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Resumo
A vida útil de uma edificação está diretamente ligada à qualidade de planejamento e
execução de sua estrutura. Degradação e desgastes são comuns com o passar do tempo,
porém as patologias fazem com que essa vida útil diminua exponencialmente. Na construção
civil, podem ser encontrados vários tipos de patologias ocasionadas por diferentes origens,
tais elas sendo por falta de prevenção ou mesmo por uma má execução. Ter domínio das
técnicas de prevenção/correção e saber identificar cada uma delas, é essencial para um bom
profissional. No presente trabalho, foi realizado uma pesquisa bibliográfica, com o intuito de
mostrar a natureza das manifestações patológicas causadas pela umidade nas edificações,
ilustrando exemplos de algumas das patologias mais recorrentes e, por fim, algumas
sugestões de prevenção ou recuperação, mostrando a importância de uma boa
impermeabilização nas estruturas.
1. Introdução
Desde o início dos tempos, o homem vem obtendo conhecimento sobre as construções de
edifício, desejando sempre satisfazer suas necessidades e vontades. Contudo, em alguns casos,
as construções mostram problemas nos quesitos de segurança, durabilidade e conforto, sendo
indispensável a procura por soluções e melhorias dessas construções.
Naturalmente as edificações estão suscetíveis ao processo de degradação, que produzem uma
certa diminuição em seu desempenho e consequentemente um comprometimento de suas
funções estabelecidas na fase de projeto, o que ocasiona uma redução na vida útil da estrutura.
O termo “patologia das construções” vem sendo usado comumente em analogia com as
enfermidades da medicina. Ela, a patologia, se restringe ao estudo dos danos, criando um
estudo sistemático dos acidentes e suas causas. A expressão “patologia” veio a ser utilizada na
engenharia para estudar nas construções a suas origens, manifestações, mecanismos de
ocorrência das falhas e seus defeitos que mudam o equilíbrio pré-existente ou idealizado.
Para todos aqueles que trabalham na construção civil, desde um servente até o engenheiro e o
arquiteto, é indispensável que se tenha conhecimento sobre as patologias das edificações. De
acordo com VERÇOZA (1991), quando se tem consciência dos defeitos ou problemas que
uma construção pode vir a apresentar e as suas causas, a chance de um erro ser executado é
reduzido bastante. Segundo o mesmo autor, esse conhecimento é tão mais importante quanto
maior a responsabilidade profissional na construção/obra.
VERÇOZA (1991) também afirma que, as características modernas construtivas favorecem
consideravelmente o surgimento de patologia nas edificações. Hoje em dia sempre se está à
procura de construções que sejam executadas com o máximo de economia possível, tento
então a diminuição do excesso de segurança, em função do conhecimento mais aprofundado e
aperfeiçoado dos métodos construtivos e materiais. Tendo o conhecimento preciso de que até
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que ponto se pode confiar e utilizar um material, obtém-se a redução do seu consumo. Porém,
é preciso ter muito cuidado, pois o mínimo de erro pode ocasionar diversas patologias. KLEN
(1999) ainda afirma que a má qualidade de mão-de-obra favorece bastante para o surgimento
de patologias.
KLEN (1999) também menciona que a vida útil da uma construção irá depender e ser
relacionada, do mesmo modo que o ser humano, aos cuidados que forem tomados na fase de
projeto, execução e em sua manutenção. A obra está sujeita a atividades de variados agentes
agressivos, como o calor, umidade, sobrecargas, ação do vento, que como o passar do tempo,
irão produzir sua fadiga e aparecimento de problemas em seus elementos construtivos.
Quando se trata de manifestações patológicas, a impermeabilização aparece como uma
importante fase da execução, tento em conta que a sua ausência ou então a sua inadequada
utilização compromete a durabilidade da edificação, podendo gerar danos à saúde e problemas
financeiros.
A impermeabilização tem por definição ser uma técnica que visa proteger e isolar os materiais
contra a indesejável passagem de água. Além de permitir que se haja as mínimas condições de
habitação, prevenindo a incidência de anomalias que poderão aparecer a partir da infiltração
de água.
De acordo com a NBR 9575 (ABNT, 2010, p. 5), impermeabilização tem por definição ser o
“Conjunto de operações técnicas construtivas (serviços), compostos por uma ou mais
camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos,
vapores e umidade”. Righi (2009), fala que a impermeabilização é de extrema importância
para as construções, visto que a vida útil da edificação é acrescida.
