Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 3: Marés
Mecanismos das marés, maré directa e reflexa
No fundo, as marés funcionam como ondas de baixa profundidade, já que apresentam
comprimentos de onda de milhares de kms e alturas que atingem os 15m.
As marés terrestres são produzidas pela atracção gravitacional do Sol e da Lua. Como é sabido,
segundo a lei de Newton, essa atracção é directamente proporcional às massas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância. Porém, no processo gerador de marés, a
proporcionalidade refere-se ao cubo da distância (Thurman, 1997).
Devido a esse facto e uma vez que a Lua está estar muito mais próxima da terra que o Sol, a
força geradora das marés por parte do Sol é igual a 46% da força da Lua (fig. 34).
A Terra e a Lua formam um conjunto que gira em torno do Sol. Nesse movimento de translação
o conjunto Terra-Lua é representado pelo centro comum de gravidade, ou baricentro. Este situa-
se dentro do manto terrestre, a 4700 km de distância do centro da Terra (fig. 35).
É este baricentro que descreve uma órbita elíptica em relação ao Sol (fig. 36). Quer a Terra quer
a lua descrevem órbitas mais complexas e relativamente sinuosas.
Todos as partículas pertencentes à Terra descrevem círculos de raios iguais, à volta do baricentro
(fig. 37).
A força centrípeta requerida por todas as partículas da Terra para as manter em rotação é igual
em todos os pontos da Terra. Porém, a força da gravidade exercida pela Lua varia consoante a
posição de cada ponto terrestre em relação à Lua (fig. 38). Da subtracção dos vectores da força
centrípeta e da força gravitacional resulta um outro vector, em azul na fig. 38, que corresponde à
força das marés.
Deste modo, as forças de maré tendem a empurrar a água para 2 bojos em lados opostos da
Terra, sendo que um deles se posiciona directamente sob a Lua (maré alta directa, fig. 39) e o
outro fica directamente oposto (maré alta reflexa). Porém, de cada vez que a Lua passa pelo
meridiano do lugar, a preia-mar, só se faz sentir um pouco mais tarde devido ao atrito das massas
(água e fundo) e à necessidade de vencer a inércia. Pelo mesmo motivo, numa lua nova ou lua
cheia a maré de maior amplitude só ocorre algum tempo depois, período que pode ir até 36 horas
e tem o nome de idade da maré.
Além disso, o intervalo de tempo entre duas passagens da Lua pelo mesmo meridiano (dia lunar)
não coincide com o dia solar de 24 horas. Isto acontece porque, ao longo de um dia solar a Lua
gira 12° e 12’no seu movimento de translação, em sentido directo. Por isso, para o observador
voltar à posição inicial relativamente à Lua, é necessário que a Terra gire mais 12° e 12’, o que
corresponde aproximadamente a 50min (fig. 40).
Marés vivas e mortas
Embora a força das marés provocadas pelo Sol corresponda apenas a 46% da das marés lunares,
é evidente que a posição dos bojos solares, que teoricamente, circulam pela hidrosfera
independentemente dos bojos lunares, acaba por interferir com as marés lunares, acentuando-as
(marés vivas) ou contrariando-as e diminuindo a respectiva amplitude (marés mortas (fig. 42).
63
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
É dessa interferência que resulta a existência de marés desiguais ao longo de um mês lunar (fig.
43), sendo que as marés vivas acontecem a cada Lua nova e a cada Lua cheia e as marés mortas
acontecem nos quartos crescente e minguante.
Outras variações na amplitude das marés. Marés equinociais
Uma vez que as amplitudes da maré são maiores quando a Terra está mais próximo do Sol ou da
Lua, as variações na distância da Terra a cada um deles acabam por interferir na amplitude das
marés.
A figura 44 mostra como essas distâncias podem variar.
