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Unidade II
3 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE OBJETOS
Observação
Pensar um novo objeto requer disciplina e estudo. É um processo longo que envolve profissionais
de algumas áreas como marketing, engenharia, design entre outros, sempre visando o produto e o
consumidor. Assim, a metodologia para pensar objetos/produtos é um caminho progressivo a ser
percorrido pelas áreas envolvidas.
Figura 21
Esse caminho envolve verificar a satisfação dos objetos do produto, se ele é bem aceito pelo
consumidor, se tem ou terá um custo acessível. A vida útil do produto no mercado é outro elemento
importante que deve ser considerado no processo de desenvolvimento.
Essas considerações são importantes para minimizar os riscos de fracasso do produto, tanto no
processo de desenvolvimento do projeto quanto após o produto estar nas lojas. Quando é comprovado
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
que o produto não atingirá a meta do projeto, medidas de eliminação devem ser tomadas com uma
decisão rápida para reduzir perdas.
Os designers de hoje são cabeças multifuncionais. Precisam entender como o produto se comporta
no mercado de venda, saber o processo da engenharia de produção do produto e assim desenvolver um
projeto sem perda e prejuízo. Não menos importantes são o domínio de leitura e a aplicabilidade do
desenho industrial. Pode‑se dizer que esses elementos são requisitos básicos para um designer coordenar
o desenvolvimento e a produção de um produto.
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Unidade II
Figura 22
Mizaru, Kikazaru e Iwazaru são palavras de origem japonesa que estão relacionadas ao macaco.
Numa tradução direta, essas palavras significam olhar, ouvir, falar e negar. Podemos identificar o uso
desse provérbio em vários meios de comunicação; no design, pode ser usado como regra para pensar o
projeto de produto.
Figura 23
Saiba mais
Segundo Baxter (2011), a primeira regra para pensar o projeto de produto é olhar e reconhecer
as prováveis falhas de projeto antes do desenvolvimento deste, buscando identificar se o produto
corre o risco de falhar no mercado. É importante, também, sempre ter em mente a expectativa do
consumidor. A segunda regra é saber identificar e ouvir os sinais de alertas que indicam os possíveis
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
erros de desenvolvimento que, no futuro, podem fazer do produto um fracasso de mercado. A terceira
regra envolve a criação do produto: ter liberdade de criar, falar através do desenho e explorar as suas
ideias, pesquisar e buscar bagagem referencial e projetual para o seu projeto.
A tabela a seguir exemplifica a percentagem das vendas totais e dos lucros gerados por novos
produtos em empresas entre as décadas de 1970 e 1990.
Para solucionar um problema de projeto deve‑se levar em consideração todas as alternativas possíveis
das ideias geradas pela equipe.
Figura 24
O projeto de um novo produto leva meses, até anos, de estudo e desenvolvimento, logo, permanecer
numa única ideia vai prejudicar e atrasar o andamento de todo o processo.
A criatividade deve ser liberta, por isso, é preciso pensar, em um primeiro momento, que todas as
ideias são positivas para poder avançar numa qualidade de proposta do projeto.
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Unidade II
Figura 25
A qualidade de um novo produto está relacionada à quantidade de soluções que foram geradas
durante o processo de projeto. Saber reconhecer os problemas, propor uma metodologia de
desenvolvimento para solucioná‑los e estimular a criatividade durante o processo projetual pode render
um bom gerenciamento de projeto.
Metodologias de projeto
Fases das metodologias de projeto Asimow Roth Koller Verein Deutscher Pahl e Beitz Back Quarante
(1962) (1982) (1979) Ingenieure (1975) (1996) (1983)
Definição e análise do problema X X X X X X X
Desenvolvimento de conceitos do produto X X X X X X X
Estruturação e configuração geral do produto X X X X X X X
Detalhamento do produto X X X X X X X
Revisão e testes ‑ ‑ ‑ ‑ ‑ X X
Planejamento da produção X ‑ X ‑ ‑ X X
Planejamento da distribuição X ‑ ‑ ‑ ‑ X X
Planejamento do consumo ou uso X ‑ ‑ ‑ ‑ X X
Planejamento do descarte X ‑ ‑ ‑ ‑ X ‑
Estados Unidos, Inglaterra e Canadá fizeram estudos sobre o processo de desenvolvimento de objetos
com o objetivo de saber se há uma relação entre ele e o seu desempenho comercial.
