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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE, PROFESSOR

BASES LEGAIS E PRINCÍPIOS DO SUS Vamberto Spinelli Jr


POLÍTICAS DE SAÚDE ANTES
DO SUS
POLÍTICAS PÚBLICAS
são conjuntos de programas, ações e
atividades desenvolvidas pelo Estado,
diretamente ou indiretamente, com a
participação de entes públicos ou
privados, que visam assegurar
determinado direito de cidadania, de
forma difusa ou para determinado
seguimento social, cultural, étnico ou
econômico.
SISTEMA DE SAÚDE
um conjunto (mais ou menos) integrado,
coordenado, articulado de
instituições/organizações/agências
(secretarias de saúde, hospitais,
laboratórios etc.) e de agentes/atores
sociais (profissionais de saúde, gestores
etc.) que desenvolvem ações e serviços
objetivando assegurar proteção,
promoção, recuperação e reabilitação
da saúde das pessoas e populações ou
coletividades.
CARACTERÍSTICAS
❖As políticas de saúde foram se modificando ao longo do tempo
acompanhando as tendências, o contexto e as condições econômicas,
políticas, institucionais, culturais, científicas, tecnológicas e técnicas do
país.
❖ Estreita relação interesses econômicos privados e as ações e serviços
de saúde voltados para a população.
❖ Dicotomia entre ações preventivas e de caráter coletivo e a
assistência médico-hospitalar, as ações curativas de caráter individual
(recuperação e reabilitação da saúde).
❖ NÃO SISTEMA (Jairnilson Paim): desarticulação entre os componentes
da política de saúde, duplicidade de ações, desperdício de recursos.
CARACTERÍSTICAS
❖ Desigualdade em saúde. Até inicio do século XX o acesso aos
cuidados médicos convencionais só estava ao alcance de quem podia
pagar honorários médicos ou através de instituições filantrópicas. Ou
ainda se lançava mão das práticas e saberes populares de saúde, à
chamada medicina popular. Até a década de 1920 o Estado não
desenvolvia nenhum tipo de intervenção na saúde. A desigualdade
permaneceu por longo período e, embora vários esforços venham
sendo realizados desde a institucionalização do SUS, ela permanece
ainda como desafio.
MODALIDADES DE
AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE
❖ AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS-ESTATAIS DE SAÚDE (só a partir
da década de 1920 o Estado participar na assistência à saúde)
▪AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA
▪MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
▪MEDICINA DO TRABALHO. Consolida-se a partir de 1930, sob
responsabilidade do Ministério do Trabalho.

❖ MEDICINA LIBERAL: consiste no atendimento médico exclusivo


àqueles que podem pagar pelos serviços médicos.
MODALIDADES DE
AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE
❖ MEDICINA FILANTRÓPICA. Remonta às Casas de Misericórdia
(abrigo de doentes pobres e indigentes). Assistência médica
praticada em instituições de caridade sustentadas pela Igreja e por
doações.

❖MEDICINA POPULAR. Refere-se aos saberes e práticas populares


de saúde passadas de geração a geração.
AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA
AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA
Medidas/ações de prevenção, que envolvem as condições ambientais
e as coletividades, ligadas principalmente ao saneamento básico, à
imunização, e à mudanças comportamentais.
❖ Saneamento dos portos;
❖ Combate a vetores, saneamento de áreas de interesse comercial;
❖ Vacinação obrigatória, campanhas sanitárias de combate, por
exemplo, à febre amarela, varíola e peste bubônica (ações
freqüentemente episódicas/pontuais).
❖ Campanhas de saúde pública contra tabagismo, acidentes de
trânsito etc.
AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA
❖ As 1ªs décadas do séc. XX foram marcadas pelo SANITARISMO
CAMPANHISTA, centralizador (influenciado pelo cientificismo,
fundamentado na bacteriologia e microbiologia - conhecimento
estava nas mãos de poucos – cientistas e técnicos) e autoritário (a
população não tinha permissão para participar das discussões, não
era esclarecida quanto às ações campanhistas e deveria se submeter
às ordens).
REVOLTA DA VACINA:
Oswaldo Cruz, jovem sanitarista brasileiro que trabalhava no Instituto
Pasteur, em Paris, é nomeado para chefiar o Departamento Nacional
de Saúde Pública e conduz as primeiras medidas de saneamento e
imunização.
Cria os esquadrões de caça a ratos e um polícia de focos que
combatia os mosquitos transmissores da febre amarela, pulverizando e
interditando barracos, casas e quintais. Suas medidas provocaram
polêmica especialmente a aprovação da lei de vacinação contra a
varíola no Congresso.
Em novembro de 1904 quando as Brigadas Sanitárias começaram as
vacinações obrigatórias, houve reação generalizada, a população
bloqueou ruas, incendiou bondes e saqueou lojas durante 8 dias. A
revolta só foi sufocada com a decretação de estado de sítio por um
mês, durante o qual houve 30 mortes, centenas de prisões e a
deportação de 465 revoltosos para o Acre (RODRIGUES; SANTOS,
2011, p.77).
AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA
❖ Paulatina SUBSTITUIÇÃO DA LÓGICA DA COERÇÃO pela LÓGICA
DA PERSUASÃO nas campanhas sanitárias (DNSP – introdução de
propaganda e educação sanitária).

