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Emissões Atmosféricas

O universo das
emissões atmosféricas
e a atuação do setor industrial
26 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
Fotos: Holcim
A indústria vem buscando, nas últimas décadas, além de soluções para a
mitigação das emissões atmosféricas provocadas pelas suas atividades, meios
para prevenir tais emissões, através de iniciativas próprias envolvendo a
aplicação de conceitos e tecnologias

Por Lilian Quintanilha

S
egundo definição na Resolução Conama – Conselho outros. O material particulado pode também se formar na
Nacional de Meio Ambiente nº 03-90, poluente atmosfera a partir de gases como SO2 – dióxido de enxofre,
atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou NOx – óxidos de nitrogênio e COVs – compostos orgânicos
energia com intensidade e em quantidade, concentração, voláteis, que são emitidos principalmente em atividades de
tempo ou características em desacordo com os níveis combustão, transformando-se em partículas como resultado
estabelecidos em legislação, e que tornem ou possam tornar de reações químicas no ar.
o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente O tamanho das partículas está diretamente associado
ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ao seu potencial para causar problemas à saúde, sendo que,
ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às quanto menores, maiores os efeitos provocados. Outra
atividades normais da comunidade. observação é que o particulado também pode reduzir a
O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de visibilidade na atmosfera.
substâncias poluentes presentes no ar. A variedade das substâncias
que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, o que - SO2 – Dióxido de Enxofre
torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação. Resulta, principalmente, da queima de combustíveis que
A medição sistemática da qualidade do ar é restrita a um contêm enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial
número de poluentes, definidos em função de sua importância e gasolina. Essa substância é uma das principais formadoras
e dos recursos disponíveis para seu acompanhamento. da chuva ácida. O dióxido de enxofre pode reagir com outras
Os grupos de poluentes que servem como indicadores de substâncias presentes no ar formando partículas de sulfato
qualidade do ar, adotados universalmente e que foram que também são responsáveis pela redução da visibilidade
escolhidos em razão da frequência de ocorrência e de seus na atmosfera.
efeitos adversos, são:
- CO – Monóxido de Carbono
- MP – Material Particulado É um gás incolor e inodoro que resulta da queima
Inclui Material Particulado, PTS – Partículas Totais em incompleta de combustíveis de origem orgânica,
Suspensão, MP10 – Partículas Inaláveis e FMC – Fumaça. combustíveis fósseis, biomassa, etc. Em geral, é encontrado
Sob a denominação geral de “Material Particulado” se em maiores concentrações nos grandes centros urbanos,
encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, emitido, principalmente, por veículos automotores. Altas
fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se concentrações de CO são encontradas em áreas de intensa
mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno circulação de veículos.
tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para
a atmosfera são: veículos automotores, processos industriais, - O3 – Ozônio e Oxidantes Fotoquímicos
queima de biomassa e ressuspensão de poeira do solo, entre “Oxidantes fotoquímicos” é a denominação que se dá

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à mistura de poluentes secundários formados pelas reações responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO,
entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, sob a ação de luz solar, se transforma em NO2 e tem papel
na presença de luz solar, sendo esses últimos liberados na importante na formação de oxidantes fotoquímicos, como
queima incompleta e evaporação de combustíveis e solventes. o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 causa
O principal produto desta reação é o ozônio, por isso mesmo prejuízos à saúde.
utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes A concentração de poluentes está fortemente relacionada
fotoquímicos na atmosfera. Esses poluentes formam a às condições meteorológicas. Alguns dos parâmetros que
chamada “névoa fotoquímica”, ou “smog fotoquímico”, cujo favorecem altos índices de poluição são: alta porcentagem de
nome foi dado porque causa na atmosfera uma diminuição calmaria, ventos fracos e inversões térmicas a baixa altitude.
da visibilidade. Este fenômeno é particularmente comum no inverno
paulista, quando as noites são frias e a temperatura tende a se
Conama 03/1990: Padrões Nacionais de elevar rapidamente durante o dia, provocando alteração no
Qualidade do Ar resfriamento natural do ar.
Vale lembrar que a chamada inversão térmica se
O ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo, caracteriza por uma camada de ar quente que se forma sobre
onde respiramos, é tóxico. Entretanto, na estratosfera, a cerca a cidade, aprisionando o ar e impedindo a dispersão dos
de 25 km de altitude, o ozônio tem a importante função poluentes.
de proteger a Terra, como um filtro, dos raios ultravioletas Os padrões de qualidade do ar definem legalmente
emitidos pelo Sol. Além de prejuízos à saúde, o ozônio pode o limite máximo para a concentração de um poluente
causar danos à vegetação. na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e do meio
ambiente. Os padrões de qualidade do ar são baseados em
- HC – Hidrocarbonetos estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes
São gases e vapores resultantes da queima incompleta e específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma
evaporação de combustíveis e de outros produtos orgânicos margem de segurança adequada.
voláteis. Diversos hidrocarbonetos, como o benzeno, são
cancerígenos e mutagênicos, não havendo uma concentração Conama 08/1990: Limites máximos de emissão
ambiente totalmente segura. de poluentes do ar para processos de combustão
Participam ativamente das reações de formação da névoa externa em fontes fixas
fotoquímica.
No Brasil, os padrões nacionais foram estabelecidos
- NO – Óxido de Nitrogênio e NO2 – Dióxido de pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Nitrogênio Recursos Naturais Renováveis, e aprovados pelo Conama,
São formados durante processos de combustão. Em por meio da Resolução Conama 03/90.
grandes cidades, os veículos geralmente são os principais Os poluentes são divididos em duas categorias:
Fotos: Cetesb

