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Introdução
Falar em esportes para amputados em países que ainda lutam para que estes
tenham ao menos o atendimento básico necessário à sua reabilitação pode parecer
atrevido. Isto, entretanto, não é verdade.
Desde os primórdios da história do homem, o esporte vem atraindo e
apaixonando multidões, seja no Império Romano com suas corridas de bigas e lutas
de gladiadores, como nas modernas praças esportivas de hoje.
A atividade esportiva pode representar para o amputado desde a simples
prática de uma atividade saudável até o resgate da sua auto estima.
Tomemos como exemplo o caso extremo do paciente idoso, portador de
doença vascular periférica associada ao diabetes. Trata-se de pessoa de risco para
a prática esportiva competitiva. Entretanto, exercícios leves e caminhadas diárias
sob supervisão médica e fisioterápica só irão lhe trazer benefícios, pois além da
melhora da condição cardiorrespiratória, o trabalho muscular dos membros inferiores
irá estimular a circulação periférica induzindo a formação de circulação colateral
melhorando, desta forma, o aporte de sangue para os membros isquêmicos.
Caminhar na rua, no ambiente de um clube ou de uma academia, motiva o
amputado a sair de casa, favorecendo sua relação social e desenvolvendo
diferentes focos de interesse. Dentro de casa e sem estímulo, irá definhar física,
mental e emocionalmente, antecipando um final melancólico à sua existência.
Nas devidas proporções e com resultados igualmente benéficos, a atividade
esportiva irá beneficiar a vida do amputado mais ativo devido à manutenção do seu
condicionamento físico e inserção social (fig. 1).
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Impedimento
funcional e motor
Esporte adaptado
1. Academias Esportivas
2. Esportes coletivos
3. Esportes individuais
3.1. Atletismo
A grande mudança, em relação às provas de pista, ocorreu com o
desenvolvimento dos pés de resposta dinâmica, que utilizam o peso do corpo, em
princípio um causador de traumatismo para o coto de amputação, armazenando-o
em forma de energia potencial durante a fase de absorção de choque e devolvendo
esta energia como impulsão na fase de desprendimento. Utilizando um destes
dispositivos, Dennis Oehler, em 1988, durante as Para-olimpíadas de Seul, na
Coréia do Sul, teve cronometrado o tempo de 12,73 segundos para os 100 metros
rasos, somente cerca de 2 segundos mais lento que o tempo de Carl Lewis, na
época o recordista mundial da prova para pessoas normalmente habilitadas. Pouco
tempo depois, ainda reduziu este tempo para 12,3 segundos (fig. 4).
Os amputados transfemorais, para correr, devem a primeira grande
contribuição a Terry Fox, um jovem canadense portador de amputação transfemoral
por tumor ósseo maligno e que, em 1980, utilizando-se de uma prótese com joelho
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3.3 Tênis
Pode ser praticado segundo as regras normais desde que o paciente utilize
uma prótese adequada. O uso de aparelhos convencionais, menos resistentes,
pode provocar quebras durante a disputa com o risco inerente a uma queda
totalmente inesperada (fig. 8). A utilização de um pé de resposta dinâmica será sem
dúvida positiva, aumentando a velocidade e a aceleração. Para os transfemorais,
joelhos mecânicos com eixos e hastes mais resistentes são fundamentais. A
regulagem da fase de balanço deve ser tal que impeça a elevação excessiva do
calcanhar no início da fase de balanço (aceleração) e promova uma rápida extensão
do joelho em seguida.
A prática do tênis com o paciente utilizando prótese é quase sempre possível
para os amputados transtibiais, pois a preservação do joelho favorece a mobilidade
(fig. 9). Já os portadores de amputação transfemoral terão melhor condição para
praticar o tênis na sua forma adaptada, utilizando cadeira de rodas. Neste caso, a
diferença mais importante na regra é que a bola poderá tocar o chão duas vezes
antes de ser devolvida.
3.4. Ciclismo
Em relação aos amputados de membro inferior, o ciclismo deve ser
considerado sob duas óticas diferentes: com ou sem o aparelho protético. Isto
porque, para a maioria dos amputados transfemorais, torna-se extremamente
desconfortável pedalar utilizando a prótese. O movimento constante do quadril e a
proximidade do assento da bicicleta ao encaixe protético geram atrito e abrasão na
área proximal do coto. Dependendo do tipo de encaixe utilizado e da distância
percorrida, cedo ou tarde, formar-se-ão escaras bastante dolorosas.
Modificações no assento da bicicleta e encurtamento do pé de vela pela
metade para diminuir a amplitude do movimento circunvolutório do membro afetado,
podem melhorar bastante a situação. Na prática competitiva, a solução ideal para
os amputados transfemorais unilaterais, tem sido a não utilização da prótese. O pé
remanescente, preso ao pedal pelo firma-pé, empurra e puxa, ficando inativo o lado
amputado.
Já os amputados transtibiais apresentarão rendimento bastante próximo do
normal pedalando com ambos os pés, o sadio e o mecânico, desde que o encaixe
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Classificação Esportiva
elegíveis para tal modalidade são aqueles que possuem lesões cervicais da
medula ou comprometimento motor nos membros superiores e inferiores, inclusive
tronco. Não há possibilidade de participação se não tiver perfil motor semelhante a
este. Eles podem usar amarras e cintos para se fixarem a cadeira de rodas, a qual
é especial, com um suporte protetor na região dos pés, evitando lesões durante o
contato ou impacto entre as cadeiras.
As adaptações efetuadas nas modalidades esportivas procuram se adequar
ao máximo às regras já existentes, minimizando assim a segregação já imposta
pela condição deficiente. Os locais a serem utilizados devem ser, na maioria das
vezes, os mesmos que os utilizados pela modalidade sem adaptações. A
construção de novos locais ou a transformação dos já existentes encontra muita
resistência, sendo o principal motivo alegado a dificuldade para se conseguir
recursos financeiros ou de se investir muito para tão poucos, uma vez que a
parcela da população portadora de deficiências que procura ou sabe da
possibilidade da prática esportiva é bastante reduzida. Mesmo assim, quando uma
modificação se torna necessária, procura-se planejar a atividade com
aproveitamento dos recursos já existentes e poucas modificações a serem
executadas. Em geral o tempo, o número de jogadores e alguns fundamentos são
modificados a fim de permitir e facilitar a execução da modalidade.
Conclusão
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