Diapositivo Aula Nº4

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Úlceras de Pressão

Úlceras de Pressão

► Epidemiologia e custos das UP


► Etiologia das Úlceras de Pressão
► Avaliação e Classificação das UP

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Como PREVENIR estas feridas?
“Thou wouldst have deemed them awake, whilst they were asleep, and We turned
them on their right and on their left sides: their dog stretching forth his two fore-
legs on the threshold: if thouhadst looked at them, thou wouldst have certainly
turned back from them in flight, and wouldst certainly have been filled with terror of
them.”
18th Surah-Al Kahf, 18th verse.

Barutçu, A. The quran and sacred books of christians. EWMA


journal, Volume 9, number 2, May 2009

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Jean Martin Charcot (1825-1893)

Charcot (1877) concluiu que os médicos nada


podiam fazer para prevenir úlceras de pressão

Wellcome Library, London

Galloway (1899) Apresenta uma teoria bastante similar a que temos


na actualidade (pressão, fricção. humidade)

A Influência de Florence Nightingale foi


notória – a limpeza é o mais importante!

Wellcome Library, London

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RECOMENDAÇÕES CLÍNICAS PARA
PREVENÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO

Limpar e secar a pele (lavar pelo menos 2 x ao dia), a


lisura das roupas de cama, em casos graves associar o
uso de colchão ou almofadas de água.
(Hughes, 1899)

A redução da pressão, o movimento, limpeza de pele,


aplicação de “pó de talco”, esfregar a pele com álcool.
(Galloway, 1899)

Uso de camas de água, reposicionamentos e


endurecimento da pele com álcool
(whisky na Escócia e na Inglaterra brandy).
(Paget, 1873)

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(1917) Catalogo de Cuxon Gerrard & Co
Estes colchões estavam dísponiveis para vender ou alugar.
(Dealey, 2006)

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NOVAS EVIDÊNCIAS EM
ÚLCERAS DE PRESSÃO
SEC XIX
Poucos médicos mostram interesse em úlceras de pressão…

Enfermeiros culpam outros enfermeiros pela sua ocorrência…

Grande parte da prevenção e do tratamento é ritualística…

Equipamentos disponíveis limitados…

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NOVAS EVIDÊNCIAS EM
ÚLCERAS DE PRESSÃO

SEC XXI

Será muito diferente?...

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Úlceras de Pressão
vs
Úlcera por Pressão
EPIDEMIOLOGIA

Terminologia

PRESSURE SORES,

PRESSURE DAMAGE,

PRESSURE INJURIES,

BED SORES,

DECUBITUS ULCERS

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“LESÃO CAUSADA POR PRESSÃO.”

(CLARKE, 1988)
“ULCERAÇÃO DA PELE RELACIONADA COM DANOS CAUSADOS POR PRESSÃO.”

(COLLIER, 1995)
“DANO LOCALIZADO NA PELE CAUSADA PELA RUPTURA DO APORTE SANGUÍNEO LOCAL.”

(DEALEY, 1999)
“LESÃO LOCALIZADA NA PELE E TECIDOS SUBJACENTES CAUSADA POR PRESSÃO,
TORÇÃO OU DESLIZAMENTO, FRICÇÃO E/OU UMA COMBINAÇÃO DESTES FACTORES.”

(EPUAP, 1999)
“UMA UP É UMA LESÃO LOCALIZADA NA PELE E/OU TECIDOS SUBJACENTES,
NORMALMENTE SOBRE UMA PROEMINÊNCIA ÓSSEA, EM RESULTADO DA PRESSÃO
OU DE UMA COMBINAÇÃO ENTRE ESTA E FORÇAS DE TORÇÃO. ÀS ÚLCERAS DE
PRESSÃO TAMBÉM ESTÃO ASSOCIADOS FACTORES CONTRIBUINTES E DE
CONFUSÃO CUJO PAPEL AINDA NÃO SE ENCONTRA TOTALMENTE ESCLARECIDO.”
(EPUAP, 2009)
Introdução: Úlceras de Pressão

Definição:
“A pressure ulcer is a localized injury to the skin
and/or underlying tissue usually over a bony
prominence, as a result of pressure, or pressure
in combination with shear”.

“A number of contributing or
confounding factors are also
associated with pressure
ulcers; the significance of these
factors is yet to be elucidated”.

NPUAP/EPUAP guidelines, 2009


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EPIDEMIOLOGIA
TIPOS DE ESTUDOS
• Uma pesquisa utilizando abordagem através de
questionários postais (survey approach ): Os
resultados são dependentes de taxas de resposta e à validade do
questionário utilizado.

• Pesquisas dirigidas (Opportunistic survey ) : Estas não


são consideradas tão fiáveis como abordagens aleatórias.

• Estudo de Caso (case-study approach): Isto envolve um


caso individual de exemplo, o número total de doentes num hospital
particular ou Lar de idosos . Estes achados não podem ser
generalizados para além dos membros do grupo em questão.

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EPIDEMIOLOGIA

“A avaliação da incidência e da prevalência é um problema “.

