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© 2016 Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Todos os
direitos desta edição estão reservados à Associação Nacional das Empresas de Transportes
Urbanos. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a
prévia autorização deste órgão/entidade.
60 p.
ISSN: 2317-8868
CDU 656.1/.5
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Associação Nacional das Empresas
de Transportes Urbanos (NTU)
Anuário
2 0 1 5 2 0 1 6
6 8
16
12
20
28 42
S um á r i o
6 Editorial
8 Artigo
Vale-Transporte e
Mobilidade Sustentável
12 Políticas públicas
2 0 1 6
O transporte é um direito social assegurado
pela Constituição. E agora?
-
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16 Gestão empresarial
/
Novas formas de operar o transporte
público no Brasil: soluções e problemas
N T U
A n u á r i o
20 Mobilidade urbana
Acompanhamento dos investimentos em
transporte público por ônibus no Brasil
28 Desempenho operacional
Dados do setor de transporte público
urbano por ônibus – 2015
42 Prestação de contas
Síntese dos fatos e acontecimentos que
foram destaque nos últimos 12 meses
5
Editorial
Como sobreviver
aos desafios do
transporte público
Por: Otávio V i e ir a da C unh a F ilho*
Sempre que se fala em perda de demanda em trans- Há quem atribua a culpa à baixa qualidade do
porte público por ônibus – e isso tem se tornado re- serviço; há quem aponte o dedo para a má gestão das
corrente nos últimos 12 anos – surgem as mais diver- empresas e há quem afirme que os ônibus são velhos,
sas avaliações sobre os motivos e sobre os culpados que não 'andam'. Fora desse eixo há ainda a crise eco-
por essa queda de passageiros. nômica do país, que permeia todas as alternativas.
6
E d i to r i a l
Este ano o próprio setor foi surpreendido por uma colchão financeiro, capaz de custear o tão sonhado
queda de demanda fora dos patamares costumeiros, serviço de qualidade que a sociedade merece.
na média de 2% ao ano. No mais recente levantamen- Não é preciso ser especialista na área e nem
to feito pela NTU (que consta nesta publicação no ca- economista para entender que enquanto esse servi-
pítulo “Desempenho Operacional”), a perda foi de 9% ço for sustentado pela tarifa, como acontece hoje,
de passageiros entre os anos de 2014 e 2015. o setor continuará nessa camisa de força e sendo
Por mais que esses números causem perplexida- apontado como o único responsável pela perda
de e temor quanto ao futuro desse transporte, não é de demanda. Esta, como se sabe, está diretamente
possível enxergar apenas uma alternativa para jus- atrelada a um conjunto de fatores que exigem me-
tificar esse quadro. Quem acompanha o desempe- lhorias: priorização do transporte público nas vias,
nho do transporte público no Brasil, como a NTU, aprimoramento do planejamento e gestão pública
sabe que ainda é muito difícil oferecer um serviço desse serviço e da produtividade.
que atenda, especialmente, à necessidade de levar Por essa razão, a NTU considera bem-vindas pro-
o passageiro ao seu destino, no menor tempo possí- postas como a Cide. Acredita que a Contribuição de
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vel, e por um custo condizente com seu orçamento. Intervenção no Domínio Econômico, na esfera muni-
E sabe também que o transporte público de qualida- cipal, conhecida como Cide municipal – em tramita-
-
de custa mais caro. ção no Congresso – só trará benefícios, impactando
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Sabe ainda que a crise econômica não deve im- diretamente a redução das passagens. A proposta pre-
pedir que os cidadãos tenham melhores condições de vê municipalizar essa contribuição, destinando a ar-
deslocamento e nem permitir que percam qualidade recadação sobre o consumo de gasolina e álcool, para
/
de vida. Só que para isso é urgente que o país retome subsidiar a tarifa. A atual Cide permanece inalterada.
os investimentos, mesmo que gradualmente. E reti- Estamos caminhando para um beco sem saída.
N T U
rem do setor o ônus de custear os serviços somente E, a menos que se apure a visão para enxergar opor-
com o valor da tarifa. Esse é o grande nó da questão. tunidades de financiamentos, seja em bancos, em
A n u á r i o
Com o intuito de começar a desatar esse nó, a programas destinados especificamente ao setor ou
NTU já está empenhada na defesa de propostas que que se criem outras fontes, mantidas com recursos
estimulem a capacidade produtiva do setor e favo- do FGTS ou por outro agente financiador, estaremos,
reçam a recuperação de 30% da demanda perdida sim, admitindo uma culpa e carregando um ônus que
nos últimos 12 anos. Afinal, é preciso planejar os não são de um único segmento, mas de todo o país.
sistemas, capacitar os gestores públicos, investir em
infraestrutura e criar uma nova política de financia-
mento para essa área. Há um atraso de mais de 20
anos nesses quesitos.
Felizmente, com a aprovação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC 90/2011), da deputada
Luiza Erundina (PSOL/SP), o setor encontrou um
forte argumento para defender a criação de uma fon-
te de recursos próprios para financiar o transporte
público. A proposta, que eleva esse modal à condi-
ção de direito social, previsto na Constituição, ex- *Otávio Vieira da Cunha Filho,
põe a urgência de dotar o transporte público de um Presidente executivo da NTU.
7
Artigo
Vale-Transporte
e Mobilidade
Sustentável
Por: M arcos B i calho dos Santos *
8
Artigo
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to de reavaliar e atualizar alguns conceitos e parâ-
metros. Criado principalmente como um benefício
-
social aos trabalhadores, o vale-transporte mostrou,
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ao longo de sua história, seu potencial como instru-
mento de política pública da mobilidade urbana,
para incentivar o uso do transporte público coletivo.
/
A irracionalidade que prepondera atualmente
Instituído em 1985 pela Lei nº 7.418/1985 como na maioria das grandes cidades brasileiras, com o
N T U
benefício facultativo que as empresas poderiam uso abusivo dos meios individuais para os desloca-
conceder aos seus empregados, o vale-transporte mentos urbanos, provoca os congestionamentos de
A n u á r i o
tornou-se obrigatório a partir de setembro de 1987 trânsito que têm como consequências diretas a que-
com a promulgação da Lei nº 7.619/1987. da da produtividade da indústria, do comércio e dos
Ao longo das três décadas após a sua criação, o serviços, o aumento dos acidentes e da poluição am-
vale-transporte sofreu várias ameaças decorrentes biental, o consumo de mais combustíveis e a queda
de alterações na legislação, como a eliminação do da qualidade de vida dos cidadãos, que perdem parte
incentivo fiscal para as empresas compradoras em considerável do seu tempo nas viagens urbanas.
1997 e a criação do auxílio-transporte em pecúnia Tal realidade precisa urgentemente ser corrigi-
para o funcionalismo público federal em 2001. Além da com a adoção de políticas públicas de incentivo
disso, a disseminação do comércio ilegal dos bilhetes ao uso do transporte coletivo e desestímulo ao uso
em papel e o crescimento das fraudes à lei com o for- do transporte individual, em que o vale-transporte
necimento do benefício em dinheiro prejudicaram pode assumir papel fundamental.
em muito a consolidação do vale. Para tanto, torna-se necessário revitalizá-lo,
De qualquer forma, esses fatos negativos não adequando e atualizando a legislação em função das
foram suficientes para jogar por terra esse grande mudanças no mercado de trabalho e na mobilidade
benefício social aos trabalhadores brasileiros. O urbana que ocorreram ao longo das três décadas des-
vale-transporte chegou a responder, na média nacio- de a sua criação.
