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1 Introdução 4
1.1 Informações bási
as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 O Laboratório de Físi
a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2.1 Elaboração de relatórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.2 Advertên
ias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2
SUMÁRIO 3
Introdução
• Ser uidadoso ao medir dados experimentais, de modo a minimizar as han es de apare imento de erros.
• Tomar os devidos
uidados quanto à segurança dos equipamentos e dos operadores de equipamentos durante
uma atividade práti
a.
A dis
iplina Físi
a Experimental I é dividida em aulas teóri
as e práti
as. Nas aulas teóri
as, vamos entrar
em
ontato
om alguns
on
eitos da Teoria dos Erros e algumas té
ni
as de análise estatísti
a de dados. Estes
on
eitos e té
ni
as são ne
essários porque, diferentemente de um exer
í
io de uma lista ou prova de Físi
a, que
possui uma úni
a solução
orreta, podemos obter mais de um resultado quando fazemos uma medição de um
fenmeno físi
o na vida real, e não podemos dizer imediatamente se esse resultado está
orreto ou in
orreto. A
partir de um
onjunto de dados experimentais, as té
ni
as de análise de dados que vamos estudar nos permite
deduzir qual é a melhor estimativa experimental da grandeza que estamos medindo.
As aulas práti
as,
ujos roteiros estão
ontidos nesta apostila, são atividades que versam sobre temas vistos
na dis
iplina Físi
a 1. Em
ada aula, o aluno tem a oportunidade de usar as té
ni
as estudadas para fazer a
análise de fenmenos observados no laboratório. As atividades são:
2. Lei de Hooke;
3. Queda Livre;
4. Lançamento de Projéteis;
5. Colisões;
6. Pêndulo Balísti o.
As atividades são feitas em grupo. O grupo deve produzir um relatório sobre o trabalho feito para entrega na
aula seguinte.
• Folha de rosto,
ontendo o nome do instituto, o nome da dis
iplina, o título da atividade, o nome de
ada
membro do grupo e do professor e a data de entrega;
• Resumo, que deve onter uma des rição su inta da atividade e de seus objetivos;
• Introdução teóri a, que ontém uma expli ação dos on eitos físi os ligados à atividade;
• Aparato e pro
edimento experimental, seção que
ontém uma des
rição dos equipamentos usados na ati-
vidade, e a sequên
ia de passos tomados durante a atividade para
alibrar os instrumentos e tomar os
dados;
• Tabela de dados, que deve onter todos os dados medidos na experiên ia, om seus erros;
• Cál
ulos, seção que
ontém as fórmulas utilizadas e resultados obtidos (os
ál
ulos podem ser detalhados
se não forem muito longos);
• Análise dos resultados, onde devem ser
omentados os resultados obtidos na experiên
ia. A grandeza
obtida é
ompatível
om o valor esperado? O que o resultado nos diz sobre o fenmeno estudado?
• Con
lusão, seção na qual deve ser dito se o objetivo da atividade foi al
ançado;
aso o resultado obtido seja
diferente do esperado, é ne
essário ser sin
ero (admitindo que o resultado não foi o esperado) e levantar
hipóteses para expli
ar esse resultado.
• Bibliograa uma lista dos livros, artigos de revistas, sites, e outras fontes utilizadas para a elaboração
do relatório;
Re
omenda-se que o resumo e a
on
lusão sejam es
ritos apenas após as outras partes. O resumo deve
riar expe
tativa do leitor quanto às demais partes do relatório, enquanto a
on
lusão deve
onter um resumo
dos resultados obtidos. Espe
ialmente, devem ser evitadas frases genéri
as
omo O objetivo da atividade
foi atingido de modo adequado, que são sentenças que poderiam ser es
ritas ao nal de qualquer relatório,
indis
riminadamente.
6 CAPÍTULO 1. INTRODUÇO
• Não tragam alimentos para o Laboratório de Físi a. Limpem as mãos antes de ada aula;
• Prestem atenção às instruções do professor, espe
ialmente as rela
ionadas
om o manuseio de materiais
espe
í
os: por exemplo,
one
tar equipamentos elétri
os à tomada de voltagem adequada.
• As ban
adas que estão sendo usadas na atividade do dia devem
onter apenas os equipamentos da atividade
e materiais para registro,
omo lápis,
aderno e folhas de papel milimetrado.
• Todos os equipamentos elétri
os usados na atividade devem ser desligados quando não estiverem sendo
usados, e ao nal da atividade;
Capítulo 2
• O pro
esso de medição é uma interação entre o pro
esso medido e o aparelho de medida. Essa interação
altera de modo imprevisível o valor verdadeiro da medida.
Um exemplo: durante a medição da temperatura de um
orpo, deve haver um uxo de energia entre o
objeto medido e o termmetro, para que a temperatura do termmetro passe a ser a mesma do objeto.
Com esse uxo de energia, a temperatura do objeto se altera. Um bom termmetro é tal que a temperatura
do objeto não se altera signi
ativamente durante a medição (a
apa
idade térmi
a do termmetro deve
ser pequena), mas é impossível eliminar essa variação.
• O pro
esso de medição não permite que se faça uma medida exata: existe um grau de impre
isão inerente
ao pro
esso de medida.
Um exemplo: quando usamos um
ronmetro para medir um intervalo de tempo, o tempo de reação
humano ao ini
iar e parar o
ronmetro afeta o valor da medida.
• O aparelho que estamos utilizando exibe apenas um número nito de resultados, e o valor verdadeiro da
medida se en
ontra entre um valor que pode ser exibido pelo aparelho e o próximo.
Um exemplo: uma régua de 30 cm graduada em mm permite que se obtenham 301 resultados diferentes,
in
luindo 0 cm e 30 cm. Assim, não podemos saber o valor exato de uma medida, mas apenas a melhor
aproximação exibida pelo aparelho. Notem que, se não estamos satisfeitos
om a aproximação forne
ida
pelo aparelho, podemos tro
á-lo por um mais pre
iso no exemplo a
ima, podemos tro
ar a régua milime-
trada por um paquímetro ou mi
rmetro mas não podemos eliminar essa fonte de erro, porque nenhum
aparelho real pode forne
er innitos valores diferentes.
• Quando repetimos a medida (usando o mesmo instrumento e tomando
uidados idênti
os), obtemos valores
ligeiramente diferentes. Este efeito pode o
orrer devido a inuên
ias imprevisíveis do ambiente: variações
lo
ais de
ampo magnéti
o ou temperatura, presença de
orrentes de ar, vibrações
ausadas pela passagem
de um
aminhão na rua ao lado,. . .
• A leitura do instrumento varia
om o tempo, em vez de permane
er xa num úni
o valor. Este fenmeno
é
omum quando usamos instrumentos digitais.
Devido a esses fatores e outros, o valor verdadeiro de uma grandeza
ontinua sendo des
onhe
ido após uma
medição. Se a medida é feita
om
uidado, utilizando-se bons aparelhos e métodos adequados de medição, o
8 CAPÍTULO 2. ERROS SISTEMÁTICOS E ALEATÓRIOS
valor experimental da grandeza (ou seja, o resultado da medição) é uma boa estimativa do valor verdadeiro. A
diferença:
δx = |x − xv | (2.1)
é
hamada de erro da medição. Por
onvenção, erros são grandezas positivas; assim, é ne
essário tomar o módulo
ao denir o erro.
Evidentemente, se o valor verdadeiro de uma grandeza é des
onhe
ido, então o erro
ometido durante uma
medição também é des
onhe
ido. Entretanto, é lógi
o supor que, se as medidas são feitas
om o devido
uidado,
e usando instrumentos
onáveis, o valor obtido na experiên
ia deve ser próximo do valor verdadeiro, e o erro
da medição deve ser pequeno, quando
omparado
om a grandeza medida.
Uma forma alternativa, bastante usada na apresentação de valores experimentais de
onstantes físi
as, é es
rever
apenas os algarismos signi
ativos do erro (ver seção 2.3) dentro de parênteses, após o valor da grandeza.
Em Young & Freedmann, Físi
a 1 (2008), o valor da
arga de um elétron é es
rito
omo e = 1,602 176 53(14) × 10−19 C.
Traduzindo essa informação para a primeira notação, obtemos e = (1,602 176 53 ± 0,000 000 14) × 10−19 C.
Quando es
revemos um resultado na forma a
ima, queremos dizer que existe um grande
han
e de que o
valor verdadeiro da grandeza esteja dentro do intervalo
ujos limites são x − δx e x + δx (gura 2.1). O grau de
onança da armação a
ima depende do método utilizado para
al
ular δx: por exemplo, asso
iamos ao desvio
padrão de uma série de medições (normalmente representado
omo σ ) um grau de
onança de 68 %.
Uma outra forma de apresentar o erro de uma medida é a forma per
entual. O erro relativo per
entual p de
uma medida é
al
ulado
omo:
δx
p= × 100 % (2.3)
x
e a forma de es
rever o resultado de uma medida na forma per
entual é:
X = x(un.) ± p% (2.4)
x1
x2
Medidas incompativeis
Figura 2.1: A
ima, intervalo de
onança de uma grandeza: o valor verdadeiro da grandeza X se en
ontra,
om grande probabilidade, dentro do intervalo deta
adao. No meio, o valor verdadeiro da grandeza X pode
estar dentro dos dois intervalos simultaneamente, de modo que as medidas x1 ± δx1 e x2 ± δx2 são
ompatíveis.
Abaixo, é impossível que o valor verdadeiro esteja dentro dos dois intervalos ao mesmo tempo: assim, as medidas
são im
ompatíveis.
• Erro aleatório ou estatísti
o:
orresponde a todo erro que varia de forma aleatória
om
ada repetição da
medida. Podemos estimar o valor do erro aleatório repetindo a medição, nas mesmas
ondições, um
erto
número de vezes.
Erros aleatórios podem ser
ausados por variações muito pequenas das
ondições ambientais e do estado
de atenção do operador, que tendem a utuar
om a passagem do tempo.
• Erro sistemáti
o:
orresponde a todo erro que não apresenta variação quando repetimos a medição, devendo
ser estimado de outra forma.
Um ter
eiro tipo de erro é o erro devido a mau uso do instrumento, falta de atenção do operador, e outras
ausas,
hamado de erro grosseiro, que deve ser evitado. Se houver a suspeita de que um erro grosseiro está
ontaminando uma medida, a medida deve ser repetida, e o valor suspeito deve ser eliminado.
• A a
urá
ia de uma medida refere-se à diferença relativa entre a medida e o valor verdadeiro da grandeza.
Uma medida a
urada será bastante próxima do valor verdadeiro. Entretanto, numa situação práti
a, é
impossível saber qual é a a
urá
ia de uma medida, porque não
onhe
emos o valor verdadeiro. O máximo
que podemos fazer é aumentar a a
urá
ia da medida diminuindo os erros asso
iados ao pro
esso de medição.
• A pre
isão de uma medida refere-se à nura do pro
esso de medição. Uma régua graduada em milímetros
produz medidas mais pre
isas que uma régua graduada em
entímetros, porque os números produzidos
pela primeira régua são mais próximos entre si. No
ontexto da apresentação de uma medida, a pre
isão
é indi
ada pelo erro relativo total (in
luindo todas as fontes de erro) de uma medida.
Se não o
orreram distorções provo
adas pelo pro
esso de medida, então uma medida mais pre
isa também
deve ser mais a
urada. A medida obtida por um mi
rmetro é mais pre
isa do que a mesma medida obtida
por um paquímetro, mas a a
urá
ia das duas medidas depende do estado de
onservação e do bom uso dos
instrumentos, entre outros fatores. Uma medida pode ser mais pre
isa que outra e ter pior a
urá
ia: por exemplo,
se
ompararmos as medidas de um relógio digital que mar
a
entésimos de segundo mas não é sin
ronizado
orretamente
om o horário lo
al
om as de um relógio analógi
o
orretamente sin
ronizado que mar
a até
segundos, as leituras do relógio digital são mais pre
isas (margem de 1
entésimo de segundo
ontra margem de
1 segundo), mas menos a
uradas do que as do relógio analógi
o.
• Instrumentos analógi
os: para fazer a leitura de um instrumento analógi
o, é ne
essário
omparar a posição
do ponteiro
om a es
ala graduada, mantendo o olho alinhado
om o ponteiro e a es
ala. A falha em
manter esse alinhamento dá origem a um erro de paralaxe, que deve ser evitado. É re
omendado, sempre
que possível, estimar a posição do ponteiro entre duas mar
as vizinhas usando um algarismo (para uma
regra milimetrada, podemos estimar os dé
imos de milímetro da medição).
