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INTRODUÇÃO

A presença de substancias tóxicas nos vegetais remonta à antiguidade.

Alimentos “in natura” , como o feijão e a mandioca, que contém substâncias

tóxicas são conhecidos há séculos. Quem desconhece o risco de intoxicação por

ingestão da mandioca? - Ou mesmo de outros vegetais tóxicos como a cicuta,

ingerida sem opção por Sócrates, o comigo ninguém pode temida por todos, por

ser capaz de matar ou ainda a coroa de cristo que pode levar a cegueira?

Sabe-se que vários fatores podem interferir na presença e na

quantidade das substâncias tóxicas nos vegetais, como por exemplo, a família,

gênero e espécie aos quais pertence, seus padrões genéticos, a composição do

solo, a época da colheita, índice pluviométrico do local de produção, presença ou

não de predadores etc. Com o passar do tempo a preocupação com a presença

de substâncias tóxicas nos vegetais foi aumentando pois acarretam perdas

econômicas, em conseqüência de fatos diversos como a morte de rebanhos após

a ingestão de plantas invasoras. Desta forma foram desencadeadas pesquisas

sobre a presença e a determinação de substâncias tóxicas nessas plantas e

avaliadas as respectivas toxicidades. Os conhecimentos atuais sobre

carcinogênese, mutagênese, genotoxicidade e teratogênese trouxeram

preocupação no uso crônico, principalmente das plantas medicinais. Estudos

científicos em relação a aqueles fenômenos, têm proporcionado dados que

comprovam o valor terapêutico, determinam os efeitos adversos, os efeitos


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colaterais e o potencial tóxico dos princípios ativos das plantas medicinais,

principalmente relacionados com o uso prolongado das mesmas, as possíveis

interações com outras substâncias, advindas de medicamentos e até mesmo na

“overdose”. É certo que muitos desses dados não são amplamente divulgados e,

portanto, não chegam à população. E como existe o conceito popular de que tudo

que é natural é bom, ou “se não fizer bem, mal não faz”, leva a população à uma

exposição inconsciente em relação às substâncias tóxicas, presentes nos vegetais.

Tendo em foco a preocupação de prevenir o risco das intoxicações e de uma

prescrição com orientação adequada e responsável, serão apresentados os

fatores relacionados com o metabolismo, a produção e a toxicidade dos principais

grupos de substâncias vegetais, presentes em plantas medicinais com os

respectivos efeitos adversos, colaterais, toxicidade e interações com

medicamentos.

METABOLISMO VEGETAL

As substâncias tóxicas presentes nos vegetais podem ser produtos do

metabolismo primário ou secundário, onde:

 metabolismo primário: é o conjunto de reações químicas que ocorrem

continuamente nas células visando o aproveitamento dos nutrientes e a

satisfação das exigências de produção de energia e síntese de substâncias

essenciais à sobrevivência do organismo, no caso a planta, sendo comuns a

maioria dos seres vivos. Abrangem as reações enzimáticas designadas de

anabólicas que geram substâncias, catabólicas que degradam substâncias e


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de reações de biotransformação que transformam as substâncias. Alguns

exemplos são glicólise, neoglicogênese, síntese de proteínas etc.

 metabolismo secundário: é o conjunto de reações químicas produzidas

pelas plantas que dão origem a substâncias de maior complexidade e que tem

como função a defesa ou a atração, isto é, são reações que produzem

substâncias para atrair insetos e facilitar a polinização; que repelem os insetos

e asseguram a sua sobrevivência; que delimitam o espaço físico no qual não

podem existir outras plantas (alelopatia); que provocam a sua rejeição como

alimento para animais herbívoros etc. Por possuírem uma função específica

têm características químicas bem diferenciadas e podem ser sintetizadas em

grande variedade e concentração. Encontramos em uma mesma planta taninos,

flavonóides, cumarinas, alcalóides etc. E a variedade dentro de cada grupo é

grande. Existem plantas que podem produzir até 90 tipos de alcalóides

diferentes. Os produtos do metabolismo secundário são de grande importância,

pois muitos deles apresentam propriedades biológicas interessantes sobre

outros organismos e que podem ser de uso farmacológico ou como referência

para o desenvolvimento de novas substâncias sintéticas ou semi- sintéticas,

para uso terapêutico.

É importante salientar que de acordo com as condições ambientais pode

ocorrer apenas o metabolismo primário. É necessário que as exigências celulares

estejam satisfeitas para que a célula possa ativar o metabolismo secundário, e

este, ocorrerá concomitantemente ao primário. Sabe-se também, que além das

substâncias finais do metabolismo secundário, encontram-se presentes as

intermediárias de sua síntese.


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Uma planta é um conjunto infinito de substâncias que variam de acordo

com o seu estágio de crescimento e das suas necessidades ambientais de

sobrevivência.

FATORES QUE INTERFEREM NA PRODUÇÃO DAS

SUBSTÂNCIAS VEGETAIS

A maioria das substâncias vegetais de interesse farmacológico ou

toxicológico é produzida, pelo metabolismo secundário. Para que este seja ativado

é necessária à presença de estímulo externo. Quando uma planta não está sob a

exposição de raios ultravioleta (UV), não produzirá substâncias que a protegem

dos raios UV; se ela não apresenta condições de se reproduzir, ela não produzirá

flores e conseqüentemente, não produzirá substâncias atrativas para os insetos.

De acordo com a função exercida pela substância, ela terá fatores que estimularão

a sua produção ou a inibirão. Assim sendo uma espécie cultivada na região

praiana, não apresentará obrigatoriamente em sua composição o mesmo perfil

quando cultivada no cerrado, ou região montanhosa etc. Por exemplo:

- a espécie Peumus boldus é originária do Chile, de onde vem seu nome

popular, boldo do Chile. É uma planta arbustiva, podendo alcançar até 6

metros de altura, mas sendo encontrada na maioria das vezes com 2 ou 3

metros. Suas folhas são coriáceas, de uma cor verde acinzentado, com

presença de glândulas ricas em óleo essencial de odor bem marcante,

lembrando levemente a cânfora. Esta planta gosta de solos pedregosos,


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com pouca umidade, e com uma altitude em torno de 1.000 a 1.500 metros.

Condições estas encontradas em pouquíssimas regiões, portanto, sendo

restrito o seu cultivo à Itália, Marrocos e Chile.

- a espécie Lavandula officinallis é uma planta baixeira, alcançando no

máximo 60 a 70 cm de altura, mas quando ocorre o lançamento das

inflorescências pode alcançar até 1 metro de altura. Suas folhas são de cor

verde acinzentada, com pequenos pelos, parecendo até uma camurça.

Suas flores são pequenas, de cor azul clara à arroxeada, muito aromáticas

e ornamentais. É nativa da Europa, principalmente da região mediterrânea.