❖ No segundo governo Vargas (1951-1954) se articula a proposta


do SANITARISMO DESENVOLVIMENTISTA que defendia: “uma
proposta de articulação das campanhas sanitárias à promoção da
assistência e de articulação de ações preventivas e curativas, de
acordo com as necessidades da população, a serem executadas no
nível municipal” (AGUIAR, 2015, p.26).
AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA:
INSTITUCIONALIZAÇÃO
❖ Criação, em 1903, do Instituto Soroterápico de Manguinhos, depois
denominado Instituto Bacteriológico Oswaldo Cruz, com a
finalidade de pesquisa e desenvolvimento de vacinas;
❖ Criação do DNSP (Dept°. Nacional de Saúde Pública), por Carlos
Chagas (1920), subordinado ao Ministério da Justiça e Negócios
Interiores, e a partir de 1930 ao Ministério de Educação e Saúde;
❖ 1942: surgimento do SESP (Serviço Especial de Saúde Pública),
convênio com o governo dos EUA (ações no N e NE, ligado ao
interesse dos EUA na exploração da borracha na Amazônia). Em
1960, transformado em Fundação SESP (FSESP).
Sesp – Singularidade e pioneirismo
Os serviços de saúde desenvolvidos pelo
Sesp/FSESP eram marcados por uma visão
ecológica do processo saúde-doença, buscando
adotar uma abordagem integral que envolvia
desde ações preventivas – como vacinação e
saneamento – a ações educativas e de cunho
assistencial, hospitalar. Todos os habitantes dos
municípios onde o Sesp/FSESP mantinha suas
unidades mistas tinham acesso aos serviços
prestados, constituindo-se no primeiro tipo de
ação de saúde de caráter universal no país.
Em suas unidades mistas, além de ações de
saúde, eram realizadas atividades de pesquisa e
ensino. (...) Quando foi absorvida pela Funasa,
em 1990, a FSESP mantinha em todo o país 800
unidades mistas (RODRIGUES; SANTOS, 2011,
p.81).
AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA:
INSTITUCIONALIZAÇÃO
❖ 1953: Criação do Ministério da Saúde, com concentração e
especialização das ações voltadas ao combate a doenças específicas.
❖ 1956: Criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais
(Deneru), visando unificar diversos programas existentes de controle
de endemias (malária, febre amarela, leishmaniose, doença de
Chagas, esquistossomose etc.).
❖ 1970: Criação da Superintendência da Campanhas de Saúde
Coletiva (Sucam), que absorveu a Deneru.

A Sucam chegou a ser uma das instituições do Estado brasileiro com maior
presença em todo território nacional. Estruturava-se de forma vertical em todo
de endemias específicas, para as quais preparava e mantinha corpos de
guardas sanitários que atuavam desde a periferia das grandes cidades até os
locais mais remotos do interior do país (RODRIGUES; SANTOS, 2011, p.81).
ASSISTÊNCIA MÉDICO-
HOSPITALAR PREVIDENCIÁRIA
OU MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
PREVIDENCIÁRIA

