria de
análise associada as noções de incerteza, exposição ao perigo, perda e prejuízos materiais e
humanos, portanto, é incontestável a onipresença do risco. Corre-se risco exercendo as mais
simples atividades do cotidiano até as atividades ditas mais arriscadas.
Para analisar os riscos existem vários tipos de metodologias, onde a utilização
dependerá de fatores como qual será o estabelecimento de estudo, qual setor será analisado,
que tipo de atividade, entre outros. Serpa (2002) afirma que de modo geral, a realização de um
estudo de análise de riscos numa instalação ou atividade perigosa contempla etapas básicas de
identificação de perigos, análise de consequências e avaliação de vulnerabilidade, estimativa e
avaliação de riscos, e medidas para a redução e gerenciamento de riscos.
16

2.4 GERENCIAMENTO DE RISCOS

De acordo com a Norma Técnica da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo


(CETESB) (2011), o gerenciamento de risco caracteriza-se como sendo:
“Processo de controle de risco compreendendo a formulação e a implantação de
medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm por objetivo prevenir,
reduzir e controlar o risco, bem como manter uma instalação operando dentro de
padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil (CETESB,
2011) ”.
Uma das Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR) da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) é a NBR nº 31.000 de 2009, que se refere aos princípios e
diretrizes da gestão de riscos e convém que o processo de gestão de riscos seja parte integrada
da gestão, incorporado na cultura e nas práticas e adaptado aos processos de negócios da
organização, com etapas definidas (Figura 1).

Figura 1: Processo de gestão de riscos tecnológicos.

Fonte: ABNT (2009).

A fase do estabelecimento do contexto significa que a organização deve articular seus


objetivos, definir os parâmetros externos e internos a serem levados em consideração ao
17

gerenciar riscos, e estabelecer o escopo e os critérios de risco para o restante do processo


(ABNT, 2009).
A fase de análise de risco, pretende realizar uma decomposição detalhada do objeto
selecionado para alvo de avaliação (uma simples tarefa, um local, um equipamento, uma
situação, uma organização ou sistema), de modo a identificar o perigo e possíveis
consequências, as pessoas expostas e a estimativa do risco. Diferentemente, a fase de
avaliação do risco determina a magnitude do risco ou a valoração do risco, que visa avaliar o
significado que o risco assume (MENDONÇA, 2013). Consequentemente, a última fase visa a
promoção de medidas de controle desses riscos, ou seja, o fornecimento de novas medidas ou
modificações nas já existentes.
Conforme a norma da série da Avaliação da Saúde e da Segurança do Trabalho 18.001
de 2007, perigo é a fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão,
doença, dano à propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a combinação destes,
enquanto que risco é a combinação da probabilidade de ocorrência e da consequência de um
determinado evento perigoso.
Logo, as fases de comunicação e consulta, e de monitoramento e análise crítica estão
conectadas a todas as outras etapas devido ser necessário fornecer, compartilhar ou obter
informações e também monitorar os resultados, bem como avaliar a eficiência de todo o
processo, pois há possibilidade de ocorrência de novos riscos e a necessidade de modificação
e atualização dos riscos previamente mapeados (SCOFANO et al., 2013).
É importante notar que a gestão de riscos trata o risco como algo que possa alterar o
andamento planejado e esperado de um projeto, que além de identifica-lo, deve-se analisar
antes de ser tomada alguma ação (MARCIANO, 2017).

2.5 RISCOS EM ABATEDOUROS

A realidade ocupacional na indústria de beneficiamento de carne tem chamado a


atenção dos profissionais de saúde e segurança do trabalho, principalmente por ser um setor
de significativa importância na economia nacional e que envolve expressivo contingente de
trabalhadores (MARRA, 2014).
Esses estabelecimentos devem possuir uma infraestrutura adequada que possibilite o
abate, a manipulação, o preparo e a conservação da carne. Porém, o que normalmente se
visualiza em grande parte dos abatedouros brasileiros é que os mesmos detêm de uma
estrutura, na maioria das vezes, muito precária com problemas estruturais, financeiros e de
18

gestão, que utilizam padrões insustentáveis de consumo que podem causar uma série de
problemas ambientais, comprometendo a saúde da população e o meio ambiente (CHIESA,
2017).
Os matadouros são considerados locais úmidos, barulhentos, onde altas e baixas
temperaturas se alternam dentro da mesma instalação. As operações de abate e obtenção de
carnes ocorrem de forma sequencial, usando objetos cortantes que são manipulados em
movimentos firmes e vigorosos que podem causar lesões de forma geral (ARAUJO et al.,
2012).
Do ponto de vista da ergonomia, grande parte das atividades realizadas nestes
ambientes caracteriza-se por ser de alta repetitividade, muitas delas são importantes vetores de
problemas de saúde, conforto e segurança, revelando-se na forma fadiga muscular e mental e
pelas doenças e acidentes (PEREIRA et al., 2016).
Marra et al. (2017) afirmam que as tarefas exigem continuamente habilidade manual e
atenção com repetitividade de movimentos devido ao ritmo constante e acelerado. Assim,
essas atividades devem ser realizadas com o uso de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs).
Dentre os agentes de risco de maior importância está o biológico, com a exposição por
contato direto com a carne, sangue, vísceras, fezes, urina, secreções vaginais ou uterinas,
restos placentários, líquidos e fetos de animais, que podem estar infectados com doenças,
como a tuberculose e a brucelose (MARRA, 2014).
Portanto, de forma geral, nesses ambientes podem ser encontrados vários fatores de
riscos à saúde do trabalhador, alguns exemplos são: ruído, iluminação, temperatura, umidade,
pureza e velocidade do ar, radiação, esforço físico e tipo de vestimenta (RODRIGUES, 2012).
Nesse sentido, é importante que o estabelecimento atenda aos requisitos legais, desde a
estrutura física adequada, até os horários de trabalho conforme lei, o manuseamento correto
da carne, dos produtos derivados da mesma, das máquinas, a limpeza dos equipamentos e dos
locais de trabalho, entre outros, de modo a evitar os riscos associados a esses e aos demais
fatores advindos desse tipo de estabelecimento e das atividades realizadas no mesmo.
19

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O município de Pau dos Ferros localiza-se no interior do estado do Rio Grande do


Norte, na mesorregião do Oeste Potiguar, distante cerca de 392 km da capital Natal, e se
limita com as cidades de São Francisco do Oeste e Francisco Dantas ao Norte; Rafael
Fernandes e Marcelino Vieira ao Sul; Serrinha dos Pintos, Antônio Martins e novamente
Francisco Dantas a Leste; Encanto e o estado do Ceará (Ererê) a Oeste (Figura 2). Ocupa uma
área territorial, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2017),
de 259,959 km², apresentou uma população no último censo realizado, em 2010, de 27.745
pessoas e densidade demográfica de 106,73 hab/km², onde foi estimado para o ano de 2018,
uma população de 30.183 pessoas.

Figura 2: Localização e limites da cidade de Pau dos Ferros no estado do Rio Grande do Norte.

Fonte: Autoria própria (2019).

É considerada uma cidade polo devido, principalmente, o destaque no ramo comercial


e a prestação de serviços. Dando ênfase no setor da pecuária, alguns destaques são quanto ao
número efetivo de rebanho de animais e a quantidade de estabelecimentos referente aos
mesmos (Tabela 2).
20

Tabela 2: Destaque do setor agropecuário do município de Pau dos Ferros.


ANIMAL NÚMERO EFETIVO DE QUANTIDADE DE
REBANHOS (CABEÇAS) ESTABELECIMENTOS
Bovino 5.113 277
Caprino 1.149 51
Ovino 3.169 127
Suíno 809 122
Fonte: Adaptado do IBGE (2017).