9
Artigo
O vale-transporte foi criado como um benefício Entretanto, a tendência histórica tem mostra-
de natureza social com forte característica de distri- do que o trabalhador tem arcado com uma parcela
buição de renda. A lógica inteligente do instituto foi cada vez maior dos custos de transporte enquanto
beneficiar os trabalhadores de menor renda e propi- se reduz continuamente os encargos das empresas.
ciar a redução do benefício na medida do aumento Levantamentos realizados pela Associação Nacional
do nível salarial. Para isso foi estabelecido que o tra- de Transportes Públicos (ANTP) mostram que na ci-
balhador arcaria com 6% do seu salário no rateio do dade de São Paulo o trabalhador que ganha salário-
custo do transporte com o empregador. Esse percen- mínimo participava em 2005 com 20,5% dos custos
tual de 6% foi definido em função do peso das despe- do vale-transporte. Em 2014, essa participação che-
sas de transportes na composição do salário-mínimo gou a 36,8%.
à época da sua criação. Outro estudo da ANTP mostra que o trabalhador
Esse rateio inicial das despesas de transporte ca- que ganha o salário médio da cidade de São Paulo
sa-trabalho-casa entre o trabalhador e o empregador, (valor de R$ 2.222,00 em 2015) contribui com 80%
estabelecido na época da criação do vale-transporte, dos custos do vale- transporte, enquanto o emprega-
poderia ser justo e bom naquela época, mas hoje, pas- dor arca apenas com 20%.
sados trinta anos, é motivo de questionamentos. Tais números mostram que se torna necessário
Ao longo desse período, o dispêndio de cada par- atualizar a regra de rateio estabelecida na legislação
te com o vale-transporte sofreu variações em função original, de forma a absorver a atual relação entre sa-
do valor do salário e do valor das tarifas. Quando lários e tarifas do transporte público urbano e permitir
os salários sobem mais que as tarifas, o trabalhador que o setor produtivo tenha uma maior participação
arca com uma parte maior e vice-versa. no custeio dos sistemas de transporte público, condi-
zente com os benefícios auferidos pela economia em
decorrência da disponibilidade desse serviço público.
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Artigo
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Primeiro vale-transporte do Brasil
(foto): um marco na história do
-
trabalhador comemora 31 anos.
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/
dosa cifra de R$ 98 bilhões por ano. Tais congestiona- A redução do custo do vale-transporte para os
mentos, provocados pelo uso irracional do transporte trabalhadores, com a revisão do rateio original, e o
N T U
individual, que interferem inclusive na qualidade e no retorno do benefício fiscal para as empresas compra-
custo do transporte público coletivo, afetam direta- doras são medidas certas e oportunas para fortalecer
A n u á r i o
mente a produtividade e o desempenho da economia o instituto do vale-transporte e contribuir de manei-
nacional pela elevação do chamado Custo Brasil. ra significativa para uma mobilidade mais sustentá-
Os prejuízos anuais apurados para as regiões vel nas cidades brasileiras.
metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro quase
se igualam à arrecadação anual do governo federal
com o imposto de renda das empresas brasileiras,
cujo valor previsto para 2015 era de R$ 106 bilhões.
Os dados apresentados mostram a necessidade e
a oportunidade de o governo federal repensar a rea-
tivação do benefício fiscal para as empresas compra-
doras de vale-transporte, que permitia o desconto de
parte das despesas realizadas com o vale-transporte
no imposto de renda, limitado a 10% do valor total
devido, como forma de incentivar o uso do transpor- *Marcos Bicalho dos Santos,
te coletivo e, ao mesmo tempo, inibir o uso do trans- Engenheiro Civil e MSc. em Engenharia
porte individual. de Transportes, é Diretor da NTU.
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P o l í t i ca s p ú b l i ca s
O transporte é um direito
social assegurado pela
Constituição. E agora?
Faz pouco mais de nove meses que o Projeto de Emenda Constitucional, elaborado
pela deputada Luiza Erundina, foi aprovado pela Câmara e pelo Senado, e agora
a sociedade tem um cenário aberto para propor mudanças. NTU lidera o debate
e negociações em busca de dotações orçamentárias para o setor.
12
P o l í t i cas p ú b l i cas
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o caso da Associação Nacional das Empresas de Trans-
portes Urbanos (NTU), presente na área há quase 30
-
anos e que lidera o início dessas discussões.
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Financiamento
/
Com o tema Transporte público como direito social. E
Quando a deputada federal Luiza Erundina (PSOL agora?, a NTU promove no Seminário Nacional de
N T U
-SP) elaborou a Proposta de Emenda Constitucional 2016 debate com parlamentares, governo federal,
90/2011, pretendia não apenas garantir a inclusão especialistas em gestão pública e representantes da
A n u á r i o
do transporte no grupo de direitos assegurados pela sociedade civil em busca de ações para que o trans-
Constituição a todos os brasileiros. Ela vislumbrava porte público tenha dotações orçamentárias, como
um novo cenário para o transporte público e talvez a saúde, a educação e outros direitos sociais garanti-
já previsse as manifestações por todo o país em dos na Constituição Federal.
2013. Naquele momento, unificava-se a agenda A analogia é clara e está expressa nas palavras do
de pleitos do setor de transportes e da população, presidente da NTU, Otávio Cunha: “O que estamos
movimento que resultou no Pacto pela Mobilidade vislumbrando com isso é a abertura de uma janela
Urbana, unindo atores dos mais diversos setores da que poderá trazer para o setor a criação de um Fundo
sociedade e esferas de governo, infelizmente sem Federal para Transporte Público, para subvenção
resultados práticos até o momento. do custeio do transporte. Falamos isso porque todos
Mas o que a deputada realmente enxergava como os outros serviços considerados essenciais e que são
pano de fundo era uma saída viável para a manuten- direitos sociais têm um fundo constituído para que
ção do sistema: a possibilidade de criar e implantar possam alcançar a finalidade do bem-estar social
um fundo capaz de subsidiar melhorias no transporte (como no caso do Fundo Nacional da Educação, o
público em todo o Brasil. Autora da proposta, Erundi- próprio SUS, o Fundo Nacional do Idoso, entre ou-
na disse à época que a inclusão do transporte como di- tros). Consideramos que tem um caminho aberto
reito social deveria estimular os governos a buscar ou- para criação de um fundo para o transporte público”.
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P o l í t i cas p ú b l i cas
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P o l í t i cas p ú b l i cas
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Capacitação
-
2 0 1 5
Enquanto a definição sobre a instituição de um fundo
de financiamento do transporte público não vem, e
os demais debates estão em aberto, a FNP tem busca-
/
do outras soluções para o financiamento dos sistemas
de transporte público. “Os prefeitos já pediram apoio
N T U
do governo federal para a criação da Contribuição
de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) mu-
A n u á r i o
organização do serviço, falta de políticas públicas nicipal, como pauta prioritária para aprovação no
específicas, falta de prioridade nas vias, falta de Congresso Nacional, e a revisão da legislação do vale-
capacitação dos gestores públicos em diferentes es- transporte”, apontou o presidente da entidade.
feras, entre outros. Tem muitas coisas que precisam O urbanista Nazareno Stanislau Affonso reforça
ser vistas em conjunto”, destaca Otávio Cunha. também como ponto fundamental a capacitação da
O presidente da FNP, Márcio Lacerda, ressalta gestão, reivindicando a criação de uma política de
que as melhorias em serviços públicos dependem, assessoramento aos municípios, semelhante ao que
primeiramente, de ações coordenadas das três o extinto GEIPOT fazia. “Isso possibilitaria maior
esferas de governo, especialmente em demandas protagonismo na atuação das prefeituras, que te-
essenciais, como é o transporte. “Essa questão é tão riam gestores capacitados a pensar o transporte num
importante que defendemos o aprimoramento do cenário de longo prazo, 20, 30 anos. Não temos isso
diálogo, a instituição de uma Mesa Federativa Plena, hoje”, afirma. Outros temas importantes para o ur-
para o debate e a tomada de decisões. O quanto antes banista são a qualificação do sistema convencional,
estados, municípios e União estiverem alinhados, a diminuição das tarifas para o usuário e a demo-
mais rapidamente poderemos atender aos anseios da cratização do espaço das vias para evitar que ônibus
população”, propõe Lacerda. fiquem retidos em engarrafamentos.
