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Aprovado por:
__________________________________________________
Prof. Silvio Carlos Anibal de Almeida, DSc (Orientador)
__________________________________________________
Prof. Daniel Onofre de Almeida Cruz, DSc
__________________________________________________
Prof. Fernando Pereira Duda, DSc
iii
“There is nothing outside of yourself that can ever enable you to get better, stronger,
richer, quicker, or smarter. Everything is within. Everything exists. Seek nothing outside
of yourself. “
Miyamoto Musashi
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Ludmila Magluf Rosa e João Luiz Mittidiero Fabres, por toda
ajuda, apoio e amor que me deram durante toda minha vida, sem os quais minha
formação não seria e a mesma. Por sempre confiarem em mim e me apoiar em minhas
escolhas. Por sempre estarem do meu lado em todas as dificuldades que eu pudesse
passar. Por me mostrar que a generosidade e bondade são sempre recompensadas. Por
me ensinar a nunca desistir e sempre acreditar em meus sonhos. Que eles tenham a
certeza que meu maior orgulho é de tê-los como meus pais.
A Andressa Capella Correa, minha companheira durante esses 5 anos, por todo seu
amor durante esse período. Por toda sua cumplicidade, honestidade, companheirismo e
paciência. Por ser um verdadeiro porto seguro nas horas difíceis. Por ser um dos meus
maiores exemplos de dedicação e força de vontade. Por fim, por ser a grande razão em
me fazer acreditar que ainda há pessoas de coração puro no mundo.
Aos meus amigos e colegas da engenharia mecânica por toda ajuda,
companheirismo e amizade durante esses 5 anos de curso. Pelas inúmeras noites em
claro. Por me mostrarem que mesmo quando não parece haver uma saída, para tudo há
uma solução.
A todos os meus amigos e técnicos em minha carreira como atleta, por me
ensinarem que com disciplina e trabalho duro tudo é possível. Por me ensinarem a ter
paciência e foco. Por me ensinarem a sempre estar mais preparado que ontem e menos
preparado que amanhã.
Ao meu orientador, Prof. Silvio Carlos Anibal de Almeida, por todas as
oportunidades oferecidas durante minha graduação. Pela oportunidade de realizar este
projeto e, principalmente, por toda sua ajuda, atenção e cooperação durante o projeto.
A toda equipe da GT2 Energia, por toda infraestrutura, apoio, motivação e
oportunidades durante esses dois últimos anos. Em especial, agradeço a Gustavo R S
Pinto por toda paciência, ensinamentos e dedicação.
Por fim, gostaria de agradecer a todo o povo brasileiro, que me permitiu estudar sem
custos em uma das melhores escolas de engenharia do país. Espero poder retribuir o
favor gerando conhecimento que possa fazer com que o Brasil continue caminhando
para frente.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
Fevereiro/2014
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to DEM/UFRJ as a part of fulfillment of
February/2014
vii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 OBJETIVOS 3
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 4
2.1 COGERAÇÃO 4
2.2.3 MICROTURBINA 12
viii
3.3 A ABA “ANÁLISE TÉCNICA” 40
4 ESTUDOS DE CASO 68
5 CONCLUSÕES 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 91
APÊNDICE A 93
APÊNDICE B 99
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
x
Figura 22 – Exemplo de curva de demanda térmica total nos dias de semana, gerada
pela planilha.....................................................................................................................39
Figura 23 – Exemplo de curva de demanda térmica total no fim de semana, gerada pela
planilha............................................................................................................................39
Figura 24 – Lista suspensa para seleção das fontes de recuperação da energia térmica. 41
Figura 25 – Fatores Fc% e X – requisitos para a qualificação (ANEEL, 2006)..............47
Figura 26 – Comparação do custo anual com combustível.............................................53
Figura 27 – Lista suspensa para seleção da demanda contratado no caso de não
pendência.........................................................................................................................54
Figura 28 – Comparação dos custos da energia elétrica consumida na planta,...............56
Figura 29 – Parte da aba “Banco de Dados”...................................................................60
Figura 30 – Janela de cadastramento de equipamentos no banco de dados....................61
Figura 31 – Relatório comparativo apresentando os resultados do projeto de cogeração.
.........................................................................................................................................62
Figura 32 – Custos típicos de sistemas de refrigeração (ANDREOS, 2013)..................64
Figura 33 – Comparação entre as demandas elétricas e a potência gerada pelo
equipamento....................................................................................................................65
Figura 34 – Comparação entre a demanda térmica nos dias de semana e o calor
recuperado do equipamento.............................................................................................66
Figura 35 – Comparação entre a demanda térmica nos fins de semana e o calor
recuperado do equipamento.............................................................................................66
Figura 36 – Comparação dos custos de operação da planta sem e com cogeração.........67
Figura 37 – Relatório com os resultados da simulação para o caso da Fabrica de Papel.
.........................................................................................................................................71
Figura 38 – Curva de demanda elétrica para o caso do supermercado...........................73
Figura 39 – Curva de consumo de energia elétrica para o caso do supermercado..........73
Figura 40 – Curva de demanda térmica diário para o caso do supermercado.................74
Figura 41 – Comparação das demandas elétricas e da potência instalada no caso do
supermercado...................................................................................................................77
Figura 42 – Balanço de energia da planta no caso do supermercado..............................78
Figura 43 – Comparação entre a demanda térmica diária e o calor útil recuperado para o
caso do supermercado......................................................................................................79
Figura 44 - Relatório com os resultados da simulação para o caso do supermercado... .80
Figura 45 – Curva de demanda elétrica no caso do hospital...........................................81
xi
Figura 46 – Curva de consumo elétrico no caso do hospital...........................................81
Figura 47 – Curva de demanda térmica diária no caso do hospital.................................82
Figura 48 – Dados calculados para auxiliar a seleção do equipamento..........................84
Figura 49 – Comparação entre as demandas elétricas e a potência gerada pelo
equipamento no caso do hospital.....................................................................................87
Figura 50 – Comparação entre a demanda térmica nos fins de semana e o calor
recuperado do equipamento no caso do hospital.............................................................87
Figura 51 – Reajustes na tarifa de gás natural do segmento de cogeração, COMGÁS
(ANDREOS, 2013)..........................................................................................................88
xii
ÍNDICE DE TABELAS
xiii
Tabela 31 – Dados de demanda elétrica da Fabrica de Papel..........................................69
Tabela 32 – Dados de demanda térmica da Fabrica de Papel.........................................69
Tabela 33 – Seleção do equipamento no caso da Fabrica de Papel.................................70
Tabela 34 – Comparação dos resultados da planilha com os obtidos por SOUZA (2011),
para o caso da Fabrica de Papel.......................................................................................72
Tabela 35 – Entradas de demanda elétrica do supermercado..........................................74
Tabela 36 – Entradas da demanda térmica do supermercado..........................................75
Tabela 37 – Seleção do equipamento no caso do supermercado.....................................76
Tabela 38 – Entradas de demanda elétrica no caso do hospital......................................82
Tabela 39 – Entradas de demanda térmica no caso do hospital......................................83
Tabela 40 – Venda de energia excedente no caso do hospital........................................83
Tabela 41 – Exemplos de resultados obtidos com turbinas a gás para o caso do hospital.
.........................................................................................................................................85
Tabela 42 – Comparação dos resultados obtidos para o caso do hospital com diferentes
motores............................................................................................................................85
xiv
LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolos Latinos
xv
FC FP Fator de carga fora da ponta (%)
FC Term Fator de carga térmico (%)
FC Re fri Fator de refrigeração (%)
h entalpia (kJ/kg)
h func Horas de funcionamento da planta (hrs)
i taxa de retorno (%)
I0 Investimento inicial (R$)
ṁ Vazão mássica (kg/s)
n Tempo de projeto (anos)
Pcald Pressão da caldeira (bar)
Pequip Potência do equipamento (kW)
Q̇CC Calor total proveniente da combustão (kW)
Q̇útil Calor útil recuperado para cogeração (kW)
RPC Razão elétrico-térmica da planta (-)
Rt Receita total (R$)
T Temperatura (ºC)
VPL Valor presente líquido (R$)
Ẇ comp Trabalho demandado pelo compressor (kW)
Ẇ tg Trabalho gerado pela turbina a gás (kW)
Ẇ liq Trabalho líquido gerado (kW)
Símbolos Gregos
xvi
ηterm Eficiência térmica do ciclo (%)
ηcaldeira Eficiência da caldeira (%)
κ Consumo específico do chiller (kW/TR)
xvii
1 Introdução
1
A partir da Figura 1, é possível observar que o país onde a cogeração tem a maior
parcela de participação na matriz energética é a Dinamarca, onde cerca de 52% de sua
energia é gerada por cogeração. No outro extremo, o Brasil foi o país analisado que
mostrou possuir menor participação da cogeração em sua matriz energética,
correspondendo a 2% da produção total de energia.
No Brasil, o setor energético é baseado em uma forte produção hidroelétrica e,
portanto, encontra-se ainda em atraso no que diz respeito ao aproveitamento das
soluções por cogeração. Ainda são escassos os estudos sobre o verdadeiro potencial do
país na aplicação de centrais de cogeração. Contudo, o grande avanço do Brasil nos
estudos com biocombustíveis implica em um forte potencial de cogeração (IEA -
International Energy Agency, 2008). Como pode ser observado na Figura 2, espera-se
que até 2030 a participação da cogeração na matriz energética brasileira suba de 2%
para 17%, ultrapassando países como França, México e Japão.
2
1.1 Objetivos
Esta seção faz um breve resumo do que é apresentado em cada capítulo do texto.
Além deste primeiro capítulo, introdutório, este texto possui mais quatro capítulos.
No segundo capítulo, são apresentados conceitos fundamentais sobre a cogeração de
energia, além das tecnologias e equipamentos utilizados para a cogeração. Além disso,
também são apresentados conceitos sobre a análise econômica envolvida em um projeto
de cogeração.
O terceiro capítulo apresenta toda metodologia referente ao desenvolvimento da
ferramenta computacional. É apresentada toda a memória de cálculo utilizada no
programa e também como deve ser feita a inserção de dados por parte do usuário.
O quarto capítulo apresenta os estudos de caso realizados com a ferramenta. Foram
realizados três estudos de caso com características distintas, de forma a avaliar a
flexibilidade do programa. No primeiro estudo de caso é feita uma validação da
planilha, com base na comparação dos resultados com trabalhos anteriores. Em cada
estudo de caso é apresentada a inserção dos dados de entrada no programa e uma análise
dos resultados encontrados.
No quinto capítulo é feita a conclusão do trabalho, onde é avaliada a eficácia do
programa desenvolvido e analisadas as implicações dos resultados encontrados no uso
da cogeração a longo prazo no Brasil.
3
2 Fundamentos Teóricos
2.1 Cogeração
4
Os sistemas de cogeração são normalmente classificados de acordo com a
sequência de utilização de sua energia e com o projeto de operação adotado. Em
relação à sequência de uso da energia existem duas configurações básicas do
sistema:
Ciclo Topping: Neste sistema, a energia da combustão é utilizada
primeiramente para geração de eletricidade, sendo a energia térmica um
subproduto do ciclo;
Ciclo Bottoming: Neste sistema, é priorizado o suprimento da demanda
térmica para um processo industrial, sendo a geração de eletricidade o
resultado da recuperação de calor de um processo que ocorre em
temperaturas mais elevadas.