Porém, Pau dos Ferros possui apenas um frigorífico público, localizado no centro da
cidade, que faz algum tempo que está em processo de reforma e, portanto, se encontra
inviável a sua utilização. Possui também um matadouro púbico, localizado na zona rural,
estando esse em operação, porém não atendendo completamente a demanda.
Visto isso, será implantado, a obra cuja natureza é de uma Unidade de Beneficiamento
de Carne, nome que se refere ao abatedouro público da cidade de Pau dos Ferros. Está
localizado na zona rural do município, no sítio Retiro, sob as coordenadas UTM, Zona de 24
m, Longitude de 603438.00 m ao Leste, Latitude de 9319768.00 m ao Sul, distante da cidade
cerca de 16,7 km, sendo rodeado por vegetação e distante de residências (Figura 3).

Figura 3: Localização do abatedouro púbico de Pau dos Ferros e distância até a cidade.

Fonte: Adaptado do Google Earth (2019).

Quando concluído, o empreendimento contará com uma capacidade de abater


aproximadamente 30 animais/dia, entre bovinos, caprinos, ovinos e suínos. A edificação está
disposta em uma área construída de 460,66 m² e conta com uma área de 2.410,73 m²
21

destinada a tratamento de esgoto (Figura 4). A expectativa inicial é de que conte com 15
funcionários.

Figura 4: Planta de cobertura e locação do projeto de Unidade e Beneficiamento de Carne de Pau dos
Ferros.

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico – SEPLAN/SEDRU da Prefeitura de


Pau dos Ferros (2017).

Dentro do Abatedouro Público haverá o local onde de fato ocorrerá o processo de


abate de animais, bem como possuirá uma porção destinada a administração do
empreendimento. Na área administrativa, basicamente haverá a disposição de resíduos sólidos
recicláveis.
22

O processo de operação ocorrerá de acordo com etapas pré-definidas, tomando como


base o fluxograma definido por Rabelo, Silva e Peres (2014) para abate de bovinos, que indica
os pontos de origem dos efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões atmosféricas, bem
como os pontos de entrada de matérias-primas, insumos, água e vapor (Figura 5).

Figura 5: Etapas do processo de operação de um abatedouro.

Fonte: Rabelo, Silva e Peres (2014).

Descrevendo esse processo produtivo detalhadamente, de acordo com o memorial


descritivo do abatedouro do ano de 2017, obtido na Secretaria de Planejamento (SEPLAN) do
município de Pau dos Ferros, corresponde as etapas:
1. A primeira etapa do processo produtivo é o transporte dos bovinos em caminhões
adequados até o abatedouro, que deverá ser realizado em condições favoráveis ao
animal, feito nas horas mais frescas do dia, para evitar estresse, contusão e até mesmo
a morte dos animais. Ao chegar, será descarregado nos currais de recepção por meio
de rampas adequadas. Após a descarga, os caminhões serão limpos por razões
higiênicas e sanitárias. O abatedouro terá área específica para a lavagem dos
23

caminhões. Os efluentes desta lavagem serão coletados e destinados a Estação de


Tratamento de Efluentes (ETE).
2. A segunda é a recepção/curral, onde os animais após a chegada ao abatedouro serão
selecionados, sendo separados os que forem detectados com alguma anomalia ou
doença, os quais serão mantidos em currais sanitários. Os demais são mantidos em
currais para um período de repouso, variando de 12 até 24 horas, sob dieta hídrica, ou
seja, não receberão alimentação no período que antecede o abate, somente receberão
água.
3. É realizada a limpeza dos currais de recepção removendo-se o esterco e outras
sujidades, separando-os para disposição adequada, e em seguida é feita uma lavagem
com água e algum produto sanificante. Os efluentes seguem para a ETE. Os resíduos
sólidos serão recolhidos semanalmente e destinados a aterro sanitário através de
veículo da coleta pública, ou serão recuperados para aplicações como adubo orgânico
no solo, em canteiros públicos ou parceiros que solicitem para utilizarem em suas
atividades agrícolas.
4. Após o repouso os animais serão conduzidos para uma passagem cercada, em direção
ao abate. Esta passagem se afunila, de forma que, na entrada da sala de abate, os
animais andem em fila única.
5. Durante o percurso, os animais serão lavados com jatos e/ou sprays de água clorada
sob pressão regulada. Este banho tem caráter sanitário, com o objetivo de limpar a
pele do animal, assegurando uma esfola higiênica, reduzindo a poeira e sujidades na
sala de abate, bem como realiza a vasoconstrição periférica e a vasodilatação interna
do animal, ajudando na sangria. Os efluentes líquidos desta etapa seguem para a ETE.
6. Em sequência é feito o atordoamento, que consistirá em colocar o animal em um
estado de inconsciência, que perdure até o fim da sangria, não causando sofrimento
desnecessário e promovendo uma sangria o mais completa possível. Durante este
processo, os animais podem regurgitar ou urinar, ocorrendo isso, a instalação será
lavada, em seguida, os animais recebem um jato de água para limpeza do vômito. Os
efluentes líquidos desta etapa seguem para ETE. Após esta operação, a parede do box
é aberta e o animal atordoado cai para um pátio, ao lado do box, de onde é içado pelas
patas traseiras.
7. Após a etapa de insensibilização, o animal é encaminhado para o procedimento de
sangria. A sangria é realizada pela abertura sagital da barbela e seção de grandes vasos
24

sanguíneos do pescoço com o auxílio de uma faca. O animal morre por falta de
oxigenação no cérebro.
8. O sangue que escorre do animal suspenso será coletado em uma calha específica e
direcionado para armazenamento em tanques, gerando de 15 a 20 litros de sangue por
animal. O sangue poderá ter dois destinos: venda direta “in natura” para indústria que
se dedicam ao seu beneficiamento, ou seu processamento no próprio matadouro nas
graxarias.
9. A esfola será realizada pelo sistema aéreo, com o bovino suspenso no trilho, vantajoso
do ponto de vista higiênico, sanitário e tecnológico. Após a sangria e a respectiva
higienização, ocorrerá a remoção da cabeça e os chifres serrados. A cabeça será limpa
com água e a língua e os miolos são recuperados. As bochechas (faces) poderão ser
removidas para consumo humano via produtos cárneos embutidos (os efluentes
líquidos desta etapa seguem para a ETE).
10. O passo posterior é a remoção das patas e couro, tal procedimento ocorrerá de forma
mecanizada ou manual com o auxílio facas. Primeiro, serão cortadas as patas
dianteiras antes da remoção do couro, para aproveitamento dos mocotós. Remoção das
patas traseiras após remoção do úbere e dos genitais. O ânus e a bexiga são amarrados
para evitar a contaminação da carcaça por eventuais excrementos. Os mocotós são
inspecionados e encaminhados para processamento. Caso não sejam aprovados,
poderão ser enviados para a produção de farinhas, nas graxarias.
11. Os cascos e chifres serão recuperados de forma simples, por via úmida. Tanto os
cascos como os chifres poderão ser submetidos a um aquecimento em água fervente.
Esse aquecimento facilitará a separação dos “sabugos” ou suportes ósseos. Os
“sabugos” entrarão na composição de produtos graxos e farinhas. Os couros retirados
das carcaças serão comercializados diretamente para curtumes, podendo ser fresco
(logo após sua retirada) ou verde (após repouso em solução de cloreto de sódio).
12. Seguindo o processo, as carcaças dos animais seguirão para a fase de evisceração,
quando ocorrerá a abertura da cavidade torácica, abdominal e pélvica, com o auxílio
de serra elétrica ou manualmente. As vísceras serão retiradas caindo em bandejas.
Estas serão separadas em vísceras brancas (intestino, estômago, bexiga, baço e
pâncreas) e vísceras vermelhas (coração, língua, pulmões e fígado). Novamente,
ocorrerá a geração de efluentes, devido ao uso de água para garantir premissas de
higiene. Os efluentes líquidos desta etapa seguem para a ETE. Após a lavagem, as
25

