Constantina Xavier Filha CONHECIMENTOS EM DISPUTA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR Organizadoras ORGANIZADORAS Fabiany de Cássia Tavares Salva ConstantinaXavierFilha EDIÇÃO,PROJETOGRÁFICO Editora Oeste DIAGRAMAÇÃO Ricardo Barbosa Porto REVISÃO CONHECIMENTOS EM DISPUTA O conteúdo dos artigos e seus dados em suã:fomlãl correção e. confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores. NA BASENACIONAL COMUM CURRICULAR ILUSTRAÇÃODACAPA RafaelDuailibiMaldonado a PUBLICAÇÃODA EditoraOESTE www.editoraoeste.com.br editoraoeste(ê)hotmail.com ISBN 978-85-45584-09-4 Depósito Legal na Biblioteca Nacional Impresso no Brasil Publicação (clp) :;.;«.;zn'E,=:S= y:::r:l.E'=:=.1:!:H:'r "''""-' 283 p. : il. ; 26 cm sexto em português e espanhol. Incluibibliografias Campo Grande ISBN978-85-45584-09-4(broch.) 2019 1. Educação- Finalidades e objetivos. 2. Currículos 1.Sirva. Fabiany de Cássia]avares. l Xavier Filha. Constantina. CDD (23) 370.11 CRB 1/1279 OéWe O ENSINO FUNDAMENTAL NA BNCC E A CONSTRUÇÃO DOS cunnicuLos PELOS SISTEMAS DE ENSINO Luíz Car/os Novaes & Mórcia Aparecida Jacomini (UNIFESP) A. pós aprovação da Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que hs- Á-.\ titui e orienta a implantação da BNCC para a Educação Infantil e Ensino Fun- ..Z.. ..X..damental,em 2017, estados,Distrito Federal e municípios iniciaram discussões que visam à organização ou reorganização de seus currículos em consonância com o documento normativo. O processo de elaboração da Base foi permeado por intensos debates e disputas acercade seus pressupostos teóricos, pedagógicos, ideológicos e políticos. Pode-se considerar que três gran des posicionamentos se âzeram presentes: o questionamento sobre a necessidadede uma BNCC, tendo em vista a já existênciade diretlizes curriculares,uma compreensãomaioritária, principal- mente no setor empresariale no governo, da importância da BNCC e, dentre os defensoresda Base, a presençade divergênciassobre seu conteúdo. Frente à conjuntura que se delineou pós !) pearóme#/da presidente Dilma Rousseff. em 2016, os sinos dobraram-se a favor de uma BNCC que se aproxima sobremaneiradas propostas do Movimento pela Base:, numa clara naturaliza ção da "influência do setor privado na educação". (BERN.f\RDl; UCZ.!\K; ROSSI, 2018,p.31) Em dheção analítica semelhante,Adtião e Peroni(2018, p.51) consideram que a reforma curticulm, coordenadapelo setor' empresarialarticulado aos agentesgovernamentais" é a pl:imeira e mais ampla dimensão da privatização, um 'movimento' de base empresarial que, 'por fora' do Estado, é investido de prerrogativas de governo". Na parte introdutória da BNCC, assim como na Resolução n' 2/2017, do CNE (BRASIL 201'7)há duas principais Justificativaspara o estabelecimentode uma base nacional que oriente os currículos dos sistemas e redes de ensino da educação básica, o que está previsto na legislação nacional, Constituição de 1988 (BRASlb 1988),Lei de Direttizes e Bases da Educação Nacional 1 0 Movimento..peia Base Nacional Comum foi criado em 2013 com a finalidade de atuar no processo de construção da BNCC.Ele congrega profissionais da educação. Institutos e organizações vinculadas ao empresariado. 107 LUIZCARLOSNOVAES. MÂRCEAAFKRECIDAJACOMINI O ENSINO FUNDAMENTAL NA BNCC E A CONSTRUÇÃO DOS CURRÍCULOS PELOSSISTEMASDE ENSINO 0.nBEN/9ó) (BRASIL 1996), Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024) (BRASIL, 2014) e a Essa característica diretiva da BNCC encerra, por um lado, a ideia de que os problemas rela- crençade que uma normativa destanatureza garantirá o direito à educaçãoe o direito à aprendi- cionados ao ensino e à aprendizagem, que concorrem para um baixo desempenho escolta,podem zagem por meio de uma melhoria na qualidade do ensino. ser resolvidos pelo estabelecimento de uma normativa que direciona as redes e sistemas de ensino De acordo com o incisa I'\' do art. 9' da LDBEN/96, caberáà União, em colaboraçãocom a organuareín seuscurrículos com base no prescrito para todo o país; por outro, a ideia de que as estados,Distrito Federal e municípios, o estabelecimento de competências e diretlizes para a