Além disso, os sistemas de cogeração podem ser classificados de acordo com o
projeto de operação, cuja seleção é específica para cada situação, dependendo da
estratégia que será adotada pelo empreendedor. Desse modo, existem quatro modos
de operação para o projeto de um sistema de cogeração (SEMAE, 2011):
Operação em paridade térmica: Nesse modo de operação, o sistema de
cogeração é projetado para ser capaz de produzir os requerimentos térmicos
em cada período de tempo considerado, de maneira que o calor é o produto
principal e a eletricidade é um subproduto da cogeração. O sistema deve ser
conectado a rede da concessionária, de modo a propiciar a venda de
eletricidade excedente ou a compra de eletricidade adicional para os casos de
déficit, dependendo dos perfis de demandas do estabelecimento e das
condições operacionais. Um exemplo de sistema de cogeração dimensionado
para paridade térmica é mostrado na Figura 4;
Operação em paridade elétrica: Nesse modo de operação, o sistema é
projetado para ser capaz de produzir os requerimentos elétricos em cada
período de tempo considerado, de maneira que a eletricidade é o produto
principal e o calor é um subproduto da cogeração. Se o calor produzido for
insuficiente para satisfazer as necessidades da planta, um sistema auxiliar
deve ser acionado para produzir a diferença. Um exemplo de sistema de
cogeração dimensionado para paridade térmica é mostrado na Figura 5;
Operação econômica: Esse modo de operação consiste em deixar o sistema
de cogeração operando de acordo com fatores econômicos. Dessa forma, o
5
sistema opera nas opções de suprir parte, totalidade ou ainda produzir
excedente de demanda elétrica, conforme a eletricidade é adquirida ou
vendida sob uma tarifa mais alta. Assim, o empresário cogerador pode optar
pela compra de eletricidade da concessionária para completar seu
suprimento, ou se for o caso, vender o excedente. A planta deve utilizar um
equipamento suplementar para satisfazer parte ou a totalidade de sua
demanda térmica quando necessário, dependendo das condições operacionais
da planta de cogeração;
Operação em cargas parciais: Nesse modo de operação, o sistema é
subdimensionado em relação aos seus requerimentos de eletricidade e calor,
atendendo cargas parciais destas modalidades de energia. Assim, deve-se
comprar parte da eletricidade da concessionária, para suprir as demandas
elétricas, e utilizar equipamento suplementar para completar as necessidades
de calor.
6
Capacidade do sistema de cogeração
600
500
eletricidade (kW e)
400
300
200
100
hora do dia
7
Ẇ
trabalho gerado na turbina. A potência líquida ( liq ) gerada pela turbina é, portanto,
dada pela equação (2.1):
Ẇ liq =Ẇ tg −Ẇ comp (2.1)
A eficiência térmica da turbina a gás pode ser definida pela equação (2.2):
Ẇ liq
ηterm=
Q̇CC (2.2)
8
equação (2.2), foi de 36,5%. Porém, a eficiência global do ciclo, equação (2.3), atingiu
86% ao se incluir o calor útil recuperado dos gases de exaustão.
Figura 7 – Diagrama de energia para uma planta típica de cogeração com turbina
a gás (COELHO, 2001).
A operação com turbinas a gás é bastante elástica em relação aos regimes de carga,
com vantagens para cogeração por possuir baixo custo de instalação, baixo custo de
manutenção, altas temperaturas de exaustão e alcançam boas eficiências globais
(COELHO, 2001).
9
combustível não resiste as altas pressões e temperaturas causadas pela compressão. No
ciclo Diesel, a combustão se propaga por meio de difusão.
Os motores de combustão interna trabalham em ciclo aberto, utilizando o ar como
fluido de trabalho. O funcionamento do motor se da pela seguinte forma: o ar é admitido
mediante sucção provocada pelo deslocamento de um pistão sobre um êmbolo, no qual
é adicionado o combustível. Em seguida, a mistura de ar e combustível é comprimida e
ocorre a conversão de energia química do combustível em energia térmica. Neste ponto,
a temperatura e a pressão são elevadas forçando o deslocamento do pistão à sua posição
inicial, onde é gerado trabalho mecânico. O pistão esta conectado a um eixo de
manivelas, fazendo a conversão do movimento alternativo em rotativo. O
funcionamento dos motores de combustão interna é ilustrado na Figura 8.
10
Figura 9 – Comparação entre um sistema de geração de pura eletricidade e de
cogeração, com motor de combustão interna (NOGUERIA, 2004).
11
2.2.3 Microturbina
12
Figura 11 – Esquema de cogeração utilizando uma microturbina (DE BONA,
2006).
Assim como nos chillers que funcionam segundo o ciclo de compressão de vapor,
os chillers de absorção também utilizam o fenômeno da retirada de calor de um
ambiente, no qual se provoca a expansão de um fluido. A diferença está no princípio de
funcionamento, que no ciclo de compressão é físico e no de absorção é físico-químico.
A expansão realizada seria da água ao penetrar em uma câmara contendo uma
solução concentrada de um sal que tenha alta afinidade com a água, como o brometo de
lítio. A absorção pela solução concentrada da água que entra, mantém uma baixa
pressão na câmara, que propicia a expansão e, consequentemente, a retirada de calor de
um fluido aquecido que circule em uma serpentina instalada em seu interior. A solução
fica menos concentrada (diluída) e é retirada para outro compartimento, no qual é
aquecida pela fonte de calor, e vaporiza a água. Com isso, a solução torna-se novamente
concentrada, retornando à câmara de expansão, a qual receberá novamente a água
resultante da condensação do vapor produzido. A fonte quente que alimenta um chiller
de absorção pode ser dada por meio de queima direta de combustível, ou por meio de
queima indireta, sendo alimentado por vapor, água quente ou gases de exaustão. Um
esquema de um chiller de absorção pode ser visto na Figura 12.
13
Figura 12 – Esquema de um chiller de absorção (BRANDÃO, 2004).
As vantagens dos chillers de absorção sobre os chiller de compressão são
(BRANDÃO, 2004):
Consumo elétrico muito baixo;
Níveis reduzidos de ruído e vibração;
Ausência de emissões de substâncias nocivas para a camada de ozônio.
Quando é projetado um sistema de cogeração para uma instalação de utilidades que
inclui o fornecimento de refrigeração para o ambiente, existe uma preferencia em optar
por um chiller de absorção, em substituição ao tradicional chiller de compressão
(BRASIL, 2005). O sistema de refrigeração por absorção tem como principal virtude o
fato de depender muito pouco de energia elétrica (BRANDÃO, 2004). Apesar de
possuir uma eficiência menor do que o chiller de compressão, o sistema de absorção
viabiliza a cogeração na medida em que desloca para a parcela de demanda térmica o
que seria uma demanda elétrica (BRASIL, 2005).
14
2.3 Análise Econômica
15
O pagamento de juros e a depreciação da planta são abatidos do lucro da empresa
antes da cobrança do IR incidir, resultando no lucro antes do imposto de renda (LAIR).
Em seguida, o pagamento de amortizações de dívidas deve ser descontado do fluxo
de caixa, já que o pagamento de amortizações não pode ser deduzido no LAIR, pois
esse valor de amortização refere-se a um capital previamente tomado e que produziu
riqueza ao tomador (SOUZA, 2011).
Assim, o fluxo de caixa acumulado é dado pela soma dos valores dos fluxos de
caixa anuais do tempo do projeto, corrigidos anualmente. A taxa escolhida para esse
reajuste foi equivalente a 80% da taxa Selic (SOUZA, 2011). O uso da correção faz com
que, quando o fluxo de caixa é positivo, o mesmo será investido e renderá dividendos.
Contudo, as taxas reais de aplicação de capital não são necessariamente igual à taxa
Selic, portanto, foi considerado um valor de 80% sobre a taxa Selic como forma de
considerar essa defasagem e o pagamento de impostos (SOUZA, 2011).
16
2.3.3.1 Método do valor presente líquido
Se o valor do VPL for negativo, o projeto deve ser rejeitado, se o valor do VPL for
positivo, tem-se um argumento para aceitar o projeto (SOUZA, 2011). A utilização
desta técnica divide o fluxo em duas fases: período de construção e período de
operação, como pode ser visto na Figura 13 (COELHO, 2001).
17
n
R −D
∑ (1+
t
i)t
t
=I 0
t=1 (2.5)
Se o valor do TIR for menor que o custo de capital ajustado ao risco, ou seja, se o
TIR for menor que o TMA rejeita-se o projeto. Caso o valor do TIR seja maior que
TMA tem-se um argumento para aceitar o projeto.
18
3 A ferramenta de análise técnica-econômica
19
Figura 14 - Tela de abertura da planilha COGENERA M12.
A aba “Entradas” é utilizada para o usuário inserir os dados de entrada que serão
utilizados pelo resto da planilha. É nesta aba que o usuário deve fornecer todas as
informações necessárias para a análise do projeto de cogeração na planta. Além disso,
nesta aba, o usuário também deve selecionar o(s) equipamento(s) responsável pela
geração de energia elétrica e reaproveitamento de energia térmica rejeitada. Dessa
forma, a inserção dos dados de entrada nesta aba é realizada em cinco etapas:
Demanda de energia elétrica;
Demanda de energia térmica;
Informações adicionais;
Seleção do equipamento.
20
3.1.1 Demanda de Energia Elétrica.
DEMANDA ELÉTRICA
Potência contratada de Ponta [kW] 1.700
Potência contratada Fora de Ponta [kW] 2.100
Fator de Carga na Ponta 86%
Fator de Carga Fora da Ponta 87%
Consumo de Energia Elétrica na Ponta [kWh/ano] 1.105.272
Consumo de energia Elétrica Fora da ponta [kWh/ano] 14.404.068
Consumo total de energia elétrica [kWh/ano] 15.509.340
Tarifa de Energia Elétrica Azul – A4
O fator de carga (FC) pode ser definido como a razão entre a demanda média (D med)
e a demanda máxima (Dmáx) da unidade consumidora ocorridas no mesmo intervalo de
tempo especificado (ANEEL, 2010). Portanto, os fatores de carga elétricos para os
horários de ponta e fora de ponta podem ser dados, respectivamente, pela equação (3.1)
e equação (3.2).
D med , P
FC P =
D máx , P (3.1)
Dmed , FP
FC FP=
Dmáx , FP (3.2)
21
horário fora de ponta diz respeito às horas do dia que estão fora do período de ponta,
horários em que a tarifa é menor.
Após a inserção dos dados de demanda contratada e fator de carga para os horários
de ponta e fora de ponta, a planilha calcula o consumo de energia elétrica tanto para os
horários de ponta quanto para fora de ponta. Os cálculos do consumo de energia elétrica
na ponta (CP) e fora da ponta (CFP) são realizados de acordo com a equação (3.3) e a
equação (3.4), respectivamente.
Outro dado importante que deve ser inserido pelo usuário é a seleção do tipo de
tarifa elétrica que é cobrada para a empresa sendo analisada. Esse dado é importante,
pois será utilizado no cálculo do custo anual da energia elétrica para a planta sem
cogeração, que será mais detalhadamente apresentado em seção posterior.