Mas existem ainda outros factores a ter em conta. O plano da órbita da Lua faz um ângulo de 5°
com o plano da eclíptica. Significa isto que a Lua pode atingir uma declinação máxima de 28,5°
para Norte ou Sul do Equador (23,5+5°). Como o plano da órbita da Lua sofre um movimento de
precessão com a duração de 18,6 anos, o resultado acaba por produzir variações complexas, em
que, por exemplo, a declinação máxima da Lua pode atingir apenas 18,5°, 9,3 anos depois do
início do ciclo (fig. 46). Este ciclo deve ser tido em conta para a avaliação das variações do nível
do mar.
À passagem pelo Sol no plano do Equador corresponde uma maior aproximação entre os bojos
de maré solares e lunares, o que reforça a amplitude das marés. Assim, as marés vivas
equinociais são marés particularmente fortes e este conceito tem consequências práticas, por
exemplo na definição de reserva ecológica nacional (REN), que segundo a legislação
corresponde:
“Faixa ao longo de toda a costa marítima cuja largura é limitada pela linha da máxima preia-mar
de águas vivas equinociais e a batimétrica dos 30m” (Dec-Lei 93/90, de 19 de Março).
Considerando o grande número de variáveis a ter em conta, é interessante considerar quais as
condições que produziriam a maior força de maré: a amplitude máxima da maré deverá
corresponder a uma situação da Terra em perihélio, com a Lua em perigeu e em sizígia e quando
o Sol e a Lua tiverem declinação zero. Esta situação ocorre apenas de 1600 em 1600 anos e a
próxima acontecerá no ano 3300.
Marés diurnas, semi-diurnas e mistas
Se a Terra fosse uma esfera coberta por um mar de profundidade uniforme, haveria 2 marés altas
de amplitudes diferentes em cada dia lunar, o que significa que teriam um período de 12:25
minutos (metade do dia lunar). A maré mais próxima da “ideal” pode, por isso, designar-se como
maré semidiurna.
A maré diurna tem apenas uma maré alta e uma maré baixa cada dia. O período é de 24h e
50min.
As marés mistas correspondem a situações com algumas características de marés semidiurnas e
outras de marés diurnas. Muitas vezes há duas marés altas e duas marés baixas em cada dia
lunar, mas as duas marés sucessivas têm alturas significativamente diferentes. Estas
desigualdades são maiores quando a Lua está sobre os trópicos (marés tropicais, fig. 47), do que
quando a lua está sobre o equador (marés equatoriais).
64
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Também pode haver alguns dias ao longo de mês em que as marés têm um período de 24h50min,
tipicamente diurno (fig. 49).
A existência destes dois últimos tipos de marés (diurnas e mistas) explica-se pelo facto de a
Terra ter uma superfície muito irregular, com continentes separando oceanos de formas
irregulares.
A existência de marés diurnas ou semidiurnas tem uma grande importância na definição do
tempo de estacionamento do nível do mar nas diferentes altitudes compreendidas entre os níveis
das marés mais baixas e mais altas.
Com efeito, no caso das marés semi-diurnas é ao nível das marés altas e baixas médias que o
tempo de estacionamento é maior (fig. 50). Nas marés de tipo diurno, o mar estaciona mais
tempo perto do nível médio.
A existência de certos fenómenos meteorológicos (ciclones tropicais, depressões subpolares
muito cavadas) pode provocar, como vimos no capítulo anterior, fenómenos do tipo storm surge.
De uma maneira geral, as variações da pressão atmosférica traduzem-se sempre por variações no
nível do mar. Essas variações constam das tabelas das marés e destinam-se a corrigir o nível
calculado para as marés por processos astronómicos. Assim, uma pressão 20Pm de mercúrio
inferior ou superior à pressão normal de 760mm traduzir-se-á num empolamento ou numa
depressão da superfície das águas de 27cm (tabelas das marés, APDL).
