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UNIDADE II
GESTÃO DE ESTOQUES
Elaboração
Inara de Camargo Gomes
Atualização
Andrey Pimentel Aleluia Freitas
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................4
UNIDADE II
GESTÃO DE ESTOQUES.........................................................................................................................................................................5
CAPÍTULO 1
CONCEITO DE ESTOQUE.............................................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 2
CUSTOS DE ESTOQUE................................................................................................................................................................ 18
CAPÍTULO 3
MÉTODOS DE PREVISÃO DA DEMANDA............................................................................................................................ 22
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................35
INTRODUÇÃO
Hoje, esse conceito deixou de ser algo simples, pois os materiais utilizados no
funcionamento das empresas passaram a ser um sistema integrado, responsável
por suprir a área administrativa com materiais, equipamentos, funcionários,
espaço físico, entre outros, na quantidade necessária, no tempo certo, com a
qualidade exigida e de acordo com as novas necessidades dos clientes.
Objetivos
» Apresentar os conceitos da gestão de materiais e as principais áreas que
ela abrange.
CAPÍTULO 1
CONCEITO DE ESTOQUE
Ballou (2007, p.67) amplia o conceito de estoque e define “estoque como matérias-
primas, insumos, componentes, produtos em processo e produtos acabados que
aparecem em numerosos pontos por todos os canais logísticos e de produção
da empresa”.
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UNIDADE ii | Gestão De Estoques
De acordo com Martins et al. (2012, p. 165, grifo nosso), estoque é “como um
recurso produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará valor para o
consumidor final”.
Viana (2011, p.108) afirma que “em qualquer empresa, os estoques representam
componentes extremamente significativos, seja sob aspectos econômicos,
financeiros ou operacionais críticos”.
Na tabela abaixo estão listadas algumas razões que devem ser levadas em consideração
quando se planeja estoque dentro de uma empresa (DIAS, 2015):
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Gestão De Estoques | UNIDADE ii
Dentro de uma empresa, a velocidade com que são recebidos os materiais não
é igual à velocidade com que são utilizados; então surge a necessidade de um
estoque funcionar como amortecedor. Abaixo, na figura 13, é exemplificado de
forma clara e simples uma caixa d’água de qualquer residência que mostra bem
como funciona um estoque dentro de uma empresa.
V ( t ) × t < V ( t ) × t → E diminui
V ( t ) ×=
t V ( t ) × t → E não se altera
Atingir este nível de estoque constante é o que toda empresa almeja e busca.
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UNIDADE ii | Gestão De Estoques
2. Ponto de pedido
É o exato momento em que o estoque de certo material atinge um nível de
reposição ou encomenda; solicita-se um novo lote que pode ser igual ao de
encomenda, conforme Sistema Q. Podemos melhor observar seu funcionamento
por meio da figura a seguir.
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unidades
LE
EM
PP
ES
Tempo
TE
Sendo:
Figura 15. Curva dente de serra indicando atraso de entrega e variação no tempo de entrega.
unidades
LE
α α
EM
PP
ES
E’s
Tempo
TE TPP TEN TPPN
TPP
Fonte: Figueiredo et al., 2001.
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UNIDADE ii | Gestão De Estoques
Onde:
unidades
LE
α β LE α
EM
PP
ES
E’s
Tempo
TPP TE TPPN TE t'’pp
Fonte: Figueiredo et al., 2001.
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Gestão De Estoques | UNIDADE ii
» prazo de validade;
» ciclo de produção;
» estoque em trânsito.
Tipos de estoque
De acordo com Martins e Alt (2012, p. 136), para efeito contábil, os estoques
são subdivididos em cinco categorias, abaixo listadas.
Estoques de materiais
São itens que estão no processo produtivo, porém não são produtos acabados
ainda; são os materiais que sofreram alguma modificação sem estarem finalizados.
São os produtos que já passaram por todo o processo de produção, logo são os
produtos finais, que estão prontos para serem destinados aos consumidores finais.
Estoque em trânsito
São materiais que já passaram de um processo para outro, porém não concluíram
todo o processo e não atingiram seu destino final.
Estoque em consignação
Materiais de propriedade de fornecedores até que sejam vendidos; caso não ocorra
venda, são devolvidos sem ônus. Podem ser materiais diretos que se acrescem
ao produto final como copo do liquidificador e materiais indiretos, os que não
se acrescem ao produto final, como, por exemplo, óleo de corte de máquinas.
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UNIDADE ii | Gestão De Estoques
Estoque de segurança
Este estoque é utilizado a fim de evitar que o material venha a faltar, o que acarretaria
a interrupção da produção, utilizado também como segurança para casos como
paralisação de produção por atrasos de entrega de material ou se acontecer um
aumento do consumo durante a produção (FIGUEIREDO et al., 2001).