ela- deficiências na formação dos professores, amplamente propaladas, serão minimizadas pela dired- boração dos currículos e respectivosconteúdos mínimos pelos sistemasde enshao,visando uma vidade do currículo e por uma formação inicial e continuada atrelada aos pressupostos da BNCC. formação básicacomum. A LDBEN não fda em BNCC, mas em diretl:izesou mesmo uma base Experiências de cubículo diretivo, a exemplo da rede estadualpaulista, que trabalha com nacional comum, sem o curricular, que oriente a consüução dos currículos pelos entes cedera proposta curricular bastantecentralizadae produz o "Caderno do Professor":, como material de dos. O PNE 2014-2024é mais enfático na necessidade de uma base nacional comum cuniculat, apoio ao curdculo do estado de SãoPaulo pma cada disciplina e ano da educaçãobásica, não têm ao determinar que sejam estabelecidos os "direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) contribuído para produzir melhor desempenhodos estudantesnas avaliaçõesexternass,indicado alunos(as) para cada ano do ensino fundamental e médio", conforme estratégia 7.1 da Meta 7 que medidas dessanatureza, especialmente quando não articuladas à garantia dos hsumos neces- ®RASIL, 2014) sários à realização de um ensino de qualidade, a exemplo do proposto no Custo -Aluno Qualidade Desde os anos de 1990,a ideia de currículos escolaresmais centralizadospor normativas (CAQy, não resolx,emo problema da baixa qualidade da educação básica. nacionais tem se fortalecido, ptincipaLnente nas instâncias governamentais e nos setoresprivados Entre os defensoresda BNCCparecer hax-eruma crença de "que cartilhas,gúas como vinculados ao capital, que vêm atuando de forma sistemática na elaboração de políticas públicas 'receitas', a serem reproduzidos nas escolas, serão 'remédio' infalível para os 'males' da educação. pma educação,no caso específico da BNCC, por meio do Movimento pela Base. Os Parâmetros Surgem, então, propostas que desconsideram o grande potencial de nossas comunidades educa- Curriculares Nacionais dos anos de 1990apresentavam-secomo um referencial para a qualidade cionais e escolares". (.AGULq.R,2018, p.14). Por isso, é importante que os estados, Distrito Federal do ensino fundamental no país, com uma proposta aberta e Hexível que não se constituía num e municípios considerem o acúmüo de conhecimento que eles têm em relaçãoà construção dos modelo culicular homogêneoe impositivo(BRASIL 1997).As no\ as Direttizes Cura:oculares Na currículos escolares, especialmente nos casos de experiências exitosas, de forma que a adequação cionais da Educação Básica, reunidas numa publicação do hlinistél:io da Educação de 2013,visa- à BNCC não sejaum retrocesso ou interrupção daquilo que x,em dando certo em termos de for- vam atualizar direti:iõesanteriores tendo em vista mudançasna educaçãobásica, como o ensino mação dos estudantes, com base nos princípios educacionais expressos na LDBEN/96. fundamental de nove anos e a obrigatoriedade do ensino dos quaüo aos 17 anos. Elas são apõe DISPUTAS IDEOLÓGICAS E PEDAGÓGICAS EM TORNO DA BNCC sentadas como as "diretxizes que estabelecem a base nacional comum, responsável por orientar a organização, articulação, o desenx-olvimento e a avaliação das propostas pedagógicas de todas as Uma questão fundamental quando sediscute o estabelecimento de diretrizes ou basesnado redes de ensino brasileiras". (BRASIL 2013,p.4) naif para a construção dos curdculos pelas redes e sistemas de ensino é saber que prometoeducado Este contexto recente de elaboração de diretlizes curriculares nacionais indica que a ideia nal e, consequentemente,de nação a respectiva política educacional representa ou expressa.Com de uma BNCC ''nasce" em meio a orientações curriculares nacionais que não se colocavam de base numa análise do mérito da proposta de BNCC para a educaçãoinfantil e ensino fi)ndamental: forma tão diretiva e fechada como as propostas na Base. Nesse sentido, observa-se uma mudança aptos'adaem dezembro de 2017,a Conselheira Márcia Angela da S.Aguiars considera que desdeo de perspectiva visando maior centralização do que e como ensinar na educaçãobásica, bem como seu inicio a BNCC "pdvilegía um conjunto de conteúdos e objetivos sem o ftmdamental suporte das aprendizagens esperadas. de uma referência que deixe claro o prometo de nação e educação desejadas". (.XGULm.; 2018, p.