É
omum adotar
om in
erteza sistemáti
a a metade da menor divisão de leitura. Assim, para uma régua
milimetrada, δxsist = 0,5 mm. Essa re
omendação vem do ra
io
ínio a seguir: se o instrumento é bom,
então o máximo erro admissível deve ser da ordem da menor divisão do instrumento
aso
ontrário, não
poderíamos
onar nos valores forne
idos pelo instrumento. A metade do erro máximo é uma estimativa
do erro médio ao fazer a medição.
• Instrumentos digitais: muitos instrumentos digitais possuem mais de uma es
ala de leitura, determinadas
por diferentes fundos de es
ala. Por exemplo, um voltímetro digital pode ter
omo fundos de es
ala os
2.3. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS 11
valores de 2 V, 20 V, 200 V e 1000 V. Se não
onhe
emos a ordem de grandeza da medida a ser feita,
é re
omendável ajustar o instrumento para o maior fundo de es
ala possível antes de fazer a medida, e
diminuir o fundo de es
ala a seguir, para obter medidas mais pre
isas.
O manual da maioria dos instrumentos digitais forne
e informações sobre erros do instrumento, normal-
mente es
ritas
omo o erro per
entual
ometido numa medida. Na ausên
ia dessa informação, podemos
estimar o erro sistemáti
o veri
ando se o último dígito os
ila durante a medição (essa os
ilação é normal,
e não um defeito do instrumento): a metade da amplitude total de os
ilação é uma boa estimativa do erro
sistemáti
o.
Não é re
omendado usar a regra da metade da menor divisão
om instrumentos digitais: na ausên
ia do
manual, e se não for observada os
ilação do último dígito, tomamos
omo erro sistemáti
o o menor número
que pode ser forne
ido pelo instrumento.
• Em um instrumento analógi
o (de boa qualidade), podemos ler diretamente todos os dígitos
orrespon-
dentes a mar
ações da es
ala do instrumento, e podemos estimar mais um dígito,
orrespondente à fração
da medida que
ai entre duas mar
ações
onse
utivas.
Por exemplo, quando medimos um
omprimento
om uma régua milimetrada, apenas os algarismos até a
asa dos milímetros são
orretos, porque são lidos diretamente da es
ala da régua. No entanto, podemos
estimar o algarismo dos dé
imos de milímetro. Este dígito é signi
ativo, porque transmite uma idéia
on
reta, embora não exata, sobre a medida.
• Quando usamos um instrumento digital,
omo um multímetro para fazer uma leitura de tensão, notamos
que o último dígito tende a os
ilar, mostrando que seu valor é duvidoso.
É ne
essário notar que zeros que são usados para ajustar a ordem de grandeza de um número não são
algarismos signi
ativos. Essa regra in
lui duas situações distintas:
• Zeros à esquerda de um número de
imal menor que a unidade. Quando dizemos que a massa molar do gás
oxigênio é 0,032 kg/mol, usamos dois algarismos signi
ativos: 3 e 2, pois os dois primeiros dígitos 0 são
usados para indi
ar a ordem de grandeza: 0,032 está entre 0,01 e 0,1.
• Zeros à direita em um número inteiro, usado em uma aproximação. Quando dizemos que a pressão de
1 atm é equivalente a 101 000 Pa, usamos três algarismos signi
ativos: 1, 0 e 1. Os três dígitos 0 à direita
são usados para indi
ar a ordem de grandeza do número: 101 000 está entre 100 000 e 1 000 000.
Uma leitura direta de um instrumento, de forma geral, produz apenas valores signi
ativos. Uma possível
ex
eção o
orre quando ajustamos a es
ala de fundo de um instrumento digital, de modo que a medida lida no visor
deve ser multipli
ada por uma potên
ia de 10 para ser obtido o valor real. Em situações
omo essa, é re
omendado
es
rever o resultado em notação
ientí
a, de modo que apareçam apenas os algarismos signi
ativos. Para
es
rever um número normal em notação
ientí
a, devemos transformá-lo para a forma:
x = a × 10b , (2.6)
onde a é um número entre 1 e 10. Usando essa notação, podemos
ontrolar o número de dígitos após a vírgula,
de modo a es
rever apenas os algarismos que são signi
ativos.
12 CAPÍTULO 2. ERROS SISTEMÁTICOS E ALEATÓRIOS
Na situação a
ima, o segundo algarismo após a vírgula é duvidoso, podendo ser,
om maior probabilidade, um
dos algarismos 3, 4, 5, 6, 7 ou 8. Já o ter
eiro (e os demais algarismos, se eles existissem) pode ser desprezado:
isso o
orre porque os algarismos lo
alizados à direita do segundo algarismo duvidoso não transmitem informação
adi
ional. Voltando ao exemplo a
ima, embora tenhamos es
rito que o algarismo da ter
eira
asa após a vírgula
é 8, o algarismo real poderia ser qualquer um (de 0 a 9)
om a mesma probabilidade.
Assim,
on
luímos que:
• Quando es
revemos o erro de uma medição, só é ne
essário es
rever UM algarismo signi
ativo devemos
arredondar o valor obtido para que ele tenha um úni
o algarismo signi
ativo ;
1
• Quando es
revemos uma grandeza na forma x̄ ± δx, arredondamos o valor médio até a
asa de
imal
orrespondente ao algarismo do erro.
Utilizando essas regras no exemplo a
ima, vemos que o modo adequado de es
rever a tensão medida é:
U = (1,46 ± 0,03) V.
• 2
Produto por um número exato (ou fator de
onversão exato) : o número de algarismos signi
ativos do
resultado é igual ao número de algarismos signi
ativos do fator
om impre
isão.
• Adição e subtração: veri
amos qual a
asa de
imal
orrespondente ao último algarismo signi
ativo de
ada par
ela. Fazemos o
ál
ulo levando em
onta todos os dígitos, e arredondamos o resultado até a
asa
de
imal que existe em todas as par
elas.
• Produto e divisão:
al
ulamos o resultado levando em
onta todos os algarismos; ao nal,
ontamos o
número de algarismos signi
ativos de
ada fator, e arredondamos o resultado até
ar
om o menor
dentre os números de algarismos signi
ativos.
1
Em situações nas quais a grandeza obtida é resultado de uma experiên
ia bem
uidadosa, na qual todas as fontes de erro são
ontroladas, é possível es
rever resultados a
ompanhados de erros
om DOIS algarismos signi
ativos por exemplo, os valores
atualmente re
onhe
idos das prin
ipais
onstantes físi
as. Já as experiên
ias realizadas neste
urso não tem o mesmo grau de
pre
isão e a
urá
ia, de modo que não é possível re
omendar o uso de dois algarismos signi
ativos nos erros obtidos.
2 √
Essa regra in
lui números inteiros e ra
ionais
omo 2, 3, 1/4, . . . , números irra
ionais
onhe
idos,
omo π , 2, . . . , e números
obtidos de tabelas de
onstantes físi
as.
2.4. ERROS ALEATÓRIOS 13
• Outras operações e funções, tais
omo ln, cos, exp, . . . : mantemos o mesmo número de algarismos signi-
ativos no resultado.
Números obtidos por
ál
ulos devem ser arredondados até o número
orreto de algarismos signi
ativos ser
obtido (em vez de simplesmente desprezar os dígitos indesejados):
• Se a sequên
ia de dígitos a ser abandonada for menor do que 500. . . , mantém-se o último algarismo
omo
está;
• Se a sequên ia de dígitos a ser abandonada for maior do que 500. . . , soma-se 1 ao último algarismo mantido;
• Se a sequên
ia de dígitos a ser abandonada for igual a 500. . . , arredondamos o número para
ima ou para
baixo, de modo que o último dígito mantido seja par.
Notem que erros de arredondamento podem se propagar des
ontroladamente em algumas situações, quando
3
efetuamos vários
ál
ulos e arredondamos o resultado obtido em
ada etapa . Assim, é prudente, quando for
ne
essário fazer uma sequên
ia de
ál
ulos, arredondar APENAS o resultado nal: para saber quantos algarismos
devem ser abandonados, usamos mentalmente as regras de determinação dos algarismos signi
ativos em
ada
um dos
ál
ulos intermediários, até obter o resultado nal.
3
Um exemplo típi
o de situação na qual erros podem se propagar des
ontroladamente o
orre no
ál
ulo dos
oe
ientes linear e
angular usando o Método de Mínimos Quadrados (
apítulo 3).
14 CAPÍTULO 2. ERROS SISTEMÁTICOS E ALEATÓRIOS
de valores e o valor médio. Uma das grandezas mais utilizadas
omo medida de dispersão de dados é o desvio
padrão 4
(a rigor, o desvio padrão da amostra ), denido
omo:
r
(x1 − x̄)2 + (x2 − x̄)2 + · · · + (xN − x̄)2
σ= (2.11)
N −1
Uma medida de dispersão mais simples é o erro médio, denido
omo a média aritméti
a da diferença de
ada medida em relação ao valor médio, tomada em módulo. Usando símbolos:
Ao es
rever o resultado nal, é ne
essário arredondar δx para que ele tenha apenas um algarismo signi
ativo;
assim, se um dos erros δxsist ou δxal for muito maior que o outro, é desne
essário fazer a soma.
• Quando queremos obter o
omprimento da
ir
unferên
ia de uma peça
ilíndri
a ou de um dis
o, normal-
mente medimos o diâmetro da peça
om uma régua, paquímetro ou mi
rmetro, uma ou mais vezes, a
m de obter o valor médio do diâmetro e seu erro experimental. A seguir, usamos o diâmetro médio para
al
ular o
omprimento da
ir
unferên
ia, usando a fórmula: C = πd.
• Para
al
ular a área de uma parede que será pintada, e
onsequentemente determinar a quantidade média
de tinta a se usar, é ne
essário medir o
omprimento x e a altura y da parede. A seguir, usamos a fórmula
A = xy para obter a área. O erro na determinação da área vai depender dos erros do
omprimento e da
altura.
4
Em
ursos de Estatísti
a, é introduzido outro desvio padrão: o desvio padrão da população, denido
omo:
r
(p) x21 + x22 + · · · + x2N
σ = (2.10)
N
A diferença
on
eitual entre desvio padrão da população e desvio padrão da amostra é sutil: se usamos o desvio padrão da
população, estamos assumindo que o valor médio obtido é igual ao valor verdadeiro, ou que obter mais medidas não deve alterar o
resultado obtido; se usamos o desvio padrão da amostra, estamos assumindo que o valor médio obtido pode ser diferente do valor
verdadeiro, de modo que existe uma fonte extra de erro, referente à diferença entre esses valores. Assim, o desvio padrão da amostra
é ligeiramente maior que o desvio padrão da população. À medida que N aumenta, as duas formas de denir o desvio padrão
tornam-se indistinguíveis.
5
Em vários livros de Teoria de Erros e Análise de Dados Experimentais, podemos en
ontrar outra pres
rição para
ombinar erros
sistemáti
os e aleatórios:
δx = (δx2sist + δx2al )1/2 (2.14)
pro
edimento justi
ado pelo fato das duas fontes de erro serem independentes, e que forne
e um erro nal menor. Tendo em vista
que, no Laboratório Didáti
o de Físi
a, não é
ostume fazer um
ontrole muito apurado de todas as fontes de erro possíveis, o autor
pensa que este pro
edimento não é ne
essário.
2.5. PROPAGAÇO DE ERROS 15
11,30 cm; 11,10 cm; 10,95 cm; 11,10 cm; 11,20 cm (2.16)
Se o erro sistemáti
o asso
iado às medidas feitas
om o paquímetro é de 0,05 cm, determine o valor médio do diâmetro, o
desvio padrão das medidas e o erro total. Apresente o resultado de modo adequado.