Atualmente é cultivada em várias regiões do planeta, mas existe uma

variação muito grande na composição dos óleos essenciais e

conseqüentemente nos seus valores comerciais também. Encontramos a

alfazema sendo cultivada no Japão, Estados Unidos, Argentina, Egito,

Iugoslávia, Alemanha, Hungria, Itália entre vários outros países. Mas a de

melhor qualidade aromática sem dúvida é a da França, especialmente a da

região de Mont Blanc devido às condições climáticas.

- experimentos conduzidos na Austrália, com a espécie Melia azedarach L.

var.azedarach indicaram que a toxicidade das plantas pode variar de

acordo com a área onde crescem e que algumas árvores podem não ser

tóxicas (Oelrichs et al., 1985 ). Seffrin el al, 2008 demonstraram que

espécies cultivadas em Santa Maria - RS também não apresentaram

toxicidade.
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É importante salientar que quando passamos a cultivar espécies nativas

estas podem não apresentar os princípios ativos (substâncias ativas),

farmacológicos e ou toxicológicos, devido às mudanças do meio ambiente. Pode-

se dizer que: composição do solo, altitude, índice pluviométrico, incidência e

freqüência da radiação solar são fatores associados ao cultivo, que interferem na

produção dos princípios ativos.

TOXICIDADE E INTOXICAÇÕES

Toxicidade: é a capacidade intrínseca de uma substância que pode

provocar danos a um organismo quando com ele interage.

Assim, para qualquer substância vegetal existem determinadas

condições nas quais ela pode provocar danos ao organismo humano. É importante

que sejam feitos estudos para que se conheçam quais são essas condições e

como evitá-las, para que o uso como alimento ou como medicamento seja

considerado seguro. Para que se possa entender melhor, seguem outros

conceitos de Toxicologia.

Agente tóxico ou toxicante ou xenobiótico: é toda a substância de

origem vegetal, mineral ou animal, que em contato com um organismo vivo com

ele interage e é capaz de produzir um efeito nocivo, que pode variar desde uma

alteração bioquímica ou fisiológica, até a morte de um tecido ou mesmo do

organismo. Não são considerados toxicantes substâncias que desenvolvam

apenas um processo imunológico ou alérgico. Neste trabalho como estamos


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expondo sobre a toxicidade das substâncias vegetais, não as denominamos como

agentes tóxicos, mas assim devem ser denominadas quando são responsáveis

pela intoxicação.

Exposição: é o contato entre a substância e o organismo vivo onde

mesmo após a interação entre ambos, não ocorrem sinais e sintomas, isto é, que

depende de vários fatores para que a mesma atinja os sítios apropriados e se

instale uma intoxicação. A saber:

• Dose e Concentração: dose é a quantidade da substância

administrada ao indivíduo. Concentração é a quantidade presente em um

produto, medicamento, planta, solo, ar e água com a qual o indivíduo entra

em contato.

o A concentração de um princípio ativo presente em uma

planta é um fator muito importante a ser considerado, visando o

preparo caseiro de extratos alcoólicos, tinturas caseiras e

principalmente o preparo de extratos aquosos, usualmente

denominados chás, onde não existem medidas e proporções

rigidamente estabelecidas, a dose ingerida pode levar a efeitos

tóxicos, como não levar a nenhum efeito.

 Propriedades físico-químicas da substância: são as

características que definem a capacidade de uma substância

vegetal atravessar, a membrana celular, ou ser melhor

extraída em álcool ou em água. Por exemplo, os taninos são

substâncias com características hidrossolúveis, portanto

solúveis em água, assim os chás que são feitos com fervura


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extraem uma quantidade maior dos taninos presentes no

vegetal do que os realizados sem fervura.Por esta razão os

extratos aquosos apresentam maior quantidade de taninos

que os extratos alcoólicos a 70% ou mais. Outro exemplo são

os flavonóides que ao contrário dos taninos são lipossolúveis,

portanto solúveis em gorduras ou solventes.Para os

flavonóides a extração ocorre melhor na presença de álcool

70 % ou mais, sendo pouco extraídos nos extratos aquosos

ou chás.

 Via de introdução da substância no organismo: é por onde a

substância estabelece o contato com o organismo. A principal

via de introdução é a via oral, também chamada de via do

sistema digestório. A segunda via em importância é a dérmica,

onde há o contato através da pele e ocorre com pomadas e

cataplasmas o que possibilita penetração da substância pela

pele e seu acesso à circulação sanguínea e a outros órgãos

internos. A troca na via de aplicação de um fitofármaco, um

extrato alcoólico ou um extrato aquoso pode levar a sérios

danos ao organismo. Um extrato aquoso ou alcoólico

preparado para aplicação externa, quando ingerido pode levar

a efeitos tóxicos, considerando-se que a absorção na via oral

é muito maior que na dérmica. Muitas vezes o uso tópico é

utilizado para efeito local e não para ser absorvido, pois se


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ocorrer a absorção podem aparecer efeitos sistêmicos

indesejáveis.

 Duração da exposição: o tempo e a freqüência do contato

entre o organismo e a substância determinam o risco de uma

intoxicação. Estes fatores estão diretamente relacionados com

a posologia, ou seja, com a quantidade diária a ser ingerida ou

aplicada e o tempo de duração do tratamento. São

necessários muitos estudos científicos controlados para se

definir a dose terapêutica e a posologia de um medicamento e

o mesmo deve ocorrer para o uso adequado de uma

substância vegetal de acordo com as exigências da ANVISA.

Como o uso do fitofármaco visa um tratamento, deve ser

utilizado por um período específico e não indefinidamente, da

mesma forma que se a indicação de uso é de 3 vezes ao dia,

por exemplo, não deve ser aumentada nem diminuída

aleatoriamente, sob o risco de ficar exposto à uma intoxicação

ou não atingir o efeito terapêutico desejado..

 Susceptibilidade do organismo: considerando o contato entre

a substância vegetal e o organismo humano, sabe-se que

devido às variações genéticas os indivíduos não são

exatamente iguais mesmo sendo gêmeos, de modo que

existem variações individuais que tornam um indivíduo mais

frágil ou mais resistente em relação aos efeitos de uma

determinada substância.
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Considerando-se os conceitos anteriores, a Intoxicação é a

manifestação dos efeitos nocivos produzidos em um organismo vivo como

resultado da interação entre este e uma substância, através de sinais e sintomas.

