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UFCD 7851
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OBJETIVOS E DESTINATÁRIOS 2
ENQUADRAMENTO 3-5
GLOSSÁRIO 98-99
BIBLIOGRAFIA 100
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OBJETIVOS
DESTINATÁRIO
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ENQUADRAMENTO
Para melhor compreendermos os conteúdos que vão ser ministrados neste módulo é
essencial conhecermos o nosso posicionamento num ciclo vital da economia que se
designa por Cadeia de Abastecimento, também conhecida por Supply Chain.
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A gestão da Cadeia de Abastecimento fundamenta-se na ideia que o produto/serviço
final é o resultado não só do esforço da organização que o produz, mas de várias
organizações intervenientes no processo, de jusante a montante. Algumas
organizações ainda têm tendência a centrar-se nos factos que ocorrem dentro de
portas, negligenciando o que está para lá das suas instalações. O resultado são Cadeias
de Abastecimento ineficazes e desarticuladas. A alteração do enfoque interno para o
externo permite às organizações reduzir ineficiências cross-company, aumentar a
visibilidade da procura real, partilhar informação ao longo de toda a Cadeia de
Abastecimento, reduzir o tempo de ciclo da cadeia, alinha a produção com a procura
de forma mais eficiente.
Ainda antes de iniciarmos a exploração dos temas relacionados com este módulo,
gostava de vos apresentar alguns conceitos que são importantes distinguir para a
compreensão desta matéria. São eles:
Aprovisionamento
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O Aprovisionamento pode ou não incluir a atuação de compra de material e de
encomenda dos Stocks, na receção e armazenamento dos artigos, etc.
Compras
Stock
Mas iremos explorar melhor este tema mais Imagem 4 | Stock em armazém
para a frente.
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TEMA 1 | APROVISIONAMENTO
TEMA 1 | APROVISIONAMENTO
Objetivos Específicos
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O objetivo da gestão de Stocks é o de maximizar o seu serviço ao consumidor,
minimizando-se o custo de detenção. Mas este será um tema a aprofundar mais à
frente.
Âmbito do Aprovisionamento
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A obtenção de todos os “certos” contidos na definição anterior pode revelar-se de
difícil exequibilidade. Por exemplo, o preço certo (mais baixo) pode não ser o da fonte
certa (prazo e qualidade). Deve ser, por isso, assegurada uma solução de compromisso
entre os objetivos parcelares enunciados.
Num Modelo Clássico Organizativo, esta função é designada por “Serviço de Compras”,
sendo eminentemente administrativa. O seu papel consiste na transformação de
pedidos de compra em encomendas, procurando satisfazer essa necessidade ao mais
baixo custo. Por vezes, caso as fontes de fornecimento estejam já identificadas pelos
técnicos que requisitam os bens ou serviços, a função não difere da de um comum
serviço administrativo.
Função Aprovisionamento
Numa perspetiva mais dinâmica e atual, esta função passa a integrar atividades/tarefas
prospetivas e não de mero acompanhamento de compras, passando de uma atuação
clara de curto prazo para uma atuação de médio e longo prazo. Esta função torna-se
assim mais completa e robusta, estando ao nível de qualquer departamento funcional
da organização, tendo um papel ativo na:
expressas;
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Imagem 5 | Tipos de fluxos entre fornecedor e cliente
A função Aprovisionamento evoluiu ainda para aquilo a que se denomina “gestão dos
fluxos físicos”. Esta gestão permite retirar a atuação passiva da Função (soberania da
produção) integrando-a com a produção e coordenando-a com um conjunto de
atividades, resultando daí melhores e mais planificadas decisões de aprovisionamento.
A função passou então a integrar as seguintes responsabilidades:
Gestão das compras;
Controlo da Produção (planificação geral da produção);
Conceção e gestão de sistemas de Stocks a todos os níveis do processo de uma
forma coordenada (matérias, artigos em curso e acabados);
Armazenamento e gestão física dos Stocks;
Transporte, receção e expedição;
Liquidação de excedentes (matérias e artigos).
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1. O posicionamento do aprovisionamento na estrutura da organização, depende das
responsabilidades que estejam associadas à função:
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Definição quantitativa das necessidades: a concentração leva a um “somatório” de
quantidades a adquirir com reflexos nos descontos por quantidade e exigência de
qualidade perante os fornecedores;
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Programação de entregas: a descentralização pode facilitar a organização do processo
de receção e verificação da conformidade das compras de acordo com as necessidades
estipuladas;
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4. Descrição das funções típicas de um serviço de compras
Na área de planeamento:
Na área de aquisição:
Emissão de inquéritos;
Avaliação de cotações;
Apreciação de fornecedores;
Negociações;
Elaboração de contratos;
Verificação da faturação;
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Certificação de pagamentos;
Imagem 8 | Representação
Classificação de fornecedores. exemplificativa da área de aquisição
Na área de armazenagem:
Instalações e equipamento;
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Manuseamento mecânico;
Codificação e catalogação;
Informação à produção;
Registos de Stock;
Imagem 9 | Área de Armazenamento
Colocação de resíduos e material obsoleto.
Na área de distribuição:
Armazenagem;
Embalagem;
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Transporte externo.
Imagem 10 | Representação da área
de distribuição
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... Políticas, afirmação dos objetivos e responsabilidade da função e sua
consubstanciação prática;
Formar o pessoal;
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1.2 PROCESSO DE COMPRA E RESPETIVAS ETAPAS
Estamos a falar de um processo que inicia com a deteção da necessidade que origina
um processo de compra, até à receção da mercadoria. Ou seja, toda a operação
decorre numa sucessão de 3 etapas fundamentais:
2ª A Compra propriamente dita, que inclui uma sucessão de atuações que são
basicamente:
A consulta;
O estabelecimento de um contrato.
Controlo da faturação.
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1.3 GESTÃO DE FORNECEDORES
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Gastar igual tempo no alinhando de incentivos e sanções, é natural que se
preocupe com a pior das hipóteses, mas uma boa utilização dos ativos ou
quando a produção é otimizada devem ser a base de melhoria da proposta
de valor para ambas as partes.