Vapor;
Frio (água gelada);
Outras formas de calor.
22
Tabela 2 – Tabela de dados sobre a demanda térmica da planta sem cogeração.
Além das demandas térmicas, o usuário também devera inserir os valores do fator de
carga térmico da caldeira e da demanda de água gelada, ambos para os dias de semana e
fins de semana. O cálculo dos fatores de carga térmico é feito analogamente ao cálculo
realizado para o fator de carga da demanda elétrica da instalação, como mostra a
equação (3.5). A utilização do fator de carga térmico é importante já que nem sempre os
processos que demandam calor funcionam de forma constante ao longo do dia. Assim,
para que o consumo de combustível da planta não seja superdimensionado é necessário
que o fator de carga térmico seja levado em conta no cálculo da energia térmica.
Dmed , term
FC Term =
Dmáx , term (3.5)
Nesta etapa, também deve ser inserido o tipo de tarifa de combustível que é cobrada
na instalação original. Se a caldeira da planta original trabalha com queima de gás
natural, deve ser selecionada a tarifa para consumo de gás natural que é cobrada da
empresa. As opções de tarifa são as seguintes:
23
Industrial
Comercial
Residencial
Óleo combustível
Não Compra combustível
Onde
h func é a quantidade de horas de funcionamento da planta por dia. Este dado é
coletado inserindo os horários de início e término da produção na planta conforme é
apresentado na Tabela 3.
24
Tabela 3 – Tabela de inserção do horário de funcionamento da instalação.
Horário de funcionamento
Início [hr] 0
Fim [hr] 24
Onde
PCI comb é o poder calorífico inferior do combustível que é queimado na
caldeira, e o parâmetro
ηcaldeira , é o rendimento térmico da caldeira, inserido pelo
usuário no quadro de “Informações Adicionais” que será mais bem detalhado em seção
a seguir.
25
Tabela 4 – Tabela de informações adicionais
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Cotação do dólar [R$] 2,33
Eficiência da caldeira 91%
Chiller da planta sem cogeração Chiller Elétrico Alternativo
Consumo de energia CAG antiga [kW/TR] 1,1
Consumo de energia CAG nova [kW/TR] 0,03
PCS do gás natural [kcal/m³] 9.400
PCI do gás natural [kcal/m³] 8.560
PCI do óleo combustível [kcal/m³] 9.300.000
Preço do óleo combustível [R$/m³] 1.750,0
A partir da Tabela 4, observa-se que a primeira informação que deve ser inserida
pelo usuário é a cotação do dólar. Esse valor será utilizado no cálculo do custo de
instalação dos equipamentos para a cogeração. Em seguida, deve ser fornecido o valor
da eficiência da caldeira, necessário para o cálculo do consumo de combustível
apresentado na equação (3.10). No caso de a demanda de água gelada estar sendo
analisada, é importante que o usuário selecione o tipo de CAG presente na instalação
sem cogeração. As opções disponíveis para análise são:
26
valores típicos para o consumo energético de diferentes tipos de chiller apresentados por
(ANDREOS, 2013). Esses valores são utilizados no banco de dados da planilha.
O usuário também deve fornecer os valores de PCI e PCS para o gás natural. O PCI
será utilizado no cálculo do consumo de gás natural pelo equipamento responsável pela
cogeração. O PCI do óleo combustível deve ser informado para o cálculo do consumo
de óleo combustível na caldeira. Também é necessária a inserção do preço do óleo
combustível.
O usuário também deve inserir que tipo de energia se deseja obter com a cogeração.
Há três opções disponíveis: Eletricidade, Calor e Frio. Assim o usuário possui três
possibilidades diferentes de cogeração que devem ser selecionadas conforme a Tabela
5:
Eletricidade + Calor (vapor e/ou outras formas de calor);
27
Eletricidade + Frio (água gelada);
Eletricidade + Frio + Calor (Trigeração).
OBJETIVOS DA COGERAÇÃO
Energia Elétrica Sim
Vapor (Calor) Sim
Água Gelada (Frio) Não
Por fim, o usuário deve indicar se, no caso de excedente de energia por parte da
cogeração, este gostaria de optar pela opção de venda desse excedente. A venda do
excedente deve ser negociada diretamente com a concessionária de distribuição ou de
transmissão, dependendo do ponto em que a planta esteja conectada à rede (SOUZA,
2011). O usuário também deve informar o preço específico de revenda. A Tabela 6
apresenta essa opção do usuário.
28
Tabela 7 – Tabela de seleção de equipamento para cogeração.
SELEÇÃO DO EQUIPAMENTO
Relação Elétrico-térmica da planta 1,10
Equipamentos Recomendados
Motor de Combustão Interna
Turbina a gás Recomendado
Microturbina
Turbina a Vapor
Geração Elétrica com cogeração
Demanda Elétrica a ser gerada fora da ponta [kW] 1.815
Demanda Elétrica a ser gerada na ponta [kW] 1.415
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido fora da ponta [kWh] 12.448.763
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido na ponta [kWh] 919.932
Consumo Total de Energia Elétrica a ser suprido [kWh] 13.368.695
Equipamento Selecionado Motor GE J420 GS 1.4MW
Potência do Equipamento selecionado [kW] 1.426
Quantidade de equipamentos 1
Potência Instalada [kW] 1.426
Fator de carga do equipamento 85%
Queima adicional
Necessidade de queima adicional na caldeira Sim
Demanda térmica adicional a ser suprida [kW] 261
Combustível para queima adicional na caldeira Gás natural
Equipamentos auxiliares
Dimensão do Chiller de Absorção [TR] 321
Delétrica
RPC=
Dtérmica (3.11)
29
A Tabela 8 apresenta valores típicos da razão elétrico-térmica para cada tipo de
equipamento (EPA, 2008). A partir da Tabela 8, a planilha recomenda o equipamento
que possui uma faixa típica de RPC que englobe o valor calculado pela equação (3.11).
Para os casos em que a razão elétrico-térmica não se encontra em nenhuma faixa da
Tabela 8, a potência a demanda elétrica é utilizada como parâmetro determinante. Para
demandas maiores que 5 MW são recomendadas turbinas a gás, entre 250 kW e 5MW
são recomendados motores de combustão interna, e para demandas menores que 250
kW são recomendadas microturbinas.
Em seguida, a planilha realiza o cálculo da demanda de energia elétrica que deve ser
suprida pela planta com cogeração. A razão para recalcular o consumo elétrico é que
quando há análise de refrigeração no projeto de cogeração, a demanda de frio deixará de
ser suprida por uma central elétrica e passará a ser suprida por um chiller de absorção.
Assim, a nova central de água gelada consome menos energia elétrica e mais energia
térmica. Consequentemente a planta consome menos energia elétrica, pois não há mais
necessidade de abastecer um chiller elétrico e sim um chiller de absorção de calor. A
nova demanda elétrica total da planta, considerando a substituição da CAG elétrica por
um chiller de absorção, é dada pela equação (3.12).
30
Onde κ é o consumo específico de eletricidade em kW por TR gerado pela central
de água gelada e é coletado na planilha automaticamente através da tabela de
informações adicionais. Os cálculos dos novos consumos de energia são realizados de
forma análoga ao apresentado na equação (3.3) e equação (3.4). É possível observar que
quando o usuário não deseja gerar água gelada em seu projeto de cogeração, a demanda
térmica para refrigeração é zero e, com isso, a demanda nova de energia elétrica será
igual à demanda antiga.
Em seguida, o usuário deve realizar a seleção do equipamento responsável pela
cogeração. Assim, o usuário deve escolher em uma lista suspensa, um dos equipamentos
para análise que esteja disponível no banco de dados da planilha, como mostra a Figura
17.
31
deseja utilizar na caldeira para gerar a potência térmica pendente pelo equipamento.
Como mostra a Figura 18, duas opções são possíveis:
Gás natural;
Óleo combustível.
Essa opção do programa da uma maior flexibilidade ao usuário em analisar
diminuição dos custos com cogeração, e possibilita um número maior de configurações
possíveis.
A planilha já apresenta, também, a dimensão, em TR, do chiller de absorção que
deverá ser utilizado no caso de geração de frio, como pode ser visto na Tabela 7.
A aba “Demandas” é uma aba auxiliar da planilha COGENERA M12, e tem como
função, ajudar o usuário a obter os dados de entradas sobre a demanda da instalação em
análise. Como foi visto anteriormente, os dados de entrada referentes às demandas da
planta que devem ser inseridos na aba “Entradas” são:
Potência elétrica contratada fora da ponta;
Potência elétrica contratada na ponta;
Fator de Carga elétrico fora da ponta;
Fator de Carga elétrico na ponta;
Demanda térmica da caldeira dias de semana e fins de semana;
Fator de Carga da caldeira;
Demanda térmica para refrigeração dias de semana e fins de semana;
Fator de Carga de refrigeração.
É possível que o usuário possua dados mais abrangentes que possibilitem uma
análise mais precisa do sistema. É o que ocorre quando se dispõe das curvas de
32
demanda tanto elétrica quanto térmica da planta sem cogeração. Para este caso, foi
desenvolvida uma aba auxiliar, “Demandas”, onde o usuário insere os dados dessas
curvas sob a forma de tabelas, e a planilha calcula os parâmetros de entrada para que o
usuário possa inserir na aba “Entradas”.
ELETRICIDADE
Demanda Elétrica [kW] Consumo de Energia [kWh]
Tempo (mês) Ponta Fora de Ponta Ponta Fora de Ponta
1 1.700 2.100 107.100,0 1.379.700,0
2 1.650 2.030 103.950,0 1.333.710,0
3 1.600 1.985 100.800,0 1.304.013,6
4 1.463 1.720 92.137,5 1.130.040,0
5 1.463 1.670 92.137,5 1.097.190,0
6 1.463 1.580 92.137,5 1.038.060,0
7 1.275 1.700 80.325,0 1.116.900,0
8 1.463 1.820 92.137,5 1.195.740,0
9 1.225 1.880 77.175,0 1.235.160,0
10 1.335 1.800 84.105,0 1.182.600,0
11 1.453 1.820 91.507,5 1.195.740,0
12 1.463 1.920 92.137,5 1.261.440,0
TOTAL 1.105.650,0 14.470.293,6
A partir disso, o consumo de energia elétrica, tanto na ponta quanto fora da ponta,
em cada mês é calculado segundo a equação (3.13) e (3.14).
Ē P = D̄ P⋅horasPonta (3.14)
A planilha também gera, a partir da tabela inserida pelo usuário, um gráfico da curva
de demanda elétrica e do consumo de energia elétrica da planta mensalmente, como é
mostrado na Figura 19 e na Figura 20.
33
Curva de Demanda Elétrica
2,500
Demanda Elétrica [kW]
2,000
1,500
Demanda na
Ponta
1,000
Demanda Fora da
Ponta
500
0
0 2 4 6 8 10 12
Mês do ano
1400000.0000,
1200000.0000,
1000000.0000,
400000.0000,
200000.0000,
.0000,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês do ano
Figura 20 – Exemplo de curva do consumo mensal de energia elétrica da planta.
