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Ondjiva - Mais de três mil angolanos refugiados na Namíbia por causa

da seca e fome na região sul do país serão alojados na povoação de


Calueque, província do Cunene.
Localizado a 196 quilómetros da cidade de Ondjiva, o Calueque situa-se na comuna de Naulila,
município Ombadja, e é considerado estratégico devido ao seu potencial hídrico e eléctrico,
sustentado pelas barragens do Calueque e do Ruacaná, bem como a proximidade com a Namíbia.
Uma comissão multissectorial governamental deslocou-se, esta quarta-feira, ao Calueque, para criar
as condições de alojamento.
O governador em exercício do Cunene, Faustino Cortez, disse que o governo reservou uma área de
24 hectares, na zona divisória entre os municípios do Curoca e Ombadja, onde serão preparados 110
lotes para mil 200 pessoas, podendo-se aumentar em função do número de regressados.
Para além do realojamento, disse, foi criada uma área para o cultivo, onde as comunidades estarão
inseridas na actividade agrícola de irrigação, acrescentando que será instalado no local um hospital
de campanha com capacidade para 200 camas, numa área de quatro hectares.
Em consequência da fome, motivada pela seca, as autoridades namibianas enfrentam um fluxo
migratório de mais de sete mil angolanos idos das províncias do Namibe, Cunene e da Huíla à
procura de trabalho em campos agrícolas, pastorícias ou como empregados domésticos.
As regiões com maior concentração de angolanos são Owanguena e Omussati, Norte da Namíbia,
com três mil 100 pessoas, seguindo-se as zonas de irrigação de de Etunda e Oshifo.
A seca cíclica no Cunene afecta actualmente 552 mil 638 pessoas, sobretudo nos municípios do
Curoca, do Cuanhama, da Cahama e de Ombadja.
https://www.angop.ao/noticias/sociedade/angolanos-refugiados-na-namibia-serao-reassentados-em-
calueque/

• CUNENEQuarta, 08 Dezembro De 2021   21h18

Jose Cachiva

Regiões

Cunene tem projectos para combater a seca


O Ministério da Energia e Águas, através do Instituto Nacional dos Recursos Hídricos (INRH), está
a trabalhar na elaboração de três projectos, com destaque para dois de barragens, com vista a
combater a seca que afecta a Região Sul do país, sobretudo a província do Cunene.
22/03/2019  Última atualização 07H59
DR © Fotografia por: Falta de água em comunidades da província do Cunene causa vários
transtornos à população
Os projectos de combate à seca poderão estender-se também às províncias do Namibe e do Cuanza-
Sul (localidade de Porto Amboim), mas a prioridade recai para o Cunene, região onde a situação é
mais crítica, segundo o director-geral do INRH, Manuel Quintino, entrevistado quarta-feira, pela
Angop, a propósito do Dia Mundial da Água, que hoje se assinala.
Os projectos no Cunene, acrescentou, vão contemplar a construção de duas barragens
hidroagrícolas, sendo a primeira na zona do Ndue e a segunda na localidade de Calucue, para
reservar água para a população, o gado e a agricultura. Segundo Manuel Quintino, os estudos de
viabilidade técnica ambiental dos projectos começaram em meados de 2015 e terminaram em
Dezembro de 2018. Dada a envergadura dos empreendimentos a construir, o pe-ríodo mínimo de
execução será de 40 meses para a sua conclusão, acrescentou.
Em Janeiro último, uma equipa técnica, acompanhada por empresas internacionais, visitou os
locais, no Cunene e na província do Namibe, para implementar certas soluções de combate à seca e,
também, no Cuanza-Sul, na região do Porto Amboim.
Além das barragens, há um outro projecto de retirada de água do rio Cunene, na secção de Cafu,
para o abastecimento à zona das Oshanas, fundamentalmente para as localidades de Namacun-de e
Cumato.
Manuel Quintino disse tratar-se de soluções técnicas de engenharia que passarão pela transferência
de caudais, com a retirada de água em zonas com alguma abundância para zonas com grandes
défices.
Segundo o responsável do INRH, a solução do problema da seca no Cunene e noutras regiões do
país passa por construir barragens, acumular água e fazer a recarga do lençol freático, para que, na
eventualidade de surgirem problemas de seca, se recorra ao lençol freático e retirar a água
subterrânea para suprir as necessidades.
Apesar de o país dispor de 47 bacias hidrográficas principais e 30 secundárias, Manuel Quintino
explicou que falar de abundância de água no país é relativo, por haver muita água na Região Norte
do país onde chove bastante, mas grande escassez na parte Sul.
O grande problema, segundo o director do INRH, não reside na falta de água, mas na falta de
investimentos para captação, tratamento e distribuição nos grandes centros habitacionais, para que
as populações tenham acesso à água, para suas necessidades e para os centros industriais.
Manuel Quintino entende ser necessário aumentar os investimentos no sub-sector das águas, para
que as indústrias consigam ter água a custos baixos e laborar de forma normal, sem percalços, em
termos de abastecimento de água.

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