Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FISIOLOGIA DO SISTEMA
MUSCULOESQUELÉTICO
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor
Marcos Rodolfo Firmino Pinto
Pedro Octávio Barbanera
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Coelho, Aline
C672f Fisiologia do sistema musculoesquelético/ Aline Coelho, –
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019.
107 p.
ISBN 978-85-522-1521-9
CDD 610
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
FISIOLOGIA DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04
Potenciais elétricos 05
Acoplamento Excitação-Contração 62
3
Apresentação da disciplina
Bons estudos!
4
Potenciais elétricos
Autora: Aline Coelho
Objetivos
6
diferença de potencial elétrico entre os meios interno e externo à
membrana celular.
Bons estudos!!!
7
ASSIMILE
Para a sobrevivência das espécies, em geral é essencial que
essas sejam capazes de gerar e conduzir com rapidez os
impulsos elétricos. Esses sinais elétricos são chamados de
potenciais de ação. O potencial da membrana enquanto a
célula não está gerando sinais elétricos é chamado potencial
de repouso da membrana.
8
• fluidos salinos nos meios intra e extracelular (água e íons nela
dissolvidos são responsáveis pelos potenciais de repouso
e de ação);
9
Figura 1 – Diferença da composição iônica do líquido extracelular e
intracelular
10
como transporte de nutrientes entre os meios extra e intracelular,
movimento de sódio e água através da membrana plasmática e processos
de sinalização celular (WRIGHT, 2004).
Quando dizemos que uma célula está em repouso, isso significa que esta
célula não está gerando impulsos elétricos e, no repouso, o citoplasma tem
carga elétrica negativa em relação ao meio externo. Essa diferença de carga
elétrica é denominada potencial de repouso da membrana. Quando aferido
na célula em repouso, o potencial de membrana é aproximadamente
-65mV, nesse estado a membrana está polarizada devido à presença de
grande potencial negativo.
11
A membrana plasmática garante o gradiente de concentração dos íons e
sua permeabilidade é estabelecida através de canais iônicos e proteínas
transportadoras como as bombas iônicas. Embora a membrana possua
canais de vazamento de íons Na+ e de íons K+, sua permeabilidade é cerca
de 100 vezes maior ao potássio por apresentar mais canais vazantes a esse
íon, sendo assim, as bombas iônicas que irão garantir a manutenção do
gradiente de concentração dos íons.
12
o K+ do meio extracelular para o meio intracelular. Mais especificamente,
durante sua atividade, a bomba Na+/K+/ATPase promove o transporte de
três ions Na+ para o meio extracelular e dois de K+ para o meio intracelular.
13
1.2 Potenciais Locais e Potenciais de Ação
14
isso significa que para atingir o potencial limiar é necessário o influxo de
íons positivos ao ambiente intracelular.
15
1. Estímulos atingem um limiar de excitação, há a abertura de canais de
Na+ dependentes de voltagem e o Na+ flui para o meio intracelular,
despolarizando a célula.
2. Os canais de Na+ dependentes de voltagem se fecham e há uma
significativa redução na condução desses íons.
3. Os canais de K+, dependentes de voltagem ativados quando o limiar
de excitação foi atingido, terminam de se abrir e os íons K+ fluem
para o meio extracelular repolarizando a célula.
16
Na fase ascendente do gráfico está representada a fase de
despolarização da membrana, a qual, após estímulos suficientes que
ultrapassam o limiar de -55 mV, geram a abertura de canais de Na+
dependentes de voltagem levando ao influxo de Na+, tornando a
membrana positiva de tal modo que possa atingir até 40 mV.
17
novamente até que a membrana retorne aos valores negativos próximos
ao potencial limiar.
18
membrana, para que o influxo de cargas positivas consiga alcançar o
potencial limiar e gerar o potencial de ação.
19
A condução desse sinal elétrico depende de alguns fatores, como o
comprimento e a distância das fibras e da mielinização axonal, isso
significa que fibras maiores conduzem os potenciais de ação com
grande velocidade, e axônios menores, na maioria das vezes não
mielinizados, conduzem os sinais elétricos em baixa velocidade.
Neste capítulo vimos que grande parte das células animais precisa
transmitir suas informações umas às outras e essas informações
estão sob a forma de sinal elétrico.
20
atingido o potencial limiar de -55 Mv e o potencial de ação não seria
deflagrado.
TEORIA EM PRÁTICA
O potássio é um intracelular em abundância, porém
sua concentração externa é mínima. A excreção urinária
contribui para o equilíbrio de potássio, quando a ingestão
de potássio é superior a 150 mEq/dia, cerca de 50% do
excesso de potássio aparece na urina nas horas seguintes.
Dentro desse contexto, imagine um paciente com
insuficiência renal aguda de forma que haja uma elevação
da concentração plasmática de potássio, isso poderá
comprometer seriamente suas funções corporais.
Qual a importância da manutenção da concentração
extracelular do potássio? Quais os sinais e sintomas que
esse paciente poderá apresentar?
21
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. 65 mV.
b. 80 mV.
c. 62 mV.
d. 70 mV.
e. 100 mV.
a. Na+ e K+.
b. Cl- e K+.
c. c) Na+ e Cl-.
d. d) K+ e Na+.
e. Ca2+ e K+.
22
3. Durante os potenciais locais, os estímulos podem ser
graduados, mas o potencial de ação é tudo ou nada. O
que essa propriedade quer dizer?
Referências Bibliográficas
BALESTRIN, Priscilla M.; DE MELO, Silvana. Origem e desenvolvimento da mielina
no sistema nervoso central–um estudo de revisão. Revista Saúde e Pesquisa, 4,
93-99, 2011.
BARNETT, Mark W.; LARKMAN, Philip M. The action potential. Practical neurology,
v. 7, n. 3, p. 192-197, 2007.
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Artmed Editora, 2002.
BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N.; OCHOA, Enrique LM. Fisiologia. Argentina:
Panamericana, 1987.
CARVALHO, Hernandes F.; RECCO-PIMENTEL, Shirlei M. A célula. São Paulo:
Manole, 2013.
CONSTANZO, Linda. Fisiologia, 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DE OLIVEIRA, Jarbas Rodrigues. Biofísica: para ciências biomédicasRio Grande do
Sul: EdiPUCRS, 2014.
GUYTON, Arthur Clifton; HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Tratado de fisiologia
médica. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2006.
KANDEL, Eric et al. Princípios de Neurociências-5. Rio Grande do Sul: AMGH
Editora, 2014.
KRUEGER-BECK, Eddy et al. Potencial de ação: do estímulo à adaptação
neural. Fisioterapia em Movimento, v. 24, n. 3, 2017.
23
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência.
In: Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de
Janeiro: Atheneu, 2004.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.
MOREIRA, Carolina. Potencial de Ação. Rev. Ciência Elem., v. 3(4):253,2015.
PINEDA, Ricardo; RIBERA, Angie. Evolution of the Action Potential. Evolution of
Nervous Systems, 1. 211-238. 10.1016/B0-12-370878-8/00119-1, 2010.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integradaRio
Grande do Sul: Artmed editora, 2010.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14.
Ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
WRIGHT, Stephen H. Generation of resting membrane potential. Advances in
physiology education, v. 28, n. 4, p. 139-142, 2004.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Resolução: O potencial de membrana é estabelecido pelo gradiente
de concentração iônica e a permeabilidade da membrana a
determinado íon. Se a membrana plasmática fosse permeável
somente ao potássio, o potencial de repouso da membrana iria ser
próximo ao potencial de equilíbrio do potássio, que é -80 mV.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: O íon que está em maior concentração no meio
intracelular é o potássio e no meio extracelular é o sódio.
Questão 3 – Resposta: C
Resolução: O fato de o potencial de ação ser tudo ou nada quer
dizer que haverá a geração de um potencial de ação sempre
que houver estímulos o suficiente para ultrapassar um limiar e
deflagrá-lo.
24
Transmissão sináptica na junção
mioneural
Autora: Aline Coelho
Objetivos
• Conceituar sinapse.
26
e qualidade de vida das pessoas. Também existem diversas doenças
envolvendo mutações genéticas que afetam a junção neuromuscular.
Bons estudos!
1.1 Sinapse
27
dos seres humanos, a transmissão sináptica acontece através desse
tipo de sinapse, a qual direcionaremos toda a nossa atenção nos
próximos tópicos.
