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A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR é a violência, explícita ou velada

(obscura, encoberta, palavra que vem do Latim "velare", que significava “cobrir
com um véu”), praticada dentro de casa, usualmente entre parentes (marido e
mulher). Inclui diversas práticas, como a violência e o abuso sexual contra as
crianças, violência contra a mulher, maus-tratos contra idosos, e a violência
sexual contra o parceiro.

TIPOS DE VIOLÊNCIA - Pode ser dividida em: Violência física — quando


envolve agressão direta, contra pessoas queridas do agredido ou destruição de
objetos e pertences do mesmo; Violência psicológica — quando envolve
agressão verbal, ameaças, gestos e posturas agressivas; Violência sócio-
econômica, quando envolve o controle da vida social da vítima ou de seus
recursos econômicos. Também alguns consideram como violência domésticao
abandono e a negligência de crianças, parceiros ou idosos. Estatisticamente
a violência contra a mulher é muito maior do que a contra o homem. Em geral
os homens que batem nas mulheres o fazem entre quatro paredes, para que
não sejam vistos por parentes, amigos, familiares e colegas do trabalho. Outro
fato interessante é que a maioria dos casos de violência doméstica, registrados
nas Unidades Policiais são de mulheres de classes financeiras mais baixas. A
classe média e a alta também tem casos, mas as mulheres denunciam menos
por vergonha e medo de se exporem e a sua família. A violência praticada
contra o homem, embora incomum, existe. Pode ter como agente tanto a
própria mulher quanto parentes ou amigos, convencidos a espancar ou
humilhar o companheiro.

VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA - A família como base do


desenvolvimento humano deve ser o ponto de partida para uma criança
receber orientação e amor. No entanto, diversas famílias proporcionam esse
desenvolvimento moldado por agressões gratuitas ou ainda violência
justificada supostamente pelo amor. A perpetuação da violência assegura e
reforça as relações de poder historicamente desiguais e injustas entre os
membros da família. Reproduz, dessa maneira, uma atitude doente, de geração
em geração, que se repete e se agrava através dos tempos.Pessoas que
sofreram violência na infância, quando crescem, reproduzem essa
atitude, tornando-se adultos violentos. A violência não é hereditária,
mas sim aprendida.

AUTORIDADE DOS PAIS - É importante ressaltar que a autoridade dos


pais na família deve ser fundamentada no respeito e não nas relações de
poder exercidas pelos mais fortes sobre os mais fracos. Os pais fazem uso
da necessidade que os filhos têm de seus cuidados e, com esse
poder,manipulam a relação. O pátrio poder em relação à criança cria uma
dependência ainda mais cruel ao passo que o filho fica à espera de amor, mas
os pais em vez de conceder, resolvem retirar esse sentimento, ou ainda
transformá-lo em algo bem perverso. Os pais são capazes de criar uma
confusão imensa nos filhos quando o maltratam e dizem que fazem em nome
do amor.

FORÇA E PODER - Lamentavelmente, o que se ouve com grande


freqüência é: ‘um tapinha não faz mal a ninguém’. Tal expressão não se
justifica, já que toda ação que causa dor física numa criança, varia desde um
simples tapa, um beliscão até o espancamento fatal. Embora um beliscão, um
tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os três tipos
de atitude é exatamente o mesmo: Utilizar a força e o poder. Muitos pais
dizem crer que uma ‘simples palmadinha’ não é violência e que pode ser um
recurso eficiente. No entanto, bater não passa de uma atitude equivocada de
descarregar a tensão e a raiva em alguém próximo e que não pode se
defender.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - A Lei Federal Nº 11.340, de


