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Manifestações patológicas causadas pela umidade decorrente à falha


ou ausência de impermeabilização
Tamara Jamille Ferreira da Costa Roma – eng.tamararoma@outlook.com
Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia
Instituto de Pós-Graduação e Graduação - IPOG
Santarém/PA, 16 de Agosto de 2019

Resumo
A vida útil de uma edificação está diretamente ligada à qualidade de planejamento e
execução de sua estrutura. Degradação e desgastes são comuns com o passar do tempo,
porém as patologias fazem com que essa vida útil diminua exponencialmente. Na construção
civil, podem ser encontrados vários tipos de patologias ocasionadas por diferentes origens,
tais elas sendo por falta de prevenção ou mesmo por uma má execução. Ter domínio das
técnicas de prevenção/correção e saber identificar cada uma delas, é essencial para um bom
profissional. No presente trabalho, foi realizado uma pesquisa bibliográfica, com o intuito de
mostrar a natureza das manifestações patológicas causadas pela umidade nas edificações,
ilustrando exemplos de algumas das patologias mais recorrentes e, por fim, algumas
sugestões de prevenção ou recuperação, mostrando a importância de uma boa
impermeabilização nas estruturas.

Palavras-chave: Manifestações patológicas. Umidade. Impermeabilização.

1. Introdução
Desde o início dos tempos, o homem vem obtendo conhecimento sobre as construções de
edifício, desejando sempre satisfazer suas necessidades e vontades. Contudo, em alguns casos,
as construções mostram problemas nos quesitos de segurança, durabilidade e conforto, sendo
indispensável a procura por soluções e melhorias dessas construções.
Naturalmente as edificações estão suscetíveis ao processo de degradação, que produzem uma
certa diminuição em seu desempenho e consequentemente um comprometimento de suas
funções estabelecidas na fase de projeto, o que ocasiona uma redução na vida útil da estrutura.
O termo “patologia das construções” vem sendo usado comumente em analogia com as
enfermidades da medicina. Ela, a patologia, se restringe ao estudo dos danos, criando um
estudo sistemático dos acidentes e suas causas. A expressão “patologia” veio a ser utilizada na
engenharia para estudar nas construções a suas origens, manifestações, mecanismos de
ocorrência das falhas e seus defeitos que mudam o equilíbrio pré-existente ou idealizado.
Para todos aqueles que trabalham na construção civil, desde um servente até o engenheiro e o
arquiteto, é indispensável que se tenha conhecimento sobre as patologias das edificações. De
acordo com VERÇOZA (1991), quando se tem consciência dos defeitos ou problemas que
uma construção pode vir a apresentar e as suas causas, a chance de um erro ser executado é
reduzido bastante. Segundo o mesmo autor, esse conhecimento é tão mais importante quanto
maior a responsabilidade profissional na construção/obra.
VERÇOZA (1991) também afirma que, as características modernas construtivas favorecem
consideravelmente o surgimento de patologia nas edificações. Hoje em dia sempre se está à
procura de construções que sejam executadas com o máximo de economia possível, tento
então a diminuição do excesso de segurança, em função do conhecimento mais aprofundado e
aperfeiçoado dos métodos construtivos e materiais. Tendo o conhecimento preciso de que até
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que ponto se pode confiar e utilizar um material, obtém-se a redução do seu consumo. Porém,
é preciso ter muito cuidado, pois o mínimo de erro pode ocasionar diversas patologias. KLEN
(1999) ainda afirma que a má qualidade de mão-de-obra favorece bastante para o surgimento
de patologias.
KLEN (1999) também menciona que a vida útil da uma construção irá depender e ser
relacionada, do mesmo modo que o ser humano, aos cuidados que forem tomados na fase de
projeto, execução e em sua manutenção. A obra está sujeita a atividades de variados agentes
agressivos, como o calor, umidade, sobrecargas, ação do vento, que como o passar do tempo,
irão produzir sua fadiga e aparecimento de problemas em seus elementos construtivos.
Quando se trata de manifestações patológicas, a impermeabilização aparece como uma
importante fase da execução, tento em conta que a sua ausência ou então a sua inadequada
utilização compromete a durabilidade da edificação, podendo gerar danos à saúde e problemas
financeiros.
A impermeabilização tem por definição ser uma técnica que visa proteger e isolar os materiais
contra a indesejável passagem de água. Além de permitir que se haja as mínimas condições de
habitação, prevenindo a incidência de anomalias que poderão aparecer a partir da infiltração
de água.
De acordo com a NBR 9575 (ABNT, 2010, p. 5), impermeabilização tem por definição ser o
“Conjunto de operações técnicas construtivas (serviços), compostos por uma ou mais
camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos,
vapores e umidade”. Righi (2009), fala que a impermeabilização é de extrema importância
para as construções, visto que a vida útil da edificação é acrescida.
A patologia é definida pela NBR 15575 (ABNT, 2013, p. 6) como sendo a “não conformidade
que se manifesta no produto e função de falhas no projeto, na fabricação, na instalação,
execução, montagem, no uso ou na manutenção bem como problemas que não decorram do
envelhecimento natural”. No futuro, as patologias podem ser reduzidas de acordo com um
bom planejamento e uma boa execução da estrutura, entretanto, toda estrutura sofre
deterioração com o passar do tempo. Martins (2006 apud RIGH, 2009) fala que uma
seguradora francesa realizou um estudo sobre dez mil situações de sinistros que indicaram as
principais causas patológicas que levaram de fata a estas vias, equivalendo 43% por falhas de
execução, 43% por falhas de projeto, 8% devido a má utilização e 6% por conta de materiais
usados indevidamente ou de baixa qualidade.
Em conformidade com tudo dito acima, a inexistência de um sistema de impermeabilização e
de sua importância de implantação, podem originar grandes problemas. Os custos de uma
impermeabilização representam cerca de 3% do valor da obra, sendo que a ausência da
mesma é capaz de, no futuro, comprometer a qualidade de habitação, causar graves patologias
e gerar altos custos de correção.

