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De: "Pós Graduação" <pos@imed.edu.

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Para: "undisclosed-recipients:"
Assunto: TRT4 confirma tese de dumping social sustentada por professora de pós-gra
duação da IMED
Data: quarta-feira, 27 de abril de 2011 15:52
*Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, confirma tese de dumping
social sustentada por professora vinculada ao programa de pós-graduação da
IMED.*

A 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT-RS)


manteve parcialmente a sentença que condenou uma empresa de *call center* a
indenizar a sociedade devido à violação sucessiva de direitos trabalhistas,
prática conhecida como *dumping* social. A companhia telefônica à qual a
empresa pertence também responde pela condenação, sob a ótica da
responsabilidade solidária.
A indenização por *dumping* social é uma penalidade às organizações que
possuem diversas ações trabalhistas contra si, desrespeitando quase sempre
os mesmos direitos dos seus empregados. Os magistrados a acrescentam na
sentença de uma ação trabalhista individual, mesmo que o valor não seja pago
ao autor da reclamatória.
No primeiro grau, a juíza Valdete Souto Severo*, da 5ª Vara do Trabalho de
Porto Alegre, condenou as empresas a uma indenização de R$ 700 mil, valor
que seria destinado ao pagamento de processos arquivados com dívida naquela
unidade, obedecendo ordem cronológica e limite de R$ 10 mil por reclamante.
A 3ª Turma manteve a condenação, mas reduziu o valor para R$ 100 mil e
alterou sua destinação para o Fundo de Direitos Difusos. Este fundo foi
criado pela Lei 7.437/85 para promover a reparação de bens lesados ou, não
sendo possível, dar outra finalidade compatível.
Conforme destacou a juíza do primeiro grau em sua sentença, a empresa de *call
center* possui mais de 1,5 mil processos ativos no Foro Trabalhista de Porto
Alegre. Praticamente todas as ações envolvem o não pagamento de horas extras
e distorções salariais significativas entre os empregados. Todas as
semanas, para não dizer todos os dias de pauta, são instruídos processos
envolvendo o mesmo grupo, com as mesmas pretensões , cita a decisão. Para a
magistrada, como nada fazem para alterar a situação, as empresas estão
lesando não apenas seus empregados, mas também a sociedade. Quem não paga
horas extras e comete distorções salariais para um grande número de
empregados, aufere com isso vantagens financeiras que lhe permitem competir
em condições de desigualdade no mercado , acrescentou.
Mesmo propondo a redução do valor indenizatório, o relator do acórdão na 3ª
Turma do TRT-RS, desembargador Ricardo Carvalho Fraga, reprovou a conduta
das empresas. A condenação solidária das reclamadas se justifica como forma
de se coibir a conduta reiterada e sistemática de contratação de mão de obra
irregular e precária, bem como para se coibir o agir do qual resulte em
outras violações como as constatadas nos presentes autos cita o acórdão.
Cabe recurso. Processo 0078200-58.2009.5.04.0005 (Fonte: TRT4 - 18/4/2011)
O professor Marcelino Meleu, coordenador do programa de pós-graduação de
Direito do Trabalho e Processo do Trabalho da IMED salienta que "em que pese
a reforma parcial e a possibilidade de nova reforma, a decisão sinaliza um
importante passo para coibir que grandes empresas e conglomerados
transformem a justiça do trabalho em um "balcão de negociações" e local de
respaldo a violação de direitos dos trabalhadores. Ressalte-se ainda, que
tal decisão não é importante apenas aos trabalhadores, mas também aos bons
empregadores, cumpridores de suas obrigações, uma vez que, revela a
sociedade aquelas que agem de forma torpe, permitindo assim, que
consumidores possam identificar (dentro de uma livre concorrência sadia),
quais empresas possuem um compromisso social e, portanto merecem sua
fidelização".
*Além de juíza, a Drª Valdete Souto Severo é professora universitária e,
esta vinculada ao programa de pós-graduação de Direito do Trabalho e
Processo do Trabalho da IMED (7ª e 8ª edições).


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