Estas alterações, amplificadas pelo efeito de subida do nível do mar quando existe um vento que
se dirige do mar para a Terra (fig. 31) acabam por interferir com o desenvolvimento das marés
(fig. 51). Conhecida a amplitude esperada das mesmas, calculada por processos astronómicos, é
possível saber qual a variação que fica a dever-se aos fenómenos meteorológicos.
Dinâmica das marés: linhas cotidais e pontos anfidrómicos
Os bojos formados pela atracção da Lua situam-se na respectiva vertical (maré alta directa) e do
lado oposto da Terra (maré alta reflexa). À medida que a Terra roda, o referido bojo,
correspondente à onda de maré desloca-se também no sentido directo (fig. 52).
O facto de os oceanos estarem compartimentados em bacias faz com que a circulação das marés
se feche dentro de cada uma dessas bacias e se faça à volta de um ponto central (o ponto
anfidrómico), situado aproximadamente no centro de cada bacia oceânica e em cada hemisfério.
A maré pode ser vista, assim, como uma onda em que as duas cristas estão separadas por 20.000
km (metade do diâmetro do Equador). Trata-se de ondas muito longas. Como vimos no tema
anterior, com uma profundidade abaixo de 1/20 do comprimento de onda as ondas comportam-se
como ondas de baixa profundidade, cuja velocidade é determinada pela profundidade4.
Como todas as ondas que se aproximam de terra, a onda de maré sofre um aumento de altura à
medida que a profundidade diminui. Pelo contrário, em direcção ao centro da bacia oceânica, a
4
Neste caso, a profundidade limite é de 1000 km, muitíssimo superior à profundidade das bacias oceânicas que se
situa entre 4-5km.
65
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
altura da onda de maré diminui até se anular no ponto central, o chamado ponto anfidrómico,
onde todas as linhas cotidais (linhas que unem os pontos onde a maré alta é simultânea) se
cruzam (fig. 53).
Podem criar-se diversos pontos anfidrómicos, sempre que as bacias oceânicas sofrem uma certa
compartimentação, como é o caso do mar do Norte, que funciona como uma bacia independente
do resto do Atlântico Norte (fig. 54).
As correntes de maré seguem este padrão rotativo nas bacias oceânicas (fig. 55), mas são
convertidas em correntes alternantes nas margens dos continentes. A velocidade máxima destas
correntes acontece aquando da enchente e da vazante, quando o nível da água está entre o nível
da maré alta e da maré baixa.
A diminuição de profundidade e o carácter reentrante de algumas baías pode provocar uma
amplificação da maré, como no caso da Baía de Fundy, onde a amplitude da maré atinge 17m.
Macaréu
O macaréu (fig. 55) é uma onda de maré que força o seu caminho ao longo dos rios. É comum
em rios com o Amazonas, onde o fenómeno se designa de Pororoca (que significa grande
estrondo em língua tupi).
Ocorre na mudança das fases da Lua (2 dias antes, no dia e 3 após a Lua), principalmente nos
equinócios, mais intensamente nos períodos de maré viva. O fenómeno começa quando as águas
das marés vindas do oceano chegam à desembocadura de um rio, formando elevações com
dezenas de metros de comprimento, que se movem rio acima com velocidade de 30 a 50 Km/h.
O encontro entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m de altura avançando rio
adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e
modificar o leito do rio.
Amplitude das marés
A esse respeito os litorais podem classificar-se como micromareais (amplitude máxima inferior a
2m); mesomareais (entre 2 e 4m) e macromareais (mais de 4m). As marés na costa portuguesa
são do tipo mesomareal, com amplitudes máximas próximas dos 4 m (Agenda das marés,
APDL).
A figura 57 mostra a relação existente entre a amplitude das marés e os diferentes tipos de
paisagens litorais.
É curioso verificar que os deltas e as ilhas barreira predominam em ambientes micromareais,
enquanto que os estuários em forma de funil e as planícies vasosas (mud flats) predominam nos
ambientes macromareais.