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Ge s t ã o emp r e s a r i a l
Novas formas de
operar o transporte
público no Brasil:
soluções e problemas
Consórcios e Sociedades de Propósito Específico estão entre as novas modalidades
contratuais existentes no país. As experiências são diversificadas no território nacional
e os desafios vão desde a integração operacional até a capacitação do poder público
16
Gest ã o emp r esa r i a l
Soluções em consórcios
2 0 1 6
concorrência foi feita por áreas, como é comum no
Brasil atualmente. Os consórcios poderiam ser feitos
-
para atuar sobre o que seria obrigação comum das
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empresas concessionárias: administração e manu-
tenção de terminais; gestão da central de controle da
operação; e o sistema de informação metropolitana
/
(informação ao usuário, site, painéis, serviços de
O transporte público no Brasil vem conquistando relacionamento com o usuário, aplicativos, redes so-
N T U
espaço em debates de grande amplitude ao longo das ciais, etc.). Como são obrigações contratuais, se não
últimas décadas. É inegável que mudanças acontece- fosse formado um consórcio, cada empresa teria de
A n u á r i o
ram, mas o desafio de longo prazo continua. Em diver- fazer isso individualmente.
sos casos, novas licitações para concessão do serviço Com o desafio posto, já em 2009, apenas um
impõem ou sugerem às empresas novas formas de ope- ano depois da licitação, quatro das cinco empresas
ração, especialmente consórcios e parcerias, que têm que operam na cidade formaram um consórcio. Fi-
diferentes formatos espalhados pela geografia bra- cou de fora a única empresa pública local, que deve
sileira. Em alguns casos, as inovações já apresentam passar a integrar o consórcio ainda em 2016. Para o
vantagens. Já em outros, a experiência em fase inicial presidente do Sindicato das Empresas de Transporte
impõe desafios a empresas, poder público e usuários. Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET),
O presidente da Associação Nacional das Empresas de Décio Caetano, a novidade permitiu maior agilidade
Transportes Urbanos, Otávio Cunha, destaca que um no ajuste da operação (como inclusão/modificação/
dos grandes investimentos que vem sendo feito é em exclusão de linhas, por exemplo), maior praticidade
tecnologia, sobretudo para oferecer maior previsibili- e rapidez de decisão, especialmente se comparado
dade ao usuário e melhoria na gestão operacional. ao que cada empresa teria de fazer individualmente.
“As novas tecnologias permitem controlar e ge- “Hoje administramos 15 dos 20 terminais de passa-
renciar melhor o negócio, além de permitir que a pro- geiros da cidade, temos um centro operacional único
gramação seja construída em redes. Tendo informa- e o poder público se relaciona com o consórcio, não
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Gest ã o emp r esa r i a l
18
Gest ã o emp r esa r i a l
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sabemos o que vem da mudança do modelo e o que
vem da conjuntura”, ressalta.
-
Entre as mudanças comentadas pelo executivo no
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tocante à gestão, está a implantação de uma diretoria
executiva, um conselho administrativo formado pelos
representantes das empresas. Mas isso também repre-
/
sentou um desafio: “É tudo muito novo e estamos ainda
vendo onde podemos chegar. É uma curva de aprendi-
N T U
zado muito difícil aglutinar culturas empresariais mui-
to diversas entre si. Tem sido um grande aprendizado”.
A n u á r i o
Brasil relata ainda que o poder público ficou mais
exigente, até pelos termos da licitação. Mas essa exi-
gência é mais burocrática, já que se repete em Salvador
o quadro nacional de pouca capacitação dos gestores
públicos, situação também vivida pelos empresários para as empresas. O motivo disso é que a relação do
paulistas. “Os contratos são extremamente rígidos, mas usuário é com o sistema de transporte e, nesse caso, não
não existe experiência no poder concedente para gerir importa se são consórcios ou empresas individuais que
contratos com essa complexidade. Por enquanto, tem tocam a operação: o usuário quer é um bom serviço.
sido um problema para todos”, lamenta Brasil. Para Otávio Cunha, as novas formas de gestão
são uma solução bem pensada para combater a per-
Oportunidade para da de produtividade do setor, a maior demora nas
incrementar demanda viagens devido ao tráfego e a queda na demanda de
passageiros. “Essa necessidade de racionalização
No que diz respeito ao usuário, tanto Brasil quanto Sou- permitiu pensar melhor a organização do serviço. É
za e Caetano destacam que a diferença no modelo de uma mudança de paradigma para melhorar o trans-
gestão não é tão perceptível para o passageiro quanto porte”, destaca o presidente da NTU.
19
M o b i l i d a d e U r bana
Acompanhamento
dos investimentos em
transporte público
por ônibus no Brasil
20
M ob i l i dade U r bana
2 0 1 6
que há de perspectivas futuras de intervenções em
mobilidade urbana.
-
As seções seguintes detalham o histórico dos dados
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dos indicadores e em seguida apresenta-se as conclu-
sões com base no conjunto das observações realizadas.
/
2. Investimentos recentes
1. Introdução
N T U
São poucos e pontuais os registros do histórico dos
Os investimentos em mobilidade urbana têm se con- investimentos em mobilidade urbana no Brasil. Na
A n u á r i o
solidado como uma parte fundamental para o desen- grande maioria dos casos, as publicações dedicam-
volvimento e a consequente melhoria da qualidade se à descrição do caso de um sistema, município ou
de vida nas cidades brasileiras. Principalmente com região metropolitana. Uma exceção de destaque é o
a compreensão da crise de mobilidade, que se tor- trabalho de Vasconcellos e Mendonça (2010), que se
nou amplamente debatida e questionada nos quatro dedica à descrição metódica e detalhada dos condi-
cantos do país, é praticamente um consenso a neces- cionantes históricos, institucionais e políticos. Esse
sidade de alocação de recursos financeiros contínuos trabalho indica que o período entre 1974 (primeiro
direcionados para criar condições eficientes para os corredor de Curitiba) e 1991 é aquele que concen-
deslocamentos em áreas urbanas e assim reduzir as trou a maior quantidade de corredores. Ademais,
deseconomias e as consequências negativas (poluição, contabilizou a existência, até o ano de 2009, de apro-
congestionamento, baixa produtividade, etc.). Dessa ximadamente 450 km de corredores de ônibus no
forma, os recursos financeiros devem priorizar as in- Brasil. É interessante destacar que nesse trabalho o
tervenções voltadas à priorização do transporte não termo “corredor” engloba várias iniciativas de prio-
motorizado e do transporte coletivo, para que também rização do transporte público por ônibus, incluindo
sejam atendidas as diretrizes da Lei 12.587/2012, que faixas seletivas/exclusivas, corredores de ônibus e
institui a Política Nacional de Mobilidade Urbana. BRT (Bus Rapid Transit).
