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Relatório

Macroeconômico
Elaboração Parallaxis Economia

Em retração menos intensa que o mês anterior, comércio recua 0,1% na


margem em out/21
Destaque: As vendas no varejo recuaram e ficaram abaixo do da mediana
esperada pelo mercado, que compreendia um alta para o varejo restrito,
registrando -0,1% na passagem de setembro para outubro deste ano,
demonstrando equilíbrio entre as oito atividades que compõe o indicador.
O resultado foi o oposto às nossas expectativas, que eram de crescimento
de 0,5% do varejo restrito. Na margem, o setor contou com recuo
importante dos segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo; e Combustíveis e Lubrificantes, além de
outros em recuo. Porém, parte do recuo foi compensado pelo bom
desempenho Equipamentos e materiais para escritório informática e
comunicação e outros dois segmentos. O varejo segue impactado pela
elevada inflação, que corrói o rendimento de grande parte da população,
bem como o desemprego, que se encontra em níveis elevados. Apesar da
margem, no acumulado de 2021 o setor avança 2,6% na comparação com
o ano anterior. Para os próximos meses, não esperamos que as condições
do varejo se alterem significativamente, ao passo que as condições
financeiras seguem sendo apertadas, de modo que seu desempenho
seguirá restrito.
Os dados das vendas varejistas de out/21 apresentaram recuo de 0,1% no mês, com
ajuste sazonal, após registrar queda mais acentuada, de 1,1% na leitura anterior. Na
comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas varejistas diminuíram em
7,1%, aprofundando mais frente à queda de 5,2% do mês anterior, na mesma janela de
comparação. Na perspectiva do acumulado 12 meses, constata-se desaceleração de 3,9%
em set/21 para 2,6% em out/21, conceito restrito, que exclui automóveis e materiais para
construção.

8 de dezembro de 2021
Relatório
Macroeconômico
Elaboração Parallaxis Economia

Vendas Varejo - Restrito Vendas Varejo - Restrito


(Var. %) (Var. % m/m, c/ ajuste saz.)
30,0% Acum. 12 meses
25,0%
A/A
20,0%
15,0%

3,1%
10,0%

2,4%
2,1%
2,6%

0,8%

0,6%
0,3%
5,0%
0,0%
-5,0%

-6,2%
-0,1%

-0,1%
-1,1%
-1,3%
-1,5%
-10,0% -7,1%

ago/21 -4,1%
-15,0%
-20,0%

jul/21

set/21
mar/21
fev/21
out/20
nov/20

mai/21
jun/21

out/21
jan/21
dez/20

abr/21
jul/20

jul/21
out/19

out/20

out/21
jan/20

jan/21

abr/21
abr/20

Fonte: IBGE | Elaboração: Parallaxis Economia Fonte: IBGE | Elaboração: Parallaxis Economia

Na leitura acumulado 12 meses, vale ressaltar que o efeito de fraca base de comparação
já se esvaiu no primeiro semestre, sendo assim, a leitura de outubro passa a mostrar de
forma mais fiel a dinâmica do setor. O indicador, pela terceira vez consecutiva,
permaneceu no terreno negativo na margem, devido, sobretudo, os impactos
inflacionários nos preços, que tem afetado, inclusive, o comércio digital brasileiro. Além
disso, o mercado de trabalho segue com hiato elevado e as condições financeiras do país
tem se tornado mais apertada.
No conceito ampliado, que inclui automóveis e materiais para construção, o resultado
também foi negativo em out/21, na margem, de -0,9% livre dos efeitos sazonais. Este
resultado foi oposto ao esperado por nós, onde estimávamos crescimento de 1,5%. Ante
out/20, as vendas do varejo ampliado recuaram 7,1%, após queda de 4,1% no mês
anterior, no mesmo modo de comparação. Com esse resultado efetivo, a trajetória
esboçada pela variação em 12 meses pelo conceito ampliado desacelerou frente aos 7,0%
em set/21 para 5,7% em out/21.

