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Tccluiz Revisão Do Melhor Orientador Do Mundo
Tccluiz Revisão Do Melhor Orientador Do Mundo
Orientação Monográfica I.
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I. Introdução
Esse trabalho consiste em uma análise das relações da Atlas Network com seus
parceiros (Partners) no Brasil, dos quais é válido destacar os seguintes: Estudantes Pela
Liberdade (EPL), Instituto Liberal (IL), Instituto Millenium (Imil), Instituto de Estudos
Empresariais (IEE) e o Movimento Brasil Livre (MBL – uma dissidência do EPL).
Além de observar a natureza dessas relações e como estas vem se consolidando e
gerando impacto significativo, sobretudo no que tange aos resultados eleitorais das
eleições brasileiras ocorridas entre 2012 e 2018, definiu-se como parâmetro a possível
taxa de sucesso dos candidatos apoiados pela rede de parceiros da fundação, orientando-
se pelos questionamentos:
Inicialmente, para dar conta destas questões é necessário esclarecer três pontos:
a) o que seria a Atlas Network e qual a sua relevância; b) o motivo dessa organização
manter parceiros no Brasil; c) quais os interesses, tanto da Atlas, quanto dos seus
parceiros e a maneira como a rede articula objetivos e ações coordenadas.
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qualquer questão ligada às políticas públicas. São pontes entre o conhecimento e o
poder nas democracias modernas” (TEIXEIRA, 2007: citar paginação). Há também a
definição dada pelo grupo de estudo da Universidade da Pennsylvania, 2017 Global Go
To Tank Index Report, liderados por James McGann, que caracteriza uma Think Tank
como uma “organização de análise e compromisso de pesquisa sobre políticas
públicas”.
Esse desenho introdutório a respeito da Atlas Network e das think tanks das
quais ela é parceira, serve para demonstrar o caráter ideológico do qual essa
“organização de análise e compromisso de pesquisa sobre políticas públicas”, em
específico, é feita.
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Por fim, tratará da inserção da Atlas Network no Brasil e quais são seus
partners. A história das think tanks no Brasil, desde seu início na década de 80 até os
dias atuais, e como a política externa norte-americana foi influente, tanto para o
nascimento quanto para o seu desenvolvimento dessas organizações em território
nacional. Concomitantemente, realizará uma análise eleitoral para verificação empírica
a respeito de uma possível “taxa de tucesso” que essas think tanks brasileiras, na rede da
Atlas Network, venham a obter nas campanhas eleitorais de 2012, 2014, 2016 e 2018.
Em outras palavras, esse terceiro segmento busca entender quais foram os candidatos
apoiados pelas think tanks definidas no recorte já descrito, se obtiveram algum sucesso
no pleito eleitoral, e em que medida esse sucesso estabelecido consegue ser repetido e
se o apoio a novos candidatos vem crescendo nas eleições subsequentes e a relação
destes com o quantitativo de candidatos eleitos.
II. Objeto
Esse trabalho tem como foco central o estudo da Atlas Network, formalmente
chamada de Atlas Economic Research Foundation, uma think tank norte-americana
fundada em 1981 por Antony Fisher, um homem de negócios britânico cujo objetivo era
a defesa e propagação das suas concepções libertárias pelo mundo.
De acordo com seu site institucional, e até a data da publicação deste trabalho,
29 de maio de 2018, a Atlas Network contabilizava cerca de 493 (numerais por extenso
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entre parênteses) partners em 93 países, sendo: 181 nos Estados Unidos da América, 12
no Canadá, 80 na América Latina e no Caribe, 136 na Europa e Ásia central, 9 no
Oriente Médio e Norte da África, 19 na África, 10 no sul da Ásia, 27 no leste Asiático e
Pacífico além de 9 na Austrália e Nova Zelândia.
III. Objetivo
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nada mais são que factories of ideology (fábricas de ideologia). E nesse sentido mais
crítico, Tatiana Teixeira (2007) nos apresenta que “na situação específica desses
catalisadores de ideias, inovação e ação, parece existir uma verdade racionalmente
fabricada a partir destas crenças prévias e enraizadas (e, às vezes, de pressupostos nem
sempre verdadeiros), mas que é legitimada pela ciência, edificada pelos jogos de poder
e apropriada pelos governos, que utilizam canais formais e informações para tal”.
A partir de uma análise crítica acerca da Atlas Network e a sua relação com as
think tanks brasileiras (EPL, IL, Imil, IEE e MBL) esse estudo demonstrará como que a
propagação de ideais conservadores e liberais, que seriam em um primeiro momento,
aparentemente antagônicos, se encontram de forma estrutural e se posicionam a direita
do espectro político, como lembra o cientista social Jefferson R Barbosa (2017).