2. Conceitos
2.1. Patologia
A palavra “patologia” é originalmente grega, e tem como significado literal “estudo da
doença”, onde Pathos é equivalente à ‘doença’ e Logos à ‘estudo’. Porém, o termo é bastante
utilizado como sinônimo de doença. Quando voltada para a construção civil, refere-se às
doenças das estruturas como “patologias das edificações”, sendo assim definido como a
ciência que estuda as causas, origens, manifestações e as consequências das anomalias que
venham ser prejudiciais para as construções e deixam de apresentar um desempenho mínimo
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esperado.
DEGUSSA (2008) tem como conceito de patologia sendo uma parte da engenharia que estuda
os sintomas, mecanismos, causas e origens dos defeitos das construções civis, levando ao
estudo das possíveis soluções e correções desses problemas patológicos, até mesmo aqueles
devidos ao envelhecimento natural da estrutura.
Na visão de Piancastelli (1997), o concreto armado, sendo um material não inerte, está sujeito
a mudanças com passar do tempo, isso devido às interações entre seus elementos construtivos
(como o cimento, a areia, a brita, a água e o aço), juntamente com os agentes externos (sendo
eles os ácidos, bases, sais, gases... entre outros), como também, a interação juntamente com os
matérias que lhe são adicionados (os aditivos e adições minerais).

2.2 Patologias de Umidades


Segundo o dicionário da língua portuguesa ‘Dicio’, a palavra umidade é a “característica ou
estado do que está úmido – que está envolto pelo vapor de água ou sutilmente molhado.
Relento ou orvalho próprio da noite.”
Já quando nos referimos a umidade relacionada à patologias em edificações, KLEIN (1999)
conceitua o termo sendo como “qualidade ou estado úmido ou ligeiramente molhado”.
Alguns dos maiores problemas a serem corrigidos dentro da construção civil, segundo PEREZ
(1985), são os causados pela umidade. Essa dificuldade está diretamente ligada ao seu
altíssimo grau de complexibilidade dos fenominos envolvidos e à falta de pesquisas e estudos.
Mesmo depois de mais de 20 anos passados da obra do autor, essa complicação ainda é vista.
Nas edificações, quando surgens esses problemas relacionados à umidade, trazem sempre um
grande desconforto e rapidamente deterioram a construção, sendo na maioria dos casos, com
soluções bastantes onerosas.

