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- Enquadramento histórico
O fenómeno Justiça é originário da mitologia grega, todavia outras civilizações já
advogavam a justiça de acordo com a sua cultura e sociedade. O tema apresentará a ideia de
Aristóteles sobre justiça, o conceito de justiça social, os quatro argumentos de Cícero, as
visões de justiça em Pascal, David Hume e Hans Kelsen.
Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.). Filósofo, orador, escritor, advogado e político
romano. Para Cícero, a justiça se confunde com a lei mas deve-se estabelecer distinções, pois
a lei pode eventualmente ser justa e a justiça nunca pode ser lei.
O 1º Argumento. Cícero: “Se a justiça é fundada sobre uma convenção de interesses,
então ela não pode ser estável”. Quer dizer então que os interesses são maléficos e errados?
– Bem, simplesmente para Cícero quer dizer que a justiça não é uma só, ela pode mudar; quer
dizer também que os interesses dos homens podem ser conflitantes e, as forças que lutam
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Curso: Economia / Período: Laboral/Manhã
Aula nº 5 IVº ano Professor: Jonivánio Cassuada
sobre esses interesses podem se inverter. Quando se diz que a justiça é uma questão de
convenção, então deve se explicar o que uma CONVENÇÃO quer dizer – nesta linha de
pensamento Cíceriano, uma CONVENÇÃO quer dizer o interesse do mais forte (conforme já
defendera Trosimarco e Glauco, pensadores e filósofos gregos). Dito de outro modo, na hora
em que o forte ficar fraco e fraco ficar forte então a justiça se inverterá, logo, a justiça não
pode se fundar na convenção de um mero interesse.
O 4º Argumento. Cícero: “Se não existisse justiça fora das leis, fora das convenções,
fora dos acordos, fora dos pactos, então não poderíamos julgá-los (…), mas nós podemos
julgá-los”. Por exemplo, imagine uma mãe que explora a sua filha em lenocínio1para ter
alimentos em casa e as duas concordam. Repara que isso é ílicito e, portanto, nós podemos
julgar esse acordo da mãe e da filha, quer dizer que se a justiça fosse só uma questão de
acordo, pactos e convenções então não poderíamos julgar esse acordo ílicito. Logo, para
Cícero existe uma justiça para além das leis (Justiça NÃO-CONVENÇÃO).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Arron, R. - As etapas do pensamento sociológico. (págs: 297-298, a superestrutura e
infraestrutura)
Durkheim, E. - Divisão Social do trabalho. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002
HUME, D. Tratado da Natureza Humana; Livro 3: "Da Moral", reflexão sobre justiça.
KELSEN, Hans. (1998) O problema da justiça. São Paulo, Martins Fontes. p 321
LANDO LAU, R. Sistemas de Filosofia do Direito. Texto editora. 1ª edição, Luanda: 2010