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1.4 ASPETOS QUALITATIVOS A CONSIDERAR NA
SELEÇÃO DE FORNECEDORES
Confiabilidade
O fornecedor é comprovadamente respeitável? Este fornecedor tem
desempenho de habilidades e integridade comprovadas no passado?
Qual é a posição desse fornecedor no segmento industrial? O seu produto
é líder de mercado?
Qual é a qualidade da sua equipa de vendas?
Pode o fornecedor propiciar algum ganho através de melhorias do produto,
ao longo do tempo?
Qual é o desempenho desse fornecedor com relação aos prazos de entrega?
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A localização do fornecedor é uma vantagem?
O fornecedor planeia as suas entregas no sentido de minimizar os
inventários?
O fornecedor pode garantir o fluxo constante dos artigos e materiais?
Fatores de Qualidade
O fornecedor consegue e tem consistência para atender às especificações
que solicitamos?
Qual o desempenho e a expectativa de vida dos artigos?
Que planos são usados para as amostras?
Qual o sistema de qualidade utilizado pela organização?
Assistência à Venda
O fornecedor participa e auxilia no desenvolvimento do mercado?
Ele recomenda os artigos?
A aparência dos componentes do fornecedor realça o valor dos artigos?
Os pedidos recebem uma especial atenção pelos representantes do
fornecedor?
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1.5 NEGOCIAÇÃO E REVISÃO DE PREÇOS
Comparar os fornecedores
Ter uma boa equipa para negociar os contratos é fundamental. Colaboradores com
bom conhecimento técnico, experiência e que entendam o mercado podem colaborar
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Antes de fechar o acordo definitivo das compras, a organização deve ter no mínimo
três cotações de preço. Dessa forma, poderá comparar e não ficará sem o produto para
a produção caso o acordo não seja cumprido por algum dos fornecedores. Negociar
preços, qualidade, prazo de pagamento e pontualidade de entrega é fundamental.
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Envolver a equipa de vendas
Planeamento e monitoria
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1.7 AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES
Imagem 14 | Avaliação de
O Sistema de Qualidade (SQ)
Fornecedores
Normalmente, a avaliação do Sistema da Qualidade,
requer uma visita ao fornecedor, mais concretamente uma auditoria, por uma equipa
de avaliação, ou por terceiros, para certificar o referido sistema com base nos
requisitos da norma de qualidade mais adequada.
Capacidade de negócio
Existem diversos critérios que podem ser atendidos de forma a garantir a eficácia da
avaliação dos fornecedores. Não existem duas metodologias de avaliação de
fornecedores iguais. A tendência é cada organização escolher os critérios, e respetivos
indicadores, que melhor se enquadram nas suas políticas de gestão. A escolha destes
critérios é importante porque serão utilizados para comparar fornecedores candidatos
ou cotar o desempenho dos fornecedores já existentes.
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Muitos dos modelos de avaliação existentes não consideram aspetos qualitativos, não
contribuindo por isso para identificar as causas dos problemas do desempenho. A
inclusão, essencial, das auditorias no processo de avaliação, permite validar as reais
capacidades do fornecedor, ao mesmo tempo que possibilita fazer uma análise
qualitativa da estrutura organizacional do fornecedor: Muito Bom; Bom; Suficiente;
Insuficiente ou Mau.
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Alguns dos aspetos a considerar no desenvolvimento do modelo de avaliação são:
A verificação de faturas, sendo feita com base no contrato ou acordo estabelecido com
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Caso tudo se encontre de acordo com o indicado pelo serviço de compras, a fatura
segue então para a contabilidade a fim de ser colocada a pagamento.
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Alguns dos documentos a utilizar pelo serviço de compras
A requisição de compra
A ficha do fornecedor
A ficha do fornecedor é, tal como o nome indica, a ficha identificativa do fornecedor.
O ficheiro deve ser organizado por ordem alfabética e cada ficha inclui:
Nome da organização;
Moradas de:
Sede
Representante
Fábrica
Armazém
Contactos;
Telefone, fax, telefax, telemóvel, e-mail
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Pessoas a contactar;
Telemóveis e telefones diretos
Banco com que trabalha;
Sistemas de distribuição (transporte, prazos de entrega);
Companhia de seguros;
Prazos de pagamento;
Descontos;
Compra mínima;
Artigos disponíveis.
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Ficha do produto
A ficha do produto é identificativa de todos os artigos comprados ou em processo de
compra, respetivo fornecedor e condições de compra. O ficheiro deve ser ordenado
por ordem alfabética, devendo cada ficha conter:
Nome do produto;
Referência aos diferentes fornecedores;
Unidades de compra (diferentes fornecedores);
Listagem de eventuais fornecedores.
A nota de encomenda
A nota de encomenda é um documento endereçado ao fornecedor solicitando o
fornecimento de uma determinada entrega de mercadoria nas condições
indicadas. Inclui:
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Prazos de pagamento;
Quantidades a entregar;
Valor da encomenda.
A nota de devolução
parte do fornecedor.
O diário de compras
O diário de compras consta do registo diário das compras efetuadas e das datas
previstas de pagamento, assim como, do seu acompanhamento face ao orçamento de
compras.
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TEMA 2| GESTÃO DE STOCKS
TEMA 2 | GESTÃO DE STOCKS
Objetivos Específicos
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Denomina-se por Sortido, a variedade de artigos de uma mesma classe que uma
organização oferece aos seus clientes (modelos, medidas e cores distintas).
Na hora de gerir o Stock, aparece o dilema de eleger uma destas situações, podendo
existir duas possibilidades: ter um amplo sortido com pouco Stock para cada um dos
artigos ou, ter um sortido pequeno mas um Stock elevado por artigo.
A decisão normalmente depende dos custos associados, uma vez que para ter um
grande sortido e um grande Stock é necessário muito espaço e isso é dispendioso para
a organização.
Escassez
Economia em escala
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produzidos aumenta. Assim, o fabrico de grandes quantidades de produto pode servir
para reduzir os custos de produção e, finalmente, o preço de venda do produto. No
entanto, isso pode ser uma desvantagem se o custo de armazenamento aumentar
tanto ao ponto de deixar de compensar a economia obtida.
Razões Comerciais
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descontos seriam perdidos ao fazer pedidos pequenos, embora mais
contínuos (por exemplo, a compra de 1.000 unidades, por encomenda,
atribui um desconto de 10%, mas duas vezes a compra de 500 unidades já
não dá direito a desconto).