2.3 Vida útil


Muito importante também de se caracterizar é o termo “vida útil”. Naturalmente, com o
passar do tempo e de sua vida útil, toda estrutura estará sejeira ao “desgaste” devido a vários
tipos de ações que sempre estão presentes, como: cargas/sobreargas, dinânima, impactos,
vibrações, recalques diferenciados em certos pontos da fundação da estrutura com o decorrer
dos anos e cavitação e erosão por ações de agentes sólidos e líquidos em canais, reservatórios
e tanques. Tudo isto citado, tem por definição “vida útil” como o tempo mínimo de resistência
e funcionalidade em que a estrutura se conserva. E assim como todo profssicional da
engenharia civil, HELENE (2011) afirma que, um dos maiores desejos de quem trabalha no
ramo das construções e edificações é prolongar ao máximo este tempo.
De acordo com a ISO 13823, tem-se vida útil por ser “o período efetivo de tempo durante o
qual uma estrutura ou qualquer de seus componentes satisfazerem os requisitos de
desempenho do prejeto, sem ações imprevistas de manuteção ou reparo”. Nota-se que a
deinição do ISO citado acima abrange um outro conceito, o de desempenho, elaborado pela
ISO 6241, que somente há pouco tempo (no ano de 2010), foi inserido na normalização
brasileira por meio da NBR 15575.
Por meio da NBR 6118, ítem 6.2, obten-se a caracterização de vida útil de projeto como o
“período de tempo durante o qual se mantêm as particuaridades das estruturas de concreto,
desde que estejam sendo atendidos os requisitos de uso e manutenção determinados pelo
projetisra e pelo construtor, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de
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danos acidentais”.
A vida útil de um material é considerado como findada quando as suas propriedades, perante
as circunstâncias de uso, se degradam a tal ponto que o prolomgamento da utilização desse
material é considerada perigosa ou inviável economicamnete (ANDRADE, 1997).
BRANDÃO (1999), afirma que como um todo, a vida útil da construção depende de modo
igual do comportamento dos elementos estruturais de concreto armado e dos restantes dos
componentes incorporados à estrutura, no entanto, sem função estrutural.
Por fim, apredemos com Isaia (2001), que vida útil será adquirida se a microestrutura estiver
absolvida de falhas, que na prática vai prejudicar a penetração de agentes agressivos quando
expostos em seus ambientes.

2.4 Durabilidade
De acordo com Helene (2001), durabilidade é definida como sendo o resultado da interação
entre a estrutura de concreto, o ambiente e as condições de uso, operação e de manutenção.
Sendo assim, não é uma propriedade inerente ou intrícia a estrutura, ao concreto ou a
armadura. Uma única estrutura é capaz de deter diferentes componentes, isto é, diferentes
funções de durabilidade no tempo, tal qual suas váriadas partes, dependendo até mesmo da
forma de utilizá-la.
Durabilidade, segundo a NBR 6118, “consiste na capacidade de a estrutura resistir às
influências do ambiente previstas e definidas no início dos trabalhos de elaboração do projeto,
em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o contratante”. No itel 6.1 da norma, consta que
“as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de maneira que sob as
condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilzadas conforme segerido em
projeto, conservem sua segurança, estabilidade e eficiência no serviço durante o período
correspondente à sua vida útil.
A durabilidade de uma estrutura de concreto, tipicamente, tem sido classificada por meio de
regras impíricas, por mediação de fatores como cobrimento mínimo, relação
água/aglomerante máxima, tipo de cimento, tipo de aditivo, militação de abertura de fissuras,
etc. Esses valores são preenchidos a partir de pesquisas de campo ou de laboratório e lições
provenientes da experiência prática. Os resultados da durabilidade que se tem atingido, em
geral, com este procedimento é de grau satisfatório, porém com variações significativas
(negativas ou positivas) devido à grande influência das reais condições do meio ambiente
envolvente e do concreto real adicionado nas peças estruturais (ISAIA, 2001).