Aula Prática
• Análise das tabelas de marés (APDL; Associação Nacional de Cruzeiros).
• Construção de gráficos (fig. 58) e sua interpretação.
66
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Bibliografia utilizada
APDL - Administração dos Portos do Douro e Leixões, (2002) – Agenda 2002
PETHICK, J. - (1984) - An Introduction To Coastal Geomorphology, London, Edward Arnold,
260 p.
PUGH, D. T. - (1987) - Tides, Surges And Mean Sea Level, John Wiley and Sons, Chichester,
472 p.
SANTOS, F. D, FORBES, K, MOITA, R. (editores) (2002) – Climate change in Portugal.
Scenarios, impacts and adaptation mesures (Siam project), Gradiva, F. C. Gulbenkian, FCT,
Lisboa, 454 p.
THURMAN, H. V., (1997) - Introductory Oceanography, Prentice Hall, New Jersey, 544 p.
Websites
http://www.edinfor.pt/anc/ancfmares.html
http://www.hidrografico.pt/wwwbd/
http://www.geog.ouc.bc.ca/physgeog/contents/8r.html
http://www.surfway.com.br/link_interview/interview_pororoca.htm
67
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 34: Importância relativa das marés geradas pela Lua e pelo Sol
68
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
69
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 36. Trajectórias seguidas pela Terra e pela Lua ao longo do ano
70
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 37: Rotação Terra-Lua: todos os pontos da Terra descrevem trajectórias idênticas
em torno do baricentro. A força centrípeta que mantém o sistema em rotação conjunta é
igual em todos os pontos da Terra.
71
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
72
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 40: Dia Lunar: ao longo de um dia solar a Lua gira 12° e 12’. Por isso, para o
observador voltar à posição inicial relativamente à Lua, é necessário que a Terra gire mais
12° e 12’. Desta forma, o dia lunar tem 24h e 50min.
74
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
75
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
78
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 45: Fases da Lua e variação da distância da Lua à Terra e da declinação lunar
(Março de 1981)
76
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Equador
Figura 47: Variação na amplitude das marés durante o dia: as marés tropicais
77
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
79
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 50: variações na altura da maré devidas a causas meteorológicas: storm surge de
14-16 de Outubro de 1987 na costa portuguesa
80
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 51: Permanência do nível do mar a diversas alturas. Caso de marés semidiurnas e
diurnas.
81
ALTURA APROXIMADA DA MAR! EM OUAlOUER HORA
82
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
83
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
84
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
85
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
86
Maria da Assunção Araújo: Programa de Geomorfologia Litoral
Figura 57: Relação entre a o tipo e a frequência de diversos tipos de paisagens costeira e a
amplitude das marés
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
dias
Marés
Fonte: Associação Nacional de Cruzeiros, 1999 (http://www.edinfor.pt/anc/ancmar-200010.html)
87
FCUL - Previsão de Marés http://webpages.fc.ul.pt/~cmantunes/hidrografia/hidro_termos.html
FACULDADE DE CIÊNCIAS
UNIVERSIDADE DE LISBOA
TERMINOLOGIA DE MARÉS
Altura da maré - A altura do nível da água, num dado momento, em relação ao plano do Zero
Hidrográfico.
Amplitude da maré - A diferença entre as alturas da preia-mar e baixa-mar. A amplitude
máxima dá-se por ocasião das marés vivas equinociais; a amplitude média dá-se no período
entre as marés vivas e maré mortas; e, a amplitude mínima dá-se por ocasião das marés mortas
equinociais.
Baixa-mar - O nível mínimo das águas no fim da vazante quando a corrente se conservam parada.
Em marés semi-diurnas, quando há duas baixa-mares no mesmo dia, à de menor altura dá-se o
nome de baixa-mar inferior em oposição à de maior altura, a baixa-mar superior.
Elevação da maré - É a altitude da superfície livre da água, num dado momento, acima do Nível
Médio da Maré, pode ser positiva ou negativa.