8 de dezembro de 2021
Relatório
Macroeconômico
Elaboração Parallaxis Economia

Vendas no Varejo
(Var.% Acum. 12 m)
Varejo Ampliado Varejo Restrito
10,0%
5,7%
5,0%

2,6%
0,0%

-5,0%

-10,0%

-15,0%
jun/16

jun/17

jun/18

jun/19

jun/20

jun/21
fev/16

fev/17

fev/18

fev/19

fev/20

fev/21
out/15

out/16

out/17

out/18

out/19

out/20

out/21
Fonte: IBGE - Elaboração: Parallaxis Economia

É interessante analisar a evolução de cada segmento, separado pelo conceito restrito e


ampliado a fim de compreender melhor o porquê do resultado obtido. Na comparação
mensal do comércio, o varejo restrito apresentou resultado negativo em cinco dos oito
segmentos. Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), Móveis e eletrodomésticos (-
0,5%), Combustíveis e lubrificantes (-0,3%), Hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de
perfumaria e cosméticos (-0,1%) apresentaram recuo. No sentido oposto, as outras três
atividades com taxas positivas foram Tecidos, vestuário e calçados (0,6%), Outros artigos
de uso pessoal e doméstico (1,4%) e Equipamentos e material para escritório, informática
e comunicação (5,6%).
No conceito ampliado, na margem, as atividades dos setores adicionais registraram
queda. Veículos, motos, partes e peças registrou ligeira queda de 0,5%, enquanto
Material de construção caiu 0,9%, segundo recuo consecutivo de ambas as atividades.
Na comparação interanual, as oito atividades pesquisadas trouxeram resultados
negativos. Sendo elas, Móveis e eletrodomésticos (-22,1%), Equipamentos e material
para escritório, informática e comunicação (-11,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria
(-7,9%), Combustíveis e lubrificantes (-7,7%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico
(-7,2%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,6%)
– segmento que exerceu maior impacto negativo sobre a taxa global de comércio –,
Tecidos, vestuário e calçados (-2,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de
perfumaria e cosméticos (-0,2%).
Em consonância com as variações negativas na leitura interanual, o comércio varejista
ampliado registrou queda de 4,0% para a atividade de Veículos e motos, partes e peças
e 13,7% para a atividade de Material de construção.

8 de dezembro de 2021
Relatório
Macroeconômico
Elaboração Parallaxis Economia

Veja mais detalhes sobre o volume de vendas do comércio nos dois conceitos, por grupos
de atividade, na tabela abaixo:
Out/21 Out/21 Acum. Acum.12
Atividades (Var. %)
(m/m) (a/a) No Ano Meses
Comércio Varejista -0,1 -7,1 2,6 2,6
1 - Combustíveis e lubrificantes -0,3 -7,7 1,7 0,2
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo -0,3 -5,6 -3,2 -2,4
3 - Tecidos, vest. e calçados 0,6 -2 20,4 11,9
4 - Móveis e eletrodomésticos -0,5 -22,1 -3,4 -0,6
5 - Artigos farmacêuticos, med., ortop. e de perfumaria -0,1 -0,2 10,9 11,2
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria -1,1 -7,9 -18,5 -21,2
7 - Equip. e mat. para escritório, informática e comunicação 5,6 -11 -1,0 -3,2
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico 1,4 -7,2 18,3 15,9
Comércio Varejista Ampliado -0,9 -7,1 6,3 5,7
9 - Veículos e motos, partes e peças -0,5 -4 18,4 15,1
10- Material de Construção -0,9 -13,7 6,8 8,6
Fonte: IBGE | Elaboração: Parallaxis Economia

Nos próximos períodos, podemos seguir esperando “volatilidade do crescimento” das


vendas no comércio como um todo, e até mesmo um cenário mais arrefecido no que
tange as compras de final do ano. Com efeito, alguns setores e atividades sofrem,
novamente, se justificando pela elevação da taxa de inflação, pela queda da massa
salarial, e pelas mudanças sofridas, em função da pandemia, no comportamento de
compra dos consumidores. Isto posto, devemos observar ventos mais calmos em relação
ao crescimento do varejo, conforme o consumo de serviços se estabelece e as condições
financeiras se tornam mais restritas.

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8 de dezembro de 2021

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