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INTRODUÇÃO

O termo “postura”, segundo Gonzalez (2005) pode ser definido como sendo a
posição ereta adotada pelo ser humano, em perfeito equilíbrio com a ação da
gravidade, gastando o mínimo de energia possível. Esse baixo gasto energético é
decorrente de uma menor sobrecarga articular que, por sua vez, determina uma
atividade muscular menos intensa,
Além disso, “postura” pode ser entendida também, como sendo uma posição
mantida de maneira automática e espontânea, ou ainda simplesmente considerada a
forma pelo qual um determinado indivíduo sustenta seu corpo, cada um com sua
maneira característica. Segundo Enoka (2000), “postura” é uma resposta
neuromecânica que se relaciona com a manutenção da estabilidade músculo-
esquelético.
Gagey e Weber (2000) apud Gonzalez (2005), afirmam que, a expressão para
o mundo exterior se dá, não apenas, através das mímicas manuais e faciais, mas
também, através da disposição corporal no seu conjunto. Sendo assim, fica claro
que a postura também está intimamente ligada à vida emocional.
Segundo Bienfait (1995), a coluna vertebral é o ponto chave da sustentação e
equilíbrio do corpo, juntamente com a musculatura paravertebral. Kisner e Colby
(2009) concluem que o movimento da coluna vertebral é descrito tanto globalmente
quanto nas suas unidades funcionais ou movimento segmentar.
Corrigan e Maitland (2005) descrevem que a coluna consiste em um sistema
complexo e flexível por níveis sucessivos de articulações segmentares. Os
movimentos da coluna compreendem o somatório de movimentos sincronizados que
acontecem em cada nível intervertebral. As projeções ósseas, os processos
transversos e espinhais permitem que os músculos e as inserções ligamentares
ajudem a controlar o movimento.
Os músculos se encontram em contração permanente, mantida por uma
função reflexa de atuação ininterrupta, que estabelece o tônus postural. É ao tônus
postural que devemos à manutenção da posição ereta, a sustentação dos
segmentos pendulares, as reações de adaptação estática inconsciente de equilíbrio.
Esse tônus antigravitacional depende diretamente de proprioceptores, para
apresentar um funcionamento adequado.
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Os proprioceptores são estruturas destinadas a receber determinadas


informações e transmiti-las ao Sistema Nervoso Central (GONZALEZ, 2005). Dentre
eles, as terminações sensoriais nas cápsulas articulares e ligamentos, os receptores
na pele e tecidos profundos, próximos às articulações, os fusos musculares, que
detectam o alongamento muscular.
O corpo é capaz de apresentar a propriocepção, ou seja, a “sensibilidade” que
fornece informações sobre as atividades sinestésicas e posturais próprias do corpo
humano. As sensações estão diretamente relacionadas ao estado físico do corpo.
Isso inclui as sensações de posição e equilíbrio provenientes de tendões, músculos
e articulações.
Os estímulos externos influenciam todos os sentidos e isso inclui nosso
sentido proprioceptivo. Quanto maior o número de estímulos que um indivíduo
vivencia, mais treinados estarão seus receptores e sua musculatura. A consciência
do corpo no espaço, a percepção corporal e a relação existente entre corpo e
ambiente estão intimamente ligadas aos sentidos.
Segundo Schneider et al (2009), afirmam que prestar atenção ao corpo e
interpretar suas mensagens corretamente, poderá compreender e atuar sobre elas,
pois o movimento é a verdadeira essência da vida. Um exercício é simplesmente um
movimento ou uma série de movimentos estruturados e repetidos.
A imagem que um indivíduo faz em relação a outro indivíduo comenta
Gonzalez (2005), não coincide com a imagem que esse segundo indivíduo tem de si
mesmo. Isso se deve ao fato de a imagem corporal não estar ligada apenas aos
órgãos do sentido, mas também à percepção interna da autoconsciência. Essa
imagem corporal é definida, segundo Tavares (2003), como sendo todas as
maneiras das quais um indivíduo pode se valer, para experienciar e conceituar seu
próprio corpo. A maneira com que o corpo humano se expressa, possibilita um
equilíbrio harmonioso.
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1. JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa visa realizar uma avaliação postural e também uma avaliação
da percepção corporal e comparar as informações colhidas para que se tenha uma
idéia sobre a percepção corporal do indivíduo e também sobre a maneira como esse
mesmo indivíduo está exteriorizando essa percepção (postura) que, dentre outros
fatores, é influenciada pela imagem que faz de si mesmo.
Sabe-se que os aspectos físicos influenciam comportamentos psicológicos,
sendo assim, será utilizado um questionário para adolescentes onde irá contribuir
para a análise do estudo.
É fundamental nos dias de hoje, aprendermos desde jovens a ter consciência
corporal e interpretar as mensagens para redescobrir a consciência física, sensorial
do próprio corpo conseguindo sentir cada vez mais o que acontece com o corpo,
interna e externamente.
Essas análises visam considerar as experiências vividas, emoções e histórico
de cada um, respeitando assim o ser humano como um todo.
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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Comparar os resultados de uma avaliação postural aos resultados de uma