A medição da qualidade do ar é restrita a um número de poluentes, levando em conta sua Komatsu, da Cetesb: “Para a indústria paulista, o marco nesse tema foi o decreto
importância e os recursos disponíveis para seu acompanhamento estadual nº 52.469, de dezembro de 2007”

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dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários
Foto: IPT

e os secundários. São as concentrações de poluentes


atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito
adverso sobre o bem-estar da população, assim como o
mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio
ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis
desejados de concentração de poluentes, constituindo-se
em meta de longo prazo.
O objetivo do estabelecimento de padrões secundários
é criar uma base para uma política de prevenção da
degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às
áreas de preservação. Não se aplicam, pelo menos a curto
prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados
O IPT trabalha no diagnóstico e recomendações de soluções para a indústria na redução
de emissões de poluentes em fontes estacionárias
os padrões primários. Como prevê a própria resolução, a
aplicação diferenciada de padrões primários e secundários
- Primários: são aqueles emitidos diretamente pelas requer que o território nacional seja dividido em classes I, II
fontes de emissão. São as concentrações de poluentes e III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê,
que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. ainda, que enquanto não for estabelecida a classificação das
Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de áreas, os padrões aplicáveis serão os primários.
concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em Os parâmetros regulamentados são os seguintes:
metas de curto e médio prazo. partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis,
- Secundários: são aqueles formados na atmosfera dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido
através da reação química entre poluentes primários e de nitrogênio. A mesma resolução estabelece, ainda, os
componentes naturais da atmosfera. Foram estabelecidos critérios para episódios agudos de poluição do ar.

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Tabela 1: Padrões nacionais de qualidade do ar


(Resolução CONAMA Nº 03 de 28/06/90)

Fonte: Cetesb

Os padrões nacionais de qualidade do ar são apresentados emissão. “Por exemplo: chaminés, tubulações, desgaseificação
na Tabela 1. de equipamentos e outras”, explica Lúcio.
A declaração dos estados de “Atenção”, “Alerta” e - Fontes difusas – Pontos eventuais de emissão cuja
“Emergência” requer, além dos níveis de concentração característica é normalmente variável e influenciada pelas
atingidos, a previsão de condições meteorológicas condições ambientais locais. Nesse caso, Lúcio cita como
desfavoráveis à dispersão dos poluentes. exemplos os tanques de estocagem, as emissões evaporativas
Para Carlos Eduardo Komatsu, gerente do Departamento de processos e as emissões fugitivas, as quais ele ressalta que
de Qualidade Ambiental da Cetesb – Companhia de nem sempre são consideradas nos inventários de emissões.
Tecnologia de Saneamento Ambiental, nesse tema o maior
entrave é o transporte individual. “Em uma cidade como São Lei nº 8723/1993: Dispõe sobre a redução de
Paulo é inviável esse tipo de transporte, porém antes de tudo emissão de poluentes
é imprescindível que haja muito investimento no transporte
coletivo”, considera. A qualidade do ar é afetada pelas emissões de fontes
móveis e estacionárias, bem como pelas características
Conama 05/1989: Institui o Pronar - Programa atmosféricas da região considerada, principalmente a
Nacional de Qualidade do Ar capacidade de dispersão do local. “O conceito de qualidade
do ar é relativo a uma dada região, que pode ser uma bacia
As emissões surgem de fontes fixas, também conhecidas aérea, uma cidade, um bairro ou qualquer outra região
como estacionárias ou pontuais, e difusas, ou móveis. Luiz delimitada, como uma área industrial”, acrescenta o diretor
Henrique de Souza Lúcio, diretor da Interação Ambiental, da Interação Ambiental.
as define como: De um modo geral, a emissão de poluentes num nível
- Fontes Pontuais – Pontos de emissão contínua de um local gera efeitos na saúde pública; danos aos materiais, à
dado processo, cuja característica deste determina o perfil da fauna e à flora; redução da visibilidade; e chuva ácida. “Já
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Figura 1: Emissões relativas de poluentes por tipo de
fonte na RMSP – 2008

