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ESTUDO DO

MOVIMENTO:
CINESIOLOGIA

Gustavo Leite Camargos


Principais grupos
musculares
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os principais grupos musculares do corpo humano.


 Reconhecer a origem e a inserção dos principais grupos musculares
axiais.
 Apontar a origem e a inserção dos principais grupos musculares
apendiculares.

Introdução
A realização dos movimentos corporais é permitida pela ação dos mús-
culos sobre as peças ósseas. Para compreender essa dinâmica funcional
— um dos pontos centrais no estudo da cinesiologia —, é fundamental
conhecer os pontos de inserções e as origens dos componentes muscula-
res. A partir desse conhecimento, é possível aplicar na prática os conceitos
biomecânicos e entender mais a fundo a ciência do movimento humano.
Neste capítulo, você vai conhecer os principais grupos musculares
encontrados no corpo humano, além de seus locais de inserções proxi-
mais e distais. O estudo será abrangente, envolvendo todos os segmen-
tos corporais, incluindo grupos musculares da cabeça, pescoço, tórax,
membros superiores e inferiores.

1 Principais grupos musculares do corpo


humano
O nosso corpo é composto por cinco grandes grupos musculares: da cabeça
(Figura 1a), do pescoço (Figura 1b), do tronco (Figura 1c e 1d), dos membros
superiores (Figura 1e) e dos membros inferiores (Figura 1f) (HALL, 2016).
2 Principais grupos musculares

Figura 1. Grupos musculares: (a) cabeça; (b) pescoço; (c e d) tronco; (e) membros superiores;
(f) membros inferiores.
Fonte: Lippert (2013, p. 110, 138, 182, 200, 201 e 243).

Os músculos da cabeça podem ser subdivididos em dois grupos: os mastiga-


dores e os músculos da face (MARQUES, 2005). O primeiro grupo é composto
por músculos fortes, sendo classificados, de acordo com sua respectiva função, em
levantadores, abaixadores, propulsores ou retropulsores da mandíbula. Os princi-
pais músculos deste grupo são o temporal, o masseter e os pterigóideos (medial
e lateral) (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013; HALL, 2016). Já os músculos da
face são pequenos e pouco potentes, com função de promover o fechamento dos
olhos, sua abertura ou sua deformação. Além disso, são considerados músculos
que substituem a função mastigatória em situações de lesão motora dos principais
músculos dessa função específica. Os dois principais músculos deste grupo são o
epicrânio e o orbicular do olho (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
Os principais grupos musculares encontrados no pescoço são o ester-
nocleidomastóideo, os escalenos, o longo do pescoço, longo da cabeça, o
esplênio da cabeça e o esplênio do pescoço (MARQUES, 2005; LIPPERT,
2013; HALL, 2016).
Os principais músculos encontrados no tronco e que são responsáveis por
seus movimentos são o reto do abdome, oblíquo externo e interno, transverso do
abdome, eretor da espinha, quadrado lombar e intercostais internos e externos
(MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; FLOYD, 2016;
HALL, 2016). Além desses, no tronco são encontrados outros grupos musculares
que atuam sobre outros segmentos, como os membros superiores e inferiores.
Principais grupos musculares 3

Posteriormente, encontram-se o trapézio, levantador da escápula, romboide,


latíssimo do dorso, redondo maior, redondo menor, subescapular, supraespinhal
e infraespinhal. Anterolateralmente, encontra-se o serrátil anterior. Por fim,
na região ventral estão o peitoral maior, o peitoral menor e o coracobraquial
(LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; FLOYD, 2016; HALL, 2016).
Nos membros superiores, os principais músculos identificados são deltoide,
bíceps braquial, tríceps braquial, braquiorradial, braquial, pronador redondo,
pronador quadrado, flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, flexor super-
ficial dos dedos, flexor profundo dos dedos, extensor dos dedos, flexor longo
do polegar, abdutor longo do polegar, extensor longo do polegar e extensor
curto do polegar, que se localizam no braço e no antebraço (MARQUES, 2005;
LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).
Na mão, são encontrados os chamados músculos intrínsecos da mão. Eles
possuem sua fixação proximal nos ossos carpais, ou em posição distal a eles,
e são responsáveis por movimentar o polegar e os demais dedos, tendo papel
essencial no controle do movimento fino e preciso das mãos. Podem ser
subdivididos em músculos tênares (agem no polegar, formando a eminência
tênar), músculos hipotênares (formam a eminência hipotênar, movimentando
principalmente o dedo mínimo) e músculos palmares profundos (localizados
entre os tênares e hipotênares, responsáveis por alguns dos movimentos mais
complexos). Os principais músculos tênares são o flexor curto do polegar, o
abdutor curto do polegar e o oponente do polegar. Como exemplos de músculos
hipotênares, temos o flexor do dedo mínimo, o abdutor do dedo mínimo e o
oponente do dedo mínimo. Dentre os palmares profundos, podemos citar o
adutor do polegar (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
Por sua vez, os membros inferiores abrangem a pelve, a coxa, a perna e
o pé. No quadril, os principais grupos musculares identificados são iliopsoas,
reto femoral, sartório, pectíneo, adutor longo, adutor curto, adutor magno,
grácil, glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo, semimembranáceo,
semitendíneo, bíceps femoral (os três últimos formam os chamados músculos
isquiotibiais, localizando-se posteriormente à coxa) e tensor da fáscia lata.
Observe que, em sua maioria, esses músculos, apesar de serem considerados
do quadril, passam pela coxa e contribuem com seu movimento, além de
movimentos realizados pela perna. No entanto, como suas fixações proximais
ocorrerem na região do quadril, eles são classificados como músculos do
quadril. Portanto, ao citarmos os músculos da coxa que realizam movimentos
do joelho e, por conseguinte, da perna, podemos complementá-los com os
músculos vasto lateral, vasto intermédio e vasto medial. Estes três músculos,
acrescidos do reto femoral, formam o músculo quadríceps, ressaltando que
4 Principais grupos musculares

