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FORRAGICULTURA E PASTAGENS
PROF. EDUARDO BOHRER AZEVEDO
BRAQUIÁRIA
ITAQUI
2020
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ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
3. ESPÉCIES .............................................................................................................. 7
5. CONSORCIAÇÃO ................................................................................................. 17
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 32
1. INTRODUÇÃO
Esse gênero também pode ser considerada uma planta invasora, ou seja, uma
erva daninha, que costuma aparecer em solos de lavouras anuais, e competem por
água. Vegeta no período quente do ano apresentando uma agressividade competitiva
incomum, dominando totalmente o ambiente que invade (CHRISTOFFOLETI, 2001).
2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
A braquiária pertence a Família Gramineae, Tribo Paniceae e do Gênero
Brachiaria. Principais características da planta colmo herbáceo, florescendo todos os
anos, flor hermafrodita ou masculina com 1 a 3 estames, espiga unilateral ou panícula,
espigueta comprimida dorsiventralmente (possui duas faces de aspecto diferente,
uma dorsal e outra ventral) , biflora (duas flores), com a antécio terminal frutífero, o
basal neutro ou masculino, as glumas caem com o antécio frutífero, glumas menos
consistentes que as glumas frutíferas (Lema + pálea), gluma II e antécio hermafrodita
abaxiais e gluma I e antécio neutro adaxiais, panículas de espigas unilaterais, de eixo
alargado, espigueta mútica, com a gluma I adaxial e antécio II coriáceo, com
asperezas punticuladas em finas linhas transversais (SEIFFERT, 1984). As medidas
da panícula vão de 11 a 24 cm, tem 3-7 espigas com espiguetas solitárias dispostas
em duas fileiras; ráquis com 1,5 a 3 mm de largura com pelos; espigueta obtusa de 4-
4,6 mm, glabras; gluma II e Lema I 5-8 nervadas, sobrepassam quase 1 mm o antécio;
pálea II neutra; cariopse pouco comprimida dorsiventralmente de 1,8 mm (SEIFFERT,
1984).
Este gênero apresenta cerca de 100 espécies distribuídas em regiões tropicais
e subtropicais, sendo o centro de origem África oriental (LEUCENA, 2011).
Figura 1: Espigueta com gluma II e antécio hermafrodita abaxiais e gluma I e
antécio I neutro adaxiais típicos do gênero Brachiaria
3. ESPÉCIES
3.1. Brachiaria decumbens cv. Basilik
De nome comum Brachiarinha, decumbens possui origem Africana, de Uganda,
e foi introduzida no Brasil na década de 50. Altamente aclimatada sobretudo nos
cerrados. É uma planta agressiva e colabora para conter a erosão; para os animais
apresenta boa digestibilidade e palatabilidade, sendo boa para cria, recria e engorda.
Seu plantio se dá em estações chuvosas. O cultivo é em linhas de 30 a 50 cm ou
então à lanço, numa profundidade máxima de 2 cm, sendo necessárias de 10 a 12 kg
de sementes por ha. Com fertilidade do solo média a baixa, cresce na forma
decumbente, tendo seu ciclo vegetativo perene. De porte baixo aproximadamente 1,0
m; vai bem em consorciação; boa de pastoreio, com alta resistência ao pisoteio e
produção de feno; é uma planta perene, permite os primeiros pastejos aos 90 dias;
produção de forragem e torno de 10 a 15 ton. MS/ha/ano (aprox. 35-45 ton. massa
verde/ha/ano); proteína bruta na matéria seca 7 a 9 % (CRISPIM & BRANCO, 2002).
Apresenta crescimento intensivo e cobre o solo mais facilmente, e essa
variedade tem sido uma gramínea muito procurada para formação de pastos em
região de topografia montanhosa. Além disso, ajuda a combater a infestação por
plantas invasoras e os danos ao solo por erosão. Se adapta bem em solos de baixa
fertilidade e sua produção de matéria seca pode variar de acordo com o manejo que
recebe, pois a mesma possui boa resposta ao nível de melhoria de fertilidade do solo,
podendo atingir uma produtividade de até 30 t/ha/ano quando bem manejada
(EMBRAPA, 2002). Esta espécie coloniza áreas de até 1.750 metros acima do nível
do mar em áreas de textura arenosa ou argilosa, mas é necessária uma boa
drenagem. A temperatura ótima para o crescimento gira em torno de 30º e 35ºC. Essa
variedade é tolerante à seca e, embora seque por completo em regiões onde não há
chuvas em períodos de estiagem, como no Cerrado, pode ser armazenada na forma
de feno (RURAL PECUÁRIA, 2016).