Serviços médico-assistenciais curativos e individuais


voltados para trabalhadores assalariados formais,
financiado por contribuição dos trabalhadores e
empregadores, com base na folha salarial -
MODALIDADE SEGURO SAÚDE.
Possibilitou vultuosas remessas de recursos a serviços
privados contratados em detrimento dos serviços públicos
de saúde.
ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
PREVIDENCIÁRIA: INSTITUCIONALIZAÇÃO
❖ 1923: Início da Previdência Social no Brasil com a criação
das CAPs (Caixas de Aposentadoria e Pensões), Lei Elói
Chaves. As CAPs eram financiadas pelos trabalhadores
assalariados, por recursos da empresa empregadora e pelo
próprio Estado, e assegurava aos trabalhadores e seus
familiares assistência médica e benefícios previdenciários
(aposentadoria e pensões). Seu alcance era bastante limitado,
não chegava a cobrir 1% da população brasileira.
ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
PREVIDENCIÁRIA: INSTITUCIONALIZAÇÃO
❖ 1933: criação do IAPs (Institutos de Aposentadoria e
Pensão) em substituição às CAPs. Organizado separadamente
por categorias específicas. O primeiro foi o IAPM (marítimos),
os maiores e mais conhecidos foram: IAPI (industriários), IAPB
(bancários), IPASE (servidores do Estado).
▪ Eram controlados pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social e administrados de forma tripartite
(trabalhadores, empresários e governo federal).
▪ Construíram diversos hospitais e centros de saúde,
especialmente nas cidades grandes. Estabeleciam também
convênios com prestadores de serviços.
ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
PREVIDENCIÁRIA: INSTITUCIONALIZAÇÃO
❖ 1966: Unificação dos IAPs com a criação do INPS (Instituto
Nacional de Previdência Social) subordinado ao Ministério do
Trabalho e da Previdência Social. Apenas trabalhadores assalariados
e suas famílias tinham acesso à assistência médica da previdência
social. A partir de então todas as unidades do INPS passam a
atender, de forma igualitária, aos antigos segurados dos IAPs.
Gestão deixa de ser tripartite, e passa a ser centralizada com
finalidade de capitalização por parte do governo militar.
ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
PREVIDENCIÁRIA: INSTITUCIONALIZAÇÃO
❖ 1974: criação do Ministério da Previdência e Assistência Social
(MPAS).
❖ 1977: criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS), responsável pela prestação de
assistência médica individual e curativa através de serviços privados
contratados. Aglutina toda a assistência médica prestada pela
Previdência Social.
EXPANSÃO DA LÓGICA MERCANTIL
NO SETOR SAÚDE
Com o desenvolvimento industrial – especialmente a partir do período
de JK (1956-1961) e posteriormente nas décadas de 1960-1970
ocorre uma EXPANSÃO DA LÓGICA MERCANTIL NO SETOR SAÚDE
associado à/ao:
❖ fortalecimento da indústria farmacêutica e de equipamentos
(indústria médico-hospitalar), expansão da assistência médico-
hospitalar curativa, individualista e privada, em detrimento da saúde
pública.
❖ expansão de uma política de compra de serviços de saúde no setor
privado pela previdência social. A opção dos governos,
especialmente a partir de 1964, foi “comprar serviços médicos
hospitalares do setor privado para os segurados da previdência,
ao invés de investir em serviços próprios, de modo a ampliar a
infraestrutura pública de serviços de saúde” (PAIM, 2009, p. 34).
DUPLO COMANDO E FALTA DE
INTEGRALIDADE
Até então o desenvolvimento histórico da política de saúde evidencia
um duplo comando e falta de integralidade (separação entre
prevenção e cura) no setor saúde:

a) MINISTÉRIO DA SAÚDE: cuidava das ações preventivas e de


caráter coletivo.
b) MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL:
responsabiliza-se pela assistência médica de caráter curativo e
individual, prestada apenas aos trabalhadores assalariados formais
que contribuíam para a Previdência.
É importante considerar neste momento
as opções de atenção à saúde
disponíveis para o cidadão comum: (a) se
fosse assalariado formal poderia ser
atendido pela medicina previdenciária
[crescentemente precarizada]; (b) pagar
diretamente ao profissional médico pela
assistência prestada [com custos
frequentemente altos]; (c) estando fora
das duas opções anteriores, deveria
buscar auxílio médico em instituições
filantrópicas, ou lançar mão dos saberes
e prática da medicina popular.
EM: FOCO DOIS MODELOS ASSISTENCIAIS

MODELO trata os problemas de saúde da população


ASSISTENCIAL através de grandes campanhas e de programas
especiais. Atua, pontualmente, em determinadas
SANITARISTA situações freqüentemente quando já instaladas.