07/08/2006 cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra
a mur, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal que diz que o
Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações. A Lei entrou em vigor no dia 22/09/2006 e altera o Código Penal
Brasileiro e possibilita que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou
familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada,
estes agressores também não poderão mais ser punidos com penas
alternativas, sendo que a legislação também aumenta o tempo máximo de
detenção previsto de um para três anos. A nova lei ainda prevê medidas que
vão desde a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação
da mulher agredida e filhos. A Lei é conhecida como Lei Maria da
Penha. O nome da lei é uma homenagem a Maria da Penha Maia, (foto na
cadeira de rodas), do Estado do Ceará, que foi agredida pelo marido durante
seis anos. Clique no botão PLAY da imagem à direita e assista ao Vídeo com a
música em homenagem a Lei Maria da Penha.
O texto da referida lei, define as formas de violência vividas por
mulheres no cotidiano: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Antes da Lei Maria da Penha, os casos de violência contra a mulher eram
tratados pelo Código Penal e as penas dos crimes iam até dois anos de prisão
(como lesão corporal leve e ameaça) e podiam ser levados aos Juizados
Especiais Criminais, que podia trocar a prisão do agressor por penas
alternativas. Muitas vezes, com medo de represália, a própria vítima retirava a
queixa na delegacia, antes mesmo do caso sequer chegar ao juizado. Com a
nova legislação mesmo que a vítima queira desistir, só poderá fazê-lo em
audiência, na presença do juiz. A Violência contra a mulher é ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico, dano moral ou patrimonial.

TIPOS DE CRIMES E PENALIDADES - Os Crimes mais comuns da


Violência Doméstica Familiar são: Lesão Corporal, Ameaça, Homicídio e
Tentativa de Homicídio, entre outros crimes. Segundo algumas
estatísticas, a violência repentina do parceiro, marido, namorado ou pai, é a
primeira causa da morte e invalidez permanente para as mulheres entre 16 e
44 anos, mais que o câncer, acidentes de trânsito e a guerra.

AÇÃO E REAÇÃO - Nos últimos anos, a sociedade brasileira entrou no


grupo das sociedades mais violentas do mundo. A questão que precisamos
descobrir é porque esses índices aumentaram tanto nos últimos anos. Já é
tempo da sociedade brasileira se conscientizar de que, violência não é ação.
Violência é, na verdade, reação. O ser humano não comete violência sem
motivo. É verdade que algumas vezes as violências recaem sob pessoas
erradas, (pessoas inocentes que não cometeram as ações que estimularam a
violência).

CAUSAS DA VIOLÊNCIA - As principais causas da violência são: O


desrespeito -- A prepotência -- Crises de raiva causadas por fracassos e
frustrações -- Crises mentais (loucura conseqüente de anomalias patológicas
que, em geral, são casos raros). Outro problema atrelado à violência familiar é
a bebida alcoólica, que está presente em 95% dos casos. Exceto nos casos de
loucura e alcoolismo, a violência pode ser interpretada como uma tentativa de
corrigir o que o diálogo não foi capaz de resolver. A violência funciona como um
último recurso que tenta restabelecer o que é justo segundo a ótica do
agressor. Em geral, a violência tem uma motivação corretiva que tenta
consertar o que o diálogo não foi capaz de solucionar. Portanto, sempre que
houver violência é porque, alguma coisa, já estava errada. É essa “coisa
errada” a real causa que precisa ser corrigida para diminuirmos os
tipos de violências.

AÇÕES ERRADAS - No Brasil, a principal “ação errada”, que antecede a


violência é o desrespeito, que é conseqüente das injustiças e afrontamentos,
sejam sociais, sejam econômicos, sejam de relacionamentos conjugais, etc.
Quando um cidadão agride o outro, ou mata o outro, normalmente o faz em
função de alguma situação que considerou desrespeitosa, mesmo que a
questão inicial tenha sido banal como um simples pisão no pé ou uma dívida
de centavos. Em geral, a raiva que enlouquece a ponto de gerar a
violência é conseqüência do nível de desrespeito envolvido na
respectiva questão. Portanto, até mesmo um palavrão pode se transformar
em desrespeito e produzir violência. Logo, a exploração, o calote, a
prepotência, a traição, a infidelidade, a mentira etc., são atitudes de
desrespeito e se não forem muito bem explicadas, e justificadas (com
pedidos de desculpas e de arrependimento), certamente que ao seu tempo
resultarão em violências. É de desrespeito em desrespeito que as pessoas
acumulam tensões nervosas que, mais tarde, explodem sob a forma de
violência.