Com a tabela inserida, são calculados os parâmetros de entrada para que o usuário
os utilize na aba “Entradas”, estes são exibidos na Tabela 10.
34
Tabela 10 – Exemplo de tabela gerada com os parâmetros de entrada da parte
elétrica.
ELETRCIDADE
Demanda Base na Ponta [kW] 1.225,0
Demanda Média na Ponta [kW] 1.462,5
Demanda Máxima na Ponta [kW] 1.700,0
Fator de Capacidade na Ponta [%] 86%
Demanda Base Fora da Ponta [kW] 1.580,0
Demanda Média Fora da Ponta [kW] 1.835,4
Demanda Máxima Fora da Ponta [kW] 2.100,0
Fator de Capacidade Fora da Ponta [%] 87%
Grande parte das aplicações térmicas industriais envolve o uso de vapor (SOUZA,
2011). Portanto, é necessário que se tenha uma opção de introdução da demanda térmica
através da vazão de vapor demandada em kg/h. Assim, se for conhecida a pressão de
trabalho da caldeira, a demanda térmica em kW pode ser obtida a partir da vazão de
vapor demandada pela caldeira através de um balanço de energia.
O usuário que possua sua demanda térmica em vazão de vapor deve inserir a curva
de demanda diária de vapor, tanto dias de semana quanto fim de semana, na Tabela 11,
assim como a pressão de trabalho da caldeira.
35
Tabela 11 – Tabela de inserção da demanda de vapor da planta.
36
A demanda térmica relacionada à produção de vapor é então calculada com o
auxílio da planilha “Xsteam V2.6”, que calcula os estados termodinâmicos baseada nos
valores das propriedades da água contidas nas tabelas da “International Association for
Properties of Water and Steam Industrial Formulation 1997”. Dessa forma, a planilha
COGENERA M12 possui embutidas as funções da “Xsteam V2.6” e a demanda térmica
em kW pode ser calculada, a partir da vazão de vapor, pela da equação (3.15).
Após inserir a demanda de vapor para que a planilha gere os valores em kW, o
usuário deve inserir as outras demandas térmicas (Refrigeração e outros processos).
Essa inserção das demais demandas térmicas é feita na Tabela 12, que também calcula a
demanda térmica total da planta sem cogeração. Caso a planta não possua nenhuma
outra demanda térmica, basta inserir o valor como zero. Além disso, no caso da planta
não possuir mais nenhuma outra demanda térmica, o usuário não deve inserir os dados
de refrigeração na aba “Entradas”.
37
Tabela 12 – Tabela de apresentação da demanda térmica total.
DEMANDA TÉRMICA
Dias de Semana Fim de Semana
Tempo Vapor Calor Frio TOTAL Vapor Calor Frio TOTAL
[horas] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW]
1 1.579 1.579 1.579 4.737 1.579 - - 1.579
2 1.516 1.516 1.516 4.548 1.516 - - 1.516
3 1.479 1.479 1.479 4.437 1.479 - - 1.479
4 1.479 1.479 1.479 4.437 1.479 - - 1.479
5 1.380 1.380 1.380 4.140 1.380 - - 1.380
6 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
7 1.405 1.405 1.405 4.215 1.405 - - 1.405
8 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
9 1.775 1.775 1.775 5.324 1.775 - - 1.775
10 1.904 1.904 1.904 5.712 1.904 - - 1.904
11 1.627 1.627 1.627 4.880 1.627 - - 1.627
12 1.797 1.797 1.797 5.390 1.797 - - 1.797
13 1.775 1.775 1.775 5.324 1.775 - - 1.775
14 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
15 1.627 1.627 1.627 4.880 1.627 - - 1.627
16 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
17 1.738 1.738 1.738 5.213 1.738 - - 1.738
18 1.590 1.590 1.590 4.769 1.590 - - 1.590
19 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
20 1.332 1.332 1.332 3.997 1.332 - - 1.332
21 1.442 1.442 1.442 4.326 1.442 - - 1.442
22 1.479 1.479 1.479 4.437 1.479 - - 1.479
23 1.480 1.480 1.480 4.439 1.480 - - 1.480
24 1.619 1.619 1.619 4.858 1.619 - - 1.619
38
Figura 22 – Exemplo de curva de demanda térmica total nos dias de semana,
gerada pela planilha.
39
Tabela 13 – Exemplo de tabela gerada com os parâmetros de entrada da parte
térmica.
TÉRMICA
Parâmetros Vapor Calor Frio Total
Demanda Base nos dias de semana [kW] 1.332 1.332 1.332 3.997
Demanda Média nos dias de semana [kW] 1.579 1.579 1.579 4.737
Demanda Máxima nos dias de semana [kW] 1.904 1.904 1.904 5.712
Fator de Carga nos dias de semana [%] 1 1 1 1
Demanda Base no fim de semana [kW] 1.332 0 0 1.332
Demanda Média no fim de semana [kW] 1.579 0 0 1.579
Demanda Máxima no fim de semana [kW] 1.904 0 0 1.904
Fator de Carga no fim de semana [%] 83% - - 83%
860 [ kcal/kWh]
C esp [ m³/ kWh ]=
PCI [ kcal/m ³ ]⋅η equip (3.15)
A Tabela 14 apresenta esta parte do cálculo realizado pela planilha. Na Tabela 14, o
PCI do gás natural é obtido através do valor inserido na aba “Entradas”, e a eficiência
do equipamento do banco de dados da planilha, de acordo com o equipamento que é
selecionado.
40
Em seguida, é realizado o balanço de energia, propriamente dito, no(s)
equipamento(s), e é calculada a potência térmica útil para cogeração, que pode ser
retirada do equipamento, como mostra a Tabela 15.
A partir da Tabela 15, é possível observar que são consideradas três fontes para
recuperação de energia térmica do equipamento:
Potência térmica retirada do bloco do motor;
Potência térmica retirada da exaustão;
Potência térmica retirada do óleo de lubrificação.
O valor da potência térmica retirada do equipamento por cada uma dessas fontes é
obtida a partir do banco de dados da planilha. Para possibilitar uma maior flexibilidade
do usuário, é possível selecionar quais dessas três fontes deseja-se considerar na análise.
Isso é feito a partir da lista suspensa mostrada na Figura 24, onde o usuário seleciona se
quer utilizar cada uma das fontes para recuperação de energia térmica.
41
Um parâmetro importante, apresentado na Tabela 15, é a eficiência dos trocadores
de calor utilizados para recuperação da energia térmica do equipamento. Para uma
análise mais confiável, é possível que o usuário modifique este parâmetro para o valor
que desejar.
Para os casos onde também são analisados dados de refrigeração, a Tabela 15
apresenta o valor do COP para o chiller de absorção a ser utilizado na planta com
cogeração. O COP é um coeficiente de operação e indica a eficiência do chiller a partir
da relação entre a energia térmica consumida e a produzida (ANDREOS, 2013). Os
valores do COP são obtidos através do banco de dados da planilha de acordo com os
dados apresentados na Figura 16.
Em seguida, é realizada uma análise da energia gerada na planta com cogeração. A
Tabela 16 apresenta essa análise.
42
equação (3.17). Essa análise é utilizada tanto para a potência elétrica quanto para a
potência térmica.
PPendente =Delétrica −Pequip (3.17)
Além disso, a Tabela 16 apresenta os valores calculados para a energia, tanto
elétrica quanto térmica, gerada pela cogeração. A energia elétrica gerada pelo
equipamento é calculada conforme a equação (3.18), enquanto a energia térmica gerada
a partir do equipamento é calculada através da equação (3.19).
dias
E El , gerada =Pequip⋅nequip⋅F equip⋅ ⋅h
ano func (3.18)
dias
ETerm , gerada =Qútil⋅F equip⋅ ⋅h
ano func (3.19)
Após realizar o cálculo da energia elétrica gerada e da energia térmica gerada pela
cogeração, é possível calcular o valor da energia pendente ou da energia excedente da
planta com cogeração. Caso a cogeração gere menos energia do que é demandado pela
planta, existe uma energia pendente que deve ser suprida. Essa energia pendente é dada
pela equação (3.20).
E Pendente=Edemandada −Egerada (3.20)
No caso da energia elétrica, a energia pendente é suprida por meio de compra de
energia elétrica da rede. No caso da energia térmica, a energia pendente é suprida por
meio de queima adicional de combustível na caldeira.
Se a cogeração gera mais energia do que é demandado pela planta, existe uma
energia excedente gerada. A energia excedente pode ser calculada pela equação (3.21).
Eexcedente =E gerada−E demandada (3.21)
No caso da energia elétrica, a energia excedente pode ser vendida para a rede caso o
usuário deseje, contanto que o projeto de cogeração seja qualificado pela ANEEL.
Finalmente, é realizada, na aba “Análise Técnica”, uma análise da eficiência
energética da cogeração. Essa análise é realizada a partir de indicadores de desempenho
capazes de comparar a qualidade termodinâmica de diferentes plantas (SÁNCHEZ
PRIETO, 2003). A Tabela 17 mostra os indicadores de desempenho do projeto de
cogeração.
43
Tabela 17 – Indicadores do desempenho termodinâmico da cogeração.
DESEMPENHO DA COGERAÇÃO
Potência elétrica gerada pela cogeração [kW] 1.426
Calor útil para cogeração [kW] 1.643,0
Calor total que entra no equipamento [kW] 3.541,8
Eficiência térmica (EFFq) 46,4%
Eficiência Elétrica (EFFp) 40,3%
Fator de Utilização de Energia (FUE) 86,7%
Índice de geração de potência (IGP) 82,1%
Fator de poupança de energia (S) 37,0%
O calor útil para cogeração ( Q̇útil ) é dado pela potência térmica que pode ser retirada
do equipamento, multiplicada pela eficiência dos trocadores de calor, como é exibido na
equação (3.23).
O calor total que entra no equipamento é a potência térmica que esta disponível no
gás natural para o equipamento, e pode ser calculado conforme a equação (3.24).
onde:
PCI: poder calorífico inferior do gás natural;
ṁ : vazão de gás natural
44
A eficiência térmica (EFFQ) pode ser definida como a razão entre a potência térmica
útil para cogeração, e a potência térmica total que entra no equipamento (FIOMARI,
2004). Pode ser calculada pela equação (3.25).
Q̇útil
EFF Q=
Q̇comb (3.25)
A eficiência elétrica da cogeração (EFFP) pode ser definida como a razão entre a
potência elétrica gerada pelo equipamento e a potência térmica total que entra no
equipamento (FIOMARI, 2004). Pode ser dada pela equação (3.26).
Ẇ el
EFF P=
Q̇ comb (3.26)
Ẇ el+ Q̇ útil
FUE=
Q̇ comb (3.27)
Q̇comb
S=
Ẇ el Q̇
+ útil
EFF P η caldeira (3.28)
45
Assim, quanto menor for este fator, melhor será o desempenho da cogeração,
comparado com o desempenho do sistema separado.
Por fim, o Índice de Geração de Potência (IGP) é o parâmetro definido para calcular,
separadamente, a eficiência da geração de potência elétrica, descontando-se nos
insumos de energia, a energia utilizada para os fins térmicos (FIOMARI, 2004). Pode
ser dado pela equação (3.29).