í4) Além de orientação mais fechadapara formulação dos currículos escolares,a BNCC signi- fica, principalmente, maior controle, já que o currículo é um espaço de disputa ideológica sobre as orientações formativas das novas gerações. (APPJ:E, 2006; ARROYO, 201 1; LOPES e NLACEDO, : Exemplo deste material. Caderno do Professor. Língua Portuguesa - Linguagens. Ensino Fundamental - anos finais 9o ano. 8a 0 série, volume 2 2005) Como política nacional da educaçãobásica,a BNCC pretende ser o instrumento para que 3 Os resultados do índice de Desenvolvimento da EducaçãoBásica (Ideb). conforme avaliação realizadaem 2017. indicam que o estado de São Paulosó atingiu a meta nos anos Iniciais do ensino fundamental. conforme reportagemdo Jornal Estadãode os "sistemas, redes e escolasgarantam um patamar comum de aprendizagens a todos os estudan 30/08/2018. disponível em https:/7educacao.estadas.com.br/noticias/geral.ensino-publico-de:sp-se-fica-entre-melhores-no- s-ano-do-fundamental,70002479598 tes" (BRAMIU2017,p.6), sendonecessário,para isso, que as políticas de formação de professores 4 A estratégia 20.7 do PNE201 4-2024 prevê a implementação do Custo Aluno Qualidade como parâmetro para o financiamento de e de ax,ahaçãosejam alinhadasa ela, tornando-se, dessaforma, ordenadora das demaispolíticas todas as etapas e modalidades da educação básica. Como estratégia para Implementação do CAQ.está previsto no PNEa im- educacionais e deânidora da qualidade da educação básica. Em relação às diretrizes curriculares plantação no prazo de dois anos do Custo Aluno QualidadeInicial jéAai) que foi construído com base num conjunto de padrões mínimos estabelecidos na legislação brasileira. A título de exemplificar. em 2018 0 valor do CAQIpara anosfinais do ensino mais recentes, a BNCC avança na definição das aprendizagens que devem ser garantidas em cada fundamental urbano jparcial) é de R$ 4.287,39.enquantoque o valor Fundeb mínimo é de 3.318,34.Assim como o valor aluno ano da educação básica, com foco em 10 competências gerais a serem desenvolüdas ao longo ano.fundeb: o valor aluno ano do CAQIe do CAQé calculado paracada etapa da educação básica, considerandose é urbano ou rural. período parcial ou Integral. (CAMPANHANACIONALPELODIREITOA EDUCAÇÃO. 2018) da educação básica. Isso significa que as decisões pedagógicas das redes de ensino e das escolas ; A professora Márcia Angela da S. Açular. da Universidade federal de Pernambuco.era membro do Conselho Nacionalde Edu- da,em direcionar-se ao desenvolvimento destascompetências. cação,quando o texto da BNCCreferenteà educação infantil e ao ensino fundamental foi aprovadoem dezembrode 2017 108 109 LUIZCARLOSNOVAES. MÁRCIAAFnRECÊDAJACOMINI O ENSINO FUNDAMENTALNA BNCC E A CONSTRUÇÃO DOS CUKKiCULOS PELOSSISTEMASDE ENSINO Pode-se concordar com a professora ao analisar o conteúdo da BNCC, posto ele não representar Destaca-sea partir desseentendimento que, pelo fato de o curdculo ser uma praxis e de de forma unitária uma proposta educacional, mas também é possível perceber tendênciasque coa- existir certa autonomia no trabalho do professor:, é possível dialogar com a BNCC de forma críti- dunam com o contexto mais amplo de polarização política e ideológica pela qual o pds atravessae ca, mesmo num contexto de importantes investidascontra a autonomia da escolae do professor, que vem se acentuando desde asgrandes manifestações de Junho de 2013.Nesse sentido, pode-se especialmenteno que se refere àspolíticas cwticu]ares, posto que os livros didáticos e os sistemas dizer que a Base reflete determinadas escolhas seja em relação aos conteúdos e aprendizagens ou apostilados de ensino têm sido os principais mecanismos de controle sobre o que e como ensinar. à proposta pedagógica aditada, no caso a "pedagogia das competências". E, nesse sentido, é im- A recepção acdtica destes materiais por parte dos professores se deve, muitas vezes, às