carcaças serão encaminhadas a câmaras frigoríficas ou a desossa, ou seja, as carcaças


serão divididas em seções menores e cortes individuais para comercialização.
13. Se rejeitadas, as vísceras serão enviadas a graxaria, para transformação em farinha. A
bílis, retirada da vesícula biliar será separada e vendida para a indústria farmacêutica.
O esterco proveniente do intestino será armazenado em tanques, para aplicações como
adubo orgânico no solo, para correção de áreas degradadas, criação de minhocas e
utilizado como adubo em canteiros públicos.
14. Após a retirada das vísceras, das carcaças, contendo apenas rins e o rabo serão
serradas longitudinalmente ao meio, seguindo o cordão espinal. Então, as meias
carcaças passam por um processo de limpeza, no qual pequenas aparas de gordura
com alguma carne e outros apêndices (tecidos sem carne) serão removidos com facas,
e serão lavadas com água pressurizada, para remoção de partículas ósseas, coágulos e
pelos, ocorrendo à geração de efluentes compostos por estas pequenas partículas. Os
efluentes líquidos desta etapa seguem para a ETE. Em seguida serão submetidas ao
processo de remoção dos rins, rabo, gorduras e medula. As meias carcaças serão
inspecionadas, se rejeitadas, as carcaças serão enviadas a graxarias, para
transformação em farinha, se adequadas, levarão o carimbo do Serviço de Inspeção
Federal (SIF). Depois serão pesadas, e em seguida, seguirão para refrigeração.
15. Imediatamente após o abate, a carcaça precisará ser resfriada para impedir a
deterioração, evitando o crescimento microbiológico, uma vez que a temperatura
interna normalmente gira em torno de 38 °C. As câmeras de resfriamento serão
mantidas a temperaturas entre –4 e 0 °C. A câmara de resfriamento estará sempre em
condições higiênicas adequadas, recebendo constantemente lavagens e limpezas. Os
efluentes líquidos desta etapa seguem para a ETE.
16. As carcaças deverão permanecer em repouso por 12 horas, em sala refrigerada para
aumentar a maciez da carne. Após esse período as carcaças, embaladas, seguirão para
a expedição.
17. Não ocorrerá no abatedouro operação de cortes e desossa, as carcaças resfriadas
seguirão para comercialização em frigoríficos para posterior processamento para
produtos derivados. A desossa será então realizada manualmente, com auxílio de
facas. As aparas resultantes desta operação são geralmente aproveitadas na produção
de derivados de carne.
18. As carcaças, os cortes e as vísceras comestíveis, após processadas e embaladas, são
estocadas a frio, aguardando sua expedição. O transporte compõe a parte final do
26

processo industrial de abate, será realizado em caminhões devidamente equipado e


adequado para a função.
De acordo ainda com a SEPLAN (2017), as etapas do processo produtivo da ETE são
específicas (Figura 6):
1. No gradeamento os materiais grosseiros serão interceptados pela grade;
2. A caixa de gordura é destinada a promover a retenção de gorduras, graxas e óleos
contidos no esgoto, impedindo seu escoamento para as unidades posteriores, evitando
a obstrução das canalizações e principalmente diminuição da carga orgânica como
fragmentos de carne e de vísceras;
3. O desarenador é um equipamento que tem por função remover a areia e outros sólidos
particulados presentes no efluente;
4. O medidor Parshall permite a medição da vazão por meio da determinação da altura da
lâmina d’água;
5. Na lagoa anaeróbia ocorre, simultaneamente, os processos de sedimentação e digestão
anaeróbia, na ausência de oxigênio, reduzindo a carga orgânica entre 50% a 70%;
6. A lagoa facultativa também remove carga orgânica;
7. As valas de infiltração são usadas para a disposição do efluente após tratamento.

Figura 6: Etapas do processo da operação da ETE do abatedouro de Pau dos Ferros.

Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico – SEPLAN/SEDRU da Prefeitura de Pau dos


Ferros (2017).
27

3.2 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizada a revisão na literatura para melhor compreensão do tema do


estudo, focando no tipo de empreendimento, que é um abatedouro-frigorífico, e no
gerenciamento de riscos.
De modo a conhecer melhor as características da área de estudo e do projeto foi
consultado o projeto completo arquitetônico do abatedouro, o plano de gerenciamento dos
resíduos sólidos e da construção civil, o processo descritivo de operação de cada etapa das
atividades que serão realizadas, incluindo a operação e o monitoramento da ETE, todos
disponibilizados pela Secretaria de Planejamento (SEPLAN) e Desenvolvimento Econômico
(SEDRU), da Prefeitura de Pau dos Ferros.
Para realizar o gerenciamento dos riscos tecnológicos, foi utilizado a metodologia de
Análise Preliminar de Riscos (APR). Esse tipo de metodologia é ideal para aplicação nessa
fase do projeto, quando os elementos básicos do sistema e os materiais estão definidos,
podendo ser feita uma avaliação qualitativa da frequência de ocorrência do cenário de
acidentes, da severidade das consequências e do risco associado. Portanto, os resultados
obtidos são qualitativos, em que normalmente fornece também uma ordenação qualitativa dos
cenários de acidentes identificados, a qual pode ser utilizada como um primeiro elemento na
priorização das medidas propostas para redução dos riscos do sistema analisado (AGUIAR,
2014).
Ainda de acordo com Aguiar (2014) os passos a serem executados para aplicação da
APR são:
 Definição dos objetivos e do escopo da análise;
 Definição das fronteiras do processo/instalação analisada;
 Coleta de informações sobre a região, a instalação e os perigos envolvidos;
 Subdivisão do processo/instalação em módulos de análise;
 Realização da APR propriamente dita, com o preenchimento da planilha, conforme
modelo sugerido na Tabela 3;
 Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por Categorias de Risco
(frequência e severidade);
 Análise dos resultados e preparação do relatório.
28

Tabela 3: Sugestão de planilha que deve ser preenchida para a realização da APR.
Subsistema/Cenário:
Perigo Causas Consequências Frequência Severidade Risco Recomendações

Fonte: Adaptado de Aguiar (2014).

Dessa forma, primeiro foi identificado o subsistema ou cenário para ser analisado. Em
seguida, foram identificados os perigos, que é definido pela Norma Técnica da CETESB
(2011) como “uma ou mais condições físicas ou químicas com potencial para causar danos às
pessoas, à propriedade e ao meio ambiente”. Enquanto que as causas são os responsáveis
pelos perigos e as consequências, como o próprio nome estabelece, são os efeitos. A
frequência, a severidade e o grau dos riscos foram estabelecidos conforme Norma da
Petrobras nº 2.782, de agosto de 2005, como seguem nas Tabelas 4, 5 e 6, consecutivamente.
Para o preenchimento da frequência, severidade e o grau do risco, foram ainda
realizadas consultas a banco de dados estatísticos especializados para levantamento de tais
informações, ou nos casos em que não foi possível obter tais dados, realizou-se considerações
com base na literatura. Por último foi proposto recomendações para evitar ou minimizar os
riscos.

Tabela 4: Matriz do estabelecimento da frequência para metodologia APR.