É sabido que todos os organismos encontram-se constantemente expostos a

infinitas substâncias, mas que as condições da exposição não levam a uma

intoxicação. Muitas vezes, ocorre a interação entre uma substância e o organismo,

mas os mecanismos de reparo deste, realizam as correções necessárias e

conseqüentemente, o efeito não se propaga ou não se torna detectável. Por

exemplo, uma substância vegetal presente em um alimento, fitofármaco ou

fitoterápico, é ingerida. A substância vegetal é absorvida, isto é, atravessa a

membrana celular e acessa a corrente sanguínea. Uma vez na corrente sanguínea

a substância é distribuída no organismo, alcançando a diversos órgãos. Ao chegar

no fígado é biotransformada em uma forma mais hidrossolúvel. Nos rins é filtrada

e eliminada pela urina. Todo este processo é denominado de cinética da

substância, quando se trata de um fármaco, denomina-se farmacocinética, quando

de um agente tóxico, toxicocinética. Durante este processo a substância pode não

agir e apesar de ter entrado no organismo não provocou nenhum dano. Caso ela

tenha um sítio de ação específico, como por exemplo, a atropina que age nas

terminações nervosas, nos receptores muscarínicos. A substância chega ao seu

sítio de ação e desencadeia um efeito. Este processo é chamado de dinâmica da

substância e similarmente como o processo anterior recebe o nome de

farmacodinâmica ou toxicodinâmica. Se o efeito é perceptível pela apresentação

de sinais e sintomas, diz-se que ocorreu o efeito terapêutico ou tóxico, caso não

seja perceptível, houve uma exposição.


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Alguns efeitos podem ser cumulativos, isto é, por não serem efeitos

reversíveis, com o passar do tempo ele se somam e então se tornam perceptíveis.

Um exemplo de efeito cumulativo são os relacionados com as solaninas. Elas

inibem a enzima acetilcolinesterase irreversivelmente. Quando a quantidade de

batatas ingerida apresenta uma pequena concentração de solanina, o efeito do

acúmulo de acetilcolina nos receptores passa desapercebido. Com a ingestão de

batatas por vários dias seguidos, a quantidade de enzima inibida vai aumentando

e conseqüentemente a quantidade de acetilcolina acumulada nos receptores

também aumenta, tornando os efeitos colinérgicos perceptíveis através de sinais e

sintomas. Muitas vezes a intoxicação por solanina só aparece após uma semana

da ingestão de batatas verdes.

Conhecendo-se a cinética e a dinâmica de ação de uma substância

vegetal em um organismo, são necessários estudos de avaliação de risco para

exposições agudas (curto prazo) e crônicas (longo prazo). Alguns testes

relacionados com exposição aguda são a determinação da Dose Letal 50%, onde

se determina a dose capaz de matar 50% de uma população, em geral de

pequenos roedores e mais recentemente de Artemia salina, micro-crustáceo de

fácil criação; e a determinação da dose tóxica 50%, onde se determina a dose

capaz de produzir efeito tóxico em 50% de uma população. Testes de exposição

crônica são realizados em espécies animais como ratos e camundongos, e em

geral duram de 6 meses a 2 anos.

Testes relacionados com carcinogênese, mutagênese e

embiofetotoxicidade devem ser realizados para que se avalie o risco desses

eventos quando uma substância vegetal for indicada para uso terapêutico.
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Em alguns casos como o da digoxina e digitoxina, a dose terapêutica é

muito próxima da dose tóxica, mas na relação risco benefício, o benefício justifica

o risco do uso nas enfermidades cardíacas.

Completando os conceitos fundamentais de Toxicologia:

Efeito Tóxico: são os sinais e sintomas resultantes da ação do agente

tóxico sobre organismo.

Os efeitos tóxicos podem ser classificados em:

 Efeito local: ocorre no sítio de primeiro contato entre o

organismo e o agente tóxico.

 Efeito sistêmico: ocorre após a absorção e distribuição do

agente tóxico pelo organismo, e sua ação se faz geralmente

em local diverso do seu primeiro contato com o organismo.

 Efeito reversível: é o que está diretamente relacionado com a

presença do agente tóxico de modo que cessada a exposição

cessa o efeito tóxico.

 Efeito irreversível: é aquele que mesmo cessada a exposição

ao agente tóxico ele não desaparece nem se reduz.

 Efeito imediato: é aquele que aparece logo após o contato

com o agente tóxico.

 Efeito tardio: é aquele que após o contato com a substância

tóxica, demora meses para se manifestar.

 Efeito adverso: principalmente relacionado com medicamentos,

está associado a uma dose terapêutica e acompanha, em


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geral o efeito terapêutico, isto é, uma parte da população

sempre apresenta o efeito adverso ao utilizar o medicamento

em doses terapêuticas. Aplica-se ao uso de substâncias

vegetais ou plantas medicinais.

 Reação alérgica: são reações mediadas imunologicamente

que ocorrem em geral após uma prévia sensibilização do

organismo a uma determinada substância ou a outra

estruturalmente semelhante.

 Reação idiossincrática: é o efeito inesperado frente a uma

substância. É determinado geneticamente e está associada à

susceptibilidade de cada indivíduo. Apenas em parte ínfima da

população pode apresentar este efeito no uso terapêutico. É

importante não confundir com reação alérgica.

 Alterações genéticas:

o Mutagênicos: são efeitos que alteram o DNA/RNA de

um indivíduo que poderão só se manifestar só nas

próximas gerações.

o Carcinogênicos: são efeitos que alteram o DNA/RNA e

levam ao crescimento descontrolado da célula

produzindo tumores.

o Teratogênicos: são efeitos que alteram a formação do

embrião entre as 1as. semanas e o término do 3o. mês.


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É denominado período teratogênico da gestação, pois

pode gerar “monstros”.

INTERAÇÕES

Interações medicamentosas abrangiam inicialmente, no uso

concomitante de vários medicamentos a possibilidade de interferência mútua

alterando os efeitos desejados. Atualmente, sabe-se que não apenas

medicamento interage com medicamento, mas substâncias presentes na

alimentação também interferem na ação dos medicamentos. Com o aumento do

uso de plantas medicinais e a ampliação dos fitofármacos no mercado,

considerando-se fitofármaco o medicamento a base de planta medicinal

industrializado, os estudos de interações medicamentosas englobam hoje a

interação entre medicamentos, alimentos e medicamentos, plantas medicinais e

medicamentos.

As interações podem ocorrer nos processos cinéticos das substâncias

(absorção, distribuição, eliminação – biotransformação e excreção) ou nos

processos dinâmicos (em relação aos efeitos).

Nos processos cinéticos apresentam-se como:

 Interações que modificam a absorção do fármaco. Ocorrem a partir de:

 alterações no esvaziamento gástrico,

 modificações na mobilidade gastrointestinal,

 formação de quelatos e precipitados,


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 interferência com transporte ativo,

 ruptura de micelas lipídicas,

 alteração do fluxo sanguíneo portal,

 alteração do efeito de primeira passagem hepático e intestinal,

 ação tóxico sobre a mucosa intestinal,

 alteração de volume e composição (viscosidade das secreções

digestivas, papel dos alimentos),

 ação direta sobre a mucosa,

 ação sobre o metabolismo bacteriano do fármaco,

 alteração na permeabilidade da membrana,

 alteração do pH na dissolução e ionização de eletrólitos fracos,

 ação sobre a biodisponibilidade dos fármacos

 ação sobre a circulação local.

Conseqüências dessas interações:

• na absorção do fármaco, com elevação de seu efeito

farmacológico e risco de toxicidade, ou

• na velocidade de absorção do fármaco e repercussão na sua

eficácia terapêutica, decorrentes de alterações no pico de

concentração plasmática.