Tendo em vista o conceito ideológico que esses grupos pregam e a teoria crítica
que coloca as think tanks como fábricas de ideologia, um estudo faz-se necessário para
compreendermos até que ponto essas think tanks, parceiras da Atlas Network, vem
conseguindo obter sucesso em relação a própria missão da Atlas Network, como consta
em seu website:
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Ao final da Segunda Guerra Mundial, Antony Fisher encontra sua motivação
política após a formação de um governo trabalhista, referente ao Governo Attlee*, cuja
as pautas o assustavam, das quais vale destacar a nacionalização da indústria e a
introdução de um planejamento econômico central. Naquele mesmo ano de 1945, Fisher
acabava de ler “O caminho para a Servidão” (HAYEK, ANO PUBLICAÇÃO
ORIGINAL), que ajudaria a moldar o seu pensamento social, político e econômico.
Encorajado a entrar na política, Fisher vai até Friederich Hayek na London School of
Economics, onde o autor era professor e pesquisador, para pedir conselhos políticos e
demonstrar seu planejamento. Hayek, no entanto, o aconselharia de que o único e
efetivo meio para uma real mudança política, é a formação de uma think tank. (Citar
fonte de onde está retirando essa narrativa)
“(...) é conhecido o fato de que, desde o início dos anos 1960, Margaret
Thatcher (Partido Conservador), que viria a ser a primeira-ministra britânica entre 1979
e 1990 - período em que houve um progressivo desmonte do Estado de bem-estar na
Grã-Bretranha -, frequentava as reuniões no IEA”. (REFERÊNCIA, ANO)
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“A maior parte do financiamento do IEA vinha de empresas privadas, como os
gigantes do setor bancário e industrial Barclays e British Petroleum, que contribuíam
anualmente. No livro Making Thatcher’s Britain (A Construção da Grã-Bretanha de
Thatcher, em tradução livre), dos historiadores Ben Jackson e Robert Saunders, um
magnata dos transportes afirma que, assim como as universidades forneciam munição
para os sindicatos, o IEA era uma importante fonte de poder de fogo para os
empresários”. (REFERÊNCIA, ANO)
“Em 1981, Fisher, que havia se mudado para San Francisco, começou a
desenvolver a Atlas Economic Research Foundation por sugestão de Hayek. Fisher
havia aproveitado o sucesso do IEA para conseguir doações de empresas para seu
projeto de criação de uma rede regional de think tanks em Nova York, Canadá,
Califórnia e Texas, entre outros. Mas o novo empreendimento de Fisher viria a ter uma
dimensão global: uma organização sem fins lucrativos dedicada a levar sua missão
adiante por meio da criação de postos avançados do libertarianismo* em todos os países
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do mundo. “Quanto mais institutos existirem no mundo, mais oportunidade teremos
para resolver problemas que precisam de uma solução urgente”, declarou. Fisher
começou a levantar fundos junto a empresas com a ajuda de cartas de recomendação de
Hayek, Thatcher e Friedman, instando os potenciais doadores a ajudarem a reproduzir o
sucesso do IEA através da Atlas. Hayek escreveu que o modelo do IEA “deveria ser
usado para criar institutos similares em todo o mundo”. E acrescentou: “Se
conseguíssemos financiar essa iniciativa conjunta, seria um dinheiro muito bem gasto. ”
A proposta foi enviada para uma lista de executivos importantes, e o dinheiro logo
começou a fluir dos cofres das empresas e dos grandes financiadores do Partido
Republicano, como Richard Mellon Scaife”, e isso se confirma ao olharmos o balancete
do Instituto Sarah Scaife Foundation (dos quais pude ter acesso 2012-2015) e da
Carthage Foundation (2012-2014), ambos institutos pertencentes ao bilionário Richard
Mellon Scaife.
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impulsionadas pelas pesquisas militares, foram amplamente utilizadas pelo setor
financeiro, justamente em um momento de necessidade de reestruturação do
capitalismo. Aproveitando-se do processo de desregulamentação promovido pelos
Estados Unidos e organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo
Monetário Internacional, o capital financeiro multiplicou sua circulação entre os
diversos mercados mundiais, em movimentos cada vez menos vinculados ao processo
produtivo.