CATEGORIA FREQUÊNCIA DESCRIÇÃO
A – Extremamente < 1 em 105 anos Conceitualmente possível, mas extremamente
Remota improvável na vida útil da instalação. Sem
referências históricas
B – Remota 3
1 em 10 a 1 em Não esperado ocorrer durante a vida útil da
5
10 instalação, apesar de haver referências históricas
C – Pouco Provável 1 em 30 a 1 em Possível de ocorrer até uma vez durante a vida útil
103 da instalação
D – Provável 1 por ano a 1 em Esperado ocorrer mais de uma vez durante a vida
30 útil da instalação
E – Frequente > 1 por ano Esperado ocorrer muitas vezes durante a vida útil
da instalação
Fonte: Adaptado da Norma Petrobras nº 2.782 (2005).
29

Tabela 5: Matriz do estabelecimento da severidade para metodologia APR.


CARACTERÍSTICAS
SEGURANÇA INSTALAÇÕES MEIO AMBIENTE IMAGEM
PESSOAL
Provoca morte ou Danos Danos devido a Impacto
IV- CATASTRÓFICA

lesões graves em irreparáveis a situações ou valores Nacional e/ou


uma ou mais equipamentos ou considerados acima Internacional
pessoas intra ou instalações dos níveis máximos
extramuros (reparação lenta toleráveis
ou impossível)

Lesões de Danos severos a Danos devido a Impacto


III – CRÍTICA

gravidade equipamentos ou situações ou valores Regional


CATEGORIA DA SEVERIDADE

moderada em instalações considerados


pessoas intramuros. toleráveis entre níveis
Lesões leves em médio e máximo
pessoas extramuros
Lesões leves em Danos leves aos Danos devidos a Impacto
empregados e equipamentos ou situações ou valores Local
II- MARGINAL

terceiros. Ausência instalações (os considerados


de lesões danos são toleráveis entre níveis
extramuros controláveis e/ou mínimo e médio
de baixo custo de
reparo)
Sem lesões, ou no Sem danos ou Sem danos ou com Sem impacto
I – DESPREZÍVEL

máximo casos de danos danos mínimos ao


primeiros socorros, insignificantes meio ambiente
sem afastamento aos equipamentos
ou instalações

Fonte: Adaptado da Norma Petrobras nº 2.782 (2005).


30

Tabela 6: Matriz do estabelecimento do grau do risco para metodologia APR.


FREQUÊNCIA
A B C D E
IV M M NT NT NT
SEVERIDADE

III M M M NT NT
II T T M M M
I T T T T M

Nota: M – Risco Moderado; T – Risco Tolerado; NT – Risco Não Tolerado.


Fonte: Adaptado da Norma Petrobras nº 2.782 (2005).
31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para melhor gerenciamento dos riscos, foram definidos setores através das subdivisões
do empreendimento e do processo produtivo, sendo esses: setor 1 - administrativo e vestiário,
setor 2 - transporte e recepção nos currais, setor 3 - matança, refrigeração e expedição e setor
4 - Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, conforme Figura 6.

Figura 7: Identificação dos setores no empreendimento.

Nota: SETOR 1 – administrativo e vestiário; SETOR 2 – transporte e recepção nos currais;


SETOR 3 – matança, refrigeração e expedição; SETOR 4 – ETE.
Fonte: Adaptado da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico –
SEPLAN/SEDRU da Prefeitura de Pau dos Ferros (2017).

Considerando a classificação dos tipos de riscos, segundo a Portaria nº 25, de 29 de


dezembro de 1994, como físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, acidentais e,
acrescentando ainda meio ambiente, foi aplicado a metodologia, Análise Preliminar de
Riscos, em cada setor. Os Quadros de 1 a 4 apresentam a avaliação de riscos por setor.
32

Quadro 1: Gerenciamento de riscos do setor 1 - administrativo e vestiário.


Classificação Grau de Medidas preventivas e
Setor Perigo Risco Causa Consequência Frequência Severidade
do risco risco corretivas
Exigência de postura
Ritmo de trabalho Lesões C I T
inadequada
Atividade de Ergonômico excessivo, esforço osteomusculares,
administração e Jornadas de trabalhos físico intenso cansaço, estresse 1 – Seguir recomendações
C I T
monitoramento do prolongadas indicadas sobre as condições
empreendimento e Arranjo físico Lesões ergonômicas do trabalho e do
do processo Descuido, A I T trabalhador indicadas na NR 17
inadequado osteomusculares
produtivo Acidental Armazenamento
inadequado Perdas dos objetos,
Queda de objetos A I T
cortes
Armazenamento
1 – Seguir recomendações da NR
inadequado, contato
Vírus, bactérias, 36, sobre os EPIs, vestimentas e
Administrativo e vestiário

Biológico com vestimentas e Doenças, indisposição C II M


fungos condições ambientais de trabalho
local infectados, falta
em abatedouros e frigoríficos
de higiene
Alteração da qualidade
Atividade de troca e Contaminação do solo C III M 1 – Implementar um sistema de
do solo
limpeza das drenagem eficiente e realizar a
vestimentas e de Contaminação das Alteração da qualidade limpeza periodicamente
C III M
higiene pessoal águas subterrâneas das águas subterrâneas 2 – Fazer a manutenção periódica
Vazamentos,
Meio Ambiente dos equipamentos (canos,
escoamento
tubulações), afim de evitar
Contaminação das Alteração da qualidade
C III M vazamentos
águas superficiais das águas superficiais
3 – Transportar os efluentes
propícios ao tratamento na ETE
1 – Seguir as recomendações de
segurança quanto as instalações e
Danos pessoais graves,
Choque elétrico, Ausência de serviços em eletricidade indicadas
Instalações elétricas Acidental danos nas máquinas e A III M
queimaduras manutenção na NR 10
equipamentos
3 – Manter instalações elétricas
em bom estado de conservação
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
Fonte: Autoria própria (2019).
33

Quadro 2: Gerenciamento de riscos do setor 2 - transporte e recepção nos currais.


Classificação Medidas preventivas e
Setor Perigo Risco Causa Consequência Frequência Severidade Grau de risco
do risco corretivas

Presença e Perda auditiva, surdez 1 – Seguir recomendações da NR


Ruído D I T
movimentação de ocupacional 36 sobre as condições ambientais
Físicos
veículos de trabalho em abatedouros e
Vibração automotores Incomodo, estresse C I T frigoríficos

Atividades de 1 – Seguir recomendações da NR


transporte e recepção 36 sobre recepção e descarga de
dos animais nos animais e sobre equipamentos e
Transporte e
currais ferramentas usadas em
ferramentas
Acidental Falta de manutenção Cortes, fraturas C I T abatedouros e frigoríficos
inadequadas ou
2 – Realizar a manutenção das
Transporte e recepção nos currais

defeituosas
ferramentas periodicamente
3 – Trocar ferramentas
enferrujadas ou defeituosas

Alteração da qualidade 1 – Implementar um sistema de


Contaminação do solo D III NT
do solo drenagem eficiente e realizar a
limpeza periodicamente
Contaminação das Produtos utilizados, Alteração da qualidade
D III NT 2 – Fazer a manutenção periódica
Atividade de condução águas subterrâneas Meio vazamentos, das águas subterrâneas
dos equipamentos (canos,
e lavagem dos animais Ambiente escoamento
tubulações), afim de evitar
Contaminação das Alteração da qualidade vazamentos
D III NT 3 – Transportar os efluentes
águas superficiais das águas superficiais
propícios ao tratamento na ETE

1 – Seguir as recomendações de
segurança quanto as instalações e
Danos pessoais graves, serviços em eletricidade indicadas
Choque elétrico, Ausência de
Instalações elétricas Acidental danos nas máquinas e A III M na NR 10
queimaduras manutenção
equipamentos 2 – Uso de calçados de EPIs
3 – Manter instalações elétricas
em bom estado de conservação
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
Fonte: Autoria própria (2019).
34

Quadro 3: Gerenciamento de risco do setor 3 - matança, refrigeração e expedição.


