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A Santidade de Deus

por

Cornelius Van Til

Ao discutir a santidade de Deus, novamente começamos no ponto de


Sua auto-suficiência. Moisés diz em Êxodo 18:11: “Agora sei que o
SENHOR é maior que todos os deuses; porque na coisa em que se
ensoberbeceram, os sobrepujou”. Em 1 Samuel 2:2, Ana louva a Deus
quando ela diz: “Não há santo como é o SENHOR; porque não há
outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus”. Assim, a
santidade de Deus reside em Sua incomparável auto-existência. Deus
não tem santidade, mas Ele é santidade. O profeta Amós salienta isso
nessas palavras: “Jurou o Senhor JEOVÁ, pela sua santidade, que dias
estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e a vossos
descendentes com anzóis de pesca” (Amós 4:2). O Senhor não
poderia jurar pela Sua santidade se Sua santidade não fosse idêntica
a Si mesmo.

Por santidade de Deus, portanto, queremos dizer a absoluta pureza


interna de Deus. Deve ser naturalmente esperado que, quando esse
atributo de Deus é expresso na revelação de Deus ao homem, ele
requer sua pureza completa. Essa pureza completa no homem
consiste na dedicação completa da atividade moral do homem para a
glória de Deus. Negativamente, isso necessariamente se expressará
como separação do pecado.

No Antigo Testamento essa expressão negativa da santidade de Deus


é apresentada fortemente. Há toda uma maneira de dedicação a
Deus de pessoas e coisas de um uso secular para um uso sagrado. A
idéia é que, por causa do pecado, o todo da vida humana se tornou
profanado. Não que isso fosse originalmente assim; totalmente o
contrário. O “secular”, como tal, não é mal. Ele se tornou mal por
causa do pecado do homem. A teologia barthiana não sustenta a
queda do homem na história e, consequentemente, não pode fazer
justiça à distinção bíblica entre o sagrado e o secular. A visão de
Barth realmente se resume em dizer que há mal na matéria per se. É,
portanto, impossível, segundo Barth, que deva existir quaisquer atos
feitos pelo homem temporal que sejam verdadeiramente santos,
mesmo no princípio. Não pode realmente existir nada sagrado como
distinto de atos não-sagrados dele.
A posição de Barth não é radicalmente diferente da do modernismo.
Ela não tem lugar para o que é verdadeiramente santo neste mundo,
porque ela não crê numa criação original perfeita, nem numa queda
histórica. E nem ela crê num Deus santo auto-suficiente por detrás do
mundo. Se cresse, também teria que crer numa criação temporal e
na queda do homem na história.

No Novo Testamento, a expressão positiva da santidade de Deus é


mais forte do que negativa. Deus quer que Seu povo,
deliberadamente, pelo dom de Sua graça, dedique-se a Ele. É o
Espírito Santo que cria no homem uma verdadeira santidade a Deus.
Certamente, o aspecto negativo não desapareceu. Ele se mostra na
punição dos ímpios, daqueles que rejeitam o Santo. O castigo eterno
para o ímpio é o resultado natural da santidade de Deus. 

Fonte: Cornelius Van Til, An Introduction To Systematic Theology.

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto


Cuiabá-MT, 10 de Agosto de 2005.

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