Porém, temos que ter cuidado com o aumento de estoque, pois pode gerar custos,
tanto de materiais parados quanto de produtos finais, os quais não serão em sua
totalidade comercializados.
unidades
LE
EM α β α
PP
ES
Tempo
TR
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Função do estoque
3. Gestão de estoques
“A função da administração de estoques é maximizar o efeito lubrificante no
feedback de vendas e o ajuste do planejamento da produção” (DIAS, 2015, p. 19).
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4. Curva ABC
Conforme vimos anteriormente, para ter sucesso na gestão de estoques, a
separação do que é primordial do secundário, quando pensamos em valores
de consumo, é muito considerável e é por isso que esta ferramenta se faz tão
importante quando o assunto é gestão de estoques (FIGUEIREDO et al., 2001).
Materiais tipo C
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Materiais tipo B
Sempre se recomenda uma pesquisa dos custos e benefícios dos sistemas a fim
de definir qual a melhor opção para se adotar. Devem-se considerar os seguintes
custos quando realizada esta pesquisa: custo de estoque de segurança, controle
e relativo ao risco do material venha a faltar (FIGUEIREDO et al., 2001).
Materiais tipo A
Os estoques são tidos também como gasto, portanto a sua diminuição ou eliminação
sempre foi e é bem vista aos olhos das empresas.
Este estoque mínimo é um dos quesitos que o Just in time coloca, em que se
deve trabalhar para a eliminação de estoques até atingir um fluxo de uma única
peça ou one piece flow; exemplificando: em um lote de produção de 30.000
unidades, precisam ser realizadas 30.000 preparações.
Esta é uma visão um pouco surreal; quando voltamos à realidade, o que temos
é a produção de lotes pequenos, criando assim uma grande necessidade de
minimizar os custos de preparação para abater nos custos totais.
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» aplicação do programa 5 s;
A maioria das empresas não sabem que estão com estoque em excesso e quando
o descobrem não acham o que ocasionou tal fato.
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CAPÍTULO 2
CUSTOS DE ESTOQUE
A princípio temos de nos atentar a que, num ambiente comercial, nunca teremos
somente uma regra. Devemos ter flexibilidade para lidar com custos, ainda mais
custos com estoques, nos quais o grande problema é quantificar os materiais de
modo a ter o mínimo de gastos desnecessários possíveis.
Armazenamento: quanto maior estoque → maior a área necessária → maior custo com
aluguel.
Manuseio: quanto maior estoque → maior número de pessoas e equipamentos → maior custo
com mão de obra e equipamentos.
Perdas: quanto maior estoque → maiores chances de perdas → maior custo decorrente com
perdas.
Furtos e roubos: quanto maior estoque → maiores chances de materiais furtados e/ou
roubados → maiores custos decorrentes.
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Custos diretamente
proporcionais à Custos de capitais
quantidade estocada investidos
ou custo de
carregamento
Custos de
armazenamento
Custos inversamente
Tipos de proporcionais às
custos quantidades
estocadas
Custos independentes
da quantidade
estocada
5. Custo de capital
Trata-se do custo da aplicação do dinheiro. Caso não houvesse o investimento
em estoque, qual seria o lucro se investisse em outra coisa?
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Ele envolve todos os custos referentes ao setor de compras para que se faça um
pedido.
Se a compra for realizada apenas uma vez por ano dado um consumo D anual,
o lote Q deverá ser de unidades e o estoque médio será Q/2, conforme tabela 7
exemplificada por Razzolini (2012), teremos:
Tabela 7. Estoque médio e tamanho do lote conforme número de vezes que compra é efetuada.
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Cp = custo de preparação.
D
C( inversamente proporcional ) = n × Cp C( inversamente proporcional=
) × Cp
ou Q ’
Custos independentes
O custo total (Ct) para manter um estoque necessário nada mais é do que a soma
dos três fatores de custos acima (RAZZOLINI, 2012).
Q d
Ct = Ca + ( i × P ) × + ( Cp ) × + Ci + D × Pr 2
2 q
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CAPÍTULO 3
MÉTODOS DE PREVISÃO DA DEMANDA
Conforme Fenili (2015), para que se possa repor o estoque de forma assertiva,
é necessária uma previsão exata do consumo dos materiais utilizados durante
todo processo da empresa.
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Periódicas e significativamente
Evolução de Consumo Sazonal não ocorre variações da demanda
Ex.: sorvete no verão.
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Método qualitativo
Conforme Dias (2015), erros podem acontecer na previsão de demanda quando são
utilizados dados qualitativos, que devem sempre ser tratados como aproximações.
De acordo com Peinado e Graeml (2007), os modelos qualitativos mais usuais são:
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Método quantitativo
Felini (2015) pressupõe que existem cinco tipos de métodos quantitativos, que
serão abaixo descritos.
Último período
Em que se faz a previsão de o que será consumido será igual ao que foi consumido
no período anterior. Exemplo: Consumo de janeiro foram 1.000 unidades de
parafusos. Adota-se como previsão para fevereiro 1.000 unidades de parafusos
(FENILI, 2015).