Classificação Grau de Medidas preventivas e
Setor Perigo Risco Causa Consequência Frequência Severidade
do risco risco corretivas
1 – Seguir recomendações da NR
Locais e materiais
Bactérias, vírus, 36 sobre as condições ambientais
Biológico infectados, falta de Doenças, infecções C II M
fungos de trabalho em abatedouros e
higiene
frigoríficos
Perda auditiva, surdez 1 – Seguir recomendações da NR
Ruído E I M
Presença de máquinas e ocupacional 36 sobre as condições ambientais
Físicos
barulhentas de trabalho em abatedouros e
Vibrações Dores musculares D I T
frigoríficos
Manuseamento 1 – Seguir recomendações da NR
Ferramentas cortantes E II M
incorreto, descuido 36 sobre equipamentos e
ferramentas usadas em
Cortes, fraturas, abatedouros e frigoríficos e sobre
Matança, refrigeração e expedição

Ferramentas Acidental infecções, perdas de os EPIs


inadequadas ou Falta de manutenção membros D I T 2 – Realizar a manutenção das
Atividade de defeituosas ferramentas periodicamente
atordoamento e 3 – Trocar ferramentas
insensibilização, de enferrujadas ou defeituosas
sangria, de esfola, Esforço físico intenso E I M 1 – Seguir recomendações
de evisceração e de indicadas sobre as condições
corte da carcaça ergonômicas do trabalho e do
Ritmo de trabalho Lesões
trabalhador indicadas na NR 17
Exigência de postura Ergonômico excessivo, monotonia e osteomusculares,
E I M 2 – Seguir recomendações da NR
inadequada repetição cansaço
36, sobre mobiliário e postos de
trabalho e análise ergonômica em
abatedouros e frigoríficos
Alteração da qualidade 1 – Implementar um sistema de
Contaminação do solo C III M
do solo drenagem eficiente e realizar a
Contaminação das Presença de óleos, Alteração da qualidade limpeza periodicamente
C III M
águas subterrâneas graxas, sangue e outras das águas subterrâneas 2 – Fazer a manutenção periódica
Meio
substâncias, vazamentos, dos equipamentos (canos,
Ambiente
escoamento tubulações), afim de evitar
Contaminação das Alteração da qualidade
C III M vazamentos
águas superficiais das águas superficiais
3 – Transportar os efluentes
propícios ao tratamento na ETE
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
35

Continuação do Quadro 3...


Classificação Grau de
Setor Perigo Risco Causa Consequência Frequência Severidade Medidas preventivas e corretivas
do risco risco
Alteração da qualidade 1 – Implementar um sistema de
Contaminação do solo Produtos utilizados, C III M drenagem eficiente e realizar a limpeza
do solo
presença de óleos, periodicamente
Contaminação das Meio graxas, sangue e outras Alteração da qualidade 2 – Fazer a manutenção periódica dos
C III M
águas subterrâneas Ambiente substâncias, das águas subterrâneas equipamentos (canos, tubulações), afim
Matança, refrigeração e expedição

vazamentos, de evitar vazamentos


Contaminação das Alteração da qualidade
Limpeza do escoamento C III M 3 – Transportar os efluentes propícios ao
águas superficiais das águas superficiais
estabelecimento e tratamento na ETE
das ferramentas de 1 – Seguir recomendações da NR 36
trabalho sobre equipamentos e ferramentas
usadas em abatedouros e frigoríficos e
Manuseamento sobre os EPIs
Ferramentas cortantes Acidental Cortes, fraturas D I T
incorreto, descuido 2 – Realizar a manutenção das
ferramentas periodicamente
3 – Trocar ferramentas enferrujadas ou
defeituosas
Iluminação Má disposição das 1 – Uso de EPIs
Prejuízo na visão A I T
Atividade de inadequada lâmpadas 2 – Evitar longos períodos de exposição
Físico
refrigeração em câmaras frias
Temperatura
Baixa temperatura Hipotermia A I T 3 – Correção da iluminação
inadequada
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
36

Continuação do Quadro 3...


Classificação Grau de Medidas preventivas e
Setor Perigo Risco Causa Consequência Frequência Severidade
do risco risco corretivas
1 – Seguir recomendações
Levantamento e transporte manual
E I M indicadas sobre as
de pesos Ritmo de trabalho Lesões condições ergonômicas do
Ergonômico excessivo, monotonia osteomusculares, trabalho e do trabalhador
Postura inadequada e repetição cansaço E I M
indicadas na NR 17
Atividade de
2 – Seguir recomendações
Matança, refrigeração e expedição

estocagem, Esforço físico intenso E I M


da NR 36, sobre manuseio
expedição
de produtos, levantamento
Incorreto manuseio e
e transporte de produtos e
armazenamento de
Queda de material Cortes, fraturas D I T cargas e sobre análise
produtos e cargas,
ergonômica em
descuido
abatedouros e frigoríficos
1 – Seguir as
recomendações de
Acidental segurança quanto as
instalações e serviços em
Danos pessoais graves,
Ausência de eletricidade indicadas na
Instalações elétricas Choque elétrico, queimaduras danos nas máquinas e A III M
manutenção NR 10
equipamentos
2 – Uso de EPIs
3 – Manter instalações
elétricas em bom estado de
conservação
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
Fonte: Autoria própria (2019).
37

Quadro 4: Gerenciamento de riscos do setor da ETE.


Classificação do Grau de Medidas preventivas e
Setor Perigo Risco Causa Consequência Frequência Severidade
risco risco corretivas
1 – Implementar um sistema de
Contaminação do Alteração da
D III NT drenagem eficiente e realizar a
solo Produtos utilizados, qualidade do solo
limpeza periodicamente
presença de
Alteração da 2 – Fazer a manutenção periódica
Contaminação das substâncias
Meio Ambiente qualidade das águas D III NT dos equipamentos (canos,
águas subterrâneas químicas,
subterrâneas tubulações), afim de evitar
vazamentos,
Alteração da vazamentos
Contaminação das disposição final
qualidade das águas D III NT 3 – Dispor o efluente de uma
águas superficiais
superficiais maneira ambientalmente correta
1 – Usar EPIs como indicado na
Paralisações de NR 6
Máquinas e
Ausência de unidades, problemas 2 – Manter as máquinas em bom
equipamentos Acidental D III NT
manutenção no tratamento do estado de conservação e realizar a
defeituosos
efluente manutenção periodicamente
Operação e
3 – Trocar máquinas defeituosas
ETE

monitoramento da
1 – Utilizar os EPIs como
ETE Locais e materiais
Bactérias, vírus, indicado na NR 6
Biológico infectados, ausência Doenças, infecções E II M
fungos 2 – Realizar a limpeza adequada
de EPIs
dos locais e materiais utilizados
Presença de 1 – Seguir recomendações da NR
máquinas e Perda auditiva, 36 sobre as condições ambientais
Ruído Físicos E I M
equipamentos surdez ocupacional de trabalho em abatedouros e
barulhentos frigoríficos
Presença de
substâncias e
produtos químicos,
Inalação de gases e Intoxicação aguda 1 – Utilizar os EPIs (mascara)
Químico longo período de D II M
vapores ou crônica, câncer como indicado na NR 6
exposição com
ausência de
máscaras EPIs
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
38

Continuação do Quadro 4...