Ẇ el
IGP=
Q̇útil
Q̇comb−
η caldeira (3.29)
46
Ef - Energia da fonte: energia recebida pela central cogeradora, em seu regime
operativo médio, em kW, com base no conteúdo energético específico, que no
caso dos combustíveis é o poder calorífico inferior (PCI);
47
A Tabela 18 apresenta os cálculos realizados pelo programa COGENERA M12, a
fim de determinar se o sistema analisado é enquadrado pela ANEEL como “cogeração
qualificada”. Os valores para o fator de cogeração e para o fator de ponderação são
obtidos a partir da Figura 25. Se ambos os requisitos, a e b, forem satisfeitos a
cogeração é apresentada como “qualificada”, caso contrário a situação da planta é “não
qualificada”.
QUALIFICAÇÃO DA COGERAÇÃO
Ef [kW] 3.541,8
Et [kW] 1.643,0
Ee [kW] 1.426,0
Fator de cogeração (Fc) 41%
Fator de ponderação (X) 2,14
Requisito a ( >= 15%) 46,39%
Requisito b ( >= Fc) 61,94%
SITUAÇÃO QUALIFICADO
48
Consumo de combustível pelos auxiliares
Combustível utilizado para queima adicional Gás natural
Consumo adicional anual de combustível na caldeira [m³] 252.183,0
dias
C equip [m ³/ ano ]=V̇ [m ³/ h ]⋅hfunc⋅ ⋅F equip
ano (3.30)
49
Tabela 20 – Cálculo da tarifa do gás natural canalizado para o segmento
cogeração.
50
Tabela 21 – Cálculo da tarifa do gás natural canalizado para o segmento
industrial.
A Tabela 22 mostra o cálculo da tarifa de gás natural para a planta sem cogeração
no caso em que esta se enquadre no segmento “Comercial”.
51
[R$/mês]
Custo total anual [R$/ano] 1.515.413,3
A Tabela 23 mostra o cálculo da tarifa de gás natural para a planta sem cogeração
no caso em que esta se enquadre no segmento “Residencial”.
52
Assim, a planilha exibe a Tabela 25 com os valores calculados das tarifas de
combustível, tanto para a planta sem cogeração quanto para a planta com cogeração,
onde é possível realizar uma comparação entre os dois valores. Para ilustrar melhor a
comparação entre as tarifas de combustível, também é gerado um gráfico comparativo
apresentado na Figura 26.
CUSTO DO COMBUSTÍVEL
Custo anual do combustível sem cogeração [R$/ano] 1.391.331,6
Custo anual do combustível com cogeração [R$/ano] 3.291.720,9
3000000.0000,
Custo com Combustível [R$/ano]
2500000.0000,
2000000.0000,
1500000.0000, 1391331.5777,
1000000.0000,
500000.0000,
.0000,
53
Primeiramente são mostrados os valores calculados para o consumo de energia
elétrica da planta, tanto sem cogeração quanto no caso com cogeração. Isso pode ser
observado na Tabela 26.
54
Figura 27 – Lista suspensa para seleção da demanda contratado no caso de não
pendência.
Em seguida, são calculados os custos com energia elétrica para a planta sem
cogeração e para planta com cogeração. O custo de energia elétrica é calculado com
base nas tarifas da concessionária. Foram utilizadas as tarifas da AES Eletropaulo,
ajustadas conforme a Resolução nº 1436 de 24 de Janeiro de 2013. A Tabela 27 é ilustra
o calculo do custo da energia elétrica.
Dessa forma, os custos com energia elétrica da instalação sem cogeração e com
cogeração podem ser comparados. Para facilitar a comparação entre os custos, é gerado
um gráfico, mostrado na Figura 28.
55
Comparação do Custo da Energia Elétrica
Contratada
4,500,000.00
4,125,094.32
4,000,000.00
Custo da Energia Elétrica Contratada
2,000,000.00
1,500,000.00
1,000,000.00
666,376.42
447,661.70
500,000.00
0.00
56
Tabela 28 – Tabela com os custos de aquisição da planta analisada.
CUSTOS DE AQUISIÇÃO
Custo de Instalação do Equipamento R$ 4.966.260,3
Custos Complementares R$ 160.500,0
Custo de Aquisição do Chiller de Absorção[ R$] R$ 385.227,3
Custo Total de Instalação da Planta R$ 5.511.987,6
Investimento por energia elétrica gerada [R$/kWhe] R$ 0,519
Investimento por energia total gerada [R$/kWh] R$ 0,241
CUSTOS COMPLEMENTARES
Custos Complementares N° de
Valor Mensal Valor Ano 1 Valor Ano 2 Total
do Projeto meses
R$ R$ R$ R$
Acompanhamento 13
5.000 60.000 5.000 65.000
R$ R$ R$ R$
Consultoria Técnica 1
10.000 10.000 - 10.000
R$ R$ R$ R$
Consultoria Financeira 1
20.000 20.000 - 20.000
R$ R$ R$ R$
Consultoria Jurídica 1
20.000 20.000 - 20.000
R$ R$ R$ R$
Viagens 13
3.500 42.000 3.500 45.500
R$ R$ R$ R$
Despesas Gerais -
- - - -
R$ R$ R$ R$
Outros -
- - - -
R$ R$ R$ R$
Total 12
160.500 152.000 8.500 160.500
Na Tabela 29, os valores mensais utilizados podem ser editados pelo usuário, assim
como o tempo em meses que estes custos existirão. No caso do acompanhamento, o
tempo em meses é utilizado como o tempo até o início do funcionamento da planta de
cogeração e esse tempo é considerado nos fluxos de caixa como o início da economia
operacional anual. Por fim, conhecido o valor total do custo de instalação, a planilha
57
calcula os investimentos específicos, elétrico (iE) e total(iT). O investimento específico
elétrico é dado pela equação (3.31) e o pela equação (3.32).
I Total
i E [ R $/ kWh ]=
E EL (3.31)
I Total
i T [ R $/ kWh ]=
E EL+ ETerm (3.32)
Onde
I Total é o investimento total da planta, e E EL e ETerm são a energia elétrica e
térmica gerada pela cogeração, respectivamente.
Uma das saídas mais importantes da aba “Análise Financeira”, que é mostrado na
Tabela 30, é o valor da economia anual da planta acarretada pela implantação da central
cogeradora.
ANÁLISE FINANCEIRA
Economia anual da planta com cogeração [R$/ano] R$ 1.207.586
Tempo de Projeto 10 anos
Reajuste Anual de Economia 4,2%
Parcela Financiada (Até 80% : BNDES – PROESCO) 80%
Taxa de Juros (% a.a) 14,5%
Taxa SELIC 11,3%
Taxa Média Atratividade (TMA) 25,0%
Valor Presente Líquido (VPL) -R$ 609.354
Taxa Interna de Retorno (TIR) 14,63%
PAY-BACK (anos) 7,2
A economia anual da planta com cogeração pode ser calculada pela equação (3.33).
EP[R$" ital ano \] =C rSub { size 8{T, ital semCog} } - C rSub { size 8{T, ital comCog} } } {¿ (3.33)
58
Onde
CT ,semCog é o custo total da planta sem cogeração, e CT ,comCog é o valor do custo
total de atendimento das demandas com a central de cogeração instalada.
Ainda na Tabela 30, o usuário pode alterar: o tempo de projeto; a taxa mínima de
atratividade; o percentual do valor total da instalação financiado (até 80%); a taxa de
juros anual negociada no financiamento e o valor da taxa Selic para reajuste.
Em seguida é calculado um valor para o reajuste anual de economia. Tal valor é o
que não provoca, ou minimiza, perdas na economia liquida anual para a empresa
cogeradora, pois se o aluguel crescer mais do que a economia causada pela cogeração, o
valor da economia líquida cairá ao longo dos anos. Para que isso não ocorra, é preciso
que a taxa escolhida seja aproximadamente a mesma que a taxa de aumento da
economia anual provocada pela instalação da central cogeradora. Para o cálculo desse
valor sugerido são então aplicados os índices de inflação específicos dos serviços de
energia elétrica, gás e O&M nos custos da planta. Em seguida é verificado o percentual
de aumento da redução anual de custos, ano a ano, pelo tempo do projeto. Conhecidos
esses percentuais de aumento anual, é feita a média geométrica desses valores de acordo
com o tempo de projeto escolhido, e o valor encontrado é a taxa de reajuste sugerida.
Uma aba auxiliar se encarrega de construir o fluxo de caixa e realiza os cálculos do
VPL, TIR e Pay-back. Esses valores calculados são exibidos na Tabela 30 e podem ser
utilizados para o empreendedor avaliar a viabilidade econômica de realizar o
investimento na cogeração.
59
Custo total de instalação [R$\kW];
Custo total com Operação e Manutenção [R$\kWh].
A Figura 29 mostra uma ilustração de parte da aba “Banco de Dados”.
60
especificações dos equipamentos reais inseridos no banco de dados são mostradas no
Apêndice A.
Esta aba também permite que o usuário insira um novo equipamento no banco de
dados da planilha, a fim de utilizá-lo para sua análise do projeto de cogeração. É
possível observar na Figura 29 que na parte superior da aba existe um botão “Inclusão
no Banco de Dados”. Este botão esta vinculado a uma macro que permite o usuário
cadastrar um novo equipamento. A Figura 30 exibe a janela de cadastramento que é
aberta ao usuário clicar no botão “Inclusão no Banco de Dados”.
61
RESULTADOS DO PROJETO DE COGERAÇÃO
SITUAÇÃO DA PLANTA SEM COGERAÇÃO COM COGERAÇÃO
Equipamento Selecionado
Equipamento utilizado - Motor GE J420 GS 1.4MW
Quantidade - 1
Potência Instalada [kW] - 1.426
Dimensão do Chiller [TR] 257 321
Geração de Energia
Energia elétrica gerada por ano [kWh/ano] - 10.617.996
Energia térmica gerada por ano [kWh/ano] - 12.233.778
Consumo
Potência contratada da Rede na Ponta [kW] 1.700 85
Potência contratada da Rede Fora da Ponta [kW] 2.100 389
Energia elétrica da rede consumida por ano [kWh/ano] 15.509.340 2.722.978
Consumo anual de gás natural pelo(s) equipamento(s) [m³/ano] - 2.647.050,3
Combustível utilizado na caldeira Gás natural Gás natural
Consumo anual de gás natural pela caldeira [m³] 730.296,7 252.183,0
Consumo anual de óleo combustível pela calderia [m³] 0 0,0
Custos
Custo anual de Energia Elétrica [R$] R$ 4.125.094,3 R$ 666.376,4
Custo anual com combustível [R$] R$ 1.391.331,6 R$ 3.291.720,9
Custo anual Extra de Operação e Manutenção da Planta [R$] - R$ 376.879,2
Custo anual com Manutenção do Ar Condicionado [R$] 45.738,6 19.602,3
Custo com reposição de água e tratamento químico do AC [R$] 1.420,5 1.420,5
Total de despesas operacionais [R$] R$ 5.563.585,0 R$ 4.355.999,2
Venda de Energia Elétrica
Preço médio de venda de Energia Elétrica excedente [R$/kWh] - 0,16
Faturamento anual com venda de Energia Elétrica [R$] - R$ 0,00
Desempenho energético da Cogeração
Calor útil para cogeração [kW] - 1.643
Fator de Utilização de Energia (FUE) - 86,65%
Índice de geração de potência (IGP) - 82,13%
Fator de poupança de energia (S) - 36,96%
Qualificação da coegração pela ANEEL - QUALIFICADO
Resultados Financeiros
Custo total de Operação da Planta [R$] R$ 5.563.584,99 R$ 4.355.999,24
Custo total de Instalação da planta [R$] R$ 5.511.987,60
Investimento por energia elétrica gerada [R$/kWhe] 0,519
Investimento por energia total gerada [R$/kWh] 0,241
Custo da Energia - COE [R$/kWh gerado] 0,215
Tempo de projeto (anos) 10 anos
Economia operacional anual da planta [R$] R$ 1.207.585,75
Economia operacional anual da planta [%] 21,71%
Taxa Interna de Retorno (TIR) 14,63%
PAY-BACK (anos) 7,23
62
Em seguida, é apresentada comparação da potência dos chillers utilizados. No caso
sem cogeração, o chiller utilizado é o selecionado pelo usuário na aba “Entradas” e, no
caso com cogeração trata-se de um chiller de absorção.