O valor médio d¯ é igual à média aritméti
a das medições:
11, 30 + 11, 10 + 11, 10 + 11, 10 + 11, 20
d¯ =
m = 11,14 cm (2.17)
5
O desvio padrão σ é
al
ulado abaixo:
s
¯ 2 + (d2 − d)
(d1 − d) ¯ 2 + (d3 − d)
¯ 2 + (d4 − d)
¯ 2 + (d5 − d)¯2
σ=
N −1
r
(11, 30 − 11, 14) + (11, 10 − 11, 14)2 + (11, 00 − 11, 14)2 + (11, 10 − 11, 14)2 + (11, 20 − 11, 14)2
2
=
5−1
r r
0, 0256 + 0, 0016 + 0, 0196 + 0, 0016 + 0, 0036 0, 052
= = = 0,114 cm (2.18)
4 4
O erro aleatório é igual ao desvio padrão da média:
√
δdal = σm = 0, 114/ 5 = 0,051 cm (2.19)
O número a
ima deve ter apenas 1 algarismo signi
ativo: assim, ao es
rever o resultado nal, devemos arredondá-lo para
0,1 cm. Arredondando o valor médio, temos: d = (11,1 ± 0,1) cm.
• Para
al
ular a velo
idade média de um
orpo em movimento, determinamos a distân
ia ∆x que ele
per
orre em um intervalo de tempo ∆t, e
al
ulamos vm = ∆x/∆t.
Em
ada
aso a
ima, o erro da(s) grandeza(s) medida(s) diretamente deve ser transferido ou propagado para a
grandeza que queremos obter, de modo a obtermos o erro da grandeza nal.
• Somas e subtrações: se x±y é a grandeza
ujo erro queremos
al
ular, e os erros de x e y são δx e δy ,
então:
δ(x ± y) = δx + δy (2.22)
16 CAPÍTULO 2. ERROS SISTEMÁTICOS E ALEATÓRIOS
δy
δx
y(x̄)
x̄ x
Notem que o sinal usado no erro é sempre (+), tanto para somas
omo para subtrações. Isso o
orre
porque, quanto maior a in
erteza na determinação de um termo, maior será a impre
isão do resultado. Se
houverem mais de 2 termos, simplesmente
ontinuamos somando os erros.
• Produtos: se x·y é a grandeza ujo erro queremos al ular, e os erros de x e y são δx e δy , então:
Notem que, em
ada par
ela, apare
e o erro de uma grandeza multipli
ado pela(s) outra(s) grandeza(s),
omo na regra do produto para derivação.
• Divisões: se x/y é a grandeza ujo erro queremos al ular, e os erros de x e y são δx e δy , então:
As fórmulas para produto e divisão também podem ser es
ritas de outra forma, envolvendo o
on
eito de
erro relativo:
δz δx δy
= + , (2.25)
z x y
para z = x.y , ou para z = x/y . A fórmula a
ima é mais
onveniente se quisermos estender o resultado
para produtos e divisões
om 3 ou mais termos: simplesmente somamos os demais erros relativos.
Vemos que, em todos os
asos, é ne
essário
onhe
er a fórmula que forne
e a grandeza que queremos
al
ular,
e a seguir apli
ar a fórmula
orrespondente para seu erro. Notem que x, y e z, nas fórmulas a
ima, são
nomes genéri
os das variáveis, e devem ser substituídos pelas grandezas que que estamos usando de fato: numa
determinar da densidade d de um
orpo a partir de sua massa m e seu volume V,
omo d = m/V , devemos
apli
ar a fórmula para divisões substituindo x por m, y por V e z por d.
Para situações mais
ompli
adas, podemos separar o
ál
ulo do erro em etapas, de modo que
ada etapa
orresponda a uma operação simples,
ujo erro sabemos
al
ular. Não vamos ver, neste
urso, a expressão mais
geral para o erro de uma grandeza que é uma função qualquer de duas ou mais grandezas
om erros.
2.6. EXERCÍCIOS 17
• O raio de um
ír
ulo é igual a (4,45 ± 0,05) cm. Qual é o
omprimento da
ir
unferên
ia desse
ír
ulo?
O
omprimento dessa
ir
unferên
ia é: C = 2πr = 27,960 17 . . . cm.
Para
al
ular o erro asso
iado, usamos a fórmula de propagação de erros:
dC d
δC = · δr = (2πr) · δr = 2π · 0, 05 = 0,314 . . . cm (2.26)
dr dr
δC deve ser arredondado de modo a
ar
om um algarismo signi
ativo, e C deve ser arredondado de modo
orrespondente. Assim, temos:
C = (28,0 ± 0,3) cm (2.27)
• Como parte de uma experiên
ia de Cinemáti
a, foi obtido o valor (31,9 ± 0,4) cm/s para a velo
idade v de um
orpo.
Cal
ule o valor de v 2 para esse
orpo,
om o erro
orrespondente.
Temos: v 2 = 1017,61 cm2 /s2 . O erro da grandeza v 2 é obtido da seguinte forma:
d 2
δ(v 2 ) = (v ) · δv = 2v · δv = 2 · 31, 9 · 0, 4 = 25,52 cm2 /s2 (2.28)
dv
Arredondando esse número para uma úni
a
asa de
imal, obtemos δv = 30 cm2 /s2 . Para
ar
laro que o erro
ontém apenas um algarismo signi
ativo, podemos es
rever v 2 usando notação
ientí
a:
v 2 = (1020 ± 30) cm2 /s2 = (1,02 ± 0,03) × 103 cm2 /s2 (2.29)
• Num movimento uniforme, a posição de um
orpo a
ada instante de tempo é dada pela função horária s = s0 + vt,
om s0 = (3,25 ± 0,05) cm e v = (2,48 ± 0,06) cm/s. Cal
ule a posição do
orpo,
om sua in
erteza, no instante
t = (8,57 ± 0,05) s.
Para obter a posição do
orpo, pre
isamos primeiramente
al
ular o produto vt,
om sua in
erteza δ(vt), para depois
fazer a soma s0 + vt. Assim, vamos
al
ular vt e seu erro:
Note que, nas etapas intermediárias, estamos
onservando mais algarismos signi
ativos que os ne
essários.
A posição nal do
orpo e seu erro são dados por:
Ajustamos o número de algarismos signi ativos para obter o resultado nal, om sua unidade:
2. Res reva as medidas abaixo na forma x̄ ± δx, arredondando os resultados de forma apropriada.
(a) U = 8390 V ± 5 %
18 CAPÍTULO 2. ERROS SISTEMÁTICOS E ALEATÓRIOS
4. Faça as ontas a seguir e expresse o resultado om o número orreto de algarismos signi ativos:
√
(a) 2 × 2, 53 (f ) 8, 43 × 5, 12 × 7, 2
(b) 37, 76 + 0, 132 (g) (8, 296 − 6, 72)/0, 54
(
) 16, 264 − 16, 26227 (h) exp(2, 416)
(d) 52, 1 × 0, 024 (i) ln(0, 682)
(e) (1, 04 × 108 )/(3, 2276 × 10−3 ) (j) tan(1,92 rad)
√
No primeiro item,
onsidere que 2 é um número exato (erro nulo).
5. Um paquímetro é utilizado para medir o
omprimento de uma peça, obtendo-se o
onjunto de medidas
abaixo.
i 1 2 3 4 5 6
xi (cm) 5,118 5,119 5,121 5,117 5,121 5,116
(a) Determine o valor médio do omprimento da peça, o erro aleatório δxal e o erro total.
(b) Es reva o resultado na forma x̄ ± δx, usando o número orreto de algarismos signi ativos.
6. Usando uma régua graduada em milímetros, são feitas 5 medidas do diâmetro de um ír ulo:
i 1 2 3 4 5
di (
m) 40,02 40,06 39,97 40,01 40,05
Expresse o resultado nal da medida om seu erro. Não esqueça o erro sistemáti o da régua.
8. Um mestre de obras mediu o
omprimento x e a largura y de uma sala retangular, obtendo os resultados
x = (5,4256 ± 0,0005) m, y = (7,2483 ± 0,0005) m. Obtenha:
9. A massa de um
orpo foi medida, obtendo-se o resultado m = (12,508 ± 0,005) g; o volume do
orpo foi
medido por meio de deslo
amento de água, obtendo-se o resultado V = (12,5 ± 0,1) cm3 . Qual a maneira
orreta de exprimir a densidade do
orpo (d = m/V )?
Capítulo 3
Usando os
on
eitos vistos no
apítulo 2, podemos obter estimativas para o valor de uma grandeza físi
a e seu
erro experimental a partir dos dados medidos em uma experiên
ia. Entretanto, em muitas situações en
ontradas
em Físi
a Experimental, não queremos apenas medir uma grandeza físi
a, mas veri
ar a existên
ia de uma
relação entre duas variáveis. Assim, neste
apítulo, vamos aprender a fazer e analisar grá
os, além de usar o
Método de Mínimos Quadrados para determinar os melhores valores dos parâmetros de uma função que deve
ser obede
ida por um
onjunto de dados.
3.1 Grá
os
Quando uma mola é deformada de ∆x, ela responde exer
endo uma força F, a força elásti
a. Segundo a Lei de
Hooke, podemos es
rever (a menos do sinal):
F = k∆x (3.1)
A relação a
ima dene a
onstante elásti
a k de uma mola. Se queremos apenas medir k usando a relação a
ima,
é su
iente deformar a mola de um
erto valor ∆x e veri
ar qual a força elásti
a que ela exer
e, repetindo a
medição um
erto número de vezes para estimar também o erro aleatório asso
iado a essa grandeza. Entretanto,
o que de fato queremos veri
ar ao estudar a Lei de Hooke é que a força aumenta linearmente
om a deformação,
ou seja, que a fórmula a
ima vale para vários valores da deformação e da força.
Para fazer essa veri
ação, é útil
onstruir um grá
o da força
ontra a deformação:
om o grá
o feito,
poderemos ver se os pontos que representam
ada medição realmente estão alinhados,
onrmando que a lei de
Hooke é válida.
Grá
os são úteis por vários motivos:
• Com o grá
o adequado, podemos ver
laramente se a relação entre as grandezas é satisfeita ou não, e
quais são os limites de validade dessa relação o que é quase impossível de se fazer analisando apenas os
dados tabelados.
• Com o grá
o, podemos ver se existem dados medidos in
orretamente, porque eles se en
ontram fora do
padrão obede
ido pelos outros dados.
• Finalmente, podemos extrair informações diretamente do grá o sobre a forma e parâmetros da função.
• Eixos
oordenados (normalmente horizontal e verti
al),
ontendo, de forma su
inta, informações sobre a
grandeza medida em
ada direção: símbolo da grandeza e unidade de medida são ne
essários nos dois
eixos.
• Os eixos também devem ter uma es
ala graduada, dizendo qual o valor da grandeza asso
iado a
ada
divisão do grá
o.
20 CAPÍTULO 3. ANÁLISE DE DADOS EXPERIMENTAIS MÉTODO GRÁFICO E MMQ
É preferível mar
ar em
ada eixo valores de leitura fá
il: números redondos, pares, ou divisíveis por 5.
Como, durante as atividade práti
as, vamos trabalhar
om papel milimetrado, é bom es
olher a es
ala de
ada eixo de modo que as prin
ipais divisões da folha
orrespondam a esses números redondos.
Os pontos devem estar distribuídos pela área do grá
o, e não
on
entrados num
anto: es
olham uma
es
ala dependendo dos valores mínimo e máximo de
ada
oordenada, de forma que o valor máximo de
ada
oordenada esteja perto do limite superior do grá
o, e o valor mínimo, perto do limite inferior.
Não se deve
olo
ar os valores da tabela nos eixos de um grá
o, ou ao lado dos pontos: o pro
esso apenas
suja as es
alas, e se quisermos
onsultar os valores exatos, vamos ler a tabela, não o grá
o.
• Os pontos devem ser
olo
ados no grá
o de forma visível, desta
ada do fundo. Se houver mais de
um
onjunto de dados no mesmo grá
o, usamos símbolos diferentes para
ada
onjunto (ex:
ír
ulos e
quadradinhos).
• Quando seus dados possuírem erros, também podemos indi
ar o valor do erro no grá
o, traçando um
segmento de reta que vai de x − δx a x + δx, na mesma es
ala dos pontos.
Dependendo da situação, qualquer uma das
oordenadas, ou as duas ao mesmo tempo, podem ter erros:
assim, dependendo da situação, podemos ter que desenhar barras de erro verti
ais e/ou horizontais.
Quando um grá
o não possui barras de erro, esse fato indi
a aos leitores que o erro em
ada medição é
menor, na es
ala do grá
o, que o desenho de
ada ponto.
• Uma
urva que des
reve o
omportamento médio dos pontos: se a tendên
ia dos pontos for uma reta,
podemos traçar a reta
om uma régua, em outros
asos traçamos a reta manualmente.