con- portante recordar, colmoafirma Apple, que as disputas em torno do cubículo escolarse ancoram dições de uabalho deste profissional que, premido por jornadas de trabalho extenuantes e a falta no console social. de um aparato básico para a realização do traba]ho pedagógico, como bibliotecas, laboratórios de t ciências e de infoi:mítica etc, acaba por x'cF no livro didádco ou nas apostilas a solução viável de Para sermos honestos com nós mesmos, devemos reconhecer que o campo do cur- ensino, frente as condições objetivas em que se enconüa. O trágico dessa situaçãoé que, em certa rículo finca suasraízesno próprio solo do controle social.Seu paradigmaintelec- medida, o professor aliena-se de uma parte fundamental do Uabalho pedagógico que é prepmar tual tomouprimeiramente formano iníciodo séculoXX, e tornou-seu:n conjun as aulas a partir de diferentes leituras e fontes, com a organização do conteúdo de acordo com as to identiâcável de procedunentos para a seleção e organização do conhecimento especificidades e dinâmica das diferentes turmas para as quais leciona, no caso dos professores escolar -- procednnentos a serem ensinados aos professores e a outros educadores [-.] (.\PPI.E, 2006, P.85) dos anos finais do ensino fiindamental e do ensino médio, restringindo-sc a ministrar as aulasna + sequência estabelecidabelos livros didáticos e pelas apostilas'. Nesse contexto, cabe contrapor à Dessa forma, a ausência de clareza da proposta educacional da BNCC, conforme sugere ideia de curdculo centralizadocomo elemento fundamental à mehol:ia da qualidadeda educação Aguçar (2018),pode ser compreendida como parte das disputas político-ideológicas que seguem básica, a de que o fator essencial para a oferta de uma educação básica de qualidade está numa só em curso no país e que indicam algumasrupturas com o que vinha sendo construído desde a lida formação dos professores e em condições de trabalho que lhes pemutam exercer a docência redemocratização do país nos anos de 1980. como uma verdadeira praxis educativa. Conquanto, como se trata de um processo e a incorporação dos pressupostos e con- Pesquisarealizadapelo Centro de Estudos e Pesquisasem Educação,Cultura e Ação Co- teúdos da Base às práticas escolaresdepende em grande medida da atuação das secretarias munitária (CENPEC), sobre a consuução dos currículos em diversos estadosbrasileiros,no pe- estaduais e municipais de educação na construção dos currículos, mas principalmente da ação ríodo de 2009e 2014,verificou que haviaum intenso movimento de renovaçãocurricular com pedagógicados professores na escolae na sala de aula, a BNCC poderá ganhar diferentes con- tendência a uma maior especificaçãode metas e objetivos e de orientação daspráticas didáticas tornos no processo de implementação, pois como o currículo não é algo estático, ao contrário, (BATIST.\; BARRE'll'O; GUSbLâ.o;RIBEIRO, 2015).Assim, é sabido que não só os entes fede- é dinâmico e influenciado pela cultura escolar,ou seja,é uma praxis nos termos de Gimeno rados têm seuscubículos como vinham realizandomudançasno último período e que em certo Sacdstán (2000). (' grau das coadunam com o que estáproposto na BNCC. O curdculo é uma praxis antesque um objeto estático emanadode um modelo coerente [-.] os documentos mais recentes pretendem, eles mesmos, orgaílizar a prá de pensar a educação ou as aprendizagens necessárias das crianças e dos jovens, que teca dos professores, seja elencando um conjunto de temas, conteúdos, com- tampouco se esgota na parte explícita do prometode socializaçãocu]tuía] nas escolas. petências, habilidades e expectativas de aprendizagem, seja indicando mo- E uma prática, expressão, da função socializadora e cultural que determinada institui- dos de ensina-los e avara-los, sejaimprimindoa progressão que devemseguire ção tem, que reagrupa em torno dele uma série de subsistemasou práticas diversas, determinando externamente o ritmo de aprendizagem que os alunos devem seguir. entre as quais se encontra a prática pedagógica desenvolvida em instituições escolares (B,'lTIST.A; B.'IRXErro; G uswq.o; RiBnRO, 2015,P.ls9) que comumente chamamos ensino. E uma prática que se expressa em comportamentos Conquanto:.