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66 (1) (2021 - 06 - 28 00 - 45 - 34 Utc)
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1. INTRODUÇÃO
A atividade industrial aumenta cada vez mais nos dias de hoje e junto com essas
atividades cresce também os riscos ambientais, em especial os acidentes ambientais, que
podem causar grandes contaminações de solo e água gerando problemas sociais e de saúde
pública (DAL FORNO, 2006).
Os grandes acidentes ambientais por petróleo e seus derivados geralmente se dão
por perdas e rompimentos de ductos, ou por acidentes ocorridos no seu transporte e tem um
efeito significativo sobre as propriedades físico químicas do ambiente contaminado
(BENTO, 2005).
Estima-se que, de 1970 a 2008, cerca de 5,65 milhões de toneladas de óleo foram
lançadas ao mar e que nos últimos 47 anos o número de acidentes e o volume de óleo
derramado têm diminuído progressivamente (ITOPF, 2009). Porém, as pequenas
contaminações, oriundas das lavagens dos motores e tanques de armazenamentos e dos
efluentes líquidos gerados nas refinarias e petroquímicas, são fontes de poluição pontuais e
freqüentes que têm tanta importância quanto os grandes acidentes (ALMEIDA, 2009).
No Brasil, o primeiro grande acidente conhecido ocorreu em 1974 quando o
petroleiro Takimyia Maru causou um vazamento de aproximadamente 6.000 toneladas no
Canal de São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Em 1975 o navio Tarik Ibn Zyiad
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1.1 Objetivo
1.2 Metodologia
2. DESENVOLVIMENTO
sua comercialização; o prejuízo turístico quando as praias são atingidas; o cheiro intenso
do óleo que provoca mal-estar na população; o prejuízo para as companhias petrolíferas.
Segundo Burns et al. (2000) são também conseqüências a nível ambiental e sócio-
econômico a possível contaminação de camadas mais profundas de areia e a possível
contaminação de áreas não afetadas com a remoção do poluente . Ou seja, configura-se um
quadro de externalidades ambientais imprevisíveis.
As opções mais freqüentemente utilizadas na limpeza dos ambientes costeiros são:
limpeza natural, remoção manual, uso de materiais absorventes, bombeamento a vácuo,
“skimmers” (equipamento desenvolvido para remover o óleo da superfície da água,
utilizando discos giratórios e cordas absorventes), jateamento com água a diferentes
pressões, jateamento com areia, corte de vegetação, queima in situ, trincheiras, remoção de
sedimentos, produtos dispersantes e biorremediação (CANTAGALLO et al., 2007).
Os tratamentos físicos separam os contaminantes do solo sem destruí-los ou
modificá-los quimicamente, mas apresentam muitas limitações, destacando-se o custo alto.
Os processos biológicos, por outro lado, são uma tecnologia promissora para remover esses
contaminantes principalmente devido à simplicidade e eficiência de custo quando
comparados a outras alternativas (ALEXANDER, 1994).
A técnica de biorremediação consiste na utilização de microrganismos com o
objetivo de degradar compostos tóxicos transformando-os em produtos neutros que não
irão agredir o meio ambiente (MESQUITA, 2004). Vêm sendo amplamente estudadas e
utilizadas para remediação de ambientes contaminados com substâncias orgânicas e têm
como pré-requisito básico o aumento da eficiência da remoção natural feita pelos
microrganismos (CHAGAS-SPINELLI, 2007).
O benefício desses processos é a mineralização do poluente, isto é, a conversão de
resíduos orgânicos em biomassa e sub-produtos inertes, inócuos do metabolismo
microbiano, como o CO2, CH4 e sais orgânicos (CORSEUIL, 1994).
As técnicas de biorremediação podem ser executadas tanto in situ como ex situ.
Nos processos ex situ, o meio é extraído e tratado em instalação de depuração específica.
Já nos processos in situ, analisados neste artigo, a biorremediação é feita no próprio local
de contaminação (SEABRA, 2001).
Como as técnicas de biorremediação in situ são feitas na própria área contaminada
ela gera menos custos com o transporte e armazenamento do material contaminado e
menos distúrbios ambientais (MARIANO, 2006). Além disso, esse transporte poderia
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colocar sob risco outras áreas, conseqüentemente pessoas e ambientes, e a própria coleta
do material contaminado poderia gerar outros tipos de problemas. Assim as técnicas de
biorremediação in situ são consideradas mais atrativas pelo baixo custo, menor impacto ao
ambiente e facilidade de sua aplicação em relação às técnicas de biorremediação ex situ, ou
seja, as técnicas in situ são mais sustentáveis do que as ex situ.
3. DISCUSSÃO
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3.1 Biorremediação Intrínseca ou Natural
Mesmo sem a utilização de uma técnica de limpeza o óleo será degradado, sendo que de
forma mais lenta (NOOA, 2002).
O único custo desse processo é com o monitoramento do local contaminado,
através de análises de água, solo (NOOA, 2002) e também pode ser analisada a
concentração de contaminantes em animais e os vegetais.
3.2 Bioestímulo
3.2.1 Nutrientes
Podem ser utilizadas várias fontes de nutrientes, tais como fertilizantes inorgânicos,
uréia, serragem, húmus, estrume, biosólidos (NAMKOONG et al., 2002) e vinhaça.
Devido à elevação da população de microrganismos, oriunda da adição de
nutrientes, os hidrocarbonetos são, supostamente, degradados mais rápidos na
bioestimulação do que na biorremediação natural (SARKAR et al., 2005).
3.2.1 Biossurfactantes
3.2.2 Bioventilação
3.3 Bioaumento/Bioadição
3.4 Fitorremediação
uma forma “natural” de tratamento, por oferecer baixos riscos às áreas contaminadas e por
ser uma alternativa que favorece a relação custo-benefício do tratamento (MARGESIN;
SCHINNER, 2001).
Contudo, os procedimentos de limpeza empregados têm sido definidos levando-se
em conta, principalmente, a demanda sócio-econômica e aspectos estéticos; aspectos
ecológicos muitas vezes são colocados em segundo plano, o que termina por gerar
impactos adicionais e muitas vezes mais sérios do que os do próprio derrame de petróleo
(IPIECA 2000; MICHEL et al. 1992). No Brasil, os métodos empregados freqüentemente
têm priorizado a recuperação estética de ambientes afetados, com a utilização de
procedimentos danosos à comunidade biológica (MILANELLI et al., 2001).
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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