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TCC Oficial Ayrllione Barbosa Silva
TCC Oficial Ayrllione Barbosa Silva
TCC Oficial Ayrllione Barbosa Silva
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Igarapé do Meio- MA
2022
AYRLLIONE BARBOSA SILVA
Igarapé do Meio-MA
2022
AYRLLIONE BARBOSA SILVA
BANCA DE APRESENTAÇÃO
_______________________________________________
Orientadora: Prof. Esp. Maria Ivanilde da Silva Lima
_______________________________________________
Professor Avaliador 1
___________________________________________________
Professor Avaliador 2
Igarapé do Meio- MA
2022
SILVA, Ayrllione Barbosa. Práticas pedagógicas que contribuem para a
prevenção do bullying na escola. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Pedagogia) – Faculdade Evangélica de Salvador- FACESA, Igarapé do Meio,
2022.
RESUMO
ABSTRACT
The aim of this research was to discuss the pedagogical practices that contribute
to the prevention of bullying at school, also constituting its central objective,
starting from the point that bullying is a worldwide problem, which leads to several
future consequences influencing the formation of the citizen, normally there are
three involved, the aggressor, the victim, and the spectator and the school and
the family have not yet been able to understand the proportion of this great
problem that has been generated. The causes of this type of abusive behavior
are numerous and varied. It is due to the lack of affection, the absence of limits
and the way in which parents assert power and authority over their children,
through "educational practices" that include physical abuse and violent emotional
outbursts. The methodology used to develop this work was the bibliographic
research, where it was based on renowned authors such as: Abramovay (2005);
Chalita (2008); Charlotte (2000); Fan (2005); Peralva (1997); Priotto (2008)
among others. It is believed that a possible way to prevent and intervene in the
practice of bullying is to work from a collective pedagogical project having as a
principle the culture of peace, where everyone involved in education is able to
understand and share information so that the practice of bullying bullying is
effectively tackled. It is hoped, then, that this work will encourage other education
professionals to know and better identify the bullying phenomenon, adopting an
attitude of clarification and awareness, for students, family and community, in
search of quality of life and social well-being of all individuals.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
2 A VIOLÊNCIA HUMANA AO LONGO DOS TEMPOS ................................. 10
3 A VIOLÊNCIA NA ESCOLA ......................................................................... 16
3.1 Breve histórico do fenômeno da violência no contexto educacional
brasileiro ........................................................................................................ 18
3.2 A violência na escola enquanto fenômeno social ................................. 26
3.3 Manifestações da violência no contexto escolar .................................. 30
4 O BULLYING..................................................................................................37
4.1 Manifestações do bullying........................................................................40
4.2 Causas e consequências do bullying no ambiente escolar..................41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................47
REFERÊNCIAS.............................................................................................49
7
1 INTRODUÇÃO
escolar.
Neste período os resultados de suas pesquisas não impactaram a
sociedade, apenas pequenos grupos de pessoas, só a partir de 1983, quando
aconteceu um caso alarmante: três meninos, com idades entre 10 e 14 anos,
cometeram suicídio, foi que a população deu credibilidade para os
questionamentos de Olweus, pois acreditava ser mais um caso de bullying.
Todavia, o medo que tomou conta da sociedade em geral, tornou-se a força para
desenvolver o seu estudo, pois para ele o bullying era um mal a combater.
Depois dos estudos de Olweus, até os dias atuais a sociedade
mostrou-se preocupada com as questões do bullying, porque as ideias
primordiais deram sentido aos fatos que foram acontecendo no mundo inteiro, a
partir de então a sociedade acordou, mobilizando-se para difundir o que é essa
violência e como devemos preveni-la.