Após a apresentação dos equipamentos selecionados, o relatório mostra dados sobre
a geração de energia na planta. Na planta convencional, esse dado não se aplica já que
não há equipamento gerador. Na planta com cogeração a geração de energia é aquela
obtida exclusivamente através do equipamento selecionado.
Os dados comparativos referentes ao consumo, tanto de energia elétrica quanto de
combustível, também são apresentados neste relatório final. Para o caso da planta sem
cogeração, o consumo de energia elétrica e de combustível são obtidos a partir dos
cálculos realizados na aba “Entradas”. É apresentado, também, qual combustível é
utilizado pela planta convencional. Se o combustível for o gás natural, o consumo de
óleo combustível é nulo e vice versa. O mesmo se aplica para o caso da cogeração com
o combustível selecionado pelo usuário para realizar a queima complementar, caso a
demanda térmica não seja totalmente suprida pelo equipamento. O consumo de energia
elétrica da planta com cogeração é obtido a partir dos cálculos da aba “Custo EE” e o
consumo de combustível a partir da aba “Custo Combustível”.
Os custos também são apresentados, baseados nos cálculos realizados anteriormente
pela planilha. O custo extra de manutenção e operação da planta com cogeração é custo
específico de manutenção do equipamento gerador sendo analisado. Este custo é obtido
a partir dos dados inseridos na aba “Banco de Dados”. Os custos de Manutenção e
tratamento químico e reposição de água do ar condicionado são obtidos mediante a
Figura 32, que apresenta alguns valores típicos de custo para diferentes tipos de chiller.
O total de despesas operacionais é o somatório dos custos operacionais (Energia
elétrica da rede, combustível, O&M, Manutenção do ar condicionado) anuais para cada
uma das situações.
63
Figura 32 – Custos típicos de sistemas de refrigeração (ANDREOS, 2013).
Em seguida, é exibido o faturamento com a venda do excedente de energia elétrica
da planta com cogeração. O faturamento é calculado se o usuário optar por vender o
excedente, conforme editado na aba “Entradas”. Se esse for o caso, o valor da venda é
calculado a partir do preço específico de venda, inserido pelo usuário na aba “Entradas”,
e do excedente de energia elétrica, se existir, calculado na aba “Análise Técnica”.
É também apresentado o desempenho energético da central de cogeração, onde são
exibidos os índices de desempenhos calculados na aba “Análise Técnica”. Além disso, o
relatório informa ao usuário se o projeto esta ou não qualificado pelos requisitos da
ANEEL, apresentados na aba “Qualificação ANEEL”.
Por fim, são apresentados os resultados financeiros do projeto, baseados nos
cálculos realizados na aba “Análise Financeira”. Os principais resultados econômicos
apresentados são:
Economia operacional anual da planta;
Taxa Interna de Retorno (TIR);
64
Pay-back.
Caso o valor de cada um desses parâmetros seja favorável à implementação da
cogeração, os resultados são apresentados em azul, caso contrário, os resultados são
apresentados na cor vermelha.
Por fim, também são apresentados alguns resultados gráficos com o objetivo de
ilustrar a comparação dos sistemas sem cogeração e com cogeração. Assim, são
apresentados gráficos que comparam as demandas da planta e a potência elétrica, gerada
pelo equipamento (Figura 33), e térmica recuperada do equipamento (Figura 34 e Figura
35).
2,000
1,500
Demanda na Ponta
0
0 2 4 6 8 10 12
Mês do ano
65
Demanda térmica diária nos dias de semana
2,000.00
1,800.00
1,600.00
1,400.00
1,200.00
Demanda Térmica [kW]
1,000.00
Calor útil para cogeração [kW]
800.00
600.00
400.00
200.00
0.00
0 5 10 15 20
Tempo [horas]
66
Comparação do Custo Anual de Operação
Custo Total sem cogeração Custo Total com cogeração
R$ 6,000,000.00
R$ 5,563,584.99
Custos de Operação da Planta
R$ 5,000,000.00
R$ 4,355,999.24
R$ 4,000,000.00
[R$/ano]
R$ 3,000,000.00
R$ 2,000,000.00
R$ 1,000,000.00
R$ 0.00
67
4. Estudos de Caso
Este capítulo é dedicado à realização de estudos de caso, onde a planilha
COGENERA M12 é utilizada para analisar a viabilidade de projetos de cogeração.
Foram selecionados três casos distintos, a fim de verificar a abrangência da
ferramenta desenvolvida. Cada caso trata de um tipo de cogeração com objetivos
diferentes:
Caso 1: Eletricidade + Vapor;
Caso 2: Eletricidade + Frio;
Caso 3: Eletricidade + Vapor + Frio
Onde, nos dois primeiros casos são realizados estudos mais simples, com o intuito
68
Horário de funcionamento: 24 h por dia;
Tarifa de EE: CPFL Tarifa Azul – A3a(valores de 2011);
Tarifa de combustível: Gás natural – COMGÁS segmento Industrial (valores
de 2011).
Esses dados foram inseridos na aba “Entradas”, gerando a Tabela 31 e a Tabela 32,
que apresentam os dados da empresa de demanda elétrica e térmica, respectivamente.
DEMANDA ELÉTRICA
Potência contratada de Ponta [kW] 5.000
Potência contratada Fora de Ponta [kW] 5.000
Fator de Carga na Ponta 90%
Fator de Carga Fora da Ponta 90%
Consumo de Energia Elétrica na Ponta [kWh/ano] 3.402.000
Consumo de energia Elétrica Fora da ponta [kWh/ano] 35.478.000
Consumo total de energia elétrica [kWh/ano] 38.880.000
Tarifa de Energia Elétrica Azul – A3a
69
No trabalho de SOUZA (2011) a seleção do equipamento foi realizada para
operação em paridade elétrica. Portanto, utilizou-se uma turbina de 5.457 kW e o fator
de carga do equipamento, utilizado por SOUZA (2011), foi de 95%. A Tabela 33 exibe
os dados obtidos pela planilha, a partir da seleção do equipamento. Percebe-se que a
escolha feita por SOUZA (2011), utilizar uma turbina a gás, coincide com a
recomendação da Tabela 33.
SELEÇÃO DO EQUIPAMENTO
Relação Elétrico-térmica da planta 0,33
Equipamentos Recomendados
Motor de Combustão Interna
Turbina a gás Recomendado
Microturbina
Turbina a Vapor
Geração Elétrica com cogeração
Demanda Elétrica a ser gerada fora da ponta [kW] 5.000
Demanda Elétrica a ser gerada na ponta [kW] 5.000
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido fora da ponta [kWh] 35.478.000
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido na ponta [kWh] 3.402.000
Consumo Total de Energia Elétrica a ser suprido [kWh] 38.880.000
Equipamento Selecionado TURBINA 5.45 MW
Dimensão do Equipamento selecionado [kW] 5.457
Quantidade de equipamentos 1
Potência Instalada [kW] 5.457
Fator de carga do equipamento 95%
Queima adicional
Necessidade de queima adicional na caldeira Sim
Demanda térmica adicional a ser suprida [kW] 6.731
Combustível para queima adicional na caldeira Gás natural
Equipamentos auxiliares
Dimensão do Chiller de Absorção [TR] 0
70
Assim, foram obtidos os resultados da simulação do projeto de cogeração realizada
com a planilha COGENERA M12. A Figura 37 apresenta o relatório gerado na aba
“RESULTADOS” para o caso fabrica de Papel.
71
Com isso, foi possível comparar os resultados da planilha com os resultados obtidos
por SOUZA (2011) através do cálculo dos desvios entre eles. A Tabela 34 apresenta a
comparação entre os resultados obtidos pela planilha e os apresentados por SOUZA
(2011) utilizando os mesmos dados de entrada. A análise dos resultados mostra que o
maior desvio encontrado em relação ao trabalho de SOUZA (2011) foi para o consumo
de gás natural pelo equipamento: 9,7%. Esse desvio pode ser explicado pela distinção
entre os métodos de cálculo do consumo do equipamento. Na planilha COGENERA
M12, o consumo do equipamento é calculado automaticamente pela equação (3.15), já
no trabalho de SOUZA (2011) o consumo do motor em m³/s é um dado de entrada
inserido pelo usuário. Apesar disso, todos os desvios se mantiveram menores que 10%,
portanto, pode-se considerar que os resultados alcançados foram muito próximos. Sendo
assim, a planilha COGENERA M12 se mostra válida para simular projetos de
cogeração.
72
anos, e seu horário de funcionamento é de sete horas da manhã até as onze horas da
noite( de 7h Às 23h) . A instalação possui demandas de eletricidade e de frio. A tarifa
de energia elétrica é do tipo AES Eletropaulo A4 Azul, sendo que a potência contratada
é de 1.600 kW fora da ponta, e de 1.200 kW fora da ponta. Os valores de demanda
elétrica da planta foram inseridos na aba “Demandas”, gerando as curva apresentadas na
Figura 38 e na Figura 39.
1,600
1,400
1,200
1,000
Demanda na
800 Ponta
600
400
200
0
0 2 4 6 8 10 12
Mês do ano
700,000.00
600,000.00
500,000.00
400,000.00
Consumo na Ponta
300,000.00
Consumo Fora da Ponta
200,000.00
100,000.00
0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês do ano
Figura 39 – Curva de consumo de energia elétrica para o caso do supermercado.
A central de água gelada do supermercado é composta por resfriadores de líquido
com compressor alternativo e condensação a água, totalizando 480 TR. A curva do
perfil da carga térmica diária do supermercado foi inserida na aba “Demandas”, gerando
a Figura 40.