é preciso destacar que há grande diversidade de experiências de construção de práticos diversos. O cui:óculo, como prometobaseado num plano construído e ordenado, relaciona a conexão entre determinados princípios e uma realizaçãodos mesmos, algo c:uxtículospor parte das redes públicas de enshlo, auto das orientações e diretlizes nacionais nas que se há de comprovar e que nessa expressão prática concretiza seu valor. É uma prá duas'últimas décadas,bem como das particularidades regionais e da diversidade social e cultura do teca na qual se estabelece um diálogo, por assim dizer, entre agentes sociais, elementos 1' país, que merecem ser consideradas nesse movimento dos entes federados rumo à adequação de técnicos, alunos que reagem dente a ele, professores que o modelam, etc. Desenvol- seus cubículos a uma BNCC que busca a indiferenciação das escolas e redes de ensino por meio ver esta acepçãode currículo como âmbito prático tem o atrativo de poder ordenar de uma política curricular umtáJia,cuja tendência é contribuir ainda mais para a reprodução das em torno deste discurso as funções que cumpre e o modo com as realiza, estudando-o desigualdades educacionais (GIROTTO, 201 8). processualmente: se expressa numa ptádca e ganha significado dentro de uma prática de algummodo préxnoe que não é função apenasdo cuní(:ulo, mas de outros deter- minantes. E o contexto da prática ao mesmo tempo em que é contextualizado por ela. ' E importante destacar que os livros didáticos e os sistemas apostilados são elaborados com base nas orientações curriculares (GIMENO SACRISTÀN, 2000,P.15-1 6) nacionais, assim quanto mais dlretiva forem as dlretrlzes ou as bases, mais parecidos serão esse material didático, não obstante a diversidade de nosso país em termos culturais. 110 111 LUIZ CARLOS NOVAES, MARCHAAFARECIDAJACOMIN l O ENSINO FUNDAMENTALNA BNCC E A CONSTRUÇÃODOS CURRÍCULOSPELOSSISTEMASDE ENSINO .A mudança de foco dos filndamentos e concepções de educação pma um detalhamento dos processos de ensino e de aprendizagem, indicada por Batista; Barrento; Gusmão; Ribeiro (2015), vai ao encontro do entendimento corrente de que é preciso direcionar e consolar a atuaçãodos professores por meio do cwtículo. No lugar do debate sobre concepções de educaçãoe cubículo calcadasnos fundamentos epistemológicos,teóricos e pedagógicosda educação,oferece-seaos professores um rol do que deve ser ensinado de forma parametrizada para cada ano da educação básica,limitando, portanto, suaação como sujeito do processo educativo. Numa análise crítica da concepção de educação do senso comum, Paro (2008, p.21) con O estudo revelou que, das 60 (sessenta)proposta analisadas, 26 (vinte e seis) eram exempla- sidera que em tal perspectivade educação"o mais importante é o conteúdo a ser transmitido, res da aplicação de orientações oficiais, chegando a reproduzi-las em seusdocumentos curi=icula- aparecendoo educador como simplesprovedor dos conhecimentos e informações e o educando tes, Quina elaboração cuidadosa para atender as prescrições oficiais; 23 (vinte e três) apresentam como simples receptáculo dessesconteúdos". Assim, a vocação da BNCC para o estabelecimento uma elaboração diferenciada, incluindo nas propostas elaborações próprias e diferenciadas. mas diretivo dos conteúdos e das aprendizagens esperadas,parece distanciar-se de uma concepção À. is as otientaç:e cenüais e, apen's l l (onze)propost's, marcavam o distanciamentoem relação de educação que pressupõe a formação do homem em sua integrahdade o que só é possível se o as onentaçoes centrais; nesse sentido, vale destacar que nesse grupo existem propostas diveqen- conteúdo da educaçãofor a própria cultura, em suadix'ersidadee historicidade. tes e discordantes do padrão oficial, buscando nox,osarranjos curdculmes. Em 2015um novo estudovoltou a natal dos documentosCuttícularesagentes nasredes A BASE DO ENSINO FUNDAMENT:AL estaduais do país, destinados exclusivamente aos anos finais do ensino fundamental preocupado A elaboraçãode currículos para o ensino fundamental envoll'e alguns desafiospróprios com as