O que acontece quando mais artigos são necessários do que aqueles que existem?
Quando a organização não consegue lidar com a procura por um artigo devido à falta
de Stock em armazém? Nestes casos diz-se que ocorreu uma rutura de Stock.
Assim, a organização deve procurar manter um nível de Stock Ótimo, isto quer dizer,
por um lado, ter artigos suficientes para evitar a rutura e, por outro, evitar que haja
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excesso inútil dos mesmos. Para que isto aconteça o gestor de Stocks deve responder
às seguintes perguntas:
Quando devemos fazer uma encomenda?
Qual o valor que devemos solicitar em cada encomenda?
Quantas unidades de cada artigo devemos manter em Stock?
Um aspeto que afeta diretamente a rutura de Stocks são os prazos de entrega dos
fornecedores. Para saber quando fazer uma encomenda, devemos ter em
consideração o tempo de entrega por parte do fornecedor. Pode acontecer que o
fornecedor não cumpra os prazos estabelecidos, seja devido a problemas no fabrico
ou transporte, ou porque há procura excessiva para certos artigos num determinado
momento. Em suma, precisamos conhecer o funcionamento dos fornecedores para
gerirmos corretamente os nossos Stocks e conseguirmos mantê-los num nível
adequado.
Outra questão que deve ser considerada ao definir o nível de Stock é que os mesmos
não devem estar concentrados num único armazém ou num único local fixo, devem
ser espalhados por toda a cadeia logística (pelos diferentes armazéns regionais de
distribuição, pelas diferentes divisões ou subdivisões que a organização possui, Stock
em trânsito ou em movimento para os centros de distribuição, etc.).
Isso significa que a gestão do nível de Stock deve ser abrangente: não devemos apenas
conhecer os níveis de toda a nossa cadeia comercial ou produtiva, mas também
controlar o Stock dos nossos próprios fornecedores. Se conhecermos os prazos de
entrega dos nossos fornecedores, e também conhecermos os seus Stocks, poderemos
atender, com maior segurança, a procura que vem a caminho.
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O EFEITO RIO
Podemos comparar o nível de Stock com o fluxo de um rio. Quando uma organização
reduz os seus níveis de Stock (ou seja, reduz o nível de água) durante a produção e /
ou processo comercial, em grande proporção e de forma contínua, pode sofrer o
chamado efeito rio: a água deixa ver as rochas que interferem com o processo. Por
exemplo, ao ajustar os nossos níveis de Stock tanto quanto possível à procura, a
organização pode descobrir defeitos de qualidade, prazos de entrega excessivos,
produção pouco flexível e transporte ineficiente; problemas que até então
desconhecia ou aos quais não prestava atenção. Uma vez que expõem os problemas,
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esses fenómenos têm um efeito muito benéfico para a organização, uma vez que todas
as ineficiências anteriormente mascaradas por um Stock sub ou sobredimensionado,
vêm à tona.
Do lado das entradas de Stock, o controlo é mais fácil, já que de alguma forma
controlamos a chegada de artigos ao decidir quando colocamos os pedidos e qual será
a quantidade encomendada.
As devoluções que recebemos são mais difíceis de controlar; estas são consideradas
novas entradas e aumentam o Stock novamente (ver fig. Fenómeno Efeito Rio).
Em alguns setores em que a taxa de devolução é muito alta, a gestão de Stock deve
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Para fazer isso, precisamos saber a disponibilidade imediata desse Stock excedente e
colocá-lo num ponto de venda, no menor tempo possível.
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Importante não esquecer que o objetivo final de qualquer gestor de Stock é alcançar
um equilíbrio no relacionamento entre compras e vendas e, portanto, aumentar o
lucro reduzindo os custos associados ao Stock.
VANTAGENS
Assegurar o consumo regular de um produto no caso da sua produção ser
irregular;
Fazer face à escassez, geralmente resultante das irregularidades da entrega;
Usufruir benefícios económicos pela compra de grandes quantidades;
Evitar compras demasiado frequentes;
Aproveitar flutuações.
DESVANTAGENS
Um Stock excessivo é muito caro, uma vez que, para além do imobilizado,
provoca custos de manutenção, de armazenamento e, naturalmente, custos
financeiros;
Um dos principais inconvenientes dos Stocks é a perecibilidade ou a fragilidade
de certos artigos. Artigos com curto tempo de vida, normalmente artigos
alimentares são particularmente vulneráveis, pelo que não são alvo de Stock,
ou são processados e embalados de forma a aumentar o tempo de vida;
Um outro fator diz respeito à obsolescência, o facto de se constituir Stock de
artigos que, por qualquer razão, deixam de escoar, agrava o custo de
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A manutenção da quantidade adequada de Stocks por uma organização tem de ser
objeto de uma decisão altamente ponderada, já que Stocks em excesso ou em falta
traduzem sempre falta de planeamento por parte de quem toma decisões.
Designação
Serve para identificar o produto através de uma descrição escrita. Essa descrição deve
ser desenvolvida a partir do geral para o particular, isto é, começando pela
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Codificação
O Código também se deve desenvolver do geral para o particular, por forma a que os
últimos elementos sejam aqueles que identificam e precisam o artigo.
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Produto Tipo Aparência Espessura Código
TIPOS DE STOCKS
Critério Funcional
Tendo em consideração o ponto de vista da função que o Stock deve cumprir, podemos
distinguir os tipos apresentados em cima e que vamos agora passar a descrever.
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Stock de Ciclo - serve para dar resposta às necessidades normais dos clientes.
Podendo ser realizadas encomendas de forma a garantir a resposta a estas
necessidade por um período alargado de tempo.
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Stock de Apresentação - é o que se
encontra no linear para dar resposta às
vendas mais imediatas, quer dizer, são os
artigos que estão à vista do consumidor
(por ex. nos supermercados). A
quantidade deste Stock está dependente
da venda média diária, do tipo de produto
e da política comercial adotada pela
Imagem 23 | Stock em prateleira
organização.
Stock Sazonal - tem como objetivo dar resposta às vendas esperadas que
decorrem numa determinada época. Por exemplo, material de campismo,
aquecimento, etc. Também se pode aplicar por questões comerciais específicas
por exemplo “a semana do livro”; o “Carnaval”; entre outras.