28
é preenchido pela matriz extracelular e proteínas que mantêm as
membranas do terminal axonal e da célula pós-sináptica aderidas.
29
peptídeos dão moléculas maiores armazenadas e liberadas por grânulos
secretores.
30
necessariamente ao tipo do neurotransmissor, mas sim é dependente
do tipo de canal iônico que tem sua permeabilidade alterada na
membrana pós-sináptica. A quantidade de neurotransmissores liberadas
na fenda sináptica é proporcional ao número de potenciais de ação que
chegam no terminal axonal.
31
5. Elicitação de resposta bioquímica e elétrica na célula pós-sináptica.
6. Degradação ou remoção do neurotransmissor da fenda sináptica.
32
Quando você planeja a realização de um movimento, como pegar algo,
por exemplo, os comandos neurais que controlam seus movimentos são
transmitidos de axônios motores mielinizados à junção neuromuscular.
O conhecimento acerca dessa importante estrutura se deu através de
muitos estudos de microscopia eletrônica.
33
O terminal axonal das fibras motoras apresenta uma especialização
denominada botão sináptico. Em uma sinapse química típica, a célula
pós-sináptica seria representada por um neurônio, mas no caso da
sinapse neuromuscular, a célula pós-sináptica é uma fibra muscular
contendo muitas invaginações na membrana plasmática que são
consideradas típicas de uma junção neuromuscular (Figura 2).
34
movimento apresentam um axônio motor inervando poucas fibras
musculares, entretanto, se o controle do movimento for mais grosso,
impreciso, os axônios motores inervam uma grande quantidade de
fibras musculares.
35
ASSIMILE
A junção neuromuscular é a estrutura localizada entre
as terminações dos neurônios motores e os músculos
esqueléticos. Trata-se da sinapse mais estudada que existe
e sua função consiste em transformar o potencial de ação
em contração muscular.
36
Figura 4– Síntese e degradação da acetilcolina
37
No caso do tecido cardíaco, os efeitos dos receptores muscarínicos é
hiperpolarizante, sendo assim, a acetilcolina exerce efeitos inibitórios
na musculatura cardíaca. Depois de interagir com seus receptores, a
enzima acetilcolinesterase hidroliza a acetilcolina em acetato e colina. A
ação da acetilcolina cessa quando é hidrolisada em acetato e colina pela
enzima acetilcolinesterase (AChE), presente na fenda sináptica.
38
Com o influxo dos íons sódio e potássio na placa motora, que é a
área de concentração dos receptores nicotínicos de acetilcolina, há
uma despolarização da membrana até aproximadamente -50mV,
esse é o potencial de placa motora que não constitui exatamente um
potencial de ação, porém essa despolarização da membrana que gera o
potencial de placa motora pode se dispersar para as fibras musculares
mais próximas e gerar potenciais de ação que são propagados pela
fibra nervosa. O potencial de placa motora cessa quando a enzima
acetilcolinesterase degrada a acetilcolina.
39
Como você pode perceber, durante a transmissão neuromuscular ocorre
a ativação de motoneurônios, o que faz com que haja a liberação de
acetilcolina que atua nas fibras musculares, provocando despolarização.
Devido a alta complexidade do processo, se houver algum problema
na geração, condução ou transmissão dos sinais elétricos podem ser
observadas muitas condições patológicas.
TEORIA EM PRÁTICA
A toxina Botulínica é uma das mais potentes toxinas
existentes e derivada da bactéria anaeróbia Clostridium
botulinum. Seus mecanismos específicos e de alta
periculosidade podem levar à paralisia muscular e até
mesmo à morte. Apesar de muito perigosa, tem sido
uma aliada das ciências médicas em geral, nos quais as
desordens do movimento têm uma ampla aplicação com
alivio dos sintomas dolorosos concomitantes. Além de
distúrbios do movimento, a toxina botulínica é utilizda em
desordens oftálmicas e dermatológicas.
Qual estrutura sináptica é afetada pela aplicação da toxina
botulínica e qual o mecanismo envolvido?
40
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Paciente, sexo masculino, 3 anos de idade, apresenta
fraqueza muscular. Os médicos suspeitaram de
Miastenia Gravis e foi submetido a exames para
detecção de anticorpos contra qual neurotransmissor?
a. Dopamina.
b. Glutamato.
c. Serotonina.
d. Glicina.
e. Acetilcolina.
41
d. Promove a liberação de neurotransmissores.
e. Pode ser excitatória ou inibitória.
Referências Bibliográficas
ABRAMOV, Dimitri; MOURÃO JÚNIOR, Carlos Alberto. Fisiologia essencial. Rio de
Janeiro:Guanabara Koogan , 2011.
ANABEL, Gúzman Martínez. Miastenia gravis juvenil en edad pediátrica.
Experiencia en el Instituto Nacional de Pedfiatría de 1995 al 2010. Monografia.
Faculdade de medicina. México, 2019.
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2002.
BURY, Luke e SABO, Shasta. How It’s Made: The Synapse. Molecular interventions,
10. 282-92, 10.1124/mi.10.5.5, 2010.
COSTANZO, Linda. Costanzo-Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2014.
DE MELLO SPOSITO, Maria Matilde. Toxina Botulínica do Tipo A: mecanismo de
ação. Acta fisiátrica, v. 16, n. 1, p. 25-37, 2009.
DOUGLAS, Carlos Roberto. Tratado de fisiologia aplicada à fisioterapia. São
Paulo: Tecmedd, 2004.
JANKOVIC, Radmilo e NIKOLIĆ, Aleksandar. The neuromuscular junction
physiology. Cambridge: The company of Biologist, 2016.
KANDEL, Eric et al. Princípios de Neurociências-5. Rio Grande do Sul: AMGH
Editora, 2014.
KAULING, Ana Laura Colle et al. Miastenia gravis: relato de dois casos e revisão da
literatura. Rev Bras Anestesiol, v. 61, n. 6, p. 755-763, 2011.
LANDOWNE, David. Fisiología celular. Rio Grande do Sul: AMGH Editora, 2009.
LEVY, José Antonio; DIAMENT, Aron J.; SARAIVA, Sylvio. Mecanismo da contração
muscular. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 18, n. 3, p. 259-264, 1960.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.
REED, Umbertina C. Neuromuscular disorders. Jornal de pediatria, v. 78, p.
S89-S103, 2002.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Rio de
Janeiro: Artmed editora, 2010.
42
SLATER, Clarke. The structure of human neuromuscular junctions: some
unanswered molecular questions. International journal of molecular sciences, v.
18, n. 10, p. 2183, 2017.
WIDMAIER, Eric P. et al. Fisiologia humana: os mecanismos das funções corporais.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: E
Resolução: O neurotransmissor envolvido na transmissão sináptica
neuromuscular é acetilcolina. A miastenia gravis é uma doença
autoimune na qual anticorpos atacam receptores de acetilcolina
presentes na junção neuromuscular.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: Quando ocorre a despolarização de um terminal
axonal, abrem-se canais de cálcio dependentes de voltagem, a
entrada de cálcio por esses canais induz à exocitose através da
fusão de vesículas sinápticas preenchidas com neurotransmissores
na membrana do terminal pré-sináptico.
Questão 3–Resposta: C
Resolução: As sinapses elétricas são extremamente rápidas e não
envolvem a liberação de neurotransmissores, pois contêm junções
comunicantes (GAP Junctions) que permitem o fluxo passivo de
informações.
43
Ciclo das pontes cruzadas
Autora: Aline Coelho
Objetivos
45
diretamente pelo sistema nervoso através da placa motora.
Também existem outras células do tecido muscular de
contração involuntária apenas reguladas pelo sistema
nervoso e não controladas, pois apresentam terminações
nervosas livres com neurotransmissores que se difundem
nas fibras musculares, estimulando-as ou inibindo-as.
Bons estudos!
46
1.1 Tecido muscular
Existiu um período em sua vida fetal que você era apenas um disco
plano com três camadas de células chamadas endoderme, ectoderme
e mesoderme, cada uma dessas camadas deu origem a determinados
tecidos do seu corpo, a endoderme, por exemplo, deu origem a
epitélios de revestimento digestório, respiratório e glandular, a
ectoderme originou a pele e o sistema nervoso, por fim a mesoderme
deu origem aos ossos e ao sistema muscular. O tecido muscular é
essencial à vida, pois permite aos seres a capacidade de locomoção,
auxilia no transporte de diversas substâncias no organismo,
permitindo o processo de digestão e controle cardiovascular.