Não devemos traçar uma reta ligando
ada par de pontos,
omo programas grá
os
ostumam fazer. Para
todos os relatórios que vo
ês vão fazer na dis
iplina Físi
a Experimental 1, os grá
os devem ser feitos
manualmente, e não
om um programa grá
o.
• Um título, expli
ando o signi
ado do grá
o. Se houver mais de um
onjunto de dados, deve haver uma
legenda: um quadro expli
ando qual o signi
ado de
ada
onjunto de dados.
Para a grande maioria das situações, trabalhamos
om es
alas lineares em ambos os eixos: ou seja, es
alas
nas quais a distân
ia entre
oordenadas de pontos é propor
ional à diferença dos valores. O papel milimetrado
é adequado para desenhar grá
os onde as duas es
alas são lineares.
No
apítulo 4, iremos trabalhar também
om es
alas logarítmi
as: a distân
ia entre as
oordenadas de dois
pontos é propor
ional à diferença entre os logaritmos de base 10 dos valores. Existem dois outros tipos de papel
adequados para trabalho
om essas es
alas: o papel mono-log e o papel log-log.
• A partir do máximo e mínimo da abs
issa, es
olham uma es
ala horizontal adequada:
al
ulem qual o
valor de sua variável
orrespondente a
ada 1
m da folha de papel.
• Repitam a operação para as ordenadas (es ala verti al), a partir do máximo e mínimo das ordenadas.
• Desenhem os eixos e marquem na folha de papel os valores prin
ipais de
ada es
ala. NO é ne
essário
usar os valores impressos na folha: é melhor ignorá-los ao fazer o grá
o.
• Se o erro dos dados for su
ientemente grande, determinem a seguir o tamanho da barra de erro e desenham-
na se estendendo a partir de
ada ponto.
• Se o
onjunto de dados estiver alinhado, ou apenas par
ialmente alinhado, tra
em uma reta média usando
régua.
Haverá situações em que a reta deve obrigatoriamente passar pela origem (quando, devido à montagem
da experiên
ia, as duas grandezas são nulas simultaneamente);
aso
ontrário, não é ne
essário que a reta
traçada
ruze a origem.
3.1. GRÁFICOS 21
5. Título do grá
o.
22 CAPÍTULO 3. ANÁLISE DE DADOS EXPERIMENTAIS MÉTODO GRÁFICO E MMQ
y
y2
y2 − y1
m = tan φ
φ
y1
x2 − x1
n
x1 x2 x
Figura 3.2: Coe
ientes angular e linear de uma reta.
y = m · x + n, (3.2)
Tipi
amente, fazemos várias medidas de x e y no Laboratório, impondo valores diferentes de x e medindo os
valores
orrespondentes de y: ao nal temos uma tabela de valores de x e y.
Fazendo um grá
o dessa tabela,
om y no eixo verti
al e x no eixo horizontal, vemos que os pontos devem
estar alinhados, pois o grá
o da função 3.2 é um reta. m e n são parâmetros da função,
hamados de
oe
iente
angular e
oe
iente linear, respe
tivamente:
• O
oe
iente angular m de uma função linear
orresponde à derivada da função y(x). Da gura 3.2, vemos
que m é numeri
amente igual à tangente do ângulo φ, entre a reta e a horizontal:
∆y y2 − y1
m = tan φ = = (3.3)
∆x x2 − x1
• O
oe
iente linear n é igual ao valor da função y(x) quando x = 0. Gra
amente, ele
orresponde à
oordenada y do ponto onde a reta
ruza
om o eixo verti
al (gura 3.2).
3.2.1 Construção
Para a
onstrução do grá
o de uma relação linear, seguimos os pro
edimentos des
ritos antes quanto à es
olha
das es
alas e
olo
ação dos pontos. Tendo
olo
ado os pontos, traçamos uma reta que melhor represente o
onjunto de dados.
Embora a es
olha da melhor reta seja subjetiva pelo método grá
o, existem algumas regras que nos ajudam
a es
olher a melhor reta:
• Cal ular o bari entro dos pontos, denido omo o ponto de oordenadas
x1 + x2 + · · · + xN y1 + y2 + . . . yN
xB = , yB = (3.4)
N N
A melhor reta deve passar por esse ponto.
3.2. GRÁFICO DE UMA FUNÇO LINEAR 23
1 2
3 4
x
Figura 3.3: Determinação da in
linação da melhor reta.
• Conhe
endo um ponto pelo qual a reta passa, pre
isamos julgar qual a melhor in
linação dessa reta. Se
existe um número de pontos su
ientemente grande, podemos dividir a área do grá
o em quadrantes,
separados pela verti
al que passa pelo bari
entro e pela reta: a in
linação da melhor reta é aquela para a
qual os 4 quadrantes possuem aproximadamente o mesmo número de pontos.
Este método é ilustrado na gura 3.3. Os quadrantes 1, 2, 3 e 4 são delimitados pela linha verti
al
pontilhada e por
ada uma das retas traçadas ligando os pontos. A reta traçejada não é uma boa es
olha
porque, em relação a essa reta, os pontos
aem apenas nos quadrantes 1 e 4; a reta
ontínua é uma boa
es
olha, porque os pontos
aem em todos os quadrantes.
3.2.2 Análise
Tendo traçado a melhor reta experimental, podemos medir os
oe
ientes linear e angular dessa reta. Para
medir m, es
olhemos dois pontos da reta (não ne
essariamente pontos da tabela original de dados), e medimos
suas
oordenadas (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ). Tendo esses valores,
al
ulamos:
∆y y2 − y1
m= = (3.5)
∆x x2 − x1
O
ál
ulo a
ima é mais pre
iso quando os pontos es
olhidos são mais distantes entre si, para que os valores de
∆y e ∆x possuam um erro (
ometido ao lo
alizar as
oordenadas de
ada ponto) relativamente pequeno.
O
oe
iente linear
orresponde ao ponto de
oordenadas (y, 0), de modo que devemos ver se a reta
ruza
om o eixo verti
al (de
oordenada horizontal nula). Caso esse eixo não esteja visível,
al
ulamos primeiramente
m e usamos as
oordenadas do bari
entro (xB , yB ) para
al
ular:
n = y B − m · xB (3.6)
Ao es
rever o resultado nal para os
oe
ientes angular e linear, lembrem-se de que eles
orrespondem a
grandezas físi
as espe
í
as para
ada situação, e que eles possuem unidades.
24 CAPÍTULO 3. ANÁLISE DE DADOS EXPERIMENTAIS MÉTODO GRÁFICO E MMQ
v = v0 + (g sin θ) · t (3.7)
Sensores que medem a velo
idade e o instante de passagem do
arrinho estão
olo
ados em alguns pontos no meio do
aminho, e os resultados obtidos foram:
t (s) v (m/s)
1 0,49 0,95
2 0,69 1,32
3 0,84 1,59
4 1,00 1,84
5 1,14 2,09
Faça o grá
o v × t, e determine gra
amente os
oe
ientes angular e linear. Lembrando que a relação entre as grandezas
t e v é a equação (3.7), qual é o valor da a
eleração da gravidade g obtido a partir da análise dos dados?
Para a tabela de dados a
ima, o grá
o
onstruído foi o seguinte:
(12
(12
Para determinar m, vamos usar o segundo e o quinto pontos, que estão mais alinhados
om a reta. Temos:
∆v 2, 09 − 1, 32 0, 77
m= = = = 1,7 m/s2 (3.8)
∆t 1, 14 − 0, 69 0, 45
Note que o resultado foi es
rito
om dois algarismos signi
ativos, devido às regras vistas no
apítulo 2. A unidade m/s2
foi obtida dividindo a unidade de v , que o
upa o papel de grandeza dependente, pela unidade de t, que o
upa o papel de
grandeza independente).
Para determinar n, vemos onde a reta traçada
ruzou o eixo verti
al. Pelo grá
o, estimamos n = 0,10 m/s. A unidade de
n resulta do fato de que, na equação (3.7), o
oe
iente linear
orresponde à velo
idade ini
ial v0 .
Voltando à equação (3.7), vemos que o
oe
iente angular
orresponde ao produto g sin θ. Assim, podemos es
rever:
1, 7
g sin θ = m → g= = 9,9 m/s2 (3.9)
sin 10◦
3.3. O MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS (MMQ) 25
y
d4
d3
d2
d1
x
Figura 3.4: Um
onjunto de pontos experimentais, e suas distân
ias à reta traçada.
S x = x1 + x2 + · · · + xN (3.10)
Sy = y 1 + y 2 + · · · + y N (3.11)
2 2 2
Sx2 = (x1 ) + (x2 ) + · · · + (xN ) (3.12)
Sxy = x1 y1 + x2 y2 + · · · + xN yN (3.13)
N Sxy − Sx Sy
m= (3.14)
N Sx2 − (Sx )2
S 2 Sy − Sx Sxy
n= x (3.15)
N Sx2 − (Sx )2
As fórmulas a
ima são válidas supondo-se que o erro asso
iado a todos os pontos é o mesmo.
Quando a fórmula que queremos provar é da forma y = m · x (y é propor
ional a x), ainda assim podemos
al
ular m e n pelo MMQ: o resultado obtido para n nos mostra o valor de y asso
iado a x = 0. Como esse valor
deveria ser nulo de a
ordo
om a fórmula, existe um erro de
alibração do instrumento de medida de y .
Algumas observações importantes:
26 CAPÍTULO 3. ANÁLISE DE DADOS EXPERIMENTAIS MÉTODO GRÁFICO E MMQ
• O MMQ não substitui o desenho do grá
o: embora seja uma ferramenta poderosa, o MMQ não
onsegue
distinguir entre pontos bem e mal medidos, ou entre
onjuntos de pontos que formam retas e
onjuntos
de pontos que formam outras
urvas. Numa situação práti
a, sempre é ne
essário fazer primeiramente o
grá
o referente aos dados obtidos (para veri
ar se o
onjunto de pontos
orresponde de fato a uma reta
e extrair pontos muito fora do padrão), e depois fazer o MMQ para obter os
oe
ientes dessa reta.
Além disso, fazendo o grá
o, podemos veri
ar se existe algum ponto que foi medido in
orretamente, e
está muito afastado da melhor reta. Se houver algum ponto nessas
ondições, é ne
essário eliminá-lo antes
de fazer os
ál
ulos.
• O MMQ é extremamente sensível a erros de arredondamento, prin
ipalmente nas etapas de subtração.
Assim, é fortemente re
omendado não fazer NENHUM ARREDONDAMENTO antes do nal das
ontas.
No momento em que vo
ês tiverem
al
ulado m e n, vo
ês podem voltar a
ada
ál
ulo e estimar o número
de algarismos signi
ativos nas etapas intermediárias, e no resultado nal.
• O MMQ pode ser utilizados em situações onde a relação entre os dados não é linear, desde que denamos
NOVAS VARIÁVEIS, tais que a relação entre essas variáveis seja linear.
Um exemplo: o Prin
ípio de Conservação da Energia Me
âni
a pode ser estudado experimentalmente por
meio do movimento de uma esfera de metal lisa que rola por uma rampa sem deslizar. Se
olo
amos a
esfera em repouso a diferentes alturas h a
ima da superfí
ie de uma mesa, quando a esfera deixa a rampa,
sua velo
idade é v. A relação entre h e v é:
2
mv 2 Iesf era ω 2 mv 2 2mr 2 vr 7mv 2 7 2
mgh = + = + = → h= v (3.16)
2 2 2 5 2 10 10g
Vemos que a relação entre h e v não é linear: o grá
o h×v é uma parábola, não uma reta. Entretanto,
h é propor
ional a v2 : se zermos um grá
o h × v2 devemos obter uma reta. Assim, se
al
ularmos os
valores de v2 e tomarmos y → h, x → v 2 , as fórmulas do MMQ podem ser apli
adas: vamos obter n=0
(o
oe
iente linear deve ser nulo, ou próximo de 0), e m = 7/(10g) (o
oe
iente angular depende da
a
eleração da gravidade lo
al).
• Existem também fórmulas para o
ál
ulo dos erros asso
iados aos
oe
ientes angular e linear. Essas
fórmulas são dis
utidas no Apêndi
e A.