Stock de Recuperação - são artigos usados mas que podem ser reutilizados em
parte ou na totalidade como novos.
Stock Morto - são artigos obsoletos ou antigos que já não servem reutilização,
são os chamados “monos”.
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Critério Operativo
Stock Zero - este tipo de Stock identifica-se com o sistema de produção Just in
Time (JIT), que consiste em trabalhar de acordo com a necessidade, ou seja, só
se produz quando for necessário dar resposta a uma necessidade concreta. Por
exemplo, as organizações de automóveis tendem a um Stock zero.
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Uma gestão de Stocks eficiente confere sempre vantagem competitiva às organizações,
seja qual for a natureza do seu negócio. Além de reduzir os custos operacionais, uma
boa gestão do inventário também dá origem a clientes satisfeitos, que continuarão a
procurar a organização no futuro, gerando assim mais negócio. No entanto, atualmente,
a gestão de inventários não é tão simples como pode parecer à primeira vista.
Apesar da existência de uma gestão adequada do inventário, por si só, já poder fazer
uma grande diferença relativamente à obtenção e manutenção de vantagem
competitiva, continua a ser necessário realizar esforços no sentido de reduzir
continuamente os custos da gestão de Stocks.
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competitiva sobre os seus concorrentes, dado que poderão realizar facilmente análises
de Stock e obter rapidamente informação fidedigna sobre o mesmo, através da
realização de um bom inventário.
A origem da palavra inventário, vem da palavra inventarium, que era um termo Romano
(latim) para designar um grande documento/lista onde se encontravam registados os
artigos dos armazéns.
Um inventário é uma lista dos bens disponíveis, classificados de acordo com famílias e
categorias e por local de ocupação.
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DEFINIÇÃO E MÉTODOS DE ARMAZENAGEM
Receção de mercadorias;
Saída/expedição de mercadorias.
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Receção de mercadorias
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A operação de receção consiste em:
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Para armazenar as mercadorias dentro de um armazém existem vários sistemas de
armazenagem, inclusive podendo ser utilizadas várias soluções para o mesmo
armazém. A escolha do melhor método de armazenagem prende-se com as
características dos artigos a armazenar e das suas embalagens, bem como com os
custos associados a cada um e a funcionalidade face ao espaço disponível.
Saída/expedição de mercadorias.
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TIPO DE MATÉRIAS A ARMAZENAR
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DETERMINANTES DO NÍVEL ÓTIMO DE STOCK
Para controlar os custos de gestão de Stocks é necessário primeiro saber quanto Stock
temos. Isto, à primeira vista parece simples, mas envolve alguma dificuldade, devido,
por um lado, aos diferentes tipos de Stocks que podemos considerar ao fazer o cálculo
e, por outro lado, às variações que ele experimenta.
A. O Movimento do Stock
O Stock nem sempre é o mesmo, ele vai mudando dependendo das vendas e compras
ou da aquisição de novas encomendas. Para estudar essa variação, partimos de um
determinado nível de Stock num determinado momento no tempo. Esse nível de Stock
inclui o que chamamos de Stock de ciclo, além do Stock de segurança previamente
estabelecido (tipologias abordadas anteriormente). Quando as vendas começam, o
nível de Stock diminui diariamente. O normal é que essa queda nos Stocks não seja
constante, ou seja, não vendemos a mesma quantidade todos os dias, assim a nossa
curva de movimento do Stock apresenta a forma de uma escada, de acordo com figura
que se segue.
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Quando o Stock chega ao ponto em que é necessário fazer um novo pedido para
reabastecer o armazém, diz-se que estamos no Ponto de Pedido (PP).
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Se representarmos graficamente a nova aquisição, teremos uma linha vertical. À
medida que este ciclo é repetido, o gráfico do movimento de Stock no armazenamento
adquire a forma dos dentes da serra.
A pergunta que surge é: quando faremos o próximo pedido aos nossos fornecedores
para não ficarmos sem Stock? Como vimos anteriormente, o momento de fazer um
pedido é aquele em que o nível de Stock atinge o chamado ponto de ordem (PP).
Depois de fazer o pedido, há um período de entrega, que é o tempo que passa desde
a realização da encomenda até à entrega da mercadoria pelo fornecedor. Durante esse
período, os nossos clientes continuam a fazer-nos encomendas e, portanto, o nível de
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B. Stock Médio
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a quantidade de Stocks que está armazenada e é de acordo com a flutuação desse
valor que obtemos o Stock médio.
O nível de Stocks no armazém evolui entre um máximo, que coincide com a entrada
de uma encomenda em armazém, e um mínimo, que reflete o volume de Stocks
imediatamente antes do novo fornecimento. Assim, o Stock médio é a média
aritmética entre os dois extremos para um único período de reaprovisionamento
(tempo médio entre duas entradas consecutivas de mercadoria em armazém).
Olhando para a imagem que se segue, supondo que as vendas são constantes e que os
períodos de reposição são os mesmos, para calcular o Stock médio necessitamos de
saber o lote de pedido ou quantidade que pedimos em cada encomenda e dividir por
dois:
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Por exemplo, imagine uma loja de cópias que receba 500 resmas de 500 folhas todas
as segundas-feiras e esteja a ter um consumo de 100 resmas por dia.
Neste caso, os níveis máximos são iguais, pois a quantidade solicitada é sempre a
mesma e os níveis mínimos são considerados iguais a zero.
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Gráfico 6| Pedidos com quantidades variáveis e
em datas fixas
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O Stock médio é calculado pela seguinte fórmula:
A ANÁLISE ABC
Para decidir sobre o grau de controlo que é dado aos vários tipos de artigos, muitas
organizações recorrem frequentemente à análise ABC, que deriva da famosa lei de Pareto.
Segunda esta, em muitas situações económicas observa-se que um pequeno número de
elementos de um conjunto (aproximadamente 20%) corresponde à maior parte do valor de
outro conjunto (cerca de 80%). Assim, por exemplo, 80% da riqueza do mundo está nas mãos
de 20% da população; 80% das vendas de uma organização correspondem a 20% dos artigos
que a organização comercializa, etc. Claro que, esta correspondência (20-80) não é exata. Isto
apenas é uma forma de mostrar a desproporção que frequentemente ocorre na distribuição
dos elementos num determinado conjunto.