Foram estudadas mais de 1.000 empresas que tiveram mais de 14.000 produtos analisados. O
resultado apresenta tanto produtos de sucesso quanto produtos que não obtiveram sucesso comercial.
Pois existem muitos fatores que contribuem para o sucesso ou para o fracasso de um produto.
Segundo Baxter (2011), esses fatores podem ser divididos em três grupos. O primeiro grupo é a
orientação para o mercado. Nesse grupo, o fator mais importante é a diferenciação do produto em
relação aos concorrentes. O consumidor sempre vai valorizar um produtor potencialmente superior ao
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
do concorrente. Os estudos revelaram que produtos vistos pelo consumidor como de qualidade tinham
5,3 vezes mais chances de sucesso em relação ao produto do concorrente, que era considerado, pelo
consumidor, apenas como um produto diferente.
O segundo grupo abrange o planejamento e a especificação do produto. A pesquisa revelou que
produtos que tiveram estudo de viabilidade técnica e econômica obtiveram 2,4 vezes mais chances de
sucesso em relação a produtos que não passaram por esse estudo. É importante, nessa etapa, o designer
aprofundar seu estudo em relação aos materiais que vão compreender os processos de produção do
objeto, viabilizando ou não a necessidade de investimentos. Ou seja, há necessidade de estudos cada vez
mais detalhados sobre o produto a ser desenvolvido antes de iniciar o projeto.
Fatores internos da empresa compõem o terceiro grupo. Percebeu‑se a importância do bom
entrosamento dos setores da empresa com a equipe técnica que estará diretamente relacionada ao
projeto. Por exemplo, a equipe de marketing e vendas, quando trabalham em conjunto com a equipe
de projeto, aumentam em 2,3 vezes a chance de sucesso do produto.
Chances de
sucesso dos 5x
novos produtos 3x 2,5x
Forte orientação Cooperação entre Fatores internos
para o mercado a área técnica e o à empresa
marketing
- Benefícios O produto deve ser: - Excelência
significativos para técnica e de
os consumidores. - Definido com marketing.
precisão.
- Valores - Cooperação
superiores para os - Especificado entre a área
consumidores. precisamente técnica e
antes de seu marketing.
desenvolvimento.
Figura 26
Já deu para perceber o quanto de incertezas são geradas para pensar no desenvolvimento de novos
produtos? Muitas são as ideias e decisões a serem tomadas. Um turbilhão de ideias, dúvidas e incertezas
cercam os profissionais envolvidos no processo de projeto de objetos.
Figura 27
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Unidade II
Autores, como Baxter, citam o funil de decisões como parte da metodologia de desenvolvimento de
projetos de objetos, sugerindo que as decisões sejam pensadas como se a colocássemos em um funil. Ou seja,
no primeiro momento, todas as ideias e decisões são importantes e aceitas. Conforme essas ideias vão
sendo analisadas, as incertezas são descartadas, esse é o processo de tomada de decisões. A melhor
forma de fazer essa análise é ter respostas a perguntas relacionadas diretamente ao projeto do objeto.
A seguir, Baxter (2011) exemplifica como utilizar essa metodologia. No início, o processo projetual
tem uma característica de risco, gerando incertezas. Conforme as decisões vão sendo filtradas o resultado
é um baixo risco de falha do produto.
Quadro 4
Traçar estratégia de negócios faz parte da metodologia do funil de decisões. Quando se pensa na
inovação de um produto, é preciso levar em consideração os riscos desnecessários que o processo pode
causar, mas, ao mesmo tempo, deixar de inovar também pode custar um alto risco para a empresa,
então, de qualquer forma, é preciso planejar.