47
são denominados músculos estriados esqueléticos, estes músculos
necessitam ser ativados pelo sistema nervoso através da liberação
de neurotransmissores diretamente em sua placa motora. Pense
em pacientes que apresentem doenças relacionadas à placa motora,
como a Miastenia Gravis estudada anteriormente, nesse caso os
sinais gerados não conseguem ativar a contração da musculatura
e esses músculos se tornam inativos, podendo até se tornarem
atróficos.
ASSIMILE
48
Figura 1 – Tipos de fibras musculares
49
contração muscular permitindo movimentos precisos, delicados e
detalhados, como também movimentos grossos, imprecisos e que
demandam força muscular. Cada fibra muscular é envolvida por um
tecido conjuntivo denominado endomísio e quando agrupadas essas
formam fascículos recobertos pelo perimísio.
2. Tipos de músclos
50
2.2 Músculo estriado cardíaco
51
3. Estrutura da fibra muscular
52
A miosina é uma proteína com alto peso molecular e compõe os
filamentos grossos, dispostos de forma ordenada. Essa é constituida
de um par de cadeias pesadas e dois pares de cadeias leves, e em uma
de suas extremidades estão localizadas duas cabeças globulares que
possuem sítio de ligação para a actina e apresentam grande importância
para a formação das pontes cruzadas. Analisando a composição
estrutural do tecido muscular é possível visualizar que a miosina é
central em uma forma hexagonal, onde os vértices constituem os
filamentos de actina.
53
na actina para formar as pontes cruzadas para geração de força. Essas
proteínas estão representadas de forma esquemática na figura 2.
Vamos imaginar nesse momento que você está observando uma lâmina
de tecido muscular no microscópio óptico e o que você enxerga é bem
parecido com a figura 3, conforme mencionado, ao observar as fibras
musculares você pode notar uma aparência estriada e um estudo
minucioso do sarcômero mostra que sua porção média apresenta uma
coloração escura denominada banda A, é exatamente nessa região
que os filamentos grossos e finos se sobrepõem, essa região apresenta
coloração escura devido a presença dos filamentos grossos (de miosina).
54
Se você olhar com cuidado irá perceber que nas extremidades externas
conseguimos visualizar as bandas I, nessa área estão presentes
somente os filamentos finos que são claros quando visualizados na
microscopia. Na região central da banda A está localizada a zona vazia,
área que não há evidência de sobreposição de filamentos grossos e
finos, no centro da zona vazia há uma linha escura chamada Linha M,
constituída por proteínas de coloração escura que fixam os filamentos
grossos e auxiliam o sarcômero na orientação espacial quando as fibras
musculares se contraem ou relaxam.
55
1. Em uma situação de repouso, as cabeças de miosina estão
ligadas ao ADP. A proteína tropomiosina está recobrindo os
sítios de ligação da actina para a miosina, uma vez que nessa
situação de relaxamento não há a liberação de cálcio.
2. Quando seu sistema nervoso envia um comando para o
músculo contrair, o cálcio é liberado do retículo sarcoplasmático
citado anteriormente e liga-se à troponina C. Através dessa
ligação há uma alteração conformacional no complexo
troponina de forma que a tropomiosina é afastada do sítio de
ligação da miosina com a actina, levando à exposição desses
sítios. Dessa forma, a cabeça da actina consegue se conectar à
miosina, formando pontes cruzadas.
3. Posteriormente à conexão dos filamentos, as cabeças de
miosina fazem um movimento que traciona os filamentos
aumentando a sobreposição e encurtamento do sarcômero,
fibra muscular e consequentemente todo o músculo estriado.
4. Após esse processo, o ATP se liga aos sítios de ligação
presentes na cabeça de miosina, fazendo com que essa consiga
desconectar-se dos filamentos de actina.
5. É importante nesse momento que você lembre que a cabeça da
miosina contém a ATPase, que desfosforila o ATP originando
ADP e fosfato. Toda essa energia química que foi liberada será
importante para que as cabeças de miosina consigam voltar à
sua posição original para que seja realizada uma ponte cruzada.
Você pode notar que para que as pontes cruzadas possam ser
relizadas é de vital importância a presença do íon cálcio, uma vez que
as cabeças da miosina estão recobertas pela tropomiosina.
56
da miosina executa movimentos de tração parecidos com uma ponte
cruzada, devido a esse motivo é que o mecanismo de conexão e
desconexão da cabeça de miosina ficou conhecido como ciclo das
pontes cruzadas.
TEORIA EM PRÁTICA
Pense em uma situação em que o músculo é
repetitivamente ativado, como em casos de atletas de alta
performance e que treinam de forma excessiva, ou também
em um indivídio que não está acostumado a fazer atividade
física. Em ambas situações, dadas as devidas proporções,
há um momento que os músculos cansam e fadigam
produzindo menos força, as fibras também demoram mais
tempo para relaxar.
Por que as fibras demorarão mais tempo para relaxar?
57
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. Coração.
b. Estômago.
c. Intestino.
d. Músculo esquelético.
e. Bexiga.
a. Linha M.
b. Disco Z.
c. Zona Vazia.
d. Banda I.
e. Banda A.
a. Actina.
b. Troponina.
58
c. Tinina.
d. Tropomiosina.
e. Troponina C.
Referências Bibliográficas
ABRAMOV, Dimitri; MOURÃO JÚNIOR, Carlos Alberto. Fisiologia essencial. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2002.
COSTANZO, Linda. Costanzo-Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2014.
DAVIS, Jonathan P.; TIKUNOVA, Svetlana B.; JANSSEN, Paul ML. Mechanisms
of Muscle Contraction and Relaxation. In: Muscle and Exercise Physiology.
Cambridge: Academic Press, 2019. p. 39-50.
DOUGLAS, Carlos Roberto. Tratado de fisiologia aplicada à fisioterapia. São
Paulo:Tecmedd, 2004.
EISENBERG, Evan; HILL, Terrell L. A cross-bridge model of muscle
contraction. Progress in biophysics and molecular biology, v. 33, p. 55-82, 1979.
FERREIRA, Alice Teixeira. Fisiologia da contração muscular. Revista Neurociências,
v. 13, n. 3, p. 60-62, 2005.
FOX, Stuart Ira. Fisiologia humana.13. ed México: McGraw Hill, 2014.
GOODY, Roger S. The missing link in the muscle cross-bridge cycle. Nature
Structural & Molecular Biology, v. 10, n. 10, p. 773, 2003.
JONES, David A.; ROUND, Joan M. Skeletal muscle in health and disease: a
textbook of muscle physiology. Manchester University Press, 1990.
KANDEL, Eric et al. Princípios de Neurociências-5. Rio Grande do Sul: AMGH
Editora, 2014.
LANDOWNE, David. Fisiología celular. Rio Grande do Sul: AMGH Editora, 2009.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência.
In: Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de
Janeiro: Atheneu. 2004.
LEVY, José Antonio; DIAMENT, Aron J.; SARAIVA, Sylvio. Mecanismo da contração
muscular. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 18, n. 3, p. 259-264, 1960.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.
59
MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício.
Wolters Kluwer Health, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2015.
NARICI, Marco; BOTTINELLI, Roberto; ZANGE, Jochen; QUISTORFF, Bjørn;
RUTHERFORD, O; GOUBEL, F e TESCH, Per. Muscle Physiology, 164-172, 2005.
NAYAK N.K., KHEDKAR G.D., KHEDKAR C.C. and KHEDKAR C.D. Skeletal Muscle. In:
CABALLERO, B., FINGLAS, P., and TOLDRÁ, F. (eds.) The Encyclopedia of Food and
Health. v. 4. Oxford: Academic Press, 2016, p. 795-801.
PITHON-CURI, Tania Cristina. Fisiologia do exercício. Guanabara Koogan, 2017.
PIAZZESI, Gabriella; LOMBARDI, Vincenzo. A cross-bridge model that is able to
explain mechanical and energetic properties of shortening muscle. Biophysical
journal, v. 68, n. 5, p. 1966-1979, 1995.