Enchente - O período entre uma baixa-mar e uma preia-mar sucessivas, quando a altura da maré
aumenta.
Escalas de Marés - Réguas graduadas que se fixam verticalmente na costa que permitirem a
leitura do nível da maré em função da hora.
Estabelecimento do porto - Diferença entre a passagem da Lua (nova ou cheia) pelo meridiano
do porto e a hora da preia-mar, quando o Sol se encontrar no equador (altura do equinócio) à
distância média da Terra.
Estofo da maré - Intervalo de tempo onde não há corrente de maré, também conhecido como o
repouso da maré. Corresponde à mudança do sentido da maré, quando não se verifica qualquer
alteração na altura do nível de maré .
Idade da maré - Intervalo de tempo entre o instante da passagem da Lua pelo meridiano do lugar
(na Lua Nova ou Lua Cheia) e aquele em que se dá a maré de maior amplitude.
Linhas cotidais - Linhas que unem pontos onde a maré se dá à mesma hora, são representadas
globalmente em cartas cotidais.
Lua Nova - Fase da Lua quando o Sol se encontra do mesmo lado, em "alinhamento", e
consequentemente a sua face iluminada da está do lado oposto ao do observador na Terra.
Lua Cheia - Fase da Lua quando o Sol se encontra no lado oposto da Terra e a luz do Sol ilumina
completamente a face da Lua voltada para o observador na Terra.
Maré Oceânica - É o fenómeno de oscilação periódica do nível da água do mar, de subida e
descida, provocada essencialmente pelas forças de atracção da Lua e do Sol. O efeito é uma onda
gigante, de amplitude variável, que se desloca ao longo dos oceanos, e que se pode anular em
certos pontos - pontos anfidrómicos. As marés podem ser diurnas (uma preia-mar e uma
baixa-mar), semi-diurnas (duas preia-mares e duas baixa-mares), mistas, ou semi-diurnas mistas.
Maré de Quadratura - Maré de pequena amplitude que se segue ao dia da quarto crescente ou
quarto minguante.
Maré de Sizígia - Maré que ocorre um a dois dias (Idade do Porto) após a fase de Lua Cheia e
1 de 2 18/02/2008 19:50
FCUL - Previsão de Marés http://webpages.fc.ul.pt/~cmantunes/hidrografia/hidro_termos.html
Lua Nova. Nesta fase as ondas de maré lunar e solar encontra-se em fase e sobrepõem-se gerando
marés de grande amplitude.
Maré morta - Ocorre durante os quartos crescentes e minguantes e caracteriza-se por uma baixa
preia-mar e uma alta baixa-mar.
Maré viva - Ocorre durante a Lua Nova e Lua Cheia e caracteriza-se por uma muito alta preia-mar
de uma muito baixa baixa-mar.
Marégrafo - Aparelho que regista automaticamente as oscilações do nível do mar, fazem parte da
rede nacional de marégrafos. Há vários tipos de marégrafos: marégrafos de poço, com registo
analógico ou digital, que se baseia na flutuabilidade de uma bóia; marégrafo de de pressão que se
baseiam no princípio da pressão hidrostática; e ainda, marégrafos de radar e de laser.
Nível Médio da Maré - Plano horizontal que passa pela altura média de preia-mares e baixa-mares
sucessivas.
Nível Médio do Mar - Superfície média dos oceanos, medida pontualmente pela rede internacional
de Marégrafos, os quais são usados para definir o Datum altimétrico nacional de cada país. Esta
superfície é definida globalmente pelas técnicas de altimetria de satélite, nomeadamente através das
missões dos satélites TOPEX/Poseidon e o Jason-1. Pontualmente, o Nível Médio é o valor médio
das alturas horárias da maré, relativamente a um nível de referência fixo (marca de nivelamento),
resultante de uma série de observações maregráficas de duração variável, de preferência igual ou
superior a 19 anos (período da nutação - ciclo completo de revolução da linha de nodos da órbita
lunar, igual a 18,6 anos). Em Portugal o Nível Médio do marégrafo de Cascais, correspondente à
época média de 1938, define o Datum Altimétrico Nacional.