21
M ob i l i dade U r bana
30 183 200
176
26 180
141 160
140
20
18
17 120
15 85 14 100
12
80
10
44 8 8 60
21 5 5 40
5 4 4 4 4
3 3 3
5 22 2 20
1
1 11 1 1 1 111 1 1 1 1 11
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Aeromóvel Corredor de Ônibus e Obra Viária Metrô Outros BRT Faixa Exclusiva
BRT e Obra Viária ITS Obra Viária Trem Corredor de Ônibus Acumulado
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M ob i l i dade U r bana
2.2. Investimentos em intervenções entre os anos de 2012 e 2013, quando mais de R$3,8
operacionalizadas bilhões foram realizados. Do total acumulado no
período (R$ 12,4 bilhões), 49,2% referem-se aos 16
Esse indicador considera os recursos alocados nas in- projetos de BRT e 21,5% correspondem aos 7 proje-
tervenções operacionalizadas. A Figura 2 apresenta a tos de metrô.
evolução anual e o total acumulado desses recursos. Apesar de todos os esforços realizados para obter
Verifica-se que houve um crescimento constante ao os investimentos em cada intervenção, apenas foi pos-
longo dos anos, principalmente até o ano de 2014. sível apurá-los em 53 das 183 intervenções cadastra-
Observa-se um salto considerável nos investimentos das. A Tabela 1 apresenta os dados dessas intervenções.
2 0 1 6
3.500 14.000
12.443,4
11.697,8
3.000 12.000
-
Investimento acumulado (R$ Milhões)
2 0 1 5
9,777,0
Investimento anual (R$ Milhões)
2.500 10.000
2.000 8.000
/
6.575,4
N T U
1.500 6.000
A n u á r i o
1.000 4.000
2.711,5
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Aeromóvel Corredor de Ônibus e Obra Viária Metrô Outros BRT Faixa Exclusiva
BRT e Obra Viária ITS Obra Viária Trem Corredor de Ônibus Acumulado
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M ob i l i dade U r bana
11 DF Brasília Sistema de Transporte de Passageiros Eixo Sul - BRT Eixo Sul 35 220.000 761,4
24 RN Natal Corredor Estruturante - Zona Norte/Estádio Arena das Dunas 16,3 ND 371,0
24
M ob i l i dade U r bana
34 PE Recife BRT: Norte/Sul - Trecho Igarassu/Tacaruna/ Centro do Recife 33,3 328.000 197,7
2 0 1 6
35 PE Recife Metrô de Recife - Aquisição de TUE ND ND 247,6
-
2 0 1 5
37 PE Recife Metrô 57 225.000 392,3
/
39 RJ Rio de Janeiro Reurbanização do Entorno do Estádio do Maracanã NA NA 109,0
e Ligação com a Quinta da Boa Vista- 1ª Fase
N T U
Entorno do Estádio do Maracanã: Reformulação e
40 RJ Rio de Janeiro NA NA 178,1
Modernização da Estação Multimodal do Maracanã
A n u á r i o
41 RJ Rio de janeiro BRT Transoeste 58,0 150.000 1.300,0
45 BA Salvador Metrô de Salvador - Linha 1 Trecho 1 - Lapa - Acesso Norte 7,3 ND 756,3
46 SP São Paulo Conjunto de Faixas Exclusivas - "Dá licença para o ônibus" 506,0 ND 12,0
49 SP São Paulo Corredor de Ônibus - São Paulo/SP - Inajar de Souza 14,6 201.000 77,4
50 SP São Paulo Corredor Inajar / Rio Branco / Centro 14,6 223.000 129,0
53 MG Uberlândia Corredor Estrutural Avenida João Naves de Ávila 7,5 35.100 27,0
25
M ob i l i dade U r bana
500,00 1.400,00
400,00 1.200,00
1.000,00
300,00 617,30 800,00
200,00 352,20 600,00
222,40 400,00
100,00 12,00 92,30
200,00
0,00 0,00
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
26
M ob i l i dade U r bana
os resultados dos últimos anos superam vastamente ainda não operacionalizados continuem como
tudo aquilo que foi operacionalizado em toda a histó- parte dos planos futuros. Em virtude da situação
ria do país. Apenas em termos da infraestrutura com econômica, os municípios carecem ainda mais
priorização para o transporte coletivo urbano, verifi- pela efetivação de mecanismos de financiamen-
cou-se que a extensão operacionalizada nos últimos to alternativo e da disponibilização de recursos
7 anos foi 4 vezes maior do que aquela registrada no especificamente voltados para a mobilidade ur-
relato de Vasconcellos e Mendonça (2010). bana. Outro desafio é a consolidação de projetos
A maior parte desses avanços ocorreu na priori- que sejam suficientemente detalhados e transpa-
zação do modo ônibus. Muitos municípios assimila- rentes em termos de custos, dimensionamento,
ram o conceito do BRT como opção estruturante, ou adequação e implantação. Ao longo do processo
seja, para que o sistema de transporte seja um vetor de coleta dos dados do acompanhamento dos
do desenvolvimento urbano e também contribua investimentos, verificou-se inúmeras dificulda-
para a racionalização das redes integradas. Essa op- des para quantificar os itens fundamentais de
ção pelo BRT está em alinhamento com o fenômeno muitos projetos que já foram operacionalizados.
2 0 1 6
internacional, que se consolidou com a implantação Infelizmente e inexplicavelmente, os gestores
em mais de 200 cidades em todo o mundo. Além do de muitos projetos operacionalizados não dis-
-
BRT, o panorama de investimentos brasileiros revela ponibilizaram, de forma transparente, os custos,
2 0 1 5
uma preferência destacada pelas faixas seletivas/ a demanda atendida e até mesmo a extensão da
exclusivas. Diante da limitação de recursos e da infraestrutura implantada.
necessidade de ações rápidas para dar velocidade
/
operacional aos ônibus urbanos, as faixas seletivas/ 4. Referências
exclusivas tornaram-se uma opção atrativa e ampla-
N T U
mente utilizada em todos os níveis de municípios. VASCONCELLOS, E. e MENDONÇA, A.
Particularmente nos municípios de médio porte, Política Nacional de Transporte Público
A n u á r i o
parece existir o consenso de que os investimentos no Brasil: organização e implantação
em faixas seletivas/exclusivas permitem alcançar de corredores de ônibus. Revista dos
retornos de curto prazo em termos de ganho de qua- Transportes Públicos – ANTP. São Paulo,
lidade dos serviços, sem grandes intervenções físicas ano 33, 3º quadrimestre, p. 73-95, 2010.
e detalhamentos técnicos. Em síntese, a combinação
de BRT e faixas seletivas/exclusivas já é parte da rea- NTU. Estudos de BRT no Brasil. 2ª ed.
lidade da mobilidade urbana e parece ser uma opção Brasília, 2012. 145 p.
consistente com a realidade brasileira.
Apesar dos avanços, é importante destacar que NTU. Faixas exclusivas de ônibus urbanos:
há muitos desafios a serem enfrentados para que a experiências de sucesso. Brasília, 2013.
questão da mobilidade urbana seja positivamente 38 p. ISBN 978-85-66881-05-9.
equacionada. Um dos principais desafios é a criação
de um fundo permanente direcionado aos investi- NTU. Prioridade ao transporte público
mentos em mobilidade urbana e em particular para por ônibus: panorama dos projetos
a priorização do transporte público. A inexistência e investimentos. Brasília, 2016. 90
desse fundo impedirá que muitos outros projetos p. ISBN 978-85-66881-08-0.
27
De s empen h o o pe r ac i o na l
Dados do setor
de transporte
público urbano
por ônibus – 2015
28
D esempenho ope r ac i ona l
2 0 1 6
damentais para confirmação de algumas hipóteses
lançadas. Entre esses elementos, pode-se citar a
-
alteração da composição da pirâmide etária da po-
2 0 1 5
pulação usuária do transporte público, o aumento
da taxa de desemprego, a redução da atividade eco-
nômica, o aumento da frota de veículos particulares,
/
entre diversos outros fatores que, presumivelmente,
1. Introdução influenciam no nível de acesso e utilização do trans-
N T U
porte público. O objetivo principal é demonstrar
Por mais de duas décadas a NTU tem acompanhado o comportamento dos indicadores selecionados,
A n u á r i o
o desempenho operacional do setor de transporte identificar tendências e contribuir para uma melhor
público por ônibus. Essa missão somente é possível compreensão do desempenho operacional do setor.
devido ao comprometimento daqueles respon-
sáveis pela coleta, apuração, registro e envio dos
principais dados relacionados à mobilidade urbana
dos maiores centros urbanos do país. Para a rea-
lização deste trabalho é essencial a contribuição
“o principal objetivo
dos integrantes de uma rede de contatos técnicos
gerenciada pela NTU.