Exemplos de interações entre fármacos e substâncias vegetais na absorção:

o Aumento da absorção por alteração das características da

membrana celular. Presença de saponinas concomitante com

medicamentos;
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o Diminuição da absorção por alteração das características da mucosa

gástrica. Presença de taninos que possuem atividade adstringente

em concomitância com medicamentos; diminuição da absorção por

aumento da motilidade gástrica devido a ação de antraquinonas;

 Interações que modificam a distribuição dos fármacos:

o Alterações no equilíbrio dinâmico da ligação do fármaco

às proteínas plasmáticas e a sua concentração livre no sangue

responsável pelo efeito farmacológico.

 Interações que modificam a biotransformação dos fármacos:

O processo de biotransformação visa tornar a substância inicial em

uma derivada mais hidrossolúvel. É realizado principalmente pelo fígado

através das isoenzimas do complexo citocromo P450. Algumas substâncias

após este processo geram substâncias sem atividade farmacológica, outras

podem ter sua atividade farmacológica aumentada. Dessa forma, substâncias

que induzem ou inibem as isoenzimas do citocromo P450 podem levar a um

aumento ou uma diminuição da atividade das outras substâncias de acordo

com o efeito final do processo de biotransformação pelo citocromo P450.

Assim sendo, o aumento ou diminuição da velocidade de biotransformação

pode:

o acarretar alterações na meia-vida plasmática;

o diminuição da atividade farmacológica (terapêutica e tóxica);

o aumento na atividade farmacológica e tóxica (quando o metabólico

formado é farmacologicamente ativo);

o apresentar tolerância cruzada entre os fármacos


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o Exemplos da interação entre medicamentos e substâncias vegetais

com interferência no processo de biotransformação:

• Aumento dos efeitos dos medicamentos antidepressivos

tricíclicos devido à indução enzimática por ação das

substâncias presentes no Hypericum perforatum, visto que os

metabólitos formados são mais ativos que os medicamentos.

• Diminuição dos efeitos dos medicamentos ansiolíticos

(benzodiazepínicos) devido a indução enzimática por ação

das substâncias presentes no Hypericum perforatum.

 As interações ocasionadas na excreção podem ser:

o alterações do pH urinário que aumentam a concentração

urinária dos fármacos filtráveis;

o aumento do volume urinário ou quantidade de água

eliminada com conseqüente aumento da filtragem e

eliminação em maior quantidade dos fármacos filtráveis. A

administração concomitante de plantas medicinais com

ação diurética diminui a ação dos medicamentos

administrados, por diminuírem sua concentração no

sangue por estarem sendo eliminados na urina em maior

concentração.

Nos processos dinâmicos as interações são conhecidas como

interações agonistas e antagonistas, embora em muitos casos se desconheça o


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real mecanismo desencadeante da interação. Temos três situações de efeito final

nas interações agonistas:

 efeito aditivo: quando as substâncias (fármaco e substância

vegetal) agem no mesmo sítio ou receptores e produzem como

efeito final a adição dos efeitos isolados;

 efeito de somação: quando as substâncias (fármaco e substância

vegetal) agem em sítios ou receptores diferentes e produzem um

mesmo efeito igual a soma dos efeitos isolados.

 efeito de potencialização: quando o efeito final é muito maior que

a soma dos efeitos isolados independente dos sítios ou

receptores serem os mesmos ou não.

Nas interações antagonistas o efeito de uma das substâncias (fármaco e

substância vegetal) é parcial ou totalmente inibido por ação no mesmo sítio ou

receptor, ou não.

Um exemplo muito importante de interação dinâmica de potencialização

é o que ocorre no uso concomitante entre antidepressivos inibidores da

recaptação da serotonina e o Hypericum perforatum. Ambos agem no mesmo sítio

e podem levar a síndrome serotoninérgica que é o excesso de serotonina nos

receptores caracterizando um efeito tóxico de ambos.

Assim sendo, uma planta medicinal pode provocar uma intoxicação

medicamentosa, e vice-versa através da interação entre ambos.


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TOXICIDADE DAS SUBSTÂNCIAS VEGETAIS

Como já foi citada anteriormente, a toxicidade está também relacionada

com as propriedades físico-químicas das substâncias, isto é com as

características de cada uma. A seguir, estão relacionados os principais grupos de

substâncias vegetais com seus efeitos tóxicos.

MUCILAGENS E PECTINAS

São polissacarídeos encontrados nos vegetais e utilizados

principalmente para corrigir disfunções intestinais. Seus efeitos tóxicos estão

relacionados com seus efeitos terapêuticos. Pode aparecer dor abdominal,

náuseas, flatulência devido a produtos de decomposição bacteriana, mas

principalmente obstrução gástrica ou do intestino delgado por uso de dose maior

que a recomendada. Exemplo de planta rica em mucilagens é a babosa (Aloe

Vera) e a linhaça (semente do linho – Linum usitatissimum) e rica em pectinas são

os frutos como maçã e as cascas dos cítricos, principalmente laranjas.

FLAVONÓIDES

São constituintes da classe de polifenóis e apresentam várias estruturas

derivadas. Neste grupo estão inclusas as flavonas, flavonóis e seus o-

heterosídeos, flavonóides c-heterosídeos, antocianos, auronas,di-hidroflavonóides,

flavanas, proantocianidinas, leucoantocianidinas, isoflavonóides, neoflavonóides,

biflavonóides e chalconas. Atualmente são conhecidos mais de 4.200 flavonóides,


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sendo que o número de estruturas conhecidas dobrou nas duas últimas décadas.

São substâncias com alto poder antioxidante, mas não existem muitos dados

referentes a sua toxicidade. Em estudos “in vitro” tem apresentado efeito

mutagênico e como são recomendados em altas doses são necessários ainda

muitos estudos para assegurar a sua eficiência e margem de segurança. Espécies

ricas em flavonóides: uvas, maracujá, ginco (Ginkgo biloba).

TANINOS

São substâncias fenólicas solúveis em água que possuem grande

potencial para se ligarem a proteínas e macromoléculas. A eles cabe o poder

adstringente que nada mais é do que suas ligações com as proteínas presentes

na saliva e nas células da mucosa. Também é esta a ação tóxica provocada pelos

taninos. Quando plantas preparações formuladas muito ricas em taninos são

ingeridas, agem sobre a mucosa do sistema digestório provocando lesões locais.

Não existem dados sobre ação tóxica a nível sistêmico. De modo que os cuidados

devem ser restritos a ingestão e com a mucosa ocular. Uma das plantas mais

ricas em taninos é o Barbatimão (Stryphnodendron adstringens).