apenas o reto femoral também cruza a articulação do quadril (MARQUES,


2005; LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; FLOYD, 2016; HALL, 2016).
Na perna, encontram-se músculos que podem auxiliar nos movimentos
do joelho, mas que contribuem mais especificadamente com os movimen-
tos do tornozelo e do pé. Esses grupos musculares podem ser divididos nos
compartimentos posterior, anterior e lateral da perna. Os principais músculos
localizados posteriormente são o gastrocnêmio e o sóleo, que formam o tríceps
sural, além do tibial posterior, flexor longo do hálux e flexor longo dos dedos.
Anteriormente, encontram-se o tibial anterior, o extensor longo do hálux e o
extensor longo dos dedos. Na porção lateral, encontram-se os músculos fibular
longo e fibular curto (LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).
Os músculos intrínsecos do pé são menos desenvolvidos, devido ao fato
de não serem utilizados para ações complexas. O nome de cada um já define
objetivamente sua localização e sua ação. Os principais grupos identificados
são abdutor do hálux, adutor do hálux, flexor curto do hálux e flexor curto
dos dedos (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013).

2 Origem e inserção dos principais grupos


musculares axiais
Durante a contração muscular, ocorre o encurtamento do músculo, aproxi-
mando entre si suas duas extremidades. A fim de promover o movimento
das peças ósseas, essas extremidades devem estar inseridas nos ossos, o que
é denominado de inserção. Dessa forma, durante a contração, o osso mais
móvel, onde se encontra a inserção distal, move-se na direção do osso mais
estável, onde se encontra o osso proximal (LIPPERT, 2013). Anteriormente,
os pontos de fixação dos músculos eram definidos como origem e inserção; no
entanto, devido à complexidade dos diferentes movimentos, atualmente eles
são definidos em inserção ou fixação proximal (FP) e inserção ou fixação distal
(FD) (HALL, 2016). Desse modo, o termo FP equivale ao que seria definido
como origem, enquanto o termo FD está associado à inserção do músculo.

Músculos da cabeça
O músculo temporal (Figura 2) é largo, possuindo a forma de um leque, e está
inserido na fossa temporal, de onde se direciona até se inserir no processo coronoide
e na margem anterior da mandíbula. Sua principal função é levantar a mandíbula,
mas também participam na sua retração (MARQUES, 2005; HALL, 2016).
Principais grupos musculares 5

Figura 2. Músculos temporal e masseter.


Fonte: Lippert (2013, p. 182).

O masseter (Figura 2), um músculo espesso, localiza-se entre o ângulo


da mandíbula e o arco zigomático; suas funções são promover a elevação, a
protusão e o desvio contralateral da mandíbula. Ele é dividido em uma porção
superficial e outra profunda. A parte superficial tem a sua FP no processo
zigomático da maxila e nos dois terços anteriores do arco zigomático, enquanto
a FD se encontra na metade inferior da superfície lateral do ramo da mandí-
bula. Já a porção profunda possui FP no terço posterior do arco zigomático,
enquanto a sua FD se encontra na metade superior e superfície lateral do ramo
da mandíbula (MARQUES, 2005; HALL, 2016).
O músculo pterigóideo medial, localizado na superfície interna do ramo da
mandíbula, apresenta FP na superfície medial da placa pterigoidea lateral do
processo pterigoide do osso esfenoide e no túber da maxila. Sua FD localiza-se na
parte inferior e posterior da superfície medial e do ramo e ângulo da mandíbula. Já
o pterigóideo lateral possui duas cabeças, uma superior e outra inferior. A FP da
cabeça superior está na superfície lateral da asa maior do esfenoide, e a da cabeça
inferior está na superfície lateral da placa pterigoidea. Ambas apresentam FD na
fossa pterigoidea do processo condilar da mandíbula, disco articular da articular
temporomandibular (MARQUES, 2005; DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).
O epicrânio (Figura 3) é uma lâmina musculotendinosa que reveste as regiões
do vértice e das faces laterais do crânio, indo do occipital até a sobrancelha
(LIPPERT, 2013). Na verdade, ele é formado pelo ventre occipital e pelo ventre
frontal, unidos pela gálea aponeurótica. O ventre occipital apresenta FP nos dois
6 Principais grupos musculares