Na fase de desenvolvimento de projeto do produto as decisões tomadas geram menos riscos e desconforto,
pois as incertezas em relação ao projeto já estão bem diluídas, logo, essas decisões são mais fáceis.
Nessa etapa é importante perceber que os riscos de fracasso do novo produto vão sendo reduzidos
de acordo com o avanço das medidas tomadas.
A seguir Baxter (2011) exemplifica o funil de decisões em relação às atividades do setor de marketing,
trabalhando junto com o setor de projeto de produto e com o setor da engenharia.
estratégicas
Decisões
Funil de decisões
Pesquisa de
mercado
Inovar: sim ou não?
Estratégia de negócios
Especificações da
oportunidade e
Todas as oportunidades de inovação possíveis
do projeto
Modelos e desenhos
Melhor oportunidade de negócios
Teste de marketing
preliminares
Todos os produtos possíveis
Melhor oportunidade de produto
Todos os conceito possíveis
materiais e
Seleção de
processos
Melhor conceito
Planejamento
de produção
Todas as configurações possíveis
Farramentaria
Teste de protótipo
Melhor configuração
Todos os detalhes possíveis
Protótipo
Distribuição
Marketing e
Novo produto propaganda
industrial
Produção
Figura 28
Até a década de 1960, o processo de desenvolvimento era dividido em três estágios. O marketing
era responsável por estabelecer quais seriam os requisitos do projeto e enviá‑los para o setor de
desenvolvimento de projeto; o setor de desenvolvimento de projeto realizava o novo produto até a
confecção do protótipo com as especificações técnicas; e o setor de engenharia era o responsável por
receber esse protótipo e colocá‑lo em linha de produção.
Organizar as atividades que fazem parte do processo de projeto requer dedicação e empenho.
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Unidade II
A primeira etapa está relacionada às ideias preliminares. Nessa etapa, pode acontecer um teste de
mercado: o projeto pode ser mostrado a possíveis consumidores e estabelecimentos comerciais em
forma de desenho de croqui, por exemplo.
Figura 29
Figura 30
Feitos os ajustes necessários no projeto, o produto passa por outro teste de mercado. Aqui temos
a terceira etapa. Quando esse segundo teste apresentar um resultado satisfatório, o projeto avança de
fase. Às vezes, pode acontecer de ideias que foram pensadas numa fase anterior do projeto serem a
solução numa fase posterior.
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
É como se fosse um retrocesso de pensamento, mas esse retrocesso é visto como algo positivo.
Ainda nessa fase, se necessário, pode acontecer um terceiro teste de mercado.
A quarta etapa ocorrerá depois de todas as possibilidades de projeto e testes apresentarem resultados
satisfatórios. É na fase da produção que os desenhos detalhados serão produzidos para a fabricação do
protótipo. Quando o protótipo for aprovado, o produto entra em linha de produção e posteriormente
no mercado.
A figura a seguir, representa essas quatro fases nas etapas do desenvolvimento do projeto:
Início do Teste de Teste de
desenvolvimento mercado mercado
Revisão da
Teste de especificação da
necessidades oportunidade
Oportunidade de mercado
de negócio
Especificação de Revisão de
oportunidade especificação
do projeto
Especificação Especificação
do projeto do projeto Projeto
conceitual
Ideias para Projeto
novos conceitual
produtos
Melhor
Projeto projeto
conceitual
Melhor Configuração
conceito do projeto
Configuração
do projeto
Projeto da Alternativas Alternativas
configuração do projeto de fabricação Melhor
Alternativas
de materiais configuração
Projeto
detalhado
Projeto Montagem Projeto de
Mudança geral componentes
detalhado
técnica
Protótipo
experimental
Teste de
desempenho
Projeto para Projeto para físico
fabricação fabricação
Projeto do Planejamento
ferramental da produção
Protótipo de
produção
Figura 31
Lembrete
A figura a seguir exemplifica esse processo, que começa com o projeto arquitetônico do espaço para
receber os equipamentos (máquinas) para então poder produzir o produto.