concepções,a estruturação,os modos de elaboraçãoe a implantação dos cwtÍculos ofi- da especiâcidadedesta etapa da educação básica..Além de ser a mais longa, ela atende cl:lançase ciais, além de como se dá a abordagem dos conteúdos curriculares (B.ATESTAet a],, 2015). Além adolescentes em idades diversas,que passam ao longo deste pedido por importantes mudanças da faiação das propostas às orientações oficiais, com destaque pata os conceitos de habilidades e Hsicas,cognitivas, afetivas, sociais relacionadas ao crescimento e à enfiada na adolescência.Além competências, chama a atenção neste estudo as justiâcativas apontadas pela maioria dos estados disso, o currículo do ensino fundamental deve considerar a necessáriaarticulação com a educação infantil, etapa anterior, e o ensino médio, etapaposterior, a fim de garantir a finalidade da educa- ção básica que é " desenvolver o educando, assegurar-lhea formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores". (BRASIL 1996, art. 22). desempenho por meio de avaliação de larga escala,bem como a necessidade de uma uniformi- A definição de uma base curricular para o ensino fundamental não é novidade na educação zação e padronização cunicular, constituíram a base de argumentaçãoadotadapela maioria dos brasileira. Em nossa história recente já tivemos diferentes documentos curriculares destinados ao dos brasileirospara a produção de novos documentoscuniculares.Desses dois estudos. e ensino fundamental, com diferentes denominações, como "guias cutaculares", "pmâmetros cuni- a partir dessas justificatims, algumas questões chamam a atenção e devem ser observadas neste culares", "diretlbes curriculares", "propostas cwriculares", "mail:izes curriculares«, «referenciais momento em que os holofotes estão direcionados para a implantação da BNCC. curriculares", sempre propondo concepçõespolíticas e pedagógicaspara a educaçãonacional. Em primeifó lugar, a força de orientaçõesoficiais sobre o processo de produção de docu- Agora temos a 'cbase".Nas palavras deJanine Ribeiro, na ocasião em que fora ministro da educa- ção, "a base é a base". Mas, "base" de quê? Para quê? O que Justiâca a profusão de tantos termos e proposições, invariavelmente, é a ideia -- nem sempre verdadeira -- de inovação; nesse sentido, a grande novidade da "base" para o ensino fundamental -- e, cremos, para os demaisníveis de ensino -- é a reapresentação,como no\idade, da pedagogia das competências. Em estudo realizado acerca dos currículos oficiais pata o ensino fundamental e médio vi- gentes em todas as secretarias estaduais de educação do país, e também nas secretarias municipais de educação das capitais dos estados (Sampaio,2010),já era possível identificar a força com que a ideia de competênciase habüdades estavapresenteem todos os documentos analisados.A esse respeito, afirma o relatório: E indiscutível que asol:ientaçõescentrais, que seseguiramà LDB 9.394/96, fizeram sentido e A BNCC não respeita as singularidades,as diferenças e a pluralidade. Olha para a escola direcionaram aspropostas, especialmente no foco sobre a aprendizagem e na ênfase sobre ;.mpte com desconfiança,como um lugar que precisa ser mais controlado, desqualiíicando a 112 mstituüçãoe quem nela agua.Trata-se da visão equivocadade que o console e a padronização 113 LUIZ CARLOSNOVAES. MARCHAAFKRECIDAJACOMINI O ENSINO FUNDAMENTALNA BNCC EA CONSTRUÇÃO DOS CURRÍCULOSPELOSSISTEMASDE ENSINO faz desaparecera desigualdadee, para isso, o currículo precisa ser Único, igual para todos. Não A hipertrofia da prática, de um conhecimento sobre "como fazer algo", fez com que há nada mais enganoso do que isso. Ainda que tenhamos um texto único, nesse caso a BNCC. ele discussõesimportantes, frequentementeausentesno currículo do ensino fundamental,con- seráreinterpretado, lido e apropriado sob diferentes contextos, perspectivase relaçõesde poder: tinuassem esquecidas,como, por exemplo, as relacionadas à identidade de gênero. A retirada fazendo surgir outras concepçõese outros arfam)os,resultantesde um processopermanente de desta questão da BNCC foi comemorada por uma ala conservadora, representada na fala de