QUINONAS OU ANTRAQUINONAS

São substâncias produzidas através da oxidação dos fenóis, quando

reduzidas geram seus fenóis equivalentes. Sua principal ação farmacológica é seu

principal efeito tóxico, pois seu efeito laxativo pode passar facilmente a catártico

de acordo com a dose administrada e as condições da planta. Eles agem de três


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formas sobre a mucosa intestinal: estimulando diretamente a musculatura lisa do

intestino, aumentando a motilidade intestinal; inibindo a reabsorção de água por

inativação da bomba sódio potássio e inibindo os canais de cloro. Seu uso crônico

pode levar a alterações morfológicas no reto e cólon, sendo necessária correção

cirúrgica em alguns casos. E a perda de potássio pode levar a quadros graves de

hipocalemia com distúrbios renais, sintomas neuromusculares, com

comprometimento do músculo cardíaco, isto é, distúrbios na formação e condução

dos estímulos em nível de miocárdio. Espécies ricas em antraquinonas: Sene

(Senna Alexandrina), Cáscara sagrada (Rhamnus purshiana), Ruibarbo (Rheum

palmatum e Rheum officinale), Babosa (ALoe vera),

GLICOSÍDEOS CARDIOATIVOS

São glicosídeos esteroidais que apresentam alta especificidade e

poderosa ação sobre o músculo cardíaco. É um grupo de grande homogeneidade

estrutural e farmacológica.Os glicosídeos apresentam ação inotrópica positiva

sobre o músculo cardíaco por ligação específica a um sítio da bomba sódio-

potássio da célula miocárdica provocando sua paralisação, levando a um aumento

dos níveis intracelulares de Na+. Este aumento modula a atividade de um

carreador da membrana envolvido nas trocas de Ca++ por Na+, promovendo

considerável elevação dos níveis intracelulares de Ca++ por influxo ou pela

mobilização dos reservatórios sarcoplasmáticos que induzem a contração e

acarretam distúrbios de ritmo, incluindo bloqueios, extrassístoles, taquicardia e

fibrilações atriais ou ventriculares. Duas substâncias deste grupo, a digoxina e a


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digitoxina, extraídas da Digitalis purpurea e Digitalis lanata são amplamente

utilizadas na terapêutica cardiológica, sendo comum este tipo de intoxicação nas

unidades de cardiologia.

Algumas espécies ricas em glicosídeos cardioativos são: Espirradeira

(Neriun oleander), Chapéu de Napoleão (Thevetia neriifolia), Oficial de sala

(Asclepias curassavica),

GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS

São compostos orgânicos constituídos de uma porção aglicona (alquila,

arilalquila ou arila) e uma porção açúcar (piranose ou furanose – mono ou

polissacarídeo). Quando a ligação glicosídica sofre hdrolise enzimática, uma

molécula de açúcar e outra de cianidina é liberada. Por sua vez, a cianidina

degrada-se originando o ácido cianídrico que resulta no íon cianeto (CN-),

responsável pela toxicidade do composto. Quem promove essa hidrólise é a

enzima β-Glicosidase (amilase) que se encontra na própria planta junto com os

glicosídeos, estando armazenados em compartimentos ou organelas celulares

diferentes. A enzima β-Glicosidase pode ser produzida pela flora no trato

gastrintestinal humano (TGI). Assim, durante a mastigação ou preparo, os

glicosídeos podem entrar em contato com a enzima e ela estando ativa, promove

a hidrólise e liberação do composto tóxico.

A toxicidade do íon cianeto (CN-) é devida a sua grande afinidade por

átomos de ferro no estado oxidado (Fé+++- íon férrico). Dentro dos organismos

vivos o local de maior incidência do ferro no estado férrico são os citocromos da


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cadeia respiratória. Após a ingestão e hidrólise, os íons de cianeto chegam à

circulação sanguínea e distribuem-se por todo o organismo. Nos tecidos penetram

nas células, alcançam as mitocôndrias e ligam-se aos átomos de ferro dos

citocromos impedindo a troca de elétrons na cadeia respiratória. Esta inibição

provoca a falta de energia na célula e conseqüentemente a sua morte. Para

reverter este quadro é necessária a oxidação do ferro da hemoglobina que passa

de Fe++ para Fé+++ e desloca os íons de cianeto de dentro da célula para a

corrente sanguínea onde são inativados e eliminados. É importante salientar que

existe, naturalmente no organismo humano, uma enzima chamada rodanase,

capaz de ligar os íons de cianeto a moléculas de enxofre, inativando-os na forma

de tiocianato, extremamente hidrossolúvel capaz de ser eliminado na urina.

Para que uma espécie seja considerada tóxica, tem que apresentar uma

quantidade de cianeto superior a 20 mg por 100 mg do vegetal. Espécies ricas em

glicosídeos cianogênicos: Mandioca brava (Manihot sculenta), outras espécies do

gênero Manihot, Hortênsia (Hydrangea macrophylla), Rosas (Rosas sp),

Sabugueiro (Sambucus sp), espécies do gênero Prunus.

GLICOSINOLATOS

São compostos que apresentam uma molécula de enxofre (S) ligada à

glicose. Em geral, são produtos da degradação dos tioglicosídeos. A enzima que

faz a degradação é a tioglicosidase, o ânion intermediário é bastante instável,

sofrendo rearranjo e originando 3 substâncias em concentrações variadas, sendo

que o que define a formação da uma ou outra são as condições do meio. As


34

substâncias formadas são nitrito + enxofre, isotiocianato e tiocianato, sendo que

as duas últimas apresentam ação bociogênica. São encontrados em inúmeras

plantas de cultivo, responsáveis pelo sabor picante dos condimentos e de vegetais

de ampla utilização pelo homem, tais como repolho, couve-flor, abóbora, alho,

espinafre e brócolis. São reconhecidos até o momento mais de 70 diferentes

glicosinolatos presentes em mais de três centenas de gêneros. . Os glicosinolatos

ao serem hidrolisados liberam um grupamento SCN, que se ligam aos carreadores

de iodeto da membrana interferindo na sua absorção. A tireóide sem os íons de

iodeto não produz os hormônios T3 e T4, o que propicia o desenvolvimento do

bócio ou hipotiroidismo. Exemplo de espécie rica em glicosinolatos: Alho (Allium

sativum)

GLICOALCALÓIDES ESTEROIDAIS

Também conhecidos como solaninas, são compostos que apresentam

um alcalóide ligado a uma molécula de açúcar. Membros da família Solanaceae

têm como característica sua produção durante o crescimento e após a colheita. Os

principais glicoalcalóides presentes nas batatas são a-solanina e a-chaconina, que

correspondem a 95% ou mais dos glicoalcalóides totais .

As solaninas são tidas como inibidoras da enzima acetilcolinesterase,

uma componente chave para o sistema nervoso. Com sua inibição ocorre o

acúmulo da acetilcolina nos receptores muscarínicos e nicotínicos, provocando a

chamada síndrome colinérgica. Pela baixa absorção do trato gastrintestinal, é

necessária uma dose alta da toxina ou uma exposição repetida, como por exemplo,
35

a ingestão de batatas verdes por vários dias seguidos para aparecer o efeito

tóxico. A intoxicação ocorre devido ao efeito acumulativo da solanina. A solanina

em níveis maiores que 20mg /100g provoca um sabor amargo diminuído a

incidência de intoxicação ou mesmo envenenamento. Algumas espécies que

apresentam solaninas em algumas fases de crescimento: Batata (Solanum

tuberosum), Berinjela (Sonalum melogena), tomate (Lycopersicon esculentum).