Fonte: Cetesb

num nível global, os poluentes estão diretamente associados países em desenvolvimento, apresentam uma situação bem
às mudanças do clima e à redução da camada de ozônio”, melhor, com muito mais qualidade. Contudo, o nível está
alerta Wai Nam Chan, presidente da AW&MA – Air Waste ainda abaixo em comparação às dos países desenvolvidos.
Management Association Seção Brasil. Machado conta que a maior tendência no campo das
Sérgio Machado, professor adjunto da UERJ – pesquisas nesse tema é em eficiência energética, e já houve
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, revela que as muito avanço. “Por exemplo, hoje em dia um veículo de
condições atmosféricas do Brasil, quando comparadas às de passeio emite 95% menos poluentes do que há 20 anos, mas

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Figura 2: MP10 – Evolução da distribuição percentual da


qualidade do ar – RMSP

Fonte: Cetesb

houve o enorme aumento da frota, mesmo assim o resultado dos níveis de SO2 e fumaça preta. Parte das estações,
da qualidade do ar atualmente está melhor”, enfatiza. denominadas manuais, continuam sendo utilizadas pela
Machado explica que há dois grupos de poluentes. Os Cetesb no monitoramento da qualidade do ar.
legislados e os não-legislados. São eles: Já no início da década posterior, Komatsu lembra que foi
dado um salto qualitativo, com o início do monitoramento
Poluentes legislados: automático e a instalação de novas estações para a avaliação
- Ozônio de dióxido de enxofre, material particulado inalável, ozônio,
- NOx óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos
- SO2 não-metânicos, além dos parâmetros meteorológicos como
- CO direção e velocidade do vento, temperatura e umidade
- PTS relativa do ar. Em 2000, o monitoramento automático foi
- MP10 ampliado para algumas cidades do interior do Estado. “Além
- MP 2,5 da medição diária desses poluentes, atualmente, a Cetesb
- HCNM realiza estudos sobre outros poluentes, dentre os quais se
destacam o chumbo, aldeídos e compostos reduzidos de
Não-legislados: enxofre, além de estudos específicos, alguns dos quais em
- Aldeídos parceria com universidades”, conta o gerente da Cetesb.
- Cetonas
- Ácidos Carboxílicos Decreto 2652, de 1 de julho de 1998: Promulga
- Alcoóis a Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre
- HC Alifáticos mudanças do clima
- HC Aromáticos
- HC Policíclicos De acordo com Komatsu, segundo um levantamento feito
- Metais pela Cetesb, existem no Estado de São Paulo 211 municípios
- Microbiológicos saturados ou em vias de saturação, sendo os principais deles
localizados em áreas de intensa industrialização, como as
Para exemplificar o cenário atual das condições regiões de Cubatão, de Paulínia, de São José dos Campos,
atmosféricas dos grandes centros urbanos, Komatsu, da de Ribeirão Preto e da Região Metropolitana de São Paulo,
Cetesb, conta o caso do Estado de São Paulo. Ele explica entre outras.
que o monitoramento da qualidade do ar, com a avaliação Para que uma determinada área seja considerada
das concentrações de poluentes no Estado de São Paulo, saturada, será determinada para os poluentes legislados a
foi iniciado na Região Metropolitana no início da década média aritmética das médias anuais dos últimos três anos,
de 70, com a instalação de 14 estações para medição diária maior que o padrão nacional de qualidade do ar estabelecido

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a empresa pode não obter a renovação da sua licença de
Foto: IPT

operação. “Em se tratando de controle de emissão atmosférica


só há duas possibilidades: não poluir ou controlar. A tendência
na indústria é prevenir a emissão, outra tendência é a busca
pela eficiência energética”, comenta Komatsu.