3. Importância da impermeabilização
É reconhecido historicamente que na civilização de povos como os romanos e os incas já se
utilizavam alguns produrtos naturais (clara de ovo, sangue, óleos, etc.) para impermeabilizar
estruturas: saunas e aquedutos. Assim, a impermeabilização é a pratica de tornar algum
material, área ou objeto impermeável (estanqueidade), é uma técnica construtiva que utiliza
produtos específicos criando uma camada de proteção em determinada superfície ou estrutura
de concreto, ou seja, não permite a passagem de água, qualquer outro fluido, fungos e
bactérias em tal elemento.
A NBR 9575 (ABNT, 2010) fala que a impermeabilização tem por objetivo garantir a
estanqueidade da estrutua, conservando os elementos e componentes construtivos contra
agentes agressivos. A técnica da impermeabilização é escolhida com o intuito de selar, vedar
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ou colmatar materiais porosos e suas falhas, como é o caso de superficies de vedação ou


estruturas, assim como de paredes e pisos. Esses poros podem ter sido originados tanto por
questões/falhas de projeto e execução, quanto pela distribuição dos esforços estruturais
causdados na utilização, além da própria mecânica dos materiais interagido entre si.
É importante ter o entendimento que a impermeabilização proporciona uma maior
comodidade e conforto aos usuários da edificação, sendo ela utilizada de qualquer forma ou
função. É na fase de acabamento que a impermeabilização aparece, sendo de extrema
importancia a sua aplicação, porém, muitas vezes ela acaba sendo substimada durante o
processo de construção por conta dos altos custos de implementação.
Em ralação a durabilidade da estrutura, é crucial que se haja uma impermeabilização, devido
ao efeito degenerante qua a água causa nos materiais. Pontanto, a prática de não implantar, ou
de uma implantação inadequada do impermeabilizante , é capaz de ocasionar problemas
relacionados ao uso da edificação. O excesso de umidade chega a ser, coincidentemente, o
maior causador das manifestações patológicas.
Abaixo, na Figura 1, pode-se ver um exemplo de uma realização de impermeabilização de
uma laje.

Figura 1 - Laje sendo impermeabilizada


Fonte: IBDA - forumdaconstrucao.com.br

Algumas vantagens que a impermebialização apresenta são:


 Manutenção barata;
 Cuidado com a saúde;
 Melhoria de aparência do local, material ou elemento;
 Aumento do tempo de vida da alvenaria
 Proteção da fundação à laje.

Segundo o (Manual Prático de Impermeabilização, ZENO PIRONDI, 1979, p. 10) o custo


para se efetuar a impermeabilização propriamente dita, não considerando outro conforto ou
benefício pretendido, oscila entre 1% a 3 % do valor da obra. Logo, estruturas que fiquem
expostas a intemperes climáticos, ataques químicos ou biológicos se faz necessário à
impermeabilização para se evitar problemas patológicos. Podemos citar como exemplos
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fundações que ficam em contato direto com o solo recebendo umidade e ataque de
microrganismos; Lajes expostas a chuva, vento, sol e etc.

4. Origens e causas das patologias


As causas mais frequentes de patologias em obras de edificações, também podido ver no
gráfico da figura 2 mais abaixo, são dadas por:
 Falhas na criação do projeto;
 Materiais de má qualidade;
 Erros na execução;
 Utilização para finalidades diferentes dos que foram calculados em projeto;
 Falta de manutenção com o passar do tempo.

Figura 2 – Gráfico que relaciona em porcentagem as principais causas de patologias.


Fonte: Adaptado de Gonçalves (2015)