REED, Umbertina C. Neuromuscular disorders. Jornal de pediatria, v. 78, p.
S89-S103, 2002.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Rio
Grande do Sul: Artmed editora, 2010.
SLATER, Clarke. The structure of human neuromuscular junctions: some
unanswered molecular questions. International journal of molecular sciences, v.
18, n. 10, p. 2183, 2017.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano–Fundamentos de
Anatomia e Fisiologia. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2016.
WIDMAIER, Eric P. et al. Fisiologia humana: os mecanismos das funções corporais.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Resolução: O músculo esquelético é o único dentre as estruturas
citadas que apresenta um tipo de tecido muscular estriado
esquelético, que é controlado pelo sistema nervoso somático e
apresenta uma contração muscular rápida.
Questão 2 – Resposta: B
Resolução: Os discos Z apresentam uma coloração escura quando
visualizados na microscopia óptica, delimitam as extremidades do
sarcômero e servem ponto de fixação dos filamentos de actina.
60
Questão 3–Resposta: D
Resolução: A tropomiosina é uma importante proteína no processo
de contração muscular, porque durante o estado de repouso do
músculo ou quando esse não esta contraindo, bloqueia os sítios de
ligação da actina com a miosina.
61
Acoplamento Excitação-Contração
Autora: Aline Coelho
Objetivos
63
estriados cardíacos e músculos estriados esqueléticos. O sistema
nervoso influencia na contração dos três tipos de musculatura, seja
as controlando por completo, como no caso do músculo estriado
esquelético, ou regulando-os, como nos músculos lisos e estriados
cardíacos.
64
Após conhecer a forma pela qual os impulsos elétricos são gerados e
propagados, como alcançam as outras células através das sinapses e
o mecanismo de formação das pontes cruzadas que gera a contração
muscular, entenderemos agora o significado de unidade motora, seus
componentes, capacidade de inervação e sua forma de controle nas
ações musculares. Com esse conhecimento você estará pronto para
compreender os mecanismos envolvidos no processo acoplamento
excitação-contração, que é a transformação da atividade elétrica da
fibra muscular em atividade mecânica.
65
com outros axônios de outros neurônios os nervos espinais em
direção a um músculo específico. No caso do tronco encefálico, o
axônio deixa o sistema nervoso central através dos nervos cranianos.
ASSIMILE
66
Figura 1 – Neurônio Motor
Fonte: Graphic_BKK1979/iStock.com
67
e causar a abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem, o
potencial de ação é deflagrado e através da placa motora alcança a
membrana das fibras musculares (sarcolema).
68
filamentos grossos e finos observada na contração muscular, processo
que veremos com mais atenção mais adiante.
Fonte: Normaals/iStock.com
69
mecânica que gera a contração muscular. Depois de iniciada a atividade
mecânica posteriormente à chegada de um potencial de ação, esta pode
ter a duração de 100 ms, conforme representado na figura 3.
Fonte: WIDMAIER,2006.
70
cálcio no sarcoplasma não é relevante quando comparada ao meio
extracelular.
71
cruzadas. Outra proteína denominada troponina interage com a
actina e com a tropomiosina, mantendo a posição de bloqueio dos
dois filamentos. A troponina é constituída de três subunidades: I
(inibitória), T (ligação da tropomisiosina) e C (ligação de cálcio).
72
Figura 4- Papel do cálcio na interação entre filamentos finos e grossos
73
Porém, também formam um canal de cálcio. Sendo assim, quando o
potencial de ação chega aos túbulos transversos induzem uma mudança
conformacional que abre os receptores de rianodina para que o cálcio
seja liberado pelo sarcoplasma.
TEORIA EM PRÁTICA
Após receber um anestésico inalatório, um paciente
desenvolveu uma crise de hipertermia maligna que acelerou
seu metabolismo e a atividade contrátil da musculatura
esquelética, posto que houve um aumento de cálcio no
74
mioplasma, pois a despolarização da membrana levou
à ativação de canais de liberação de Ca2+ do retículo
sarcoplasmático.
Tendo em vista essa situação, responda o que é a
hipertermia maligna, qual o papel do cálcio na contração
muscular e qual a função dos receptores de rianodina?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. Hipófise.
b. Hipotálamo.
c. Tálamo.
d. Tronco encefálico.
e. Amígdala.
75
3. O mecanismo acoplamento excitação-contração é
extremamente importante para que a nossa contração
aconteça de maneira efetiva e harmônica. Qual o
principal fundamento desse mecanismo?
Referências Bibliográficas
ABRAMOV, Dimitri; MOURÃO JÚNIOR, Carlos Alberto. Fisiologia essencial. Rio de
Janeiro:Guanabara Koogan , 2011.
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Rio /grande do Sul: Artmed Editora, 2002.
CORREIA, Ana Carolina de Carvalho; SILVA; Polyana Cristina Barros e SILVA, Bagnólia
Araújo. Hipertermia maligna: Aspectos Moleculares e Clínicos. Revista Brasileira de
Anestesiologia, v. 62, n. 6, nov/dez., 2012.
COSTANZO, Linda. Costanzo-Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2014.
DAVIS, Jonathan P.; TIKUNOVA, Svetlana B.; JANSSEN, Paul ML. Mechanisms
of Muscle Contraction and Relaxation. In: Muscle and Exercise Physiology.
Cambridge: Academic Press, 2019, p. 39-50.
DOUGLAS, Carlos Roberto. Tratado de fisiologia aplicada à fisioterapia. São
Pulo:Tecmedd, 2004.
EISENBERG, Evan; HILL, Terrell L. A cross-bridge model of muscle
contraction. Progress in biophysics and molecular biology, v. 33, p. 55-82, 1979.
FERREIRA, Alice Teixeira. Fisiologia da contração muscular. Revista Neurociências,
v. 13, n. 3, p. 60-62, 2005.
FOX, Stuart Ira. Fisiologia humana. 13 ed México: McGraw Hill, 2014.
GEEVES, Michael A.; HOLMES, Kenneth C. Structural mechanism of muscle
contraction. Annual review of biochemistry, v. 68, n. 1, p. 687-728, 1999.
GOODY, Roger S. The missing link in the muscle cross-bridge cycle. Nature
Structural & Molecular Biology, v. 10, n. 10, p. 773, 2003.
76
HERZOG, Walter; POWERS, Krysta; JOHNSTON; Kaleena e DUVALL, Mike. A new
paradigm for muscle contraction. Frontiers in Physiology, v.06, p.174,2015.
JONES, David A.; ROUND, Joan M. Skeletal muscle in health and disease: a
textbook of muscle physiology. Manchester: Manchester University Press, 1990.
KANDEL, Eric et al. Princípios de Neurociências-5. Porto Alegre: AMGH
Editora, 2014.
LANDOWNE, David. Fisiología celular. Porto Alegre: AMGH Editora, 2009.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência.
In: Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de
Janeiro: Atheneu. 2004.
LEVY, José Antonio; DIAMENT, Aron J.; SARAIVA, Sylvio. Mecanismo da contração
muscular. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 18, n. 3, p. 259-264, 1960.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.
MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício.
Wolters Kluwer Health, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2015.
NARICI, Marco; BOTTINELLI, Roberto; ZANGE, Jochen; QUISTORFF, Bjørn;
RUTHERFORD, O; GOUBEL, F e TESCH, Per. Muscle Physiology, 164-172, 2005.
NAYAK N.K., KHEDKAR G.D., KHEDKAR C.C. and KHEDKAR C.D. Skeletal Muscle. In:
CABALLERO, B., FINGLAS, P., and TOLDRÁ, F. (eds.) The Encyclopedia of Food and
Health. v. 4. Oxford: Academic Press, 2016, p. 795-801.
PITHON-CURI, Tania Cristina. Fisiologia do exercício. Guanabara Koogan, 2017.
PIAZZESI, Gabriella; LOMBARDI, Vincenzo. A cross-bridge model that is able to
explain mechanical and energetic properties of shortening muscle. Biophysical
journal, v. 68, n. 5, p. 1966-1979, 1995.
REED, Umbertina C. Neuromuscular disorders. Jornal de pediatria, v. 78, p.
S89-S103, 2002.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Rio
Frande do Sul: Artmed editora, 2010.
