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São Paulo, 09 de outubro de 2017.

Curso: Serviço Social


Disciplina: Processo de Renovação do Serviço Social Brasileiro
Profª: Sônia Maria Menezes Martinho

Trabalho em grupo
Integrantes:
Gisele de Jesus Miranda RGM: 152.9128-6
Maria Simone Souza RGM: 1613397-8
Marinês Rodrigues RGM: 1684211-1

Com base no texto de José Paulo Netto - Ditadura e Serviço social –


uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64, apontaremos a seguir os
traços do processo de renovação desta profissão durante e após a vigência da
autocracia burguesa, que influenciou na reconceituação para a atuação dos
Assistentes Sociais e suas características, bem como adequar o Serviço Social
às demandas decorrentes do regime da Ditadura, que fez com que a profissão
mudasse sua visão e postura para atuar de forma renovada.

Netto (2005, pág. 131) ressalta: Entendemos por renovação o


conjunto de características novas, que no marco das constrições
da autocracia burguesa, o Serviço Social articulou, à base do
rearranjo de suas tradições (...), procurando investir-se como
instituição de natureza profissional dotada de legitimação prática,
através de respostas a demandas sociais e da sua sistematização,
e de valorização teórica, mediante a remissão às teorias e
disciplinas sociais. É um processo que busca dar ao Serviço Social
uma prática mais eficaz, que busque caminhos em novos
fundamentos teórico-metodológicos.

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Laicização

É considerado um dos mais importantes traços da renovação do Serviço

Social por tratar-se da ruptura com a igreja, deixando para trás a característica

de atuação caritativa e assistencialista, mas sem deixar de lado o olhar

humanizado.

Construção de um pluralismo profissional

Esta vertente, também de extrema importância, possibilitou a construção

de um trabalho profissional com base teórico-metodológico-político, mais

abrangente, plural, articulados para conferir ao assistente social um caráter

interventivo. Com a graduação acadêmica para profissionalizar, o assistente

social passou, enfim, a legitimar a institucionalização do Serviço Social. Desta

forma, deixou para trás a atuação com fundamento ético-moral, o que não quer

dizer que as duas bases não possam caminhar no mesmo viés para a atuação

interventiva quando necessário. É nesta vertente que a profissão conquistou a

“parceria” necessária para atuação conjunta com outras profissões que se

interligam, como a psicologia, sociologia, filosofia, ciência política, direito,

antropologia, dentre outras ciências sociais afins, para uma prática interventivo-

investigativa mais crítica, com mais qualidade e mais abrangente.

Ruptura com a herança conservadora

O Serviço Social rompeu com a herança conservadora e positivista, que

atuava para o ajustamento das classes subalternas a fim de que a exploração

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da força de trabalho pudesse ocorrer de forma pacífica, sem movimentos

reivindicatórios que pudessem incomodar os donos dos meios de produção, o

que, durante a ditadura, ocorria de forma repressiva e violenta, física e moral,

motivos de mortes e exílios, com o intuito de formar cidadãos alienados a fim

de reproduzir a ideologia da classe dominante (NETTO, 2005), ou seja, os

assistentes sociais agiam como mantedores da ordem e controle da sociedade.

Na renovação do Serviço Social, os profissionais desta categoria passaram

então a colocar-se a serviço dos interesses dos usuários dos setores

dominados da sociedade.

Expansão do campo no mercado de trabalho

A obrigatoriedade de se possuir um assistente social em diversas

organizações/instituições foi de grande importância para a colocação desses

profissionais no mercado de trabalho, as quais passam a estabelecer uma nova

sintonia com parcelas importantes da categoria profissional, tanto no que diz

respeito a questões corporativas, como as temáticas de outra natureza (teórica,

ideológica e política).

Os profissionais, agora com perfil e status de técnico, modernizam e

inovam seu instrumento técnico-operativo e deixam os morros, favelas e obras

sociais e passam a ocupar cargos nas instituições públicas e privadas e

implementam os novos programas sociais da nova política social. Os

documentos de Araxá e Teresópolis expressam o pensamento dos

tecnocráticos dessa direção. (NETTO, 199).

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Conclusão:

A renovação profissional se deu de forma conflituosa, de luta da

categoria, de organização em busca de avanços em meio a tantos retrocessos,

e também com durante e após o regime da ditadura militar, o qual “pressionou”

a profissão a posicionar-se diante das demandas sociais de perda de direitos e

forte exploração das classes subalternas. Esta nova atuação da profissão, hoje

vinculada ao “marxismo acadêmico”, atualmente se dá de forma plural,

abrangente e voltada a viabilizar os direitos dos usuários.

A reconceituação rompeu com as práticas do Serviço Social tradicional e

trouxe uma nova roupagem e um verdadeiro significado no que diz respeito a

atual identidade profissional, o qual é responsável por intervir, mediante as

refrações da questão social que, segundo Iamamoto (2010) é apreendida como

o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista, injusta

e excludente.

Com a renovação do serviço social surge um perfil profissional capaz de

decifrar e enfrentar os novos desafios apresentados à profissão, com uma

prática reformulada, sistemática e científica, tornando-se o ponto de partida

para um Serviço Social crítico, com grande influência no exercício profissional

na contemporaneidade.

Outras consultas: (http://seminarioservicosocial.paginas.ufsc.br/files/2017/05/Eixo_2_139.pdf)

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