Segundo Silva (2010, p. 88), no Brasil estas pesquisas e a atenção
dedicadas ao bullying chegam de forma lenta, em 2001, a Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência – ABRAPIA iniciou um
estudo, realizando uma pesquisa por meio de questionários distribuídos a alunos
de 5ª a 9ª ano do Ensino Fundamental de 11 escolas no estado do Rio de Janeiro
e seus resultados apresentaram dados significativos:
Dos 5.482 alunos participantes, 40,5% (2.217) admitiram ter tido algum
tipo de envolvimento direto na prática do bullying, seja ela com vítima
ou agressor. Houve um pequeno predomínio do sexo masculino
(50,5%) sobre o sexo feminino (49,5%) na participação ativa das
condutas do bullying. As agressões ocorrem principalmente na própria
sala de aula (60,2%), durante o recreio (16,1%) e no portão das escolas
(15,9%). Em torno de 50% dos alvos (vítimas) admitem que não
relataram o fato para o professor, tão pouco os pais. (SILVA, 2010,
p.113)
a vítima e a plateia. Os agressores, por sua vez são aquelas crianças que
abusam de privilégios e detêm o controle em suas mãos, ou aquelas crianças
que já foram interiorizadas pelas ações do bullying e tentam se “vingar”,
amedrontando outras crianças; as vítimas são os alvos dos agressores, crianças
aparentemente feias, com defeitos notórios, crianças tímidas e isoladas que não
têm uma boa socialização com o grupo e, por fim, a plateia que visualiza toda a
violência e muitas vezes silencia por não querer ser a próxima vítima, a ela detém
o poder de julgar se continua ou para, porque o agressor se manifesta para que
a plateia o aceite, tornando-se o centro das atenções, neste momento os
expectadores podem salvar uma vida se não concordarem com as atitudes do
agressor.
Partindo das pesquisas realizadas neste campo é muito importante
saber identificar cada elemento, prestar bastante atenção para não correr o risco
de rotular alguém, porque teve uma reação negativa num momento qualquer, só
lembrando que para uma violência ser considerada bullying, deve ser intencional
e de forma repetitiva ocorrendo no ambiente escolar.
Ao observar essas formas e características do bullying, remete-se
que, tais comportamentos refletem a imagem da família, por exemplo: quando
um pai demonstra seu lado “masculino” para o filho homem quando criança,
utiliza a força e a agressividade como forma de soberania, associando à ideia de
“homem” a “força”, mas o filho ainda não tem maturação suficiente e acaba
trazendo esse pensamento que o pai impregnou para a escola, principalmente
para a sala de aula. Assim acontece com aquele filho que o pai não dá atenção
devida, e a falta de carinho, de amor, deixam a criança indefesa.
A criança quando não tem relações afetivas dentro da família está
propícia a receber qualquer tipo de violência, seja ela física ou psicológica,
porque a falta de afeto desprotege a criança tornando-a fragilizada. Quando
chega à escola se sente reprimida por não desenvolver uma boa relação com a
família, por consequência, ou ela vai tornar-se uma vítima, ou por tanta retenção
tenta chamar atenção dos demais, com comportamentos conflituosos, tornando-
se um agressor, pois despeja todas as suas angústias no outro, através da
agressividade.
Na realidade, a escola é o palco onde as crianças mantêm a sua
socialização, mas os reflexos de comportamentos abusivos e o isolamento social
14
3 A VIOLÊNCIA NA ESCOLA
violência”, assim como o envolvimento de pessoas cada vez mais jovens na sua
teia.
Diariamente, os diferentes meios de comunicação colocam diante de
nossos olhos, mentes e corações, numerosas cenas onde a violência constitui
um componente central, de tal modo que terminamos por naturalizar e banalizar
sua realidade e a considerá-la como um mero dado inerente e constitutivo de um
mundo competitivo e hostil, onde a lógica das relações sociais, as tensões e os
conflitos estão marcados fortemente por sua presença.
Agressões entre alunos é um tipo de violência e, a mais citada pelos
educadores, alunos e pais, e, em alguns pontos, apresenta relação bem próxima
com a depredação escolar. Roubos, insultos, brigas, exploração dos mais novos
pelos mais velhos são atos que, de tão frequentes no cotidiano escolar, acabam
por serem banalizados e/ou tidos como manifestações “normais” da idade e/ou
da condição sociocultural e econômica do jovem, fato que podemos comprovar
com a seguinte afirmativa:
A violência entre os alunos constrói-se em torno de duas lógicas
complementares: de um lado, encenação ritual e lúdica de uma
violência verbal e física; de outro, engajamento pessoal em relações
de força, vazias de qualquer conteúdo preciso, exceto de fundar uma
percepção do mundo justamente em termos de relações de forca.
(PERALVA, 1997, p. 20).
Desta forma, ainda que este tipo de violência, que tem origens que se
situam além dos muros da escola, observa-se que ela afeta, diretamente, a vida
escolar, o que força a instituição procurar meios possibilitadores de
transformação dessas relações.
18
exercida pela escola é quando ela usa seu poder sobre as crianças e os jovens,
que são impedidos de pensar, de expressar suas capacidades e os leva a se
tornar meros reprodutores de conhecimento”.