“Estamos muito orgulhosos do nosso amigo Dr. Alejandro 'Alex' Chafuen. Ele
vem promovendo a causa da liberdade desde que ele era jovem. Na verdade, essa tem
sido a paixão de sua vida desde que ele veio ao Grove City College no final dos anos 70
e início dos anos 80 para estudar com o renomado professor de economia Dr. Hans
Sennholz. O controle governamental do sistema monetário e suas políticas
inflacionárias estavam devastando sua amada Argentina. Alex tem promovido a causa
da liberdade e dos mercados morais desde então ”, disse Lee Wishing, diretor
administrativo do The Center for Vision & Values. “De fato, o mundo é um lugar
melhor e mais livre graças ao trabalho de Alejandro Chafuen. (FONTE, ANO)
Por volta dessa mesma época, na década de 70, ocorria na Argentina e por todo o
território sul-americano a instituição de governos militares, que chegariam ao poder
derrubando governos constitucionais sob pretexto de estarem reagindo a “ameaça
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vermelha”. Esses golpes militares resultaram em ditaduras sanguinárias, onde milhares
de estudantes, ativistas ou mesmo pessoas que não tinham relações com qualquer
movimento dito “subversivo”, foram torturadas e mortas durante a repressão à oposição
dos movimentos civis. Lee Fang salienta que Chafuen não olhava para essa época de
maneira “negativa”, ele acreditava piamente que os militares foram obrigados a tomar o
poder para evitar um golpe comunista (FONTE, ANO).
Ao comentar sobre o presidente da Atlas Network, Lee Fang cita uma palestra
da qual Chafuen teria dito que os doadores, empresas que financiam a Atlas Network,
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não poderiam financiar publicamente pesquisas sob o risco de perda de credibilidade.
“A Pfizer não financiaria uma enquete sobre questões ambientais”,
E com Alex Chafuen na presidência da Atlas Network, Lee Fang destaca que
novas parcerias foram sendo firmadas, junto com novos financiadores do projeto, como
Philip Morris, da indústria tabagista (No qual vale destacar o artigo “The Atlas
Network: a “strategic ally” of the tobacco industry”, onde através das análises
documentais das empresas de tabaco e da Atlas Network demonstram a extensão das
parcerias da indústria e faz uma análise sobre como essa rede de Think Tanks facilitou a
influência da indústria tabagista nas políticas de saúde pública dos anos 90). Além dos
financiamentos obtidos por Chafuen à Atlas Network pela ExxonMobil (como já
retratado neste artigo) e pela MasterCard, além de financiadores como o investidor John
Templeton e dos também já citados, Charles e David Koch.
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CONVEM DESENVOLVER UMA TABELA COM AS DATAS DE
FUNDAÇÃO, O ANO E PAÍS DE CADA UMA DAS THINK TANKS E
INSTITUTOS CITADOS NO CAPÍTULO, VISTO QUE ISSO MELHORARIA A
DÍNAMICA DO TEXTO.
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Direito de defesa
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Tópico a ser desenvolvido.
E com esse discurso que o diretor Michael Moore recebeu o prêmio de melhor
Documentário em Longa-metragem da 75ª cerimônia de premiação do Óscar, pelo seu
trabalho em Bowling for Columbine (Tiros em Columbine). O aclamado diretor foi
recebido por aplausos e vaias devido ao seu enfrentamento com o então presidente dos
Estados Unidos da América, George W. Bush, que tinha acabado de iniciar uma
investida militar contra o Iraque no dia 20 de março de 2003.
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Bibliografia:
BAGGIO, Kátia Gerab. Conexões ultraliberais nas Américas: o think tank norte-
americano Atlas Network e suas vinculações com organizações latino-
amercianas. Anais do XII Encontro Internacional da ANPHLAC, 2016 – Campo
Grande – MS, ISBN: 978-66056-02-0.
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ARROJA, Pedro. Cataláxia – Crônicas de Economia Política: 25 anos depois.
Vida Economica Editorial, 2018.
Websites visitados:
https://www.atlasnetwork.org/
https://www.atlasnetwork.org/partners/global-directory/latin-america-and-
caribbean/brazil
https://www.atlasnetwork.org/about/our-story
https://www.atlasnetwork.org/news/article/atlas-network-salutes-departing-
pres.-alex-chafuen-as-he-transitions-to-new
https://theintercept.com/2017/08/11/esfera-de-influencia-como-os-libertarios-
americanos-estao-reinventando-a-politica-latino-americana/
http://www.scaife.com/sarah.html
http://www.scaife.com/alleghen.html
http://www.scaife.com/carthage.html
https://www.boletimdaliberdade.com.br/quemsomos/
https://www.boletimdaliberdade.com.br/2017/08/12/reportagem-da-the-
intercept-tenta-desqualificar-movimento-liberal/
https://www.motherjones.com/politics/2005/05/put-tiger-your-think-tank/
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/hpm.2351
16
https://theintercept.com/2017/08/09/atlas-network-alejandro-chafuen-libertarian-
think-tank-latin-america-brazil/?comments=1#comments
http://alumni.gcc.edu/s/1472/17/interior.aspx?
sid=1472&gid=1&pgid=252&cid=2293&ecid=2293&crid=0&calpgid=61&calci
d=1253
https://fee.org/articles/war-without-end/
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