Você está na página 1de 8

CENTRO DE ENSINO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO - CEUMA

SAMUEL DUARTE KZAM


BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EDUARDO MICENA DO NASCIMENTO SILVA – CPD: 88450


ELIÚ CRISTIAN RIBEIRO DE SOUZA - CPD: 88402
KALINE MARTINS DA SILVA - CPD: 85342
MYCAELA OLIVEIRA MELO - CPD: 85602

DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO

BACABAL-MA
2018
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO

EDUARDO MICENA DO NASCIMENTO SILVA – CPD: 88450


ELIÚ CRISTIAN RIBEIRO DE SOUZA - CPD: 88402
KALINE MARTINS DA SILVA - CPD: 85342
MYCAELA OLIVEIRA MELO - CPD: 85602

Atividade Avaliativa 2 apresentada ao Curso de Bacha-


relado em Ciências Contábeis da Universidade CEU-
MA, como requisito parcial para obtenção de nota para
a disciplina Economia de Empresas.
Professor: Samuel Duarte Kzam.

BACABAL-MA
2018
3

A partir de pressupostos teóricos em uma análise crítica sobre o desenvolvimento


econômico e a distribuição de renda no âmbito global, desenvolveu-se uma análise no cenário
nacional desde o período colonial até os dias atuais. Neste contexto pode-se verificar uma
discrepância nas tomadas decisões que implicam diretamente no desenvolvimento econômico
do país. Toda economia baseia-se na produção, na distribuição e no consumo de bens e servi-
ços, apresentando relação intrínseca com comportamento humano, resultante das necessidades
do homem e os recursos necessários para satisfazê-lo.

Em uma análise histórica da economia no Brasil, os ciclos econômicos do Pau Brasil,


do açúcar, ouro, algodão, etc. eram voltados para atender as demandas do mercado externo,
possibilitando assim o crescimento econômico do período colonial à república, porém não
evidenciando de fato o desenvolvimento econômico da massa. Enquanto o cenário econômico
mundial passava por mudanças significativas devido as revoluções industriais e tecnológicas,
no Brasil predominava economicamente o regime dos ciclos.

Com a implantação do regime republicano o Brasil ensaiava mudanças no cenário


econômico, entretanto estas propostas de mudanças foram interrompidas pela grande depres-
são de 1929. Seus efeitos recessivos foram sentidos a níveis mundiais. Em alguns países co-
mo: Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Austrália, França, Itália, Reino Unido e Canadá
com a demanda da industrialização em alta foram fortemente atingidos; Na América Latina
mais especificamente no Brasil e Argentina, a grande depressão acelerou o processo de indus-
trialização, pois o mesmo não tinha mais “Para quem produzir” e assim o café se estagnou
impulsionando o país há industrialização. O pós crise culminou com criação do Fundo Mone-
tário Internacional (FMI) em 1944, em reunião internacional foi pautada em prol da reorgani-
zação da economia mundial. Diante da situação vigente no país, o ápice da industrialização
promoveu a elevação do poder aquisitivo da população gerando maior consumo e impulsio-
nando positivamente a economia brasileira, tornando o comercio exterior menos atrativo, an-
tes, os manufaturados importados chegavam aos brasileiros a preços exorbitantes, limitando o
consumo às classes sociais mais elevadas, atração foi tamanha que o êxodo rural foi inevitá-
vel.
O processo de industrialização desencadeou o crescimento do poder aquisitivo das
massas populares, que por sua vez passaram a usufruir de bens e serviços que outrora não
estavam acessíveis. Esse processo de “maior distribuição de renda” pode ser constatado a par-
tir dos dados apresentados nas décadas de 1960 e 1970 no Censo Demográfico. Após o apo-
geu industrial, iniciou-se o processo reverso: o aumento do maquinário reduziu a necessidade
4

de mão de obra humana, declinando as taxas de emprego e diminuindo drasticamente o poder