Devido ao fato de florescer durante quase toda a estação de crescimento, esta
forrageira produz uma grande quantidade de sementes, as quais entram em
dormência logo após o período de colheita, necessitando de uma período de 12 meses
para a quebra desta, o que acaba possibilitando a formação de um grande banco de
sementes no solo, o que prejudica a sua erradicação ou substituição. Nos últimos
anos, essa espécie tornou suscetível à cigarrinha-das-pastagens e, em algumas
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4. DESCOMPACTAÇÃO DO SOLO
O uso de plantas específicas que visam melhorar os atributos do solo, através
da ação de suas raízes da planta, além de ser importante para produção de cobertura
vegetal no solo. Visto que, as plantas de cobertura, que geralmente são cultivadas na
entressafra da cultura, para produção de massa vegetal com o objetivo de cobrir a
superfície do solo, são importantes para a proteção do solo, promovendo a reduções
da erosão do solo, da temperatura e da amplitude térmica do solo, das perdas de água
por evaporação e manutenção de umidade do solo, maior reciclagem e
disponibilização de nutrientes para as plantas cultivadas em sequência, acúmulo de
material orgânico (carbono) ao solo, além de expressivo impacto na redução da
incidência de plantas daninhas (AGROLINK, 2020).
No caso de plantas que produzem de raízes, o objetivo é incluir no sistema de
produção espécies que tenham como característica a produção de vasto sistema
radicular, com crescimento rápido e contínuo. Isto porque o sistema radicular da
planta implantada, pode proporcionar significativas melhorias ao solo, especialmente
nos aspectos relacionados à estrutura e ao acúmulo de matéria orgânica.
Mas para isso é necessário a identificação das espécies que conciliem a
produção de abundante palhada para a cobertura do solo com o crescimento do
sistema radicular vigoroso, que possa resultar em melhorias estruturais do solo.
No caso das braquiárias, que possuem sistema radicular fasciculado e de
rápido estabelecimento, podem ser utilizadas, visto que estas espécies são
plenamente adaptadas às condições edafoclimáticas, que ocorrem em regiões de
clima tropical, como Mato Grosso do Sul, e, portanto, são amplamente cultivadas para
a formação de pastagens. No caso da utilização em áreas de cultivo de soja, é
plenamente possível o cultivo da braquiária na entressafra de forma solteira ou em
consórcio com o milho (AGROLINK, 2016). O sistema radicular das braquiárias é
bastante eficiente em promover uma estruturação adequada do solo, com formação
de agregados estáveis, macroporosidade e canais, proporcionando ambiente
favorável para o crescimento do sistema radicular da cultura subsequente, como a
soja.
Crescimento do sistema radicular da brachiaria, mesmo que atuando por
apenas alguns meses, pode contribuir de forma marcante para o crescimento das
raízes das plantas subsequentes, como a soja, quando introduzidas sem o
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5. CONSORCIAÇÃO
5.1. Consórcio milho-Braquiária
De acordo com Oliveira et al. (1996) o consórcio entre culturas anuais e
forrageiras perenes, é conhecido como Sistema Barreirão e foi desenvolvido na safra
de verão, na década de 1990, que tinha por objetivo a correção e fertilização do solo,
com preparo do solo de forma mecanizada, antes de culturas de verão.
O consórcio entre o milho e a braquiária tem sido avaliado no outono/inverno
utilizando a B. ruziziensis, para a produção de grãos de milho e de soja em Sistema
Plantio Direto, assim o solo fica o tempo todo coberto e assim, proporciona efeitos
positivos tanto para a soja quanto para o milho safrinha, cultivados em sucessão e,
este cultivo consorciado contribuí para produção de forragem no período de
outono/inverno e na formação de pastagem, desta forma, torna-se uma importante
opção de cultivo para várias regiões do Brasil (CECCON et al., 2013).
O consórcio cultivado na safra de verão (outubro a março, no centro-oeste do
país) costuma ter um maior volume de chuva e temperaturas mais elevadas durante
a evolução do período, já na safra de outono/inverno (safrinha), que vai de abril a
setembro, oferece menor disponibilidade de chuvas e temperaturas mais baixas.
Desta forma, as condições de outono/inverno podem ocorrer maiores reduções na
produtividade do milho safrinha do que no milho cultivado no verão, o que requer
maiores cuidados na implantação da braquiária. Dependendo do objetivo do
consórcio, da modalidade de consorciação, do método de implantação e da população
de plantas de braquiária a ser estabelecida, as perdas em milho podem ser
minimizadas (CECCON et al., 2013).