terços laterais da linha nucal superior ao occipital e o processo mastóideo e a FD


na gálea aponeurótica. Já o ventre frontal não possui FP óssea. Suas fibras estão
contínuas com as do orbicular do olho (LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016).

Figura 3. Músculos da face.


Fonte: Behnke (2014, p. 156).

O orbicular do olho (Figura 3) apresenta FP difusa, na parte nasal do osso


frontal, no processo frontal da maxila, na crista lacrimal posterior e na su-
perfície anterior e bordas do ligamento palpebral medial. Sua FD circunda na
órbita no formato de um esfíncter (LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016).

Músculos da região do pescoço


O esternocleidomastóideo (ECOM) (Figura 4) possui duas cabeças, uma medial
(esternal) e outra lateral (clavicular). A FP da cabeça medial encontra-se na
parte cranial do manúbrio do esterno, e a da cabeça lateral encontra-se no
terço médio da clavícula. Seguindo superiormente, inserem-se no processo
mastóideo do osso temporal (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013).
Principais grupos musculares 7

Figura 4. Músculos ECOM, levantador da escápula e trapézio.


Fonte: Behnke (2014, p. 171).

Os escalenos são compostos por três músculos: um anterior, um médio


e outro posterior. O primeiro se insere proximalmente nos processos trans-
versos da 3ª até a 6ª vértebra cervical e apresenta FD na superfície superior
da 1ª costela. O escaleno médio possui FP nos processos transversos da 2ª à
7ª vértebra cervical e também possui FD na 1ª costela. Por fim, o escaleno
posterior tem a sua FP nos processos transversos da 5ª à 7ª vértebra cervical
e a sua FD na 2ª costela (MARQUES, 2005; HALL, 2016).
A FP do longo do pescoço se encontra nos corpos vertebrais e nos processos
transversos da 3ª vértebra cervical até a 2ª torácica, enquanto a sua FD ocorre
nos processos transversos e corpos vertebrais da 1ª à 6ª vértebra cervical. Já
o longo da cabeça tem sua FP nos processos transversos da 3ª à 6ª vértebra
cervical e sua FD ocorre no occipital (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O esplênio do pescoço insere-se proximalmente nos processos espinhosos
da 3ª à 6ª vertebras torácicas e possui FD nos processos transversos das duas
ou três primeiras vértebras cervicais. O esplênio da cabeça apresenta FP nos
processos espinhosos das três ou quatro vértebras torácicas superiores e da
7ª vértebra cervical. Sua FD é no processo mastóideo e na porção inferior do
osso occipital (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
8 Principais grupos musculares

3 Origem e a inserção dos principais grupos


musculares apendiculares
Neste tópico, serão estudados os principais músculos que compõem o tórax,
os membros superiores e os membros inferiores.

Músculos da região do tronco


O reto do abdome (Figura 5a) insere-se inferiormente na crista púbica e
superiormente nas cartilagens intercostais da 5ª, 6ª e 7ª costelas e no es-
terno (DUFOUR; PILLU, 2016; FLOYD, 2016; HALL, 2016). Já o músculo
oblíquo externo (Figura 5b), localizado em posição superficial na região
anterolateral do abdome, insere-se lateralmente nas oito costelas inferiores
e dirige-se inferiormente até se fi xar na crista ilíaca e na aponeurose ab-
dominal (LIPPERT, 2013; HALL, 2016). Mais profundamente, o músculo
oblíquo interno (Figura 5b) insere-se no ligamento inguinal, na crista
ilíaca e na aponeurose toracolombar (LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU,
2016; HALL, 2016).

Figura 5. Músculos do abdome.


Fonte: Behnke (2014, p. 174).