Desafios – Segundo os entrevistados, ainda são muitos


os desafios envolvendo o tema. Elisete Dutra, gerente de
Gestão da Qualidade do Ar da Feam – Fundação Estadual
de Meio Ambiente, órgão ambiental de Minas Gerais, avalia
que hoje há a necessidade de focar nas emissões de fontes
Vergnhanini Filho, do IPT: “Há três fatores que interferem na emissão: o tipo de combustível, o difusas, em todos os grandes centros urbanos. “Em relação
equipamento responsável pela sua queima e a forma que se opera o equipamento” à qualidade do ar, hoje se reduziu muito a concentração
de enxofre, e isso se deve à redução dessa substância nos
pela resolução do Conama já citada. Para as áreas em vias de combustíveis. Sem dúvida, o maior problema que temos
saturação, essa média aritmética dos últimos três anos terá que enfrentar é o material particulado. Outra constatação
que ser maior que 90% do padrão. Segundo Komatsu, nas é de que o problema das emissões atmosféricas não é, sem
áreas saturadas ou em vias de saturação, a Cetesb estabelecerá sombra de dúvida, por falta de informação, mas, sim, por
um PREA – Programa de Redução de Emissões Atmosféricas falta de ação”, comenta Elisete.
para as indústrias em operação, condicionando a renovação Outro problema sério hoje nos centros urbanos é a
da Licença de Operação a uma série de exigências, como grande concentração de ozônio, gerado da frota de veículos
a utilização de sistemas de controle baseados na melhor e das refinarias de petróleo. Elisete acredita que o grande
tecnologia disponível no mercado, a implementação de Plano gargalo nesse assunto é a frota de veículos, sobretudo a
de Monitoramento das Emissões Atmosféricas, segundo o movida a diesel.
Termo de Referência estabelecido pela agência ambiental, e,
a partir de janeiro de 2013, o cumprimento de metas de Resolução Conama nº 264/1999: Dispõe sobre o
redução de emissões. “As reduções das emissões dos poluentes licenciamento de fornos rotativos de produção de
que levaram à saturação gerarão créditos que poderão ser clinquer para atividades de coprocessamento
utilizados pelo próprio emissor para renovar a licença ou
oferecidos no Mercado de Créditos de Poluição, uma nova Já para Giovana Rubim Gomes, da Corplab
modalidade está sendo estudada na BM&F – Bolsa de Environmental Analytical Services, o maior desafio é a
Mercadorias & Futuros para serem adquiridos por empresas necessidade de compreender mais e melhor sobre emissões
interessadas em se instalar nos locais saturados ou em vias de atmosféricas, isso em todos os polos de atuação do setor
saturação, promovendo uma compensação pelo impacto a produtivo. “Ainda é necessário muito investimento para
ser causado”, conta Komatsu. Esses créditos, com validade de contribuir com a melhoria da qualidade do ar”, comenta. Ela
dez anos, serão aprovados pela Cetesb. Os créditos gerados ainda avalia que a legislação existente que trata desse assunto
por fontes móveis poderão ser efetivados mediante reduções é aplicável, porém mal aplicada.
das emissões das frotas cativas, como as frotas de veículos de Segundo Chan, da A&WMA Seção Brasil, o tema
uma determinada empresa, que comprovadamente circulem “emissões” implica em políticas públicas e mudanças de
na região onde o crédito será utilizado. comportamento e de modos de produção.
Komatsu explica que para os novos empreendimentos Para Lúcio, da Interação Ambiental, é fato que a origem
há duas opções: se instalar em uma área que ainda não esteja da emissão atmosférica vinda das fontes fixas e móveis é o
saturada ou assumir as compensações e se adequar. Segundo principal fator de poluição, porém é necessário ressaltar que
ele, são inúmeras as formas de adaptação, e isso varia de a capacidade de dispersão atmosférica também influencia na
empreendimento. A empresa precisa, primeiramente, qualidade do ar.
apresentar um plano de compensação de suas emissões junto Ainda de acordo com Lúcio, uma das substâncias mais
ao órgão ambiental. Caso não sejam cumpridas as exigências, emitidas pela indústria é o material particulado, mas o setor