um reconstrução. Com afirma Oliveira(2018) ' deputado federal: Felizmente, as escolasnão são um campo vazio, são epafu.r/emPai de práticas cwticulares Quero aqui agradecera bancada evangélicae católica, foi um trabalho intenso dos de- de produção e circulação de conhecimentos, para além da difusão deles. Mesmo não putados, de pastores e quero agradecer o meu pastor Sitas bÍalaíãia que é um incansável sendo considerado ou percebido como existência válida, invisibilizadas por uma abor- lutador em prol da famnia, que usou seu programa de televisão pra alertar o Brasil sobre dagem tecnicista e autodtáda do espaço escola; as escolascaiam curtículosl Vivem exis- este grande mal que é a ideologia de gênero. Quero também agradecer às centenas e tências desconsideradas, nas margens, nas sombras, nas brechas e lacunas de um sistema que busca conüolá-las e desqualificá-las, na incontrolabilidade da vida, na "rebeldia do milhares de pessoas que se manifestaram por meio de e-maias, das redes sociais, pressão mandoo ministro blendonça Filho que teve sensibilidade e entendeu que a luta da famãia cotidiano". Nas escolaslá há cuaículosl Currículos caiadosem cada dia, em cada aulas (OLn/EIRA, 2018,P-57-- grifo no odgind) estáanimade qualquerideologia é suprapartidária,não temos preconceito com ninguém, mas nós não queremos que os valores de f:lmília sejam esquecidos por quaisquer ideo logias que seja. Não nos parece que a "base" de discussõespara o ensino fiindamental presente na BNCC tenha soâido mudançasradicais quando comparada aos Parâmetros Cwl:iculares Nacionais(PCN), X.'emos,assim, que a Base de discussão acerca do curlácdo do enshlo fundamental oscila pelo conüário, a insistência na "pedagogia das competências" -- mesmo sabendo como o termo entre demandas conservadoras e de atendimento ao setor produtivo/empresarial. A "base" que competencia" está em constante disputa a partir de diferentes vertentes teóricas -- e a defesa de dá sustentação ao discurso presente na BNCC para o ensino fundamental continua sendo a pers- uma base centralizadora e homogeneizadora, caiu vistas a instituir um curtíallo único e, com isso. pectiva economicista,reforçada agora pelo apoio de empresários e fundações ligadas ao setor garanta a propalada "qualidade da educação" tendo como referência as ax,ahações externas e o produtivo e financeiro, e por um discwso extremamente conservador, como a do movimento ranqueamento, nos faz retroceder às discussõesde, pelo menos, duas décadas.A BNCC representa eiruZz.rem.paMzdú (ESP),defendendo que a BNCC fosse, simplesmente,uma lista de conteúdos a o velho travestido de novo, com uma linguagem mais sofisticada tendo em vistas o apoio e as 6]ia- serem ensinados na escola, colocando em dúvida, inclusive, a legitimidade das universidades em çoes com o setor empresas:ia],onde os códigos alfanuméricos que indicam, com exüema precisão, participarem do -debate,dado seu "pensamento hegemónico de esquerda" e a "hegemonia da as competências e habilidades desejadas, evocam o velho modelo de classiâcação de Bloom (1956) epistemologia manista nas universidades". Não podemos deixar de considerar a presença desta a taxonomia dos obJetivoseducacionais,desenx,olvidanas décadasde 1950e 1960,exemplar de perspectiva conservadora no documento anal apresentado. uma usão instrumental e pmgmática do conhecimento, associadaà crençainabalávelda télação unívoca entre educação escolar e desenvolvimento económico, sem que outras questões sejam CONSIDERAÇÃO FINAIS consideradas. Acerca da utilizaçãodo conceito de competências,tal como utilizado na BNCC. Não há muito mais a ser acrescentadoao que foi apresentadoao longo do texto; no en- comp'rdlhamos com Torres Santomé (2011)a preocupaçãocom a importância que tal conceito tanto, queremos..reforçar alguns pontos. Em primeiro lugar, o contexto de disputas que marcou tem ganhado nas discussõesacerca da formação docente e da prática pedagógica: a elaboraçãoda BNCC, num cenário de acirramento político e ideológico que repercutiu sobre todas as esferasda vida social. Particüarmente em relação à Educação, somos levados a pensar se E bastante visível