Eventualmente as patologias são provocadas por falhas no planejamento anterior à


construção. Elas podem sugir, também, pela realização de uma ou mais tarefas durante a obra,
ou sucessivamente, quando a a construção é terminada e entregue ao proprietário.
Há ainda as patologias provocadas por agente externos, como: variação de temperatura, ação
excessiva dos ventos, ação da umidade e instabilidade do solo. São passíveis de citação até
mesmo situações mais graves e catastróficas como abalos sísmicos. Esses tipos de agentes
podem causar patologias das mais simples às mais graves, e é de dever do responssável
tecnico pela obra antecipar e dimensionar a estrutura, de forma a evitar ao máximo o
aparecimento de patologias decorrentes de tais fenominos.
A metodologia de construção pode ser dividida em 03 (três) processos bem definidos:
iniciando pela elaboração do projeto (que envolve parte de planejamento, desenhos, cáculos,
decisões sobre o tipo de material que pode ser usado e a sua quatidade), execução
(cumprimento das tarefas de acordo com o cronograma da obra) e a utilização (que precisa ser
coeso com o que foi definido em projeto).
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Das etapas citadas acima, todas elas possuem sua importância para que no final, o produto
seja entregue com a devidade qualidade, incluindo juntamente nessas etapas a questão dos
materiais utilizados na obra. Alcançando a qualidade e conseguindo satisfazer o cliente.
Tendo como consequência uma menor incidência de patologias, posto que não é possível eitar
a incidência em sua completude, ou até mesmo um melhor controle sobre elas.
Resumindo, é possível encontrar os responsávels pelas falahs de cada etapa do processo
construtivo, apresentado na Tabela 1, a seguir:

Origem da falha Responsável pela Falha


Fase de Projeto Projtista
Qualidade do Material Fabricante/Fornecedor

Mão de Obra ou Fiscalização


Etapa de Execução
Omissa

Etapa de Utilização Operação e Manutenção


Tabela 1 – Demostração da falhas, suas origens e responsáeis.
Fonte: Adaptada de Gonçalves (2015)

5. Principais patologias causadas por umidade


No ramo da engenharia civil, um dos problemas mais corriqueiros e mais difíceis de ser
tratado nas edificações é a umidade, não sendo apenas por causa da complexidade dos
fenominos envolvidos, como também devido aos problemas relacionados à falhas constutivas,
principalmente de impermeabilização.
Verçoza (1991), descreve as formas de manifestações desse problema por umidade da
seguinte maneira:
 Umidade de construção: se origina no trabalho da construção, situa-se na parte
interna dos materiais porosos, como: concreto, argamassa, tijolos e pintura. O
desaparecimento desse tipo de umidade geralmente ocorro no período de seis meses;
 Umidade de chuva: ocorre quando esse tipo de umidade passa das áreas externas até
as internas, por meio de pequenas trincas, principalmente, por cntas da ação das
chuvas;
 Umidade de capilaridade: oriundo da absorção por capilaridade da água existente no
solo pelas fundações das paredes e pavimentos até as fachadas e pisos;
 Umidade de condensação: acontece por meio de uma grande umidade de ar
combinada com uma superfície fria, causando assim a condensação da água na
estrutura;
 Umidade Acidental: proveniente de falhas nos sistemas de tubulação de distribuição
e/ou coleta de águas da construção.

Tabela 2 – Origem da umidade nas construções


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Origens Presente na
Confecção do concreto
Umidade Proveniente da
Confecção das argamassas
execução da construção
Execução de pinturas
Cobertura (telhados)
Umidade oriunda das chuvas Paredes
Lajes de terraços
Umidade trazida por capilaridade
Terra, através do lençol freático
(umidade ascensional)
Paredes
Umidade resultante de Telhados
vazamento de redes de água e
esgotos Pisos
Terraços
Paredes, forros e pisos
Umidade de condensação Peças com pouca ventilação
Banheiros, cozinha e garagnes
Fonte: Adaptada de KLEIN, 1999

A existência de qualquer uma das umidades referidas anteriormente, por exemplo, pode
causar várias manifestações patológicas nas estruturas.

5.1 Fissuras ou tricas


Existem varios tipos de fatores que causam fissuras ou trincas, podendo ser classificadas
entre as causadas por movimentações higroscópicas, movimentações térmicas, as causadas
pela atuação de sobrecargas, por recalques das fundações, por retração de produtos à base de
cimento e as causadas por umidade, conforme mostra a Figura 3.

Figura 3 - Fissura e Trinca


Fonte: Dan Soluções (2017)

As fissuras ou trincas desencadeadas pela umidade são muito parecidas com as causadas pelas
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variações de temperatura. Elas são capazes de aparecer em qualquer lugar, porém


pricipalmente junto a base das paredes e também nas formas verticais. Essa patologia nem
sempre é causada por infiltração ou umidade, certo modo que o concreto armado pode se
deformar e causar fissuras. Contudo, quando são causadas pelas infiltrações, acabam se
tornando mais perigosas ainda, já que a água passa a se espalhar muito mais rápido pela
estutura, aumentando cada vez mais o dano.