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Emissões Atmosféricas

Figura 3: CO – Evolução da distribuição percentual da


qualidade do ar – RMSP

Fonte: Cetesb

produtivo tem condições de controlar essa emissão, já que benefícios de aplicar boas práticas ambientais. Contudo,
existem, hoje, técnicas bem sedimentadas com esse intuito e ela acredita que os órgãos ambientais devem ser ainda mais
ainda há muitas tecnologias sendo desenvolvidas. exigentes com o setor produtivo, agindo como uma forte
Lúcio informa, também, que são muitas as ferramentas fiscalização. “Minas Gerais está um pouco atrasado em
e soluções aplicadas pelo setor produtivo para o controle e a fiscalização, uma vez que os órgãos ambientais têm que exigir
redução de emissões a partir de seu processo de produção. e acompanhar se o setor está em conformidade, e nisso o
“Porém, a indústria de ponta já vem trabalhando de forma Estado ainda tem que avançar”, observa Elisete.
limpa, prevenindo a geração de poluentes dos mais diversos No caso de São Paulo, Komatsu, da Cetesb, conta que
tipos”, observa o especialista. atualmente a situação está bem melhor do que no passado,
a concentração de poluentes está bem menor, e um dos
A indústria fatores é o número menor de indústrias instaladas na Região
Metropolitana de São Paulo, já que muitas se transferiram
Mesmo com o assunto explorado há muitas décadas, as ações para outros municípios e até para outros estados. “Porém,
realmente efetivas envolvendo a indústria e a problemática as que permaneceram se atualizaram em relação às suas
das emissões atmosféricas é recente – ainda assim é possível emissões atmosféricas por exigência do órgão ambiental,
avaliar os benefícios das medidas tomadas em prol da mas, especialmente, por comprometimento ambiental e
qualidade do ar busca pela eficiência energética”, explica.
Para a indústria, ainda segundo Komatsu, o marco nesse
Avaliando o comportamento do setor produtivo nesse tema foi o decreto estadual nº 52.469, de dezembro de 2007,
tema, a constatação a que se chega é de que a preocupação que se refere ao novo modelo de licenciamento ambiental de
com o controle e com a prevenção da poluição é assunto diário fontes industriais em áreas já saturadas por poluição atmosférica.
nos empreendimentos. Segundo Chan, da A&WMA Seção Antes do decreto, havia restrição à instalação de novos
Brasil, o percentual de participação da indústria nas emissões empreendimentos de qualquer porte em regiões saturadas,
atmosféricas numa região metropolitana é de apenas 10%. provocando um desestimulo para investimentos em novas
Todo o restante, ou seja 90%, vem de fontes móveis. “Em tecnologias ambientais e, principalmente, limitação à atividade
se tratando de emissões da indústria, sem dúvida um marco econômica. Já as emissões por origem veicular são bem mais
foi o decreto estadual de bacias aéreas nº 52.469/07, que representativas, mas em razão do Proconve – Programa de
trata da compensação em áreas saturadas. Vale ressaltar que a Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores e da
compensação varia de empresa para empresa”, afirma Chan. renovação da frota, reduziu-se bastante a quantidade de emissão
Para Elisete, da Feam, em uma breve análise da de poluentes. “Isso se deu pelas novas tecnologias nos veículos,
indústria nas últimas décadas, é possível afirmar que seu além da melhoria na qualidade dos combustíveis, ainda que com
comportamento melhorou muito. Hoje há pessoas nas a visível piora no trânsito na região metropolitana, a qualidade
grandes empresas muito conscientes da importância e dos do ar está melhor”, analisa Komatsu.
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Para Chan, A&WMA Seção Brasil, em se tratando de controle da poluição
do ar é necessário criar culturas globais para redução de emissões, desde
mudanças políticas até mudanças de comportamento. De acordo com ele,
inventariar as emissões é um primeiro passo para identificar as prioridades de
ação, e o monitoramento da qualidade do ar deve ser intensificado em regiões
metropolitanas e industriais. “Sempre que possível, antes de se instalar uma
indústria, deve-se avaliar a dispersão atmosférica da região. Além disso, a prevenção
da contaminação é melhor do que seu controle, e no caso de emissões atmosféricas,
a abordagem preventiva está intimamente relacionada com a eficiência energética,
a qual deve ser bem explorada na fase de projeto dos empreendimentos. Para
unidades existentes, a abordagem corretiva é aplicada através da instalação de
equipamentos de controle de poluição, soluções de fim de tubo”, ressalta Chan.
Ele ainda comenta algumas tendências mundiais nesse assunto. Segundo
ele, há hoje exigências locais mais rígidas do que as federais, como no Estado
da Califórnia, nos Estados Unidos. Outras tendências são: inventários regulares
e metas de redução global, monitoramento contínuo de fontes de grande
porte, rede de monitoramento mantida pelo Estado, novos investimentos com
restrições mais rígidas, dependendo da área, e mercado de “cotas de emissão”.