MODELO MÉDICO trata-se de um modelo de demanda espontânea,


ASSISTENCIAL ou seja, os próprios indivíduos que procuram os
serviços médicos por iniciativa própria. Também
PRIVATISTA não atuam em prevenção. O foco desse modelo é
a doença e não o indivíduo. Não altera o nível de
saúde da população.
REFORMA SANITÁRIA
BRASILEIRA (RSB)
REFORMA Refere-se a um conjunto de mudanças
necessárias à reformulação do setor de
SANITÁRIA saúde brasileiro, cuja concepção ocorreu
entre as décadas de 1970 e 1980, e
BRASILEIRA resultou na institucionalização do SUS.
CONTEXTO DA FORMULAÇÃO DO PROJETO DE RSB
CRISE DO MODELO DE MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
Ao final dos anos 1970, a Previdência entrou Somado a isso, estava um
em crise devido a: quadro social de grande
▪ Má aplicação dos recursos, por exemplo, uso desigualdade, condições
dos recursos em obras sem retorno para o de vida insalubres,
caixa saneamento precário etc.
▪ Ênfase numa orientação assistencial privatista O governo militar entrava
e curativa de ações e serviços de saúde; alto em profunda crise.
custo da assistência que é complexa, pouco
resolutiva e insuficiente para a demanda
▪ Assistência baseada no hospital
▪ Fortalecimento do setor privado na saúde
▪ Exclusão de grande parte da população em
relação ao acesso aos serviços de saúde
CONTEXTO DA FORMULAÇÃO DO PROJETO DE RSB
CRISE DO MODELO DE MEDICINA PREVIDENCIÁRIA

CONJUNTURA MARCADA POR:


• concentração de renda Período de transição
• arrocho salarial com redução do poder democrática (1979-1988):
de compra do salário mínimo cenário de forte mobilização
• aumento de preços de produtos básicos pela redemocratização do
• colapso do serviço de saúde e país e crise do sistema de
transporte, serviços públicos sucateados saúde previdenciário, crítica
e insuficientes. ao sistema de saúde vigente
• recrudescimento das condições de vida etc.
da população brasileira
Movimento da
REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA
A crise possibilitou a • Universalizar o direito à
expansão dos saúde.
MOVIMENTOS SOCIAIS e a • Integralizar as ações de
formulação de propostas cunho preventivo e curativo,
que atendessem aqueles desenvolvidas pelos
O QUE BUSCAVA?
excluídos de qualquer Ministérios da Saúde e da
sistema de proteção social. Previdência separadamente
Na área da saúde, ganhou • Descentralizar a gestão
destaque ao final dos anos administrativa e financeira.
1970 o MOVIMENTO DA • Promover a participação e
REFORMA SANITÁRIA. o controle social.
CONTEXTO
• Difunde o conceito ampliado de Saúde
INTERNACIONAL “estado de completo bem-estar físico, mental
e social, e não simplesmente a ausência de
CONFERÊNCIA DE doença ou enfermidade”; Saúde “direito
ALMA ATA (1978): fundamental” e cuja “a consecução do mais
Conferência Internacional alto nível de saúde é a mais importante meta
sobre APS. Marco para a social mundial” requerendo “a ação de muito
saúde mundial setores sociais e econômicos, além do setor
saúde”.
•Defesa da saúde como direito de cidadania
Crítica ao setor saúde
estruturado em torno da
doença e da cura, uma Reformas sanitárias em diversos países:
concepção reducionista reconhecimento da saúde como direito de
cidadania. Organização de sistemas
(biomédica) do processo + públicos de saúde de acesso universal –
saúde-doença
ampliação do sistema de seguridade social
MOVIMENTO DA
REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA
COMPOSIÇÃO: trabalhadores em saúde, acadêmicos, secretários de saúde,
cidadãos comuns, lideranças de movimentos sociais comunitários etc.

A) ACADÊMICOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE: setor decisivo na formulação


da proposta da RSB e na articulação do movimento.
Alguns atores centrais:
- IMS-UERJ, criado em 1972: centro do pensamento crítico em saúde
- Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde), criado em 1976: papel central
na mobilização, formulação e difusão (através da Revista Saúde em Debate) do
projeto da RSB
- ABRASCO, criada em 1978.