o avanço do que podemos denominar como ó@m'ruÚd dalomapâo.pnÜ#aa precisávamos mesmo, neste momento, de uma BNCC ou se as DCN já não eram suficientes pma frente a formação teórica, a qual implicitamente, parece ser considerada pouco conãável Pmduz-se uma exaltação da experiência e da prática contrapondo-a à teoria. A perda do orientar a discussão sobre currículo. Mas ela está aí e, com ela, questões sobre a função social da debate epistemológico é, talvez, a dimensão que melhor está contribuindo para essetipo escola são recolocados,üum ambiente de disputa dominado por uma onda conservadora que trata de perigosas disfunções nos sistemas educacionais. Essa ó@myr@aóÜ.z)/ádcucontribui a escola apenascomo um lugar de ensinar coisas e, por outro lado, uma perspectiva economicista para deixar os professores pelo menos sem preocupaçãopor rexnsare contrastar seus que defende quais coisas são relevantes e que devem ser ensinadas, basicamente um conhecimen- marcos teóricos, de modo que possaíer um maior ligar no momento de analisar e vala. to pma "fazer algo", sempre,obviamente,de interessedo mercado. E, nessecurdculo, o "pensar azar sua prática. Igualmente, esseolhar apenaspara o que tem aplicaçãoprática liga-se às necessidadesdo mercado, sem acesso a outra classe de informação mais relevmte sobre" cede lugar ao "como fazer", dimensão que, por si, Justifica o conhecimento a ser veiculado [-.] Um dos maiorespeúgas da linguagem das competências é o de tratar de melhorar pela escola. Não é uma mera coincidência a presença maciça de empresas e fundações envolvidas unicamente as metodologias didáticas, agindo nas tarefas escolares. Esse tipo de lingua- diretamente com as discussõesque envolvem a produção e implementação da BNCC, como as gem orienta todo o debate em direção a essa dimensão mais pi:ética do conhecunento. (]'ORRES SANTOAIÉ, 2011, P 190 -- glifos no original) : https://www.sostenescavalcante.com.br/ideologia-de-género-e-retirada-da-base-nacional-comum-curricular-bncc/ Acesso em 22/10/2018 114 115 LUIZ CARLOS NO\UES. MARCHAAFKRECIDAJACOMINI O ENSINO FUNDAMENTALNA BNCC E A CONSTRUÇÃO DOS CURRÍCULOSPELOSSISTEMAS DE ENSINO Fundações Lemann, Mania Ceciha Souto Vidigal, Roberto Mal:inho; os Institutos Avrton Senna. BRASIL. Resolução CNE/CP n' 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a Unibanco, Natura, Inspirare, além de movimentos e organizaçõescomo o Todos PelaEducação, implementação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo Movimento pelaBaseNacional Comum, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Bíasília, 2017. Disponível em http ://portal.mec.gov.br/index.php?op tion= co m.docman&view:download&alias=79631 -rcp002 Movimento Escola SemPartido, e a lista não para por aí. 17-pdf&category.slug=dezembro-201 7-pdf<emid=301 92 .Acesso 1 1 set. 2014. Ao investe na produção de novos documentos cuni(:ulares, o que deve estar no horizonte CÂbílUAANHA NACIONAL PELO DIREIRO À EDUCAÇÃO. CAQi e o CAQ no PNE: Quanto não muito longínquo das redes públicas de ensino, será preciso bastante cuidado para não repetir- custa a Educação pública de qualidade no Brasil? São Paulo, 2018. Disponível em http://www mos a tendência dominante nos últimos anos, colmo demonstraram os estudos de Sampaio (2010) custoalunoqualidade.org.br/pdf/quanto custa-a-educação-publica-de-qualidade-no-brasil.pdf e Batista (2015) ao constatarem a fidelidade dos estados e municípios na adesão acrítica aos prin- Acesso 15 set. 2018. cípios defendidos pelas propostas oficiais; nesse sentido, será necessário compreender quem são GIRO'll'O, E. D. Entre o abstracionismo pedagógico e os territórios de luta: a basenacional os sujeitos envolvidos com a elaboração deste documento, a que interesses servem e qual prometo comum cunicular e a defesa da escola pública. Horizontes, v. 36, n.l, p.16-30, jan./abr. 2018 de sociedade defendem. LOPES, A. C.; A{.\CEDO, E. O pensamento curricular no Brasil. In: LOPES, Â. C.; M.ACEDO, E REFERÊNCIAS (Org.) Currículo: debates contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. OLIVEIR.q., 1. B. 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