3.3. O MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS (MMQ) 27
Nessa função, v é a variável dependente, t é a variável independente, e podemos identi
ar v0
omo o
oe
iente linear n,
e o produto g · sin θ
omo o
oe
iente angular m. Assim, temos:
Tendo feito os
ál
ulos a
ima, identi
amos m e n
om as grandezas físi
as do problema. Obtemos v0 = 0,11 m/s e:
m 1, 74
g= = = 10,0 m/s2 (3.25)
sin θ sin 10◦
Note que m e n estão
om o número adequado de algarismos signi
ativos apli
ando as regras de determinação do número
de algarismos signi
ativos a
ada operação aritméti
a envolvida no
ál
ulo de m e n, temos:
5 · 6, 93 − 4, 16 · 7, 79 2, 27
m= 2
= = 1,74 m/s2 (3.26)
5 · 3, 72 − 4, 16 1, 30
3, 72 · 7, 79 − 4, 16 · 6, 93 0, 14
n= = = 0,11 m/s (3.27)
5 · 3, 72 − 4, 162 1, 30
28 CAPÍTULO 3. ANÁLISE DE DADOS EXPERIMENTAIS MÉTODO GRÁFICO E MMQ
8
8
7q,32
8
(4p
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
(4p 7q,32
Vemos
laramente que podemos traçar uma reta representativa do segundo
onjunto de dados, mas não do primeiro
onjunto. Assim, vemos que a transformação p → 1/p, q → 1/q lineariza os dados experimentais.
Para utilizar o MMQ, devemos ter
laro que grandeza assume o papel de x, e qual grandeza assume o papel de y .
Comparando as equações (3.2) e (3.28), vemos que x → 1/p, y → 1/q .
Assim, antes de
al
ular m e n, devemos
al
ular as somas S1/p , S1/q , S1/qp e s1/p2 :
1 1 1 1
S1/p = + + + = 0, 0667 + 0, 0556 + 0, 0417 + 0, 0333 = 0, 1973 (3.29)
15, 0 18, 0 24, 0 30, 0
1 1 1 1
S1/q = + + + = 0, 0294 + 0, 0417 + 0, 0526 + 0, 0606 = 0, 1843 (3.30)
34, 0 24, 0 19, 0 16, 5
1 1 1 1
S1/pq = + + +
15, 0 · 34, 0 18, 0 · 24, 0 24, 0 · 19, 0 30, 0 · 16, 5
= 0, 00196 + 0, 00231 + 0, 00219 + 0, 00202 = 0, 00848 (3.31)
1 1 1 1
S1/p2 = 2
+ 2
+ 2
+ = 0, 00444 + 0, 00309 + 0, 00174 + 0, 00111 = 0, 01038 (3.32)
15, 0 18, 0 24, 0 30, 02
Vamos interpretar os resultados a
ima. Na equação (3.28), o
oe
iente de 1/p é igual a −1, e o
oe
iente linear é igual
a 1/f . Existe uma diferença per
entual de 5,8 % entre m = −0, 942 e −1, que é razoavelmente pequena.
A seguir,
al
ulamos a distân
ia fo
al f a partir de n:
1 1
f= = = 10,8 cm (3.35)
n 0,0925 cm−1
3.4. EXERCÍCIOS 29
r (cm) I (lx)
1 30 325
2 40 183
3 60 82
4 80 49
5 100 31
6 150 15
De a
ordo
om o manual do sensor, existe um erro sistemáti
o de 5% para toda medida de intensidade
luminosa.
2. Durante uma experiên
ia de Me
âni
a, foi medida a velo
idade de um
orpo des
endo um plano in
linado
em função do tempo, e o erro sistemáti
o de
ada velo
idade foi
al
ulado, sendo obtidos os valores a
seguir:
(b) Obtenha os
oe
ientes angular m e linear n da melhor reta. Estime os erros δm e δn.
(
) Sabendo que a equação
3. Após realizar uma série de medidas de intensidade de
orrente elétri
a I passando por um resistor em
função de sua tensão U, foram obtidos os dados a seguir:
I (A) U (V)
1 0,10 4,2
2 0,30 19,2
3 0,50 20,8
4 0,70 28,4
5 0,90 37,1
(a) Faça o grá o U × I. Existe uma medição na qual o orreu um erro grosseiro. Qual?
(b) Desprezando o ponto
ausado por erro grosseiro, tra
e a melhor reta e
al
ule os
oe
ientes angular
e linear gra
amente.
30 CAPÍTULO 3. ANÁLISE DE DADOS EXPERIMENTAIS MÉTODO GRÁFICO E MMQ
(
) Cal
ule os
oe
ientes angular e linear usando o MMQ. Sabendo que o resistor, em prin
ípio, obede
e
à Lei de Ohm:
U = RI, (3.37)
4. O
omprimento de uma barra metáli
a deve variar linearmente de a
ordo
om a temperatura. Assim,
após es
olher uma temperatura padrão T0 e medir o
omprimento
orrespondente L0 , podemos medir a
dilatação ∆L da barra em função da variação de temperatura ∆T , de modo a en
ontrar o
oe
iente de
dilatação linear α do material, usando a fórmula:
∆L = L0 α∆T (3.38)
Num experimento em que aque
emos a barra aos pou
os e medimos sua dilatação, são obtidos os valores
a seguir:
∆T (
◦C) ∆L (mm)
1 25,0 0,61
2 50,0 1,26
3 75,0 1,92
4 100,0 2,53
5 125,0 3,18
(a) Faça o grá o ∆L × ∆T e meça o oe iente angular da reta obtida, pelo método grá o.
(
) Sabendo que L0 = 1514 mm,
al
ule o
oe
iente de dilatação angular α a partir dos valores do
oe
ientes angular obtidos por
ada método.
Capítulo 4
q34
(81
(81 q34
(a) q em função de p. (b) q em função de p.
Se zermos um grá
o de q × p, obtemos uma hipérbole,
om assíntotas verti
al e horizontal para p=f e
q = f,
omo mostrado na gura 4.1a, a partir da qual é muito difí
il determinar o valor de f. Entretanto, se
32 CAPÍTULO 4. LINEARIZAÇO DE DADOS: GRÁFICOS EM PAPEL MONOLOG E LOGLOG
[
Figura 4.2: Função y = log10 x, para 0, 1 ≤ x ≤ 10.
al
ulamos antes 1/p e 1/q para
ada dado obtido, vemos que o grá
o 1/q × 1/p deve ser uma reta,
omo mostra
a gura 4.1b, de
oe
iente linear 1/f e
oe
iente angular −1. Assim, a análise dos dados foi simpli
ada.
Funções diferentes requerem té
ni
as diferentes de linearização. Neste
apítulo, vamos estudar duas funções
típi
as em Físi
a que demandam linearização: a função exponen
ial y = aebx e a função potên
ia y = Axm .
y = logb x ⇔ by = x (4.2)
A partir das propriedades da poten iação, obtemos algumas propriedades importantes da função logaritmo:
b1 = b ⇒ logb b = 1
b0 = 1 ⇒ logb 1 = 0
b 1 · by2 = by1 +y2
y ⇒ logb x1 + logb x2 = logb (x1 · x2 ) (4.3)
by1 /by2 = by1 −y2 ⇒ logb x1 − logb x2 = logb (x1 /x2 )
n
by = b(n·y) ⇒ logb xn = n · logb x
A função logaritmo é
res
ente, e seus valores são sempre positivos. Se 0 < x < 1, logb x < 0 e se x > 1,
logb x > 0.
Existem 3 valores de b
om apli
ações práti
as nas diversas áreas da Ciên
ia e Te
nologia:
\
[ [
O grá
o da função y = log10 x é mostrado na gura 4.2. Nele, também são mostrados os valores obtidos
para x = 2, 3, . . . 9: vemos que a distân
ia entre as linhas
orrespondentes a log10 9 e log10 10 é bem menor que
a distân
ia entre log 10 1 e log10 2. A mesma sequên
ia de linhas apare
e quando traçamos retas
orrespondentes
a x = 0,2, 0,3 . . . 0,9, lo
alizada entre y = 0, 1 e y = 1.
Com os dados da temperatura em função do tempo, é possível medir a diferença de temperatura ini
ial do
orpo
T0 e o
oe
iente b de resfriamento do
orpo. Outros exemplos de fenmenos in
luem:
• A a eleração a de um orpo aindo dentro de um uido vis oso omo função do tempo t;
• Os pro
essos de
arga e des
arga de um
apa
itor em um
ir
uito RC, nos quais a
arga Q é uma função
do tempo t;
Funções que podem ser es
ritas
omo a equação (4.4) podem ser linearizadas: para mostrar isso, vamos
al
ular o logaritmo (de base 10) dos dois lados da igualdade a
ima:
Vemos que log10 y é uma função linear de x: o grá
o de log10 y em função de x deve ser uma reta, de
oe
iente
angular m = b · log10 e e
oe
iente linear n = log10 a.
34 CAPÍTULO 4. LINEARIZAÇO DE DADOS: GRÁFICOS EM PAPEL MONOLOG E LOGLOG
\
G\
/\
\
[
Figura 4.4: Re
orte de uma folha de papel mono-log. Vemos o valor de y0 para esse grá
o, e as distân
ias Ly
(
omprimento de uma dé
ada) e dy ,
al
ulada para um ponto de
oordenada y = 29, 2.
• O eixo verti
al é dividido em um número inteiro de dé
adas (2 dé
adas, na gura 4.4). Uma dé
ada é a
região
ontida entre duas linhas nomeadas
om potên
ias de 10 (1, 10, 100).
Notem que não é possível alterar esse fator: se quisermos rees
rever o limite inferior da es
ala
omo 0,001,
então as próximas linhas nomeadas passam a assumir os valores 0,01 (10x), 0,1 (100x) e 1 (1000x).
• Dentro de
ada dé
ada, repete-se o mesmo padrão, de baixo para
ima: linhas ini
ialmente bastante
espaçadas, que vão se aproximando pou
o a pou
o. Cada uma das linhas intermediárias
orresponde a
um número (entre 2 e 9), que multipli
a o número do
omeço da dé
ada. Assim, as linhas entre 1 e 10
orrespondem a 2, 3, 4, . . . 9; linhas
orrespondentes na segunda es
ala, a 20, 30, 40 . . . 90.
A es
ala horizontal em um papel mono-log fun
iona
omo no papel quadri
ulado normal: devemos determinar
um fator de
onversão entre os valores de x tabelados e as distân
ias horizontais no papel. Também é possível
es
olher o valor de
ada reta na es
ala verti
al, obede
endo às restrições a
ima, o que é feito sempre que algum
dos valores de y se en
ontre fora do intervalo [1, 1000℄.
Quando um
onjunto de dados experimentais da forma {xi , yi }, que obede
e a uma relação exponen
ial é
olo
ado num grá
o mono-log, os pontos en
ontram-se alinhados; qualquer outra relação apare
e
omo uma
urva.
• Em primeiro lugar, devemos determinar as es
alas a serem utilizadas na direção horizontal e na direção
verti
al. Como a es
ala horizontal é linear, o pro
edimento para es
olher essa es
ala é o mesmo usado no
grá
o linear. Já a determinação da es
ala verti
al deve ser tal que todos os pontos
aibam dentro da área
do grá
o.
• Devemos veri
ar quais são os valores máximo e mínimo de y, e
omparar esses valores
om os limites
superior e inferior da folha de papel mono-log. Se os valores máximo e mínimo se en
ontram dentro dos
limites da folha de papel (entre 1 e 1000), para a folha impressa na página, não é ne
essário alterar sua
es
ala verti
al. Se o valor máximo de y for maior que o limite superior da folha, ou se o valor mínimo de
y for menor que o limite inferior, alteramos os valores de todas as dé
adas, multipli
ando
ada valor por
uma potên
ia de 10.
Assim, se quisermos
olo
ar qualquer valor de y no grá
o, pre
isamos saber primeiro qual a distân
ia
orreta dy entre o ponto e a linha de base.
• Para medir essa distân
ia, é ne
essário antes medir o
omprimento de uma dé
ada (
om uma régua), que
vamos
hamar de Ly .
• A seguir, impomos a
ondição: o
omprimento dy é propor
ional à diferença de logaritmos log10 y −log10 y0 .
Usando
omo referên
ia o
omprimento Ly , temos:
dy log10 y − log10 y0
= → dy = Ly (log10 y − log10 y0 ) (4.7)
Ly log10 10 − log10 1
• Repetindo a fórmula a
ima
om todos os valores de y , obtemos uma tabela de valores de dy ,
orrespondentes
à distân
ia entre a posição de
ada ponto e a linha de base. A seguir, desenhamos
ada ponto nos valores
adequados de x e dy .
