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09/09/2021, São Francisco-MG.

À Secretaria Municipal de Educação de São Francisco,

Prezado Secretário Municipal de São Francisco,


Senhor Nei Ricardo

A habilitação exigida para os cargos de Docência em Arte/Artes de todo o país.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL Introdução Após


muitos debates e manifestações de educadores, a atual legislação educacional brasileira reconhece a
importância da arte na formação e desenvolvimento de crianças e jovens, incluindo-a como componente
curricular obrigatório da educação básica. No ensino fundamental a Arte passa a vigorar como área de
conhecimento e trabalho com as várias linguagens e visa à formação artística e estética dos alunos. A área de
Arte, assim constituída, refere-se às linguagens artísticas, como as Artes Visuais, a Música, o Teatro e a
Dança. ( http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf)

Percebemos nitidamente que graduação/curso superior de Licenciaturas - em


Educação Artística ou outra graduação correspondente à área específica de conhecimento na área de
atuação, ou seja, a área específica da área de atuação de um professor de Arte diz respeito às
Licenciaturas de Dança, Teatro, Música e Artes Visuais.
Para assumir um cargo de Profissional de Educação Básica a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos PARA O CARGO DE DESTINO deve ser compatível com as vagas
destinadas, no qual o cargo refere-se a Professor de Artes, não de História, não de Português, não
de Inglês. Seguindo as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular-BNCC percebemos que é
nítido e bem definido as áreas de cada Componente Curricular, conferimos:   

4.1.2. ARTE No Ensino Fundamental, o componente curricular Arte está centrado nas seguintes
linguagens: as Artes visuais, a Dança, a Música e o Teatro
Na BNCC de Arte, cada uma das quatro linguagens do componente curricular – Artes visuais,
Dança, Música e Teatro – constitui uma unidade temática que reúne objetos de conhecimento e
habilidades articulados às seis dimensões apresentadas anteriormente (p. 197)
(Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf)

É entendido “habilitação específica” a que condiz com a área a ser trabalhada, não
uma formação na área de educação em geral. A habilitação exigida, para trabalhar com os ANOS
INCIAIS no município de São Francisco, não atende as orientações Nacionais e Estaduais de
Educação, comprometendo a qualidade de ensino do Componente Curricular Arte e desvaloriza
os Profissionais Habilitados e legalmente competentes para assumir os cargos em questão.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO


PLENO RESOLUÇÃO Nº 2, DE 1º DE JULHO DE 2015 (*) (**) (***)
Art. 14. Os cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados, de caráter
emergencial e provisório, ofertados a portadores de diplomas de curso superior formados em
cursos relacionados à habilitação pretendida com sólida base de conhecimentos na área
estudada, devem ter carga horária mínima variável de 1.000 (mil) a 1.400 (mil e quatrocentas)
horas de efetivo trabalho acadêmico, dependendo da equivalência entre o curso de origem e a
formação pedagógica pretendida.
§ 1º Nos termos do § 1º do artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
as instituições formadoras em articulação com os sistemas de ensino, em regime de colaboração,
deverão promover, de maneira articulada, a formação inicial e continuada dos profissionais do
magistério para viabilizar o atendimento às suas especificidades nas diferentes etapas e
modalidades de educação básica, observando as normas específicas definidas pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE).

Enfatizo que em São Francisco, há profissionais habilitados para atender a demanda do município,
para tanto não justifica a contratação precária de profissionais não habilitados para lecionarem Artes,
como é o caso da formação em Pedagogia, por exemplo.
Dos requisitos básicos para investidura nas funções de professor nos casos exigidos por Lei,
podemos verificar junto o seguinte documento:

Legislação Mineira
NORMA: LEI 15293 DE 05/08/2004 - TEXTO ATUALIZADO
Institui as carreiras dos Profissionais de Educação Básica do Estado.
DO INGRESSO
"I - para a carreira de Professor de Educação Básica:
a) habilitação específica obtida em curso de magistério de nível médio de escolaridade,

 
Em consonância com o Plano Municipal de Educação e com vistas a resguardar os interesses dos
estudantes, valorização dos profissionais e a qualidade de ensino, portanto, os comprovantes de
habilitação/escolaridade e formação especializada (diploma e histórico) devem seguir a exigência da área
específica a ser trabalhada e as Normas Gerais da Educação.