Figura 32
Por ser um tema amplo e complexo, vamos ver alguns exemplos de projetos e postos de trabalho
de diferentes seguimentos e suas soluções nos aspectos ergonômicos dentro do sistema homem versus
máquina versus ambiente de trabalho.
Os postos de trabalhos são ambientes que estão ligados a sua atividade operacional e estão situados
em áreas específicas do edifício de produção, devem, portanto, estar adequados aos fatores de visibilidade
do local, do seu entorno e dos envoltórios de alcances físicos, sempre a favor do usuário.
Para que se tenha um projeto correto desses postos, vale tudo que já foi dito
anteriormente, sobretudo no que se refere às adequações dos fatores de
visibilidade e do local de trabalho, do seu entorno e dos envoltórios de alcances
físicos. Tudo isso de acordo com os parâmetros de conforto e das condições
de posturas (trabalho em pé, sentado reclinado etc. e, principalmente, com
garantia de segurança para os operadores (GOMES FILHO, 2010, p. 226).
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
Saiba mais
Nos exemplos a seguir vamos discutir sobre projetos específicos de ambientes de trabalho (o posto
de trabalho) e sobre dois objetos de uso pessoal.
Sobre os objetos de uso pessoal, vamos analisar um colhedor de amostra de sangue para pessoas
portadoras de diabetes e uma bicicleta; em ambos os exemplos, além da questão ergonômica também
há a questão do design.
Essas análises requerem do aluno um olhar crítico em relação ao projeto, à ergonomia e ao design
do produto.
Observação
Consultório odontológico
Ir a um consultório odontológico é um exemplo de atividade que faz parte do nosso cotidiano, como
pacientes temos a experiência da funcionalidade do mobiliário odontológico.
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Unidade II
O mobiliário requer atenções e soluções ergonômicas do posto de trabalho que influenciam não só o
dentista, como também, nós, os pacientes. O dentista passa grande parte do seu dia sentado no mochos
(cadeira de dentista) executando procedimentos que, muitas vezes, podem ser demorados. E por ser
justamente uma atividade que pode demorar, nós, os pacientes, também sofreríamos se a cadeira não
fosse projetada de maneira ergonomicamente pensada em relação à inclinação, à largura do encosto,
à altura do apoio de braço e até ao tipo de material e textura do revestimento. Atualmente, as cadeiras
odontológicas são projetadas com um design estabelecido por normas nacionais e internacionais no
sistema homem‑máquina‑ambiente.
O leiaute do ambiente é projetado levando em consideração o método de trabalho operacional a
ser seguido pela cadeira do dentista em relação ao seu posicionamento, diante do paciente e até ao
posicionamento do assistente do dentista em relação ao dentista e ao paciente.
O mobiliário é composto de:
• Cadeira do paciente.
• Mochos (assento do dentista).
• Conjunto do equipamento.
• Cuspideira.
• Aparelho de raios X.
• Luminária direcional.
• Armário para equipamentos e pia.
• Aparelho para esterilização dos instrumentos.
• Estufa para conservação dos instrumentos.
Figura 33
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
Esse projeto foi idealizado a partir das necessidades da Central de Compras da Secretaria da
Administração (SEA) do Estado de Santa Catarina (BONSIEPE, 2012).
Objetivos:
– Inovar os materiais, usar chapas de compensados para tornar o móvel mais leve.
– Facilitar a montagem.
Figura 34
O produto foi criado para o próprio paciente colher amostras de sangue para a análise de glicose
(BONSIEPE, 2012).
Objetivos:
– Facilitar o manuseio.
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Unidade II
Figura 35
O colhedor de amostra de sangue é um aparelho muitas vezes manipulado pelo próprio paciente.