O consórcio de milho com forrageiras tem por objetivos a produção da palhada
para cobertura do solo e a produção de forragem para alimentação de animais. A
diferença entre um e outro objetivo consiste basicamente na população e distribuição
de plantas: maiores populações são usadas para a formação de pasto e, menores,
para a produção de palha. No caso de altas populações de plantas, para evitar perdas
na produtividade do milho torna-se importante a aplicação de um herbicida, para
supressão inicial da forrageira (CECCON et al., 2013). Existem vários tipos de
se fazer a consorciação com milho e braquiária, podendo ser em linhas de braquiária
intercaladas às linhas do milho foi desenvolvido para espaçamento de 0,75 m a 0,9 m
entre 32. O consórcio Milho-Braquiária linhas de milho, exclusivamente tendo em vista
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cultivos de milho em espaçamento reduzido e essa produção pode ser para palhada
e para produção de forragem (Figura 12).
Figura 12: Consorcio milho-braquiária na mesma linha
6. TAXA DE CRESCIMENTO
As amostragens ocorreram no período de 12 de novembro de 2005 a 28 de
outubro de 2006, com intervalo médio de 50 dias.
O estudo de Barioni (2007), teve por objetivo gerar recomendações de elevação
para unidade animal nas áreas estudas, e estabelecer metas mensais de altura média
do pasto, com base nas relações entre massa e altura em cada época do ano.
Figura 15: Massa (a) e altura (b) da forragem dos piquetes ao longo do período de
monitoramento (mês)
Médio São
76 81 68 61 17 15 12 6 11 12 21 44
Carlos/SP
Ajuste de Carga Animal
1427 1476 1347 1277 837 816 786 726 776 787 877 1106
(PV/ha)
Região
Forrageiras Capacidade animal
Estado
Brachiaria bizantha cv.
Marandu Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Médio Cristalina/
67 74 114 140 150 168 105 103 35 67 84 54
GO
Ajuste de Carga Animal
1336 1406 1806 2067 2166 2347 1716 1696 1016 1337 1506 1206
(PV/ha)
7. CUSTO DE IMPLANTAÇÃO
Os custos de implantação e manutenção das pastagens de braquiárias, de
acordo com IFGA (2019), são demonstrados na figura 18.
Figura 16: Estimativa de custo de produção formação e manutenção de pastagens
Valor
Participação
Descrição (R$ ha-
(%)
1
)
COE - Custo Operacional Efetivo (desembolsos) 2.646,51 77,09
Depreciações e Remuneração do Produtor Rural 95,77 2,79
COT - Custo Operacional Total 2.742,29 79,88
Fatores Fixos 604,51 17,61
Custo Total 3.432,81 100
Fonte: IFAG (2019)
Tabela 9: Análise dos Resultados (Resumo)
Valor
Participação
Descrição (R$ ha-
(%)
1
)
COE – Resumo por etapa 2.646,51 100
Preparo do solo 1.184,68 44,76
Plantio 914,93 34,57
Manutenção 473,70 17,90
Despesas Financeira 73,20 2,77
COE – Resumo por tipo de custo 2.646,51 100
Mão-de-obra 9,54 0,36
Operações com Máquinas 471,18 17,80
Sementes 61,20 2,31
Fertilizantes e Corretivos 1.954,63 73,93
Defensivos 74,76 2,82
Financeiro e Administrativo 73,20 2,77
Custo operacional efetivo 2.646,51
Custo Formação/Reforma Pastagem 2.172,81
Custo Manutenção da Pastagem 546,91
Fonte: IFAG (2019)
Levando em consideração a tabela de custos, é possível observar que o
investimento mais significativo é em relação ao preparo do solo, com fertilizantes e
corretivos, enquanto o menor custo foi com sementes, o que demonstra que é possível
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investir em sementes certificadas e de qualidade, pois além de seu valor ser baixo, se
a mesma não apresentar bons resultados, o alto investimento em outras etapas do
processo não terá importância significativa.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGROLINK. Compactação prejudica muito o solo, mas existem alternativas.
2016. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/noticias/compactacao-prejudica-
muito-o-solo--mas-existem-alternativas_358861.html. Acesso em: 3 de Dez. de 2020.
em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/81945/1/Caracteristicas-e-
potencialidades.pdf. Acesso em: 21 de Out. 2020.
ZOZ. J. et al. Crescimento inicial de eucalipto em consórcio com braquiária. Adv. For.
Sci., Cuiabá, v.6, n.2, p.651-657, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.34062/afs.v6i2.7692