é identificar o perfil
Especificamente para este trabalho, o principal
objetivo é identificar o perfil e o comportamento
e o comportamento
do setor por meio de indicadores gerados por dados
coletados em nove capitais brasileiras: Belo Hori-
do setor por meio
zonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO,
Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ,
de indicadores”
Salvador-BA e São Paulo-SP. Juntos, esses centros
29
D esempenho ope r ac i ona l
Passageiros equivalentes transportados por veículo por dia (unid.) 348 365
Dados referentes às cidades de Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE,
Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP. Exceto para o salário médio dos motoristas, que contempla todas as capitais.
30
D esempenho ope r ac i ona l
2.1. PASSAGEIROS EQUIVALENTES dois últimos anos da antiga série histórica, quando
TRANSPORTADOS POR MÊS foram registradas quedas de 1,8% e 1,4%, respec-
tivamente no ano de 2012 em relação a 2011 e em
Desde 2013, ano de início da nova série histórica 2013 comparativamente a 2012.
deste indicador, houve uma queda significativa da A avaliação de todo o histórico de dados permite a
quantidade de passageiros transportados. A redução identificação de três fases, são elas: acentuada queda
de 9% da demanda de passageiros pagantes entre os de demanda entre 1994 e 2003; estabilização no perí-
anos 2014 e 2015 foi superior àquela identificada odo de 2004 até 2012, que foi marcada por pequenas
entre 2013 e 2014, considerando a avaliação conso- oscilações positivas e negativas; e o início de uma fase
lidada de abril e outubro. A análise de 2015 em rela- de diminuição de usuários em 2013, que segue até os
ção a 2013 demonstra uma diminuição de 10,8%. As últimos dados apurados em 2015, conforme represen-
reduções verificadas nos dois últimos anos são mais tado na Figura 4. Durante os 22 anos de registro, houve
expressivas em relação àquelas identificadas nos picos de redução da demanda superiores a 30%.
2 0 1 6
Figura 4: Evolução dos PASSAGEIROS EQUIVALENTES TRANSPORTADOS por mês no sistema
-
de ônibus urbano (Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO,
2 0 1 5
Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)
450
/
N T U
398,9 400,8
400
A n u á r i o
381,1
363,8
355,0
Passageiros (em milhões)
350 340,8
300
250
200
2013 2014 2015
31
D esempenho ope r ac i ona l
2.2. Quilometragem produzida Os dados revelam que nas últimas duas décadas
o sistema de transporte público por ônibus segue
A quilometragem produzida em 2015 foi similar um caminho contraproducente. Isso porque esse
àquela registrada em 2014. É interessante observar período é marcado por uma redução de demanda
que apesar da redução da demanda, o nível de oferta praticamente contínua, no entanto com oscila-
do serviço foi mantido. Houve crescimento de 0,7% ções da quilometragem produzida na tentativa de
da quilometragem produzida no somatório dos me- ajustar a oferta à demanda. Apesar desse ajuste,
ses de abril e outubro. Esse crescimento foi impulsio- a carência de infraestrutura dedicada ao tráfego
nado pelo mês de abril, que registrou um incremento exclusivo do transporte público, aliada à ausência
de 2,2%. Especificamente para o mês de outubro, a de implementação de medidas de racionalização do
oferta de serviço foi reduzida em 0,7%, conforme sistema, provocaram períodos mais significativos
pode ser observado na Figura 5. de aumento da oferta.
250
240
238,7 237,1
234,0
230 226,5
224,1
Quilometragem produzida (em milhões)
219,4
220
210
200
190
180
170
160
2013 2014 2015
32
D esempenho ope r ac i ona l
2 0 1 6
Figura 6: Evolução do índice de passageiros por quilômetro (IPK) no sistema
de ônibus urbano (Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO,
-
Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)
2 0 1 5
2,8
2,59
/
2,6
N T U
2,43
2,4
2,30
2,41
A n u á r i o
2,37
2,2
2,10
2,16 2,01
IPK
2 2,07
1,2
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
33
D esempenho ope r ac i ona l
Figura 7: Evolução dos PASSAGEIROS EQUIVALENTES TRANSPORTADOS por veículo por dia no
sistema de ônibus urbano (Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO,
Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)
650 631
600 581
568
550 569
555
Passageiro por Veículo
506
500
505
451 447
450 435 438 437 439
428
420
446 407 410 411 412 408 407
440 406 401
422
400
409 415
400 404 365
391 393 396 392 398
389 383 389
350 370
348
300
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
34
D esempenho ope r ac i ona l
2.5. Salário médio mensal Durante todo o ano de 2015 os valores dos salá-
dos motoristas rios pagos aos motoristas, em todas as capitais ana-
lisadas, foram acima de R$ 1.800,00, já corrigidos
Entre os principais componentes de custo do setor, a pelo IGP-DI. Após um período de alta expressiva,
mão de obra representa 41% dos gastos necessários 1994-1998, pressionados pelos elevados índices
para operacionalização do transporte público por inflacionários dos anos de 1994 e 1995, houve uma
ônibus, de acordo com dados apurados pela NTU. queda compatível logo em seguida (1999-2003).
Essa representatividade sempre foi pressionada pela Posteriormente, de 2004 até 2015, a média salarial
alta carga dos encargos sociais e pelos próprios valo- do setor acomodou-se na faixa compreendida entre
res dos salários, que tradicionalmente apresentam R$ 1.600,00 e R$ 1.900,00, com exceção do ano de
ganhos reais, acima da inflação. 2004, como está apontado na Figura 8.
2 0 1 6
Figura 8: Evolução do salário médio mensal dos motoristas do sistema de ônibus
urbano (Capitais brasileiras) – Em R$ const. Pelo IGP-DI – Dezembro/2015
-
2 0 1 5
2400
/
N T U
2200
A n u á r i o
Salário Médio Mensal (R$ const. Dez/2015)
2000
1800
1600
1400
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Ano
35
D esempenho ope r ac i ona l
2.6. Preço médio do óleo diesel dos combustíveis adotada no país é contrária aos
princípios e diretrizes da Política Nacional de Mobi-
O óleo diesel é outro insumo do setor com importan- lidade Urbana, que define que o transporte público
te representatividade no custo total e, consequente- deve ser priorizado em detrimento do transporte
mente, impacta o valor da tarifa. Segundo dados da individual. Contraditoriamente, o valor do óleo
NTU, estima-se que o combustível representa cerca diesel é reajustado com índices superiores àqueles
de 23% do custo total do sistema. Os valores do litro definidos para a gasolina, principal combustível
do óleo diesel comercializado no ano de 2015, nas utilizado pelo transporte individual motorizado.
nove cidades pesquisadas, subiram 10,7% em rela- Levantamento realizado pela NTU, a partir de dados
ção ao ano de 2014, conforme análise conjunta dos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
meses de abril e outubro dos valores já atualizados -IPCA divulgados pelo IBGE, revelou que a inflação
pelo IGP-DI, representados na Figura 9. do óleo diesel foi 52,7% superior àquela verificada
Os valores atuais indicam a consolidação de para a gasolina no período de 2000 até 2015. Esses
uma fase de constantes reajustes do óleo diesel. dados revelam a desconformidade entre políticas de
Tradicionalmente, a política de reajustes de preços mobilidade urbana e econômica no país.
3,50
3,05 3,02
2,96
3,00 2,88
2,83 2,79
Preço médio do óleo diesel (R$ const.)
