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O QUE É O DIABETES?

É um distúrbio metabólico causado pela falta relativa ou absoluta de insulina no organismo.


Insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e tem a função de facilitar a absorção da glicose
pelo organismo. Quando a insulina é produzida em quantidade insuficiente ou atua de forma
inadequada, a glicose deixa de ser absorvida pelas células e acumula-se no sangue.

A glicose que provém principalmente da alimentação, é o combustível do organismo, que circula na


corrente sanguínea, mas que precisa da insulina para penetrar nas células do corpo. A insulina
funciona neste processo como um bico injetor. Com a insuficiência da insulina ou inadequação da
ação, os níveis de glicose aumentam e se concentram no sangue a taxas elevadas, caracterizando o
diabetes. Em outras palavras, diabetes é o excesso de açúcar no sangue.

A taxa normal de glicose no organismo varia entre 70 a 110 mg por 100 ml de sangue.

EXISTEM 2 TIPOS DE DIABETES

O TIPO 1 (insulino - dependente), é uma doença auto-imune: as células do sistema imunológico


agridem as células produtoras de insulina destruindo-as, resultando na diminuição ou cessação da
produção de insulina. As pessoas com este tipo de diabetes precisam aplicar injeções diárias de
insulina, para controlar a doença, que em geral se inicia na infância ou na adolescência.

O TIPO 2 (não insulino-dependente), que atinge entre 80% e 90% dos diabéticos, ocorre na grande
maioria dos casos entre os adultos. Neste tipo de diabetes a produção de insulina pelo pâncreas é
normal, mas os tecidos do corpo se tornam resistentes à ação da insulina, impedindo a absorção da
glicose pelo organismo, elevando, assim, a taxa de açúcar na corrente sanguínea.

Quando a quantidade de insulina se reduz muito, o paciente precisa tomar injeções de insulina
(tanto do Tipo 1 como do Tipo 2 ), em geral duas ou mais vezes por dia, de modo a equilibrar a taxa
de glicose no sangue. As causas do diabetes infelizmente ainda não são conhecidas. Estudos
recentes revelam que há uma maior incidência de fatores hereditários no diabetes tipo 2.

Verifica-se também maior incidência da disfunção em pessoas obesas e em pessoas de vida


sedentária. Embora a obesidade não conduza obrigatoriamente à doença, verifica-se que mais de
80% dos casos de diabetes tipo 2 apresentam sobrepeso ou obesidade. Está provado que o excesso
de peso, principalmente em pessoas que possuem históricos familiares de diabetes tipo 2, aumenta
significativamente o risco de surgimento desta disfunção.

O diabetes tipo 1 pode conduzir ao estado de coma, devido a níveis de glicose muito altos
(hiperglicemia) ou muito baixos (hipoglicemia). Esse tipo de diabetes pode também provocar
deficiência de crescimento e desenvolvimento do jovem, além das complicações de longo prazo que
aparecem entre os não insulino-dependentes. Isto pode ocorrer também no Tipo 2.

SINTOMAS DA DOENÇA

Uma das características do diabetes é o fato de ser uma doença “silenciosa”. Uma proporção
significativa dos doentes, que segundo alguns estudiosos pode chegar a 50% dos casos, não sabem
que são diabéticos!

Por outro lado, basta um simples exame de sangue para detectar a doença. Ocorre que ainda nos
países emergentes como o Brasil e mesmo nos países mais desenvolvidos como os Estados Unidos,
a população não tem o hábito de fazer exames de saúde preventivos. No caso, recomenda-se que
todas as pessoas façam exame de sangue anualmente.

Um dos principais sintomas do diabetes é a sede, que provoca o maior consumo de água, que
provoca a produção de urina acima dos níveis de normalidade. O paciente se sente mais fraco, sente
mais fome e pode apresentar uma inexplicável perda de peso, mesmo quando continua a se
alimentar normalmente. Os pacientes referem indisposição e cansaço excessivo. Quando vários
destes sintomas se apresentam simultaneamente, impõe-se a necessidade de exames visando
identificar a elevação da dosagem de glicose no sangue.

CONSEQÜÊNCIAS

Se os níveis de glicose no sangue não forem devidamente controlados com medicamentos, com
comprimidos, insulina, dieta alimentar e exercícios físicos, pode-se desenvolver catarata, cegueira,
enfarto do miocárdio, gangrena provocada pela diminuição da circulação arterial no pé e na perna,
amputação de membros, impotência sexual masculina, doenças pulmonares e circulatórias,
insuficiência renal e hipertensão arterial.