Nesse projeto, a atenção está voltada, além do design, às especificações de tamanho em comprimento,
largura e espessura, à forma de pegada, porque é preciso pensar que esse aparelho é utilizado por
pessoas canhotas e destras e à textura do material, que não pode ser muito lisa.
Bicicleta
Figura 36
A velha e boa bicicleta, brinquedo sempre querido das crianças e adultos, passou por mudanças
no seu conceito de uso. Deixou de ser um brinquedo de lazer e esporte para se tornar um novo meio
de transporte. Nos grandes centros urbanos, como na cidade de São Paulo, por exemplo, o cenário
das ruas está mudando, tornou‑se rotina vermos diariamente pessoas utilizando a bicicleta para ir e
vir do trabalho.
Esse novo uso da bicicleta como meio de transporte fez o seu design evoluir. Atualmente, temos
bicicletas compactas, dobráveis, feitas de materiais tecnológicos que as deixam mais leve, facilitando o
transporte etc.
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
Figura 37
A ergonomia deve estar sempre aliada ao design para proporcionar mais conforto e usabilidade,
como a proposta de design e materialidade do assento da figura a seguir.
Figura 38
Outro ponto importante sobre o novo uso da bicicleta é a transformação do espaço público, na
implantação de bicicletários de conceito contemporâneo e, em alguns exemplos, até lúdicos, que estão
mudando a paisagem urbana:
Figura 39
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Unidade II
Figura 40
Figura 41
Figura 42
Outro responsável por essa mudança da paisagem urbana é o mobiliário destinado aos pontos de
aluguel de bicicleta, como podemos observar na figura a seguir:
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
Figura 43
Figura 44
Mas, apesar de todas as inovações neste tipo de mobiliário, ainda é de nosso costume relacionar o bicicletário
à figura a seguir:
Figura 45
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Unidade II
Há alguns anos o projeto e o desenvolvimento de produtos era concentrado somente nos aspectos técnicos
e funcionais, sem considerar a ergonomia e o design. Hoje, grandes empresas, principalmente do seguimento
de aparelhos eletrônicos, de eletrodomésticos e automobilístico investem em estudos de ergonomia e design.
Observação
Cabe ao designer encontrar soluções projetuais para cada produto, adaptando‑os ergonomicamente.
Um novo produto deve ter um apelo para o consumidor adquiri‑lo, por exemplo:
• Qualidade técnica.
• Qualidade ergonômica.
• Qualidade estética.
Figura 46
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
Figura 47
Ainda sobre o produto de comunicação, não podemos deixar de citar a evolução rápida que teve o telefone
celular. Os primeiros celulares eram grandes somente com o recurso de chamadas e tinham até fio:
Figura 48
Com o passar dos anos e o avanço da tecnologia e do setor de comunicação esses aparelhos foram
diminuindo de tamanho e ganhando novas funções.
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Unidade II
Figura 49
Para empresas modernas e de marcas competitivas o que importa é o resultado global atingir as
necessidades e os desejos dos consumidores e do mercado. É o que acontece hoje com os smartphones,
quando um modelo é lançado praticamente de forma simultânea em todo o mundo.
Figura 50
O mundo está cada vez mais globalizado, facilitando a circulação dos produtos. O designer que
antes pensava o produto para um nicho específico de consumidor, hoje precisa pensá‑lo como algo
diversificado em nível mundial, o chamado projeto universal.
O projeto universal parte dos seguintes princípios:
• Uso equitativo: o produto deve ter dimensões e ajustes compatíveis que permitam o uso a um
maior número de usuários, atendendo à segurança de todos.
• Flexibilidade do uso: possibilitar o manuseio por pessoas destras e canhotas.
• Uso simples e intuitivo: ser de fácil entendimento sem depender de conhecimentos específicos.
• Informação perceptível: possuir uma boa visibilidade com contrastes e texturas, principalmente,
para deficientes visuais.
• Redução do gasto energético: o produto não deve ter dimensões maiores que o necessário.
Produtos superdimensionados geram esforço energético.