1,00
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
36
D esempenho ope r ac i ona l
2 0 1 6
3,60
-
3,40
2 0 1 5
3,20
/
Tarifa Ponderada (Em R$ const.)
3,00
N T U
A n u á r i o
2,80
2,60
2,40
2,20
2,00
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
37
D esempenho ope r ac i ona l
2.8. CUSTO PONDERADO POR QUILÔMETRO Após a correção dos valores pelo IGP-DI, apurou-
se que o aumento dos custos do setor foi mais repre-
Houve aumento no custo por quilômetro rodado em sentativo no mês de abril. Como pode ser verificado
oito das cidades avaliadas. Apenas um sistema apre- na Figura 11, no mês de outubro o aumento foi de
sentou uma pequena redução comparativamente 0,2%. Entretanto, em abril foi registrada uma eleva-
com o ano de 2014. ção de 6,4%.
Figura 11: Evolução do custo ponderado por quilômetro do sistema de ônibus urbano
(Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE,
Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP) - Em R$ const. Dezembro/2015 pelo IGP-DI
7,50
7,25
7,25
7,09 7,17
6,55
6,68 6,45
6,50 6,39
6,35 6,31
6,51
6,20 6,20 6,24
6,25
6,39
6,25 5,95 6,20 5,97 6,03
6,17 6,16 5,96
6,00 6,11 5,89 5,88 6,14 5,90
5,95 5,91
5,90 5,86
5,75 5,85 5,81
5,76
5,67 5,63
5,50 5,60
5,25
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
2.9. Índice de frota total iniciada em abril de 2013, houve redução de 0,2%
e 0,9% para os meses de abril e outubro de 2015,
Em 2015 o índice de frota apontou para uma pe- respectivamente. Esses percentuais de redução mos-
quena redução do total de ônibus utilizados para o tram-se pouco expressivos no universo da frota total
cumprimento da oferta de viagens nas nove cidades considerada, aproximadamente 40 mil ônibus, que
analisadas. Considerando a nova série histórica, representam 37,4% da frota nacional.
38
D esempenho ope r ac i ona l
2 0 1 6
plementada pela otimização da frota. deste acompanhamento.
-
2 0 1 5
Figura 12: Evolução da idade média da frota do sistema de ônibus urbano
(Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS,
Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)
/
N T U
6,00
5,69 5,73
A n u á r i o
5,60 5,53
5,44 5,40
5,50 5,60
5,24
5,15 5,38 5,39
5,09 5,32 5,10
5,07
4,85
Idade média da frota (anos)
3,93
3,50
3,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
39
D esempenho ope r ac i ona l
Figura 13: Evolução da venda de ônibus e micro-ônibus no mercado interno (2001 – 2015)
19.901
20.000
17.877 18.305
17.227 16.701
16.033
15.000 13.901
13.272
Unidades vendidas
10.539
10.000 9.321
8.004 8.412
7.399
6.111 6.297
4.963
5.000 3.763 4.172 3.890
3.058 3.130 3.055 3.559
2.728 2.951 2.658
2.373 2.140 2.345 2.238
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
40
D esempenho ope r ac i ona l
2 0 1 6
Urbana e exigiu que os municípios elaborassem de 1,7%. Em 2015, a queda da demanda foi de 9%,
seus planos de mobilidade até abril de 2015, re- conforme destacado na Tabela 3.
-
velando que as cidades brasileiras, em sua grande Essa redução da demanda foi acompanhada pelo
2 0 1 5
maioria, não se preocupavam em planejar uma aumento de 0,7% da oferta e, consequentemente,
mobilidade eficiente. diminuição ainda mais acentuada do IPK, que atingiu
• A falta de priorização do transporte público, redução de 9,6%. Ou seja, a produtividade do sistema
/
pois, atualmente, 80% do sistema viário é ocu- foi reduzida de forma mais intensa, o que é comprova-
pado por carros, que transportam apenas 20% do pelo carregamento diário dos ônibus nos centros
N T U
das pessoas. urbanos avaliados, que foi 7,5% menor em 2015.
A n u á r i o
Tabela 3: Avaliação comparativa do comportamento dos principais
dados operacionais e indicadores de desempenho (2014-2015)
41
P r e s ta ç ã o d e c o nta s
42
P r esta ç ã o de contas
2 0 1 6
• O motorista profissional das categorias C, D e
E que atingir 14 pontos deverá ser convocado
-
pelo órgão de trânsito para participar de curso
2 0 1 5
preventivo de reciclagem. Após a conclusão do
curso, os pontos serão eliminados.
• As empresas concessionárias ou permissionárias
/
de serviço público terão o direito de ser informa-
1. FATOS EM DESTAQUE das pelo órgão de trânsito sobre os pontos dos seus
N T U
motoristas, decorrentes de infração de trânsito.
LEGISLAÇÃO • Passa a ser infração média, passível de multa, a
A n u á r i o
cobrança de tarifa realizada pelo motorista com
Conversão das penalidades aplicadas o veículo em movimento.
à vigência da Lei n° 12.619/2012
Em maio de 2015, o Ministério do Trabalho publicou Transporte passa a ser direito
a Portaria n° 706, a qual converte todas as penalidades social na Constituição
decorrentes de infrações trabalhistas fundamentadas na O Congresso Nacional, em setembro de 2015, promul-
Lei n° 12.619/2012 para a pena de advertência, assegu- gou a Emenda Constitucional n° 90. Assim, o artigo 6º
rando, ainda, a devolução de valores de multas quitadas. da Carta Magna terá o transporte como um dos direi-
tos sociais.
Afastamento de funcionário por motivo
de saúde volta a ser de 15 dias Previdência Social publica Portaria sobre FAP
A partir de 17 de junho de 2015, o prazo para afasta- A Previdência Social, em setembro de 2015, pu-
mento por motivo de saúde, sob a responsabilidade blicou a Portaria Interministerial n° 432 que dispõe
da empresa, volta a ser de 15 dias. O período havia sobre instruções e informações dos róis dos percen-
sido estendido para 30 dias pela Medida Provisória tis utilizados no cálculo, com relação à frequência,
n° 664/2014, mas que deixou de ter validade jurídi- gravidade e custo, por subclasses da Classificação
ca com a publicação da Lei n° 13.135/2015. Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
43
P r esta ç ã o de contas
44
P r esta ç ã o de contas
2 0 1 6
obtenção da carteira nacional de habilitação – CNH nas portes realizou audiência pública para discutir o
categorias C, D e E, no estado de São Paulo. adiamento do exame toxicológico para os moto-
-
ristas profissionais em todo o Brasil.
2 0 1 5
Universitário é condenado por expor a
perigo meio de transporte público Inspeção veicular
Pela primeira vez no Brasil, uma pessoa foi condenada pelo Em agosto de 2015, a Comissão de Viação e
/
crime de expor a perigo meio de transporte público causan- Transportes da Câmara dos Deputados aprovou o
do desastre. No Rio de Janeiro, um estudante brigou com o Projeto de Lei 740/2015, que isenta da inspeção
N T U
motorista, o que levou o veículo a despencar de um viadu- veicular obrigatória nos veículos durante três
to, resultando em nove mortes e sete pessoas feridas. anos a partir do primeiro licenciamento.
A n u á r i o
TST decide sobre o acúmulo de função Cinto de segurança de três pontos
de motorista e cobrador Em outubro de 2015, a Comissão de Viação e
A Subseção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior Transportes da Câmara dos Deputados rejeitou o
do Trabalho unificou a sua jurisprudência, em abril de Projeto de Lei 4254/2012, que incluía o cinto de
2016, acerca da possibilidade de o motorista cobrar tari- segurança de três pontos entre os equipamentos
fas nos ônibus, sem que isso configure acúmulo de função. obrigatórios em ônibus, para motorista e usuários.