GRUPO A (10% a 20% dos artigos), de maior valor de movimento, cujos valores
acumulados dos respetivos movimentos somam aproximadamente 75% a 80% do
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GRUPO B (20% a 30% dos artigos), de médio valor de movimento, somando no seu
conjunto cerca de 10% a 20% do valor total;
GRUPO C (50% a 70% dos artigos), de baixo valor de movimento, cuja soma
restante totaliza mais ou menos 5% a 10% do valor total.
Esta compartimentação dos artigos em 3 grupos hierarquizados, designa-se por ANÁLISE ABC
e permite diferenciar os artigos que necessitam de maior atenção em termos de tempo e
controlo.
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Os artigos do grupo A precisam de controlo máximo e, portanto, exigem um sistema de revisão
contínua, além da preparação de inventários periódicos para procurar possíveis diferenças.
Entretanto, para aqueles do grupo B e C, a atenção diminui, e C torna-se o grupo que tem
menor importância. É possível que, para o grupo B, o sistema de revisão seja contínuo ou
periódico.
Para usar a análise ABC, devemos seguir os seguintes passos pela ordem apresentada:
d) Estabelecer os grupos A, B e C;
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CONDICIONANTES ESPECÍFICAS DOS ARTIGOS
Algumas características dos artigos, tais como: valor agregado do produto, peso,
dimensões, obsolescência, perecibilidade e complexidade no fornecimento, podem
influenciar as decisões de posicionamento logístico. Para analisar que tipo de
influências as características do produto têm sobre as decisões de posicionamento,
foram criados três indicadores que
também permite comparar setores
diferentes. Cada um dos
indicadores tem relação com uma
ou mais características do produto.
São eles:
Densidade de valor;
Grau de obsolescência;
Grau de perecibilidade.
A densidade de valor
Grau de obsolescência
Grau de perecibilidade
É o inverso do prazo de validade dos artigos em dias. Note que para os setores
automobilístico e de Tecnologia Informática, o grau de perecibilidade é zero, já que o
prazo de validade para artigos destes setores é indeterminado.
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Os artigos do setor da alimentação são, em média, os mais perecíveis, sendo seguido
pelos artigos do setor farmacêutico. Estes setores sofrem rígida fiscalização pelos
Ministérios da Agricultura e da Saúde respetivamente. A perecibilidade dos artigos é
fator de extrema importância na tomada das decisões relativas ao posicionamento
logístico e à gestão dos Stocks.
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Materiais mais complexos exigem ar condicionado, controlo de luz, temperatura e
humidade, entre outras exigências particulares (por exemplo congelados).
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CONDIÇÕES DO MERCADO | LOGÍSTICA E PLANEAMENTO
Do ponto de vista competitivo é cada vez mais importante assegurar que “os artigos
certos, na qualidade e quantidade certa e ao preço certo, estejam no lugar certo, e
no momento certo”. Assim, logística é um importante instrumento de gestão.
A logística no seu conceito moderno, não se limita apenas aos aspetos físicos do
sistema (veículos, armazéns, redes de comunicação, etc.). Os aspetos da informação e
de gestão, envolvendo processamento de dados, teleinformática, telecomunicação
avançada, processos de controlo de gestão e outros, fazem parte integrante da análise
logística.
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Do lado dos abastecimentos surgem-nos, entre outros, os problemas relacionados
com as fontes de aprovisionamento (diversidade, preços, custos de transporte,
qualidade, etc.) a política de gestão dos Stocks, os meios de transporte utilizados, etc.
Há ainda para além destes, outros tipos de problemas logísticos gerais, como sejam a
localização de instalações, processamento de informação, disponibilidade em
pessoal, etc., que merecem igualmente a atenção do analista do elemento logístico.
CONDIÇÕES DE ENTREGA
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Procura independente
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Procura dependente
Neste caso, a procura dos artigos em Stock está dependente de fatores internos da
organização (uma linha de produção, por exemplo).
Além disso, as necessidades dos componentes são independentes entre si, sendo certo
que um mesmo componente pode ser necessário para produção de vários artigos
acabados. A produção de um produto acabado obriga a disponibilidade de todos os
componentes que o constituem. Assim, uma mesma peça pode impedir a produção de
vários artigos acabados (o que obriga a uma gestão «apertada» do Stock, com
reduzidos níveis de rutura).
Ainda que o nível de rutura seja de 5% para cada peça, a probabilidade de se terminar
um produto composto por 3 peças é de 0.95 x 0.95 x 0.95 =0.86 ou 86%.
Se o mesmo produto for composto por 10 peças e o risco de rutura for de 5%, a
probabilidade de finalizar um produto é de apenas 60%.
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2.3 CUSTOS ASSOCIADOS AOS STOCKS
A. A Procura
Por sua vez, a procura depende de muitos fatores, incluindo o preço (normalmente a
procura de artigos com preço elevado é menor), a concorrência, o marketing (a
promoção do produto aumenta a procura e o interesse por parte do consumidor) ou a
situação económica dos consumidores.
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B. Nível de serviço
Isto também
pode ser formulado em sentido contrário, ou seja, calcular a quebra de Stock:
Um nível de atendimento de 85% indica que dos 100 artigos que os nossos clientes
procuraram, 15 não foram encontrados. É o mesmo que ter um intervalo de 15%.
A decisão do nível de serviço que queremos prestar ao cliente está relacionada com a
imagem que lhe pretendemos passar. É óbvio que um nível de serviço de excelência
pode traduzir-se em custos e pedidos de armazenamento mais altos.
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Por exemplo o negócio de uma loja de hardware. Qual nível de serviço que acha que
deve ter? Talvez não compense ter um serviço 100% (ou seja, ter sempre em Stock
todos os artigos que os seus clientes precisam), face ao elevado custo de gestão de
Stock que isso implicaria. Mas, se esse esforço permitir à organização aumentar os
preços, talvez as vendas compensem o investimento.
Isso, sem dúvida, também dependerá do que a concorrência faz, de como são os
fornecedores, qual é a procura desse negócio e assim por diante.