avaliação da percepção corporal, ambas realizadas em um grupo de adolescentes, a
fim de descobrir a relação entre elas. Ou seja, saber se o indivíduo é capaz de
perceber suas simetrias e assimetrias para considerar-se como tendo uma
percepção corporal satisfatória ou não.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

* Avaliar postura corporal.

* Realizar avaliação da percepção corporal.

* Analisar e comparar essas avaliações.


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3. MATERIAL E MÉTODOS

Serão selecionados 10 adolescentes que fazem parte da ONG Crescer no


Campo, com idade entre doze e quatorze anos.
Após ser aceito e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) pela representante da ONG Crescer no Campo, os voluntários serão
submetidos a uma avaliação postural (APÊNDICE A), enfocando principalmente
pontos anatômicos. Além disso, todos os participantes serão submetidos a uma
avaliação da percepção corporal através do método Askevold, Gonzalez (2005)
(ANEXO1).
Nesse método o adolescente será avaliado e posicionado frente a uma folha
de papel crafit (1,40m de comprimento e 0,60m de largura) fixada à parede a uma
altura de 0,40m do solo, solicitando que o adolescente realize a flexão dos ombros
(90º graus) com os cotovelos estendidos de maneira a tocar o papel à sua frente,
para se estabelecer uma distância correta em relação à folha de papel. O
adolescente será instruído a imaginar que está em frente a um espelho, explicando
que quando o avaliador tocar em algum ponto do corpo, o indivíduo deve marcar
com uma caneta hidrográfica, um ponto no papel correspondente ao ponto tocado.
Dessa forma, todo ponto tocado conta com sua representação imediatamente
assinalada pelo adolescente. Os pontos tocados serão: ápice da cabeça,
articulações acrômio claviculares direita e esquerda, as curvas da cintura direita e
esquerda (acima dos ápices das cristas ilíacas) e o trocanter maior do fêmur direito e
esquerdo.
As duas avaliações serão realizadas no mesmo dia e pelo mesmo avaliador,
sendo que primeiro, será a avaliação postural, em seguida a avaliação da percepção
corporal.
Serão feitas análises em relação à postura e à percepção corporal,
comparando-se os dados obtidos nas avaliações.
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4. CRONOGRAMA DA PESQUISA – 2011
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Escolha do
orientador X

Revisão de
literatura X X X

Fichament X X X X
o
Elaboração
do Projeto X X
Entrega do
Projeto X
Envio do
Projeto ao X
Comitê de
Ética
Coleta de
dados X X X
Análise dos
dados X X X
Elaboração
da X X X
monografia
Entrega da
monografia X
para a
banca
Defesa da
Monografia X
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Entrega da
Monografia X
corrigida
5. REFERÊNCIAS

ASKEVOLD, 1975 - Gonzalez, T.C.

BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáticos. 3 ed. São Paulo: Summus, 1995.

CORRIGAN, B.; MAITLAND,G.D., Transtornos Musculoesqueléticos da Coluna


Vertebral. Rio de Janeiro-RJ. Editora Revinter Ltda., 2005.

ENOKA, R.M. Bases Biomecânicas da Cinesiologia. 2 ed. São Paulo: Manole,


2000.

GAGEY, P; WEBER, B. Posturologia: regulação e distúrbios da posição


ortostática. 2 ed. SãoPaulo: Manole, 2000.

GONZALEZ, T. C. Avaliação da percepção corporal através da correlação de uma


Avaliação postural e o teste de askevold, Monografias do Curso de Fisioterapia da
Unioeste. Universidade Estadual do Oeste do Paraná Centro de ciências
Biológicas e da Saúde Curso de fisioterapia. n01 – 2005 ISSN 1675-8265

KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e técnicas.


5ª ed. São Paulo: Manole, 2009.

SCHENEIDER, M.; LARKIN, M.; SCHENEIDER D., Manual de Auto Cura-Método


Self Healing. 4ª ed. rev 2009, São Paulo:Trion.

TAVARES, M.C. Imagem Corporal: conceito e desenvolvimento. Barueri: Manole, .


2003
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6. APÊNDICE A

Ficha de Avaliação Postural

Data:_________/_________/__________

Escolaridade_______________________________________

Data de nascimento: ___/___/________ Idade:_______

Vista Anterior

Cabeça: ( ) Alinhada ( ) Inclinada à D ( ) Inclinada à E

( ) Rodada à D ( ) Rodada à E

Ombros: ( ) Simétrico ( ) D mais alto ( ) E mais alto

( ) Enrolado D ( ) Enrolado E

Posição das clavículas: ( ) Simétricas ( ) D mais alta ( ) E mais alta

Rotação da pelve: ( ) Sim ( ) Não ( ) D rodada anteriorm


( ) E rodada anteriorm

EIAS: ( ) Simétrica ( ) D mais alta ( ) E mais alta

Joelho: ( ) Normal ( ) Valgo ( ) Varo

Patela: ( ) Simétrica ( ) Medializadas ( ) D rodada


( ) E rodada

Tornozelo: ( ) Normal ( ) Varo ( ) Valgo

Pés: ( ) Normal ( ) Plano ( ) Cavo


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Vista Lateral Esquerda

Cabeça: ( ) Normal ( ) Protrusa ( ) Retrusa

( ) Inclinada ( ) Rodada

Lordose cervical: ( ) Normal ( ) Hiperlordose ( ) Retificada

Ombros: ( ) Alinhados ( ) Protusos ( ) Retrusos


( ) Enrolados

Cifose dorsal: ( ) Normal ( ) Hipercifose ( ) Retificação

Lordose diafragmática: ( ) Presente ( ) Ausente

Lordose lombar: ( ) Normal ( ) Hiperlodose ( ) Retificada

Pelve: ( ) Normal ( ) Antevertida ( ) Retrovertida

Joelho: ( ) Normal ( ) Recurvatum ( ) Flexum

Vista Lateral Direita

Cabeça: ( ) Normal ( ) Protrusa ( ) Retrusa

( ) Inclinada ( ) Rodada

Lordose cervical: ( ) Normal ( ) Hiperlordose ( ) Retificada

Ombros: ( ) Alinhados ( ) Protusos ( ) Retrusos


( ) Enrolados

Cifose dorsal: ( ) Normal ( ) Hipercifose ( ) Retificação

Lordose diafragmática: ( ) Presente ( ) Ausente

Lordose lombar: ( ) Normal ( ) Hipeterdose ( ) Retificada

Pelve: ( ) Normal ( ) Antevertida ( ) Retrovertida

Joelho: ( ) Normal ( ) Recurvatum ( ) Flexum


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Adaptada pela autora

7. ANEXO 1
FIGURA DE ASKEVOLD
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