“O melhor método para avaliar a prevalência (úlceras de


pressão) é através de uma amostra aleatória ou da amostra
total da população em risco, usando um procedimento
standardizado”.

“As desvantagens deste tipo de abordagem, é que são


necessárias amostras muito grandes para condições com
relativa baixa prevalência”

*O’Dea K (1995) The prevalence of pressure sores in four European


countries, Journal of Wound Care, 4, 4, 192-195

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EPIDEMIOLOGIA
Reconhecer as diferentes fases de úlceras de
pressão.

O pessoal deve ser treinado para ser capaz de


reconhecer as diferentes fases de úlceras de
pressão.

Se realizarmos um estudo epidemiológico


através de telefone, ou as notas clínicas como a
fonte de informação, não iremos ter as
informações correctas.

Neste website http://www.epuap. vai encontrar um


estudo que demonstra que o mesmo com pessoal
treinado divergem as opiniões sobre a classificação da
UP,
Quando se mostrou fotografias de doentes com um UP.

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EPIDEMIOLOGIA

European Pressure Ulcer Advisory Panel

• Projecto Piloto de Prevalência em Úlceras de pressão


• Dados colhidos em 26 hospitais na:
– Belgica
– Italia
– Portugal
– Suecia
– Reino Unido
• Dados colhidos entre Novembro 2001 - Fevereiro 2002

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EPIDEMIOLOGIA
European Pressure Ulcer Advisory Panel Guide to Pressure Ulcer Grading

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EPIDEMIOLOGIA

Pressure Ulcer Prevalence Project

Prevalência global – 18,1%

Grande variância entre países

(Vanderwee K., Clark M., Dealey C., Gunninberg L., Defloor, T. Pressure Ulcer Prevalence in Europe: a pilot study.
Journal Evaluation Clinical Practice. 2007)

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EPIDEMIOLOGIA

Pressure Ulcer Prevalence Project

2001 – NPUAP

PREVALÊNCIA HOSPITAIS – 15%


INCIDÊNCIA HOSPITAIS – 7%

National Pressure Ulcer Advisory Panel. Pressure Ulcers in America: Prevalence, incidence and
implications for the future. Cuddigan J, Ayello E, Sussman C., Editors. Reston, VA: NPUAP; 2001

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EPIDEMIOLOGIA

Pressure Ulcer Prevalence


Project
Grau de profundidade da lesão

• Grau 1 n=454 – 42.1%


• Grau 2 n=282 – 15,2%
• Grau 3 n=199 – 19,7%
• Grau 4 n=143 – 23%

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EPIDEMIOLOGIA

Pressure Ulcer Prevalence


Project
Local Anatómico N=1860 UP

• Sacro n=532 (28.6%)


• Calcâneo n=484 (26.0%)
• Tuberosidade isquiática n=186 (10.0%)
• Tornozelo n=149 (8.0%)
• Cotovelo n=143 (7.7%)
• Trocanter n=136 (7.3%)

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EPIDEMIOLOGIA
País N Prevalência Referência
Alemanha 8678 7% Morison et al. 2004

Bélgica 861 21,1% EPUAP, 2001


Canadá 2384 25,7% Morison et al. 2004
Dinamarca 123 14,3% Bermark et al., 2004

Espanha 941 8,8% GNEAUPP, 2003

EUA 15% Baranosky e Ayello, 2005

Holanda 2031 10,1% Morison et al. 2004


Índia 445 4,94% Chauhan et al., 2005
Irlanda 626 12 a 20% Gethin et al., 2005
Itália 2144 13,2% Quaglini et al., 2000
Japão 23500 14,6% Morison et al. 2004
Reino Unido 714 32,1% Morison et al. 2004
Suécia 633 22,9% EPUAP, 2001
Fonte; Ferreira et al., 2007

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EPIDEMIOLOGIA Portugal

HOSPITAL PEDRO HISPANO (2005)

1) Departamento de Cirurgia: Alas B, C e I.


2) Departamento de Medicina: Alas D, E, F e M.
3) Neurocirurgia N=2726
4) Ortopedia Nup: 541
5) Urologia
6) Unidade de Cuidados Intensivos

Taxa de prevalência de úlceras de pressão = 3,82%

Taxa de incidência de úlceras de pressão = 6,47%


Relatório UP ULS Matosinhos, 2 trimestre 2005

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EPIDEMIOLOGIA Portugal

HOSPITAL SÃO JOÃO, EPE (2007) Centro Hospitalar Vila Nova de


Prevalência 14,6% Gaia/Espinho, EPE (2006/2007)

Unidade Cuidados Intensivos


Zonas úlceras de pressão: Polivalente (2007)
Sacro 31% N= 303

Calcâneo 14% Prevalência 20%


Trocânter 11% Incidência 15%
Grupo Feridas HSJ, 2007
Alves, P 2008

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EPIDEMIOLOGIA Portugal
Validação Escala de Braden N= 10.202