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C. Os custos
Por um lado, há o custo da colocação do produto na loja. Esse custo é a soma do custo
de aquisição (ou seja, o valor exibido na fatura) mais o custo de ordens de emissão.
Por outro lado, devemos considerar o custo de manter os artigos armazenados: o custo
de armazenamento, que inclui as despesas geradas pelo local (aluguer, limpeza,
manutenção), instalações e elementos de manipulação (prateleiras, máquinas),
trabalho, etc. Nos custos de gestão também são considerados os valores da quebra
(artigos estragados) apesar de estes serem difíceis de calcular.
CUSTOS DE ARMAZENAMENTO
Deve também ser adicionado o custo do Stock de segurança. Esse custo é calculado
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Nota: A quantidade que se encomenda em cada pedido (Q) é também designada de lote de
pedido/encomenda. Mais à frente iremos aprender a calcular o volume ótimo de pedido económico.
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A percentagem que representa o custo de armazenamento em relação ao valor do
Stock médio é designada por taxa de posse ou manutenção do Stock.
CUSTO DO ESPAÇO
A primeira coisa que a organização tem de decidir é se constrói o seu próprio armazém
ou o arrendar. Se escolher construí-lo, provavelmente precisará de financiamento
externo e terá que recorrer a créditos. Aqui teremos que considerar os seguintes
conceitos:
Arrendar - será uma quantia fixa por unidade de tempo (normalmente, por
mês) e por área de unidade (normalmente, por metro quadrado). O seu valor
vai variar substancialmente dependendo de fatores como a localização
geográfica, comunicações, serviços...
a organização.
Reparações e manutenção
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A unidade de medida mais frequente do custo do espaço é a relação entre o valor,
referente a todos os custos anteriores, os metros quadrados e a unidade de tempo. A
unidade usual de tempo será o mês, pois ao relacionar esse conceito com a mercadoria
armazenada, é utilizado o conceito de rotação (que veremos mais adiante), que
determina o número de vezes que a mercadoria armazenada é expedida ao longo do
ano. No entanto, podem ser usadas diferentes unidades de medida as de acordo com
o objetivo que se pretende.
A mais comum é a medida em euros por metro quadrado (€/m2). Esta unidade é
obtida fazendo o quociente entre o custo total para o conceito de espaço e os metros
quadrados construídos para uso em armazém. Deve-se relacionar esta medida com a
unidade de tempo escolhida, seja o mês, o ano ou outra.
Assim, por exemplo, se chamarmos Cm2 ao custo anual por metro quadrado, S à
relação kg/m2 e R ao número de semanas que permanece em Stock, e considerando
que a cada ano tem 52 semanas, teremos o custo semanal de espaço por quilograma:
Além dos custos de espaço, a importância e a estrutura desse custo podem variar
dependendo do tipo de instalações utilizadas. À medida que o grau de automação de
um armazém aumenta, esses custos tornam-se mais importantes e complexos. Sendo
a amortização destas instalações também considerada.
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A unidade de medida usada para avaliar este custo é a relação entre a totalidade das
despesas anteriores (em euros por ano) e a capacidade máxima de armazenamento
fornecida por essas instalações, geralmente em espaços de armazenamento.
Assim, é habitual calcular estes custos em euros por espaço (€ /esp.). Essa unidade de
medida é obtida pelo quociente entre o custo total das instalações e o número de
espaços de armazenagem do armazém. A organização tem que relacionar esta medida
com a unidade de tempo escolhida, seja o mês, o ano ou outra.
A unidade de medida mais utilizada para este conceito é: euros por unidade de
manutenção emitida do armazém até aos clientes. Essas unidades de gestão
geralmente são a palete, a caixa do fornecedor e, às vezes, unidades inferiores.
Naturalmente, também será necessário relacionar o resultado a alguma unidade de
tempo.
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Também é normal calcular essa despesa em euros por hora (€/h). Nesse caso, o custo
é obtido dividindo-se a despesa anual pelo conceito de manuseamento e pelo número
de horas trabalhadas pelo pessoal diretamente envolvido nessa tarefa.
Euros/camião
Euros/palete
Euros/a granel
O real consiste em dividir o custo anual de manipulação (ou, por exemplo, o euro/
caixa) pelo número de caixas manuseadas no armazenamento.
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CUSTO DE MANUTENÇÃO DO STOCK
Como é sabido, há algum tempo tem havido uma tendência geral nas organizações
para reduzir os seus Stocks em grande medida. Esta tendência deve-se ao facto de o
capital investido e imobilizado sob a forma de materiais e bens gerar custos: é o
chamado custo de oportunidade, que é o que a organização deixa de entrar para a
organização quando investe dinheiro em Stocks e não em outra coisa.
Custo por quilograma armazenado (€/kg). Será obtido com referência ao peso
médio armazenado.
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Num armazém, existem três grupos de tarefas vinculados à gestão de Stocks:
OUTROS CUSTOS
Custos com pessoas. Eles são salários e vencimentos, gastos com segurança
social, uniformes, refeições, etc. Cada trabalhador é afeto a um centro de
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Custos com Seguros. Podem ser contra incêndios, inundações, roubos, etc.
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Custos com impostos. Inclui-se dentro desta secção todos os impostos
incidentes sobre o edifício e dispositivos elétricos do armazém, quaisquer
que sejam, e licenças de funcionamento municipais, regionais e/ou estado.
CUSTO TOTAL
Assim, o custo total da gestão de Stocks (TC) será a soma dos custos de aquisição, mais
os custos de armazenamento, mais os custos de emissão de encomendas/ordens.
Calcula-se da seguinte forma:
Este controlo pode ser feito, tanto no ato de entrada ou de saída da mercadoria (pela
fatura ou pelo documento equivalente que reporta a entrada ou a saída), como por
antecipação (pela encomenda colocada ao fornecedor, no caso das entradas; pelas
vendas assinadas, no caso das saídas).
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Por renovação de Stocks entende-se o ato de, por meio de aprovisionamento,
recolocar os Stocks no seu ponto ótimo. Para renovar Stocks, é necessário ter em conta
dois aspetos:
ou
ou
72
Entende-se por cobertura ou rotação previsional, o cálculo com base na previsão de
vendas e no Stock médio previsto. Assim, conhecendo-se a previsão de vendas de um
produto para um determinado período de tempo e tendo em conta os Stocks e os
compromissos de encomendas, é possível calcular facilmente a rotação previsional
para o período em análise. Podemos pois, se assim o entendermos, interferir na
rotação previsional, intervindo nas encomendas já colocadas (ou a colocar),
aumentando-as, diminuindo-as, atrasando-as ou antecipando-as.