Decreto nº 99280, de 6 de junho de 1990: Promulga a


Convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio e o
Protocolo de Montreal

Soluções – São inúmeras as soluções disponíveis para o controle, a redução


e até mesmo a prevenção da emissão de poluentes atmosféricos. Os principais
equipamentos são: câmara de sedimentação, ciclone, filtros de manga,
precipitadores eletrostáticos, lavador de gases, torre de lavagem de gases, filtro
de carvão ativo e pós-queimador.
No entanto, apesar da diversidade, os especialistas concordam que a forma
mais racional de reduzir emissões atmosféricas é através da melhoria energética,
em fontes fixas e móveis. A equação é simples: se eu consumo menos, o que vou
emitir também será menor. Para isso, segundo eles, é fundamental a contribuição
dos centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, formando parcerias
com governo e indústria. “Todavia, para a viabilização desses convênios são
necessários mecanismos de incentivos fiscais e diferenciação no tratamento
de impostos”, comenta Chan. Para ele, as maiores tendências nesse tema são:
melhoria em eficiência energética, fontes alternativas de energia e aumento do
uso de gás natural, ou, ainda, a sinergia entre esses três fatores, trabalhando em
busca da sinergia dos recursos naturais.
Chan elenca as premissas básicas para uma boa gestão de emissões em um
empreendimento. São elas:
- Elaboração de Inventário de Emissões;
- Base consistente de dados, projeto e processo;
- Inclusão de fontes existentes e novas;
- Conhecimento das emissões atuais, de preferência através de amostragens
de chaminés;

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Emissões Atmosféricas

Figura 4: O3 – Evolução da distribuição percentual da


qualidade do ar – RMSP

Fonte: Cetesb

- Aplicação de protocolos de cálculo e fatores de do Laboratório de Energia Térmica, Motores, Combustíveis e


emissão; Emissões do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas
- Conhecimento detalhado do termo de referência do IPT, naquele departamento, o trabalho do Instituto está
emitido pelo órgão ambiental que orienta o que deve estar voltado para o diagnóstico e recomendações de soluções para
contido no estudo, que pode ser um EIA-RIMA ou não; a indústria para a redução de emissões de poluentes e fontes
- Conhecimento da legislação aplicável; estacionárias. “A indústria procura o IPT para solucionar o
- Conhecimento das melhores práticas e tecnologias de problema de emissões ou para otimizar seus processos. Os
controle, seus custos e seus impactos, de forma a buscar bons estudos são feitos no próprio laboratório do IPT ou na própria
equipamentos no mercado. empresa, para isso o Instituto dispõe de uma unidade móvel,
e nos últimos anos está indo cada vez mais in loco”, comenta
Resolução Conama nº 316/2002: Dispõe sobre Vergnhanini Filho.
procedimentos e critérios para o funcionamento Ele conta que, geralmente, só alterando o processo de
de sistemas de tratamento térmico de resíduos combustão dos equipamentos já se obtém melhoria na emissão,
e que a primeira coisa a ser feita é alterar as condições de
operação do equipamento – essa é a principal recomendação,
Inventário de emissões: Trata-se de um relatório e que leva a menos custos. Segundo Vergnhanini Filho, há
contemplando os aspectos técnicos das emissões de um três fatores que interferem na emissão de poluentes: o tipo de
empreendimento, parque industrial ou localidade, cujos dados combustível utilizado, o equipamento responsável pela queima
subsidiam a tomada de decisões do empreendedor ou do Poder desse combustível e a forma que se opera esse equipamento.
Público. “Ao realizar o inventário de emissões atmosféricas “Hoje, o que está presente na emissão industrial é material
é possível compreender melhor o comportamento do seu particulado, NOx, SOx e CO, os quais podem ser controlados
empreendimento”, afirma Lúcio, da Interação ambiental. em equipamentos de combustão, e são todos controlados pela
Deve conter: legislação. Também é importante lembrar que quanto maior
- Caracterização da área; for o rendimento do meu processo de queima de combustível,
- Levantamento das fontes emissoras; menos poluentes irei emitir”, acrescenta Vergnhanini Filho.
- Qualificação e quantificação das emissões
- Conclusões, inclusive relacionadas à legislação, quando Estudo de caso – Holcim
aplicável.
No Brasil, muitas das soluções surgem a partir do trabalho Para controlar e reduzir as emissões atmosféricas, a
do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, cuja sede está na Holcim realiza várias ações em suas três unidades fabris:
cidade de São Paulo, mas o trabalho é realizado em todo o país. Pedro Leopoldo e Barroso, em Minas Gerais, e Cantagalo,
De acordo com Renato Vergnhanini Filho, engenheiro químico no Rio de Janeiro. Valéria Soares A. Pereira, gerente de Meio
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o consumo dos recursos naturais não-renováveis. No Brasil,
Foto: Feam