O transverso do abdome (Figura 5a) localiza-se ainda mais profundamente,


inserindo-se na porção lateral do ligamento inguinal, na crista ilíaca, na
aponeurose toracolombar e nas últimas seis costelas (LIPPERT, 2013).
Principais grupos musculares 9

Os músculos eretores da espinha (Figura 5c) formam a camada média


dos músculos extensores do tronco e são divididos em três grupos: espinais,
longuíssimo e iliocostais (LIPPERT, 2013). Os espinais, que são mediais,
fixam-se no ligamento nucal e nos processos espinhosos das vértebras
cervicais e torácicas. Já os longuíssimos são mais laterais, inserindo-se no
occipital e nos processos transversos das vértebras, desde as cervicais até o
sacro. Por fim, os iliocostais são mais laterais ainda e inserem-se na porção
posterior das costelas e inferiormente no sacro e no ílio (MARQUES, 2005;
LIPPERT, 2013).
O quadrado lombar (Figura 5c) insere-se inferiormente na crista do ílio e
superiormente na 12ª costela e nos processos transversos da 1ª até a 4 ª vértebra
lombar (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
Por sua vez, os intercostais externos (Figura 5d) dirigem-se dos tubér-
culos costais até a junção costocondral. Suas fibras apresentam orientação
oblíqua de cima para baixo e de trás para frente (MARQUES, 2005). Sua
FD é na borda inferior de uma costela, enquanto se fixa distalmente na
borda superior da costela imediatamente abaixo. Já os intercostais internos
(Figura 5d) dirigem-se do espaço intercostal do ângulo costal até o esterno,
apresentando um direcionamento de suas fibras de forma oblíqua, porém
perpendicular, às fibras do intercostais externos. Ele se fixa proximalmente
na borda superior da costela e da cartilagem costal e apresenta FD no sulco
da costela e na borda inferior da cartilagem costal logo acima (MARQUES,
2005; LIPPERT, 2013).
O trapézio (Figura 6a) apresenta formato semelhante a um losango e,
funcionalmente, é subdividido em três porções: a descendente, a transversa
e a ascendente. A porção descendente possui FP na protuberância occipital
e no ligamento nucal, enquanto sua FD se localiza na extremidade acromial
da clavícula e no acrômio. A parte transversa apresenta FP no ligamento
nucal que se fixa nas vértebras inferiores. Sua FD é na superfície medial do
acrômio e ao longo da espinha da escápula. Por fim, a porção descendente se
fixa proximalmente nos processos espinhosos das vértebras torácicas médias
e inferiores e distalmente na extremidade medial da espinha da escápula
(LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).
10 Principais grupos musculares

Figura 6. Músculos que atuam na escápula e no úmero.


Fonte: Behnke (2014, p. 68).

O músculo levantador da escápula (elevador da escápula) (Figura 6a)


localiza-se inferiormente ao trapézio e sua FP é nos processos transversos da
1ª até a 4ª vértebra cervical, enquanto se fixa distalmente na margem medial
da escápula entre o seu ângulo superior e a espinha da escápula (MARQUES,
2005; LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O romboide (Figura 6a) na realidade é composto por dois músculos: o
romboide maior e o romboide menor. No entanto, anatomicamente são difí-
ceis de ser separados e funcionalmente realizam a mesma função; portanto,
costumam ser apresentados como um só músculo (LIPPERT, 2013). Sua FP
é no ligamento nucal e nos processos espinhosos da 7ª vértebra cervical até a
5ª torácica e sua FD é na margem medial da escápula, entre o ângulo inferior
e a espinha da escápula (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013).
O latíssimo do dorso (Figura 6a) é um músculo grande e largo, semelhante
a uma lâmina, que se fixa proximalmente na face anteromedial do úmero e
sua FD ocorre no ílio e no sacro (LIPPERT, 2013).
Os músculos redondo maior e menor (Figura 6a) inserem-se na margem
lateral da escápula e dirigem-se obliquamente em direção ao úmero. Ali, o
redondo maior se insere anteromedial e inferiormente ao tubérculo menor do
Principais grupos musculares 11

úmero, enquanto o redondo menor se fixa na porção superior do tubérculo


maior (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013).
Profundamente à escápula, localiza-se o músculo subescapular (Figura 6b),
que apresenta FP na fossa subescapular da escápula e FD no tubérculo menor do
úmero e cápsula da articulação do ombro (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013).
O músculo supraespinhal (Figura 6a) tem FP no ângulo superior da
escápula e passa sob o acrômio, inserindo-se distalmente no tubérculo
maior do úmero (MARQUES, 2005: HALL, 2016). Abaixo da espinha
da escápula, localiza-se o infraespinhal (Figura 6a), que apresenta FP na
margem medial da escápula, enquanto sua FD é imediatamente inferior à
inserção do supraespinhal, no tubérculo maior do úmero (LIPPERT, 2013;
HALL, 2016).
O músculo serrátil anterior (Figura 6b) apresenta sua FP na porção antero-
lateral do tórax em formato serrilhado. Ele se dirige posteriormente, passando
entre a escápula e a caixa torácica, onde se insere na face costal da escápula
ao longo da margem medial (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013).
Anteriormente, na porção superior do tronco, localiza-se o peitoral
maior (Figura 6b), que costuma ser subdividido em porção clavicular e
esternocostal. A clavicular apresenta FP na superfície anterior da metade
esternal da clavícula; já a FP da porção esternocostal ocorre no corpo do
esterno e nas cartilagens das seis primeiras costelas. Ambas porções têm
FD na crista do tubérculo do úmero (MARQUES, 2005; LIPPERT, 2013;
HALL, 2016).
Profundamente ao peitoral maior, localiza-se o músculo peitoral menor
(Figura 6b). Sua FP é na superfície anterior da 3ª à 5ª costela, enquanto a sua
FD ocorre no processo coracoide escapular (HALL, 2016; LIPPERT, 2013).
O coracobraquial (Figura 6b) fixa-se proximalmente no ápice do processo
coracoide da escápula e apresenta FD na face ventral e medial da porção média
da diáfise do úmero (MARQUES, 2005).