45
P r esta ç ã o de contas
46
P r esta ç ã o de contas
2 0 1 6
Transportes Públicos (ANTP). Participação nas • III Seminário Internacional Mobilidade e Trans-
mesas de debates sobre “Padrões de qualidade portes, promovido pela Universidade de Brasília.
-
nos BRT”, “Marketing nos tempos de crise no • 1º Seminário Sinetram “Mobilidade Urbana”,
2 0 1 5
transporte coletivo”, “Sistemas Inteligentes de em Manaus. Apresentação “Priorização do trans-
Transportes” e “Nova planilha de cálculos dos porte público por ônibus”.
custos do transporte público urbano”. • 8º Congresso Internacional de Transporte no Mé-
/
• 9ª Conferência dos Planejadores de Infraestru- xico. Apresentação “Los avances en la priorizaci-
tura em Tel Aviv - Israel. Apresentação “Invest- ón del transporte público en autobús en Brasil”.
N T U
ments in transport infrastructure (2007-2016) in • Evento Extra Conect@ Mobilidade Urbana,
Brazil and preparations for the World Cup 2014 promovido pelo jornal Extra do Rio de Janeiro.
A n u á r i o
and Olympic Games Rio 2016”. Apresentação sobre “Política tarifária nos trans-
• Congresso Internacional Cidades & Transportes, portes públicos”.
Embarq Brasil, Rio de Janeiro. • Seminário Desafios para a Regulação de Energia
• 2ª Conferência Global de Alto Nível Sobre Segu- e Transportes, promovido pela FGV/RJ.
rança no Trânsito, promovida pela Organização • Seminário Cidade Expressa, em Campina Gran-
Mundial da Saúde e pelo Ministério das Cidades. de (PB). Debate em painel sobre prioridade ao
• Conferência Latino Americana de Inovação, transporte público coletivo.
Tendências e Tecnologia em Mobilidade Elétri-
ca, promovida pela Associação Brasileira do Ve-
ículo Elétrico. Participação no ciclo de debates.
47
P r esta ç ã o de contas
3. Publicações
48
P r esta ç ã o de contas
Colégios da NTU
2 0 1 6
de Advogados e de Gestão de Pessoas, na sede da NTU em Brasília. O prin-
cipal tema abordado foi o Exame Toxicológico nas Relações Trabalhistas.
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O 2º Encontro do Colégio Técnico aconteceu na sede do Sindiônibus
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em Fortaleza. Entre os assuntos tratados, houve o debate sobre a Rees-
truturação da Rede de Informações Estratégicas, além da Apresentação
sobre a implantação e a gestão dos consórcios operacionais dos sistemas
/
de transporte por ônibus de Fortaleza-CE, Salvador-BA e Manaus-AM.
No dia 06/05 foi feita a visita técnica que incluiu o CCO do Sindiônibus.
N T U
do governo Dilma Rousseff foi O Colégio de Comunicação e Marketing aconteceu nos dias 12 e 13
não entender que o ciclo de cres- de maio em Goiânia e contou com o apoio do SET de Goiânia. O tema
A n u á r i o
cimento estava no fim e, durante principal foi “Gestão de Crises e a Comunicação”. No dia 13/05 foi feita
o ciclo, não foram feitos os inves- a visita técnica no CCO e Terminais de Goiânia.
timentos necessários na infraes-
trutura. “Temos um problema
emergencial que é pagar as con-
tas e a solução (do governo) é au-
mentar a carga tributária em um
momento de recessão. Não vai
dar certo”, pontuou Sardenberg.
No último dia do Seminário,
foi realizada uma oficina com a
participação da indústria de ôni-
bus, onde foram discutidos os ce-
nários e as tendências da indústria
de ônibus, como alternativas ener-
géticas e a evolução tecnológica.
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P r esta ç ã o de contas
5. Campanhas Tarifácil
Com uma linguagem bem didática, simples e ilus-
A NTU atuou em vários projetos ligados a comunicação trada em quadrinhos, a campanha aborda diver-
e marketing. Investiu em publicidade nas redes sociais e sos aspectos do transporte que impactam a tarifa
promoveu diversas campanhas publicitárias que foram de ônibus, como custos de operação, gratuidades,
acessadas por mais de 2 milhões de pessoas. congestionamentos viários, e outros.
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P r esta ç ã o de contas
6. Homenagens
Medalha Social do
Transporte Urbano
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empresas e entidades que efeti-
varam ações notórias de caráter
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social ou por excepcional de-
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dicação em prol do desenvol-
vimento do transporte público Troféu David Lopes de Oliveira
urbano no Brasil e no exterior.
/
Em 2015, foram concedidas Em 2015, a NTU criou o Troféu David Lopes de Oliveira, que é uma ré-
as homenagens às seguintes per- plica em miniatura do primeiro ônibus a diesel do Brasil, um Daimler. A
N T U
sonalidades: comenda tem por objetivo homenagear pessoas, empresas e entidades
que, por sua atuação, têm destaque na história do setor.
A n u á r i o
José Wellington Barroso Confira os homenageados de 2015:
de Araújo Dias
Governador do Piauí David Lopes de Oliveira
Empresário de ônibus que inspirou a criação do troféu
Jean Vardaramatos
(In Memoriam) Daimler AG
Viação Teresópolis Cavalhada Empresa alemã que produziu o primeiro ônibus a circular no mundo
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P r esta ç ã o de contas
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P r esta ç ã o de contas
Em 2003, desligou-se da maior parte das em- disponibilizar a linha Brasília-Belo Horizonte. Em
presas, ficando com a Jabour e a Nossa Senhora da 1965, incorporou a Expresso Santa Luzia, de Goiâ-
Penha, onde trabalhou até o fim da vida. Faleceu em nia, e passou a controlar linhas de transporte coleti-
3 de março de 2015. vo urbano. Expandiu a frota e se tornou a maior con-
cessionária da capital goiana. O parque rodoviário
Lourival Hermes Bandeira de Mello da rede, com 30mil m², foi inaugurado em 1968.
Nascido em 16 de janeiro de 1909, no Recife/PE. Em 1986, a Araguarina transferiu suas linhas
Filho de família tradicional, aos 13 anos teve que que circulavam dentro de Goiânia para a Rápido
deixar os estudos e trabalhar, em virtude da falência Araguaia, que hoje conta com modernas instalações
dos negócios da família. administrativas e operacionais e é responsável pela
Inicialmente, vendia aparelhos eletrônicos do- maior parte do transporte coletivo na capital e entor-
mésticos e carrocerias de ônibus. Com o advento da no. Odilon faleceu em 28 de novembro de 1996.
indústria automobilística, foi convidado para ser
concessionário da Mercedes-Benz, haja vista a sua
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experiência e conhecimento do setor de ônibus.
Em 1958, associou-se à Empresa Pedrosa, a fim de ESPECIAL
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mostrar ao mercado os ônibus a diesel. Desde então,
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não saiu mais do setor. Faleceu em 6 de abril de 1993. Mara Cristina Gabrilli
Nascida em São Paulo/SP, em 28 de setembro de
Odilon Santos 1967, Mara Gabrilli é deputada federal do PSDB/SP
/
Nascido em 24 de setembro de 1915, em Santa Ma- (2011-2019). A sua atuação na política e na defesa
ria, Minas Gerais, Odilon agiu com coragem para dos direitos da pessoa com deficiência já lhe rendeu
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investir no setor de transporte rodoviário até então diversos prêmios e condecorações, como Paulistana
esquecido no interior do país. Em 1938, fundou uma do Ano, pela Revista Veja, em 2007; Cem Brasileiros
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pequena empresa de transporte coletivo, a Expresso Mais Influentes, da Revista Isto É e da Revista Época,
Pontual, operando inicialmente entre Uberlândia, em 2008; Prêmio Cláudia, categoria Políticas Públi-
Martinópolis e Triângulo Mineiro. cas, em 2008.