Preia-mar - O nível máximo atingido pelas águas no fim da enchente. Os termos preia-mar
inferior e preia-mar superior aplicam-se de igual forma tal como na baixa-mar.
Ponto anfidrómico - Ponto sobre o oceano no qual a maré é nula e em redor do qual se propaga a
"onda" de maré. Ponto de intersecção de linhas cotidais.
Quarto Crescente - Fase da Lua, entre a Lua Nova e a Lua Cheia, quando esta se encontra em
quadratura com o Sol e apenas se vê metade da face iluminada, em forma de D. A parte iluminada
visível está em crescimento.
Quarto Minguante - Fase da Lua, entre a Lua Cheia e a Lua Nova, quando esta se encontra em
quadratura com o Sol e a face iluminada tem a forma de C. A parte iluminada visível está a
decrescer.
Quadratura - Quando o Sol e a Lua formam um ângulo de 90º em relação à Terra.
Vazante - O período entre uma preia-mar e uma baixa-mar sucessivas, quando a altura da maré
diminui.
Zero Hidrográfico - É a referência a partir da qual se define a Altura da Maré e é o plano de
referência das profundidades indicadas (sondas) nas cartas náuticas. Em Portugal é definida pela
mais baixa das baixa-mares registadas durante um dado período (normalmente 18,6 anos - período
na nutação lunar).
2 de 2 18/02/2008 19:50
FCUL - Previsão de Marés http://webpages.fc.ul.pt/~cmantunes/hidrografia/hidro_mares.html
FACULDADE DE CIÊNCIAS
UNIVERSIDADE DE LISBOA
1 de 2 1/04/2008 13:20
VIANA1.jpg (Imagem JPEG, 1036x450 pixéis) http://webpages.fc.ul.pt/%7Ecmantunes/hidrografia/VIANA1.jpg
1 de 1 31/03/2009 14:34
4
3,5
2,5
1,5
0,5
0
31/12/200 30/01/200 1/03/2007 31/03/200 30/04/200 30/05/200 29/06/200 29/07/200 28/08/200 27/09/200 27/10/200 26/11/200 26/12/200
6 0:00 7 0:00 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00 7 0:00
201.2
LEIXÕES
2 – 11
PORTO DE LEIXÕES
N O TA S
1. ANÁLISE HARMÓNICA:
2. LOCALIZAÇÃO DO MARÉGRAFO:
— No porto de Leixões:
Latitude 41° 11,20N N; Longitude 8° 42,27N W – WGS84.
3. ALTURAS DE MARÉ:
Referidas ao nível do zero hidrográfico.
4. ZERO HIDROGRÁFICO:
— 2,00 m abaixo do nível médio adoptado.
— 6,210 m abaixo da marca N1L, existente no canto NW do cais do marégrafo.
2 – 12
PORTO DE LEIXÕES
HORAS DO FUSO 0 (TU) 2010
Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura
h m m h m m h m m h m m h m m h m m
1 2 49 3.6 16 3 26 3.3 1 4 8 3.9 16 4 3 3.4 1 3 4 3.9 16 3 6 3.4
SEX1 9 6 .4 16
SAB 9 38 .7 SEG1 10 23 .2 16
TER 10 12 .6 1
SEG 9 19 .1 16
TER 9 13 .6
SEX 15 18 3.5 SÁB 15 46 3.1 SEG 16 34 3.6 TER 16 19 3.2 SEG 15 29 3.7 TER 15 22 3.3
21 18 .5 21 43 .8 22 33 .3 22 21 .7 21 30 .2 21 25 .6
31 3 23 3.9 31 3 25 3.8
31
DOM 9 40 .2 31
QUA 9 34 .3
DOM 15 50 3.6 QUA 15 44 3.7
21 50 .3 21 50 .3
Devido à variação do nível médio do mar, são de esperar alturas de © Copyright Marinha, Instituto Hidrográfico, 2009
água superiores, em cerca de 0.1 m, aos valores indicados na tabela.