Esses regimes estabelecidos se fundamentavam numa disciplina
rígida, sem restrições a qualquer aluno através das regras, permitindo o controle
e a imposição de limites punitivos(com palmatória, beliscões),que vão desde os
castigos onde os alunos eram constrangidos sendo expostos a agressões
físicas, como a palmatória que os professores batiam não só nas mãos, mas em
qualquer parte do corpo, não satisfeitos colocavam os alunos de joelhos em
sementes de milho, com orelhas de burro feitas com papelão atrás da porta da
sala de aula, quando as pessoas passassem tinham que fazer gestos como se
fossem um burro, sendo agredidos moralmente, verbalmente e constantemente
ameaçados, sofrendo danos psicológicos gravíssimos (DEBARBIEUX, 2002).
Charlot (2002) classifica a violência com o uso da força, do poder e da
dominação com a “vontade de destruir, de aviltar, de atormentar”.
Na sociedade brasileira, por sua vez, grandes reflexos desse ensino
autoritário tradicionalista emergiram nas escolas deixando nos alunos dessa
época sequelas psicológicas, e, muitos deles, foram ou são hoje professores
frustrados, irritados e fundamentados no tradicionalismo, causando um
distanciamento efetivo entre professor/aluno que interfere nas tomadas de
decisão e de julgamento sobre as regras sobre o que é certo ou errado e o que
pode ou não ser feito, o que é bom ou ruim, o que é justo ou não, Isso
desencadeou um conjunto de manifestações da violência contra professores e
alunos.
Muitas das escolas ainda praticam uma “Pedagogia Tradicional,
proposta de educação centrada no professor, cuja função se define
como a de vigiar e aconselhar os alunos, corrigir e ensinar a matéria
através de aulas expositivas, devendo os alunos a prestar atenção e
realizar exercícios repetitivos, a fim de memorizar e reproduzir a
matéria ensinada” (PCN, 1998, p. 56).
escola, não se coloca tranquilamente, pois ele repousa numa inquietação frente
à existência dos diferentes grupos. A disciplina imposta, ao desconsiderar, por
exemplo, o modo como são partilhados os espaços, o tempo, as relações entre
os alunos, gera uma reação que explode na indisciplina incontrolável ou na
violência.
Se ensinar é mais do que transmitir conteúdos, ou seja, é poder gerir
relações com o saber, a aprendizagem implica uma tensão, uma violência para
aprender.
A classe é o lugar onde se tece uma complexa rede de relações. Mas
na medida em que o professor não consegue perceber essa teia ele concentra
os conflitos ou na sua pessoa, ou em alguns alunos, não os deslocando,
portanto, para o coletivo. Como não há reversibilidade de posições, forma-se
uma rígida divisão entre aquele que sabe e impõe e aquele que obedece e se
revolta. Dessa forma, cada um passa a ser movido por uma ordem, por uma
obrigação que é imposta e não incorporada.
O papel do professor na promoção de uma aprendizagem significativa
tem início na clareza que ele tem a respeito da concepção social da
educação e, consequentemente do seu próprio papel social. Somente
a consciência e o compromisso com esse papel vão dar forma a um
projeto real de sociedade, no qual se inserem e se inter-relacionam
cidadãos mais ou menos críticos, mais ou menos engajados, enfim,
mais ou menos conscientes. (SANTOS, 2014, p. 8-9).
Portanto, nem uma liberação geral, nem uma ordem absoluta tem
eficácia sobre o movimento dos diferentes grupos que compõem o território
escolar, e que obedece a leis próprias. O confronto da escola com essas leis
obriga à negociação, à adaptação. Quanto maior a sua capacidade em assumir
e controlar a violência, mais a escola dará ao conjunto uma mobilidade que
permitirá driblar e agir com tolerância perante os diferentes tipos de agitação.
Mas, quando a escola se enrijece, aplicando uma lei única para todos
os casos, o coletivo se desestrutura porque há discordâncias, deixando de ser
objeto de negociação, enfraquecem os vínculos da trama social e começam a
ser tratadas por especialistas. O diretor passa a depender, por exemplo, dos
peritos (policiais, bedéis, orientadores, psicólogos, etc.) que se utilizam da força
física, moral e/ou psicológica para conter o movimento da violência.
É preciso construir práticas organizacionais e pedagógicas que levem
em conta as características das crianças e jovens que hoje frequentam as
escolas. A organização do ano escolar, dos programas, das aulas, a arquitetura
dos prédios e sua conservação não podem estar distantes do gosto e das
necessidades dos alunos, pois, quando a escola não tem significado para eles,
a mesma energia que leva ao envolvimento, ao interesse, pode transformar-se
em apatia ou explodir em indisciplina e violência.