SLATER, Clarke. The structure of human neuromuscular junctions: some
unanswered molecular questions. International journal of molecular sciences, v.
18, n. 10, p. 2183, 2017.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano–Fundamentos de
Anatomia e Fisiologia. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2016.
WARD, T., J. P., LINDEN, A., R. W. Fisiologia Básica: Guia Ilustrado de
Conceitos Fundamentais. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.
minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520449479/. Acesso em: 05 ago. 2019.
WIDMAIER, Eric P. et al. Fisiologia humana: os mecanismos das funções corporais.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2006.
77
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Resolução: O conjunto de fibras musculares inervadas por um
só neurônio motor é chamado unidade motora composta pelo
neurônio motor, axônio e a área da fibra muscular (sarcolema) por
ele inervada.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: O neurônio motor pode estar localizado na medula
espinal ou no tronco encefálico, seus axônios compõem os nervos
espinais e os cranianos.
Questão 3–Resposta: E
Resolução: O mecanismo acoplamento excitação-contração é
o processo pelo qual o sinal elétrico se converte em uma ação
mecânica, que é a contração.
78
Mecanismo contrátil das células
musculoesqueléticas (Teoria do
deslizamento –Huxley)
Aline Coelho
Objetivos
80
ter o aporte energético suficiente para suas atividades. O trifosfato de
adenosina (ATP) é extremamente necessário para o relaxamento muscular
e é oriundo da quebra do glicogênio muscular em glicose devido a
fermentação aeróbia.
Bons estudos!
81
pesquisadores conseguiram analisar as unidades funcionais
do músculo, que são as miofibrilas constituídas pelos
miofilamentos–assim, a actina representa os filamentos
finos e a miosina os filamentos grossos.
ASSIMILE
Os filamentos de actina e miosina do músculo são
organizados no sarcômero que constitui a unidade
funcional da fibra muscular e geram a contração muscular
que permite o movimento.
82
Quando analisado em sua composição química, o músculo esquelético é
composto de forma majoritária por água. Cerca de 75% da constituição do
músculo é preenchida por água, 20% por proteínas contráteis e estruturais
e 5% por sais, uréia, lactato, íons, aminoácidos, gorduras, dentre outras.
83
todas as estruturas que compõem o músculo, até mesmo as menores
estruturas.
Fonte: nomaals/iStock.com
84
O sarcoplasma é a matriz da onde as miofibrilas estão localizadas. O
líquido intracelular que compõe o sarcoplasma apresenta magnésio,
potássio, fosfato e diversas enzimas e um número bastante elevado de
mitocôndrias entre as miofibrilas, isso se deve ao fato das miofibrilas
necessitarem de uma grande demanda de adenosina – trifosfato na
contração muscular. As células musculares são polinucleadas e quando
analisadas, mesmo através de microscopia óptica, pode-se perceber que
possuem uma aparência estriada, apresentando uma alternância entre
faixas claras e escuras.
85
As miofibrilas são compostas pelos filamentos grossos e filamentos finos
organizados em sarcômeros e se contraem em resposta a um potencial
de ação quando este chega ao sarcolema.
86
Quanto à disposição do filamento grosso, em suas extremidades estão
localizadas as cabelas de miosina e na região central estão localizadas as
caudas da miosina.
87
Em cada uma das moléculas de actina G existe uma molécula de ADP, que
são sítios ativos de interação envolvidos na formação de pontes cruzadas
na promoção da contração muscular.
88
na estrutura do sarcômero e alinhamento proteico. Essas proteínas estão
indicadas na figura 3.
Fonte: PITHON-CURI,2017.
89
Antes de você passar para a próxima etapa que envolve o estudo do
mecanismo de deslizamento dos filamentos contráteis, vamos retomar a
constituição do sarcômero.
90
Em posse do conhecimento detalhado sobre a citoaquitetura das fibras
musculares e suas proteínas contráteis e associadas, bem como sua
disposição no sarcômero, podemos seguir em frente no mecanismo
de contração muscular propriamente dito, sendo assim, sabe-se que a
teoria mais aceita sobre o mecanismo da contração muscular é a teoria
dos filamentos deslizantes.
91
A teoria do deslizamento dos filamentos visa explicar o encurtamento
das fibras musculares, uma vez que no momento da ativação das pontes
cruzadas da miosina estas se ligam com muita força ao filamento fino de
actina, alterando a conformação da ponte cruzada de forma a fazer com
que a cabeça de miosina faça uma inclinação que traciona os filamentos
grossos e finos em direções diferentes.
TEORIA EM PRÁTICA
Um paciente do sexo masculino, 13 anos de idade,
com histórico familiar de pais normais, mas um irmão
92
falecido devido à distrofia muscular de Duchene, também
apresentou desde os 20 meses episódios constantes de
queda e aos 6 anos não conseguia ficar em pé. As avaliações
subsequentes sugeriram o diagnóstico de distrofia muscular
de Duchenne. Sobre a doença é conhecido que é causada
por uma alteração no gene da distrofina, localizado no
braço curto do cromossomo X. A distrofina é uma proteína
que confere estabilidade à membrana muscular e sua
ausência implica em rompimentos do sarcolema, fazendo
com que o cálcio entre na célula, levando a uma necrose e
perda da integridade das proteínas da fibra muscular. As
fibras musculares vão sendo substituídas até que todas
sejam trocadas por tecido adiposo e conjuntivo. A partir
dessa situação, responda: Quais as proteínas contráteis
e estruturais da fibra muscular que provavelmente
foram lesadas?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. Microscopia confocal.
b. Microscopia óptica.
c. Ressonância magnética funcional.
d. eletroneuromiografia.
e. Microscopia eletrônica.
93
2. A contração muscular pode ser entendida e explicada
atualmente pela teoria dos filamentos deslizantes, na
qual os filamentos contráteis deslizam uns sobre os
outros. Qual o pesquisador autor dessa teoria?
a. Penfield.
b. Paul Broca.
c. Paxinos.
d. Huxley.
e. Ramon Cajal.
Referências Bibliográficas
ABRAMOV, Dimitri; MOURÃO JÚNIOR, Carlos Alberto. Fisiologia essencial. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2002.
CORREIA, Ana Carolina de Carvalho; SILVA; Polyana Cristina Barros e SILVA, Bagnólia
Araújo. Hipertermia Maligna: Aspectos Moleculares e Clínicos. Revista Brasileira de
Anestesiologia, v. 62, n. 6, nov./dez. 2012.
COSTANZO, Linda. Costanzo-Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2014.
94
DAVIS, Jonathan P.; TIKUNOVA, Svetlana B.; JANSSEN, Paul ML. Mechanisms
of Muscle Contraction and Relaxation. In: Muscle and Exercise Physiology.
Cambridge: Academic Press, 2019. p. 39-50.
DOUGLAS, Carlos Roberto. Tratado de fisiologia aplicada à fisioterapia. Porto
Alegre:Tecmedd, 2004.
EISENBERG, Evan; HILL, Terrell L. A cross-bridge model of muscle
contraction. Progress in biophysics and molecular biology, v. 33, p. 55-82, 1979.
FERREIRA, Alice Teixeira. Fisiologia da contração muscular. Revista Neurociências,
v. 13, n. 3, p. 60-62, 2005.
FRONTERA, Walter e OCHALA, Julien. Skeletal Muscle: A Brief Review of
Structure and Function. Calcified tissue international. 96. 10.1007/s00223-014-
9915-y.2014.
FOX, Stuart Ira. Fisiologia humana. 13 ed. México: McGraw Hill, 2014.
GEEVES, Michael A.; HOLMES, Kenneth C. Structural mechanism of muscle
contraction. Annual review of biochemistry, v. 68, n. 1, p. 687-728, 1999.
GOODY, Roger S. The missing link in the muscle cross-bridge cycle. Nature
Structural & Molecular Biology, v. 10, n. 10, p. 773, 2003.
HARADA, Yoshie et al. Sliding movement of single actin filaments on one-headed
myosin filaments. Nature, v. 326, n. 6115, p. 805, 1987.
HERZOG, Walter; POWERS, Krysta; JOHNSTON; Kaleena e DUVALL, Mike. A new
paradigm for muscle contraction. Frontiers in Physiology, v.06, p.174,2015.