B) MOVIMENTO POPULARES DE SAÚDE: da medicina comunitária popular à


politização e participação efetiva no movimento sanitário brasileiro.
GRADUAL UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO SANITARISTA,
PENETRAÇÃO DE SANITARISTAS NA ESTRUTURA DO
ESTADO E BUSCA DE ALTERNATIVAS:
1979, Brasília, Câmara 1981: frente à crise da medicina
dos Deputados: I previdenciária, o INAMPS cria o
Simpósio sobre a Conselho Consultivo de
Política Nacional de Administração da Saúde
Saúde: Cebes apresenta Previdenciária (CONASP). A criação
o documento: “A questão do Conselho possibilitou, em 1983,
democrática na área da
sob pressão dos movimentos sociais, a
saúde”, defendendo o
direito universal à saúde, criação do programa Ações
como direito social sob Integradas de Saúde (AIS), implicou a
responsabilidade do transferência de recursos para os
Estado. O documento municípios para expansão de uma
tornou-se o eixo rede de UBS, contratação e
organizador do capacitação de recursos humanos.
Movimento Sanitário. Consistiu num esforço de articular
ações preventivas com curativas.
GRADUAL UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO SANITARISTA,
PENETRAÇÃO DE SANITARISTAS NA ESTRUTURA DO
ESTADO E BUSCA DE ALTERNATIVAS
AÇÕES INTEGRADAS DE SÁUDE

Eram executadas a partir de uma gestão integrada do MS


com o INAMPS e Secretarias estaduais, e consistiam
principalmente em:
• Convênios com os municípios e estados;
• Repasses de dinheiro da previdência para o nível mais
descentralizado;
• Ampliação da oferta de serviços de saúde;
• Criação de instâncias (comissões) interinstitucionais de
gestão;
• Maior ênfase nas ações básicas e preventivas;
• Maior ambulatorização;
GRADUAL UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO SANITARISTA,
PENETRAÇÃO DE SANITARISTAS NA ESTRUTURA DO
ESTADO E BUSCA DE ALTERNATIVAS
1984, Curitiba: Reunião Constituição da Frente ▪Eleutério Rodrigues
de trabalho Cebes e Sanitária (UnB e Cebes),
Abrasco: formaliza um nomeado secretário
programa coerente que 1985, início do geral do MS
unifica diversos setores
em relação à RSB e à Governo Sarney:
construção do SUS. sanitaristas importantes ▪Nomeação de Hésio
ocupam posições Cordeiro para o
centrais na hierarquia INAMPS, um dos
do sistema nacional de principais críticos ao
saúde, dando início a modelo previdenciário.
mudanças na política
de saúde ▪Sérgio Arouca,
nomeado presidente da
FioCruz
GRADUAL UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO SANITARISTA,
PENETRAÇÃO DE SANITARISTAS NA ESTRUTURA DO ESTADO E
BUSCA DE ALTERNATIVAS
▪Em 1985, o INAMPS assegura acesso universal às suas unidades de
assistência ambulatorial ou hospitalar (desobriga a apresentação
da carteira de trabalho). Passo importante para a universalização
do acesso em meio à mobilização popular crescente.

▪Expande convênios das Ações Integradas de Saúde (AIS).

▪1986: é criado, no âmbito do INAMPS, o Sistema Unificado e


Descentralizado de Saúde (SUDS). INAMPS deixa de atuar como
órgão de execução direta, repassando atribuições para os governos
estaduais e municipais.
A 8ª. CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE (1986)

Primeira na história a
contar com a participação
de representantes da
sociedade civil e precedida
por conferências estaduais
(4 mil participantes).
8 CNS representa um marco Consolidou a pauta central que
na formulação das propostas vinham sendo formulados no
de mudança do setor de projeto da RSB:
saúde, consolidadas na • Conceito ampliado de saúde;
REFORMA SANITÁRIA • Saúde como direito de
BRASILEIRA. Seu relatório cidadania e responsabilidade
final definiu a saúde como do Estado;
“resultante das condições de • Instituição de um sistema único
alimentação, habitação, pautado pelos princípios da
educação, renda, meio universalidade, da
ambiente, trabalho, integralidade, da equidade, da
transporte, emprego, lazer, descentralização e da
liberdade, acesso e posse da participação popular.
terra e acesso aos serviços de
saúde”.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
E A CONSTITUIÇÃO CIDADÃ