A patologia é definida pela NBR 15575 (ABNT, 2013, p. 6) como sendo a “não conformidade
que se manifesta no produto e função de falhas no projeto, na fabricação, na instalação,
execução, montagem, no uso ou na manutenção bem como problemas que não decorram do
envelhecimento natural”. No futuro, as patologias podem ser reduzidas de acordo com um
bom planejamento e uma boa execução da estrutura, entretanto, toda estrutura sofre
deterioração com o passar do tempo. Martins (2006 apud RIGH, 2009) fala que uma
seguradora francesa realizou um estudo sobre dez mil situações de sinistros que indicaram as
principais causas patológicas que levaram de fata a estas vias, equivalendo 43% por falhas de
execução, 43% por falhas de projeto, 8% devido a má utilização e 6% por conta de materiais
usados indevidamente ou de baixa qualidade.
Em conformidade com tudo dito acima, a inexistência de um sistema de impermeabilização e
de sua importância de implantação, podem originar grandes problemas. Os custos de uma
impermeabilização representam cerca de 3% do valor da obra, sendo que a ausência da
mesma é capaz de, no futuro, comprometer a qualidade de habitação, causar graves patologias
e gerar altos custos de correção.
2. Conceitos
2.1. Patologia
A palavra “patologia” é originalmente grega, e tem como significado literal “estudo da
doença”, onde Pathos é equivalente à ‘doença’ e Logos à ‘estudo’. Porém, o termo é bastante
utilizado como sinônimo de doença. Quando voltada para a construção civil, refere-se às
doenças das estruturas como “patologias das edificações”, sendo assim definido como a
ciência que estuda as causas, origens, manifestações e as consequências das anomalias que
venham ser prejudiciais para as construções e deixam de apresentar um desempenho mínimo
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esperado.
DEGUSSA (2008) tem como conceito de patologia sendo uma parte da engenharia que estuda
os sintomas, mecanismos, causas e origens dos defeitos das construções civis, levando ao
estudo das possíveis soluções e correções desses problemas patológicos, até mesmo aqueles
devidos ao envelhecimento natural da estrutura.
Na visão de Piancastelli (1997), o concreto armado, sendo um material não inerte, está sujeito
a mudanças com passar do tempo, isso devido às interações entre seus elementos construtivos
(como o cimento, a areia, a brita, a água e o aço), juntamente com os agentes externos (sendo
eles os ácidos, bases, sais, gases... entre outros), como também, a interação juntamente com os
matérias que lhe são adicionados (os aditivos e adições minerais).
danos acidentais”.
A vida útil de um material é considerado como findada quando as suas propriedades, perante
as circunstâncias de uso, se degradam a tal ponto que o prolomgamento da utilização desse
material é considerada perigosa ou inviável economicamnete (ANDRADE, 1997).
BRANDÃO (1999), afirma que como um todo, a vida útil da construção depende de modo
igual do comportamento dos elementos estruturais de concreto armado e dos restantes dos
componentes incorporados à estrutura, no entanto, sem função estrutural.
Por fim, apredemos com Isaia (2001), que vida útil será adquirida se a microestrutura estiver
absolvida de falhas, que na prática vai prejudicar a penetração de agentes agressivos quando
expostos em seus ambientes.
2.4 Durabilidade
De acordo com Helene (2001), durabilidade é definida como sendo o resultado da interação
entre a estrutura de concreto, o ambiente e as condições de uso, operação e de manutenção.
Sendo assim, não é uma propriedade inerente ou intrícia a estrutura, ao concreto ou a
armadura. Uma única estrutura é capaz de deter diferentes componentes, isto é, diferentes
funções de durabilidade no tempo, tal qual suas váriadas partes, dependendo até mesmo da
forma de utilizá-la.
Durabilidade, segundo a NBR 6118, “consiste na capacidade de a estrutura resistir às
influências do ambiente previstas e definidas no início dos trabalhos de elaboração do projeto,
em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o contratante”. No itel 6.1 da norma, consta que
“as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de maneira que sob as
condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilzadas conforme segerido em
projeto, conservem sua segurança, estabilidade e eficiência no serviço durante o período
correspondente à sua vida útil.