Classificação do Grau de Medidas preventivas e
Setor Perigo Risco Causa Consequência Frequência Severidade
risco risco corretivas
1 – Utilizar os EPIs como
Locais e materiais
Bactérias, vírus, indicado na NR 6
Biológico infectados, ausência Doenças, infecções C II M
fungos 2 – Realizar a limpeza adequada
de EPIs
dos locais e materiais utilizados
Contaminação do Alteração da
D III NT 1 – Implementar um sistema de
solo qualidade do solo
Limpeza da ETE Produtos utilizados, drenagem eficiente e realizar a
Alteração da
Contaminação das presença de limpeza periodicamente
qualidade das águas D III NT
águas subterrâneas Meio Ambiente substâncias 2 – Fazer a manutenção periódica
subterrâneas
químicas, dos equipamentos (canos,
ETE

Alteração da
Contaminação das escoamento tubulações), afim de evitar
qualidade das águas D III NT
águas superficiais vazamentos
superficiais
1 – Seguir as recomendações de
segurança quanto as instalações e
Danos pessoais
serviços em eletricidade indicadas
Choque elétrico, Ausência de graves, danos nas
Instalações elétricas Acidental C III M na NR 10
queimaduras. manutenção máquinas e
2 – Uso de EPIs
equipamentos
3 – Manter instalações elétricas
em bom estado de conservação
Nota: A – Extremante Remota; B – Remota; C – Pouco Provável; D – Provável; E – Frequente; I – Desprezível; II – Marginal; III – Crítica; IV – Catastrófica; T – Tolerável; M –
Moderado; NT – Não tolerável.
Fonte: Autoria própria (2019).
39

Após aplicação da metodologia, foi possível observar a expressão de cada


classificação do risco, de forma geral, abrangendo todos os setores (Figura 7).

Figura 7: Natureza dos riscos distribuídos em todos os setores.

8%
2%

36% 16%

14%

24%

Biológico Químico Físico


Ergônomico Acidental Meio Ambiente

Fonte: Autoria própria (2019).

Essas porcentagens são justificadas, principalmente, devido a repetitividade de riscos


dessa natureza encontrados nas diferentes atividades dos setores, ou seja, em alguns casos
mais de uma atividade do mesmo setor apresentou a mesma natureza de risco referente ao
meio ambiente, se repetindo assim algumas vezes e se destacando.
Diferentemente, ARAUJO et al. (2012) em seu estudo realizado com base no processo
produtivo de um abatedouro frigorífico localizado no bairro Itapera do município de São Luís
– Maranhão, identificaram principalmente riscos de natureza física, ergonômica e acidental,
consecutivamente. Porém, o ponto em comum com esse estudo, foi que o mesmo também
identificou uma menor quantidade de riscos de natureza química. Ou seja, as quantidades dos
riscos variam muito para cada processo produtivo, estrutura, maquinário, entre outros fatores
dos abatedouros analisados.
Nesse sentido, coube avaliar também o número de riscos toleráveis, moderados e não
toleráveis para cada setor, ou seja, o grau dos riscos (Figura 8).
40

Figura 8: Número de grau dos riscos por setor.


16

14

12

10

0
Administrativo e Transporte e recepção Matança, refrigeração e ETE
vestiário nos currais expedição

Risco tolerável Risco moderado Risco não tolerável

Fonte: Autoria própria (2019).

Os riscos toleráveis estão presentes em todos os setores, sendo aqueles mais referentes
aos de natureza acidental, ou de forma geral, considerados mais leves quando comparado aos
demais. Em momento nenhum esse grau de risco foi superior ao grau de qualquer outro risco
nos diferentes setores.
A situação igual, de estar presente em todos os setores, aconteceu para os riscos
moderáveis, sendo esse também o grau que apresentou o maior número de riscos entre todos
os outros graus, se destacando no setor de matança, refrigeração e expedição, pois é o setor
que possui maior número de atividades a ser executadas, principalmente de natureza
ergonômica. Os riscos de natureza biológica e química também tiveram esse grau de risco.
Por último, os riscos de grau não tolerável estão presentes em dois setores diferentes:
transporte e recepção de currais, e o da ETE. Isso pode ser justificado devido aos riscos
associados ao meio ambiente, já que esses setores apresentam maiores condições de
prejudicar os compartimentos ambientais: água e solo.
Barzotto (2013) modificou a tabela de grau de risco elaborada pela Petrobras, que ao
invés de três graus de riscos, no seu trabalho foram cinco (grau 1, grau 2, grau 3, grau 4 e grau
5), sendo em ordem consecutiva do grau menor para o maior. Sendo assim, a mesma
identificou em um processo de abate de frango, que 54% das atividades realizadas apresentam
um grau de risco 3 e 4, que seriam os graus de níveis médios, corroborando então com o
41

mesmo resultado apresentado nesse estudo, já que o maior número de riscos foi do grau
moderado.
Quanto aos cenários distintos encontrados a partir das atividades exercidas nos setores,
algumas contêm tarefas repetitivas, mesmo sendo setores diferentes, sendo assim, foram
identificados perigos comuns e distintos, que consequentemente se encaixaram no mesmo
gerenciamento de risco, quando iguais. Separando pelos diferentes, foram identificados dez
cenários e proposto medidas estruturais ou administrativas para cada um deles.

Cenário 1: risco de longas jornadas de trabalhos, exigência de postura inadequada e arranjo


físico inadequado

Esse cenário se repete nos setores administrativo e vestiário e no de matança,


refrigeração e expedição devido serem os setores que mais exigem esforço físico e atenção,
muitas vezes, por longo período de tempo.
Damo, Santos e Catai (2016) encontraram que para os colaboradores dos frigoríficos
do estado do Paraná, quanto aos riscos ergonômicos, a Taxa de Ocupação Real é maior que a
Taxa de Ocupação Máxima, podendo levar o trabalhador a ter queixas de desconforto,
dificuldade, fadiga, dores e alguns casos afastamento, devido a problemas de organização do
trabalho, sendo provavelmente relacionado a atividade repetitiva.
As medidas preventivas e corretivas são dadas de acordo com a NR 17, que visa
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente, e a NR 36, que explica sobre o mobiliário, posto de
trabalho e análise ergonômica do trabalhado em empresas de abate e processamento de carnes
e derivados.
Para tarefas que exigem ou não equipamentos como computadores (leitura e
organização dos arquivos, gerência de informações, administração da logística do
empreendimento) especificamente realizadas no setor administrativo, algumas
recomendações, de acordo com a mesma NR 17 são:
- Suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura,
visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
- Ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível;
- Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à
iluminação do ambiente, para proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
42

- Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável;


- Mobilidade e fácil acesso dos assentos.
No setor de matança, refrigeração e expedição, a NR 17 e a NR 36 recomendam:
- Sempre que o trabalho puder ser executado alternando a posição de pé com a posição
sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para favorecer a alternância das
posições;
- Para o trabalho manual sentado ou em pé, as bancadas, esteiras, nórias, mesas ou máquinas
devem proporcionar condições de boa postura, visualização e operação;
- As dimensões dos espaços de trabalho devem ser suficientes para que o trabalhador possa
movimentar os segmentos corporais livremente, de forma segura, de maneira a facilitar o
trabalho, reduzir o esforço do trabalhador e não exigir a adoção de posturas extremas ou
nocivas;
- Além de outras exigências exclusivamente para trabalhos realizados sentados ou em pé.