Média ponderada
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UNIDADE ii | Gestão De Estoques
Mínimos quadrados
Com uma regressão linear, obtém-se uma equação de reta que relaciona o período
e a demanda. Este método é um dos mais utilizados quando se pensa em previsão
de demanda (FENILI, 2015).
Reposição de estoques
Para entendermos o tempo que se leva para repor estoques antes vamos definir
alguns conceitos básicos.
Compras
Emissão do
Almoxarifado pedido
Entrada do Preparação do
pedido na pedido pelo
empresa fornecedor
Transporte
do pedido
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TR= 1+2+3
PP = (C x TR) + ES
Onde PP: ponto de pedido; C: consumo normal de mercadoria; TR: tempo de reposição.
Giro de estoque
Tempo de cobertura
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Sistema MRP
Sistema MPS
O MPS é fundamental para que possamos aplicar de forma eficaz o MRP; ele
ressalta fatores importantes, como a previsão de demanda, os pedidos realizados,
os materiais à disposição, mão de obra e as metas a serem atingidas, de modo a
definir antecipadamente a mais adequada estratégia para produção ou compra.
Utilizar este sistema permite uma diminuição gradativa de problemas que estão
sem solução em relação à gestão de produção (GRAZIANI, 2013).
A utilização correta deste sistema pode apontar com certeza onde conseguir
recursos, o que, frente a um cenário de competição por mercado, tipo de produto
etc., pode vir a fazer muita diferença.
O MPS será utilizado pelo CRP fornecendo dados da empresa como uma totalidade
e o CRP por sua vez expõem as particularidades de uma máquina específica, por
exemplo, ou de um funcionário (GRAZIANI, 2013).
Implantação
Para uma efetiva implantação do MPS, seus procedimentos devem estar cadastrados
a nível administrativo. Seus procedimentos devem abordar:
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Políticas de estoques
Objetivos do MRP
O objetivo deste sistema é sempre demonstrar melhorias contínuas fundamentado
na filosofia Kaizen, que se baseia na busca da satisfação dos clientes, sejam
eles externos ou internos com menos investimento possível. Abaixo tópicos
relacionados que devem sempre estar em constante melhoria (GRAZIANI, 2013).
Estoque rotativo
Um inventário para empresa gera custo alto identificado por parcelas como:
» custo do capital;
» obsolescência;
A fim de não gerar estes custos os níveis de estoque, devem sempre ser monitorados
para que fiquem os mais baixos possíveis.
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Suporte ao cliente
Quanto aos clientes internos, podem gerar problemas como: falta de material
para produção obrigando a reprogramar a produção o que pode resultar em horas
ociosas de trabalho que terão que ser respostas por horas extras futuramente,
gerando a empresa custos altos adicionais ou quanto a clientes externos os atrasos
na entrega do produto resultam em atraso nas vendas (GRAZIANI, 2013).
Produtividade
Aproveitamento da capacidade
Analisar de forma correta onde, como, quando e quanto com a finalidade de não
se gerar custos adicionais.
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UNIDADE ii | Gestão De Estoques
Inventário oculto
Metodologia MRP
Demandas dependentes
Cadeira
Espuma Prego
Tecido Cola Madeira Madeira Prego
(0,35 kg) (10x)
(0,05m2) (10 ml) (6x) (1x) (4x)
Fonte: http://www.ativoaccess.com.br/img/artigos//pcp2/1.jpg.
Dimensionamento do lote
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» quantia lote a lote: pede-se somente o que for necessário para atender o que
de imediato precisa ser suprido, muito utilizado em demandas irregulares
e períodos muito longos.
Registro de inventário
Periódico
Contínuo
Um pedido novo de compra é realizado sempre que o estoque atinge uma pré-
determinada quantidade de estoque. Este sistema é feito de modo a não utilizar
o estoque de segurança; a sua operalização é visualizada por meio de um gráfico
conhecido como curva de dente de serra como pode ser visualizada na figura
23 a seguir.
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Estoque
Máximo
Nível do Estoque
= Lote de
Compra
Ponto de
Pedido
= CxTR
Estoque
Mínimo
Tempo
Tempo de ressuprimento
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REFERÊNCIAS
MITSUTANI, C. et al. Compras estratégicas: construa parcerias com fornecedores e gere valor
para seus negócios. São Paulo: Saraiva, 2014.
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Referências
Sites
ATIVO ACCESS. Pcp2. Ativo Access, [s. l.], [2019?]. Disponível em: http://www.ativoaccess.com.br/
img/artigos//pcp2/1.jpg. Acesso em: 26 ago. 2021.
CCA EXPRESS. Sistema de rastreamento de carga. CCA Express, [s. l.], 2016. Disponível em: http://
www.ccaexpress.com.br/blog/wp-content/uploads/2016/02/sistema-edi-rastreamento-de-carga.jpg.
Acesso em: 26 ago. 2021.
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