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27/07/2021 A Intervenção do Estado na Propriedade Privada para a SEFAZ ES

Escrito por Kassio Henrique Sobral Rocha


Postado em 04/07/2021 às 18:53 0 comentários
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A Intervenção do Estado na Propriedade Privada


para a SEFAZ ES
Confira neste artigo um resumo das principais formas de Intervenção do Estado na
Propriedade Privada para o concurso da SEFAZ-ES.

Intervenção do Estado na Propriedade Privada

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?

Você irá fazer a prova de Auditor Fiscal da SEFAZ ES (Secretaria de Estado da Fazenda do Espírito
Santo)? Como anda a sua preparação? Espero que ela esteja a todo vapor, pois a concorrência não descansa.

Tendo como banca organizadora a FGV, este certame está oferecendo 150 vagas para este cargo, com
remuneração inicial de R$ 12.492,19. Nada mal, não é mesmo?

Uma das disciplinas para esta prova da SEFAZ-ES é o Direito Administrativo, e o nosso artigo de hoje é
sobre um tópico muito importante deste conteúdo, a Intervenção do Estado na Propriedade Privada.

Assim, iremos dividir a nossa análise nos seguintes tópicos:

Conceitos Iniciais;
Desapropriação;
Servidão;
Requisição Administrativa;
Ocupação Temporária;

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27/07/2021 A Intervenção do Estado na Propriedade Privada para a SEFAZ ES

Limitações Administrativas;
Tombamento.

Conceitos Iniciais
A intervenção do estado na propriedade privada são mecanismos utilizados pelo poder público para
intervir na propriedade privada alheia.

O proprietário, segundo o Código Civil, é aquele que pode exercer o direito de usar, gozar e dispor da
coisa, bem como de reavê-la, caso alguém detenha injustamente a coisa.

Entretanto, a propriedade não é direito absoluto, desse modo, é possível que o poder público intervenha
nela, por meio do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, com o intuito de assegurar
que a propriedade atenda a determinado interesse/função social.

A Constituição Brasileira traz algumas disposições sobre as razões de se realizar a intervenção na


propriedade privada, como podemos ver abaixo:

“Art. 5º

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social”.

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou


por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade


particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.”

Há dois tipos de intervenção do estado na propriedade privada, sendo elas:

Intervenção Restritiva: neste caso, o Estado não retira a propriedade do seu dono, impondo apenas
algumas restrições e condições para o seu uso. Aqui podemos encontrar cinco tipos, sendo a servidão,
a requisição administrativa, a ocupação temporária, as limitações administrativas e o tombamento.

Intervenção Supressiva: aqui o Estado transfere a propriedade privada para si, retirando-a do seu


dono. Este é o caso da famosa desapropriação, sendo ela o nosso primeiro objeto de estudo.

Desapropriação
A desapropriação é o procedimento realizado pelo poder público através da transferência para si de
propriedade de terceiro, por motivos de necessidade pública, de utilidade pública ou de interesse social,
geralmente mediante o pagamento justo e prévio de indenização.

PARA FIXAR: Em regra, a indenização ao terceiro que perdeu sua propriedade será prévia, em dinheiro,
e não após a realização da desapropriação. Guarde esta informação pois ela é constantemente objeto de
questões em provas.

A desapropriação por utilidade pública está disciplinada na lei 3.365/41 e ocorre quando há o intuito de


trazer mais comodidade à sociedade em geral, à coletividade, sem caráter de urgência, sendo realizada em
momentos oportunos e de conveniência.

Um exemplo é quando há a desapropriação de terrenos rurais para a construção de uma estrada, de modo a
atender às necessidades coletivas, sempre por meio de indenização prévia e justa em dinheiro.

A desapropriação por necessidade pública é realizada quando há situações de emergência, sendo ela


também tratada pela lei 3.365/41, uma vez que a doutrina não realiza uma diferenciação entre ela e a

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desapropriação por utilidade pública. Um exemplo é quando há risco iminente à sociedade, como em
casos de calamidades públicas, de segurança nacional, para defesas do Estado, entre outras.

Por fim, a desapropriação por interesse social ocorre quando há o desvio da função social da


propriedade pelo particular, de modo que o Estado entende que o poder público dará uma melhor destinação
à propriedade, de acordo com o interesse coletivo e social.

Um exemplo são as desapropriações realizadas em grandes terrenos que não estão sendo utilizados, de modo
a construir casas populares para a população que necessita de uma moradia. Outro exemplo é a reforma
agrária, em que há a desapropriação de grandes propriedades rurais que estão paradas, sem cumprir a sua
função social, para serem usadas por pessoas necessitadas que possuem o intuito de produzir.

Perceba que geralmente o tipo de desapropriação acima é realizada de maneira a penalizar o proprietário
particular, uma vez que ele não preencheu a propriedade com a sua devida função social. Deste modo, a
indenização não será em dinheiro, mas em títulos da dívida pública ou agrária.