Músculos dos membros superiores


O músculo deltoide (Figura 7b) recobre as três faces da articulação do ombro
e, funcionalmente, é dividido em três partes: clavicular, acromial e espinhal. A
porção clavicular (anterior) apresenta FP no terço lateral da clavícula; a acromial
12 Principais grupos musculares

(média), na porção lateral do acrômio; e a espinhal (posterior), na espinha da


escapula. Todas as porções se dirigem inferiormente até se fixarem distalmente
na tuberosidade do músculo deltoide (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).

Figura 7. Músculos subescapular, bíceps braquial e tríceps braquial.


Fonte: Behnke (2014, p. 72)

O músculo bíceps braquial (Figura 7b) possui duas cabeças que apresentam
FP distintas. A da cabeça longa é no tubérculo supraglenoidal da escápula,
enquanto a da cabeça curta encontra-se no ápice do processo coracoide esca-
pular. Ambas se unem formando um ventre muscular comum, fazendo FD na
tuberosidade do rádio (DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).
O tríceps braquial (Figura 7a) apresenta três cabeças: cabeça longa, cabeça
lateral e cabeça medial. A primeira insere-se proximalmente na margem inferior
da cavidade glenoidal; a segunda, na região lateral da face posterior do úmero;
enquanto a terceira, que é mais profunda e lateral, inferiormente à cabeça
lateral. Ao se unirem formando o ventre do tríceps, fixam-se distalmente no
olecrano da ulna (DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).
Principais grupos musculares 13

Por sua vez, o músculo braquiorradial (Figura 8a), como o próprio nome já
diz, apresenta uma fixação no úmero (bráquio) e outra no rádio. A primeira é
o local de sua FP, que ocorre mais especificamente na crista supraepicondilar
lateral; já a segunda é onde se fixa distalmente, junto ao processo estiloide do
rádio (DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).

Figura 8. Músculos braquiorradial, braquial, pronador redondo e pronador quadrado.


Fonte: Adaptado de Behnke (2014).

O braquial (Figura 8b) tem FP na face anterior do úmero, na sua metade inferior
(distal) e FD no processo coracoide e na tuberosidade da ulna (LIPPERT, 2013).
Dois músculos localizados no antebraço e que têm por função realizar a
pronação do rádio são o pronador redondo e o quadrado (Figura 8c). O primeiro
faz FP no epicôndilo medial do úmero e no lado medial do processo coronoide da
ulna. Já o segundo, localizado na porção distal do antebraço, tem FP no quarto
distal da ulna e FD no quarto distal do rádio (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O flexor radial do carpo (Figura 9a) é relativamente superficial e insere-se
proximalmente no epicôndilo medial do úmero, atravessando a região anterior
do antebraço, onde faz FD na base do 2º e 3º ossos do metacarpo (MARQUES,
2005; LIPPERT, 2013).
14 Principais grupos musculares

Figura 9. Músculos superficiais, intermediários e profundos do punho e da mão, em vista anterior.


Fonte: Adaptado de Behnke (2014).