TOXALBUMINAS

São proteínas vegetais que possuem a capacidade de levar a morte as

células animais, isto é, são citotóxicas. Em 1988, Endo & Tsurugi divulgaram um

trabalho decisivo, no qual descreveram o mecanismo da ação catalítica da ricina

na unidade 60S dos ribossomos das células eucarióticas. Após a divulgação deste

trabalho, várias proteínas estrutural e funcionalmente relacionadas à ricina foram

descritas para uma grande variedade de plantas superiores. Estas proteínas,

juntamente com a ricina são coletivamente conhecidas como “proteínas

inativadoras de ribossomos” (RIPs). Agem especificamente e irreversivelmente

nos ribossomos eucarióticos, impedindo a síntese protéica. Podem ocorrer como

monômeros de aproximadamente 30kDa (chamadas RIPS tipo I), ou, em certos

tecidos vegetais, como um heterodímero, no qual uma RIP tipo I está

covalentemente unida através de uma ponte dissulfeto a um segundo polipetídeo.

Este segundo polipetídeo é descrito como uma lectina ligadora de galactose, e o

heterodímero formado é chamado de RIP tipo II. Como monômeros, as RIPs não

são citotóxicas, pois não atravessam a membrana celular eucariótica. Porém, RIPs
36

tipo II ligam-se às células eucarióticas através de interações com galactosídeos da

superfície celular e, após subseqüente entrada no citosol, promovem a morte

celular por inibição da síntese de proteínas. As células da parede gastrintestinal

são as mais atingidas, sendo que uma única molécula da toxina é suficiente para

causar a morte destas células. Algumas espécies ricas em toxalbuminas: Mamona

(Ricinus comunis), Pinhão paraguaio (Jatropha curcas), Jequiriti (Abrus

precatorius).

ALCALÓIDES TROPÂNICOS

Alcalóides são compostos nitrogenados farmacologicamente ativos. Na

sua maioria apresentam caráter alcalino. Os alcalóides tropânicos são aqueles

que além das características citadas apresentam uma estrutura bicíclica

denominada tropano. Alguns exemplos são a atropina, a hioscina e a

escopolamina.

Os alcalóides tropânicos, também conhecidos como beladonados, são

substâncias capazes de agir sobre os receptores muscarínicos do Sistema

Nervoso, impedindo a ação da acetilcolina sobre eles. Funciona como um

antagonista seletivo. A escopolamina tem grande ação no sistema nervoso central,

enquanto a hiosciamina atua primariamente bloqueando receptores muscarínicos

colinérgicos do sistema nervoso parassimpático. Algumas espécies ricas em

alcalóides tropânicos: Saia branca ou Trombeteira (Brugmansia suaveolens),

Figueira do inferno (Datura stramonium).


37

ALCALÓIDES INDÓLICOS

São compostos subdivididos em dois grupos: os derivados da triptamina

e o outro que inclui os demais alcalóides indólicos. A maioria apresenta uso

farmacológico e são até hoje extraídos de vegetais devido à dificuldade ou

impossibilidade de síntese em laboratórios. Alguns exemplos são: vincristina,

vimblastina, ioimbina, ajmalacina, a reserpina, os curares e a estricnina, sendo

esta última, a mais importante do ponto de vista toxicológico. A estricnina é um

estimulante medular e bulbar e leva a alta sensibilidade, com crises convulsivas e

morte por contração do diafragma. Algumas espécies ricas em estricinina: Noz-

vômica (Strychnos nux-vomica), Quina do Cerrado (Strichnos pseudoquina).

ALCALÓIDES PIRÍDINICOS

São alcalóides que apresentam em sua estrutura um anel piridínico. Seu

principal representante é a nicotina. Os outros são considerados alcalóides

semelhantes à nicotina. Entre eles temos a citisina, anabasina e a lobelina. A

nicotina age sobre os receptores nicotínicos do Sistema Nervoso Central e

Periférico. Os receptores quando estimulados levam a liberação de dopamina

entre outros neurotransmissores. A dose letal (LD50) é de apenas 50 mg. O uso de

altas doses de nicotina tem rápido efeito estimulante seguido de efeito depressor

duradouro. Os alcalóides semelhantes à nicotina agem da mesma forma

estimulando o Sistema nervoso, mas devido a sua quantidade, levam ao estresse

muscular por excesso de estimulação e o principal efeito é a parada respiratória

por falência do músculo cardíaco. Algumas espécies ricas em alcalóides


38

piridínicos: Charuto-do-rei ou couve-do-mato (Nicotiana glauca), Giesta (Spartium

junceum), Fumo (Nicotiana tabacum), erva paraquaia (Nicotiana glauca),

Corynanthe yohimbe ou Pausinystalia yohimbe.

ALCALÓIDES PIRROLIZIDÍNICOS

São ésteres de 1-hidroximetilpirrolizidinas freqüentemente hidroxiladas

em diversas posições do núcleo estrutural. O núcleo básico do aminoálcool recebe

o nome de necina, sendo que a parte com caráter ácido é o ácido nécico. Os

alcalóides pirrolizidínicos após a ingestão são absorvidos, hidrolisados e oxidados.

Na realidade, os compostos de maior toxicidade são os derivados da hidrólise ou

subprodutos dos alcalóides, principalmente o álcool pirrólico. Estas substâncias

são altamente reativas, reagindo com proteínas celulares, entre elas o DNA. De

acordo com o alcalóide encontrado, a toxicidade pode ser maior ou menor. Os

danos causados podem ser cumulativos e resultam em lesões hepáticas de

caráter obstrutivo ou tumoral. Algumas espécies ricas em alcalóides pirrolizidínicos:

Flor das almas, Senécio, Tasneirinha ou Maria mole (Senecio brasiliensis),

Cinerária (Senecio cruentus), Confrei (Symphytum officinale), Crista de galo

(Heliotropium índicum), Bico de corvo, Pau-de-sapo (Heliotropium transalpinum),

Guizo (Crotalaria sp).

ALCALÓIDES ISOQUINOLÍNICOS

Também denominados de alcalóides amarilidáceos, são alcalóides

derivados da fenantridina, normalmente são encontrados em plantas da família


39

Amaryllidaceae e despertam grande interesse, sobretudo pelas potenciais

atividades farmacológicas como por exemplo, analgésica, citotóxica, antitumoral,

antiviral, imunoestimulante e antifúngica. A família Amaryllidaceae compreende 14

tribos, 58 gêneros e cerca de 870 espécies. Na América do Sul encontram-se

aproximadamente 28 gêneros sendo suas espécies conhecidas popularmente

como estrela-do-norte, bastão-do-imperador, açucena e lírio. O isolamento da

licorina de Narcisssus pseudonarcissus em 1877 foi o marco inicial no estudo dos

alcalóides desta família.