de consumo, tal equiparação não está sendo conectada diretamente a desigualdade na distri-
buição de renda, ela se deve a uma ilusória assertiva de impulsionamento econômico em meio
à crise. Surge então o período denominado de “Milagre Econômico”, uma série de medidas
econômicas implantadas no governo militar que impulsionaram a economia com crescimento
do PIB, obras de infraestrutura e criação de entidades financeiras como: Banco Central e o
SFH (Sistema Financeiro Habitacional), formado pelo já extinto BNH (Banco Nacional de
Habitação) e pela CEF (Caixa Econômica Federal). Porém mesmo com o forte crescimento e
criação de empregos no período militar, os salários foram achatados e a distância entre ricos e
pobres cresceu, logo foi consumido pela realidade, inflação alta e uma dívida externa cada vez
maior. Ratificando este cenário o Censo Demográfico e a Pesquisa Nacional por Amostra
Domiciliar (PNAD), expressam numericamente à consolidação da desigualdade na distribui-
ção de renda do país, pesquisas realizadas apontam que os mais providos de recursos monetá-
rios têm maior facilidade em proteger seus recursos colocando-os em fundos bancários. Stu-
dart (2005, p. 377) ressalta:

Momentos de crescimento são resultados de expectativas positivas por parte dos de-
mandantes finais de recursos (empresas e famílias), que tendem a afetar também posi-
tivamente as expectativas das instituições financeiras. Isso permite o crescimento da
alavancagem das instituições financeiras e do endividamento das empresas e famílias
– mas também uma expansão da fragilidade financeira.

No Brasil foi desmascarado o “milagre econômico” e promovendo uma revolta contra


o regime vigente, as indústrias brasileiras se apoiaram na criação do 2° PND (Plano Nacional
de Desenvolvimento) na área química, de infraestrutura, na área de papel e celulose o Brasil
traça uma fuga pra frente, visando crescimento interno para sua reestruturação econômica,
onde nos deparamos com uma dívida externa gigantesca e uma ascendência da inflação, são
fatos que condenam a economia interna sobre consequência da mundial.

O primeiro acordo junto ao Fundo foi assinado no governo de Juscelino Kubitschek,


sua relação com FMI sempre foi uma aliança com desavenças. À medida que mudanças polí-
ticas ocorriam, de forma direta as mesmas influenciavam em alterações internas e externas,
em 1958, porém o mesmo rompeu com a instituição no ano seguinte, se opondo aos ajustes
financeiros propostos pelo mesmo. Durante o regime militar, de um modo geral, a relação
diante do FMI, sempre foi regada de muitas aceitações, sendo postos em pauta diversos acor-
dos, principalmente que o país poderia realizar empréstimos junto a instituições financeiras
5

privadas. Ainda se recuperando de um período bastante crítico, o Brasil caminha a passos


largos a mais uma decadência, tendo como principal fator os empréstimos bancários (com
todo o aval do FMI), deste modo, as fontes financeiras começaram a perder crédito, a inflação
subia de forma excessiva, levando o país a uma dívida externa sem controle, resultando na
diminuição das reservas de dólares, era o início da crise do petróleo.

Em apenas cinco meses, entre outubro de 1973 e março de 1974, o preço do petróleo
aumentou 400%, causando reflexos poderosos nos Estados Unidos e na Europa e de-
sestabilizando a economia por todo o mundo. É justamente este momento que coin-
cide com o fim do milagre econômico ocorrido na ditadura militar no Brasil. A crise
do petróleo que barrou os altos índices de crescimento do Brasil, foram fundamen-
tais para a população começar a se rebelar contra o regime militar no país, fazendo
aumentar as críticas e transparecer os abusos que o governo encobria ao longo dos
anos com a máscara do crescimento nacional. (ANTÔNIO GASPARETTO JUNI-
OR, 2013).

Com a aproximação desta nova crise mundial tendo essa como protagonista o petróleo,
gera uma instabilidade na economia mundial, criando um efeito ciranda no qual os detentores
do liquido precioso, o Golfo Pérsico, após o aumento grotesco do valor do barril em curto
período em aproximadamente 400%, obrigasse os países que buscavam restabelecer-se eco-
nomicamente pela crise sofrida em 1929, a endividar-se novamente para suprir suas necessi-
dades petroleiras, tomando empréstimos bancários cada vez maiores, onde começa o ciclo,
compradores de petróleo pedem dinheiro aos bancos, os vendedores recebem os valores e com
um montante substancial, surge a necessidade de resguardá-los nos bancos, até o momento em
que o México pediu moratória, decidiu sair da roda e quebrou a máquina, trazendo para a rea-
lidade da situação e impulsionando a valorização da economia interna. Assim ressalta Canuto
(2004, p. 158).
A fragilidade financeira implica não haver uma rentabilidade e um valor presente
dos fluxos líquidos de caixa esperados, associados ao patrimônio, que sejam de-
finíveis em termos reais. Em um mundo de expectativas racionais e de equilíbrio
geral permanente, uma viabilidade exante em termos reais da estrutura patrimo-
nial traduz-se em agentes continuamente dispostos a sustenta-la. Já em um modo
onde a incerteza e a preferência pela liquidez afetam a decisões de alocação de
portfólio, a viabilidade das estruturas de ativos não é independente dos termos de
acesso à liquidez corrente.