O flexor ulnar do carpo (Figura 9a), assim como o anterior, é relativamente


superficial e sua FP também ocorre no epicôndilo medial do úmero; no entanto,
sua FD é na base do 5º osso metacarpal e no osso pisiforme (MARQUES,
2005; LIPPERT, 2013).
Dois músculos importantes para a flexão dos dedos são o flexor superficial
dos dedos (Figura 9b) e o flexor profundo dos dedos (Figura 9c). O primeiro,
mais superficial, tem sua FP no epicôndilo lateral do úmero, no processo
coronoide da ulna e na linha oblíqua do rádio. Na porção distal, ele se divide
em quatro tendões que se fixam em cada lado da falange média de cada dedo,
do 2º ao 5º dedo da mão. O flexor profundo dos dedos, como o próprio nome
afirma, é mais profundo que o anterior. Apresenta FP nas faces anterior e
medial da ulna, indo do processo coronoide até aproximadamente três quartos
da extensão da ulna. Também se divide em quatro tendões que fazem FD na
base das falanges distais do 2º ao 5º dedo da mão (LIPPERT, 2013; DUFOUR;
PILLU, 2016; HALL, 2016).
O extensor dos dedos (Figura 9d), localizado na região posterior do ante-
braço, tem sua FP localizada no epicôndilo lateral do úmero e, após se dividir
em quatro tendões, fixa-se distalmente na falange distal do 2º ao 5º dedo
(LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O flexor longo do polegar (Figura 9a) tem FP na face anterior do rádio e
na membrana interóssea, enquanto a FD ocorre na base da falange distal do
polegar. O abdutor longo do polegar (Figura 9d) fixa-se proximalmente na
face posterior distal da ulna, no terço médio da face posterior do rádio e na
membrana interóssea, e sua FD é na face lateral da base do 1º metacarpo. O
extensor longo do polegar (Figura 9d) tem seu ponto de FP na face posterior
Principais grupos musculares 15

distal do rádio e na membrana interóssea, e sua inserção distal localiza-se na


face posterior da base da falange proximal do polegar. Já o extensor curto do
polegar (Figura 9d) fixa-se proximalmente na região posterior do terço médio
da ulna e na membrana interóssea e termina se fixando na base da falange
distal do polegar (LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).

Músculos intrínsecos da mão


O flexor curto do polegar (Figura 9b) apresenta FP na face ulnar do 1º metacarpo
(trapézio), enquanto sua FD é na base palmar ulnar da falange proximal do
polegar. O abdutor curto do polegar (Figura 9b) tem FP nos ossos trapézio e
escafoide (metacarpos) e FD na base radial da 1ª falange do polegar. Finalizando
os músculos tênares, o oponente do polegar (Figura 9c) fixa-se proximalmente
no retináculo dos flexores e no tubérculo do trapézio e apresenta FD na face
lateral (radial) do 1º metacarpo (LIPPERT, 2013, HALL, 2016).
O músculo flexor do dedo mínimo (Figura 9b) insere-se proximalmente
no hâmulo do osso hamato e no retináculo dos flexores, direcionando-se
para a base da falange proximal no dedo mínimo, onde faz FD (MARQUES,
2005). O abdutor do dedo mínimo (Figura 9b), mais superficial e medial que
o anterior, tem FP no osso pisiforme e no tendão do flexor ulnar do carpo, e
apresenta FD na base da falange proximal do dedo mínimo. Por fim, o opo-
nente do dedo mínimo (Figura 9c), que é mais profundo que os anteriores, tem
inserção proximal no retináculo dos flexores e no hâmulo do osso hamato, e
distalmente insere-se no lado ulnar ao longo do 5º metacarpo (MARQUES,
2005; LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O adutor do polegar (Figura 9c), um músculo palmar profundo, tem FP no
osso captato, na base do 2º metacarpo e na face palmar do 3º metacarpo. Sua
FD localiza-se na base da falange proximal do polegar (MARQUES, 2005;
LIPPERT, 2013).

Músculos dos membros inferiores


O músculo iliopsoas é, na verdade, composto por dois músculos, o ilíaco e
o psoas maior, que apresentam inserções proximais distintas, porém uma
inserção distal comum. O ilíaco (Figura 10a) tem FP na fossa ilíaca, enquanto
a do psoas maior (Figura 10a), nos processos transversos, corpos vertebrais
e discos intervertebrais da 12ª vértebra torácica até a 5ª vértebra lombar. A
sua FD ocorre no trocanter menor do fêmur (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
16 Principais grupos musculares

Figura 10. Músculos dos membros inferiores — quadril.


Fonte: Adaptado de Behnke (2014).

O reto femoral (Figura 10a) tem a sua FP na espinha ilíaca anteroinferior (EIAI).
Ele desce quase em linha reta ao longo da coxa, unindo-se aos três músculos vastos
do quadríceps, formando o seu tendão, que recobre a patela, cruzando o joelho e
inserindo-se na tuberosidade da tíbia (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O mais longo músculo do corpo humano, o sartório (Figura 10a), insere-se
proximalmente na espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) e segue diagonalmente
na coxa até se fixar distalmente na parte medial superior da tíbia (LIPPERT, 2013).
O pectíneo (Figura 10b) é um músculo pequeno que apresenta inserção
proximal no ramo superior do púbis (crista pectínea do ramo púbico), enquanto
sua FD ocorre na porção proximal medial do fêmur (LIPPERT, 2013).
Os adutores do quadril englobam quatro músculos: o adutor longo, curto e
magno, além do músculo grácil (LIPPERT, 2013; HALL, 2016). O adutor longo
(Figura 10b) é o mais superficial e faz FP na superfície anterior do corpo do púbis
próximo ao tubérculo púbico (face anterior do púbis), e sua FD é no terço médio
da linha áspera do fêmur. O adutor curto (Figura 10b), o mais profundo dos três,
insere-se proximalmente no ramo inferior do púbis, e distalmente insere-se na
linha áspera superior do fêmur. O terceiro, o adutor magno (Figura 10b), tem FP
no túber isquiático, no ramo do ísquio e no ramo do púbis, e sua FD ocorre ao
longo de toda a linha áspera e no tubérculo do adutor. Por fim, o grácil (Figura
10b), que é um músculo biarticular, tem FP na sínfise púbica e no ramo inferior
Principais grupos musculares 17

