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Anotações – Curso Psicofarmacologia

Incantato

Módulo 1

Aula 1 – Psicofarmacologia – Princípios Básicos

 Transtornos psíquicos (estudos mundiais) – prevalência alta 46%


(ansiedade quase 30%; depressão aproximadamente 16%; uso de
substância aproximadamente 15%).
 Comorbidades também são comuns: duas ou mais 27%; três ou mais
17%.
 No Brasil – Prevalência de transtornos psiquiátricos ao longo da vida
é aproximadamente 45%.
 Termo correto: Medicamentos psicotrópicos, psicoativos ou
psicoterapêuticos.
 Divisão:
1. Medicamentos anti-psicóticos ou neurolépticos: usados para tratar
sintomas psicóticos;
2. Medicamentos antidepressivos: usados para tratar sintomas
depressivos;
3. Medicamentos antimaníacos ou estabilizadores de humor: usados
para tratar transtorno bipolar;
4. Medicamentos ansiolíticos: usados para tratar ansiedade.

OBS. Antidepressivos não tratam apenas depressão; antipsicóticos


não tratam apenas psicoses; outros transtornos como insônia,
transtornos de alimentação ou conduta são tratados com diversos
psicotrópicos; Propanolol (antihipertensivo) também pode ser
utilizado no tratamento de transtornos psiquiátricos.

27/10/2020 – Aula ao vivo – Discussão do caso clínico 1

Paulo C. M.
28 anos
Solteiro
Goiânia
Vendedor de açaí

- Presença de delírio persecutório (ex. estão me perseguindo); delírio


auto-referente (ex. estão falando sobre mim); Alucinação auditiva;
Diagnóstico sindrômico: psicose.

Diferença entre delírio e alucinação: Alucinação entra em uma


alteração da senso-percepção; delírio é uma alteração da
interpretação/juízo distorcido.

Distorção de algo que está presente: ilusão (ex. Estar com um copo
na mão e achar que é um rato).
Senso-percepção de algo que não está presente: alucinação (Ver
um rato azul subindo na perna, quando não há).

Riss (Risperidona) – Antipsicótico atípico;


Olanzapina – Antipsicótico atípico (relacionada com ganho de peso);
Quetiapina - Antipsicótico atípico

Clozapina – Antipsicótico átipico – reservada para esquizofrenia


refratária ou risco alto de suicídio (quando não responde à clozapina
é esquizofrenia super refratária). Efeito colateral Agranolacitose
(risco de infecção): fazer hemograma semanal.

Aloperidol – Antipsicótico Típico;


Fluoxetina – Antidepressivo.

Percepção delirante: humor delirante – algumas coisas estão


estranhas, acontece algo que é como uma revelação/sinal.

Transtorno bipolar: Mania/Eutimia/Depressão


Obs. Na eutimia não deve ter sintomas psicóticos.

Transtorno Borderline: Instabilidade (relacionamentos/ autoimagem/


valores) e Impulsividade.

Quadro de psicose: quais vias estão envolvidas?


- Vias dopamigérgicas:
(1) mesolímica – hiperativa nos sintomas psicóticos; Sintomas
positivos (delírio e alucinação) – Hiperatividade dopaminérgica.
(2) mesocortical (relacionada com a parte cognitiva) – Hipoativa na
cognição e motivação – dificuldades cognitivas e falta e motivação e
interesse; Hipoatividade doparminégica; Sintomas negativos
(pobreza no pensamento/discurso e motivacional).
(3) via nigroestriatal (relacionada com a parte motora): tremores.
(4) via tuberoinfudibular (relacionada com progesterona): solta leite
pelos seios utilizando antipsicóticos típicos.

Antipsicóticos típicos bloqueiam os receptores de dopamina:


sintomas positivos melhoram e sintomas negativos pioram.

Primeiro momento de pacientes psicóticos: não é indicada


psicoterapia. Preferência por antipsicóticos típicos; Em segundo
momento (fora da psicose): psicoterapia focada na psicoeducação e
melhora nos sintomas negativos (isolamento/indisposição dos
relacionamentos).

Ultra alto risco: atraso no desenvolvimento; parentes próximos


com psicose; quadro de “depressão”. Uso de ômega 3 para não
entrar em caso de psicose.
Epigenética: ambiente influenciando ou não na expressão de um
gene.

Módulo 1

Aula 2 – Psicofarmacologia – Princípios Básicos (parte 2)

 Farmacocinética: o que o nosso organismo faz com o remédio.


Absorção, metabolismo, distribuição e excreção do fármaco. Como o
remédio é absorvido, metabolizado, como ele vai ser distribuído para
o cérebro e como vai ser eliminado.

1. Administração: Oral, endovenosa, intramuscular, sublingual.


Depende da circulação do sangue no organismo.

Administração oral (maior parte dos remédios): passa pelo sistema


digestivo, é metabolizado pelo fígado, volta para o coração, é
bombeado para o pulmão, para p coração novamente e só depois é
bobeado para o organismo.

Absorção sublingual (zopidem e rivotril) e intramuscular (usado


quando o paciente está em surto, haloperidol): já passa por alguns
vasos que absorvem de maneira mais rápida, já cai no sistema
venoso e já vai direto para o coração, sem passar por sistema
digestivo.

Absorção endovenosa (diazempam – quando paciente está


convulcionando) : direto na corrente sanguínea. Muito rápido!
Perigoso por efeitos colaterais/alergias.

Absorção por inalação: também é mais rápida pois vai direto para os
pulmões, volta para o coração e é bombeado, sem passar pelo trato
digestivo.

Alguns remédios são melhor absorvidos com estômago vazio: ex.


Zopidem – remédio indutor do sono. Outros são melhor absorvidos
com o estômago cheio: ex. antipsicóticos - Ziprozidona.

Alterações no transito intestinal, podem alterar a absorção do


remédio!

2. Biodisponibilidade: quanto do remédio vai ficar disponível no


organismo após os mecanismos de primeira passagem.

3. Distribuição: como o medicamente chega no cérebro. Existem


algumas barreiras (mecanismos de proteção – não usamos
serotonina pura por isso) que impedem o medicamente de passar do
sangue para o SNC. É importante observar o fluxo sanguíneo no
cérebro, se a integridade do cérebro está adequada.
4. Metabolismo: se depois de metabolizado o remédio gera uma
substância que é ativa, e se precisa ser metabolizado para gerar uma
substância ativa.

5. Excreção: fezes, bile, urina (mais comuns), suor, lágrimas e leite


(cuidado com amamentação).

Alguns conceitos importantes

Meia-vida (olhar a bula ou enciclopédia médica): Tempo necessário


para que, após o fármaco ser completamente absorvido e distribuído,
sua concentração reduza em 50% na corrente sanguínea. É
importante observar o estado de equilíbrio (quando o remédio se
torna estável no organismo) – Após 4 a 5 meia-vidas da medicação.
Quando atinge a meia vida e o
Ex. Lítio: meia vida de 24h. Estado de equilíbrio vai ser 5 dias.

Importante observar que: quando atinge a meia vida, pode dar um


mal-estar. Então se um medicamento tem uma meia-vida longa,
quando o paciente para de tomar ele pode se sentir mal um pouco
depois. Por outro lado, se um medicamente tem uma meia-vida curta,
esse mal-estar pode vir antes (ex. esqueceu uma dosagem já se
sente mal.

Obs. Se o paciente tem um problema renal, e o remédio for


excretado pelo rim, ele vai passar mais tempo no organismo pois vai
demorar para ser excretado.

Módulo 1

Aula 3 – Psicofarmacologia – Princípios Básicos (parte 3)

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