TRATAMENTO

O tratamento deve ser prescrito pelo médico e sempre que possível apoiado por uma equipe
multiprofissional, formada por médico, enfermeira, nutricionista, psicólogo, educador físico,
podólogo, todos com treinamento apropriado e atualizado no tratamento do diabetes. São poucos os
doentes obviamente, que têm acesso a um tratamento multidisciplinar como este.

O portador de diabetes deve, pelo menos, ser cuidado por um médico especializado na doença, o
que na maioria das vezes não acontece. Existem estudos que mostram que 70% dos diabéticos são
tratados por clínicos, cardiologistas, ginecologistas, etc., profissionais que, em boa parte, não estão
habilitados para tratar desta doença.

Os cuidados com o diabetes estão centrados basicamente em três procedimentos: dieta, exercícios e
medicação. Porém, tão importante quanto estes procedimentos é a participação ativa do doente no
tratamento. Para isso, é necessário que o diabético conheça a doença, que seja orientado por um
profissional especializado e que tenha consciência da própria condição.

Como seus níveis de glicose mudam dia a dia, o diabético tem de empenhar-se para controlar a
doença. Hoje a própria pessoa com diabetes tem condições de fazer em casa a medição de sua
glicemia e pedir orientação ao médico para tomar as providências cabíveis ao seu estado naquele
momento.

Pode-se dizer que o Brasil dispõe de um arsenal terapêutico tão bom quanto o existente no exterior,
assim como dos meios de educação e controle do diabetes. Também é grande o know-how ao
alcance dos profissionais brasileiros, adquirido em simpósios e congressos internacionais. Alguns
destes profissionais estão hoje no comando da SBD.

Obs. O diabetes não tem cura. Através do controle dos níveis de glicose no sangue, os diabéticos
podem evitar que a doença traga conseqüências mais graves. Se houver variações intensas da
glicemia, num período curto de tempo, como algumas horas ou dias, surgem as complicações
agudas, mais freqüentes nos diabéticos insulino-dependentes.
ESTRATÉGIAS PESSOAIS

A Sociedade Brasileira de Diabetes destaca as principais estratégias para o controle glicêmico. Elas
envolvem a educação em diabetes, motivação pessoal, disciplina, força de vontade, controle
domiciliar da glicemia, apoio social e familiar e equilíbrio emocional. Tudo isso, combinado com
medicação adequada, dieta e exercícios.

O tipo de medicação, bem como a sua dose, é definido em função da dieta e do nível de atividade
físicas. É muito importante, porém, que o diabético entenda os mecanismos da doença, assim como
as condições que causam o aumento ou a diminuição brusca da glicemia. O paciente deve seguir as
orientações dietéticas sobre o que comer e a quantidade a ser ingerida e, se possível, ter
conhecimentos ainda mais específicos, como os perfis de ação terapêutica das várias insulinas.
Deve-se ter em mente, ainda, que o estresse emocional pode ter impacto negativo sobre o controle
da glicemia.

O controle domiciliar do diabetes é um dos resultados do avanço da tecnologia para o tratamento da


doença. Há aparelhos eletrônicos portáteis, que permitem a medição dos níveis de glicose no
sangue. O teste pode ser feito pelo próprio indivíduo, com apenas uma gota de sangue. O resultado
é mostrado em alguns segundos.

A forma mais eficaz de combater essa epidemia, reduzindo o número de diabéticos, coincide com o
combate à obesidade e à vida sedentária. Entretanto, se houver um trabalho de detecção em massa
da doença, milhares de pessoas serão tratadas em tempo hábil, evitando o agr

DICA

Veja também: Os 100 segredos das Pessoas Saudáveis. Analisando um amplo número de pesquisas
científicas, David Niven fornece neste novo livro conselhos úteis e práticos que mostram o que de
fato faz bem ou mal à saúde, derrubando mitos e oferecendo exemplos concretos do dia-a-dia. A
idéia equivocada de que ficar doente é uma fatalidade faz com que muita gente não cuide de sua
saúde como deveria. Ao tomar consciência de que nós é que escolhemos ser saudáveis ou não,
podemos melhorar significativamente nossa qualidade de vida.

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