do púbis, de onde desce em posição medial e superficial, cruzando a articulação


do joelho, fazendo sua FD na superfície anteromedial da extremidade proximal
da tíbia (LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016; HALL, 2016).
Localizado posteriormente, o glúteo máximo (Figura 10c), um músculo
grande e espesso, insere-se proximalmente na face dorsal do sacro, cóccix e
na face glútea do ílio. Sua fixação distal encontra-se na superfície posterior do
fêmur (tuberosidade glútea), inferiormente ao trocanter maior. Mais lateralmente,
localizam-se o glúteo médio (Figura 10c) e o mínimo (Figura 10c). O primeiro,
de formato triangular, tem sua FP na face glútea do ílio e sua FD na superfície
lateral do trocanter maior. Já o segundo é mais profundo e insere-se na face
glútea do ílio, inferiormente à FP do glúteo médio. Sua FD está localizada no
trocanter maior, nas suas faces superior e lateral (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
Os músculos isquiotibiais apresentam FP em comum, que ocorrem na
tuberosidade isquiática (LIPPERT, 2013). Tanto o semimembranáceo (FIGURA
10c) quanto o semitendíneo (FIGURA 10c) apresentam FD na porção proximal
medial da tíbia; no entanto, a do segundo é inferior à do primeiro. Já o bíceps
femoral (Figura 10c), mais lateral, tem FD no côndilo lateral da tíbia e na
cabeça da fíbula (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O tensor da fáscia lata (Figura 10a) é um músculo com ventre muscular
curto, porém com uma inserção tendinosa muito longa. Sua inserção proximal
ocorre na EIAS, de onde desce lateralmente até se inserir distalmente em uma
faixa de tecido facial denominada trato íliotibial (Figura 10c) que, por sua
vez, faz inserção no côndilo lateral da tíbia (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
Todos os músculos do quadríceps formam um tendão comum que, como já
foi citado, faz inserção distal na tuberosidade da tíbia. O vasto lateral (Figura
10a), que ocupa uma posição mais lateral em relação ao reto femoral, insere-se
proximalmente na linha áspera do fêmur e no trocanter maior. O vasto medial
(Figura 10a) também faz FP na linha áspera mais medial, enquanto o músculo
vasto intermédio (Figura 10a), mais profundo que o reto femoral, tem FP na
superfície anterolateral do fêmur (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O músculo gastrocnêmio (Figura 11a), que é biarticular, possui duas cabeças,
que se inserem proximalmente na superfície posterior dos côndilos medial
e lateral do fêmur. Após se unirem, formam o tendão calcâneo (tendão de
Aquiles) que tem FD na superfície posterior do calcâneo. Mais inferiormente
ao gastrocnêmio, localiza-se o sóleo (Figura 11b), que tem sua FP na face
posterior da tíbia e da fíbula, e que também se une formando o tendão calcâneo
(LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
18 Principais grupos musculares

Figura 11. Músculos dos membros inferiores — vistas posterior (a,b,c); anterior (d); lateral (e).
Fonte: Adaptado de Behnke (2014).

O tibial posterior (Figura 11c), que é ainda mais profundo, tem sua FP na
membrana interóssea e nos dois terços posterosuperiores da tíbia e da fíbula.
Ele desce na região posterior da perna, direcionando-se ao maléolo medial,
onde se insere distalmente no navicular, cuboide e 2º ao 5º ossos metatarsais
(LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
Mais lateralmente na perna, o flexor longo do hálux (Figura 11c) faz FP na
face posterior da fíbula e na membrana interóssea, enquanto sua FD se localiza
na falange distal do hálux. Por sua vez, localizando-se mais medialmente
na perna, o músculo flexor longo dos dedos (Figura 11c) também insere-se
proximalmente na face posterior da tíbia; no entanto, sua FD é realizada
por quatro tendões que se inserem na falange distal do 2º ao 5º dedos do pé
(LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016).
Principais grupos musculares 19