Valorimetria
FIFO: Deriva das iniciais da expressão anglo-saxónica "first in, first out" (o
primeiro a entrar é o primeiro a sair). Este método presume que os bens a
vender ou a consumir são os comprados ou produzidos em primeiro lugar,
ou seja, as primeiras existências a entrar em armazém são também as
primeiras a sair.
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O tratamento das existências é feito por lotes, cada entrada é um novo lote
que não se mistura com os anteriores. As existências finais são valorizadas
aos custos mais recentes dado que as saídas são consideradas aos custos
mais antigos.
O custo das vendas ou o custo dos consumos, sendo os mais antigos, podem
mostrar-se bastante abaixo dos preços de mercado, principalmente se a
rotação for lenta.
O custo de oportunidade foi definido como uma expressão "da relação básica entre
escassez e escolha".
São custos implícitos, relativos aos bens ou serviços que pertencem à organização e
que não envolvem desembolso monetário. Esses custos são estimados a partir do que
poderia ser ganho no melhor uso alternativo (por isso são também chamados custos
alternativos ou custos implícitos). Os custos económicos incluem, para além do custo
monetário explicito, os custos de oportunidade que ocorrem pelo facto dos recursos
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NOÇÃO DE CUSTO OPERACIONAL E DE CUSTO “AFUNDADO”
Os custos operacionais também são conhecidos como custos indiretos, já que embora
suponham gastos relacionados com o bom funcionamento do negócio, não são
investimentos (como a compra de uma máquina, por exemplo).
Custo Afundado (sunk cost) são os custos realizados até ao momento de uma
determinada tomada de decisão e que não irão interferir nessa mesma tomada de
decisão. Num determinado momento, o administrador/gestor deverá decidir de
acordo com os custos resultantes dessa decisão e nunca com base nos custos já
realizados até essa data.
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DESCONTOS, PROMOÇÕES E SOTCK DE SEGURANÇA
Como foi referido anteriormente as principais variáveis a ter em conta são a procura e
o tempo de aprovisionamento designado também por prazo de entrega. É nestas
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É ainda importante referir a relação direta existente entre o aumento dos Stocks de
segurança e:
Aumento dos custos de rutura e dos níveis de serviço;
Descida dos custos de posse;
Maiores variações na procura;
Maiores variações no prazo de entrega (tempo de aprovisionamento).
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2.4 GESTÃO DA VARIAÇÃO DA PROCURA E DO NÍVEL DE STOCK
A problemática relacionada com Stocks pode, para efeitos de análise, ser considerada
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A gestão de Stocks: processo dinâmico de racionalização dos elementos
contabilísticos de Stocks, de forma a rentabilizar o armazenamento, adequando
permanentemente quantidades de artigos armazenados e timings,
conseguindo para o mínimo de custos o máximo de rotação. Portanto, toda a
gestão de Stocks é previsional.
Gestão Física;
Gestão Administrativa;
Gestão Económica
De facto, com a expansão exponencial dos utilizadores da internet, cada vez mais as
organizações de software associam vários módulos de gestão (financeira,
contabilística, recursos humanos, etc.) à possibilidade de se realizarem compras pela
net, sendo depois integrada, no sistema informático da organização fornecedora, a
encomenda.
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As organizações de uma determinada dimensão possuem um serviço de compras
autónomo onde centralizam todas as atividades relativas ao processamento das
compras e que é responsável, não só pela aquisição de bens de equipamento,
existências e serviços, mas ainda pela obtenção desses bens na melhor qualidade e ao
melhor preço possível.
Uma vez adquiridos, os materiais que compõem o Stock são usados no fabrico ou
vendidos, por isso é necessário substituí-los. Existem vários sistemas para otimizar
estas entradas, tendo em conta os artigos que vão saindo, isto é, reaprovisionamento.
Mas antes de os analisarmos, vamos ver como calcular o ponto de pedido (que já
falamos anteriormente) e o lote de pedido.
É o nível de Stock que nos diz que devemos colocar uma nova encomenda se queremos
permanecer abastecidos e evitar que ocorra rutura da mercadoria.
Para calculá-lo, devemos partir de uma quantidade mínima: nunca deve ficar em
armazém uma quantidade inferior à do Stock de segurança. Assim, ao ponto de pedido
deve ser adicionada a quantidade necessária para cobrir o Stock de segurança (SS).
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Por outro lado, é muito importante fazer os pedidos com tempo suficiente para que o
fornecedor responda antes que ocorra uma rutura do Stock.
Para isso, à que ter em conta o prazo de entrega do fornecedor (PE) e a média das
vendas previstas, ou seja, a procura média (PM). Desta forma, o ponto de pedido é
calculado de acordo com a seguinte fórmula:
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Como é fácil deduzir desta fórmula, o ponto de pedido deve aumentar sempre que o
tempo de entrega do fornecedor aumenta ou quando a procura média aumenta.
Assim, o ponto de pedido depende do Stock de segurança. Para calcular o valor deste
último, devemos considerar o tempo máximo de entrega (PME), ou seja, quanto
tempo levaria a mercadoria para chegar em caso de atraso.
O Stock de segurança deve ser grande o suficiente para cobrir a procura média (PM)
durante esses dias; desta forma, o Stock de segurança será calculado de acordo com a
seguinte fórmula:
Para calcular qual é o tamanho ideal do pedido (Q *), ou seja, a quantidade de artigos
que devem ser pedidos em cada encomenda, teremos que fazer isso de forma a que o
custo total seja o mais baixo possível.