Tendo
olo
ado todos os pontos no grá
o, devemos veri
ar que eles estão alinhados entre si (se não
estivessem, a relação não seria uma exponen
ial). Tendo feito a veri
ação, podemos traçar uma reta que passa
por ao menos dois pontos entre os dados experimentais.
Assim,
omo a reta traçada no grá
o mono-log passa por (ao menos) dois pontos, usamos os valores de x e y
desses pontos na fórmula a
ima, e obtemos b.
Tendo
al
ulado b, podemos
al
ular a por substituição na fórmula 4.4: es
olhemos um ponto (x, y) atraves-
sado pela reta, e fazemos o
ál
ulo:
a = y/ exp(bx) = y exp(−bx) (4.9)
Dependendo da situação estudada, a e b podem ter unidades: a unidade de a é a mesma dos valores de y,
enquanto a unidade de b é a unidade
orrespondente a 1/x.
36 CAPÍTULO 4. LINEARIZAÇO DE DADOS: GRÁFICOS EM PAPEL MONOLOG E LOGLOG
\
\
[ [ [
(a) Função y = x2 . (
) Função y = x−1 = 1/x.
√
(b) Função y = x1/2 = x.
Figura 4.5: Grá os da função y = xm , para m=2 (à esquerda), m = 0, 5 (ao entro) e m = −1 (à direita).
y = Axm , m 6= 1, 0 (4.10)
onde a e m são parâmetros da função a serem determinados a partir de um
onjunto de dados experimentais
(xi , yi ). O grá
o da função (4.10) apare
e na gura 4.5, para os
asos m > 1, 0 < m < 1 e m < 0.
Essa função o
orre em Físi
a em muitos fenmenos:
• Na análise da queda livre de um
orpo a partir do repouso, a distân
ia per
orrida em função do tempo de
queda é: y = (g/2) · t2 ;
• Na análise de pro
essos isotérmi
os em gases ideais, a pressão varia de a
ordo
om o volume de a
ordo
om a fórmula: P = (nRT ) · V −1 ;
• Na análise de pro
essos adiabáti
os (sem tro
a de
alor) em gases ideais, a pressão varia de a
ordo
om o
volume de a
ordo
om a fórmula: P = k · V −γ , onde γ>1 é um expoente que depende do tipo de gás.
• A força gravita
ional entre duas partí
ulas de massas m1 e m2 depende da distân
ia entre as duas partí
ulas
de a
ordo
om a expressão: F = (Gm1 m2 ) · r −2 .
• A 3
a Lei de Kepler sobre o movimento planetário diz que, para um planeta em órbita solar, o quadrado do
período de translação (a duração do ano) é propor
ional ao
ubo do raio médio da órbita. Essa lei pode
√
ser rees
rita
omo: T = (2π/ GM ) · r 3/2
A função (4.10) não é linear, mas pode ser linearizada se
al
ulamos o logaritmo (de base 10) dos dois lados:
Vemos que log10 y log10 x,
om
oe
iente linear n = log10 A e
oe
iente angular m.
é uma função linear de
Assim, se
olo
amos num grá
o Y = log10 y
ontra X = log10 x, devemos obter uma reta de
oe
iente angular
m. A partir do
oe
iente linear n dessa reta, também podemos obter A = 10n .
/[
\
G\
/\
\ G[
[
[
Figura 4.6: Re
orte de uma folha de papel log-log. Vemos os valores de x0 e y0 para esse grá
o, e as distân
ias
Lx e Ly (
omprimento de uma dé
ada horizontal e verti
al), dx e dy ,
al
uladas para um ponto de
oordenadas
x = 0, 44, y = 35, 4.
• Os dois eixos são divididos em em um número inteiro de dé
adas (3 dé
adas na direção verti
al, duas
na direção horizontal, na folha anexa). Uma dé
ada é a região
ontida entre duas linhas nomeadas
om
potên
ias de 10 (1, 10, 100, 1000).
• Dentro de
ada dé
ada, repete-se o mesmo padrão: linhas ini
ialmente bastante espaçadas, que vão se
aproximando pou
o a pou
o. Cada uma das linhas intermediárias
orresponde a um número (entre 2 e 9),
que multipli
a o número do
omeço da dé
ada. Assim, as linhas entre 1 e 10
orrespondem a 2, 3, 4, . . . 9;
linhas
orrespondentes na segunda es
ala, a 20, 30, 40 . . . 90.
• Notem que o papel log-log possuem uma orientação
orreta: quando zerem o grá
o, sempre tratem o
anto 1-1
omo o
anto inferior esquerdo.
Novamente, é ne
essário prestar atenção ao
olo
ar pontos na folha de papel log-log, uma vez que é errado
interpolar um valor entre duas linhas de forma propor
ional. Em vez disso, a estratégia utilizada
onsiste em
determinar as posições dx e dy , medidas a partir dos limites inferior e esquerdo da área do grá
o. Para obter
dx e dy , exe
utem os passos abaixo:
• Em primeiro lugar,
ertiquem-se de que todos os seus pontos
aibam na área do seu grá
o, veri
ando
se eles estão lo
alizados entre os extremos da folha (1 < x < 100, 1 < y < 1000). Se algum ponto
air fora
da área da folha, alterem a es
ala
orrespondente, multipli
ando ou dividindo todos os valores por alguma
potên
ia de 10, até que todos os pontos
aiam dentro da área da folha.
Quando esse pro
edimento estiver feito,
hamem o menor valor de x na sua es
ala de x0 , e o menor valor
de y na sua es
ala de y0 .
• Meçam os
omprimentos Lx e Ly de uma dé
ada na direção horizontal e na direção verti
al. Notem que a
gura delimitada por uma dé
ada em
ada eixo pare
e um quadrado (lados iguais) mas não é um quadrado.
• É possível mostrar que as fórmulas:
• Usando uma régua, marquem a distân
ia dx na direção horizontal a partir do
anto inferior esquerdo;
depois, saindo do ponto mar
ado, marquem a distân
ia dy na direção verti
al (gura 4.6).
Este pro edimento deve ser feito para todos os valores de sua tabela de dados.
Tendo desenhado todos os pontos, veri
amos se todos eles estão alinhados, e traçamos uma reta que passa
por ao menos dois deles. O traçado dessa reta mostra gra
amente que a relação satisfeita pelos dados é uma
exponen
ial.
(
log10 y1 = log10 A + m log10 x1
→ log10 y2 − log10 y1 = m (log10 x2 − log10 x1 )
log10 y2 = log10 A + m log10 x2
log10 y2 − log10 y1
→ m= (4.13)
log10 x2 − log10 x1
Assim, obtemos m apli
ando a fórmula a
ima aos valores originais de dois pontos, que são atravessados pela
reta.
Notem que, em muitas situações em Físi
a, m é um expoente inteiro, ou expresso
omo um número ra
ional
simples; a fórmula a
ima não irá forne
er, em geral, um número inteiro ou ra
ional simples, mas a
eitamos o
resultado se ele é su
ientemente próximo de um inteiro ou ra
ional simples.
A seguir, podemos fazer a substituição:
tomando qualquer ponto atravessado pela reta, para determinar o parâmetro A. A possui unidade, que depende
do problema que estamos tratando: a unidade de A é igual à unidade de y/xm , enquanto m é adimensional
(unidade 1).
t
(a) I(t) = (ε/R)e− RC
I
orrente elétri
a em um
ir
uito RC ; t tempo a partir do instante em que o
ε força eletromotriz;
ir
uito é fe
hado;
R resistên
ia do resistor; C
apa
itân
ia do
apa
itor.
(b) P (T ) = (σ.A.e)T 4
P potên
ia da radiação térmi
a emitida A área da superfí
ie do
orpo;
por um
orpo; e emissividade da superfí
ie do
orpo;
σ
oe
iente de Stefan-Boltzmann; T temperatura em kelvins.
p
(
) v(T ) = T /µ
v velo
idade de uma onda em uma
orda vibrante;
T força de tensão apli
ada na
orda;
µ densidade linear da
orda (massa dividida por
omprimento).
bt
(d) A(t) = A0 e− 2m
A amplitude de uma os
ilação amorte
ida; t tempo a partir do iní
io da os
ilação;
A0 amplitude ini
ial de os
ilação; m massa do os
ilador.
b
oe
iente de amorte
imento;
4.7. EXERCÍCIOS 39
2. Para todas os itens do exer
i
io anterior, determine que
ombinação de parâmetros
orresponde aos
oe-
ientes angular e linear das respe
tivas funções linearizadas.
4. Se uma bola de pingue-pongue é abandonada no ar a partir do repouso, vemos que ela não possui a
eleração
onstante; em vez disso, sua a
eleração diminui
om o tempo, devido à ação da força de resistên
ia do ar
e de seu peso.
Queremos veri
ar se a força de resistên
ia do ar pode ser expressa pela relação ~ar = −β~v :
F resolvendo a
a
2 lei de Newton, vemos que a a
eleração esperada é da forma:
β
a(t) = g exp − t (4.15)
m
Medindo a a
eleração de uma bola de pingue-pongue de massa 2,74 g, solta a partir do repouso, em função
do tempo, obtiveram-se os valores:
t (s) a (m/s )
2 da (
m)
1,0 3,22
2,0 1,05
3,0 0,347
4,0 0,115
5,0 0,0381
(a) Determine os valores adequados de y0 e L0 para a sua folha de papel mono-log. Complete a tabela
om os valores de da .
(b) Faça o grá
o a×t em papel mono-log. Os pontos estão alinhados?
5. Uma
orda é presa em ambas as extremidades,
one
tada a um auto-falante que pode vibrar
om frequên
ia
f, e submetida a uma tensão T variável. Quando variamos a tensão T, vemos que a
orda entra em
ressonân
ia
om o auto-falante, formando um harmni
o (modo de vibração) a uma frequên
ia determinada
f. Dados de f e T para o harmni
o fundamental (modo de vibração
om um úni
o ponto de amplitude
máxima, ou um ventre) apare
em a seguir:
T (N) f (Hz) dT (
m) df (
m)
1 0,18 12,2
2 0,48 19,7
3 1,12 29,5
4 2,05 40,2
5 5,20 64,6
f (T ) = kT m (4.16)
6. A tabela abaixo
orresponde a uma sequên
ia de dados experimentais (x, y). Não se sabe qual a forma da
função y(x).
x y
1 2,5 3,85
2 5,0 7,61
3 7,5 16,9
4 10,0 38,3
5 12,5 79,2
(
) Comparando os dois grá
os, determine se os dados obede
em a uma função exponen
ial y = aebx
ou a uma função potên
ia y = Axm .
(d) Determine os
oe
ientes da função que des
reve melhor os dados.
42 CAPÍTULO 4. LINEARIZAÇO DE DADOS: GRÁFICOS EM PAPEL MONOLOG E LOGLOG
Capítulo 5
Nesta atividade, vamos fazer algumas medições relativas ao movimento de um
orpo de prova sobre um
ol
hão
de ar. Durante a atividade, vo
ês terão a
han
e de apli
ar os
on
eitos vistos até agora sobre análise de dados
numa situação real.
x = x0 + vt (5.1)
deve sofrer a ação de forças: ou seja, a força resultante sobre ele deve ser nula. No dia-a-dia, é difí
il observar
um movimento retilíneo uniforme, devido à inuên
ia de forças de atrito, resistên
ia do ar, vis
osidade e outros
efeitos. O módulo de
ada uma dessas forças deve ser desprezível para que o movimento observado seja realmente
uniforme.
Para isolar o movimento de um
orpo de teste do efeito do atrito, podemos
olo
á-lo sobre um
ol
hão de ar,
uma plataforma que possui uma sequên
ia de furos dos quais sai uma
orrente de ar. Quando essa
orrente de ar
é su
ientemente forte, ela
onsegue sustentar o
orpo sem que ele toque na plataforma. Uma outra possibilidade
de sustentação é a
hamada levitação magnéti
a: gerando
ampos magnéti
os su
ientemente fortes, é possivel
sustentar uma plataforma sem o
ontato direto entre os trilhos e a plataforma.