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4 O BULLYING
Observa-se que o professor deve saber falar quando for preciso, ser
maleável, tolerante, sábio nas suas palavras e atitudes tendo o cuidado para não
ferir os princípios do educando. E, como educador, o respeito pelo seu aluno é
inerente quando a questão é aprendizagem, sabendo-se que nem todos
assimilam o conhecimento da mesma forma, neste sentido, a compreensão do
professor frente a esse problema é de suma importância para incentivar e ajudar
no desempenho do seu aluno. Isto possibilita os outros estudantes a respeitar a
diferença e tratar a todos por igual.
No tocante aos amigos de classe dos alunos, costuma-se colocar
apelidos quanto à estética, cor, status, bem como gordo, magro, tripa de porco,
gigante, baleia, pé de maxixe, nanico, quatro olhos, branquelo, carvão, liso,
fedorento entre outros, atitudes essas que fazem com que estes não sintam mais
prazer em estudar, viver em grupo e interagir com os colegas. Geralmente ficam
isolados, não participam mais das aulas, sentem-se humilhados, fracassados e
até insignificantes, alguns começam a apresentar comportamentos agressivos,
como uma forma de se defender, outros preferem sofrer no silêncio.
Nesse contexto, a realidade é esta que comumente depara-se em
nossa frente, sendo que as causas e consequências que vigoram na vida do
educando no desenvolvimento de suas habilidades têm como peça fundamental
um agente protagonista desses acontecimentos. Chalita (2008, p.90), alerta para
não apontar quem foi o responsável da educação, porém ele desperta para
questionar qual princípio foi violentado? O que ficou esquecido no caminho? O
que foi deixado para traz? Tais indagações ajudam os professores a se
aproximarem do problema e entenderem os motivos dos assédios cometidos em
sala.
[...]. Nenhum comportamento surge do nada. Nenhuma atitude
agressiva ou destrutiva nasce de um instante. São sim, o resultado de
experiências dolorosas que vão se somando e que degringolam
quando menos se imagina. (CHALITA, 2008, p.28).
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aprendeu transfigura nas atitudes que comete no meio social que está inserido,
visto que são frutos da sua caminhada. Pois se no seio familiar ocorrem marcas
do bullying, sofrimentos repetitivos, e na escola continuarem as ofensas,
certamente a sociedade receberá os frutos dessa aprendizagem o que torna um
perigo para esta, uma vez que podem ser bons ou não.
Nesse contexto, as causas que podem surgir são devido às
ignorâncias, críticas, desvalorização das ideias impostas, exclusão do grupo de
trabalho ou até mesmo quando dentro dos setores há a lei dos mais eficientes e
eficazes, acabam agindo dessa forma adquirindo consequências profundas que
na visão, de Moreira (2010, p.139.) são, “sensação de incompetência,
desmotivação, baixa estima, culpa, estresse, transtorno bipolar, transtorno
compulsivo obsessivo, depressão, homeopatia, perda de identidade profissional,
morte por doença”, ou seja, pelo fato das agressões repetitivas, sobrevêm todos
esses sintomas que para serem restaurados é necessário a ajuda de pedagogos,
psicólogos, psicopedagogos e se precisar demais profissionais que entendam
do caso e possam ajudar os indivíduos a superar os traumas.
No entanto, existe a necessidade de trabalhar nas escolas
metodologias voltadas para a prevenção do bullying, que sirvam de subsídios
para evitar que as consequências não se alastrem e nem apareçam mais
adiante. Portanto, é preciso que se questionem os princípios da educação que
recebeu.
[...]. Os pais de alguma forma contribuem para a descoberta da razão
de existir. É numa estrutura familiar sólida que a criança e o
adolescente vão suprir suas necessidades de amor, de valorização, de
limites e de coerência. Valores que contribuem para o desenvolvimento
de habilidades de autodefesa e autoafirmação. (CHALITA, 2008,
p.165).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DEBARBIEUX, Eric & Blaya Catherine (orgs). Violência nas escolas e políticas
públicas. Brasília: Unesco, 2002.
ELIAS, N. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahan, 1994.
SOUSA, Ana Paula de; JOSÉ FILHO, Mário. A importância da parceria entre
família e escola no desenvolvimento educacional. Revista Iberoamericana de
Educación. n. 44/47, p. 1-8, 10 jan. 2008.