73
Demanda térmica diária
1,800
1,600
1,400
1,200
1,000
Demanda térmica [kW]
800
600
400
200
0
0 5 10 15 20
Tempo [horas]
DEMANDA ELÉTRICA
Potência contratada de Ponta [kW] 1.200
Potência contratada Fora de Ponta [kW] 1.600
Fator de Carga na Ponta 78%
Fator de Carga Fora da Ponta 82%
Consumo de Energia Elétrica na Ponta [kWh/ano] 707.616
Consumo de energia Elétrica Fora da ponta [kWh/ano] 7.037.568
Consumo total de energia elétrica [kWh/ano] 7.745.184
Tarifa de Energia Elétrica Azul – A4
74
Demanda térmica da caldeira nos dias de semana [kW] 0,0
Demanda térmica da caldeira no fim de semana [kW] 0,0
Demanda térmica para refrigeração nos dias de semana [kW] 1.689,6
Demanda térmica para refrigeração no fim de semana [kW] 1.689,6
Fator de Carga Térmico da caldeira nos dias de semana 0%
Fator de Carga Térmico da caldeira no fim de semana 0%
Fator de Carga térmico de refrigeração nos dias de semana 58%
Fator de Carga térmico de refrigeração no fim de semana 58%
Tarifa de Combustível Não compra combustível
Consumo de energia térmica da CAG nos dias de semana [kWh/ano] 4.092.346
Consumo de energia térmica da CAG no fim de semana [kWh/ano] 1.630.667
Consumo de energia térmica da caldeira nos dias de semana [kWh/ano] 0,0
Consumo de energia térmica da caldeira no fim de semana [kWh/ano] 0,0
Consumo Total de energia térmica na Caldeira [kWh/ano] 0,0
Consumo total de energia térmica [kWh/ano] 5.723.013
Consumo anual de combustível sem cogeração [m³] 0,0
SELEÇÃO DO EQUIPAMENTO
Relação Elétrico-térmica da planta 0,95
Equipamentos Recomendados
75
Motor de Combustão Interna Recomendado
Turbina a gás Recomendado
Microturbina
Turbina a Vapor
Geração Elétrica com cogeração
Demanda Elétrica a ser gerada fora da ponta [kW] 1.067
Demanda Elétrica a ser gerada na ponta [kW] 667
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido fora da ponta [kWh] 6.899.320
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido na ponta [kWh] 393.434
Consumo Total de Energia Elétrica a ser suprido [kWh] 7.292.754
Equipamento Selecionado Motor GE J612 GS 2MW
Dimensão do Equipamento selecionado [kW] 1.990
Quantidade de equipamentos 1
Potência Instalada [kW] 1.990
Fator de carga do equipamento 80%
Queima adicional
Necessidade de queima adicional na caldeira Não
Demanda térmica adicional a ser suprida [kW] 0,00
Combustível para queima adicional na caldeira Gás natural
Equipamentos auxiliares
Dimensão do Chiller de Absorção [TR] 600
Necessidade de CAG auxiliar de queima direta Não
A partir da Tabela 37, observa-se também que o motor selecionado supre toda
demanda elétrica e ainda gera excedente (ver também Figura 41), mesmo considerando
uma demanda contratada de 5% da demanda da planta convencional (considerando
paradas para manutenção e suprimento emergencial). De forma a manter a análise
conservadora, não foi considerada a venda do excedente de energia elétrica.
76
Curva de Demanda Elétrica
2,500
2,000
Demanda Elétrica [kW]
1,500
Demanda na Ponta
0
0 2 4 6 8 10 12
Mês do ano
77
ANÁLISE TÉCNICA DO PROJETO DE COGERAÇÃO
Dimensão do equipamento [kW] 1.990
Número de equipamentos 1
Consumo de gás natural [m³/kWh] 0,23
PCI do gás natural [kcal/m³] 8.560
PCS do gás natural [kcal/m³] 9.400
Vazão horária de gás natural [m³/h] 462,8
Potência térmica total que entra no equipamento [kW] 4.610,9
Potência térmica retirada do bloco do motor [kW] 582,9
Potência térmica retirada da exaustão [kW] 1.360,1
Potência térmica retirada do óleo de lubrificação [kW] 0,00
Eficiência dos trocadores de calor 90%
Potência térmica útil para CHP [kW] 1.748,7
COP Chiller de Absorção 0,8
Análise da Geração Energia
Demanda Elétrica a ser suprida fora de ponta [kW] 0
Demanda Elétrica a ser suprida na ponta [kW] 0
Demanda térmica a ser suprida nos dias de semana [kW] 0
Demanda térmica a ser suprida no fim de semana [kW] 0
Energia Elétrica gerada por ano [kWh/ano] 9.297.280,0
Energia Térmica Gerada por ano [kWh/ano] 8.169.926,4
Energia Elétrica a ser suprida por ano [kWh/ano] 0,0
Energia Térmica a ser suprida por ano [kWh/ano] 0,0
Potência elétrica excedente [kW] 922,8
Potência térmica excedente [kW] 496,3
Energia Elétrica excedente por ano [kWh/ano] 1.808.103,2
Energia Térmica excedente por ano [kWh/ano] 2.898.246,0
Equipamentos auxiliares
Dimensão do chiller de absorção [TR] 600,0
Utilização de chiller auxiliar de queima direta Não
Dimensão do chiller queima direta [TR] 0
78
Demanda térmica diária
2,000
1,800
1,600
1,400
1,200
Demanda Térmica [kW]
1,000
Calor útil para cogeração [kW]
800
600
400
200
0
0 5 10 15 20
Tempo [horas]
79
operacionais na planta original. Assim, neste caso, a implantação da cogeração não é
viável economicamente.
80
O terceiro caso estudado foi o do Hospital das Clínicas da Universidade de
Campinas, estudado por GONZALES (2002). Este caso é interessante para ser
analisado, pois a planta disponibiliza as demandas de eletricidade, vapor e água gelada
durante os diferentes meses. Para este caso, foi estudado a viabilidade da implantação
de trigeração no sistema.
Os dados sobre as demandas (elétrica, vapor e água gelada) do hospital foram
obtidos por NIPE (2002). Esses dados foram inseridos na aba “Demandas” gerando os
gráficos apresentados na Figura 45, Figura 46 e Figura 47. No caso da demanda térmica
foi considerado (GONZALES, 2002) que as demandas nos dias de semana são iguais as
dos fins de semana.
2,000
1,500
Demanda na
1,000 Ponta
Demanda Fora da
Ponta
500
0
0 2 4 6 8 10 12
Mês do ano
1400000.00
Consumo Elétrico [kWh]
1200000.00
1000000.00
800000.00
Consumo na Ponta
600000.00
Consumo Fora da Ponta
400000.00
200000.00
0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês do ano
81
Demanda térmica diária
4,000.00
3,500.00
3,000.00
2,500.00
1,500.00
1,000.00
500.00
0.00
0 5 10 15 20
Tempo [horas]
DEMANDA ELÉTRICA
Potência contratada de Ponta [kW] 1.700
Potência contratada Fora de Ponta [kW] 2.100
Fator de Carga na Ponta 86%
Fator de Carga Fora da Ponta 87%
Consumo de Energia Elétrica na Ponta [kWh/ano] 1.105.272
Consumo de energia Elétrica Fora da ponta [kWh/ano] 14.404.068
Consumo total de energia elétrica [kWh/ano] 15.509.340
Tarifa de Energia Elétrica Azul – A4
82
Tabela 39 – Entradas de demanda térmica no caso do hospital.
Para o caso do sistema não ser capaz de gerar toda potência térmica necessária, o
déficit de energia térmica será suprido mediante queima adicional de combustível na
caldeia. Para possibilitara a analise supondo que o suprimento de calor seja feito por
queima adicional de óleo combustível, foi obtida uma média do preço do óleo
combustível no ano de 2013, no valor de 1.750 R$\m³ (US Energy Information
Administration, 2013).
No caso de produção excedente de energia elétrica, considerou-se (GONZALES,
2002) que o excedente poderia ser vendido ao campus da UNICAMP. Dessa forma, foi
selecionada a opção de venda do excedente por um valor de 0,16 R$\kWh, mesmo
adotado por SOUZA (2011), como pode ser visto na Tabela 40.
A Figura 48 apresenta os dados calculados pela planilha para auxiliar na seleção dos
equipamentos. Observa-se, a partir da Figura 48, que a partir da razão elétrico-térmica
calculada para esta planta, é recomendada a utilização de motores a combustão interna
83
ou de turbinas a gás. A Figura 48 também apresenta os dados sobre a demanda elétrica
do sistema com cogeração. A demanda elétrica da planta com cogeração é diferente da
demanda elétrica da planta sem cogeração, já que o chiller elétrico da planta sem
cogeração é substituído por um chiller de absorção.
SELEÇÃO DO EQUIPAMENTO
Relação Elétrico-térmica da planta 0,587
Equipamentos Recomendados
Motor de Combustão Interna Recomendado
Turbina a gás Recomendado
Microturbina
Turbina a Vapor
Geração Elétrica com cogeração
Demanda Elétrica a ser gerada fora da ponta [kW] 1.573
Demanda Elétrica a ser gerada na ponta [kW] 1.173
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido fora da ponta [kWh] 10.787.618
Consumo de Energia Elétrica a ser suprido na ponta [kWh] 762.475
Consumo Total de Energia Elétrica a ser suprido [kWh] 11.550.093
84
Tabela 41 – Exemplos de resultados obtidos com turbinas a gás para o caso do
hospital.
85
A partir da Tabela 42, é possível observar para todos os equipamentos analisados o
fator de utilização da energia (FUE) calculado foi maior que 80%, o que indica um
eficiente aproveitamento da energia. Além disso, em todos os casos houve uma redução
anual dos custos maior que 10%. A maior economia operacional encontrada foi de
16,2% para o motor GE J624 GS, devido ao elevado faturamento com venda de
excedente de energia elétrica. Contudo, foi considerado como sendo o ponto de
operação econômica da planta (ponto de operação em que os fatores econômicos são
mais vantajosos) a instalação do motor GE J420 GS já que a economia operacional foi
uma das maiores, de 13,5%, e ainda obteve o maior TIR, 18,7%, e menor pay-back, 8
anos, dentre os motores analisados. Além disso, é o motor que traz o maior
aproveitamento de energia, de acordo com o FUE calculado de 84,3%. Esses critérios
são importantes pois representam o retorno do investimento feito e a eficiência global
do sistema de cogeração.
A Figura 49 e a Figura 50 mostram que o motor GE J420 GS não é capaz de suprir
toda demanda elétrica e térmica do hospital, o que justifica o elevado custo com compra
de energia elétrica adicional da rede e com combustível. Porém, é a opção mais viável
economicamente para instalação de acordo com os resultados apresentados na Tabela
42. Isso destaca a importância de se realizar simulações antes de se tomar uma decisão
em um projeto de engenharia. Os resultados mais detalhados da simulação da
cogeração, tais como o relatório final do projeto de cogeração e os gráficos
86
Curva de Demanda Elétrica
2,500
2,000
Demanda Elétrica [kW]
1,500
Demanda na Ponta
0
0 2 4 6 8 10 12
Mês do ano
87
Um dos parâmetros que tem maior influência no custo operacional de uma planta de
cogeração é a tarifa do gás natural. Sabe-se que entre os anos de 2004 e 2011 a tarifa do
gás natural para o segmento de cogeração estava sendo reajustada com média anual de
5,5% ao ano. Esta política de preços trazia certa segurança ao investidor pela
estabilidade ao longo destes anos (ANDREOS, 2013). No entanto, em maio de 2012
houve um aumento significativo na tarifa, de aproximadamente 31,2% , e em dezembro
do mesmo ano ocorreu mais um reajuste de 9,1 % (ANDREOS, 2013). Estes aumentos
consecutivos trouxeram bastante insegurança quanto à estabilidade de preços da tarifa
de gás natural além de comprometer a viabilidade dos projetos de cogeração a gás
natural. Estes reajustes são ilustrados na Figura 51 (ANDREOS, 2013).