 Formas de reparo dessa patologia


A abertura deve ser limpa com material que estanqueie o revestimento em volta da mesma,
utilizar tela metálica, para auxiliar a argamassa, efetuar a verificação de vazamentos em
tubulações hidráulicas próximas a região da fissura e aplicar argamassa flexível, restaurando a
área e prevenindo contratempos semelhantes.

5.2 Corrosão da armadura no concreto


A incidencia de umidade em estruturas armadas acaba desfazendo o concreto e corroendo o
aço que fica exposto. De acordo com FIGUEIRA E MEIRA (2013), a corrosão de armadras
acontece quando há a formação de uma pilha eletroquímica no interior do concreto armado,
desenvolvendo-se assim um cátodo e um ânodo em uma barra de aço, sendo oxidado na parte
anódica e reduzido na parte catódica. Diverso motivos são necesários para que possa haver a
corrosão de armaduras, sendo um desses a água, pois ela é fundamental para que ocorra a
reação catódica de redução do oxigênio, e também pelo fato de que influencia na resistência
do concreto e na permeabilidade ao oxigênio.

Figura 4 - Corrosão da armadura no concreto


Fonte: axfiber.com.br

Nas estruturas em que o aço já foi contaminado pela corrosão, acontece um aumento de
volume de até 08 (oito) vezes na area afetada da armadura, ocasionando tensões em que o
concreto não resiste. Surgem as fissuras, e as armaduras mais perto da sufercície do elemento
estrutural ficam mais expostas ainda a ação dos agentes externos, causando mais corrosão e
chegando a ocorrer o desplacamento do concreto.
HELENE (1992), afirma que as causas mais comuns da existência de corrosão no concreto
são: má execusão das peças estruturais, concreto com resistência inadequada, ambiente
agressivo, proteção insuficiente, manutenção inadequada ou ineistente e presença de cloretos.
Vale dexiar claro que a corrosão é um processo evolutivo, ou seja, quanto mais tempo passar,
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mais agravante a situação se torna. Portanto, as situações nas quais medidas de segurança são
tomadas tardiamente podem comprometer a segurança da estrutura.
 Formas de reparo dessa patologia
Retirar a crosta de ferrugem na armadura atravez de escovação, passar um produto
antioxidadante nas ferragens, (se necessário) efetuar o reforço com barra de ferro, refazer a
caixaria para receber uma nova camisa de concreto e efetuar o uso de impermeabilizante na
estrutura para evitar problemas similares.

5.3 Umidade na parede (Bolhas, manchas e tinta descascada)


Esses são os problemas mais evidentes causados por umidade, sua vizualização esta presente
em paredes e “tetos” em torno do globo e por tal é classificado como a patologia mais comum
causada por umidade.
Algumas áreas da casa são mais passíveis a apresentar umidade, como por exemplo cozinha e
banheiro (as chamadas de partes molhadas) porém, outros ambientes também podem ser
afetados com essa deficiência no período de chuvas ou ainda devido a presença de
encanamentos defeituosos, por exemplo.
Apesar de muitas situações poderem causar o aparecimento de umidade na perede, a raiz do
problema sempre será a falta de impermeabilização ou falha na realização do processo. É esse
sistema que não permite a penetração de água nos cômodos, assegurando a integridade das
estruturas das edificações. Além do indício ser tecnicamente óbvio, que é a umidade, uma
parede úmida pode gerar manchas, criar bolhas na tinta, levando até o descascamento da
mesma.