TIPOS DE DESRESPEITOS - Sabendo-se que o desrespeito é o principal


causador de violência, podemos então combater a violência diminuindo os
diferentes tipos de desrespeito: Seja o desrespeito econômico,
o desrespeito social, o desrespeito conjugal, o desrespeito familiar e
o desrespeito entre as pessoas (a “má educação”). Em termos pessoais, a
melhor maneira de prevenir a violência é agir com o máximo de respeito diante
de toda e qualquer situação.

DESTRUIÇÃO DOS VALORES MORAIS - A vulgaridade vem destruindo


valores morais e tornando as pessoas irresponsáveis, imprudentes,
desrespeitadoras e inconseqüentes. A irreverência e o excesso de
liberdades (libertinagens, estimuladas principalmente pela TV), também
produzem desrespeito. E, o desrespeito, produz desejos de vingança que
se transformam em violência. No âmbito Familiar a boa educação se faz
com corretos deveres e não com direitos insensatos. É preciso educar nossos
adolescentes com mais realismo e seriedade para mantê-los longe de
problemas, fracassos, marginalidade e violência. Se diminuirmos os ilusórios
direitos (fenômeno da banalização ou vulgarização dos direitos fundamentais,
causadores de rebeldias, prepotências e desrespeitos) e reforçarmos os
deveres, o país não precisará colocar armas de guerra nas mãos da polícia.

AMAR O PRÓXIMO - O mau uso da palavra, amar, pela nossa Sociedade


e pela nossa Mídia, que insiste em relacioná-la tão freqüentemente ao namoro
e ao sexo, acaba nos confundindo. No entanto, mesmo antes da era
cristã, amar era se relacionar com total igualdade de consideração,
sem superioridade ou inferioridade e com tolerância às normais falhas
e diferenças dos seres humanos. Amar o próximo (na sua definição mais
simples) é não lhe fazer coisas que nós não gostamos que sejam feitas
conosco. O que nós não gostamos de receber, o nosso semelhante também
não deve gostar. Se respeitarmos essa regra, nos tornaremos
cooperadores um do outro ao invés de destruidores, um do outro, como tem
acontecido tão freqüentemente na nossa sociedade.

AMOR FRATERNAL - Precisamos entender melhor o que é amor fraternal


para colhermos uma boa convivência pessoal, familiar e social. E, para
entendermos bem o que é Amor Fraternal, torna-se importante que
tenhamos sempre presente que Jesus nos ama e Deus é amor. O amor de
Deus é incondicional, não depende de uma resposta positiva: "Eu amo-te,
se, tu me amares também". O amor de Deus diz: "Eu amo-te, mesmo que
tu me rejeites que fales mal de mim, que me persigas".A Bíblia descreve
o Amor em 1 Coríntios 13:4-7: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é
invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta
inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não
suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Clerio José Borges é Escritor e Historiador.


Autor do Livro História da Serra. Web Site na Internet:
www.clerioborges.com.br
Componentes da Pastoral Familiar, da Paróquia São José Operário de Carapina, que estiveram presentes na Palestra realizada no dia
15/03/2007, na Comunidade (Igreja) Santa Maria Gorete, de Manoel Plazza, Carapina, Serra, ES.

Componentes da Pastoral Familiar, da Paróquia São José Operário de Carapina, que estiveram presentes na Palestra realizada no dia
15/03/2007, na Comunidade (Igreja) Santa Maria Gorete, de Manoel Plazza, Carapina, Serra, ES.

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