Servidão
Agora iniciaremos o estudo da desapropriação restritiva, a qual não há a perda da propriedade pelo terceiro,
mas apenas condições e restrições para a sua utilização.

A servidão é um tipo de desapropriação que consiste no direito de a administração pública utilizar um imóvel
privado, sem desapropriá-lo, para viabilizar a execução de obras e serviços de interesse coletivo, de modo
que o bem passe a servir ao interesse público, e não apenas mais ao seu proprietário.

Um exemplo clássico é a utilização de uma pequena parte de um terreno privado para instalar passagens de
fios de energia elétrica para a sua distribuição à população local. Outro exemplo é a instalação de placas
com nome de ruas na propriedade, como em muros e fachadas.

Ela possui um caráter de perpetuidade, não havendo um limite temporal para que ela seja finalizada. Ela
subsistirá enquanto perdurar a necessidade pública.

Neste caso, não há indenização, visto que há apenas o uso por parte do poder público, mas caso haja danos
comprovados em decorrência da servidão ao proprietário, o Estado deverá indenizá-lo.

Requisição Administrativa
A requisição acontece quando o poder público utiliza bens ou serviços privados, de maneira provisória, em
decorrência de perigo público iminente.

Um exemplo é quando há a utilização de um terreno particular para construir uma base médica


temporária em decorrência de alguma situação de calamidade, como o rompimento da barragem de
Brumadinho, ou, nesta mesma situação, solicitar aviões e veículos particulares para realizar o transporte de
pessoas que possam ter sofrido ferimentos.

A indenização ocorrerá apenas se houver danos ao particular durante o período da requisição, sendo ela


paga posteriormente.

Ocupação Temporária
A ocupação temporária ocorrerá quando o poder público utilizar bens imóveis particulares, transitoriamente,
como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos.

Um exemplo atual é a utilização de estacionamentos de shoppings privados para a realização da vacinação


contra a COVID-19. Outro caso é quando há a realização de obras públicas, sendo necessário ocupar
temporariamente terrenos particulares para a colocação de maquinário e equipamentos.

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Novamente, apenas haverá indenização em carros de danos à propriedade do particular. Caso contrário, não
haverá nenhuma contrapartida financeira.

Limitações Administrativas
Aqui há imposição ao particular em fazer ou em não fazer algo, em decorrência do poder de polícia da
administração pública, de modo a conciliar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar de toda a
coletividade, sob alguns aspectos, como a segurança, estética, entre outros.

Diferentemente das demais intervenções, esta não é direcionada a pessoas específicas, mas sim de
maneira geral, a proprietários indeterminados. Além disso, ela também possui o caráter de gratuidade,
não havendo, em regra, nenhum tipo de indenização aos proprietários. Vamos a alguns exemplos?

A limitação administrativa ocorre quando os proprietários de imóveis não edificados são obrigados a realizar
a limpeza dos seus terrenos, ou quando há a imposição de construir calçadas nos seus imóveis urbanos.
Outra limitação seria a restrição de altura de algum edifício, proibindo os proprietários de construir prédios
acima de determinada altura.

Tombamento
Finalizando os modelos de intervenção do estado na propriedade privada, temos a figura do tombamento.

Ela é realizada quando há o interesse público em proteger os bens com valor histórico, cultural, artístico,
paisagístico, entre outros.

Quando há o tombamento de um bem, são impostas diversas restrições em relação a ele, evitando que ele
seja modificado e explorado de maneira livre pelos proprietários, com o intuito de preservá-los.

Um exemplo é o tombamento de um edifício histórico, o qual passará a ser preservado para que ele não
perca as suas características históricas originais.

Abaixo podemos ver um resumo de cada umas das formas de intervenção estudadas:

Desapropriação Servidão Requisição Ocupação Temporária


Administrativa
Particular perde a Particular NÃO perde Particular NÃO perde Particular NÃO perde a
propriedade a propriedade a propriedade propriedade
Por necessidade Restrições para
Restrições em Restrições em decorrência
pública, utilidade viabilizar obras e
decorrência de perigo apoio à obras e serviços
pública ou por serviços de interesse
público iminente públicos
interesse social coletivo
Ex.: utilizar terreno para
Ex.: passagem de Ex.: construir base
Ex.: desapropriação guardar equipamentos e
fiação em médica em terreno
para reforma agrária maquinários de uma obra
propriedade particular em caso de tragédias
específica
Resumo das formas de Intervenção do Estado na Propriedade Privada

Finalizando
Pessoal, chegamos ao fim do nosso artigo sobre a Intervenção do Estado na Propriedade Privada para o
concurso da SEFAZ-ES.

Este artigo é apenas um pequeno resumo sobre os principais pontos deste tópico. É muito importante que
haja o estudo através de um material mais completo, de forma a gabaritar todas as questões deste assunto.
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Bons estudos e até a próxima.

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