❖ Grande mobilização em torno de objetivos estratégicos


definidos na 8ª. CNS para a Assembleia Nacional Constituinte
(fev/1987-set/1988).
❖ Relatório final da 8ª. CNS serviu de base para discussões do
tema Saúde na Assembleia Nacional Constituinte em 1987.
❖ Todos os objetivos estratégicos da 8ª. CNS foram contemplados
no texto da Constituição Federal de 1988 (nos artigos n°. 196,
197, 198, 199 e 200, do capítulo da Seguridade Social, Sessão
II. Saúde), inclusive com redação muito semelhantes.
Art.196, afirma o princípio
da UNIVERSALIDADE:
A saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantido
Art.197:
mediante políticas sociais e
econômicas que visem à
redução do risco de doença e São de relevância
de outros agravos e ao pública as ações e
acesso universal e igualitário serviços de saúde,
às ações e serviços para sua cabendo ao Poder
promoção, proteção e Público dispor, nos
recuperação. termos da lei, sobre
sua regulamentação,
fiscalização e
controle...
Todos os princípios organizativos/operativos
propostos na 8ª. CNS também foram incorporados
à Constituição Federal, no Art. 198:
As ações e serviços públicos de saúde integram
uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único (ênfase nossa),
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada
esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade.
No Art. 199 da Constituição
Federal, define-se que a
“Assistência à saúde é livre à
iniciativa privada”. O setor privado
aparece como complementar e
subordinado, e nega-se auxílios ou
subvenções às instituições privadas
com fins lucrativos.
O Art. 200 especifica ainda as seguintes atribuições do SUS:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a
saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de
saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento
básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e
tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE

Princípios e diretrizes de funcionamento do sistema oficial


de saúde brasileiro são formalmente estabelecidos a
partir da Constituição Federal de 1988.

O SUS, no entanto, deve ser regulamentado, por atos


legislativos. Em virtude do contexto político e ideológico
da época, a orientação neoliberal do governo Collor de
Mello, a regulamentação do SUS ocorre apenas em 1990
por meio das Leis Orgânicas da Saúde n°. 8.080
(agosto/1990) e n°. 8.142 (dezembro/1990).
LEI 8.080/90
A lei dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde e ainda regula as ações, a organização e
o funcionamento dos serviços de saúde em todo o país.
Define que o novo sistema de saúde compreende:
O conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, de
administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo
poder público, além da participação da iniciativa privada de
maneira complementar, isto é, recorre-se à iniciativa privada
para garantir o acesso integral à saúde, sempre que a
disponibilidade dos serviços públicos for insuficiente.
LEI 8.080/90
Art. 5. Objetivos e atribuições:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes
da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social, a redução de riscos de doenças e de outros agravos e
no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação.
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
LEI 8.142/90
▪ Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS
e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde.
▪ Consolida um importante espaço público democrático de
participação da população.
▪ Normatiza que os recursos financeiros do SUS devem ser
depositados em conta especial (fundo de saúde) em cada esfera
de atuação e devem ser movimentados sobre o controle e
fiscalização dos conselhos de saúde.
➢ SUS vem sendo normatizado mediante uma série de
legislações que inclui as LOS, normas operativas, decretos,
portarias etc.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS
As ações e serviços que constituem o SUS devem se
orientar pelos seguintes princípios doutrinários/filosóficos:
❖ UNIVERSALIDADE
❖ EQUIDADE
❖ INTEGRALIDADE
Estes consubstanciam o conceito ampliado de saúde que
está na base do sistema, e a concepção de direito à
saúde.
UNIVERSALIDADE
Garantia constitucional de acesso de toda a
população aos serviços de saúde, em todos os
níveis de assistência, sem preconceito ou privilégio
de qualquer espécie.