até 2008 a empresa reduziu em 20,5% as emissões específicas


de CO2, se comparadas ao ano base, 1990”, ressalta Valéria.
Uma das soluções, em se tratando de emissões
atmosféricas, é o coprocessamento, técnica adotada pela
Holcim. “A disposição inadequada de resíduos sólidos gera
emissões, como no caso dos aterros e incineradores, que são
formas de disposição menos sustentáveis, comparadas às
demais. Uma opção é o coprocessamento, já que aproveita a
energia e os resíduos”, destaca Edmundo Ramos, gerente da
Resotec, braço da Holcim responsável pelo coprocessamento.
Ele explica que o que é emitido não é nocivo, e esse processo
é um dos mais adequados para a destruição de resíduos,
Elisete, da Feam: “Um problema sério nos centros urbanos é a grande
concentração de ozônio, gerada pela frota de veículos e refinarias de petróleo”
pela alta temperatura, podendo chegar até dois mil graus,
e pelo tempo de residência – os sólidos permanecem por
Ambiente, conta que há a instalação de filtros de mangas 30 minutos, já os resíduos gasosos ficam de quatro a seis
em diversos pontos potenciais de emissão de pó, como segundo, muito acima do que é exigido pela regulamentação:
transferências de correias transportadoras, topos de silos e acima de dois segundos.
pontos de descarregamento de caminhões. Além dos filtros
de mangas e eletrostáticos instalados nas chaminés dos Resolução Conama nº 382/2006: Estabelece os
fornos, moinhos e ensacadeiras. limites máximos para emissão de
Ela explica que a empresa também faz o monitoramento poluentes em fontes fixas
contínuo de material particulado, garantindo o controle da
emissão de pó nas atividades industriais. A Holcim possui Mesmo assim, Ramos lembra que o coprocessamento não
equipamentos de alta tecnologia para monitoramento é capaz de eliminar totalmente as emissões, pois vapor d’água,
contínuo de gases como SO2 e NOx, compostos orgânicos CO2 e outros gases, controlados por lei, são emitidos, mas em
e HCl instalados nas chaminés dos fornos de clínquer, um nível permitido. Ainda assim, em se tratando de GEE, ele
matéria-prima do cimento. “Esses equipamentos permitem conta que as emissões são inferiores em relação ao que é emitido
um controle sistemático, com ações imediatas para garantir em aterros e incineradores. “Desde 1999, quando a Holcim
o atendimento aos padrões estabelecidos pela legislação iniciou o trabalho com coprocessamento mo Brasil, até hoje,
ambiental”, acrescenta a gerente. 200 mil toneladas de resíduos são coprocessadas todos os anos
Além do efetivo controle operacional, ela lembra que e o ganho em produção foi de substituição de 10 a 15% na
a empresa investe continuamente na modernização dos utilização de combustíveis tradicionais”, lembra Ramos.
equipamentos de controle ambiental, de forma a contribuir
para a melhoria continua da qualidade do ar. “Como exemplo, Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo
podemos citar a substituição de filtros eletrostáticos por – No mês de julho de 2009, a Cetesb apresentou os dados
filtros de mangas em pontos de significativa emissão de pó, de qualidade do ar, em forma de relatório, no Estado de São
como resfriadores, fornos e moinhos”, exemplifica Valéria. Paulo durante o ano de 2008. De acordo com o documento,
Ela também conta que a empresa realiza o inventário comparando-se especificamente o ano de 2007 com 2008,
de emissões de GEE – Gases de Efeito Estufa e assumiu, houve na Região Metropolitana de São Paulo uma ligeira
junto ao WBCSD – Word Business Council for Sustainable diminuição das concentrações de monóxido de carbono e
Development, metas de redução de CO2. “Algumas ações, partículas inaláveis, apesar de o inverno do ano passado ter
como a otimização do processo de fabricação do clínquer, sido bastante desfavorável para a dispersão dos poluentes,
para maior eficiência energética, o coprocessamento de com pouca chuva e baixa ventilação. Esses poluentes são
combustíveis alternativos, a utilização de biomassa como emitidos, principalmente, pela frota de aproximadamente
combustível e a utilização de escória, possibilitam a busca 9,2 milhões de veículos.
continua para redução da emissão de GEE, além de reduzirem A companhia afirma em seu estudo que, no ano de 2008,