A licorina, que parece ser o alcalóide mais abundante na família, tem

acentuada ação citotóxica, demonstrando ser um agente anti-tumoral em potencial.

Além disso, o emprego da galantamina - comercializada sob o nome de Razadine

(antes Reminyl) - no tratamento da Doença de Alzheimer, devido sua ação

inibitória sobre a acetilcolinesterase. O estudo químico e das atividades biológicas

destas espécies é escasso, e em alguns casos inexistente. Algumas espécies

ricas em alcalóides amarilidáceos: Campainhas amarelas (Narcissus

bulbocodium ), Junquilho (Narcissus jonquilla), Narciso trombeta (Narcissus

pseudonarcissus), Coroa-imperial (Haemanthus katharinae), Amarílis

(Hippeastrum sp), Clívia (Clivia miniata).

ÉSTERES DITERPÊNICOS

São hidrocarbonetos cíclicos, que apresentam em média três anéis

sendo um com 5 átomos, outro com 7 átomos e o terceiro variável. São

consideradas três principais classes: a dos derivados do ingenol, do forbol (tigliane)


40

e do dafnane. O primeiro a ser isolado foi o forbol da espécie Cróton tiglium. São

encontrados principalmente nas espécies da família Euforbiaceae, principamente

nos gêneros Euphorbia e Cróton. Esse grupo químico apresenta propriedades

purgativas, co-carcinogênicas e irritantes. Seu principal efeito tóxico é devido à

sua característica irritante, provocando lesão no local de exposição. Um dos

maiores ésteres de diterpeno existentes, a resiniferatoxina, é encontrada no látex

de E. resinifera, e em várias outras espécies de Euphorbia. A resiniferatoxina é um

potente irritante, e tem ação semelhante à da capsaicina, excitando e então

dessensibilizando fibras nervosas aferentes primárias. Algumas espécies ricas em

ésteres diterpênicos são: Rabo de arara, Flor de S. João (Euphorbia pulcherrima),

Coroa de Cristo (Euphorbia milii), Erva de Santa Luzia (Euphorbia hirta), Leiteiro

vermelho (Euphorbia cotinifolia), Avelós (Euphorbia tirucalli), Cróton (Cróton sp).

SAPONINAS

São glicosídeos esteróides ou terpenos policíclicos que possuem uma

porção com característica hidrofílica e outra lipofílica, responsáveis pela

capacidade em quebrar a tensão superficial da água e da membrana celular, de

acordo com o seu potencial. As saponinas são substâncias hemolíticas por

possuírem como característica a alteração da tensão superficial dos líquidos.

Podem ser utilizadas como detergentes. Quando ingeridas, são inativadas a nível

estomacal pela presença de ácido clorídrico. Seu efeito tóxico de maior

importância ocorre no contato com a pele, onde destrói a queratina e provoca

lesão celular. Algumas saponinas por serem potentes agentes tensioativos podem
41

destruir as células da mucosa, levando a hemorragias locais. Algumas espécies

ricas em saponinas são: Espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata), Espada de

Santa Bárbara (Sansevieria trifasciata "Laurentii"), Espadinha rani (Sansevieria

trifasciata "Hahnii"), Buchinha do Norte (Luffa operculata). Das espécies Luffa

acutangula, L. cylindrica e L. aegyptiaca foram isoladas glicoproteínas com ações

inibidoras da síntese protéica, embriotóxicas e abortivas, propriedades estas

demonstradas em animais de laboratório.

COMPOSTOS POLIACETILÊNICOS

São Compostos que apresenta ligações triplas entre átomos de carbono,

isto é, radical acetileno ( C≡C). Exemplos de poliacetilenos são a cicutoxina

extraída da cicuta e o falcarinol extraído de espécies de Hedera sp e Schefflera sp.

Os compostos poliacetilênicos devido ao radical acetileno são altamente reativos,

considerados como agentes alquilantes de proteínas e aminas. Em contato com a

derme, ligam-se às células de Langerhans e aos macrófagos, de onde se supõe

que desencadeiem as dermatites alérgicas. Algumas espécies ricas em

compostos poliacetilenos são: Hera (Hedera helix), Unha de gato (Ficus pumila),

Unha de gato (Hedera canariensis variegata), Cheflera(Schefflera actinophylla).

GRAIANOTOXINAS

São compostos diterpenóides com ação específica sobre a musculatura

cardíaca. A mais importante são as graianotoxinas tipo I, também conhecidas

como: andrometoxina, rodotoxina, acetilandromedol e asebotoxina, sendo 18


42

compostos conhecidos no total. Da mesma forma que os glicosídeos cardioativos,

agem ligando-se aos receptores Tipo 2 na membrana celular, responsáveis pelo

controle do fluxo de sódio, isto é, inibem a ação da bomba sódio potássio. Isto faz

com que haja uma excitação e despolarização permanente do receptor, mantendo

o canal aberto ou fechado, o que gera um desequilíbrio que favorece o influxo de

cálcio, que por sua vez resulta em efeito inotrópico positivo sobre o músculo

cardíaco, semelhante à ação dos glicosídeos cardioativos. As graianotoxinas

foram encontradas em alguns gêneros da família Ericaceae, sendo os gêneros

mais importantes Kalmia, Ledum, Leucothoe, Menziesia, Pieris e Rhododendron.

Espécies ricas em graianotoxinas: Azálea (Rhododendron sp), (Rhododendron

yedoense).

LANTADENOS

São os ácidos triterpenos pentacíclicos, compostos biologicamente

ativos, sendo os mais conhecidos o lantadeno A e o lantadeno B, ambos extraído

da Lantana câmara. Existem muitas espécies de Lantana invasoras dos pastos,

mas a que realmente foi estudada por ter apresentado episódios de intoxicação é

a Lantana câmara. O Lantadeno A causa uma colestase devido à inibição da

secreção do canal biliar e age impedindo a glicuronização da bilirrubina, com

conseqüente icterícia e fotossensibilização, com potencial de toxicidade hepática e

renal. Ainda são necessárias a identificação de outras espécies em condições

invasoras e estudos científicos para isolamento de lantadenos e sua toxicidade

para melhorar as informações existentes.


43

OXALATOS

São produtos do metabolismo celular presente em todas as plantas.

Podem–se apresentar em três formas distintas: o ácido oxálico, sais solúveis

representados por oxalatos de sódio, potássio e amônia; e sais insolúveis

representado pelo oxalato de cálcio. O ácido oxálico e os sais solúveis

apresentam o mesmo mecanismo de ação, isto é, quando absorvidos depletam

cálcio da circulação, levando a uma hipocalcemia e um quadro semelhante a

tetania, podendo haver complicações renais pelo depósito dos cristais de oxalato

de cálcio formados. Espécies ricas em sais solúveis de oxalato são:

Azedinhas(Oxalis sp).