O músculo tibial anterior (Figura 11e) tem sua FP nos dois terços anteriores da
face lateral da tíbia e na membrana interóssea. Ele desce pela perna fazendo inserção
distal na superfície medial do 1º cuneiforme e do 1º metatarso (HALL, 2016).
O extensor longo do hálux (Figura 11d), localizando mais profundamente
ao anterior, apresenta FP na face medial da fíbula e na membrana interóssea
e FD na superfície dorsal da falange distal do hálux. Localizado mais late-
ralmente do que o extensor longo do hálux, encontra-se o extensor longo dos
dedos (Figura 11d), que se insere proximalmente na superfície anteromedial
da fíbula, no seu côndilo e na sua cabeça (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O fibular longo (Figura 11c e 11e) tem sua inserção proximal na cabeça e na
face lateral da fíbula e na membrana interóssea. O seu tendão curva-se atrás
do maléolo lateral, onde torna-se profundo e cruza a planta do pé, indo em
direção medial até se inserir distalmente na superfície lateral do 1º cuneiforme
e do 1º metatarso (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).

Alguns autores referem-se aos músculos fibular longo e o tibial anterior como uma uni-
dade funcional denominada de “estribo do pé”, pois o fibular longo desce lateralmente
na perna e o seu tendão cruza o pé em direção medial, aproximando-se do tendão
do tibial anterior. Por sua vez, este desce pela região anterior da perna e seu tendão se
direciona até inserir-se próximo ao tendão do fibular longo, formando uma estrutura
semelhante à letra U, daí a ideia do estribo. Essa estrutura funcional representa um
importante papel na estabilidade do arco plantar (LIPPERT, 2013; DUFOUR; PILLU, 2016)

O fibular curto (Figura 11c e 11e), mais profundo, menor e com um tendão
mais curto que o anterior, tem sua FP na parte inferior da face lateral da fíbula.
Seu tendão, assim como o fibular longo, direciona-se para trás do maléolo
lateral, seguindo em direção anterior e inserindo-se distalmente na base do
5º osso metatarsal (LIPPERT, 2013; HALL, 2016).
O abdutor do hálux (Figura 12c) fixa-se proximalmente no processo medial
da tuberosidade do calcâneo, enquanto sua FD é na face medial da base da
falange proximal do hálux (MARQUES, 2005).
20 Principais grupos musculares

O adutor do hálux (Figura 12a e 12b) apresenta duas cabeças, uma oblíqua,
que faz FP na base do 2º ao 4º metatarso, e uma transversal, que se insere
proximalmente nos ligamentos metatarsofalangianos plantares do 3º ao 5º dedo.
Essas duas porções se unem formando um tendão que se insere distalmente
na face lateral da base da falange proximal do hálux (MARQUES, 2005).
O flexor curto do hálux (Figura 12a e 12b) tem FP na porção medial da
superfície plantar dos ossos cuboides e parte adjacente no cuneiforme lateral.
Sua FD é feita por dois tendões nas faces lateral e medial da base da falange
proximal do hálux (MARQUES, 2005).
O flexor curto dos dedos (Figura 12c) tem sua FP no processo medial da
tuberosidade do calcâneo e distalmente se divide em quatro tendões que se
inserem nas falanges intermediárias do 2º ao 5º dedo (MARQUES, 2005).

Figura 12. Músculos dos membros inferiores — pé.


Fonte: Adaptado de Behnke (2014).

Neste capítulo, foram apresentados os principais grupos musculares identi-


ficados no nosso corpo, responsáveis pela realização de quase todos os nossos
movimentos articulares. O conhecimento de suas inserções, seja distal ou
proximal, é fundamental para compreender e analisar as diferentes formas e
direcionamento do movimento.
É importante compreender, por exemplo, que um músculo biarticular
realiza movimentos distintos, dependendo da posição, da força de tração e do
ponto de apoio. De fato, um dos pontos centrais no estudo da cinesiologia é
a compreensão dessa temática; portanto, o seu entendimento é fundamental
para a compreensão de toda a avaliação e aplicação do movimento.
Principais grupos musculares 21

BEHNKE, R. S. Anatomia do movimento. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2014.


DUFOUR, M.; PILLU, M. Biomecânica funcional: membros, cabeça, tronco. Barueri: Ma-
nole, 2016.
FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrutural. 19. ed. Barueri: Manole, 2016.
HALL, S. J. Biomecânica básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
MARQUES, A. P. Cadeias musculares: um programa para ensinar avaliação fisioterapêutica
global. 2. ed. Barueri: Manole, 2005.

Leituras recomendadas
LIMA, C. S.; PINTO, R. S. Cinesiologia e musculação. Porto Alegre: Artmed, 2007.
MCGINNIS, P. M. Biomecânica do esporte e do exercício. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
OATIS, C. A. Cinesiologia: a mecânica e a patomecânica do movimento humano. 2. ed.
Barueri: Manole, 2014.
WEINECK, J. Anatomia aplicada ao esporte. 18. ed. Barueri: Manole, 2013.

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