Quando um
orpo em
ima de uma plataforma não sofre a força de atrito, também é ne
essário que a
plataforma esteja exatamente na horizontal para que não exista nenhuma força resultante sobre o
orpo:
aso
ontrário, a
omponente do peso na direção da superfí
ie da plataforma, mesmo sendo muito pequena, já é
su
iente para que o
orpo
ome
e a se mover. A partir do momento em que ele está em movimento, sua
a
eleração também passa a ser inuen
iada pela força de resistên
ia do ar.
• Um
ol
hão de ar,
one
tado ao gerador por uma mangueira e montado sob uma plataforma
ujo ângulo
em relação à horizontal pode ser ajustado;
44 CAPÍTULO 5. ATIVIDADE PRÁTICA 1 MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME
• Um
arrinho
om 2 molas, para lançamento e amorte
imento do movimento, e uma haste ativadora, usada
para registrar a passagem do
arrinho entre os sensores;
• Um
onjunto de 5 sensores fotoelétri
os, montados em
ima do
ol
hão de ar,
ujas posições horizontais
podem ser ajustadas.
• Uma trena.
Pre
auções de uso: prestem atenção à voltagem de uso dos equipamentos, e à voltagem forne
ida pelas tomadas
do laboratório. O gerador deve ser ligado em 110 V; o
ronmetro pode ser ligado em 110 V ou 220 V.
Ini
ialmente, é ne
essário veri
ar se o
arrinho não sofre a ação de forças quando
olo
ado sobre o
ol
hão de
ar em fun
ionamento. Colo
ando o
arrinho no
ol
hão de ar e ligando o gerador, veriquem se ele não tende a
se mover preferen
ialmente em nenhuma direção (pequenas variações para uma lado e para outro são a
eitáveis,
uma vez que o uxo de ar não é exatamente o mesmo em
ada ponto da plataforma). Caso seja observado um
movimento resultante para uma das extremidades da plataforma, ajustem o ângulo da plataforma, por meio dos
parafusos presentes numa das extremidades da plataforma.
Cone
tem os 5 sensores, na ordem em que o
arrinho irá passar, ao lado de trás do
ronmetro, nas posições
S0, S1, S2, S3 e S4. Liguem o
ronmetro, ajustem-no para a função F1
1 (medição de intervalo de tempo
entre a passagem por 2/5 sensores), e es
olham as opções: 5 sensores, e NO inserir distân
ia entre sensores.
O
ronmetro estará pronto para fazer a medida de 4 intervalos de tempo,
orrespondentes às passagens do
arrinho entre os sensores: 0 e 1, 1 e 2, 2 e 3, e 3 e 4. Ele é a
ionado automati
amente, quando a haste ativadora
montada no
arrinho passa pelo sensor 0, e interrompe a
oleta de dados quando a haste ativadora passa pelo
sensor 4. Para fazer a leitura, após o experimento estar nalizado, apertem os botões: LER resultado, t, e as
setas → e ← para
ir
ular entre os dados.
Meçam a distân
ia entre
ada par de sensores x01 , x12 , x23 e x34 , e anotem o erro de leitura (erro sistemáti
o:
δxtrena = 0, 5 mm). Para mandar um impulso ini
ial ao
arrinho, apertem-no
ontra uma das paredes do
ol
hão
de ar,
omprimindo a mola. Liguem o gerador de uxo, e soltem o
arrinho; após ele bater na outra parede,
desliguem o gerador e leiam os tempos de passagem t01 , t12 , t23 e t34 ,
om o erro
orrespondente (erro sistemáti
o:
δtcron = 0, 00005 s).
x.δt + t.δx
δvsist = (5.2)
t2
A partir da análise do erro sistemáti
o, podemos dizer quais dígitos da velo
idade são relevantes ao pro-
blema: os dígitos signi
ativos de v se estendem até o primeiro dígito do erro sistemáti
o.
• Cal ulem o valor médio da velo idade no per urso, e o erro médio aleatório:
v01 + v12 + v23 + v34 |v01 − v̄| + |v12 − v̄| + |v23 − v̄| + |v34 − v̄|
v̄ = , δval = (5.3)
4 4
• Comparando o erro médio aleatório
om o erro sistemáti
o das medidas, é possível julgar se a velo
idade
a
onstante (a não ser por erros de medida e variações residuais aleatórias) ou se ela tende a aumentar
(ou diminuir) durante a viagem:
Se o erro médio aleatório for muito maior que o erro sistemáti
o, então o módulo da velo
idade varia
e não podemos dizer que o movimento observado foi um MRU;
Se o erro médio aleatório for
omparável ou menor que o erro sistemáti
o, então podemos
on
luir
que a velo
idade permane
e
onstante, e as diferenças entre os valores obtidos o
orrem porque
ada
valor é afetado por um erro de medição.
1
O
ronmetro digital que usamos pode ser
ongurado para medir diferentes tipos de grandezas, dependendo do experimento
no qual ele está sendo usado.
Capítulo 6
O parâmetro k é
hamado
onstante elásti
a da mola; o sinal negativo indi
a que o sentido da força elásti
a é
ontrário ao sentido do deslo
amento. Se apli
amos uma força de tensão muito grande, a deformação da mola
ultrapassa o limite elásti
o, e passa a ser uma deformação plásti
a irreversível: soltando-se a mola, ela não volta
mais ao estado original; aumentando ainda mais a força, a mola nalmente se rompe.
Para medir a força elásti
a apli
ada pela mola, podemos mantê-la na verti
al, e pendurar em sua extremidade
inferior um
orpo de prova de peso P = mg
onhe
ido. A mola pode os
ilar um pou
o, mas eventualmente pára
de se mover. Nessa
ir
unstân
ia, podemos dizer, analisando as forças sobre o
orpo de prova, que:
P = Fel (6.2)
Apesar de bastante simples, o modelo a
ima é importante porque serve
omo base para diversos fenmenos,
omo o movimento de vibração de sistemas físi
os, próximos ao equilíbrio: introduzimos uma
onstante elásti
a
efetiva para o sistema vibratório e, a partir dela, podemos obter, por exemplo, as frequên
ias de ressonân
ia do
sistema.
• Uma haste verti
al, montada sobre um tripé universal, em
uja extremidade superior monta-se um sistema
de suporte de
orpos.
• Um dinammetro de mola;
Pre
auções de uso: o dinammetro de mola pode ser utilizado para medir forças de no máximo 2 N: não estiquem
a extremidade móvel para além desse valor, nem soltem-na repentinamente.
Montem a haste verti
al sobre o tripé, xem a haste horizontal na sua extremidade superior. Pendurem a
régua no parafuso que xa as duas hastes e pendurem a mola na haste horizontal ao lado da régua. Pendurem
o
ursor na mola de modo que a extremidade pontuda aponte na direção da régua, e pendurem o suporte de
massas no
ursor. Veriquem que, nessa posição, a extremidade do
ursor aponta para uma posição ℓ0 da régua.
Veriquem que a altura da mola dentro do dinammetro pode ser mudada, permitindo sua
alibração (xação
do zero da es
ala). Deixando o dinammetro na verti
al, pendurem o
onjunto
ursor + suporte de massas e
mudem a altura da mola até que a leitura do dinammetro seja de 0 N,
om os dois itens pendurados. Assim,
quando uma massa é pendurada no suporte, a leitura no dinammetro é igual ao peso da massa, não da massa
+ suporte +
ursor.
Es
olham uma sequên
ia de 5 massas de prova para trabalhar, em ordem
res
ente (1 massa, 2 massas, ...)
de peso. Para
ada
onjunto de massas, meçam o peso Pi no dinammetro e em seguida, pendurem o
ursor,
om o suporte e as massas, na mola e leiam a altura ℓi indi
ada na régua.
Anotem as in
ertezas sistemáti
as da régua e do dinammetro.
δx = δℓ + δℓ0 , (6.3)
• Façam um grá
o de Fi
ontra xi (não usem um programa grá
o façam o grá
o numa folha de papel
milimetrado) e tra
em a melhor reta. Não se esqueçam das barras de erro em
ada ponto.
• Cal ulem os oe ientes angular e linear pelo método grá o. Qual o signi ado de ada oe iente?
• Usando o MMQ, determinem de forma analíti
a os
oe
ientes angular e linear (m e n). Comparem os
valores obtidos
om os do item a
ima.
Capítulo 7
g g
v = v0 + gt = gt, y = y 0 + v0 t + t 2 = t 2 , (7.1)
2 2
Estamos tomando v0 = 0 m/s (
orpo sai do estado de repouso) e y0 = 0 m (distân
ias são medidas em relação
à posição ini
ial do
orpo).
Vemos que a posição do
orpo não depende do tempo de forma linear: seu grá
o em função do tempo é uma
parábola
res
ente. Podemos linearizar essa função, de modo a obter gra
amente a a
eleração da gravidade g
a partir de uma sequên
ia de pontos (ti , yi ):
g
log10 y = log10 + 2 log10 t (7.2)
2
que é uma relação linear entre log10 y e log10 t. Fazendo um grá
o log-log de y
ontra t, identi
amos o
oe
iente angular desse grá
o
omo o expoente de t da relação original (o qual deve ser igual a 2 para
um MRUV) e obtemos g a partir do
oe
iente linear;
• Fazendo um grá o de y em função de t2 , obtemos uma reta, ujo oe iente angular é g/2.
Os dois pro
essos a
ima fun
ionam apenas quando y0 = 0 m e v0 = 0 m/s. Assim, temos que nos
erti
ar
de que o instante ini
ial t=0 s
orresponde ao momento em que o
orpo está saindo do repouso, e esteja na
posição y=0 m.
• Um tripé universal;
• Uma bobina;
• Um aparador;
• Um o de prumo;
• Um ronmetro digital;
Pre
auções de uso: o sensor de disparo ligado à bobina não deve ser mantido ligado por muito tempo (de 15 a
20 segundos, no máximo) assim,
oloquem a esfera de prova na bobina e liguem o sensor apenas quando as
outras partes do experimento estiverem prontas para uso.
Com a haste deitada,
oloquem o painel e 5 sensores fotoelétri
os, de modo que os braços de leitura de
ada
sensor apontem para o lado do painel
om a es
ala. Cone
tem a bobina, lo
alizada no topo do painel, ao sensor
de disparo. Fixem a posição do painel e dos sensores,
one
tem a haste ao tripé universal e ergam a haste para
a posição verti
al. Veriquem o alinhamento do
onjunto
om um o de prumo: ele deve estar paralelo à es
ala
impressa no painel, e as saídas de luz de todos os sensores devem estar alinhadas ao o de prumo.
Coloquem a bolinha em
ontato
om a bobina, liguem e desliguem o botão de retenção do sensor de dis-
paro. Desprezem a primeira medição: o
ronmetro deve estar na tela de VER resultados/REPETIR experiên-
ia/ajustar F?. Para
ada sessão de medidas, efetuem os passos a seguir EM ORDEM:
• Após a bolinha
air no aparador, re
olham a bolinha e leiam os intervalos de tempo t01 , t02 , t03 e t04 do
ronmetro: na tela VER resultados/REPETIR experiên
ia/ajustar F?, apertem os botões VER resulta-
dos, → t (ver tempos), → ver
ada tempo apertando os botões de setas.
Repitam os passos a
ima até obterem 5 valores de
ada tempo. No nal da experiên
ia, meçam as distân
ia
y01 , y02 , y03 e y04 dos sensores 1, 2, 3 e 4 ao sensor 0. Anotem o erro sistemáti
o das distân
ias e dos tempos.
7.3. ANÁLISE DE DADOS E ELABORAÇO DO RELATÓRIO 49
N N
1 X 1 X
t̄ = ti , δt = δtsist + δtal = δtsist + |ti − t̄| (7.3)
N N
i=1 i=1
Es olham valores adequados de t0 e y0 (potên ias de 10 inferiores a todos os valores de tey da tabela;
Usando uma régua,
oloquem
ada ponto na retí
ula, à distân
ia dt do limite esquerdo do grá
o e à
distân
ia dy do limite inferior.
• Veriquem se os pontos estão bem-alinhados e tra em uma reta one tando-os da melhor forma possivel.
log10 y2 − log10 y1
m= (7.5)
log10 t2 − log10 t1
g y
= m (7.6)
2 t
• Cal
ulem também n (posição ini
ial) e veriquem se ele é su
ientemente pequeno quando
omparando
aos valores de y.
• Diminuição da energia poten ial gravita ional U = mgh, onforme a esfera des e a rampa.
• Aumento da energia
inéti
a de translação Ktr = mv 2 /2, pois a esfera ganha velo
idade enquanto des
e a
rampa.