Avaliações trimestrais – 01/2004 a 09/2005

73 Serviços distintos em 8 hospitais PrevalênciaTipo de Serviço


Medicina 17,4%
Prevalência = 10,6%
UCIs 16,6%
Antes Depois Urgência 15,3%
31,3% 19,3% Especialidades Med 8,0%

Especialidades Cir 8,6%


Incidência
Cirurgias 7,1%
CSP Cuidados Hospitalares
1,8% 12,9% Ferreira et al., 2007

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Ferreira et al., 2007 Portugal
N= 10.202

Classificação
Categoria I Categoria II Categoria III Categoria IV

18% 22% 23% 37%

Local
Sacro Calcaneo trocanter outros

40,2% 21,7% 10,2% 27,9%

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Equipamento Prevenção

No equip Non electric electric

82,7% 14,4% 2,9%


Ferreira et al., 2007
Posicionamentos Cama

Nenhum / irregular 2/2h 3/3h 4/4h

75,5% 4,7% 10,4% 9,4%

Posicionamentos Chair

Nenhum / irregular 2/2h 3/3h 4/4h

92,1% 1,6% 2,9% 3,4%

Local desenvolveu

Casa Hospital Outro

41,3% 35,4% 23,3%


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38
HOSPITAL PRELADA (2010)
Unidade Queimados
N=67

Incidência Cumulativa 7,46%

Factores de Risco
Incontinência Fecal (OR 71,25[0,18-18,41])
Intolerância Posicionamentos (OR 59,00[6,5-535,74])
Imobilidade (OR 45,83[4,57-460,12])
Administração Noradrenalina (OR 22,40[3,26-154,05])
Administração Dopamina (OR 14,75[1,62-133,94])

Guerra, Alves & Amado, 2010

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Luna Pini
Serviço de Neurologia

41
Serviço de Neurologia

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EPIDEMIOLOGIA vs CUSTOS

Prevalencias variam entre 2.3% e 28%


(National Pressure Ulcer Advisory Panel 2001,
Coleman et al. 2002, Halfens et al. 2005, Lahman
et al. 2005)

Custos Importantes: 1% of total health care cost


(Dutch Health Council, 1999)

Management costs estimated to be between


£1.8bn – £2.6bn (Franks & Posnett 2008)
approx. 2% of healthcare expenditure

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EPIDEMIOLOGIA

Quanto Custa tratar uma Úlcera de Pressão

Os resultados dos estudos revelam-se bastante diferentes:


(Gebhart. 2003, Cho,.2003, Harding, 2000, Lyder, 2002)

Principais objectivos:

Fornecer dados concretos ás Autoridades ao nível da Saúde

Melhorar a alocação de recursos nas instituições e na comunidade

Provar que a prevenção é mais barata que o tratamento

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EPIDEMIOLOGIA
Quanto Custa tratar uma Úlcera de Pressão
1,7 milhões de Doentes desenvolveram UP = 8,5 biliões de Dólares em C.
Saúde
570 milhões no tratamento
(Kuhn e Coulter, 1992; Van Risjwijk, 1993)

Em 1989, nos EUA = Custos UP – 2.000 e 70.000 $ = 1,3 a 1,5 biliões de Dólares ano
(Morison et al. 2004)

Quanto Custa prevenir uma Úlcera de Pressão


60 milhões e 321 milhões de Libras = Prevenção?

Touch Ros & Co citado por Morrison, 2004


Tratamento mais barato que a prevenção

Argyll e Clyde, 1999 Prevenção 150 £/dia


Tratamento 320 £/dia

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EPIDEMIOLOGIA

Source: Bennett, Dealey & Posnett, Age & Ageing, 33, 2004

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Hibbs(1988): mostrou que o custo de tratar um doente com UP na região
sacra era de 26.000 libras e o doente permanecia no hospital, em média, 180
dias

Touche Ross e Co. (1993) RU: hospital de 600 camas – custo estimado entre
600.000 - 3 milhões de libras/ano

Hanson et al. (1994): 1,7 milhões de pessoas desenvolvem UP nos EUA/ano;


os custos com tratamento chegavam a 8,5 biliões de dólares/ano

National Pressure Ulcer Advisory Panel (1989) USA: o custo estimado do


tratamento das UP era de $ 2.000 a 70.000 dólares por ferida, e o custo anual
estimado em cerca de 3,5 biliões de dólares (Granick & Ladin 1998).

Allman and col.(1999): o custo do internamento de um doente que


desenvolve UP, gira em torno de U$ 37.000, ao passo que o mesmo
internamento sem a presença da UP custaria U$ 14.000

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Conclusões de estudos internacionais:
“ Os custos associados ao tratamento de feridas
crónicas são claramente superiores aos custos
indexados à sua prevenção”

Não têm sido avaliados os custos considerados


“ intangíveis ” (mais dificilmente mensuráveis) -
relacionados com a qualidade de vida da população.
Hibbs (1988); Touch Ross (1993); Xakellis (1998)

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EPIDEMIOLOGIA

Sacro 30 - 40%
Calcâneo 12 - 17%
Trocânter 10 - 15%

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