HUXLEY, Hugh E. Fifty years of muscle and the sliding filament
hypothesis. European journal of biochemistry, v. 271, n. 8, p. 1403-1415, 2004.
JONES, David A.; ROUND, Joan M. Skeletal muscle in health and disease: a
textbook of muscle physiology. Manchester: Manchester University Press, 1990.
KANDEL, Eric et al. Princípios de Neurociências-5. Porto Alegre: AMGH
Editora, 2014.
LANDOWNE, David. Fisiología celular. Porto Alegre: AMGH Editora, 2009.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência.
In: Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de
Janeiro: Atheneu, 2004.
LEVY, José Antonio; DIAMENT, Aron J.; SARAIVA, Sylvio. Mecanismo da contração
muscular. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 18, n. 3, p. 259-264, 1960.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.
MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício.
Wolters Kluwer Health, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
95
MUNGAL, Shreechakradhar U. et al. New hypothesis for mechanism of sliding
filament theory of skeletal muscle contraction. National Journal of Physiology,
Pharmacy and Pharmacology, v. 5, n. 1, p. 72, 2015.
NARICI, Marco; BOTTINELLI, Roberto; ZANGE, Jochen; QUISTORFF, Bjørn;
RUTHERFORD, O; GOUBEL, F e TESCH, Per. Muscle Physiology. 164-172, 2005.
NAYAK N.K., KHEDKAR G.D., KHEDKAR C.C. and KHEDKAR C.D. Skeletal Muscle. In:
CABALLERO, B., FINGLAS, P., and TOLDRÁ, F. (eds.) The Encyclopedia of Food and
Health. v. 4. Oxford: Academic Press, 2016, p. 795-801.
PITHON-CURI, Tania Cristina. Fisiologia do exercício. Guanabara Koogan,2017.
PIAZZESI, Gabriella; LOMBARDI, Vincenzo. A cross-bridge model that is able to
explain mechanical and energetic properties of shortening muscle. Biophysical
journal, v. 68, n. 5, p. 1966-1979, 1995.
REED, Umbertina C. Neuromuscular disorders. Jornal de pediatria, v. 78, p.
S89-S103, 2002.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Rio
Grande do Sul: Artmed editora, 2010.
SLATER, Clarke. The structure of human neuromuscular junctions: some
unanswered molecular questions. International journal of molecular sciences, v.
18, n. 10, p. 2183, 2017.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano–Fundamentos de
Anatomia e Fisiologia. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2016.
WARD, T., J. P., LINDEN, A., R. W. Fisiologia Básica: Guia Ilustrado de
Conceitos Fundamentais. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.
minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520449479/. Acesso em 05 ago. 2019.
WIDMAIER, Eric P. et al. Fisiologia humana: os mecanismos das funções corporais.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: E
Resolução: A estrutura microscópica detalhada da fibra muscular
só pode ser revelada através de experimentos de microscopia
eletrônica com a utilização de coloração histoquímica e através da
difração por raio X. Sendo assim, os pesquisadores conseguiram
analisar as unidades funcionais do músculo, que são as miofibrilas
96
constituídas pelos miofilamentos Assim, a actina representa os
filamentos finos e a miosina os filamentos grossos.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: O autor da Teoria dos filamentos deslizantes é
Andrew Huxley.
Questão 3–Resposta: E
Resolução: O mecanismo acoplamento excitação-contração é
o processo pelo qual o sinal elétrico se converte em uma ação
mecânica, que é a contração.
97
Reflexo de estiramento e reflexo
miotático inverso
Aline Coelho
Objetivos
99
tensão e posição do músculo, esses dados precisos devem ser captados
por receptores específicos localizados nos músculos.
100
PARA SABER MAIS
Charles Sherrington foi um importante neurofisiologista
e patologista britânico, ganhador do prêmio Nobel de
Medicina de 1932 por suas brilhantes descobertas na área
da neurobiologia. Em meio a seus trabalhos, dedicou-
se ao estudo da importância das aferências ambientais
para a motricidade e propôs que a atividade gerada pelos
receptores sensoriais gera movimentos estereotipados,
chamados reflexos.
ASSIMILE
O arco reflexo é uma resposta imediata a um estímulo
sensorial e possui cinco componentes básicos: os
receptores sensoriais, os nervos sensoriais, a sinapse,
nervos motores e órgão alvo que produz a resposta motora.
101
acompanhados através de uma percepção consciente, além disso, nossa
atenção é direcionada a essa finalidade. Entretanto, quando a expressão
movimentação involuntária é utilizada, comumente se refere a um
movimento automático, insconsciente e reflexo.
102
O reflexo polissináptico envolve múltiplas sinapses entre as fibras
sensoriais, interneurônios e os motoneurônios. Nesse caso, os axônios
aferentes oriundos dos fusos musculares que serão explicados
adiante podem se conectar com neurônios motores conectados
com a musculatura agonista e também podem fazer sinapse com
interneurônios inibitórios interligados à musculatura antagonista. Assim,
através desse tipo de reflexo mais complexo que o monossináptico,
é possível uma ativação da musculatura agonista e inibição da
musculatura antagonista ao mesmo tempo.
103
sensoriais têm a função de detectar os estímulos ambientais e
transformá-los em potenciais de ação. Lembre-se que os neurônios
se comunicam através de sinais elétricos, portanto é essencial que
o receptor sensorial faça a transdução. Existem muitos tipos de
receptores sensoriais, como: cutâneos, que captam informações
sobre o tato, pressão, temperatura e dor; os proprioceptores,
responsáveis pelo sentido postural localizados nos músculos, tendões
e nas articulações; e receptores dos sentidos especiais, que captam
informações sobre a visão, audição, olfação, equilíbrio e gustação.
Neste capítulo daremos ênfase aos receptores sensorais presentes
nos músculos responsáveis pela captação de informações do
aparelho locomotor.
104
ASSIMILE
Os estímulos sensoriais podem ter natureza física e
química, a transdução ocorre quando esses estímulos
são transformados em potencial elétrico pelos receptores
sensoriais. No receptor é gerado um potencial receptor que
constitui uma resposta elétrica proporcional à intensidade
do estímulo captado.
Fonte: nomaals/iStock.com
105
sistema nervoso em diversas funções. Na medula podemos encontrar
alguns tipos de neurônios, dentre os quais os motoneurônios que
correspondem aos neurônios de saída da informação eferente da
medula espinal, estes são organizados em núcleos motores.
Feche os seus olhos e toque a sua face. Para a realização dessa atividade
que parece ser bastante simples, muitos fatores estão envolvidos
e dentre eles a sua capacidade de identificar a posição de seus
membros no espaço sem visualizá-los, essa capacidade é denominada
propriocepção.
106
nervoso tenha a informação de tudo que está acontecendo com
cada segmento de seus membros a cada momento existem receptores
localizados nas articulações, nos músculos e nos tendões.
Enquanto você estiver levando a sua mão em direção à face, seu sistema
nervoso estará recebendo informações que serão integradas no sistema
nervoso central de forma que cada erro ou situação inesperada que
comprometa a harmonia do movimento seja corrigido no momento da
execução do ato motor planejado.
107
Existem fibras musculares modificadas dentro do FNM, conhecidas como
fibras intrafusais. As outras fibras musculares esqueléticas que formam a
massa do músculo são as fibras extrafusais.
108
As respostas motoras geradas pelos impulsos provenientes do fuso
neuromuscular chegam à musculatura através do motoneurônio alfa
quando relacionados às fibras extrafusais e motoneurônios gama
quando relacionados à extremidade das fibras extrafusais. Esse processo
é denominado coativação alfa-gama e evita que as fibras intrafusais se
tornem inativas mediante o encurtamento muscular.
109
3. Órgão tendinoso de golgi
4. Reflexo de estiramento
110
das vias faz uma sinapse excitatória direta com motoneuronios que
retoram ao músculo, esse é o chamado reflexo de estiramento.
Para que você entenda melhor o processo, vamos imaginar que você
foi ao médico e este realizou o teste do reflexo patelar. Este reflexo é
um dos mais conhecidos e é testado para avaliar as funções motoras.
A resposta esperada ao estiramento do tendão será a extensão da
perna. Mas por que isso ocorre?