Os cristais de oxalato de cálcio podem ser encontrados em diversos

formatos como drusas, rosetas, cilindros. A ação tóxica do oxalato de cálcio de

deve aos cristais de oxalato na forma de rafídeos (microagulhas) quando estão

localizados no interior dos idioblastos (forma ogival capaz de projetar os ráfides)

em todas as partes da planta. Por diferença osmótica ou por pressão física sobre

as folhas ocorre a explosão dos idioblastos, liberando os rafídeos como se fossem

balas de um revólver e os cristais se fixam nos tecidos, levando a lesão local.

Espécies ricas em oxalatos de cálcio pertencem, pricnipalmente à família das

Araceae, na qual todos os gêneros e espécies contêm cristais de oxalato de cálcio

que pode ser observado por microscopia de secção transversal, onde se

visualizam ráfides no interior de idioblastos de forma ogival. Algumas espécies

muito cultivadas são: Banana de macaco (Monstera deliciosa), Comigo Ninguém

pode (Dieffenbachia picta), Aninga do pará (Dieffenbachia seguine), Copo de leite


44

(Zatedeschia aethiopica), Filodendro ou Costela de Adão (Philodendron selloun),

Lírio da paz (Spathyphyllum wallisi).

FLUOROACETATOS

Não se sabe ao certo como este composto é formado pelo metabolismo

celular. Está presente nas plantas que promovem o quadro de “morte súbita”. No

Brasil, a Palicourea marcgravii é encontrada em todo o país, com exceção da

Região Sul e do Estado do Mato Grosso do Sul, Palicourea juruana, nos Estados

do Pará, Amazonase Rôndonia, Palicoureagrandiflora, nos Estados de Rondônia,

Acre e Mato Grosso, Palicourea aeneofusca em Pernambuco e na Bahia,

Mascagnia pubiflora, na parte sul da Região Centro-Oeste, estendendo-se para

dentro do Estado de São Paulo, Mascagnia elegans, no Estado de Pernambuco e

Mascagnia aff. rigida, na parte setentrional do Estado do Espirito Santo . Entre as

plantas da família bignoniáceas também causam morte súbita Pseudocalymma

elegans, no Estado do Rio de Janeiro, Arrabidaea bilabiata na Bacia Amazônica e

Arrabidaea japurensis no Estado de Roraima.

Os fluoracetatos geram um metabólito, o fluoricitrato que inibe duas

importantes enzimas do ciclo de Krebs: a aconitase que catalisa o metabolismo do

citrato, e a succinato desidrogenase que catalisa o metabolismo do succinato. A

inibição destas duas enzimas e a subseqüente formação do bloqueio do citrato no

ciclo de Krebs, leva a uma diminuição do metabolismo da glicose, do

armazenamento de energia e da respiração celular. Os órgãos que apresentam


45

altas taxas metabólicas como o coração, os rins e o cérebro, são os mais

suscetíveis aos efeitos tóxicos do fluoricitrato.

ÓLEOS ESSENCIAIS

Os óleos essenciais são constituídos de uma mistura de

hidrocarbonetos terpênicos, álcoois simples e terpênicos, aldeídos, cetonas, fenóis,

ésteres, éteres, óxidos, peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, lactonas, cumarinas

e até compostos com enxofre. Normalmente o constituinte mais freqüente e

encontrado em maior concentração são os terpenóides que são caracterizados por

cerca de 200 tipos diferentes de esqueletos e ultrapassam 8.000 compostos

conhecidos. Sua toxicidade pode estar relacionada a um componente principal,

mas comumente são consideradas as misturas, pois é muito difícil utilizar-se

apenas um constituinte. O mecanismo pelo qual agem não está elucidado, visto a

complexidade de sua composição. Seguem exemplos de efeitos tóxicos e os óleos

essenciais que podem desencadeá-los.

 Irritação local: quando ingerido ou em contato com a pele

provocam efeito local irritante. Exemplos: Óleo de mostarda, óleo de

alecrim, óleo de arruda, essência de terebintina (óleo-resina extraído

de várias espécies de Prunus, que devido a presença de altas

concentrações de hidrocarbonetos terpênicos levam a dermatites de

contato, principalmente em exposições ocupacionais como é o caso

de pintores que utilizam a terebintina como solvente de tintas) etc.


46

 Sensibilização: quando em contato com o organismo, seja por via

dérmica, oral ou inalatória, desencadeia a ativação do sistema imunológico

de modo que em um próximo contato o indivíduo apresentará um quadro

alérgico que pode variar de moderado a grave de acordo com a

sensibilização e a suscetibilidade individual. Exemplos: óleo de canela,

óleo de aroeira (Schinus terebinthifolius – existem pessoas que

desencadeiam o processo alérgico a uma distância superior a 1km, devido

aos terpenóides voláteis liberados na atmosfera), funcho, alho etc.

 Fotossensibilização: quando em contato dérmico desencadeiam

reações que podem variar de prurido a vesículas quando o local é exposto

a radiações do tipo UV. Os óleos mais conhecidos por este efeito são os

óleos de frutos cítricos, mas pode acontecer com o óleo de alecrim,

utilizado em cremes para massagens.

 Estimulação do sistema Nervoso Central (SNC): alguns óleos

essenciais, principalmente quando ingeridos desencadeiam efeitos de

estimulação do SNC, que podem variar desde alucinações visuais e

distorções de cores até convulsões. Os princípios ativos responsáveis por

estes quadros isolados são:

 Tujona encontrada principalmente nos óleos essenciais

de losna (Artemisia absinthium) e sálvia (Salvia officinalis);

 Fenchona encontrada principalmente no óleo de funcho

(Foenicolum vulgare);
47

 Cânfora e pinocanfona encontrados principalmente no

hissopo (Hyssopus officinalis) e manjericão (Ocimum

basilicum);

 Miristicina e elemicina encontradas principalmente na

noz moscada (Myristica fragrans).

TOXICIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS

Considerando que as plantas não apresentam apenas um princípio ativo

e seus efeitos dependem de sua composição total, encontramos hoje vários livros

com orientações para prescritores e outros profissionais de saúde com relação ao

aparecimento de efeitos adversos, colaterais e tóxicos. E livros de interação

medicamentosa já abordam a interação de vários fitoterápico e plantas medicinais

com os medicamentos da medicinal tradicional.

CONCLUSÃO

As plantas não são tão seguras como crê a maior parte da população. È

necessário que os conhecimentos científicos sejam mais divulgados e que aqueles

que se predispõem a prescrever, façam-no com responsabilidade orientado que o

uso de um fitoterápico é semelhante ao de qualquer medicamento, podendo levar

a efeitos indesejáveis e tempo de tratamento. Mais do que nunca é preciso

lembrar o que disse o grande mestre Paracelso (1443-1541): “...todas as


48

substâncias são venenos, não existe nenhuma que não seja. A dose correta

diferencia um remédio de um veneno”.

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