Reconhece-se que direito à saúde deve ser assegurado pelo Estado, e não
pode ser garantido apenas pelo acesso aos serviços de saúde, implica na
estruturação de um conjunto de políticas públicas (moradia, educação,
segurança alimentar, emprego, previdência...) capazes de produzir efeitos
positivos nas condições de vida da população.
EQUIDADE
Assegura que a disponibilidade de serviços de
saúde considere as diferenças entre os grupos
populacionais e indivíduos, de modo a priorizar
aqueles que apresentam maior necessidade em
função da situação de risco e das condições de
saúde. Representa um princípio de justiça social
buscando corrigir iniquidades em saúde.
Deve dar-se tratamento desigual para situações desiguais, ou
seja, cada um segundo suas necessidades, objetivando
proporcionar uma maior uniformidade.
INTEGRALIDADE
Integralidade da atenção à saúde: articulação entre a prevenção,
a promoção e a recuperação da saúde. Incluindo a articulação dos
diferentes níveis hierárquicos de atenção à saúde (serviços de
pequena, media e alta complexidade), além de ações intersetoriais
(isto é, ações que extrapolam os limites do setor saúde).
Abordagem integral do processo saúde doença, do adoecimento
humano: consideração do ser humano como um todo único e
indivisível, com as múltiplas dimensões envolvidas na situação de
saúde de indivíduos e populações (dimensão biológica, afetivo-
emocional, psicossocial, simbólico-cultural, social, econômica, política
etc.)
Implica uma atenção à saúde resolutiva e humanizada, empática,
respeitosa, com acolhimento e vínculo.
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS

As ações e serviços que constituem o SUS devem se orientar


também pelos seguintes princípios organizativos/operativos,
ou que dizem respeito à sua operacionalização:

❖DESCENTRALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS


❖REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO DA REDE
❖PARTICIPAÇÃO SOCIAL
DESCENTRALIZAÇÃO
▪ Redistribuição de responsabilidades em relação às ações e
serviços de saúde entre as três esferas de governo (federal,
estadual e municipal), e transferência de recursos no sentido da
municipalização da saúde, isto é, de uma maior
responsabilização dos municípios pela saúde da população; eles
assumem a atribuição de promover ações e serviços de saúde à
população.
▪ A descentralização é político-administrativa, com direção única
(de um único gestor) em cada esfera de governo (MS, SES, SMS).
▪ Visa superar a desarticulação e ao mesmo tempo fornecer meios
para que a realidade local seja determinante nas políticas de
saúde.
DESCENTRALIZAÇÃO
PRESSUPOSTO: A realidade local, com seus
atores e necessidades específicas, deve ser o
principal determinante das políticas de saúde.
“implica a transferência de recursos para as
cidades, de modo que os gestores municipais
possam exercer com autonomia e de forma
plena as funções de coordenação,
negociação, planejamento, acompanhamento
e avaliação, além do controle sobre os
recursos financeiros, as ações e ou serviços de
saúde prestados aos seus munícipes” (AGUIAR,
2015, p.53)
O processo de descentralização vem
sendo efetivado mediante a
publicação de normas, portarias e
outras legislações normativas. As
Normas Operacionais Básicas (NOB),
editadas na década de 1990, e as
Normas Operacionais da Assistência à
Saúde (NOAS), na década de 2000,
o Pacto pela Saúde (2006) são
importantes instrumentos de
implementação do SUS.
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO

Está fortemente associada à diretriz de descentralização.


REGIONALIZAÇÃO: Refere-se à organização do sistema, da
rede de serviços, com base em critério territorial e populacional
(território bem delimitado com uma população a ser assistida)
visando uma adequada distribuição dos serviços para assegurar
da universalidade, integralidade e equidade de acesso,
otimização dos recursos e racionalidade dos gastos.
Serviços de saúde de determinada localidade devem assegurar
todas as modalidades de assistência, se não houver deve-se
realizar consórcios municipais e até interestaduais.
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
HIERARQUIZAÇÃO: princípio que corresponde à organização do
sistema por níveis de atenção com complexidade crescente,
implicando fluxos assistenciais entre os serviços, visando a
integralidade e resolutividade da atenção.

O MS preconiza que “o acesso da população à rede deve iniciar-


se pelo serviço de atenção básica que deve estar qualificado
para atender e resolver os principais problemas de saúde que
chegam nesse nível. Os casos não resolvidos nesse nível devem ser
referenciados para outros serviços que comportam maior
complexidade tecnológica” (AGUIAR, 2015, p.54).
NIVEIS DE COMPLEXIDADE DOS
SERVIÇOS DE ATENÇÃO À SAÚDE
ATENÇÃO PRIMÁRIA é a atenção que ocorre no nível ambulatorial,
próximo da vida das pessoas. Chega a responder por pelo menos 85%
da demanda. Pode ter exames laboratoriais básicos e de diagnóstico
(por exemplo, eletrocardiograma). A composição dessa equipe pode
ser das áreas básicas da medicina (pediatria, clínica médica e
tocoginecologia) ou da medicina geral (medicina da família) e de
outros profissionais (enfermeiro, nutricionista, psicólogo, dentista etc.).