A durabilidade de uma estrutura de concreto, tipicamente, tem sido classificada por meio de
regras impíricas, por mediação de fatores como cobrimento mínimo, relação
água/aglomerante máxima, tipo de cimento, tipo de aditivo, militação de abertura de fissuras,
etc. Esses valores são preenchidos a partir de pesquisas de campo ou de laboratório e lições
provenientes da experiência prática. Os resultados da durabilidade que se tem atingido, em
geral, com este procedimento é de grau satisfatório, porém com variações significativas
(negativas ou positivas) devido à grande influência das reais condições do meio ambiente
envolvente e do concreto real adicionado nas peças estruturais (ISAIA, 2001).
3. Importância da impermeabilização
É reconhecido historicamente que na civilização de povos como os romanos e os incas já se
utilizavam alguns produrtos naturais (clara de ovo, sangue, óleos, etc.) para impermeabilizar
estruturas: saunas e aquedutos. Assim, a impermeabilização é a pratica de tornar algum
material, área ou objeto impermeável (estanqueidade), é uma técnica construtiva que utiliza
produtos específicos criando uma camada de proteção em determinada superfície ou estrutura
de concreto, ou seja, não permite a passagem de água, qualquer outro fluido, fungos e
bactérias em tal elemento.
A NBR 9575 (ABNT, 2010) fala que a impermeabilização tem por objetivo garantir a
estanqueidade da estrutua, conservando os elementos e componentes construtivos contra
agentes agressivos. A técnica da impermeabilização é escolhida com o intuito de selar, vedar
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fundações que ficam em contato direto com o solo recebendo umidade e ataque de
microrganismos; Lajes expostas a chuva, vento, sol e etc.
Das etapas citadas acima, todas elas possuem sua importância para que no final, o produto
seja entregue com a devidade qualidade, incluindo juntamente nessas etapas a questão dos
materiais utilizados na obra. Alcançando a qualidade e conseguindo satisfazer o cliente.
Tendo como consequência uma menor incidência de patologias, posto que não é possível eitar
a incidência em sua completude, ou até mesmo um melhor controle sobre elas.
Resumindo, é possível encontrar os responsávels pelas falahs de cada etapa do processo
construtivo, apresentado na Tabela 1, a seguir:
Origens Presente na
Confecção do concreto
Umidade Proveniente da
Confecção das argamassas
execução da construção
Execução de pinturas
Cobertura (telhados)
Umidade oriunda das chuvas Paredes
Lajes de terraços
Umidade trazida por capilaridade
Terra, através do lençol freático
(umidade ascensional)
Paredes
Umidade resultante de Telhados
vazamento de redes de água e
esgotos Pisos
Terraços
Paredes, forros e pisos
Umidade de condensação Peças com pouca ventilação
Banheiros, cozinha e garagnes
Fonte: Adaptada de KLEIN, 1999
A existência de qualquer uma das umidades referidas anteriormente, por exemplo, pode
causar várias manifestações patológicas nas estruturas.
As fissuras ou trincas desencadeadas pela umidade são muito parecidas com as causadas pelas
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Nas estruturas em que o aço já foi contaminado pela corrosão, acontece um aumento de
volume de até 08 (oito) vezes na area afetada da armadura, ocasionando tensões em que o
concreto não resiste. Surgem as fissuras, e as armaduras mais perto da sufercície do elemento
estrutural ficam mais expostas ainda a ação dos agentes externos, causando mais corrosão e
chegando a ocorrer o desplacamento do concreto.
HELENE (1992), afirma que as causas mais comuns da existência de corrosão no concreto
são: má execusão das peças estruturais, concreto com resistência inadequada, ambiente
agressivo, proteção insuficiente, manutenção inadequada ou ineistente e presença de cloretos.
Vale dexiar claro que a corrosão é um processo evolutivo, ou seja, quanto mais tempo passar,
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mais agravante a situação se torna. Portanto, as situações nas quais medidas de segurança são
tomadas tardiamente podem comprometer a segurança da estrutura.
Formas de reparo dessa patologia
Retirar a crosta de ferrugem na armadura atravez de escovação, passar um produto
antioxidadante nas ferragens, (se necessário) efetuar o reforço com barra de ferro, refazer a
caixaria para receber uma nova camisa de concreto e efetuar o uso de impermeabilizante na
estrutura para evitar problemas similares.