111
3. São conduzidos potenciais de ação para a raiz dorsal da
medula espinal;
4. Os neurônios sensoriais fazem sinapse com os
neurônios motores;
5. Os impulsos dos neurônios motores alfa são conduzidos às
fibras extrafusais;
6. Os motoneurônios alfa liberam acetilcolina e estimulam a
contração das fibras extrafusais;
7. A contração diminui o estiramento do fuso e a atividade das
fibras aferentes intrafusais.
112
5. Reflexo miotático inverso
113
O reflexo miotático tônico é importante para o tônus muscular, pois
enquanto parte da musculatura está em extensão, outro grupo muscular
sofre flexão a fim de se manter a posição.
TEORIA EM PRÁTICA
Um paciente do sexo masculino, 29 anos de idade,
apresentou febre e dor nas articulações. Após 6 dias
apresentou parestesia de membros inferiores, que evoluiu
com fraqueza até que impediu a deambulação. Após
exames foi apresentado o diagnóstico de Síndrome Guillain-
Barré – Variante paraparética. Na avaliação neurológica foi
observado ausência do reflexo patelar. Por que o médico
analisou o reflexo patelar e porque nessa síndrome esse
reflexo está abolido?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
114
a. Penfield.
b. Wernick.
c. Paxinos.
d. Broca.
e. Sherrington.
a. Receptor pré-sináptico.
b. Receptor.
c. Sinapse.
d. Nervo motor.
e. lnervo sensitivo.
a. Medula espinal.
b. Pele.
c. Neurônio sensorial.
d. Neurônio motor.
e. Órgão efetor.
115
Referências Bibliográficas
ABRAMOV, Dimitri; MOURÃO JÚNIOR, Carlos Alberto. Fisiologia essencial. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2002.
COSTANZO, Linda. Costanzo-Fisiologia. Rio de Jnaeiro: Elsevier Brasil, 2014.
DAVIS, Jonathan P.; TIKUNOVA, Svetlana B.; JANSSEN, Paul ML. Mechanisms
of Muscle Contraction and Relaxation. In: Muscle and Exercise Physiology.
Cambridge: Academic Press, 2019. p. 39-50.
DOUGLAS, Carlos Roberto. Tratado de fisiologia aplicada à fisioterapia. São
Paulo: Tecmedd, 2004.
FOX, Stuart Ira. Fisiologia humana.13 ed. México: McGraw Hill, 2014.
JANKOWSKA, Elzbieta. Spinal Reflexes.10.1007/978-1-4614-1997-6_50, 2013.
JONES, David A.; ROUND, Joan M. Skeletal muscle in health and disease: a
textbook of muscle physiology. Manchester: Manchester University Press, 1990.
KANDEL, Eric et al. Princípios de Neurociências-5. Porto Alegre: AMGH
Editora, 2014.
LANDOWNE, David. Fisiología celular. Porto Alegre: AMGH Editora, 2009.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência.
In: Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de
Janeiro: Atheneu, 2004.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.
MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício.
Wolters Kluwer Health, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
MYKLEBUST, Barbara M. A review of myotatic reflexes and the
development of motor control and gait in infants and children: a special
communication. Physical Therapy, v. 70, n. 3, p. 188-203, 1990.
NARICI, Marco; BOTTINELLI, Roberto; ZANGE, Jochen; QUISTORFF, Bjørn;
RUTHERFORD, O; GOUBEL, F e TESCH, Per. Muscle Physiology. 164-172, 2005.
NAYAK N.K., KHEDKAR G.D., KHEDKAR C.C. and KHEDKAR C. D. Skeletal Muscle. In:
CABALLERO, B., FINGLAS, P., and TOLDRÁ, F. (eds.) The Encyclopedia of Food and
Health.v. 4. Oxford: Academic Press, 2016, p. 795-801.
PITHON-CURI, Tania Cristina. Fisiologia do exercício. Guanabara Koogan, 2017.
POPPELE, R. E.; TERZUOLO, C. A. Myotatic reflex: its input-output relation. Science, v.
159, n. 3816, p. 743-745, 1968.
116
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Rio
Grande do Sul: Artmed Editora, 2010.
TANEDA, Marco; POMPEU, José Eduardo. Fisiologia e importância do órgão
tendinoso de Golgi no controle motor normal. Revista Neurociências. 2006.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano - Fundamentos de
Anatomia e Fisiologia. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2016.
WARD, T., J. P., LINDEN, A., R. W. Fisiologia Básica: Guia Ilustrado de
Conceitos Fundamentais. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.
minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520449479/. Acesso em: 05 ago. 2019.
WIDMAIER, Eric P. et al. Fisiologia humana: os mecanismos das funções
corporais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: E
Resolução: As observações a respeito dos reflexos espinhais
acompanharam o desenvolvimento das ciências médicas. Estudos
sistemáticos de reflexos espinhais começaram há mais de 100 anos,
com o trabalho de Sherrington.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: O arco reflexo é uma resposta imediata a um estimulo
sensorial e possui cinco componentes básicos: os receptores
sensoriais, os nervos sensoriais, a sinapse, nervos motores e órgão
alvo que produz a resposta motora. O componente diretamente
relacionado com a transmissão eferente é o nervo motor.
Questão 3 - Resposta: C
Resolução: O neurônio sensorial é o componente do arco reflexo
responsável pela transmissão da informação aferente gerada pela
ativação do receptor sensorial para o Sistema Nervoso Central,
chegando à medula espinal pelas raízes posteriores ou dorsais.
117
Somação e tetania
Aline Coelho
Objetivos
Mas você lembra como esse cálcio foi liberado no sarcoplasma? O cálcio
foi liberado em resposta a uma excitação do sarcolema em decorrência
de uma sinapse neuromuscular com a liberação da acetilcolina como
neurotransmissor.
119
na permeabilidade da membrana que facilita o influxo de sódio com
consequente despolarização e posteriormente propicia a saída do
potássio com a abertura dos canais de potássio dependentes de
voltagem, repolarizando a célula Lembremos que o potencial de repouso
da membrana deve ser mantido pelo trabalho árduo das bombas de
sódio potássio, reestabelendo os gradientes de concentração para que
seja possível a célula disparar potenciais de ação novamente.
120
contação lenta ou tipo 1, fibras oxidativas- glicolíticas
de contração rápida do tipo 2 A e fibras glicolíticas de
contração rápida ou 2 X.
ASSIMILE
O comprimento do sarcômero está relacionado ao quanto
os filamentos finos e grossos estão sobrepostos. O músculo
é capaz de gerar uma força diretamente proporcional à
quantidade de pontes cruzadas entre a actina e a miosina.
2. A integração sináptica
121
Quando você estudou a respeito dos potenciais de ação, viu que
quando neurônios pré-sinápticos liberam neurotransmissores, esses
podem inibir ou estimular a célula pós-sináptica mediante sua ligação
aos receptores pós-sinápticos que também se comportam como
canais alterando a permeabilidade da membrana a íons específicos,
desta forma, se com a liberação do neurotransmissor e sua ligação ao
receptor há abertura de canais de sódio, há uma despolarização à célula
pós-sináptica, ao contrário, se a ligação do neurotransmissor com o
receptor pós-sináptio promover a abertura de canais de cloro, há uma
inibição da célula pós-sináptica, pois a entrada de íons cloreto tende a
afastar o potencial de membrana do potencial limiar para a geração dos
potenciais de ação.
122
A junção muscular foi “projetada” para ser infalível, pois gera um enorme
PEPS, garantindo a geração do potencial de ação com a consequente
contração muscular. Quando muitos dos neurônios precisam de muitas
despolarizações, muitos PEPS em sequência para gerar a despolarização
pós-sináptica.
123
é importante, pois determinará o grau de força muscular que a
musculatura irá desenvolver durante sua contração.
124
particularmente úteis para gerar movimentos controlados, harmônicos
e coordenados importantes para a homeostase do organismo, porém
são essenciais na observação dos mecanismos pelos quais as fibras
musculares são capazes de gerar força de contração.
125
precisam gerar tensão e sustentá-la por um período maior do que o de
um abalo muscular. Esse fato certamente lhe faz pensar que a maioria
das contrações de sua musculatura esquelética são decorrentes da
somação de estímulos que consigam sustentá-las.