Cenário 2: risco de contato com vírus, bactérias e fungos

Esse cenário é encontrado no setor administrativo e de vestiário, no setor de matança,


refrigeração e expedição, e no da ETE, visto que todos esses setores apresentam materiais,
resíduos e efluentes que aumentam ainda mais a exposição desses seres vivos.
No setor administrativo e vestiário, esse risco de contaminação por esses
microrganismos se dá, principalmente, através da falta de higienização das vestimentas que
foram utilizados durante as realizações das atividades. Por isso, a NR 36 recomenda para as
vestimentas usadas nesses estabelecimentos que:
- Os trabalhadores possam dispor de mais de uma peça de vestimenta, para utilizar de maneira
sobreposta, a seu critério, e em função da atividade e da temperatura do local, atendendo às
características higiênico-sanitárias legais e ao conforto térmico;
- As extremidades sejam compatíveis com a atividade e o local de trabalho;
- Sejam substituídas quando necessário, a fim de evitar o comprometimento de sua eficácia;
- As vestimentas devem ser trocadas diariamente, sendo sua higienização responsabilidade do
empregador.
No setor de matança, refrigeração e expedição, a NR 36 indica que o foco seja
identificar as atividades, especificadas, as tarefas suscetíveis de expor os trabalhadores a
contaminação biológica, através de:
43

- Estudo do local de trabalho, considerando as medidas de controle e higiene estabelecidas


pelas Boas Práticas de Fabricação - BPF;
- Controles mitigadores estabelecidos pelos serviços de inspeção sanitária, desde a criação até
o abate;
- Identificação dos agentes patogênicos e meios de transmissão;
- Dados epidemiológicos referentes ao agente identificado, incluindo aqueles constantes dos
registros dos serviços de inspeção sanitária;
- Acompanhamento de quadro clínico ou subclínico dos trabalhadores, conforme Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO.
Caso seja identificada exposição a agente biológico prejudicial à saúde do trabalhador,
deverá ser efetuado o controle destes riscos, utilizando-se, no mínimo, das seguintes medidas:
procedimentos de limpeza e desinfecção; medidas de biossegurança envolvendo a cadeia
produtiva; medidas adotadas no processo produtivo pela própria empresa; fornecimento de
equipamentos de proteção individual adequados; treinamento e informação aos trabalhadores.
Por último, no setor da ETE, é inevitável não haver microrganismos, já que os mesmos
são utilizados para o próprio funcionamento e eficiência do tratamento. Desse modo, se faz
necessário o uso de EPIs adequados, conforme indicado pela NR 6, que servem para proteção
de partes específicas do corpo humano.
O contato pode se dá a qualquer momento, seja durante a operação ou na limpeza da
ETE, que inclusive é de fundamental importância para manter a higienização, o bom
funcionamento da mesma e evitar restos de resíduos, materiais ou substâncias contaminadas e
no monitoramento. Os EPIs mais comumente recomendados são: roupas impermeáveis, luvas,
botas de borracha, máscara e óculos de proteção.
Araújo e Costa (2014) afirmam que as condições sanitárias no matadouro público de
Caicó, são no mínimo, preocupantes, que podem gerar vetores de doenças, como fungos e
bactérias, e também produzir uma carne em condições inadequadas, que a população ao
consumir pode levar a contrair doenças como brucelose e tuberculose, podendo inclusive
levar à morte. Então apresentam-se como altamente prejudiciais à saúde humana, um sério
risco a sociedade e a própria atividade econômica em questão.

Cenário 3: Ruído, calor e vibrações

Ruído e vibrações são devido ao barulho que as máquinas e equipamentos fazem, por
isso são encontrados em quase todos os setores, como no setor de matança, refrigeração e
44

expedição, que se usa serras elétricas, moedores, etc. No setor de transporte e recepção nos
currais, que tem a presença de automóveis. E por último, o setor da ETE, que muitas vezes
utilizam motores, entre outros.
Marra (2017) detectou como principais fontes de ruídos em uma sala de abate de
bovinos, as operações de cortes com serras elétricas, na área de evisceração e na área de
pendura do animal, podendo levar à perturbação dos trabalhadores com redução da
concentração, e com o tempo à perda auditiva, que tem como sintomas iniciais, dificuldades
de escutar e falar nesses ambientes.
A NR 36 recomenda que para controlar a exposição ao ruído ambiental devem ser
adotadas medidas que priorizem a sua eliminação, a redução da sua emissão e a redução da
exposição dos trabalhadores, nesta ordem. Com isso, podem haver mudanças estruturais
necessárias nos equipamentos e no modo de produção. Além disso, devem ser adotadas
medidas para redução da exposição dos trabalhadores obedecendo à seguinte hierarquia:
- Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
- Utilização de equipamento de proteção individual – EPI, que conforme a NR 6, o principal é
o protetor auditivo.

Cenário 4: Ferramentas cortantes, transporte, máquinas e ferramentas inadequadas ou


defeituosas

Esse cenário também só não é encontrado no setor administrativo e de vestiário. A


maioria das ferramentas e máquinas utilizadas nesse tipo de empreendimento apresentam
periculosidade referente a cortes e fraturas, como facas e serras.
De acordo com Silva e Andrade (2001), as facas, serras manuais e elétricas, moedor,
amaciador e os ganchos são os principais meios que possibilitam o acontecimento dos
acidentes em frigoríficos. Por isso a NR 36 ressalta a importância de medidas preventivas,
como:
- Afiação e adequação de ferramentas e equipamentos;
- Treinamento e orientação, na admissão, e periodicamente;
- O tipo, formato e a textura da empunhadura das facas devem ser apropriados à tarefa, à mão
do trabalhador e ao eventual uso de luvas, que é um dos EPIs necessários;
- Os equipamentos e ferramentas elétricas devem estar aterrados e as fiações e cabos devem
ser submetidos a revisões periódicas para verificação de sinais de desgaste ou outros defeitos
que possam comprometer a segurança.
45

- As ferramentas e equipamentos de trabalho devem ter sistema de manutenção constante.


Os usos de outros EPIs vão depender do que se pretende proteger, como no caso das
mãos que se usa luvas, mas caso a necessidade seja proteger outro membro do corpo, a NR 6
recomenda o EPI correto.

Cenário 5: Contaminação do solo, das águas subterrâneas e superficiais

Esse é um cenário que se repete em todos os setores devido ao uso da água. Então
vazamentos, um sistema de drenagem e uma ETE ineficiente podem comprometer os sistemas
naturais, como água e solo.
A maioria dos efluentes advindo do esgoto bruto do abatedouro são sangue, urina,
vômito dos animais, água misturada com produtos químicos da lavagem dos ambientes de
trabalho, dos transportes, equipamentos, entre outros. Os mesmos são encaminhados para a
ETE, com finalidade de tratamento e disposição ambientalmente correta. Sendo assim, o
sistema de drenagem do abatedouro tem que estar em perfeito estado, sendo indispensável a
implantação com ferramentas eficientes, o monitoramento e a manutenção, incluindo da ETE.
Além disso, é necessário que o empreendimento atenda as condições e padrões de
lançamentos de efluentes, como estabelecido pela Resolução Conama nº 430, de 13 de maio
de 2011.
Santos et al. (2014) verificou que os resíduos sólidos e líquidos dos frigoríficos na
cidade de São Luís - Maranhão, poucos tem tratamento adequado em ETE, dessa forma são
poluidores ao meio ambiente, prováveis de contaminação do solo e da água, sobretudo no que
se refere aos altos teores de matéria orgânica presentes, difícil biodegradabilidade e alto
consumo de água, gerando ainda uma imagem negativa do público em relação a esses
estabelecimentos, principalmente pelo odor fétido presente na circunvizinhança.
Corroborando com essa ideia, Campos et al. (2018), verificou no matadouro público
de Quixadá – CE, que os impactos ao meio ambiente são perceptíveis, como doenças,
contaminação do lençol freático, mal cheiro nos locais próximos ao Matadouro proveniente
dos dejetos em decomposição e acúmulo dos restos de animais.