Esse fato foi observado nos estudos de caso. No primeiro estudo de caso, utilizado
para validação, foram utilizadas as mesmas tarifas do trabalho de SOUZA (2011). Neste
caso, o pay-back encontrado foi de 4 anos. Já no caso do supermercado e do hospital,
onde as tarifas utilizadas foram as de 2013, não houve viabilidade econômica no caso
do supermercado e o pay-back, para o melhor cenário do caso do hospital, foi de 8 anos,
o dobro do caso da Fabrica de papel, apesar de ter um porte menor.
88
5 Conclusões
A utilização de sistemas de cogeração como forma de atendimento de demandas
térmicas e elétricas em plantas industriais, comerciais ou de grande porte, pode ser uma
alternativa para aumentar a eficiência do consumo de recursos energéticos. Em
determinadas situações, as centrais de cogeração podem reduzir significativamente os
custos de operação de diversas instalações.
Entretanto, cada uma dessas plantas apresenta suas peculiaridades energéticas, ou
seja, suas demandas, térmica e elétrica, variam de acordo com tipo de aplicação
industrial e com o tamanho da planta. Por isso, antes de se propor uma solução de
cogeração definitiva para determinada planta, existe a necessidade de se realizar
simulações com diferentes centrais de cogeração, para avaliar o desempenho de cada
uma no suprimento das demandas da instalação. Dessa forma, o empreendedor pode
optar pelo equipamento que melhor se encaixa em sua estratégia de aplicação.
Neste contexto, o programa computacional COGENERA M12 tinha como objetivo
servir de ferramenta para as etapas de mapeamento de demandas e avaliação de
soluções, para um projeto de cogeração. Assim, critérios técnicos sobre a eficiência
energética, e econômicos sobre o retorno do investimento, serviram para auxiliar na
decisão sobre a viabilidade de implementação das propostas de implementação da
cogeração.
Os estudos de caso realizados com a utilização do programa mostraram a eficiência
e flexibilidade da ferramenta para avaliar diferentes projetos de cogeração para variados
tipos de instalações.
A validação feita no primeiro estudo de caso (Fabrica de papel) mostrou, a partir de
comparações com resultados publicados, que o programa possui confiabilidade, uma
vez que os desvios encontrados entre os resultados da planilha e os reportados foram
relativamente pequenos.
Os outros dois estudos de caso avaliaram a viabilidade de implantação de centrais de
cogeração utilizando as tarifas atuais de combustível e energia elétrica. O caso do
supermercado foi baseado no trabalho de ANDREOS (2013). Porém ao invés de utilizar
o sistema em paridade elétrica, como feito por ANDREOS (2013), optou-se por simular
um sistema com paridade térmica. A cogeração teve uma eficiência global de 81%,
porém foi economicamente inviável, uma vez que o consumo de combustível fazia com
89
que o custo operacional com cogeração fosse cerca de 29% maior que o da planta
original.
No caso do hospital, foram simulados diferentes equipamentos para cogeração com
a finalidade de se encontrar a operação mais econômica para a planta. Concluiu-se que o
melhor resultado da cogeração para o Hospital seria a implantação de um motor GE
J420 GS. Este sistema teria uma eficiência global de 84%, uma economia operacional
de cerca de 14% ao ano, uma taxa de retorno do investimento de 19% , e o pay-back de
8 anos.
Apesar de o resultado encontrado ter sido satisfatório, devido ao alto porte de
investimentos requeridos pela implantação de uma planta de cogeração e à
complexidade técnica acoplada a essa tecnologia, muitos empresários optam por
implantar uma tecnologia menos eficiente energeticamente, que forneça um retorno de
investimento em um prazo mais curto (RAMÓN, 2001). Dessa forma, foi identificado
que um dos principais fatores responsáveis por afetar o custo operacional da planta,
reduzindo o tempo de retorno do investimento, é o preço do gás natural.
A partir dos estudos desenvolvidos no presente trabalho, pode-se concluir que a
implantação de sistemas de cogeração pode ser uma forma de elevar significativamente
a eficiência energética de uma planta. Além disso, é possível que esse maior
aproveitamento energético traga vantagens financeiras para o empresário que opta pela
cogeração com gás natural. Essas decisões podem ser facilitadas pelo emprego da
ferramenta desenvolvida.
90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
91
NOGUERIA, LUIS AUGUSTO HORTA. 2004. Disseminação de informações em
eficiência energética. Rio de Janeiro : s.n., 2004.
RAMÓN, D. 2001. Análise e recomendações para superação das barreiras à co-
geração com bagaço de cana no Nordeste. Brasília : s.n., 2001.
RAMOS, RICARDO A.V. 2008. Análise energética e exergética de uma usina sucro-
alcooleira com sistema de cogeração em expansão. Faculdade de Engenharia de Ilha
Solteira. São Paulo : s.n., 2008.
SÁNCHEZ PRIETO, M.G.S. 2003. Alternativas de Cogeração na Industria Sucro-
Alcooleira, Estudo de Caso. Campinas, SP, Brasil : UNICAMP, 2003.
SEMAE. 2011. Cogeração de energia a partir do biogás e do lodo provenientes de
reatores anaeróbios da ETE Rio Preto. São José do Rio Preto : s.n., 2011.
SOUZA, LUCAS DE OLIVEIRA. 2011. Análise de viabilidade técnica e econômica
de projetos de cogeração de energia usando a planilha de simulação desenvolvida
"ANALISECOGERA". Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro : s.n.,
2011.
US Energy Information Administration. 2013. New York Harbor No. 2 Heating Oil
Spot Price FOB, US$ per gallon. 2013.
92
APÊNDICE A – BANCO DE DADOS DE EQUIPAMENTOS
93
Figura A. 2 - Parâmetros de performance típica de sistemas de cogeração usando
turbinas à gás.
94
Também foram inseridos motores de combustão interna à gás natural da linha
Jenbacher da fabricante GE Energy.
95
Figura A. 7 - Especificações dos motores GE Jenbacheri type 6.
96
Figura A. 9 - Especificações da turbina a gás modelo MARS 100.
97
Figura A. 11 - Especificações da turbina a gás modelo TITAN 130.
98
APÊNDICE B – RESULTADOS DO CASO DO HOSPITAL
COM O MOTOR GE J420 GS.
99
Figura B. 2 – Balanço de energia do sistema de cogeração para o caso do hospital
com o motor GE J420 GS.
100
RESULTADOS DO PROJETO DE COGERAÇÃO
SITUAÇÃO DA PLANTA SEM COGERAÇÃO COM COGERAÇÃO
Equipamento Selecionado
Equipamento utilizado - Motor GE J420 GS 1.4MW
Quantidade - 1
Potência Instalada [kW] - 1.426
Dimensão do Chiller [TR] 475 594
Necessidade de CAG de queima suplementar - Não
Dimensão da CAG de queima suplementar [TR] - 0
Geração de Energia
Energia elétrica gerada por ano [kWh/ano] - 9.993.408
Energia térmica gerada por ano [kWh/ano] - 10.362.730
Consumo
Potência contratada da Rede na Ponta [kW] 1.700 85
Potência contratada da Rede Fora da Ponta [kW] 2.100 147
Energia elétrica da rede consumida por ano [kWh/ano] 15.509.340 1.061.834
Consumo anual de gás natural pela CAG de queima direta [m³/ano] - 0
Consumo anual de gás natural pelo(s) equipamento(s) [m³/ano] - 2.491.341,5
Combustível utilizado na caldeira Gás natural Gás natural
Consumo anual de gás natural pela caldeira [m³] 1.390.514,2 2.026.488,7
Consumo anual de óleo combustível pela calderia [m³] 0 0,0
Custos
Custo anual de Energia Elétrica [R$] R$ 4.125.094,3 R$ 273.912,1
Custo anual com combustível [R$] R$ 2.342.029,5 R$ 5.037.937,7
Custo anual Extra de Operação e Manutenção da Planta [R$] - R$ 319.841,8
Custo anual com Manutenção do Ar Condicionado [R$] 87.088,2 37.323,5
Custo com reposição de água e tratamento químico do AC [R$] 2.704,6 2.704,6
Total de despesas operacionais [R$] R$ 6.556.916,7 R$ 5.671.719,7
Venda de Energia Elétrica
Preço médio de venda de Energia Elétrica excedente [R$/kWh] - 0,16
Faturamento anual com venda de Energia Elétrica [R$] - R$ 0,00
Desempenho energético da Cogeração
Calor útil para cogeração [kW] - 1.479
Fator de Utilização de Energia (FUE) - 82,01%
Índice de geração de potência (IGP) - 74,39%
Fator de poupança de energia (S) - 34,57%
Qualificação da coegração pela ANEEL - QUALIFICADO
Resultados Financeiros
Custo total de Operação da Planta [R$] R$ 6.556.916,65 R$ 5.671.719,67
Custo total de Instalação da planta [R$] R$ 5.135.884,40
Investimento por energia elétrica gerada [R$/kWhe] 0,514
Investimento por energia total gerada [R$/kWh] 0,252
Custo da Energia - COE [R$/kWh gerado] 0,291
Tempo de projeto (anos) 20 anos
Economia operacional anual da planta [R$] R$ 885.196,98
Economia operacional anual da planta [%] 13,50%
Taxa Interna de Retorno (TIR) 18,71%
PAY-BACK (anos) 7,95
Figura B. 4 – Relatório completo com os resultados do projeto de cogeração para o
caso do hospital com o motor GE J420 GS.
101
Comparação do Custo da Energia Elétrica
Contratada
Custo sem cogeração(sem impostos) Custo sem cogeração(com impostos)
Custo com cogeração(sem impostos) Custo com cogeração(com impostos)
Custo da Energia Elétrica Contratada
4,500,000.00 4,125,094.32
4,000,000.00
3,500,000.00
3,000,000.00 2,771,176.61
[R$/ano]
2,500,000.00
2,000,000.00
1,500,000.00
1,000,000.00
500,000.00 184,010.04 273,912.09
0.00
Figura B. 5 – Comparação do custo de energia elétrica contratada da rede para o
caso do hospital com o motor GE J420 GS.
5,037,937.68
5,000,000.00
4,000,000.00
3,000,000.00
2,342,029.53
2,000,000.00
1,000,000.00
0.00
Figura B. 6– Comparação do custo anual de combustível para o caso do hospital
com o motor GE J420 GS.
102
Comparação do Custo Anual de Operação
Custo Total sem cogeração Custo Total com cogeração
R$ 7000000.00000,
R$ 6556916.65012,
Custos de Operação da Planta
R$ 6000000.00000, R$ 5671719.67138,
R$ 5000000.00000,
[R$/ano]
R$ 4000000.00000,
R$ 3000000.00000,
R$ 2000000.00000,
R$ 1000000.00000,
R$ .00000,
Figura B. 7 – Comparação do custo operacional total da planta para o caso do
hospital com o motor GE J420 GS.
103