Figura 6 - Mofo
Fonte: www.2quartos.com
O surgimento de mofo ou bolor nas edificações pode ser apontado como um grave problema
de grandeza econômica e ocorrência comum em regiões tropicais. (ALUCCI & FLAUZINO
& MILANO, 1985)
A patologia citada origina mudanças na superfície, na maioria das vezes sendo necessário a
recuperação ou atém mesmo a obrigação de se refazer revestimentos, resultando em gastos
expressivos
Segundo os autores mencionados anteriormente, o aumento de mofo ou bolor está diretamente
ligado à existência de umidade. É comum o emboloramento em paredes umidecidas por meio
de infiltração de água ou vazamento de tubulações. Esse emboloramento nada mais é do que
uma mudança que pode ser vista macroscopicamente na superfície de diversos materiais,
sendo resultado do desenvolvimento de microorganismos relacionados ao grupo dos fungos.
Sendo assim a umidade como fator fundamental, pois da mesma forma que todos os
organismos vivos, estes apresentam seus crecismentos afetados devido às condições
ambientais.
5.7 Eflorescência
Eflorencência é a construção de depósitos salinos na superfície do concreto, consequencia da
água de infiltrações ou interpéries. Esses sais constituintes conseguem ser muito agressivos e
provocar desagregação profunda, além de mudar o aspécto visual da estrutura, já que existe
um contraste de cores entre o substrato e os sais sobre os quais se conservam.
HELENE E PEREIRA (2007) explicam que a água ou a água ácida que contém um alto teor
de sulftos e cloretos, ao internar-se nos poros capilares do concreto, dilui o hidróxido de
cálcio da pasta de cimento que é capaz de, no futuro, reagir com o dióxido de carbono do ar,
produzindo o carbonato de cálcio (CaCo3). Ao ser conduzido pelo água, este sal se deposita na
superfície da camada de revestimento, criando uma mancha estalactites ou branca, causando
um aspécto indesejável à construção.
construtivo onde se encontra presente e no segundo, pelo fato dos sais constituintes, pode até
causar danos mais expressivos.
UEMOTO (1985) tem por eflorescencia que quimicamente ela é constituída por sais alcalinos
(sódio e potássio) e alcalino-terrosos (cálcio e magnésio), sendo solúveis ou parcialmente
solúveis em líquidos. Mediante a isso, o elemento estará saturado e o sais serão dissolvidos
pela água da chuva ou do solo. Posteriormente a solução muda para a superfície e a água sai,
por evaporação, transferindo um depósito salino na base do elemento.
6. Conclusão
O presente estudo fez uma revisão bibliográfica em diversas literaturas, extraindo pontos
relacionados a manifestações patológicas oriundas da umidade, seja ela por ausência ou falha
na execução da impermeabilização, correlacionando às características das principais
patologias ocasionadas pela umidade e apontando soluções para o reparo desses problemas
corriqueiros nas construções.
Como aponta a Figura 2, é na fase de elaboração do projeto que se apresenta o maior índice de
problemas patológicos, com um total de 45% dos casos, tendo em seguida erros na execução
com 22% dos casos. Após essa constatação se faz necessário analisar elementos da estrutura
na fase de projeto que são sujeitos a maior exposição por umidade e elaborar o tipo de
tratamento impermeabilizante mais adequado para evitar surpresas indesejadas, gastos não
previstos entre outras situações desfavoráveis. E na fase de execução ter uma equipe
qualificada para efetivar o serviço de maneira adequada, seguindo as etapas necessárias para
uma impermeabilização com qualidade e eficiência, evitando assim patologias para a
edificação. Outra averiguação é que 11% dos problemas patológicos se dão por má utilização
dos usuários, ou seja, não fazer o devido uso da estrutura, não prestar a manutenção
necessária, e 15% por compra de material de baixa qualidade, sendo que esses dois últimos
fatores somados totalizam 26% de ocorrência de patologias, uma economia feita pelo usuário
final no início da construção que com a incidência da umidade acaba se tornando um custo
mais elevado depois da obra estar concluída.
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Referências
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto: Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
MACEDO, J. V.; BATISTA, P.; LOPES, P.; SOUZA, R.; MONTEIRO, E. Manifestações
patológicas causadas pela umidade devido à falha ou ausência de impermabilização:
Estudo de cao. Recife: CONPAR, 2017.
HELENE, P. R. L. Introdução da vida útil no projeto das estruturas de concreto. São José
dos Campos: WORKSHOP SOBRE DURABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES, 2001.
ISAIA, G. C. Durabilidade do concreto ou das estruturas de concreto. São José dos Campos:
WORKSHOP SOBRE DURABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES, 2001.