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Emissões Atmosféricas
o Governo do Estado de São Paulo investiu R$ 7 milhões Paulo, embora esse número tenha sido menor em 2008.
na modernização da rede de monitoramento da qualidade Foram 49 dias acima do padrão de qualidade, contra 72
do ar e instalou 11 novas estações de medição no Estado, registrados em 2007.
que conta atualmente com 42 estações automáticas em 27 No entanto, os técnicos da Cetesb não observam uma
municípios. “Com a expansão da rede de monitoramento, tendência definida ao longo do tempo para esse poluente. Nos
a agência passou a ter um maior controle dos poluentes meses de janeiro a março e de setembro a dezembro, quando
emitidos pelos veículos e indústrias, e mais informações frequentemente se observam concentrações mais elevadas
meteorológicas para avaliar as condições de dispersão dos de ozônio, houve em 2008 muitos dias de precipitação
mesmos”, esclarece Komatsu, da Cetesb. pluviométrica, ou seja, dias de chuva, o que tornou as condições
Os dados gerais mostram que, na Região Metropolitana, atmosféricas menos propícias à formação desse poluente.
as concentrações de dióxido de enxofre, monóxido de Segundo os técnicos, a RMSP apresenta um alto
carbono e partículas inaláveis são menores do que o potencial de formação de ozônio, devido à grande emissão dos
observado no final de década de 90, em função dos diversos compostos precursores, principalmente de origem veicular,
programas de controle adotados. No caso dos dois últimos que, sob a ação da luz solar, geram o poluente na atmosfera. As
parâmetros, houve interrupção da tendência de queda que concentrações dos poluentes atmosféricos refletem as variações
vinha sendo verificada, e as concentrações têm se mantido na matriz de suas emissões, tais como modificações na frota
relativamente estáveis nos últimos anos, embora ainda se de veículos, alteração no tráfego, mudanças de combustível,
observe algumas ultrapassagens do padrão de qualidade do alterações no parque industrial e implantação de tecnologias
ar para esses poluentes. mais limpas, além das condições meteorológicas observadas
O ozônio continua sendo o poluente que mais ultrapassa ano a ano. Para conferir o relatório na íntegra, acesse o link:
o padrão de qualidade do ar, principalmente na Grande São http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar/publicacoes.asp

Especialistas debateram
questões envolvendo emissões atmosféricas da indústria
No dia 29 de julho de 2009, a revista conceitual, Lúcio focou sua apresentação da A&WMA Seção Brasil, teve como principal
Meio Ambiente Industrial, em parceria com em fontes fixas e inventários de emissões, objetivo apresentar uma visão panorâmica dos
a Interação Ambiental, e sob a organização poluentes, legislação e amostragem de fontes aspectos relacionados ao controle da poluição
da Ambientepress, promoveu o encontro fixas. O palestrante explicou que existe poluição do ar no licenciamento ambiental de indústrias.
técnico “Emissões Atmosféricas”. O evento foi do ar quando a presença de uma substância, Para Chan, é necessário criar culturas globais
realizado na sede do CRQ – Conselho Regional para redução de emissões. Desde mudanças
Fotos: RMAI

de Química, em São Paulo, e contou com a políticas até mudanças de comportamento.


presença de aproximadamente 50 pessoas, A segunda metade do evento iniciou-se
vindas dos mais variados ramos de empresas com a palestra “As questões relacionadas à
do país, interessadas em mais informações poluição atmosférica no Brasil”, por Sérgio
sobre o tema. Machado, professor adjunto da UERJ. De
O encontro foi dividido em quatro painéis acordo com Machado, essa era uma área
que contemplaram as principais questões Os especialistas convidados ministraram palestras em quatro pouco explorada até início dos anos 90, e
painéis que contemplaram conceito, legislação, gerenciamento
em se tratando de emissões atmosféricas, acreditava-se que a atmosfera era grande o
de emissões, tecnologias e estudos de caso
como, por exemplo: conceito, legislação, suficiente para dissipar todos os poluentes. “É
gerenciamento de emissões, tecnologias ou a variação importante na proporção de seus possível evitar solo contaminado, é possível
disponíveis, estudos de caso, no geral. constituintes, é suscetível de provocar efeitos evitar água contaminada, porém é muito difícil
Luiz Henrique de Souza Lúcio, diretor da prejudiciais ou doenças, tendo em conta o estado evitar ar contaminado”, explicou Machado.
Interação Ambiental, abriu o evento com a dos conhecimentos científicos. A palestra de encerramento foi ministrada
palestra “Sistemas de Gestão como ferramenta Já a palestra “O controle da poluição do por Giovana Rubim Gomes, da Corplab, com
para o gerenciamento das emissões atmosféricas ar no licenciamento ambiental de indústrias”, o tema “Amostragem – Medições da Qualidade
no setor industrial”. Com uma abordagem sob o comando de Wai Nan Chan, presidente do Ar”.

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