Você está na página 1de 5

Uma das teorias mais aceites atualmente e que pretendem explicar a origem do Universo é

a Teoria do Big Bang.

Pensa-se que, há cerca de 4600 milhões de anos, terá ocorrido um acontecimento extraordinário
que teve como consequência a formação do Sistema Solar.

Do conjunto de astros que se formaram e evoluíram surgiu a Terra, um planeta único e original,
que ocupa a terceira órbita relativamente ao Sol.

A posição e a massa da Terra permitiram a criação de condições propícias ao aparecimento da


vida:

 distância ao Sol:

– é de 150 x 106 km;

– permite que a Terra receba a quantidade de luz e calor necessários à manutenção


da água no estado líquido.

 massa da Terra:

– é de 6 x 1024 kg;

– permitiu desenvolver uma força gravítica capaz de reter uma atmosfera;

– possibilitou desenvolver o calor responsável pela atividade interna da Terra.

A existência das atuais condições do planeta Terra são resultado de uma evolução lenta e
gradual. Tal como a Terra, também a vida sofreu um processo complexo de evolução, depois de
surgir há cerca de 3500 milhões de anos.

As hipóteses que vão sendo propostas para explicar a origem da vida fundamentam-se em
dados, quer laboratoriais, quer de registos fósseis, que procuram explicar os mecanismos que
terão ocorrido no passado.

Os dados existentes apontam para que as primeiras formas de vida tenham sido organismos
unicelulares simples que terão surgido no meio aquático.

Posteriormente, estas formas de vida foram evoluindo, tornando-se mais complexas e, assim, a
vida acabou por povoar os mais diversos habitats do nosso planeta. Para explicar a grande
diversidade de formas de vida existentes, foram surgindo várias teorias, também elas alvo de
evolução.

Unicelularidade e multicelularidade

Atualmente, os seres vivos ocupam todo o tipo de habitats, desde as zonas mais profundas dos
fundos oceânicos às cordilheiras mais altas do nosso planeta.

A diversidade das formas de vida existentes é evidente, desde os organismos simples e


unicelulares, até aos organismos multicelulares mais complexos que coabitam nos ecossistemas,
mantendo-os em equilíbrio. Mas nem sempre foi assim!

1
A vida na Terra foi evoluindo, de forma lenta e gradual, sofrendo diversas modificações que
deram origem à grande diversidade de seres vivos que podemos observar hoje em dia no nosso
planeta. Mas, para compreendermos a evolução da vida temos de compreender, em primeiro
lugar, a história evolutiva da célula.

Os seres vivos podem agrupar-se em dois grandes grupos, os seres procariontes e os seres
eucariontes:

– esta classificação é apoiada pelo registo fóssil que testemunha a existência destes
dois tipos de seres no passado;

– são classificados com base na organização celular, ou seja, no tipo de células que
os constituem:

Célula procariótica

2
Célula eucariótica

Pensa-se que foram os procariontes que estiveram na origem da diversidade de formas de vida
existentes atualmente, devido:

– à sua simplicidade estrutural (a evolução processar-se-ia de seres mais simples


para mais complexos);

– ao registo fóssil existente: os dados fósseis sugerem que os seres eucariontes


surgiram 2000 milhões de anos depois dos organismos procariontes.

Alguns grupos de procariontes terão evoluído e aumentado a sua complexidade e terão estado,
provavelmente, na origem dos organismos eucariontes.

Para explicar o aparecimento de células eucarióticas a partir da evolução de células procarióticas,


existem duas hipóteses: a hipótese autogénica e a hipótese endossimbiótica.

3
Hipótese autogénica

Hipótese endossimbiótica

Argumentos a favor da hipótese endossimbiótica:

 as mitocôndrias e os cloroplastos são muito semelhantes a bactérias (seres


procariontes), na forma, no tamanho e nas estruturas membranares;

 estes organelos produzem as suas próprias membranas, as suas divisões são


independentes das da célula e são semelhantes à divisão binária das bactérias, contêm um
DNA próprio semelhante ao das bactérias – uma molécula circular, geralmente, não
associada a histonas;

 os ribossomas das mitocôndrias e dos cloroplastos são semelhantes aos dos procariontes,
quer no tamanho, quer nas suas características bioquímicas;

 atualmente, podem encontrar-se associações simbióticas entre bactérias e alguns


eucariontes.

Pontos fracos da hipótese endossimbiótica:

 esta hipótese não explica a origem do núcleo das células procarióticas;

 não esclarece como é que o DNA nuclear comanda o funcionamento dos cloroplastos e das
mitocôndrias.

Multicelularidade

Depois do aparecimento das células eucarióticas, a vida na Terra apresentava já grande


diversidade.

Os organismos eucariontes, que desenvolveram capacidade de predação, começaram


a aumentar de tamanho, o que favoreceu:

– a captura mais eficiente de outras células;

4
– a deslocação que, sendo mais rápida, facilita a fuga e a alimentação;

– o aumento do metabolismo.

À medida que as dimensões da célula aumentam, a razão entre a área da célula e o seu volume
diminui porque o crescimento celular não pode ser indefinido. Então, como o metabolismo se
torna mais ativo mas a superfície membranar que contacta com o exterior não tem um aumento
proporcional, as trocas com o meio tornam-se menos eficientes e não são capazes de dar
resposta às necessidades das células.

Assim, para indivíduos com dimensões superiores a 1mm sobreviverem só têm duas
possibilidades: ou são unicelulares mas com um metabolismo muito baixo ou, para darem
resposta às necessidades metabólicas, têm de ser multicelulares.

Embora ainda não esteja bem esclarecida, pois o registo fóssil não é suficiente, pensa-se que a
multicelularidade tenha resultado de associações vantajosas entre eucariontes unicelulares que
foram evoluindo:

– inicialmente, todas as células desempenhariam a mesma função;

– posteriormente, algumas células ter-se-iam especializado em determinadas


funções, ocorrendo diferenciação celular;

– a diferenciação celular, em que se verifica interdependência estrutural e funcional


das células, ter-se-á acentuado, originando verdadeiros seres multicelulares.

Atualmente, verifica-se a existência de agregados de seres eucariontes unicelulares da mesma


espécie que estabelecem ligações estruturais entre si, formando colónias ou agregados
coloniais.

Você também pode gostar