Por ser uma fonte natural não renovável, o petróleo (nessa época considerado o “ouro
negro”) teve uma alta demasiada em seu preço, afetando a economia global. Partindo deste
ponto, observa-se que o país mergulhou em uma crise quase sem fim, porém em 1982, foram
negociados os devidos ajustes nas dívidas junto ao Fundo, dívidas essas, que o Estado três
6

anos depois declararia sua suspensão, através do fenômeno conhecido por moratória unilate-
ral, que basicamente retém o pagamento dos serviços das dívidas externas.

Em 1994, na gestão de Itamar Franco, se desenvolveu a instauração do Plano Re-


al, que tem como principal objetivo reduzir e controlar a inflação brasileira, porém o FMI não
aprova a iniciativa. Em contrapartida, a economia do país obteve uma estabilização, e mesmo
sem a aprovação, o relacionamento entre as partes tinham um aspecto bastante harmonioso.
Oito anos depois, o então presidente Fernando Henrique Cardoso, aproveitando-se da boa
relação com o FMI, solicita ao mesmo um empréstimo de US$ 30 bilhões, valor esse que foi
quitado em 2005, na gestão de Lula. Esse fato contribuiu para mudar a imagem negativa que o
país adquiriu após o aumento da quitação da dívida durante o período de 1987, aumentando a
boa reputação do Brasil em cumprir com seus acordos.

Contudo, não se pode realizar uma abordagem crítica que trate de crescimento
econômico e distribuição de renda numa perspectiva histórica contextualizada com cenários
econômicos e sociais sem aproximá-la do conceito de desenvolvimento econômico, que em-
bora em algumas situações sejam abordados como semelhantes, são conceitos distintos e com
impactos diferentes dentro de um contexto social.

O aumento da desigualdade na distribuição de renda ocorre das intensas mudanças


no método de desenvolvimento econômico no período. Mostrando que grande parte deste au-
mento na concentração se deve a alterações no nível de educação e na migração do setor mo-
derno e dos trabalhadores que antes estavam no tradicional. Dessemelhantes correntes de axi-
oma tentam relevar ou reprochar a distribuição desigual da renda. O conceito econômico de
distribuição refere-se à forma com que são repartidas as riquezas e os bens socialmente gera-
dos (em um sentido amplo, a renda) entre os indivíduos e com base nos diferentes estratos da
população em determinada sociedade. As particularidades da distribuição de renda e os pro-
cessos que a sugestionam variam e dependem intrinsecamente da organização da produção e
da forma de propriedade vigente em cada sociedade. Portanto, a distribuição origina-se do
mesmo processo produtivo e está relacionada com a divisão social do trabalho, ou seja, com a
forma com que se se encontram distribuídos os juros, lucros, rendas, salários e a propriedade
dos aspectos de produção.

Dificultando a aceitação da sociedade em aumentar impostos alegando ser para uma


estabilidade na balança social, em meios a tantas crises e se alastrando os rumores da má ges-
7

tão pública a consolidação de igualdade social é uma idealização quase utópica, que gera dis-
cussões intermináveis, pois a máquina bem administrada tem autonomia para equilibrar essa
desordem. O fantasma que sonda a máquina pública nos dias atuais é a corrupção, e os escân-
dalos que circulam na mídia revelam que os recursos são destinados, mas que pelas vielas do
caminho não chegam, então notasse que a desigualdade na distribuição de renda vai além do
clichê de “muitos com pouco e poucos com muito” é entranhada na rotina por falta de um
equilíbrio solido gerido por pessoas competentes para assim estagnar na plenitude econômica
e social. Não somente está nos holocaustos vivenciados no tempo discorrido apriore, mas na
forma unilateral de gestão.
8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HOFFMANN, Rodolfo, Distribuição de renda e crescimento econômico. Estudos Avançados


15 (41), 2001.

Você também pode gostar