Cenário 6: Iluminação e temperatura inadequadas

É um cenário exclusivo do setor de matança, refrigeração e expedição devido ao uso


de câmeras frias. Um fato que corrobora com a afirmação de Marra, Souza e Cardoso (2013),
46

onde os matadouros-frigoríficos são locais úmidos, que há uma alternância de temperaturas


altas e baixas, principalmente devido as variações bruscas de temperatura pela entrada e saída
de câmaras frias. Portanto, a NR 36 recomenda:
- As câmaras frias devem possuir dispositivo que possibilite abertura das portas pelo interior
sem muito esforço, e alarme ou outro sistema de comunicação, que possa ser acionado pelo
interior, em caso de emergência;
- As câmaras frias cuja temperatura for igual ou inferior a -18º C devem possuir indicação do
tempo máximo de permanência no local.
Além disso, a NR 36 ressalta ainda a importância do conforto término, por isso devem
ser adotadas medidas de prevenção que envolvam, no mínimo:
- Controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade;
- Manutenção constante dos equipamentos;
- Acesso fácil e irrestrito a água fresca;
- Uso de EPI e vestimenta de trabalho compatível com a temperatura do local e da atividade
desenvolvida.
Quando as condições do ambiente forem desconfortáveis, em virtude da exposição ao
calor, além do previsto devem ser adotadas as seguintes medidas:
- Alternância de tarefas, buscando a redução da exposição ao calor;
- Medidas técnicas para minimizar os esforços físicos.

Cenário 7: Levantamento e transporte manual de pesos

Encontra-se no setor de matança, transporte e expedição. Apresenta diversos tipos de


consequências para os funcionários, principalmente ergonômicos. Portanto, a NR 36 e a NR
17 recomendam algumas medidas:
- A duração e frequência da tarefa de carregamento manual de cargas que possa comprometer
a segurança e saúde do trabalhador devem ser limitadas, devendo-se efetuar alternância com
outras atividades ou pausas adequadas, entre períodos não superior a duas horas;
- Os pisos e passagens dessas áreas devem estar em perfeito estado de conservação e
desobstruídos;
- A estocagem dos materiais e produtos deve ser organizada em função dos pesos e da
frequência de manuseio;
- É vedado o levantamento não eventual de cargas quando a distância de alcance horizontal
da pega for superior a 60 cm em relação ao corpo;
47

- Sempre que tecnicamente possível, devem ser disponibilizados vagonetes com rodas
apropriadas ou movidos a eletricidade ou outro sistema de transporte por impulsão ou tração
que facilite a movimentação e reduza o esforço do trabalhador.

Cenário 8: Queda de objetos e/ou materiais

Ocorre no mesmo setor que o anterior. Para esse cenário, algumas das indicações da
NR 36, que podem ser consideradas complementares para o cenário anterior também são:
- Os elementos a serem manipulados, devem estar dispostos dentro da área de alcance
principal para o trabalhador e de forma organizada;
- As caixas e outros continentes utilizados para depósito de produtos devem estar localizados
de modo a facilitar a pegar;
- Ser adotado sinalizações para os locais e tipos de materiais;
- Os elementos a serem manipulados, tais como caixas, bandejas, engradados, devem possuir
dispositivos adequados ou formatos para pega segura e confortável;
- Estar livres de quinas ou arestas que possam provocar irritações ou ferimentos;
- Ter dimensões e formato que não provoquem o aumento do esforço físico do trabalhador;
- Ser estáveis.

Cenário 9: Inalação de gases e vapores

Esse cenário é exclusivo para a ETE devido fatores como a mistura do esgoto bruto do
abatedouro com produtos químicos, os gases gerados pelo tratamento biológico realizado na
ETE, risco de ocorrer algum erro no processo, entre outros.
Rocha (2012) destacou a exposição ao gás metano e ao gás sulfídrico, além de outros
produtos químicos, por exemplo, cloreto férrico e coagulante com função de remoção de
fósforo presente no esgoto bruto.
Desta forma, é necessário a realização de um plano de operação, tal como de
monitoramento, avaliando a eficiência da mesma de forma contínua. O indicado é usar sempre
o EPI, de acordo com a NR 6 (máscara), e evitar a exposição prolongada quando essa situação
ocorrer.
48

Cenário 10: Choque elétrico, queimaduras

Esse último cenário ocorre em todos os setores, pois todos têm contato com a
eletricidade, seja através da iluminação, de máquinas, equipamentos, entre outros. Porém,
nem todos estão expostos com a mesma intensidade, como por exemplo, o setor da ETE e o
setor da administração e vestiário, que são encontrados nesses locais equipamentos bem
diferentes, consequentemente as necessidades podem ser distintas.
Com isso, a NR 10 trata especificamente da segurança em instalações elétricas e
serviços em eletricidade, e algumas recomendações que se encaixam para aplicação nos
setores são:
- Identificação de circuitos elétricos;
- Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
- Restrições e impedimentos de acesso;
- Delimitações de áreas;
- Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de
cargas;
- Identificação de equipamento ou circuito impedido;
- Uso de EPIs adequados para cada caso (botas e luvas de borracha, vestimentas apropriadas);
- Manutenção do sistema elétrico.

Diante de tais cenários, verifica-se que tais medidas preventivas ou emergenciais


devem ser adotadas, seja por meio de campanhas contínuas de qualificação profissional, tal
como a averiguação de manutenções preventivas, atendendo as exigências de assegurar
condições de salubridade, tal como promover o gerenciamento dos riscos de forma tolerável
as atividades a serem desenvolvidas pelo empreendimento.
Além disso, uma outra medida é criar um Mapa de Riscos, que resulta numa
representação gráfica, de identificação dos diversos tipos de riscos e fatores prejudiciais à
saúde e à segurança do trabalhador, relacionados ao conjunto de variáveis originados no
ambiente de trabalho (JAKOBI, 2008).
49

5 CONCLUSÃO

 A aplicação da metodologia APR se mostrou eficiente na identificação dos riscos do


abatedouro de cada atividade realizada nos setores;
 Há uma necessidade de medidas administrativas e estruturais específicas, algumas
mais simples que outras, mas todas são possíveis;
 O gerenciamento de riscos ambientais serve para promover a precaução ou
minimização dos riscos;
 A APR deve ser aplicada para outros tipos de empreendimentos, visando maior
segurança para a população, para o meio ambiente e para a própria empresa.
50

REFERÊNCIAS

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em: <http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf>.
Acesso em: 26 jan. 2019.
ALMEIDA, L. Q. de. Riscos ambientais e vulnerabilidades nas cidades brasileiras:
conceitos, metodologias e aplicações. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 215 p.

ARAUJO, A. F.; ZANNONI, C.; LIMA, D.; SANTOS, E.; DIAS, I.; RODRIGUES, Z.
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ABATE DE BOVINOS. Caderno de Pesquisa, São Luís, v. 19, n. 3, p.79-89, dez. 2012.

ARAÚJO, P. P. P.; COSTA, L. P. Impactos ambientais nas atividades de abate de


bovinos: um estudo no matadouro público municipal de Caicó-RN. HOLOS, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 31000: Gestão de riscos —


Princípios e diretrizes. Rio de Janeiro: Petrobras, 2009. Disponível em:
<https://gestravp.files.wordpress.com/2013/06/iso31000-gestc3a3o-de-riscos.pdf>. Acesso
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BARZOTTO, P. C. ESTUDO DE RISCOS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA


FRIGORÍFICA – PROCESSOS ABATE FRANGO. 2013. 69 f. Monografia
(Especialização) - Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho,
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BRASIL. Decreto nº 9013, de 29 de março de 2017. Regulamenta a Lei nº 1.283, de 18 de


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BRASIL. Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950. Dispõe sobre a inspeção industrial e


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____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
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Brasília, 31 ago. 1981.

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____. Lei nº 9.013, de 29 de março de 2017. Regulamenta a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro


de 1950, e a Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989, que dispõem sobre a inspeção
industrial e sanitária de produtos de origem animal. Brasília, 29 mar. 2017.

____. Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais para o


saneamento básico, cria o Comitê Interministerial de Saneamento Básico, altera a Lei nº
6.766, de 19 de dezembro de 1979, a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, a Lei nº 8.666, de
51

21 de junho de 1993, e a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a Lei nº 6.528, de


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