2 – 13
PORTO DE LEIXÕES
HORAS DO FUSO 0 (TU) 2010
Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura
h m m h m m h m m h m m h m m h m m
1 4 7 3.7 16 3 41 3.3 1 4 28 3.2 16 4 4 3.2 1 5 33 2.8 16 5 34 3.2
QUI1 10 12 .4 16
SEX 9 44 .6 1
SAB 10 27 .8 16
DOM 10 4 .7 1
TER 11 27 1.1 16
QUA 11 31 .8
QUI 16 24 3.6 SEX 15 57 3.4 SÁB 16 44 3.3 DOM 16 21 3.4 TER 17 48 3.1 QUA 17 52 3.5
22 32 .4 22 7 .6 22 57 .8 22 38 .6
31 4 53 3.0
31
SEG 10 47 .9
SEG 17 7 3.2
23 22 .9
Devido à variação do nível médio do mar, são de esperar alturas de © Copyright Marinha, Instituto Hidrográfico, 2009
água superiores, em cerca de 0.1 m, aos valores indicados na tabela.
2 – 14
PORTO DE LEIXÕES
HORAS DO FUSO 0 (TU) 2010
Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura
h m m h m m h m m h m m h m m h m m
1 5 43 2.9 16 6 5 3.3 1 0 6 1.0 16 1 0 .9 1 0 46 1.2 16 2 45 1.5
QUI1 11 39 1.0 16
SEX 12 3 .6 DOM 1 6 17 2.9 16
SEG 7 17 3.0 1
QUA 7 8 2.8 16
QUI 9 19 2.7
QUI 17 57 3.1 SEX 18 25 3.5 DOM 12 19 1.1 SEG 13 24 1.0 QUA 13 21 1.3 QUI 15 58 1.4
18 34 2.9 5
QC 19 48 2.9 7
QM 19 38 2.6 22 21 2.4
31 5 41 3.0 31 0 2 1.0
31
SAB 11 42 1.0 31
TER 6 18 2.9
SÁB 17 56 3.1 TER 12 26 1.2
18 40 2.8
Devido à variação do nível médio do mar, são de esperar alturas de © Copyright Marinha, Instituto Hidrográfico, 2009
água superiores, em cerca de 0.1 m, aos valores indicados na tabela.
2 – 15
PORTO DE LEIXÕES
HORAS DO FUSO 0 (TU) 2010
Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura Hora Altura
h m m h m m h m m h m m h m m h m m
1 1 22 1.4 16 3 41 1.5 1 4 1 1.3 16 4 58 1.4 1 4 38 1.1 16 4 53 1.4
SEX1 7 55 2.7 16
SAB 10 4 2.7 SEG 1 10 22 3.0 16
TER 11 7 2.8 1
QUA 10 57 3.1 16
QUI 11 1 2.7
SEX 14 24 1.4 SÁB 16 41 1.4 SEG 16 52 1.0 TER 17 29 1.2 QUA 17 20 .9 QUI 17 19 1.3
7
QM 20 50 2.5 22 58 2.5 23 6 2.9 23 44 2.7 23 33 3.0 23 38 2.7
31 2 36 1.4 31 5 23 1.1
31
DOM 9 5 2.8 31
SEX 11 42 2.9
DOM 15 40 1.1 SEX 17 57 1.1
21 59 2.7
Devido à variação do nível médio do mar, são de esperar alturas de © Copyright Marinha, Instituto Hidrográfico, 2009
água superiores, em cerca de 0.1 m, aos valores indicados na tabela.
2 – 16