Para fazer esse cálculo, vamos usar o Modelo Wilson, que utilizada premissas básicas,
como as vendas são constantes ao longo do tempo e o custo de armazenamento e
emissão de pedidos são constantes. Esta designação prende-se com o facto de o
mesmo ter sido divulgado pelo Dr. Wilson que era RH e criou este modelo nas suas
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De acordo com esse modelo, o volume ideal de pedidos é calculado com base nos
custos totais que, como vimos, são compostos de três tipologias de custos:
É o valor que aparece na fatura. Para fazer este cálculo, deve considerar-se o o
custo anual de compra de mercadorias, que é calculado multiplicando as
vendas anuais (V) pelo preço do produto (P):
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Custo de Emissão de Pedidos (CP)
Tendo em conta estes dados, o custo total (CT) é fácil de calcular, pois será a soma dos
3 anteriores:
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Importante: ao calcular o tamanho ótimo da encomenda, deve considerar-se os
descontos conseguidos ao encomendar-se uma quantidade maior de artigos.
Como se pode ver, nesta tabela não foi tido em conta, no momento de calcular os custos totais,
o preço de compra do produto. Trata-se de verificar como o número de pedidos afeta o custo
total. Para ver mais claramente, vamos representar os dados num gráfico:
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Como mostra o gráfico, o custo de cada pedido aumenta à medida que o número de
unidades que o compõem aumenta, uma vez que implica custos administrativos e de
transporte mais altos (mais documentação, mais viagens, etc.).
Num dado momento, a soma dos dois custos é mínima. Este ponto indica o tamanho
ideal de pedido (Q *) que coincide com o ponto de inflexão da curva do custo total.
Neste caso, o número ideal de pedidos é 4.
Poder-se-á afirmar que existe sempre um desfasamento entre o ritmo das entregas e
o das utilizações das mercadorias, assim, o Stock serve de regulador entre as entregas
e as utilizações que se fazem a ritmos diferentes. Mas pode dizer-se, que todo o Stock
que ultrapasse o estritamente necessário para ter esse papel regulador, torna-se inútil
e fonte de gastos escusados.
Transação: são necessários que existam artigos em armazém para que a organização
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Especulação: Muitas vezes são constituídos Stocks com vista a aproveitar flutuações
futuras da procura. Acontece frequentemente em organizações ligadas aos mercados
de capitais, onde os artigos armazenados são financeiros.
85
que, caso não seja suficientemente desenvolvida, bloqueia a sua ação e a
concretização dos seus objetivos.
Considera-se que existe um erro numa localização sempre que nela não estiver o
produto correto na quantidade e qualidade esperadas.
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planeamento tendo também em consideração o número de pessoas que constituem a equipa.
Para além disso, os colaboradores responsáveis por esta tarefa devem conhecer o
procedimento, as normas a serem adotadas e o cronograma estabelecido.
Vamos então ver as normas gerais e respetivos passos a adotar na inventariação dos
bens e artigos.
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3ª etapa: separar e classificar as mercadorias
Aqui deve ser considerada a hipótese de rearranjo do espaço físico do Stock, mudando
caixas, armários, paletes e prateleiras de lugar — é possível que haja essa necessidade.
Deve ter-se muita atenção e os colaboradores devem estar sensibilizados para isso.
Contagens erradas prejudicam todo o propósito do trabalho, portanto, é preciso ser
bastante criterioso.
No final desse passo, deve ter-se em mãos uma relação dos artigos presentes no Stock,
as suas categorias e a quantidade disponível de cada um.
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Para além do inventário dos artigos a organização também deve fazer o inventário
patrimonial.
Já nas organizações cuja tributação ocorre com base no lucro real, o livro deve ser
escriturado no final de cada período de apuramento.
incluídas no SPED Fiscal - sistema por meio do qual os gestores devem informar,
periodicamente, os seus inventários ao Governo.
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Ferramentas colaboram com o processo
Código de barras
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SRM (Gestão de Relacionamento com Fornecedores)
Não há Stocks sem fornecedores, certo? É justamente por isso que os sistemas de SRM
(sigla que representa Supplier Relationship Management) se tornaram tão relevantes.
O inventário não é apenas uma obrigação fiscal. Pelo contrário: possui grande relevância
para uma boa gestão.
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DETERMINAÇÃO DE CONSUMOS
Uma das tarefas básicas na gestão de uma organização é a de, a todo o momento, ter
de tomar decisões sobre os investimentos que tem de efetuar. Tal tarefa é devida ao
facto de as disponibilidades financeiras da empresa serem insuficientes para ocorrer a
todas as necessidades e dos custos dos investimentos serem caros.
Uma gestão ótima de Stocks obriga, por conseguinte, a que se atue quer:
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Podemos então concluir que as duas principais preocupações de um serviço de
gestão de Stocks são:
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Classificação dos Inventários:
Quanto ao âmbito
Geral (quando abarca todos os valores que constituem um dado
património);
Parcial (quando abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais).
Quanto à apresentação
Analítico (quando, além do título da conta, nele são apresentados todos os
seus elementos integrantes, devidamente valorizados);
Sintético (quando nele apenas surgem as contas integrantes com o
respetivo título e extensão).
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CONTROLO DE QUALIDADE NOS APROVISINAMENTOS
inversa do peso;
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Os produtos se encontram dentro dos prazos de validade;
(...)
Desde a sua criação, a logística foca-se na eficiência do fluxo de bens ao longo dos
canais de distribuição. O fluxo de informação era, muitas vezes, menosprezado,
porque nem sempre foi visto como de vital importância para o cliente. Para além disso,
a velocidade das trocas de informação era limitada à velocidade de circulação do papel.
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A informação aumenta a flexibilidade em relação ao como, quando e onde
devem os recursos ser aplicados para ganhar vantagem estratégica.
Funcionalidades da informação
Num primeiro nível, o nível mais básico, está a transação. Esta inicia e
regista atividades logísticas individuais, tais como entrada de encomendas,
seleção de encomendas, envio de encomendas, preços, faturação e
inquéritos de clientes.
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GLOSSÁRIO
Eficácia - Eficácia é a qualidade daquilo que cumpre com as metas planeadas, ou seja,
uma característica pertencente as pessoas que alcançam os resultados esperados.
convencional para lead time em Supply Chain Management (SCM) é o tempo entre o
momento do pedido do cliente até a chegada do produto ao mesmo.
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Procurement - São as atividades estratégicas de gestão que contribuem para a
maximização de resultados financeiros das organizações: a segmentação e priorização
de volumes de compras, estratégias de negociação, plano anual de compras, definição
de objetivos de poupança, entre outras.
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Bibliografia
100