Figura 5 – Parede descascada devido a bolhas de umidade


Fonte: www.vivadecora.com.br

 Formas de reparo dessa patologia


Deve-se descascar a área afetada, passar massa corrida, lixar o local (se o reboca estiver
soltando, remova-o também), passar o impermeabilizante e pintar novamente o local que
occorer essa patologia. Caso a umidade não tenha se espalhado, não se faz necessário
impermeabilizar todo o hambiente. Porém, se o tamanho da macha ultrapassar mais de 40cm,
o melhor a fazer seria aplicar o processo em uma área de 1,50m.
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5.4 Mofo ou bolor


Locais com umidade e pouca incidencia de luz são ambientes proprícios pra essa patologia,
sua proliferação é rapida e de caracteristica bem particular. PITAN (2013) afirma que, a
acumulação de fungos nas camadas de revestimentos, sendo ele dos mais diversos tipos,
formam colônias que se alimentam de materiais orgânicos. Os espaços que contém umidade
por condensação e que contenham água corrente, são os ideais para a proliferação do bolor.

Figura 6 - Mofo
Fonte: www.2quartos.com

O surgimento de mofo ou bolor nas edificações pode ser apontado como um grave problema
de grandeza econômica e ocorrência comum em regiões tropicais. (ALUCCI & FLAUZINO
& MILANO, 1985)
A patologia citada origina mudanças na superfície, na maioria das vezes sendo necessário a
recuperação ou atém mesmo a obrigação de se refazer revestimentos, resultando em gastos
expressivos
Segundo os autores mencionados anteriormente, o aumento de mofo ou bolor está diretamente
ligado à existência de umidade. É comum o emboloramento em paredes umidecidas por meio
de infiltração de água ou vazamento de tubulações. Esse emboloramento nada mais é do que
uma mudança que pode ser vista macroscopicamente na superfície de diversos materiais,
sendo resultado do desenvolvimento de microorganismos relacionados ao grupo dos fungos.
Sendo assim a umidade como fator fundamental, pois da mesma forma que todos os
organismos vivos, estes apresentam seus crecismentos afetados devido às condições
ambientais.

 Formas de reparo dessa patologia


O reparo dessa patologia é similar ao reparo aplicado a problemas com bolha por
umidade, basicamente é lixar o local, limpar a área afetada com produtos específicos para
remoção dos fungos, aplicar o impermeabilizante e repintar.
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5.5 Descolamento de pisos e azulejos


Perez (1988) aponta a necessidade de se conhecer o micro clima do local que receberá a obra,
devido a condições climaticas, intensidades de chuva para se tomar as medidas preventivas.
De acordo com Fontenelle (2004) a umidade diminui a aderencia dos pisos e azulejos devido
a deformações criadas no substrato ou na argamassa colante.
Vale ressaltar que edificios que possuem fachadas em revestimento ceramico necessitam de
maior atenção, pois a falta de manutenção pode ocasionar em danos materiais e em acidentes
graves para os moradores e usuarios proximos do mesmo.

Figura 7 - Descolamento de azulejos


Fonte: techne.pini.com.br

 Formas de reparo dessa patologia


Retirar a(s) peça(s) afetada(s), remover a argamassa, lixar o local, impermeabilizar evitando
assim a reincidencia da patologia e recolocar a(s) peça(s) com uma nova argamassa colante.

5.6 Calhas e telhados


A umidade gerada por infiltrações em telhados e coberturas das construções é oriunda da
chuva e devido a problemas no sistemas de escoamento dessa água acaba se concretizando
em patologias. Como afirma VERÇOZA (1991) vazamentos em calhas, condutores, algerozes
e outros elementos que são utilizados com o desígnio de se coletar a água vinda de chuvas são
bastante comuns. Estes vazamentos se apresentam em forma de manchas nos forros ou
paredões que lhe ficam abaixo, assim como por goteiras.

Figura 8 - Calha transbordando


Fonte: blog.cristianocec.com.br
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 Formas de reparo dessa patologia


Esse tipo de patologia ocorre por falta de manutenção nessas estruturas, mal dimensionamento
desses elementos, entre outros, tornando assim necessario a avaliação “in loco” para se efetuar
o reparo mais adequado.