126
4. Aumento da força de contração pela somação
127
não haverá tempo para a fibra muscular relaxar e a contração será mais
vigorosa.
128
ação na célula pós-sináptica que irá provocar um abalo muscular, ou
seja, uma breve contração seguida de relaxamento.
Outro meio pelo qual seu sistema nervoso central gradua a força
das suas contrações musculares é o recrutamento de mais unidades
motoras, a força extra oferecida através dessa estratégia é dependente
da quantidade de fibras musculares pertencente à unidade motora
recrutada adicionalmente. O tamanho das unidades motoras é bastante
variável, sendo que em músculos antigravitacionais, como os da coxa,
as unidades motoras são grandes, nesse caso, um único motoneurônio
pode ser capaz de inervar mais de mil fibras musculares.
129
nesse caso, através da geração de um potencial de ação, todas as fibras
musculares iriam se contrair ao mesmo tempo.
130
musculares do tipo II ainda recebem outras classificações relacionadas à
fadiga muscular, sendo que podem ser mais fadigáveis (II b, IIx ou II d) e
menos fadigáveis ( IIa).
5. Fadiga muscular
TEORIA EM PRÁTICA
Ao longo do capítulo vimos a importância do cálcio
intracelular na contração muscular, entretanto o cálcio
131
no meio extracelular também apresenta importância
na formação de ossos e dentes, produção de leite,
excitabilidade neuronal, dentre outras. A hipocalcemia
pode aumentar a excitabilidade neuronal por aumentar a
permeabilidade da membrana ao sódio. Em posse desse
conhecimento, imagine um paciente do sexo masculino,
34 anos de idade, com baixa concentração sérica de cálcio
(hipocalcemia), histórico de cirurgia da paratireoide para
retirada de um tumor, apresentou crises de tetania nas
mãos. A partir dessa situação responda: Qual a importância
das paratireoides na regulação da concentração do cálcio?
Por que a hipocalcemia pode levar a crises tetânicas?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. Potencial de ação.
b. Potencial de repouso da membrana.
c. Relaxamento muscular.
d. Tetania.
e. Inativação sináptica.
132
convertem em um neurônio pós-sináptico. Qual o nome
desse processo?
a. Integração nervosa.
b. Combinação aferente.
c. Combinação eferente.
d. Integração aferente.
e. Integração sináptica.
Referências Bibliográficas
ABRAMOV, Dimitri; MOURÃO JÚNIOR, Carlos Alberto. Fisiologia essencial. Rio de
Janeiro, Guanabara Koogan, 2011.
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2002.
CORREIA, Ana Carolina de Carvalho; SILVA; Polyana Cristina Barros e SILVA, Bagnólia
Araújo. Hipertermia Maligna: Aspectos Moleculares e Clínicos. Revista Brasileira de
Anestesiologia, v. 62, n. 6, nov./dez. 2012.
COSTANZO, Linda. Costanzo-Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2014.
DAVIS, Jonathan P.; TIKUNOVA, Svetlana B.; JANSSEN, Paul ML. Mechanisms
of Muscle Contraction and Relaxation. In: Muscle and Exercise Physiology.
Cambridge: Academic Press, 2019. p. 39-50.
133
DOUGLAS, Carlos Roberto. Tratado de fisiologia aplicada à fisioterapia. São
Paulo:Tecmedd, 2004.
EISENBERG, Evan; HILL, Terrell L. A cross-bridge model of muscle
contraction. Progress in biophysics and molecular biology, v. 33, p. 55-82, 1979.
FERREIRA, Alice Teixeira. Fisiologia da contração muscular. Revista Neurociências,
v. 13, n. 3, p. 60-62, 2005.
FRONTERA, Walter e OCHALA, Julien. Skeletal Muscle: A Brief Review of
Structure and Function. Calcified tissue international. 96. 10.1007/s00223-014-
9915-y.2014.
FOX, Stuart Ira. Fisiologia humana.13 ed. México: McGraw Hill, 2014.
GEEVES, Michael A.; HOLMES, Kenneth C. Structural mechanism of muscle
contraction. Annual review of biochemistry, v. 68, n. 1, p. 687-728, 1999.
GOODY, Roger S. The missing link in the muscle cross-bridge cycle. Nature
Structural & Molecular Biology, v. 10, n. 10, p. 773, 2003.
HARADA, Yoshie et al. Sliding movement of single actin filaments on one-headed
myosin filaments. Nature, v. 326, n. 6115, p. 805, 1987.
HERZOG, Walter; POWERS, Krysta; JOHNSTON; Kaleena e DUVALL, Mike. A new
paradigm for muscle contraction. Frontiers in Physiology, v.06, p.174,2015.
HUXLEY, Hugh E. Fifty years of muscle and the sliding filament
hypothesis. European journal of biochemistry, v. 271, n. 8, p. 1403-1415, 2004.
JONES, David A.; ROUND, Joan M. Skeletal muscle in health and disease: a
textbook of muscle physiology. Manchester: Manchester University Press, 1990.
KANDEL, Eric et al. Princípios de Neurociências-5. Porto Alegre: AMGH
Editora, 2014.
LANDOWNE, David. Fisiología celular. Porto Alegre: AMGH Editora, 2009.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência.
In: Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de
Janeiro: Atheneu, 2004.
LEVY, José Antonio; DIAMENT, Aron J.; SARAIVA, Sylvio. Mecanismo da contração
muscular. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 18, n. 3, p. 259-264, 1960.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2008.
MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício.
Wolters Kluwer Health, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
MUNGAL, Shreechakradhar U. et al. New hypothesis for mechanism of sliding
filament theory of skeletal muscle contraction. National Journal of Physiology,
Pharmacy and Pharmacology, v. 5, n. 1, p. 72, 2015.
134
NARICI, Marco; BOTTINELLI, Roberto; ZANGE, Jochen; QUISTORFF, Bjørn;
RUTHERFORD, O; GOUBEL, F e TESCH, Per. Muscle Physiology. 164-172, 2005.
NAYAK N.K., KHEDKAR G.D., KHEDKAR C.C. and KHEDKAR C. D. Skeletal Muscle. In:
CABALLERO, B., FINGLAS, P., and TOLDRÁ, F. (eds.) The Encyclopedia of Food and
Health, v. 4. Oxford: Academic Press,2016, p. 795-801.
PITHON-CURI, Tania Cristina. Fisiologia do exercício. Guanabara Koogan, 2017.
PIAZZESI, Gabriella; LOMBARDI, Vincenzo. A cross-bridge model that is able to
explain mechanical and energetic properties of shortening muscle. Biophysical
journal, v. 68, n. 5, p. 1966-1979, 1995.
REED, Umbertina C. Neuromuscular disorders. Jornal de pediatria, v. 78, p.
S89-S103, 2002.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Rio
Grande do Sul: Artmed Editora, 2010.
SLATER, Clarke. The structure of human neuromuscular junctions: some
unanswered molecular questions. International journal of molecular sciences, v. 18,
n. 10, p. 2183, 2017.
SOMLYO, A. V. et al. Calcium release and ionic changes in the sarcoplasmic
reticulum of tetanized muscle: an electron-probe study. The Journal of Cell
Biology, v. 90, n. 3, p. 577-594, 1981.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano - Fundamentos de
Anatomia e Fisiologia. Rio Grande do Sul: Artmed Editora, 2016.
WARD, T., J. P., LINDEN, A., R. W. Fisiologia Básica: Guia Ilustrado de
Conceitos Fundamentais. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.
minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520449479/. Acesso em: 05 ago. 2019.
WIDMAIER, Eric P. et al. Fisiologia humana: os mecanismos das funções
corporais. Rio de Janeiro: Guianabara Koogan, 2006.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Resolução: Os neurônios pós-sinápticos que recebem essa
ampla grama de aferências precisam integrar o complexo de
sinais químicos e iônicos e gerar uma única resposta que é o
potencial de ação.
Questão 2 – Resposta: E
135
Resolução: O nome do processo em que os milhares de sinais
sinápticos se combinam em um neurônio pós-sináptico é integração
sináptica.
Questão 3 - Resposta: E
Resolução: Um único potencial de ação gerado pelo motoneurônio
pode causar uma resposta chamada abalo muscular, os quais são
extremamente breves e a quantidade de força é bem pequena. São
breves contrações seguidas de relaxamento.
136
137