Em poucos anos, os serviços começaram a ex- Possui formação em Comunicação Social, Pu-
pandir até chegar a Araguari-MG, onde fixou sede. blicidade e Propaganda pela Escola Superior de Pro-
Em reconhecimento à hospitalidade com que fora paganda e Marketing, São Paulo, e Psicologia pela
recebido na cidade em 1955, Odilon mudou o nome Universidade Paulista (UNIP). Mara possui diversas
da empresa para Viação Araguarina. O ano seguinte obras publicadas, como Íntima desordem, Manual
representa o marco histórico, tanto para empresa de convivência: pessoas com deficiência e mobilida-
quanto para o país. Além de estender suas linhas até de reduzida e Cartilha da Calçada Cidadã.
Goiânia, a Viação Araguarina faz chegar o primeiro Foi secretária da Pessoa com Deficiência do Mu-
ônibus a Brasília, ainda em construção. nicípio de São Paulo, entre 2005 e 2007, e vereadora
Em 1960, Odilon transferiu a sede da empresa e de 2007 a 2010. No Congresso Nacional, integrou a
sua residência para Goiânia, onde recebeu a ilustre Comissão de Viação e Transportes e é titular da co-
visita do presidente JK. No ano seguinte, a Aragua- missão especial da PEC 090/2011 - Transporte como
rina venceu uma concorrência pública e passou a direito social.
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P r esta ç ã o de contas
Nelson Barreto Coutinho Bezerra de Menezes Transporte Público e desenvolveu o Estudo Integral
Nascido em Recife, em 21 de novembro de 1964, de Trânsito e Transporte Público para a cidade de
Nelson Menezes formou-se em Engenharia Civil pela Puebla, México.
UFPE em 1986, fez pós-graduação em Gerenciamen- Foi nomeado secretário de Transportes da Pre-
to de Projeto na FGV/Recife em 2008. Engenheiro feitura Municipal de Sorocaba nos anos 2003/2004
do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco – 2006/2008 – 2009/2013. Atualmente, é Diretor-
desde 1991, atuou na auditoria de obras de planeja- Presidente da URBES, membro do Conselho Diretor
mento da instituição. da ANTP e Presidente do Fórum Nacional de Secre-
Foi nomeado presidente do Grande Recife Con- tários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana
sórcio de Transporte em agosto/2011, empresa (biênio 2013-2015).
gestora do Sistema de Transporte Público do Recife
e Região Metropolitana. Como presidente, expandiu
o Sistema Estrutural Integrado da Região Metropoli-
tana do Recife – SEI/RMR com a implantação de seis EMPRESÁRIO
terminais integrados, além da criação de dois corre-
dores BRTs (Norte/Sul e Leste/Oeste). Florival Alves
Atualmente, contribui com sua experiência no Nascido em 7 de maio de 1937, em Campos dos Goy-
cargo de Secretário Executivo de Gestão por Resul- tacazes, Rio de Janeiro, Florival Flores, conhecido
tados da Secretaria de Planejamento e Gestão de por Valinho, chegou à capital carioca aos 12 anos
Pernambuco. para trabalhar em um armazém. Em 1965, aceitou
o convite do cunhado Odilon Pereira Teixeira para
Renato Gianolla sociedade na empresa Auto Viação Reginas com a
Nascido em 3 de fevereiro de 1960, em Sorocaba-SP, participação de sete ônibus.
Renato Gianolla é formado em Engenharia Civil pela Em 1979, Valinho fundou a Transporte Fabio’s.
FACENS - Faculdade de Engenharia de Sorocaba, Em 1983, o então sócio José de Magalhães cede e
com Especialização em Engenharia de Tráfego pelo transfere suas cotas de capital para Fábio Teixeira
Instituto Mauá de Tecnologia – SP, Pós-graduação Alves, filho de Valinho, que junta-se ao pai para
em Transporte pela USP - Universidade de São Paulo administrar a empresa, que cresce e se destaca pelo
e MBA em Gestão de Projetos e Negócios pela FA- serviço impecável prestado à sociedade.
CENS/IAT. Em 1998, adquirem as cotas de capital da Auto
Atuou por quatro anos como Gerente de Tráfego Ônibus Vera Cruz, ampliando os serviços municipais
da VIMA - Viação Manchester Ltda. e da Auto Ônibus e intermunicipais. No final dos anos 1990, partem
São Jorge, empresas que operavam o transporte co- para mais uma investida ao conquistar a concessão
letivo da cidade de Sorocaba. Na Empresa de Desen- de seis linhas operadas no município do Rio de Ja-
volvimento Urbano e Social de Sorocaba (URBES), neiro pela Transporte Mosa com uma frota constituí-
gerenciadora do Sistema de Transportes de Soroca- da de 101 veículos.
ba, exerceu as funções de Chefe de Departamento,
Consultor Técnico, Assessor Técnico de Planejamen- Vera Maria Silva
to e Diretor de Transporte Urbano. Na empresa de Nascida em 5 de fevereiro de 1950. Mineira de Car-
consultoria em transportes LOGIT, foi analista de mo do Paranaíba, viveu sua infância em Patrocínio,
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porte coletivo urbano da capital cearense. tamento pessoal.
Sua gestão à frente dessa empresa ecoou e se tor- Em 1986, paralelamente às atividades na empre-
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nou um sucesso, crescendo e se consolidando. Deste- sa da família, começa um negócio próprio de carga
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mida e arrojada, não se intimidou por integrar a mi- rápida e transporte de combustível com a empresa
noria feminina à frente das empresas de transporte. Izabelle Transportes. Mas a sua vocação para o trans-
Recebeu prêmios renomados por gestão, eficiência porte de passageiros é maior. Então, desde o início
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e sustentabilidade, mas ela se orgulha mesmo é do dos anos 80, está à frente das empresas Coletivos La-
carinho e reconhecimento por parte de seus próprios faietense, Viação Veneza, Expresso Valônia e Laguna
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funcionários, que confiam nela a ponto de pedir au- Auto Ônibus.
diência para aconselhamentos pessoais. Administra
A n u á r i o
com método próprio e muito característico, com cla-
ra prioridade à gestão de pessoas e à contínua forma-
ção da equipe de liderança, que precisa ter altíssimo
desempenho para acompanhar seu ritmo.
Em 2010 a Viação Via Máxima se tornou sócia de
uma incorporação na empresa Auto Viação São José,
fazendo desta uma das maiores empresas de ônibus
do Ceará, e Vera, acreditando ter cumprido seu
papel, decidiu se aposentar. Porém, o DNA empre-
endedor e o amor pelo transporte falaram mais alto
e ela partiu de volta a Umuarama-PR para retomar
o projeto de expansão que havia iniciado há quase
duas décadas no Expresso Fátima, que além de fazer
transporte metropolitano e intermunicipal de passa-
geiros expande suas operações com fretamento para
transporte de estudantes e funcionários.
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E x ped i ente
Roberto José Carvalho (MG) Ana Carolina Dias Medeiros de Souza (MA)
Titular Titular
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E x ped i ente
Equipe
responsável
Anderson Paniagua
Bárbara Renault
Beatriz Bassul
Déborah Ferreira
Filipe Cardoso
Flávia Melo
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Hellen Tôrres
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Leandro Carvalho dos Santos
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Matteus Freitas
N T U
Melissa Spíndola
A n u á r i o
Samantha Morais
Sérgio Bandeira
Simone Lima
Projeto gráfico
e diagramação
Duo Design
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SAUS Q. 1, Bloco J, Ed. CNT, 9º andar, Ala A
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