5.7 Eflorescência
Eflorencência é a construção de depósitos salinos na superfície do concreto, consequencia da
água de infiltrações ou interpéries. Esses sais constituintes conseguem ser muito agressivos e
provocar desagregação profunda, além de mudar o aspécto visual da estrutura, já que existe
um contraste de cores entre o substrato e os sais sobre os quais se conservam.
HELENE E PEREIRA (2007) explicam que a água ou a água ácida que contém um alto teor
de sulftos e cloretos, ao internar-se nos poros capilares do concreto, dilui o hidróxido de
cálcio da pasta de cimento que é capaz de, no futuro, reagir com o dióxido de carbono do ar,
produzindo o carbonato de cálcio (CaCo3). Ao ser conduzido pelo água, este sal se deposita na
superfície da camada de revestimento, criando uma mancha estalactites ou branca, causando
um aspécto indesejável à construção.

Figura 9 – Encontro de vigas com eflorescência


Fonte: Souza (2008)

Este fenômeno, mostrado na Figura 9, pode estar presente em qualquer elemento da


edificação. Ocasionando alterações agressivas para a estrutura ou, até mesmo, somente
mudanças estéticas. Em um primeiro momento, ela modifica a aparencia do elemento
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construtivo onde se encontra presente e no segundo, pelo fato dos sais constituintes, pode até
causar danos mais expressivos.
UEMOTO (1985) tem por eflorescencia que quimicamente ela é constituída por sais alcalinos
(sódio e potássio) e alcalino-terrosos (cálcio e magnésio), sendo solúveis ou parcialmente
solúveis em líquidos. Mediante a isso, o elemento estará saturado e o sais serão dissolvidos
pela água da chuva ou do solo. Posteriormente a solução muda para a superfície e a água sai,
por evaporação, transferindo um depósito salino na base do elemento.

A eflorescência é originada por três fatores, que possuem o mesmo grau de


importância. São eles: o teor de sais solúveis presentes nos materiais ou
componentes, a presença de água e a pressão hidrostática, que faz com que a
migração da solução ocorra, indo para a superfície. Todos os três fatores devem
existir e, caso algum deles não esteja presente, não haverá a formação desta
patologia. Alguns fatores externos também ajudam para que este tipo de
manifestação antológica ocorra, tais como: a quantidade de solução que irá aflorar; o
aumento do tempo de contato que atua na solubilização de maior teor de sais; a
elevação de temperatura, a qual aumenta a velocidade de evaporação e gera um
favorecimento na solubilização dos sais; e fechando, a porosidade dos elementos,
permitindo que esta migração da solução para a superfície ocorra (SOUZA, 2008).

 Formas de repado dessa parologia


UEMOTO (1985) informa que a eflorescência geralmente desaparece sozinha, ja que fica
situada na parte externa das construções e por essa patologia ter solubilidade em água ela
acaba sendo removida com a chuva. Em casos com maior agravo dessa eflorescência se faz a
escovação do local afetado, em seguida a impermeabilização e posteriormente a pintura outra
medida é o uso de substancias quimicas para sua remoção.

6. Conclusão
O presente estudo fez uma revisão bibliográfica em diversas literaturas, extraindo pontos
relacionados a manifestações patológicas oriundas da umidade, seja ela por ausência ou falha
na execução da impermeabilização, correlacionando às características das principais
patologias ocasionadas pela umidade e apontando soluções para o reparo desses problemas
corriqueiros nas construções.
Como aponta a Figura 2, é na fase de elaboração do projeto que se apresenta o maior índice de
problemas patológicos, com um total de 45% dos casos, tendo em seguida erros na execução
com 22% dos casos. Após essa constatação se faz necessário analisar elementos da estrutura
na fase de projeto que são sujeitos a maior exposição por umidade e elaborar o tipo de
tratamento impermeabilizante mais adequado para evitar surpresas indesejadas, gastos não
previstos entre outras situações desfavoráveis. E na fase de execução ter uma equipe
qualificada para efetivar o serviço de maneira adequada, seguindo as etapas necessárias para
uma impermeabilização com qualidade e eficiência, evitando assim patologias para a
edificação. Outra averiguação é que 11% dos problemas patológicos se dão por má utilização
dos usuários, ou seja, não fazer o devido uso da estrutura, não prestar a manutenção
necessária, e 15% por compra de material de baixa qualidade, sendo que esses dois últimos
fatores somados totalizam 26% de ocorrência de patologias, uma economia feita pelo usuário
final no início da construção que com a incidência da umidade acaba se tornando um custo
mais elevado depois da obra estar concluída.
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