LEI Nº 2487/2015 Viçosa-MG


Aprova o Plano Decenal Municipal de Educação - PDME e dá outras providências.
Art. 2º São diretrizes do PDME:
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na
erradicação de todas as formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
VIII - estabelecimento de aplicação de recursos públicos em educação que assegure
atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da educação;

Acreditando na idoneidade do processo seletivo, IMPUGNO o Edital em questão e solicito a alteração e


adequação do edital correspondente a HABILITAÇÃO e ESCOLARIDADE MINIMA EXIGIDA para o
cargo PEB III Artes tal como sua respectiva especificidade em Arte/Artes, ou seja, para as Licenciaturas
em Educação Artística ou outra graduação correspondente à área específica de conhecimento na área de
atuação, ou seja, a HABILITAÇÃO E ESCOLARIDADE MÍNIMA ocorre nos cursos de Licenciatura
de Dança, Teatro, Música ou Artes Visuais.

A arte na escola já foi considerada matéria, disciplina, atividade, mas sempre mantida à margem das áreas
curriculares tidas como mais “nobres”. Esse lugar menos privilegiado corresponde ao desconhecimento, em
termos pedagógicos. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS/ARTE.
(Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf)

Infelizmente, trata-se de uma área ainda pouco valorizada dentro e fora das escolas em geral,
pois há pouco tempo inserida tal como obrigatória na legislação para assumir cargos do ensino
formal em Arte/Artes. Para avançarmos com a perspectiva de envolver a Arte na escola como
forma de conhecimento que é, não apenas entretenimento e decoração das mesmas é
indispensável que todo o setor da Educação se envolva, se informe e se adeque.

Além disso, a LEI Nº 13.415, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2017, que altera a Lei 9394/96 exige
a necessária e adequada formação dos respectivos professores em número suficiente para atuar
na educação básica.

Art. 1o O § 6o do art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
com a seguinte redação: 
Art. 26. § 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que
constituirão o componente curricular de que trata o § 2o deste artigo.
Art. 2o O prazo para que os sistemas de ensino implantem as mudanças decorrentes
desta Lei, incluída a necessária e adequada formação dos respectivos professores em
número suficiente para atuar na educação básica, é de cinco anos. 
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília, 2 de maio de 2016; 195o da Independência e 128o da República.


DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
João Luiz Silva Ferreira

De acordo com este documento, o prazo para adequação e inserção obrigatória de professores
habilitados para assumirem as aulas de Arte também nos Anos Iniciais se encerrou em maio
deste ano. Sei que é um trabalho que demanda tempo e esforço das envolvidas e envolvidos, mas
além da prática escolar direta realizada pelos docentes, nos debatemos com o descaso
administrativo e político acerca às questões. Para tanto, peço olhar atento também às questões
específicas da Categoria de Professores de Artes. Após a Lei 9394/96 tivemos alguns avanços,
mas ainda temos muito o que pensar e trabalhar para conquistar o que é de nosso direito.

A princípio, solicito às autoridades atuais da Educação do município para fazer cumprir a lei
acima, contudo melhorar o acesso ao trabalho para mais professores de Arte dentro da escola,
com o acesso desses profissionais, além de emprego para a categoria, o avanço de qualidade do
Ensino de Arte acontece como consequência. 

A revisão da documentação no que diz respeito aos diplomas dos profissionais e a prioridade
para assumir os cargos de Artes em nossa cidade se faz necessário para cumprir e seguir a área
de atuação e habilitação adequada para o ENSINO FORMAL de Arte/Artes nas escolas, tal
como é o caso das Instituições Municipais de Ensino do Município de São Francisco-MG.

Uma vez que sabemos, que a área Arte/Artes na escola ainda é pouco entendida e até mesmo
pouco reconhecida por profissionais da educação como área de conhecimento no âmbito escolar
por alguns profissionais da educação e talvez por isso, por vezes, passam despercebidas algumas
irregularidades. Apesar disso, o edital não deve desconsiderar as HABILITAÇÕES E
ESCOLARIDADES MÍNIMAS equivalentes ao cargo destinado. É desrespeitoso com a
categoria de Arte-Educadores licenciados, pois a Instituição Escolar do município corresponde
ao ensino formal e deve seguir orientações gerais.

Além disso, somos profissionais qualificados para tal cargo e reitero que existem professores
disponíveis habilitados em Artes, mas precisamos esclarecer e conduzir situações perante a
legislação tal como é cumprido com as outras disciplinas/conteúdos de maneira justa e
tratamento igualitário entre todas as áreas.

Confiante e sempre na luta a favor Educação Pública de Qualidade para todas e todos!

Desde já, agradecemos.

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