• Espaço apropriado: dimensionar apropriadamente os espaços de trabalho independentemente do
porte físico do usuário.
O produto que atende a esses princípios terá um grande ganho na eficiência da usabilidade, para isso
características físicas do produto, como dimensões, pesos, formas e resistência devem estar presentes no
produto. Independente de etnia e de idade o design do celular atende a população mundial.
Figura 51
Um exemplo de produto com características de usabilidade para diferentes perfis de cliente é uma
cadeira tipo de escritório. Geralmente essas cadeiras apresentam várias regulagens, como de altura do
assento, regulagem da lombar, regulagem da altura do apoio ao braço etc.
Figura 52
Outro exemplo que está no nosso dia a dia é o controle remoto de uma TV. No caso do controle
retomo, em geral, deve ser pensado o seu peso; a sua disposição dos botões, para facilitar o movimento
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Unidade II
motor das mãos; o formato anatômico, para uma boa empunhadura; e até o tipo de material, para não
escorregar fácil das mãos e cair.
Todo projeto de um produto deve passar por um estudo e levantamento antropométrico do tipo
de usuário.
Figura 53
Figura 54
Para Iida (2005), o papel do ergonomista num projeto de produto é definir, nas etapas do processo
projetual, desde as especificações do produto até a sua etapa final, ou seja, a avaliação desse em uso:
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
Lembrete
Resumo
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Unidade II
Nesta unidade, também foi possível ver algumas dúvidas que são geradas
durante o processo projetual de um objeto e como o funil de decisões pode
auxiliar nessa fase. Por exemplo: traçar estratégia de negócios faz parte da
metodologia do funil de decisões.
Exercícios
BOOTHROYD, G.; DEWHURST, P.; KNIGHT, W. A. Product design for manufacture and assembly.
3. ed. Boca Raton: Taylor and Francis Group, LCC, 2011. (Adaptado).
I – É esperado que o produto resultante passe por menos etapas de produção e, como consequência,
tenha menor tempo de produção.
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
A) I e IV.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I, II e IV.
I – Afirmativa correta.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a técnica DFMA é voltada para a simplificação do produto e para a redução de etapas
de fabricação.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: um dos objetivos da técnica é a simplificação do produto, que passa pela redução do
número de componentes.
Questão 2. (Enade 2014) Uma empresa do setor moveleiro pretende lançar no mercado uma nova
linha de produtos que atenda ao critério de prevenção de acidentes, conforme diretrizes do Ministério
do Trabalho, é preciso identificar os riscos potenciais ao ambiente de trabalho a fim de determinar
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Unidade II
quais os meios para diminui-los. Duas soluções para o projeto foram apontadas: a primeira é o uso
de madeira plástica, que é um produto fabricado a partir de plástico reciclado e fibras vegetais, com
vantagem de ser resistente à umidade; e a segunda é a substituição de resinas químicas derivadas do
petróleo por adesivos à base de tanino, extraído de material vegetal, como a casca da acácia negra.
A respeito do conceito e dos princípios de segurança do trabalho, a melhoria da nova resina aplicada
ao produto deve ser vista como critério de prevenção para o trabalhador, no que se refere:
A) Aos fatores relacionados com o ambiente de trabalho, devido à liberação de componentes que
podem comprometer a saúde do trabalhador.
B) Aos fatores que causam desconforto, aumentam o risco de acidentes e podem causar danos
consideráveis à saúde do trabalhador no posto de trabalho.
C) Ao enfoque ergonômico para desenvolver postos de trabalho que reduzam as exigências biomecânicas,
procurando colocar o operador em uma boa postura de trabalho e eliminando desconfortos.
A) Alternativa correta.
B) Alternativas incorretas.
C) Alternativas incorretas.
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PROJETO DO OBJETO (ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE)
D) Alternativas incorretas.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: o excesso de ruído e de calor são exemplos de risco físico que não sofrem alteração com
a liberação de componentes pelo adesivo.
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