ATENÇÃO SECUNDÁRIA ocorre, também, na forma ambulatorial.


Responde a demanda das subespecialidades (cardiologia, nefrologia,
endocrinologia, etc.), inclusive com exames laboratoriais ou de
diagnóstico mais avançados. – MÉDIA COMPLEXIDADE
NIVEIS DE COMPLEXIDADE DOS
SERVIÇOS DE ATENÇÃO À SAÚDE
A ATENÇÃO TERCIÁRIA envolve unidade de internação, podendo
ter ambulatório de pré e pós-operatório – ALTA COMPLEXIDADE

IMAGEM: http://redehumanizasus.net/94461-seja-bem-vindo/
COMO FUNCIONA A REDE
REGIONALIZADA E HIERARQUIZADA
▪O usuário dever ter como referência uma “PORTA DE ENTRADA”
do sistema, que já não é mais o hospital, mas o primeiro nível –
um posto de saúde, os módulos de saúde da família, os centros
de saúde e as unidades de emergência.
▪O fluxo de encaminhamento do paciente poderá seguir dois
rumos:
- um fluxo interno na própria unidade;
- um fluxo externo para outras unidades de serviço.
O fluxo externo compõe o SISTEMA DE REFERÊNCIA E
CONTRARREFERÊNCIA.
REFERÊNCIA significa o ato de encaminhamento do paciente
atendido em um determinado estabelecimento de saúde para
um outro de maior complexidade.

CONTRARREFERÊNCIA significa o ato de encaminhamento de


um paciente ao estabelecimento de origem (que o referiu) após
resolução da causa responsável pela referência.
PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Participação da população,
através de entidades
representativas, na
formulação e no controle e
fiscalização da execução de
políticas públicas de saúde
através de instâncias
colegiadas: CONSELHOS e
CONFERÊNCIAS DE SAÚDE.

Princípio mais combatido, recebendo veto de Collor de Mello quando da


publicação da LOS n°. 8.080/90. Apenas com a LOS n°. 8.142/90 a
questão da participação foi regulamentada
PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Conforme normatiza a LOS 8.142/90, o SUS conta, em cada esfera de
governo (municipal, estadual e federal), com as seguintes instâncias
colegiadas de participação: CONSELHOS E CONFERÊNCIAS.
Conselhos: “são órgãos colegiados de caráter permanente e
deliberativo, com a função de formular estratégias, controlar e fiscalizar
a execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e
financeiros, devendo suas decisões serem homologadas pelo executivo
em cada esfera de governo” (AGUIAR, 2015, p.55). Possui composição
paritárias, sendo 50% dos conselheiros representados pelos usuários,
25% por representantes do seguimento dos trabalhadores, e outros
25% por representantes dos gestores e prestadores de serviços.
Problemas: práticas clientelistas e patrimonialistas, deficiências
técnicas.
PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Conferências: As Conferências Nacionais de Saúde (CNS)
devem ocorrer a cada quatro anos, com representação de
vários segmentos (usuários, trabalhadores, gestores e
prestadores de serviço) para avaliar a situação de saúde e
propor diretrizes para a formulação de políticas de saúde nos
níveis correspondentes.
CNS tem representação paritária entre usuários e demais
segmentos, podendo ser convocada pelo poder executivo ou
pelo próprio Conselho de Saúde, devendo ser precedida por
Conferências nos estados e municípios.
CNS

Conselhos
Estaduais de
Saúde
Conselhos
Municipais de
Saúde
Conselhos Distritais de
Saúde

Conselhos Locais de Saúde


Em suma: são espaços
institucionais para o
exercício do controle social,
possibilitando à população
a participação em
decisões, a proposição de
ações e programas para a
resolução de problemas de
saúde, fiscalizando a
aplicação de recursos
financeiros e avaliando a
qualidade da assistência
oferecida pelo SUS.

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