• Aumento da energia
inéti
a de rotação Krot = Iω 2 /2, pois a esfera também gira mais rápido à medida
que des
e a rampa.
O último termo existe porque, nessa situação, não podemos
onsiderar a esfera
omo um ponto material: em
vez disso, ela é um
orpo extenso, de raio R e massa m. Quando um
orpo extenso gira em torno de seu
entro
de massa, ele não apresenta energia
inéti
a de translação, mas apresenta energia
inéti
a de rotação porque
as partí
ulas fora do eixo de rotação apresentam energia
inéti
a durante o giro. A energia
inéti
a rota
ional
de um
orpo depende de sua massa e de seu formato, por meio do momento de inér
ia I; o momento de inér
ia
de uma esfera pode ser
al
ulado usando té
ni
as de Cál
ulo Integral, obtendo-se:
2mR2
I= (8.1)
5
Quando uma esfera rola em
ima de uma superfí
ie, sem deslizar, ela apresenta uma velo
idade angular ω,
rela
ionada à velo
idade v do
entro de massa pela expressão ω = v/R. Assim, em
ada instante da des
ida
sobre a rampa, podemos es
rever a energia
inéti
a total da esfera
omo:
2mR2 v 2
mv 2 Iω 2 mv 2 5 × R mv 2 mv 2 7mv 2
K = Ktr + Krot = + = + = + = (8.2)
2 2 2 2 2 5 10
Usando o Prin
ípio de Conservação da Energia para analisar o movimento da esfera sobre a rampa, podemos
impor que a soma das variações de energia poten
ial e
inéti
a é igual a zero. Se a altura ini
ial da esfera é h,
então quando ela atinge a altura 0 (base da rampa), sua velo
idade é determinada por:
r
7mv 2
10gh
∆U + ∆K = 0 → (0 − mgh) + −0 =0 → v= (8.3)
10 7
8.2. APARATO E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 51
h v0
x
Figura 8.1: Movimento da esfera sobre a rampa, e trajetória após deixar a rampa.
Na experiên
ia de hoje, nosso objetivo nal é veri
ar o resultado a
ima. Para isso, vamos obter a velo
idade
da esfera quando ela
hega ao fundo da rampa, por meio da análise de seu movimento após sair da rampa, e
omparar esse resultado
om a fórmula a
ima.
Consideramos agora o movimento da esfera após sair da rampa, que é um movimento ini
ialmente na direção
horizontal. Para tempos
urtos de queda, podemos ignorar a resistên
ia do ar e a variação da a
eleração da
gravidade g
om a altura: assim, a úni
a força que age na esfera após ela deixar a rampa é seu peso, que é uma
onstante durante todo o movimento.
Como a força resultante sobre o
orpo está na direção verti
al durante todo o movimento, se analisamos as
omponentes horizontal e verti
al do movimento, vemos que na horizontal o movimento é uniforme (não existe
a
eleração) enquanto na direção verti
al o movimento é uniformemente variado (a a
eleração é
onstante). Assim,
tratando o ponto de saída da rampa
omo a origem do movimento (x0 = y0 = 0), podemos es
rever as seguintes
equações para o movimento da esfera (~
v = v0 ı̂):
g 2
vx = v0 vy = gt x = v0 t y= t (8.4)
2
Eliminado a variável tempo das duas últimas equações, obtemos y
omo função de x, que
orresponde à
forma da trajetória da partí
ula:
2
g x g 2
y= → y= x (8.5)
2 v0 2v02
Vemos que o
orpo deve per
orrer uma parábola,
om eixo de simetria verti
al.
• Um tripé universal;
• Um o de prumo;
• Folhas de papel;
• Régua/trena.
52 CAPÍTULO 8. ATIVIDADE PRÁTICA 4 LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
Montem a haste verti
al sobre o tripé e xem a rampa de lançamento na haste de modo que a saída da
rampa esteja a aproximadamente 10
m da superfí
ie da mesa. Meçam essa distân
ia (y ).
Veriquem o alinhamento da extremidade horizontal da rampa
olo
ando a esfera no nível 0: ela deve
ar
em repouso. Caso a esfera não que em repouso, ajustem os parafusos do tripé para mudar o alinhamento da
rampa.
Fixem folhas de papel na mesa
om durex, de modo que a bolinha quique numa folha ao sair da rampa.
Usando um o de prumo, marquem no papel a posição horizontal
orrespondente à saída da rampa esta será
a origem das medidas na direção horizontal.
Pintem a esfera
om uma
aneta e soltem-na na rampa a partir de uma altura h xa (lida na lateral da
rampa). Anotem o valor de h usado. Soltem-na e veriquem que a esfera deixa uma mar
a no papel, no ponto
onde ela qui
a
om a mesa. Repitam o experimento 5 vezes e meçam a distân
ia xi entre
ada ponto de
olisão
e a origem. Anotem o erro sistemáti
o dessa medida.
Mudem a posição verti
al da rampa de modo a obter o al
an
e x a partir de 5 alturasy no total. Alturas
sugeridas: 10, 20, 40, 60, 80
m. Repitam as medidas para
ada valor de y , mantendo h
onstante.
A fórmula a ima orresponde à apli ação do on eito de erros indiretos à função potên ia: z = x2 .
• Façam um grá
o de y
ontra x2 . Não se esqueçam de a
res
entar as barras de erro a
ada ponto.
Veriquem se o grá
o é um reta, e se a reta está alinhada
om a origem.
• Usando o método de mínimos quadrados,
al
ulem o
oe
iente angular dessa reta. Ele deve ser igual a
g/(2v02 ).
• Usando g = 978 2
m/s ,
al
ulem v0 a partir do resultado a
ima.
• Veriquem se o prin
ípio de
onservação da energia é válido para o movimento do
orpo sobre a rampa,
al
ulando a razão:
K 7v02
= (8.8)
U 10gh
Deve ser obtido um resultado su
ientemente próximo de 1, para que possamos armar que a energia
me
âni
a ini
ial (quando a esfera está em repouso no alto da rampa) é igual à energia me
âni
a nal (no
momento em que a bolinha abandona a rampa).
Apêndi
e A
A.1 Introdução
Considere um
onjunto de dados experimentais (xi , yi ), 1 ≤ i ≤ N, ao qual é ajustada a reta
y = mx + n (A.1)
Por meio da análise desses dados, podemos obter valores para os parâmetros m (
oe
iente angular) e n (
o-
e
iente linear). Como os dados experimentais possuem erros, podemos supor que os valores de m e n são
estimativas experimentais, e também devem possuir erros. Como estimar os erros de m e n?
Antes de dis
utir métodos de
ál
ulo, vamos dis
utir o signi
ado de δm e δn. De a
ordo
om a equação
(A.1), o
oe
iente angular m está ligado à in
linação da reta que passa pelos pontos experimentais (ou ao menos
perto dos pontos experimentais), de modo que se ele possui um erro, então não podemos armar
om
erteza
qual é o valor da in
linação da reta. Vejamos que situações experimentais podem gerar erros no
oe
iente
angular:
• Se os pontos experimentais possuem erros δxi e δyi , então não sabemos ao
erto qual o verdadeiro valor de
ada
oordenada do ponto no grá
o. Assim, nosso
ritério de es
olha da melhor reta é prejudi
ado, e não
onseguimos es
olher uma úni
a reta que des
reve bem os pontos: várias retas, de in
linações ligeiramente
diferentes, podem des
rever o
onjunto de pontos de forma igualmente válida.
• Supomos agora que os pontos experimentais não estão todos alinhados entre si. Nessa situação, nenhuma
reta passa por todos os pontos. Critérios de es
olha da melhor reta foram apresentados no Capítulo 3, mas
devemos re
onhe
er que existe uma
erta dose de subjetividade nessa es
olha: diferentes pessoas traçarão
retas de in
linações ligeiramente diferentes a partir do mesmo
onjunto de dados.
• Finalmente, após es
olher a melhor reta, devemos fazer o
ál
ulo de m = δy/δx. Como as
oordenadas
x1 , x2 , y 1 e y2 possuem erros, estes erros devem em prin
ípio ser propagados para obter δm.
Da mesma forma, podemos dis
utir fontes de erro durante a determinação de n.
• In
ertezas na determinação da melhor reta também afetam o valor de n: diferenças de in
linação muito
pequenas podem a
arretar diferenças grandes na determinação do
ruzamento entre a reta e o eixo y, se a
distân
ia entre os pontos e o eixo y é muito grande.
• A in
erteza na determinação de n deve ser propor
ional à es
ala usada no eixo verti
al: se o grá
o é
desenhado de modo a ter 20
m de altura, a in
erteza na determinação de n é menor do que se o grá
o
tivesse 5
m de altura, porque no primeiro
aso uma
erta distân
ia medida
om régua
orresponde a uma
variação menor do que no segundo.
• Como a melhor reta é traçada
om
aneta e régua, falta de rmeza na mão que segura a régua e es
olha
de uma
aneta de ponta grossa também podem aumentar a impre
isão ao determinar n.
Numa situação real, m e n são grandezas físi
as ligadas à experiên
ia. Assim, a existên
ia de δm e δn impli
a
que as grandezas obtidas por meio da análise de dados também possuem erros.
54 APÊNDICE A. ESTIMAÇO DE ERROS NOS COEFICIENTES ANGULAR E LINEAR
• Traçamos duas retas (a lápis)
om a mesma in
linação da reta original, deslo
adas para
ima e para baixo,
de modo a passar a
ima e abaixo de todos os pontos.
• Em
ada reta, desta
amos dois pontos, de abs
issas iguais às do primeiro e último ponto da tabela de
dados: os pontos A e B em uma reta, os pontos C e D na outra.
• Ligamos os pontos A e D
om uma reta, e os pontos B e C
om outra reta: essas retas são as estimativas
de retas
om
oe
iente angular: tan φ1 = m1 = m − δm, e tan φ2 = m2 = m + δm.
yD − yA yB − yC
m1 = , m2 = (A.2)
xD − xA xB − xC
Tendo al ulado δm, podems obter δn da seguinte forma: isolando n na equação da reta, temos:
y = mx + n → n = y − mx (A.3)
Assim, o erro de n pode ser
al
ulado apli
ando
on
eitos de propagação de erros à fórmula a
ima. Es
olhemos
um valor de x,
om seu erro δx, e o valor
orrespondente de y ,
om seu erro δy (que são atravessados pela reta),
e podemos es
rever:
δn = δ(y − mx) = δy + δ(mx) = δy + m.δx + x.δm (A.4)
Para minimizar o erro nal, onvém es olher um ponto om o menor valor possível de x.
• Os erros dos dados experimentais sejam os mesmos para todos os pontos: assim, não é possível usar as
expressões abaixo, se o
onjunto de dados sofreu uma linearização prévia (uma vez que é ne
essário
al
ular
um movo erro para a grandeza linearizada, que será diferente para
ada ponto).
• Os dados obtidos para a grandeza x possuem erro insigni
ante (δx → 0), enquanto os dados obtidos para
a grandeza y possuam o mesmo erro δy .
A
ondição a
ima pode ser expressa em termos numéri
os da seguinte forma: o erro relativo em x é muito
menor (dez vezes menor já é insigni
ante para esse
ritério) que o erro relativo em y:
δx 1 δy
< (A.5)
x 10 y
onde x e y são medidas
orrespondentes ao mesmo dado.
Nessas
ondições, podemos es
rever:
s s
N Sx2
δm = δy , δn = δy (A.6)
N Sx2 − (Sx )2 N Sx2 − (Sx )2
A.3. FÓRMULAS PARA δM E δN , PELO MMQ 55
y B
A
C
x
(a) Retas suportes tra
ejadas, paralelas à reta prin
ipal.
y B
φ1
A
φ2
C
x
(b) Retas de
oe
iente angular m1 e m2 (mais nas) e a reta prin
ipal (mais
grossa).
δy ′ = δy + m.δx (A.7)
onde m é o valor do
oe
iente angular dado pelo MMQ. A seguir, substituímos δy por δy ′ nas fórmulas (A.6).
A fórmula a
ima é baseada no seguinte ra
io
ínio:
omo o valor de x é in
erto, não podemos determinar y
exatamente por dois motivos: erros ligados à medição de y, e erros ligados à xação do valor de x utilizado na
experiên
ia para medir y.
Bibliograa
Bibliograa de Físi a: