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Cartório

Cartório refere-se a uma repartição pública ou privada que tem a custódia de


documentos ("cartas") e que lhes dá fé pública.
A palavra "cartório" deriva do latim charta ("papel", "mensagem", "texto"), mais
o sufixo derivado de orius, aqui como formador de substantivos, e significa em
sua origem "aquele que lida com papéis". [1]

Em Portugal
Em Portugal, um cartório é o local de trabalho
do notário, registrador ou tabelião. Neste país, os cartórios limitam-se às
funções notariais, estando outros tipos de competência (como os registros civil
e predial) aos cuidados das conservatórias.

No Brasil
No Brasil, o termo passou a designar uma gama maior de competências além
do tabelionato de notas, incluindo o registro civil de pessoas físicas e jurídicas,
o registro de imóveis, o registro de títulos e documentos, os ofícios de protesto
de títulos, e também os cartórios judiciais (varas) onde tramitam os processos
de fóruns de qualquer natureza. Os cartórios extrajudiciais são aqueles que
não estão ligados diretamente ao Poder Judiciário, que por sua vez
denominam-se "cartórios judiciais".
Até a proclamação da República, o registro civil no Brasil era desempenhado
pela Igreja, devido ao regime de padroado. Posteriormente, a função passou
aos cartórios.
Com a Constituição Federal (CF) de 1988, as antigos "serventias
extrajudiciais" passaram a ser chamados oficialmente de Serviços Notariais e
[2]

de Registro (art. 236). Entretanto, a denominação informal de "cartório"


extrajudicial ainda é comum.
No passado, os cartórios eram considerados propriedade familiar e sua
sucessão se dava de modo hereditário. A partir da nova CF, o ingresso na
atividade passou a exigir concurso público, embora a implementação desta
regra tenha demorado para ocorrer de fato.
A atividade notarial e registral foi regulamentada em 1994 pela Lei Federal n.
8.935. A partir de então, temas como novidades de comunicação,
informatização, formas de arquivamento de documentos, independência
responsável da titularidade do serviço público, prestação de serviço a contento,
foram desenvolvidos no referido diploma legal. De acordo com a norma, estes
[3]

Serviços têm por fim "garantir a publicidade, autenticidade, segurança e


eficácia dos atos jurídicos" (art. 1º). Os titulares dos Serviços Notoriais e de
Registro (art. 3º) são chamados notário (ou tabelião) e oficial de registro (ou
registrador), e podem se enquadrar nas seguintes categorias (art. 5º):
• I - tabeliães de notas;
• II - tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;
• III - tabeliães de protesto de títulos;
• IV - oficiais de registro de imóveis;
• V - oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas;
• VI - oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;
• VII - oficiais de registro de distribuição.

Nomenclatura
O termo cartório é utilizado no Brasil de forma ampla para designar locais onde
são realizadas funções estatais. Fala-se, desse modo, dentre outros, em
cartórios (ou ofícios) judiciais e cartórios extrajudiciais, que são as serventias
onde as funções são exercidas de modo privado por um delegatário.
A terminologia utilizada para referir-se aos cartórios extrajudiciais não é
uniforme, sendo atualmente mais corrente a menção na legislação a serviços
notariais e de registro (art. 236, caput, da Constituição Federal, e Lei nº
8.935/1994, art. 1º). Outros termos comumente empregados são serventias
extrajudiciais e órgãos da fé pública, sendo que está última foi consagrada no
artigo Orgams da fé pública de João Mendes de Almeida Júnior.

Serviços fideijurídicos
Serviços fideijurídicos é uma expressão proposta para designar "todas as
atividades que analisam a conformidade de certo objeto ao ordenamento
jurídico, em atendimento ao interesse da sociedade, e atestam essa
conformidade, com presunção de veracidade". O conceito expressa três
[4]

características principais:

1. A realização pelo ente competente de uma análise jurídica, ou seja, de


que certo ato ou objeto está em conformidade com o Direito;
2. Que a análise realizada seja independente, ou seja, realizada por um
ente que não seja, em nenhum caso, interessado na situação jurídica
sendo modificada; e
3. A fé pública, que é a presunção legal de que o ato praticado está em
conformidade com o Direito.
Embora a expressão seja primordialmente aplicada aos cartórios extrajudiciais,
propõe-se que possa também abarcar outros serviços, desde que atendidos os
três requisitos indicados, como, por exemplo, o registro de propriedade
industrial e o registro de embarcações no Tribunal Marítimo.
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